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Domingo, 8 de Fevereiro de 2009 ok

Revista Tecnologística
Home Julho - 2002 - 2002 - 80
Direto da redação
Logística Reversa
Última edição
Projeto de coleta de latas de alumínio e
Edições anteriores
garrafas PET, desenvolvido e implementado
Vitrine
pela multinacional, tem como principais bases
Cross-Docking
de sustentação para o sucesso do negócio a
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automação e uma eficiente operação de
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logística reversa
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Agenda Tomra Latasa: A logística da reciclagem


Cursos de logística
Dicionário de No início do segundo semestre de 2001, com o objetivo de
engenharia ampliar a coleta de latas de alumínio e entrar no segmento de
Dicionário de logística garrafas plásticas PET, a Tomra Latasa Reciclagem colocou em
Links operação, na cidade do Rio de Janeiro, um projeto-piloto de
Modal ferroviário logística reversa pioneiro. Batizado Replaneta, o projeto
Operadores logísticos consiste numa rede de coleta formada por oito postos,
Prêmio Volvo instalados no estacionamento das lojas dos supermercados
Extra, equipados com duas máquinas Reverse Vending
Machines (RVM), desenvolvidas pela Tomra, as primeiras em
operação no Brasil. A Tomra Latasa Reciclagem foi criada em
março de 2001, quando a norueguesa Tomra Systems ASA,
líder mundial em soluções para reciclagem, comprou a
brasileira Latasa, maior fabricante de latas de alumínio do
paísOs postos – localizados na Tijuca, Barra da Tijuca,
Boulevard, Niterói, Ilha do Governador, Alcântara, Nova Iguaçu
e Maracanã – está equipado com duas RVMs. Nessas máquinas,
com capacidade para receber uma embalagem por segundo, o
próprio consumidor introduz a embalagem, que tanto pode ser
a lata de alumínio quanto a garrafa PET. Em seguida, o
equipamento emite automaticamente um cupom que indica a
quantidade de embalagens inseridas e o valor em dinheiro
daquela operação de coleta. "Pagamos R$ 0,01 por garrafa PET
e R$ 0,02 por lata de alumínio", diz Niaze Almeida Gerude Filho,
coordenador da área de Logística da Tomra Latasa, informando
que o cupom é utilizado na compra de qualquer produto dentro
do supermercado.No momento em que a embalagem é
colocada na máquina, um leitor ótico faz a identificação do tipo
de material, separando o alumínio e o plástico. "No caso do
PET, há ainda uma segunda operação de triagem que utiliza a
cor como parâmetro. Ou seja, separa as garrafas pelas cores
verde, âmbar e cristal, para facilitar o acondicionamento das
embalagens na área de armazenamento", detalha Gerude
Filho.Cada posto de coleta do Replaneta, que funciona 24 horas
ininterruptamente, ocupa uma área de 45 m2 (o equivalente a
quatro vagas de estacionamento), onde ficam as duas
máquinas e uma balança para pesagem do material coletado.
Outros 30 m2 são destinados à área de armazenagem, que
abriga dois contêineres fixos de 20 pés, um para as latas e
outro para o PET.Salto qualitativoSegundo Gerude Filho, a
escolha da capital fluminense como base para o lançamento do
projeto-piloto foi conseqüência natural de um trabalho que a

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Tomra Latasa já vinha desenvolvendo na região. "Instalamos no


Rio de Janeiro porque foi lá que começamos o projeto de troca
de latas e PET por cupons. Alguns dos pontos em que o projeto
está em operação atualmente já comportavam postos de troca
manual, formados por um contêiner e um atendente que
pesava o material. Portanto, havia uma fidelização dos clientes,
e avaliamos que – implementando um avanço tecnológico
naqueles locais – corríamos menos riscos de não-aceitação do
Replaneta por parte da população, uma vez que já havia sido
criado o hábito de descartar as embalagens", explica o
coordenador de Logística, acrescentando que o projeto começou
a ser implantado nesses pontos, avançando em seguida para
outras regiões da cidade.Segundo Gerude Filho, a automação
do processo representou um salto qualitativo na logística da
empresa. "Primeiro, porque o Replaneta viabilizou a coleta do
PET, o que antes não fazíamos. Segundo, pelo fato de a
máquina fazer a separação das latas de alumínio e do PET, e
deste por cor, ganhamos muito na hora de acondicionar esse
material. Os fardos saem dos pontos de coleta enfardados por
cor, eliminando assim esta operação no nosso Centro de
Coleta", diz o coordenador, acrescentando que a separação por
cor traz, ainda, ganhos na venda do produto. "Existe diferença
de preço se o PET estiver misturado. Por exemplo, se eu vender
o PET verde juntamente com o cristal tenho um preço, se ele
estiver separado por cor, há outro", destaca, acrescentando que
o parceiro da empresa no projeto, o Extra, também está
colhendo benefícios. "Percebemos que o projeto gerou um
grande impacto junto à população em relação à imagem do
supermercado. Outra coisa que notamos é que o cupom de
troca, emitido na coleta, aumenta o ticket padrão de compras
em torno de 20% a 30%. O cliente vai à loja com um cupom do
Replaneta de R$ 1,00, mas consome sempre de R$ 1,20 a R$
1,30."Ainda sobre os resultados, o coordenador destaca a
ampliação efetiva na coleta de material. "O volume aumentou
substancialmente, atingindo em torno de 35% a mais em
relação aos postos de troca antigos", diz Gerude Filho,
lembrando a sazonalidade típica da indústria de reciclagem. "No
verão, em função do aumento no consumo de bebidas
envasadas neste tipo de embalagem, coletamos muito mais que
no inverno. Estamos, ainda, sujeitos a alguns eventos que
acontecem fora da operação e que causam um impacto direto
na quantidade coletada. Por exemplo, em novembro do ano
passado, o rompimento de uma tubulação de esgoto da Cedae
(Companhia de Águas e Esgotos), do Rio, contaminou a água
potável, o que elevou muito o consumo de água mineral,
aumentando, conseqüentemente, o volume da coleta em todos
os nossos postos. Só para se ter uma idéia, no Replaneta da
Tijuca subiu de 63 mil, em outubro, para 107 mil, em
novembro", exemplifica. ComplexidadeSe por um lado esses
eventos promovem o crescimento do volume coletado, que é a
meta essencial do projeto, por outro acarretam problemas que
aumentam a complexidade do processo logístico. "Essa é uma
das grandes dificuldades da logística reversa, porque não temos
a previsibilidade da demanda, não sabemos como o consumidor
vai se comportar. A questão é que há uma área limitada para
fazer o estoque do material e, de repente, o volume explode,
motivado por um evento externo, interferindo nos processos de
armazenagem e distribuição, obrigando-nos a realizar
alterações imediatas na operação. Por isso, é necessário

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monitorar diariamente o comportamento da coleta", observa o


coordenador. Com o Replaneta instalado e operando, foi
possível redesenhar alguns pontos do projeto original,
promovendo mudanças no sentido de corrigir alguns problemas,
dar maior agilidade às operações e reduzir custos. "Mudamos,
primeiro, o modal de transporte. Na operação manual,
precisávamos de caminhões de três tamanhos diferentes.
Agora, estamos operando apenas com um veículo, que tem
chassi alongado de 10 metros, o que deu maior capacidade de
transporte por volume e não peso. Além disso, mudamos a
maneira de acondicionar as embalagens, porque percebemos
que estávamos tendo um aproveitamento pequeno na área de
armazenamento. Então, eliminamos os sacos e passamos a
usar big bags para acondicionar os PETs, o que permitiu um
aproveitamento de praticamente 100% da área de
armazenamento vertical. Com isso, ganhamos tempo no
manuseio e consolidação da carga, reduzindo ainda os custos
com os sacos", explica Gerude Filho, informando que a Tomra
Latasa promoveu, também, um estudo sobre o tempo para
carregar o caminhão e do trajeto entre um ponto e outro,
melhorando sua eficiência. "Com as mudanças do modal, na
maneira de acondicionar as embalagens e melhoria no tempo
de manuseio e transporte da carga, atingimos uma redução de
43,75% no número de diárias por mês do caminhão, cujo
serviço é terceirizado", destaca o coordenador de
logística.Segundo ele, com essas mudanças, mesmo numa
situação de aumento imprevisto da demanda, a empresa está
constantemente preparada para dar uma solução bastante ágil
aos problemas última hora. "Para não nos deparamos mais com
explosões de volume, passamos a fazer uma coleta pró-ativa.
Ou seja, quando a capacidade de armazenamento nos
Replanetas atinge algo em torno de 70%, coletamos o
material", diz Gerude Filho, explicando que a coleta pode não
esvaziar o estoque do ponto. "A idéia é otimizar o frete,
fazendo com que o caminhão recolha o material em pelo menos
três Replanetas por dia. Para que esta meta seja atingida,
precisamos limitar a retirada do material por ponto, de tal
forma que o estoque dos três Replanetas caiba no caminhão."O
material armazenado nos contêineres dos Replanetas é retirado
pela empresa transportadora e segue para o Centro de Coleta
da Tomra Latasa, localizado em São Cristóvão. Lá, as latas de
alumínio passam por processos de compactação e
enfardamento, enquanto os PETs seguem para uma empresa
terceirizada, onde é feito seu enfardamento. Desse ponto,
dirige-se a um terceiro Replaneta e depois de carregar o
caminhão repete o roteiro de descarga anterior.Redução de
custosDo Centro de Coleta do Rio de Janeiro – a empresa conta
com sete centros em todo o país –, depois de consolidada, a
carga formada pelas latas de alumínio segue para a cidade de
Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, onde está
instalada a refusora da Tomra Latasa, que recicla o alumínio em
lingotes ou cadinhos. Já as garrafas de PET são encaminhadas
para uma indústria de reciclagem, parceira da Tomra Latasa,
localizada na cidade de São Paulo, onde serão transformadas
em flake ou pellet.No caso da lata, a empresa realiza o ciclo
completo da reciclagem, da coleta até a transformação em
matéria-prima. Já o PET, até o momento, os processos de
compactação e enfardamento até a reciclagem para torná-lo
novamente matéria-prima são terceirizados."Nossa intenção é

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evoluir para colocar no mesmo espaço do Centro de Coleta, a


compactação e enfardamento da lata e do PET, num prazo de
aproximadamente seis meses. Dessa forma, vamos eliminar
dois pontos no roteiro, que são as duas descargas, num mesmo
dia, do PET na empresa terceirizada, e consolidaremos a carga
destinada à reciclagem num só local", explica Gerude Filho,
acrescentando que a multinacional também está finalizando um
projeto de compactação do material no próprio Replaneta. "A
idéia é compactar a embalagem, seja PET ou lata, no próprio
ponto de coleta, o que irá proporcionar uma redução de 60% a
70% no volume estocado", comenta o coordenador de
Logística. E acrescenta: "A grande dificuldade é conseguir ter
processo eficiente para viabilizar a coleta do PET, porque o
valor agregado dele é muito mais baixo do que o da lata. Por
isso, precisamos de mais volume e maior eficiência. E a sua
compactação no Replaneta é uma das maneiras de obter essa
eficiência, uma vez que, ao compactar o material, no lugar de
transportar volume vamos transportar peso, muito mais
quantidade e, conseqüentemente, otimizar o frete. Com isso,
estimamos uma redução no custo do frete em torno de 60%".A
empresa também não descarta a possibilidade de completar o
ciclo de reciclagem do PET, assim como faz hoje com as latas
de alumínio. "A idéia é formar uma rede de coleta consistente,
que possa viabilizar, no futuro, a montagem de uma planta
para reciclar o PET. Porque, ao contrário da logística normal,
cuja filosofia é consolidar os centros de distribuição, nós temos
de ampliar nossa rede de coleta, ter capilaridade, porque essa é
a essência da logística reversa", acentua o coordenador de
Logística da Tomra Latasa, que já está desenvolvendo estudos
de viabilidade para o PET. "Não adianta ter uma planta, com
processos bem desenvolvidos, mas sem uma rede consistente
de coleta. Hoje, muitas recicladoras coletam o PET em lixões,
demandando um grande investimento financeiro só para limpar
e descontaminar a embalagem. No caso do Replaneta, como o
material sai do consumidor direto para a rede de coleta, a
embalagem é muito mais limpa. E esse é um diferencial
competitivo", afirma Gerude Filho. Quanto à possibilidade de
expandir a área de atuação do Replaneta, Gerude Filho declara
que a empresa tem intenção de, além de aumentar o número
de postos no Rio, levar o projeto para São Paulo ainda este
ano. "Vamos focar principalmente nas grandes capitais",
finaliza.
Cláudia Malinverni
Tomra Latasa: (21) 3860-5440

BOX 1 - Empresas têm a missão de ampliar a coletaHá


mais de uma década, a Latasa foi pioneira no Brasil na criação
de um Programa Permanente de Reciclagem. De lá para cá,
desenvolveu uma série de projetos e promoções para estimular
a formação de uma indústria recicladora, tais como o Projeto
Escola, por meio do qual as instituições de ensino trocam latas
de alumínio por equipamentos didáticos e paradidáticos; Projeto
Praia Limpa; Sede de Saber; Vá Catar Lata; entre outros. Todos
esses programas de incentivo à reciclagem contribuíram para a
disseminação do reaproveitamento de materiais, sobretudo da
lata de alumínio, que hoje coloca o país na liderança mundial de
reciclagem desse material – em 2001 foi de 85% em relação à

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produção.Com o ingresso da Tomra Systems ASA no negócio,


no ano passado, nasceu a Tomra Latasa Reciclagem, que
começa a voltar-se também para a reciclagem das garrafas
PET. O objetivo da empresa, agora, é aumentar a coleta dessas
embalagens, cuja reciclagem, atualmente no Brasil é de 24%. A
Tomra, com sede na Noruega, está presente em 36 países e é
responsável pelo funcionamento de 45 mil máquinas do tipo
Reverse Vending Machines espalhadas pelo mundo.

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