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GEOGRAFIA

Radiação solar
A variabilidade da radiação solar em Portugal Continental e Insular
➢ radiação solar: energia sob a forma de luz e calor libertada pelo Sol e recebida por
unidade de superfície.
○ radiação solar chega à superfície terrestre de 2 formas:
■ direta: quando atinge diretamente o planeta.
■ indireta: quando chega indiretamente à superfície da terra.

➢ radiação solar global: corresponde a toda a radiação solar que incide, de forma
direta e difusa, sobre a superfície da Terra.

Só 51% da radiação solar que chega ao topo da atmosfera atinge a superfície


terrestre devido aos processos atmosféricos.
➢ processos atmosféricos:
○ absorção: é a parte da radiação solar absorvida pela atmosfera.
■ principais absorventes da radiação solar:
● ozono, que é o principal retentor de parte das radiações
solares de pequeno comprimento de onda;
● vapor de água, o dióxido de carbono, as partículas sólidas e
líquidas, absorvem parte da radiação solar de grande
comprimento de onda.
○ reflexão: é a radiação solar que ao incidir sobre um corpo vai sofrer uma
mudança de direção, sendo reenviada.
○ difusão: é a radiação solar que é refletida em várias direções através dos
gases e das partículas sólidas e líquidas em suspensão da atmosfera.

➢ albelo: é a proporção da radiação solar refletida por um corpo em relação ao total de


energia nele incidente, este varia de lugar para lugar de acordo com a natureza da
superfície terrestre:
○ é elevada nas superfícies de cor clara e lisa, como as nuvens e a neve;
○ é baixa nas superfícies de cor escura e rugosas, como o alcatrão e a floresta.
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A atmosfera, devido aos processos atmosféricos, exerce uma importante função de cortina
e de filtro, sendo vital para o planeta, uma vez que:
➢ regulariza a temperatura, tendo equilíbrio térmico, através do efeito de estufa;
➢ protege a superfície terrestre de radiação solar, pois em excesso é prejudicial;
➢ permite a vida na Terra, pois é constituído por gases muito importantes para a vida
humana, como o oxigénio.

A variabilidade da duração e intensidade da radiação solar


A quantidade de radiação solar recebida à superfície da Terra varia ao longo do dia,
do ano e de lugar para lugar, devido a conjunção de vários fatores:
➢ o ângulo de incidência: é o ângulo formado pelos raios solares como plano tangente
à superfície da Terra.

➢ a massa atmosférica: é a espessura da atmosfera que os raios solares atravessam


até atingirem a Terra.

➢ Quanto maior o ângulo de incidência dos raios solares menor é a massa


atmosférica, logo à uma maior concentração de energia por unidade de superfície,
ou seja à um maior aquecimento, acontece mais no Verão.
➢ Quanto menor o ângulo de incidência dos raios solares, maior é a massa
atmosférica, logo à menor concentração de energia por unidade atmosférica, ou seja
à um menor aquecimento, acontece mais no inverno.

➢ o dia natural: é o período em que o Sol se encontra acima da linha do horizonte, ou


seja o período do tempo entre o nascer e o pôr do Sol.
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➢ a insolação: é o período em que o Sol se encontra a descoberto.

➢ Solstício de junho: os raios solares incidem com menor inclinação sobre o trópico de
Câncer, ou seja o ângulo de incidência atinge o seu valor mais elevado e a massa
atmosférica o seu valor mais reduzido. Logo a área iluminada é menor, a duração do
dia natural aumenta em latitude, a concentração de energia por unidade de
superfície é mais elevada e no polo norte está-se a meio de um período diurno de 6
meses.
➢ Equinócios de setembro e de março: a inclinação dos raios solares é mínima no
equador. Logo a inclinação dos raios solares é a mesma e a massa atmosférica a
atravessar pelos raios solares é a mesma.
➢ Solstício de dezembro: os raios solares incidem sobre o trópico de capricórnio, ou
seja o ângulo de incidência atinge o seu valor mais reduzido e a massa atmosférica
o seu valor mais elevado. Logo a área iluminada é maior, a concentração de energia
por unidade de superfície diminui em latitude, a duração do dia natural diminui em
latitude e no polo norte está-se a meio de um período noturno de 6 meses.
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Portugal localiza-se na região extratropical do hemisfério norte,entre 32ºN E OS


42ºN.
Como Portugal se localiza na latitude média do hemisfério norte, a variação da
radiação solar ao longo do ano é:
➢ menor no inverno, porque os raios solares incidem com um menor ângulo de
incidência o que leva a uma maior massa atmosférica, provocando maiores perdas
de energia na atmosfera por absorção, reflexão e difusão. Logo é menor o dia
natural e a insolação.
➢ maior no verão, porque os raios solares incidem com um maior ângulo de incidência
o que leva a uma menor massa atmosférica. Logo à menor perda de energia na
atmosfera o que provoca um maior dia natural e valores de insolação mais elevados.

Logo concluímos que a variabilidade da radiação solar, bem como da insolação ao


longo do ano é acentuada em todo o território nacional. No inverno os valores de radiação
solar e insolação são inferiores aos registados no verão, em todo o território nacional.

A insolação e a radiação solar registam uma variação espacial, independente da


época do ano, sendo significativo os contrastes:
➢ entre o norte e o sul, há um decréscimo em latitude, logo uma elevada insolação e
radiação solar no sul, havendo uma redução desses valores no norte.
➢ entre o litoral e o interior, os valores são inferiores no litoral e superiores no interior,
ou seja aumenta do litoral para o interior.
➢ entre as áreas de maior ou menor latitude, sendo as áreas de maior latitude as
principais cordilheiras montanhosas e serras, registam uma redução no número de
horas de Sol a descoberto, ou seja menor insolação e redução da radiação solar
global.
➢ entre os arquipélagos, a Madeira tem valores de insolação e radiação solar mais
elevados que os Açores.

Os fatores condicionantes da variação da radiação solar no território nacional


Fatores climáticos:
➢ latitude: é um fator fundamental para explicar os contrastes da radiação e da
insolação solar, que varia de norte para sul.
○ A latitude em Portugal faz com que o ângulo de incidência nunca seja o
máximo. Contudo, a menor latitude no sul do continente, faz com que o
ângulo de incidência dos raios solares seja superior aos do norte do
continente.
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➢ a influência do relevo
○ altitude: faz aumentar a radiação solar e a insolação. Sendo esta mais
elevada:
■ a massa atmosférica a atravessar pelos raios solares diminui;
■ à um decréscimo a absorção da radiação solar.
Mas os lugares de maior altitude , estão associados à nebulosidade, logo à uma
diminuição dos valores de insolação e de radiação solar. Logo à medida que a altitude
aumenta à um aumento de nebulosidade, logo há uma redução da insolação e da radiação
solar à superfície da Terra.
○ a orientação das montanhas em relação aos raios solares
■ Em Portugal as vertentes das cordilheiras montanhosas voltadas:
● a norte são as umbrias, ou seja, têm menos horas de sol por
dia e recebem uma menor radiação solar por unidade de
superfície, e como estão expostas a norte o ângulo de
incidência dos raios solares é menor.
● a sul são soalheiras, ou seja, têm mais horas de sol por dia e
recebem uma maior radiação solar por unidade de superfície,
e como estão expostas a sul o ângulo de incidência dos raios
solares é maior.

➢ a influência da proximidade ou afastamento do oceano: é uma fonte de vapor de


água, favorecendo assim o aumento da humidade e a nebulosidade. Como as
nuvens absorvem e refletem parte da radiação solar incidente, as regiões próximas
do mar registam uma menor insolação e uma menor radiação solar do que as mais
afastadas.
○ Logo o litoral, devido à maior proximidade do mar, regista ao longo do ano,
uma maior nebulosidade do que o interior, sobretudo as regiões a norte do
rio Tejo.

A distribuição da temperatura no território nacional


A variabilidade anual e espacial da temperatura
O comportamento das temperaturas à superfície da Terra está relacionado com a
radiação solar global, logo quanto mais elevada for a radiação solar, mais elevada será a
temperatura, e vice-versa.

➢ regime térmico: é a variação habitual da temperatura de um lugar ao longo do ano.


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O regime térmico de Portugal acompanha a variação da radiação solar global ao


longo do ano.
➢ Ao longo do ano, os valores da temperatura média mensal são:
○ mais baixos: meses de inverno
○ mais elevados: meses de verão

➢ temperatura média mensal: média aritmética dos valores de temperatura média


diária registados ao longo do mês.
➢ temperatura média diária: média aritmética dos valores de temperatura registados a
diferentes horas do dia.

Independentemente da variação da temperatura média ao longo do ano e da


estação do ano, verifica-se alguns contrastes regionais, nomeadamente:
➢ entre o norte e o sul, mais acentuado no inverno: o sul registra temperaturas médias
mais elevadas que o norte do país, ou seja à uma diminuição de temperaturas
médias em latitude.
➢ entre o litoral e o interior, no verão: o litoral regista temperaturas mais amenas e o
interior valores mais elevados, com exceção das áreas de maior altitude; no
inverno: o litoral as temperaturas registam valores mais elevados, destacando-se o
algarve litoral, do que no interior, nomeadamente as áreas de maior altitude.

Os valores mais elevados registam-se:


➢ Algarve;
➢ Alentejo Oriental.

Os valores mais baixos registam-se:


➢ Norte;
➢ Áreas de maior altitude.

➢ Temperatura média anual: média aritmética dos valores de temperatura média


mensal ao longo do ano.

Os fatores condicionantes da variação da temperatura no território nacional


Os fatores que atuam na variação da temporal e espacial da insolação e da radiação solar
global:
➢ latitude: a temperatura média anual diminuiu de sul para norte, variando no sentido
contrário ao da latitude.
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○ no norte do território continental, a temperatura média anual é inferior a do


sul, devido a sua maior altitude porque:
■ o ângulo de incidência dos raios solares é menor e a massa
atmosférica é maior, provocando um menor dia natural, uma menor
insolação e radiação solar, levando ao decréscimo na temperatura.

○ no sul do território continental, a temperatura média anual é superior que a


do norte, devido:
■ ao maior ângulo de incidência dos raios solares e uma menor massa
atmosférica, provocando um maior dia natural, uma maior insolação e
radiação solar, levando ao aumento da temperatura.

➢ o relevo: a temperatura média anual mais baixa registrada no norte do país ,


também é devido às áreas de montanhas, ou seja, não é só a latitude que influencia
mas também o relevo.
○ altitude: à medida que a altitude aumenta a temperatura diminui, devido:
■ ao decréscimo em altitude de vapor de água, do dióxido de carbono,
das partículas sólidas e líquidas, provocando uma diminuição da
absorção, que leva a uma diminuição da temperatura.

○ orientação geográfica das cordilheiras montanhosas


■ aos raios solares
● Em Portugal as vertentes soalheiras(voltadas para sul),são as
que têm temperaturas mais elevadas, contrariamente às
umbrias(voltadas para norte). O contraste é mais acentuado
no inverno.

■ À linha de costa: a orientação das cordilheiras montanhosas em


relação à linha de costa pode contribuir um obstáculo à passagem
dos ventos húmidos de Oeste, por outro lado, pode favorecer a
passagem. Assim:
● montanhas concordantes: contribuem um obstáculo à
passagem para o interior aos ventos húmidos de Oeste,
tornando-os mais secos.
● montanhas discordantes: são perpendiculares ou oblíquas em
relação à linha de costa permitem assim que os ventos
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húmidos de oeste entrem mais facilmente nas regiões do


interior, amenizando assim a temperatura.

○ proximidade ou afastamento do oceano: a influência do oceano Atlântico é


um fator relevante na variação regional da temperatura. O oceano exerce
uma ação moderadora sobre a temperatura, assim:
■ as áreas mais próximas do oceano Atlântico, têm uma maior
influência dos ventos húmidos do Oeste, provocando a amenização
da temperatura ao longo do ano na faixa litoral. Assim a influência do
ar húmido marítimo vai diminuindo:
● de norte para sul, devido ao traço da linha de costa que recua
para este;
● oeste para este, à medida que aumenta a distância ao
Atlântico.
➢ Em termos anuais a temperatura vai ser mais elevada no verão e mais baixa no
inverno, nas regiões do interior, pela influência:
○ no inverno: das massas de ar frio e seco de Leste, provocando um
decréscimo na temperatura, na região do interior.
○ no verão: das massas de ar quente e seco do Leste, provocando um
aumento na temperatura, na região do interior.

➢ Se é menor a distância ao oceano, menor é a amplitude térmica anual. Se for maior


a distância ao oceano, maior é a amplitude térmica anual.
○ correntes marítimas
■ correntes quentes;
■ correntes frias.

➢ amplitude térmica anual: é a diferença entre a temperatura média do mês mais


quente e a temperatura média do mês mais frio.

➢ amplitude térmica diurna: é a diferença entre a temperatura máxima e a temperatura


mínima registadas ao longo do dia.
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➢ As regiões com menor amplitude térmica


anual, <8ºC, são as mais próximas do oceano,
nomeadamente o centro litoral.
➢ As regiões com maior diferença entre
temperatura média do mês mais quente e do
mês mais frio, >18ºC, têm uma maior distância
do oceano, estendendo-se ao longo da faixa
fronteiriça, destacando-se:
○ a região do nordeste, por estar
protegida da influência dos ventos
húmidos do Oeste pelas montanhas
concordantes. E estar mais exposta
aos ventos secos e frios no inverno, e
secos e quentes no verão vindos do
leste.
○ a região do vale superior do Tejo que
está abrigada dos ventos do Oeste pelo
sistema montanhoso.
○ o vale do Guadiana, devido à influência
dos ventos de Leste.

Os recursos hídricos
A especificidade do clima português
➢ A água é um recurso natural vital para a vida no planeta, é um fator fundamental nos
sistemas naturais e é um recurso insubstituível.
○ é necessário para o desenvolvimento das atividades como:
■ agricultura;
■ indústria;
■ turismo;
■ uso doméstico;
■ transportes.

➢ O aumento do consumo é constante.


➢ O aumento do consumo de água por habitante está relacionado:
○ a crescente industrialização;
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○ ao aumento da população mundial;


○ à melhoria da qualidade de vida da população.
➢ Em Portugal, o consumo de água é mais elevado no litoral do que no interior, devido
à maior concentração de população e atividades económicas.

➢ A água é distribuída por três grandes reservatórios:


○ oceanos: é a principal reserva;
○ continentes: é a segunda maior reserva;
○ atmosfera: contém água sob a forma de vapor.

➢ De 71% de água só 1% pode ser utilizada para o homem, não pode ser utilizada ou
tem utilização limitada:
○ água dos oceanos é salgada;
○ nos continentes:
■ água doce superficial encontra-se no estado sólido;
■ água subterrânea está a mais de 800 metros de profundidade.

➢ Ciclo da água
○ Em cada fase, a água é transferida por evaporação para a atmosfera e
regressa a Terra por precipitação. Assim a água:
■ na superfície terrestre, é transferida por evaporação para atmosfera a
partir dos oceanos e continentes.
■ na atmosfera, condensa-se formando nuvens, para voltar para a
superfície terrestre por precipitação.
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■ na superfície da terra, a água é reenviada para a atmosfera,


infiltrando-se no solo que sofre um escoamento subterrâneo até
chegar aos rios ou lagos, onde uma parte é evaporada e outra chega
aos oceanos, sendo retida no solo e pelos seres vivos, mas acaba
sendo direta ou indiretamente, canalizada para os oceanos onde volta
de novo a evaporar.

A estação seca estival


➢ A atmosfera é constituída por gases.

➢ pressão atmosférica: é a força que o ar atmosférico exerce por unidade de


superfície.
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➢ A carta sinótica ou meteorológica, é onde são traçadas as isóbaras, que com estas é
possível identificar os campos de pressão, centros de altas pressões ou anticiclones
e centros de baixas pressões ou depressões barométricas.

➢ Centros de Altas pressões: são organismos isobáricos fechados, em que a pressão


aumenta da periferia para o centro e é mais elevada no centro.
➢ Centros de baixas pressões: são organismos isobáricos fechados, em que a pressão
diminui da periferia para o centro e a pressão é mais baixa no centro.

➢ Os centros barométricos, de baixas e altas pressões, têm uma grande influência no


estado do tempo.
○ Altas pressões: são divergentes e subsidentes.
■ O ar desce em altitude, comprime-se, provocando o seu aquecimento
e a redução da humidade relativa, afastando o ar do ponto de
saturação.
■ Estado do tempo: céu limpo e tempo seco.

○ baixas pressões: são convergentes e ascendentes.


■ O ar converge à superfície e ascende em altitude, provocando a sua
expansão, arrefecimento e aumento de humidade relativa, podendo
atingir o ponto de saturação e condensar
■ Estado do tempo: céu muito nublado, precipitação, vento moderado
ou forte.
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➢ Existe então, uma variação zonal dos centros barométricos, verificando-se uma
intercalação, nos dois hemisférios, entre baixas e altas pressões em latitude.

➢ Portugal, devido a sua localização geográfica sofre uma influência mais direta de
duas massas de ar:
○ massa de ar frio polar: formam-se nas altas altitudes junto aos polos ou nas
regiões subpolares.
○ massa de ar quente tropical: origem junto ao equador ou nas regiões
subtropicais ou tropicais.
➢ frente polar: é quando há o confronto entre duas massas de ar. No hemisfério norte,
a massa de ar frio polar é transportada pelos ventos de Leste, deslocando-se para
sul e a de ar quente tropical, transformada pelos ventos de Oeste, desloca-se para
norte.
○ Esta desloca-se para norte no verão e para sul no inverno, atingindo a
latitude de Portugal Continental, deixando o país sob a influência das
perturbações frontais da frente polar condicionando os estados do tempo que
se fazem sentir durante o inverno.
○ Quando esta evolui para uma perturbação frontal é possível individualizar
três setores:
■ setor de ar frio polar anterior;
■ setor de ar quente tropical;
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■ setor de ar frio polar posterior.


● Estes setores são separados pela:
○ frente quente: entre o ar quente tropical e o ar frio polar
anterior;
○ frente fria: entre o ar frio posterior e o ar quente
tropical.

➢ Da constante interpenetração das duas massas de ar verifica-se que surge:


○ frente quente: quando o ar quente
substitui o ar frio. Esta tem uma
inclinação pouco acentuada, e o ar
quente desloca-se lentamente
sobre o ar frio, dando origem à
formação de nuvens de fraco
desenvolvimento vertical e a
precipitação sob a forma de
chuviscos.

○ frente fria: quando o ar frio


substitui o ar quente. Esta tem
uma inclinação mais acentuada,
levando a formação de nuvens de
grande desenvolvimento vertical
que dão origem a aguaceiros e
trovoadas.
➢ As perturbações da frente polar são mais nítidas e vigorosas no inverno.
Deslocando-se sempre de oeste para este, em alguns casos de sudoeste para
nordeste, porque são transportados pelos ventos de Oeste e, por isso, também
sofrem o efeito da força de Coriolis.

➢ Portugal vai em consequência da circulação geral da atmosfera, ser:


○ no inverno: mais afetado pelos centros de baixas pressões subpolares, por
massas de ar frio polar e por perturbações da frente polar;
○ no verão: mais influenciado pelos anticiclones subtropicais e por massas de
ar quente tropical.
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➢ Estados do tempo mais frequentes no inverno:


○ Céu muito nublado, precipitação relativamente elevada e vento moderado ou
forte. Esta estação é atingida por baixas pressões subpolares e por
perturbações de frente polar. A temperatura baixa deve-se à menor
insolação,à menor duração do dia natural, à maior massa atmosférica a
atravessar pelos raios solares e ao menor ângulo de incidência dos raios
solares.

➢ Estado do tempo mais frequentes no verão:


○ Céu limpo ou pouco nublado, precipitação escassa, vento fraco e
temperatura elevada. Esta estação é influenciada pelo anticiclone subtropical
dos Açores. A temperatura elevada deve-se ao maior ângulo de incidência
dos raios solares, à maior duração do dia natural, à menor massa
atmosférica a atravessar pelos raios solares, à maior insolação e à influência
da massa de ar quente tropical que atinge o território.

A irregularidade intra-anual e interanual da precipitação


➢ Para ocorrer precipitação tem de haver a ascensão do ar. A precipitação pode
classificar-se com os processos que obrigam o ar a ascender, que em Portugal só à
três:
○ orografia: é a ascensão do ar ao longo das vertentes das montanhas.
○ convectiva: é a ascensão do ar causada pelo aquecimento, após ter contacto
com uma superfície mais quente.
○ frontal:é a ascensão do ar devido ao contacto de duas massas de ar
diferentes.

➢ As causa da variação da precipitação:


○ no outono e inverno:
■ os elevados quantitativos pluviométricos devem-se à influência das
baixas pressões subpolares, à influência dos sistemas frontais e à
baixa temperatura, levando a que o ar atinja fácil a saturação.
○ na primavera e verão:
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■ os baixos quantitativos pluviométricos devem-se à influência do


anticiclone subtropical dos Açores, à influência da massa de ar
tropical, à elevada temperatura e ao deslocamento para norte das
baixas pressões.

➢ Em Portugal Continental, a precipitação


aumenta à medida que a latitude aumenta,
diminuindo do litoral para o interior. Os
valores mais elevados registam-se no
nordeste e nas cordilheiras centrais. Os
valores mais baixos registam-se no Algarve,
na faixa oriental do Alentejo e no vale
superior do Douro.

➢ Os fatores do clima:
○ latitude:
■ no norte a precipitação é mais elevada porque sofre maior influência
das perturbações da frente polar.
■ no centro a precipitação é menor porque está mais afastada das
perturbações da frente polar, é influenciada pelos anticiclones
subtropicais e pela massa de ar quente e seca formada no Norte de
África e as temperaturas mais elevadas afastam o ar da saturação.

○ altitude:
■ no norte e centro a precipitação é mais elevada porque têm um relevo
mais acidentado e de maior altitude.
■ no sul a precipitação é menor porque têm um relevo menos
acidentado e de menor altitude, mas no sul do Tejo registam valores
mais elevados devido à altitude ser superior.
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○ orientação das vertentes


■ no noroeste a precipitação é mais elevada porque existem montanhas
concordantes, constituindo um obstáculo à propagação dos ventos
húmidos de oeste para o interior.
■ no nordeste a precipitação é menor porque estão protegidos dos
ventos húmidos de oeste, pelas montanhas concordantes do
noroeste, que quando chegam a esta região já estão muito secos. E
esta região também têm influências dos ventos secos de Leste.
■ nas cordilheiras centrais a precipitação é elevada porque à uma maior
altitude e são discordantes.

○ distância ao atlântico ou correntes marítimas


■ no litoral a precipitação é mais elevada porque tem uma maior
influência do Atlântico, reforçada pelas correntes quentes, colocando
as áreas com menor continentalidade sujeita à influência dos ventos
do oeste, carregados de húmidade.
■ no interior a precipitação é menor porque têm uma maior
continentalidade, levando à menor influência dos ventos húmidos
umas vez que estes vão perdendo humidade, devido às precipitações
que vão descansando.

O clima de Portugal
➢ O sul do país, principalmente o litoral algarvio, é a região com características
mediterrâneas mais vincadas. No litoral ocidental a temperatura é mais amena e a
humidade é superior ao interior alentejano, que é mais quente e seco.

➢ Assim, à medida que:


○ aumenta a latitude, os invernos suaves do clima mediterrâneo vão dando
lugar aos invernos mais frios e mais pluviosos. Logo o clima passa a ter uma
influência marítima no litoral, acentuado para norte, visíveis pelas
precipitações mais abundantes e a amenidade térmica.

○ aumenta a distância ao oceano Atlântico, o clima maditerrêneo tem uma


feição continental que é mais acentuada no norte interior, onde a amplitude
térmica é mais elevada e a precipitação inferior à do litoral.
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○ aumenta a altitude, sobretudo no norte e centro, têm um clima típico de


montanha, acentuado em função das respectivas cotas máximas.

➢ Portugal tem um clima mediterrâneo, que lhe confere a existência de um período


seco estival.
➢ Este período surge no território continental e em particular em todo o território
insular, final de primavera e o início do outono.
➢ O período seco estival é devido à irregularidade anual e espacial da precipitação,
muito importante para as reservas hídricas superficiais e subterrâneas.

As disponibilidades hídricas
➢ Ao longo do ano:
○ as maiores disponibilidades hídricas são nos meses de inverno e outono,
devido aos maiores quantitativos pluviométricos.
○ as menores disponibilidades hídricas são nos meses de primavera e verão,
devido a diminuição dos quantitativos pluviométricos. No verão atingem os
valores mínimos.

➢ Em termos espaciais:
○ nas áreas mais húmidas os valores de precipitação são mais elevados,
nomeadamente:
■ norte litoral e as áreas montanhosas: o relevo mais acidentado,
provocando valores de precipitação elevados.
○ nas áreas mais secas têm menores quantitativos pluviométricos, destacando-
se:
■ sul do Tejo: a precipitação decresce para sul e para o interior. A
região do Guadiana e do Douro são as mais secas do território.

Os recursos hídricos superficiais e subterrâneos


➢ Rede hidrográfica de Portugal Continental caracteriza-se:
○ por uma orientação de este-oeste; nordeste-sudoeste, ou seja, acompanha a
inclinação geral do relevo, à exceção do rio Sado e do rio Guadiana, que
escoam de sul para norte e de norte para sul;
○ por a norte ter rios de maior declive e caudal, e a sul ter rios de declive
menos acentuados e de menor caudal;
○ dominada pelos rios luso-espanhóis: Douro, Tejo, Guadiana, Lima e Milho.
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○ rios exclusivamente nacionais mais importantes: Mondego, Sado, Vouga,


Cávado, Ave, Lis, Mira e o Zêzere;
○ maiores bacias hidrográficas nacionais: Sado, Mondego e Vouga;
○ maior bacia hidrográfica é a do Tejo.

➢ O relevo e o clima promovem o contraste entre as redes hidrográficas do Norte e do


Sul, logo as redes hidrográficas:
○ norte: são mais densas, rios com maior caudal e escoam em vales mais
estreitos, profundos e de maior declive;
○ sul: têm menos rios, o caudal menor e mais irregular e escoam em vales
pouco profundos, largos e com um menor declive.

➢ Curso superior: curso de água à nascente.


○ domina o desgaste, sendo a altitude e os declives mais elevados a montante,
provoca uma maior força de corrente.
○ tipo de vale:
■ “V” fechado: vales mais encaixados e profundos.
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➢ Curso médio: secção intermédia.


○ domina o transporte. Os materiais mais pesados, vão sendo depositados ao
longo do percurso, à medida que o declive diminui, provocando um desgaste
considerável nas vertentes.
○ tipo de vale:
■ “U” aberto: vale vai-se tornando menos profundo, menos encaixado e
mais largo.

➢ Curso inferior: seção final de um curso de água,


○ domina a acumulação dos materiais transportados pelo rio, devido a altitude
e o declive serem fracos os cursos de água perdem capacidade de
transporte.
○ tipo de vale:
■ aberto em caleira aluvial: muito largos e pouco encaixados.

➢ O regime dos rios nacionais é condicionado por fatores:


○ fatores naturais:
■ clima;
■ relevo;
■ natureza dos terrenos;
■ coberto vegetal.
○ fatores humanos:
■ construções;
■ alterações do coberto vegetal.

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