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Introdução:

No Renascimento, a vida centrou-se nas cidades – onde reis e príncipes construíram as


suas cortes, onde moravam os bispos e as grandes colegiadas, onde se instalaram as
universidades, onde os burgueses possuíam as suas sedes de negócios/palácios e até
os nobres instalaram os seus palácios. Assim, a vida mundana deslocou-se para a
cidade.

Desenvolvimento:

Palácios:
Os palácios afirmam-se como a habitação das elites. Constituindo um símbolo de
poder, aqui decorre um estilo de vida requintada e voltada para os prazeres
mundanos: proporcionam-se festas e banquetes, saraus de música, teatro e poesia, e
promovem-se tertúlias e encontros culturais onde se debate filosofia, ciência, arte e
literatura. Os palácios convertem-se não só em cortes voltadas para os prazeres da
vida, como também em centros culturais e artísticos, como bibliotecas, museus,
coleções de arte e objetos raros, oficinas e escolas por onde passam os mais notáveis
artistas.

Os palácios tinham a planta quadrangular, ocupava normalmente, pelas suas


dimensões, todo um quarteirão. Apresentava ainda, do lado de fora, um aspeto
compacto, fechado e maciço (o rés-do-chão possui poças janelas colocadas a grande
altura, pois o mundo urbano continuava a requerer proteção e defesa).

Contrastando com o exterior, as fachadas internas, criadas em torno de um pátio


central aberto rasgavam-se em elegantes lógias, galerias de arcos redondos, à maneira
romana, decoradas com mármores, medalhões de cerâmica esmaltada e peças de
estatuária. O pátio era o centro orgânico do palácio, cujas divisões, em cada piso, se
desenvolviam quase simetricamente a partir dele; ordenava também os eixos de
circulação interior. Os pisos organizavam-se segundo critérios funcionais: o rés-do-
chão continha a área de serviços; o primeiro andar as dependências nobres e sociais o
segundo as zonas privadas.

A delicada elegância da lógia refletia o luxo da decoração interior onde, desde o


revestimento das paredes, tetos e chãos, ao mobiliário e outras peças de
equipamento, tudo era tratado com requinte e arte.

O Humanismo e a imprensa:
O Humanismo foi um movimento intelectual e cultural que, opondo-se à escolástica
medieval, propunha o estudo do pensamento, das letras e das artes da Antiguidade
Clássica. Assentava no racionalismo, no antropocentrismo e no individualismo, e
centrismo e no individualismo, e centrava o seu interesse no homem, no
conhecimento e na sua ação no mundo.

Este partiu de Itália (onde teve precursores como Dante, Petrarca e Boccaccio) e
expandiu-se em toda a Europa.

Amantes da erudição, os humanistas procuraram a Antiguidade nos originais e não nas


versões adulteradas da interpretação eclesiástica que a filosofia medieval fizera da
Antiguidade. Por isso, pesquisaram nas velhas bibliotecas e nos scriptorium dos
mosteiros os manuscritos antigos e leram, em grego e latim clássicos, as obras originais
de Platão, Aristóteles, Cícero, Plutarco e outros.

Sem deixar de acreditar em Deus, os humanistas reinterpretaram a Sagrada Escrita,


conferiram um sentido mais humanista à religião, e reconciliaram a espiritualidade
cristã com racionalismo clássico.

A invenção da imprensa foi atribuído a Gutenberg, que substituiu as pranchas


xilográficas por caracteres móveis de madeira, depois pelo cobre e, finalmente, pelo
aço.

Criou um processo que, gerando uma espécie de molde de letras, as permitia montar
numa base de chumbo, tintadas e prensadas. Assim, Gutenberg produziu a primeira
Bíblia, impressa em latim, com uma tiragem de cerca de 300 exemplares.

A impressa permite a reprodução sistemática das obras escritas. A sua rápida difusão
foi possível devido ao progresso das universidades medievais; ao crescente gosto pela
leitura e à divulgação da fórmula de produção do papel.

Gutenberg inventa os caracteres móveis o que possibilita a instalação de tipografias


em todas as grandes europeias; a multiplicação da circulação das obras clássicas e
religiosas; a rápida difusão de novas ideias e inovações e a criação de bibliotecas
particulares.

O mecenas Lourenzo de Médicis:


Lourenço de Médicis, pertencia à poderosa família dos Médicis, senhores de Florença.
Mecenas do Renascimento, fez da sua cidade um centro do humanismo e da arte
renascentista. Grande protetor das letras, das artes e das ciências, fez de Florença, a
capital intelectual da Europa na 2.ª metade do século XV.
Lourenço de Médicis nasceu em 1449,em Florença, no seio da família Médicis, uma das
mais poderosas da Itália nos séculos XIV a XVI, e consequentemente donos de uma
grande fortuna. Faziam uma boa gestão dos negócios, pois dedicavam-se ao:
artesanato, comércio, transporte de mercadorias a longa distância, actividades
cambistas, bancárias e outras operações financeiras, um pouco por toda a Europa. Essa
riqueza deu-lhes um lugar importante na governação da cidade, à qual trouxe grande
prosperidade económica e cultural. Lourenço de Médicis era um homem alto, forte e
de pele escura. Era eloquente e possuía o sentimento dos seus valores. Tinha uma
inteligência acima da média e foi educado no palácio da sua família. Conviveu, desde
cedo, com outros artistas e intelectuais da época, que despertaram o seu interesse
pela Filosofia e pelas Belas Artes. Deste modo, tornou-se um homem culto, ecléctico,
sensível e sofisticado, amante das letras e das artes. Governou Florença com grande
sabedoria e tacto políticos, impondo respeito aos outros governantes, pela contínua
prosperidade, fama e bem-estar que se vivia nesta cidade. Reuniu também apoio dos
mais pobres e instituiu um poder quase absoluto. Desenvolveu intensamente a cultura
ao atrair para a sua corte poetas, pensadores e artistas, financiando as suas obras
(excelente mecenas da época). Fundou tipografias, escolas e bibliotecas.Estimulou os
estudos clássicos. Foi um grande coleccionador de livros, obras de arte e objectos raros
e renovou arquitectonicamente a cidade. Criou ainda um ambiente de permanente
animação e esplendor em Florença, ao organizar inúmeras festas privadas e públicas
para as quais contratava muitos artistas. Foi também autor de obras literárias em
verso e prosa como: “Canções e Sonetos” e “Neucia de Barberini”, de peças de teatro e
de cânticos religiosos. Apesar da sua grande popularidade e da prosperidade que
ofereceu à cidade, o seu governo foi bastante criticado no final do século XV.
Criticavam sobretudo a sua política de ostentação, luxo e alienação. Faleceu em 1492.

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