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CORTELLA, Mario.

A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos – 7


ed. Cortez: São Paulo, 1998.

Em A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e político, publicado pela


editora Cortez em 1998, Cortella faz uma reflexão sobre o conhecimento e os seres humanos,
mostrando que nós estamos sempre aprendendo, evoluindo, mesmo que tenha questões que
não somos capazes de responder. Segundo o autor, é essa capacidade de aprender que nos
diferencia dos outros animais, já que não temos ferramentas naturais para lutar, caçar, se
proteger do frio e etc. Na opinião dele, com toda a certeza somos bem mais frágeis, pois nossa
pele é fina, unhas são fracas e os dentes são retos, ou seja, somos presas fáceis aos predadores,
mas a grande questão é como conseguimos sobreviver e evoluir se somos tão fracos
fisicamente. Logo, logicamente, nós conseguimos sobreviver porque podíamos criar
ferramentas, abrigos, coisas para nos protegermos, então o que nos ajudou a sobreviver foi a
nossa capacidade de aprender e o conhecimento, que provavelmente foi passado de um
indivíduo a outro. Esse á apenas um capítulo do livro do Cortella, que possui 18 páginas e é
dividido em quatro subtítulos.

No capítulo I – Humanidade, cultura e conhecimento antes de explicar os pontos


específicos o autor faz uma breve explicação sobre o conhecimento e a ciência mostrando que
o conhecimento é muito vasto e possui várias maneiras de ensinar, muitas coisa para ensinar
e aprender.

No Subtítulo I – O que significa ser humano? Nessa primeira parte Cortella, mostra que
ninguém nunca conseguiu definir o que é ser humano. E com alguns fatos que não temos
certeza, mas que já foi estudado pela ciência, o autor faz uma reflexão sobre nossa existência
no planeta Terra e como somos pequenos em relação ao universo que é imenso e infinito, ao
comparar com a Terra.
Contudo, Cortella também pontua que, provavelmente, o ser humano é o único animal que
sabe que vai morrer, pois sabe que todos morrem. No entanto, ele diz que esse fato não nos
agrada muito, então nós tentamos afastá-lo com Crenças, religiões e Arte. Para ele a
inspiração é o início da vida e a expiração é o final dela.
Então, ele nos leva a uma reflexão de por que existimos. Se nós vivemos em um meio cruel.
Que, listou como é a vida de um ser humano comum, caso viver até seus 60 anos. Logo, nós
somos construtores da nossa vida, construtores de nós mesmos, ou seja, podemos construir
quem queremos ser, e não deixar a nossa vida ser angustiante e em vão.
No Subtítulo II – Um passeio pelas nossas origens é feito uma linha temporal voltando aos
nossos ancestrais. O autor, começa pontuando que nós seres humanos, não cuidamos tão bem
da terra para a manutenção da vida. Também é apresentado que nós seres humanos somos
muito frágeis em comparação aos outros animais, já que nossa pele é fina, somos lentos e
somos fracos, e morremos se ficarmos alguns dias sem comida, sem água e então,
determinado pelo autor, não temos nenhum “equipamento natural”.
Sendo assim, nos transformamos em um animal que fez seu próprio ambiente e sua própria
vida. Houve um processo de evolução de aproximadamente 22 milhões de anos. Um exemplo
trazido do texto é que nossos ancestrais tinham uma grande dificuldade em se locomover, pois
eram muito lentos para conseguir capturar os alimentos e isso os deixavam mais vulneráveis
aos predadores. Então ficaram sobre duas patas, com a coluna ereta o que facilitou a
locomoção, deixou as mãos livres, aparentavam ser bem maiores e isso espantava os
predadores. E essa evolução, trouxe muitos benefícios, pois aumentou o campo de visão, o
focinho diminuiu e ainda possibilitou de ver as coisas em três dimensões, o que ajudou na
sobrevivência dos hominídeos.
Portanto, essa evolução foi um processo muito importante para a nossa espécie, e para o autor
esse ambiente que nós produzimos e que somos produtores é a cultura.

No Subtítulo III – Cultura: o mundo humano como foi dito anteriormente, a cultura é o
que foi produzido. Para Cortella adaptar-se é morrer, pois adaptar-se é submeter-se sobre
circunstâncias que não podemos mudar. Para ele, a relação do homem com a natureza é
recíproca, porque se interferirmos nela, ela interfere conosco. Isso se dá através da ação, a
ação transformadora, que todos os humanos possuem, e que dá a possibilidade de moldar o
nosso ambiente.
Portanto, não faz sentido falar que alguém não tem cultura, já que, todos os seres humanos
estão inseridos na cultura, porque é nela que aprendemos valores, crenças, regras,
conhecimentos e etc. E também a cultura é produzia e reproduzida através de bens.
Mas, a cultura é algo que produzimos, ou seja, não é hereditária, podemos mudá-la, caso seja
necessária. Entretanto, é impensável viver sem conhecimento, sendo que é ele que constrói
nosso entendimento e para isso, tem como método de reprodução a educação.
No Subtítulo IV – Conhecimentos e valores: fronteiras da não-neutralidade Cortella, fala
que a intenção de todos os seres vivos é continuar vivo; Porém, nós seres humanos não
achamos isso motivo suficiente para vivermos, e queremos sempre mais conhecimento, um
verdadeiro motivo pelo qual, queremos viver. Nossos valores, conhecimentos e preconceitos
são importantes para que possamos mudar, pois a nossa vida é baseada em mudança, uma vez
que, o ser humano é capaz de ser diferente dos outros, porém certos pontos só podem ser
compreendidos se ele estiver inserido na diferença, se ele vivenciar aquilo.
Portanto, as instituições sociais são importantes para nós, dado que elas conservam e inovam
valores, conceitos da nossa vida, por isso tem uma importância grande para a nossa
sobrevivência.
Já os educadores devem compreender que os valores não são da natureza humana e imóvel,
são moldáveis, ou seja, deve-se conduzir as pessoas para o que é diferente delas, para
aprenderem. Portanto, na atualidade, é necessário relativizar os conhecimentos, porque foram
descobertos em outras épocas, visto que, o conhecimento está em constante progresso.

Mario Cortella aborda, de maneira reflexiva, seu modo de pensar sobre o conhecimento e
sobre o que somos e quem somos, fazendo um regresso aos nossos antecessores os dias atuais.
Mostrando que nossa vida está em constante evolução e progresso, querendo ou não, que nós
construímos a cultura, para organizar o nosso modo de vida, garantir a nossa sobrevivência, já
que todos nós somos inseridos nessa cultura, através da família, religião, escola e etc... Porém,
isso ainda não é o suficiente para que a nossa vida valha a pena, pois queremos sempre mais,
queremos um motivo pelo qual viver a vida, esse motivo é o conhecimento. O conhecimento é
muito importante, em qualquer área da vida, conhecimento nunca é suficiente.

Esse capítulo do livro A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos


tem como público alvo os docentes, discentes de qualquer área, porém é um capítulo que
poderia ser lido por qualquer pessoa, para refletir sobre sua vida, sobre a sociedade e até
mesmo perder o preconceito sobre o conhecimento ser algo fechado e limitado.

Mario Sérgio Cortella é filósofo, escritor, palestrante, professor da Pontifícia Universidade


Católica de São Paulo (PUC-SP). É autor de várias obras no ramo da educação da filosofia.
A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos é uma de suas principais
obras.
Gabriele Caroline Pereira, estudante do curso de licenciatura em matemática no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).

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