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FUNDAÇÕES D E LINHAS D E TRANSMISSÃO

EVOLUÇÃO, ESTADO D A ARTE E BUSCA DE SOLUÇÕES

Roberto Felizardo Moreno


ELETROPAULO

RESUMO: raros ensais de campo.


Desta primeira fase, ressaltam-se os métodos de
Atualmente a humanidade passa por profundas Sulzberger, para estimativa de esforços limites de torneamento de
transformações, em praticamente todas as áreas. Valores, postes e o de Cone, para avaliação da capacidade de carga á
conceitos e certezas estão sendo substituídos por novos bacio.
paradigmas.
Após a publicação do livro "Theorical Soil Mechonics" por
Nas empresas em particular e, nos governos em geral, a
Terzagni, uma verdadeira revolução foi introduzida na área de
maioria destes novos modelos estão associados ás limitações dos
geotecnia em geral e fundações em particular.
recursos económicos.
Os reflexos foram imediatos, uma vez que ocorreu a
Gerência de qualidade total, técnicas do solução de
prmeira sistematização das metodologias de cálculo sob bases
problemas, busca de soluções não convencionais, entre outros, são
cientificas e, em consequência disto, ocorre o primeiro impacto em
os caminhos adotados para conciliar a escassez de recursos com a
termos de redução dos custos das fundações das linhas de
escala de prioridades para investimento.
transmissão.
E, é nesta linha de abordagem que o presente trabalho foi O crescimento da demanda de energia elétrica suscitou a
desenvolvido. necessidade de linhas de transmissão com maior capacidade de
Na primeira parte apresenta-se breve relato histórico sobre transporte de energia, mais extensas e com maior carregamento
as fundações das linhas de transmissão, onde são salientados os mecânico.
marcos divisórios, os avanços da técnica, a importância de Em correspondência, houve majoração significativa dos
pesquisas e sugestões para implementá-las. carregamentos transmitidos às fundações.
Na segunda parte, são apresentados alguns tópicos A figura 1, retrata 2 fundações em grelha de épocas
relativos ao uso de fundações não convencionais, onde se busca diferentes.
fundamentalmente a redução dos custos das mesmas.
É apresentado ainda procedimento sjmples e eficiente para
padronização de fundações, o qual tem facultado substancialmente
as etapas de dimensionamento de fundações, além de ter se
mostrado bastante prático para utilização durante a construção das
linhas de transmissão.
Por último apresenta-se processo alternativo para avaliação
da capacidade de carga de fundações tracionadas, o qual baseia-se
nas características geométricas das fundações e na "resistência" do
solo, indicada nos relatórios de sondagem através do SPT.
PALAVRA-CHAVE:

Fundações - Traçâo - Padronização - Custo (1975)

1. HISTÓRICO DAS LT'S N O BRASIL Figura 1

No inicio das linhas de tansmissão no Brasil, os Em paralelo, o desenvolvimento da indústria propiciou a


procedimentos de projeto e execução de fundações seguiram as fabricação de novos equipamentos, os quais vieram facilitar
sistemáticas em uso nos paises mais desenvolvidos, tais como sobremaneira as etapas executivas das fundações. Equipamentos
Inglaterra e Estados Unidos. para perfuração de estacas, de tubulões com alargamento de base
A Mecânica dos Solos ainda não lia via sido estruturada por e, campânulas pneumáticas entre outros, são exemplos do
Terzagni e, por conseguinte, as fundações seguiam bases primoramento da técnica executiva.
totalmente empíricas, com alguns melhoramentos introduzidos por Em seguida, o advento dos computadores veio a proceder

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2

"ao segundo impacto na área de geotecnia, já que tornou possivel o 2.1- Tubulâo com fuste oco
tratamento matemático de métodos de cálculo até entiio <

impossíveis de serem tratados simplificadamente. Visa a redução do volume de concreto dos tubulões, uma
O trabalho conjunto empreso/universidade, permitiu o vez que, a seção mínima de 0,80 m de diâmelro é adotada
desenvolvimento conjunto de pesquisas que trouxeram novos unicamente por condições executivas.
horizontes à interpretação de mecanismo de transferência de carga O vazio no interior dos tubulões pode ser obtido com o uso
em fundações. de formas internas. Entretanto, idêntico resultado pode ser obtido
Datam deste período o Método dos Elementos Finitos, o com inclusão de pneus usados, conforme indicado na figura 2.
Método das Universidades de Grenoble e de Duke para cálculo de M>
traçâo em fundações, a análise não linear, entre outros.
Em cada época, o aprimoramento tecnológico tomou -t—r
possível a solução de problemas que se mostravam como desafios V-fVOUkM .1,71
á geração anterior.
Todo este desenvolvimento, é devido àqueles que sempre V-0,.4m3

procuraram fazer algo a mais, contribuindo de alguma forma para Vch*fe-2.71 « 3


tornar mais compreensível o entendimento da natureza.
Entretanto, ainda hoje, aqueles que mihtam no cálculo de n á u f l * - 24 W

fundações de LT's, se defrontam com deficuldades oriundas do


desconhecimento do sub-solo em profundidade, uma vez que a
única informação disponível, na grande maioria dos casos, são
relatórios de sondagem SPT.
Para os casos de esforços de compressão, dispomos de
correlações razoavelmente bem ajustadas. Da mesma forma, a
estimativa da capacidade de carga de estacas também é facilitada Figura 2
com o uso de correlações com SPT. Desta forma, além de reduzirmos o custo das fundações, se
Por outro lado, o comportamento das fundações sob cargas estará contribuindo para ajudar a solucionar parte do problema do
horizontais, bem como a determinação da capacidade de carga de lixo urbano, constituído de pneus descartados.
fundações tracionadas, ainda apresentam dificuldades para serem
Apenas como informação, a produção anual de pneus no
correlacionadas de forma expedita. Brasil é de cerca de 25 milhões de unidades. Nos Estados Unidos,
O item 4 do trabalho apresenta uma tentativa de aproximadamente 250 milhões de pneus são jogados fora por ano.
equacionamento da capacidade de carga á traçSo. Existem bilhões de pneus atulhando os depósitos de lixo norte-
Outro aspecto que merece a atenção dos engenheiros como americano. O pneus não é biodegradável.
um todo, é a situação por que passa os paises do 3. Mundo, Na Eletropaulo, estamos fazendo uso de pneus para
carentes de recursos e, com tantas prioridades a serem resgatadas. execução de obras de contenção de taludes tipo gabião, sendo que
Neste ponto, até certo ponto é contraproducente toda a os pneus tem a mesma função que a gaiola de arame galvanizado.
mecanização existente pois, de fato, o que precisamos é garantir
oportunidade para aplicação de mão de obra, bastante disponível 2.2- Tubulâo com fuste reduzido
neste paises, que não podem e não deve ser substituída pela
máquina, sob pena de termos ampliada a crise social destes países. Conforme salientado no item 2.1, adota-se, por razões
A aplicação da mecanização deve ser gradativa, com executivas o valor 0,80 m como diâmetro mínimo dos tubulões.
geração de novos campos de utilização desta mão de obra, com Com isto, todo o volume remanescente da escavação é
implementação da educação e da cultura, pelo Estado, de forma a preenchido com concreto, levando a um volume final muito
atingirmos o 3. Milénio, com sociedades realmente justas e bem superior ao efetivamente necessário.
organizadas. A figura 3, apresenta alternativa que objetiva reduzir o
volume de concreto em tubulões, acarretando com isto, menor
2. ALTERNATIVAS PARA FUNDAÇÕES DE LT'S
custo final das fundações.
Conforme salientado no resumo, são grandes as prioridades
existentes em nosso Brasil e, em função da escassez de recursos, é
imprescindível a implantação de politicas que visem
compatibilizar estes extremos.
Por outro lado, sabe-se que no Brasil, só na indústria de
construção civil, são perdidos, anualmente, cerca de 30% de todas
os custos envolvidos. Estas perdas, são consequência direta do
desperdício de material, do retrabalho e da ausência de diretrizes
que visem reduzi-las.
Outro aspecto agravante, é a carência de pesquisa, ou de
verbas destinadas às mesmas, dificultando desta maneira a
reciclagem de e ampliação de conhecimentos. Em consequência,
muito pouco de "novo" se tem realizado, confirmando as palavras
do Prof. Victor de Mello de que "... houve mais arrojo nos anos 50
e 60 do que hoje. "
Em linhas de transmissão, face ao carater repetitivo das Vc • 1,97 m* 0,62<n*
V t • 1.82 m > 2,86*1*
fundações, qualquer alteração de custo, pode levar à redução de 1

• 2 ,IB m
s

valores significativos no investimento global. A CUSTO • 4 0 %


Tendo em vista o quadro acima, apresentamos a seguir
algumas alternativas que visam precipuamente a redução do custo Figura 3

final das fundações, mantendo-se a confiabilidade a nível de O processo executivo é idêntico aos tubulões
performance. convencionais. Para estruturas que transfiram baixos esforços às
fundações, podem ser usados, como elementos de fuste, sobras de
3

estacas remanescentes de esfaqueamentos. implantação das fundações.


A reduç8o do volume de concreto, compensa com larga A Eletropaulo vem utilizando norma especifica para as
vantagem os custos de forma, eventual armadura de base e linhas de transmissão, a qual tem trazido sensíveis economias na
reaterro compactado, acarretando significativa redução no custo etapa de prospecção, sem comprometer a confieabilidade dos
das fundações. dados coletados.
A adequação das normas de sondagem para as LT's visam,
2.3- Fundações diferenciadas basicamente, delimitar as profundidades sondadas em valores
mais realistas, mediante a úitrodução de um critério deferenciado
Em trabalho anterior [Ref. 6], discutiu-se a aplicação de
para paralização das sondagens.
fundações diferenciadas, em função do tipo de solicitação.
O quadro I , resume o critério adotado pela Eletropaulo.
Na Eletropaulo, a aplicação desta sistemática, tem levado a QUADRO I
reduções significativas nos custos finais das linhas de transmissão,
principalmente em linhas urbanas, sujeitas a frequentes mudanças
CRITÉRIO PARA PARALISAÇÃO DE SONDAGENS
de alinhamento, caso onde os pés de traçao e compressão s.lo bem
caracterizados.
SENDO: L = profundidade a ser atingida pela sondagem
A figura 4 apresenta dois casos implantados pela N » SPT médio ao longo da sondagem
Eletropaulo em suas linhas de transmissão. N i = SPT relativo á profundidade (i)
Fundação
Eclaqueada
- L >= 8,00 m
• *
«...« N i - CRESCENTE
m m
* I • N i > = 8 (de 3,00 a 8,00 m) J — • L = 8,45 m
N >=20
8

Í 9
• i • L=10,45 ou impenetr.
N >= 4

C
3
• ^—•
• •
N i = CRESCENTE
LS_" L=12,45 ou impenetr.
- N (i=3a 1 0 ) > = 6 _ J
Tubulões não
15
Y N i >= 30 L = 15,45 m ou impenetrável
Figura 4 k

2.4- Afloramento em tubulões 20


£ N Í > = 15 L = 20,45 m ou impenetrável
Em locais de topografia acidentada, com frequência são
necessários afloramentos acentuados nos tubulões, visando
compensar o desnivelmento dos pés. Nestes casos, a condicionante - L = 25,45 m ou impenetrável
de dimensionamento das fundações, passa a ser o esforço
horizontal, o qual gera elevados momentos ao nível do terreno. - Se L impenetrável < 8,00 m "deslocar até 3 vezes"
Estes momentos acarretam dimensões elevadas para as
fundações, com acréscimos significativos do volume de concreto e Fiscalização
da porcentagem de armadura.
Para estOB locais, uma simples mudança na geometria do A grande maioria dos casos está contemplada neste quadro,
trecho aflorado do tubulâo, conforme indicado na figura 5, anula ficando a cargo do sondador a interpretação do critério.
ou reduz sensivelmente os momentos ao nível do solo
C" "
Para locais que indiquem comportamento atípico, o
aeompanliamento da execução das sondagens por um técnico de
LT's, tem sido suficiente par diriir eventuais dúvidas.

3. PADRONIZAÇÃO DE FUNDAÇÕES

Muito se tem dito até hoje sobre os benefícios e os pontos


negativos da padronização de fundações. Ganha-se em alguns
casos, enquanto que em outros, são cometidos deslizes contra a
economia.
Entretanto, grandes benefícios podem ser obtidos de uma
padronização, sem que haja desperdício de material. Pelo

\
contrário, uma padronização adequada, contribui para a redução
dos custos das fundações, além de permitir ao projetista das
mesmas uma otimização do tempo gosto no seu dimensionamento.
Figura 5 Anexo ao presente trabalho, e s t á sendo fornecida uma
Padronização de Tubulões, a qual tem atendido satisfatoriamente a
2.5- Sondagens em Linhas de Transmissão etapa de ante-projeto, tendo se mostrado adequada mesmo para o
Mesmo sendo exaustivamente usadas em projeto de projeto definitivo.
fundações de LT's, até hoje não existe uma norma de execução de Nela, são padronizados 49 tipos diferentes de tubulões,
sondagens específica para esta área. com os quais pode ser atendida a grande maioria dos projetos de
Ainda são utilizadas as normas gerais, indicadas para linhas de transmissão.
qualquer tipo de obra, sem levar em consideração as Conforme pode ser observado no desenho, são fixados
particularidades das LTb, em termos de ordem de grandeza das valores de diâmetro da base, profundidade, tensão admissível,
cargas envolvidas e profundidade do sub-solo afetado pela volume de solo solidário no arrancamento e, mediante o
4

conhecimento das cargas de compressão, traçâo e horizontal pode 4.2- Expressão adotada
ser escolhida a geometria mais indicada para o tubulâo, bem como
a armadura necessária para resistir a a estes esforços. Para obtenção da expressão que relaciona as variáveis,
Basicamente, todas as informações necessárias ao foram tentadas varias correlações, sendo que a fórmula abaixo
projetista de fundações estão al indicadas, permitindo ao mesmo, apresentou melhor consistência:
analisar rapidamente o impacto de eventuais alterações,
Outra vantagem da aplicação da padronização acima, (X = 0 { l i m [l-exp(-r.Z.(N+l))]
refere-se á redução dos documentos enviados ás equipes de
construçtto das L T s , uma vez que todas as mformações requeridas onde: N • SPT de referência ao longo da profundidade H
no campo, podem ser registradas no máximo em uma folha de r = fator de ajuste
Notas de Construção anexa a um Desenho Padrão, conforme
indicado na figura 6. 4.3- Base de dados
Evidentemente, nem todos os casos stto ou podem ser
contemplados numa padronização. Entretanto, a aplicação da Para aferição do método se procedeu a um levantamento
mesma, tem gerado shnplificações nas etapas de projeto e das provas de carga á tração executadas e que tenham sido
execução de fundações. Além disto, permite rápido e confiável publicadas em Congressos ou Seminários. Foram catalogados os
levantamento das quantidades envolvidas de escavação, concreto e resultados de 36 provas de carga, conforme tabela I .
armadura, para efeito de elaboração de planilhas de custo, uma vez
tenham sido implantadas em computador os tipos padronizados. Tabela I
Atualmente, está em . desenvolvimento padronizações
similares para as sapatas e fundações esfaqueadas. LOCAL TIPO QUANT. BIBLIOG

4. TRAÇÃO E M FUNDAÇÕES G 2
Neves T 2 6.5
Conforme ressaltado no item 1 deste trabalho, apesar de S 2
todas as pesquisas até hoje realizadas, ainda persisti certa
dificuldade para o calculo da capacidade de carga de fundações G 5
(racionadas, Itaipú T 5 6.3
Isto ocorre porque, para aplicação de métodos de eficiência
comprovada, desenvolvidos com embasamento teórico, tal como o
de Grenoble por exemplo, são necessárias iníbnnações relativas â Adrian.- T 6 6.4
resistência ( e , 0 ) do sub-solo que normalmente o projetista de Grajaú S 4
fundações não possui.
A inexistência destes dados está associada aos custos
envolvidos para sua obtenção. Bauru G 1 6.1
A única informação disponível silo relatórios de sondagem T 9
dos pontos de implantação das torres.
Por outro lado, o método de Cone, requer, para sua
4.4- Aferição
aplicação, a fixação do ângulo de arrancamento, parâmetro este
que pode variar sensivelmente em função da maior ou menor
Para aferição da expressão proposta, foram introduzidos
experiência do projetista.
valores para o fator (r), sendo que o valor 0,5 foi o que gerou
Face a esta situação, se procurou obter correlação empírica
melhor consistência entre os dados de ensaio e os de cálculo.
entre a capacidade de carga de fundações fracionadas e os dados
Da mesma forma, para a fixação do valor de N (SPT de
de aolo normalmente fornecidos pelas sondagens SPT.
referência), foram analisadas várias possibilidades, sendo que a
O resultado é um processo expedito, de fácil aplicação, oj
média geométrica, desprezando o SPT da base, foi a que
qual vem apresentando resultados bastante promissores, conforme
apresentou melhor aderência.
descrevemos a seguir.
Portanto:
Ao longo do texto, vale a seguinte nomenclatura:
r = 0,5
H = profundidade da fundação rtEi 1
B = dimensão da base da fundação (lado ou diâmetro) N - WT(SPT)i [1]
= angulo de arrancamento
Z = B/H Para o valor de 0(i, , foram realizadas várias simulações,
m

sendo que o valor de 30°, foi o que conduziu ao menor desvio.


SPT = resistência do solo obtida na sondagem á percussão A partir destes valores, a expressão [1] aBsume a forma:

4.1- Premissas adotadas (X = 30 [ 1 - exp( -0.5 . Z . (N+l))] [2]


- o angulo de arrancamento tem dependência diretada 4.5- Expressões de cálculo
resistência do solo, ou seja:
Para obtenção do volume de solo solidário á fundação, que
resiste ao arrancamento, utiliza-se a expressão do tronco de
SPT | —— (X | pirâmide ou cone
- a capacidade de carga tem dependência inversa da razão
V s = K . B . H . A - Vfund.
2 [3]
H/B da fundação, ou seja:
onde: *
K = J 1 p/sapatas e grelhas
<m\X | \/4p/tubulões
- o angulo «tende a um valor denominado fX\n
A = l + 2(H/B)tanrx+ (4/3)(H/B) tancX.
5

A capacidade de carga à tração é obtida pela expressão: tracionada, pala aplicação do método aqui apresentado, teremos:

T = 5 (Tb) [6]
Tb = V s | s + Pf [4]

4.6- Tabela comparativa CURVAS DE REGRESSÃO


CL-VOI ti 1. X Tb

Aplieando-se as expressões [1] e [2] , juntamente


com o cálculo de volume indicado em [3] , foram obtidas as
varias capacidades de carga (Tb) através da expressão [4]. A /
tabela I I apresenta as características geométricas das fundações, os
SPT's de referência, os ângulos de arrancamento obtidos, as cargas
/ •

de traçSo e os erros obtidos.


As cargas de ruptura de campo constantes na tabela, soo **
aquelas indicadas nos trabalhos correspondentes, conforme •
bibHografia.
Os valores de (T) e (£ ) da tabela, são analisados no item
4.7: • P
u
Tabela I I
1
Local N. Tipo H(m B(m N Jf(tf/m3, Te(tf) Tb(tf) &>(%) T(tf) $%)
Neves • 1 G 1.5 3,2 5 1.8 51,5 50,6 -1.7 61,9 20,1
2 S 0 100 200 300 400 300
2 2.6 5,7 1.8 73 59.6 -18.3 68,7 -5.8
Tb (ti)
3 T 1,4 4 5 1.6 57.3 48,3 -15,7 60 4.7 corgai d« tnialo t carga, aditada. ]i = lh
4 G 1.1 2.6 4 1.8 28.4 20,7 -27,1 34,8 22.5
5 S 1,4 2,6 4 1,8 38,6 32 -17 46.1 -32,7 Na tabela I I , são indicados os valores de T para cada
6 T 1.2 2.8 4 1.6 40.6 21,1 -48 35,3 -13 fundação, bem como os erros associados, notando-se que houve
ItalpO 7 G 2,8 2,9 5,6 1,86 •75 106 41,2 sensível redução nos mesmos, em relação aos erros a partir de Tb.
8 G 2.8 2.9 1.8 1.75 '75 80.6 7,4
9 G 2.8 2,9 3.6 1,85 *75 98,7 31,6
4.9- Conclusões
10 G 2.8 2.9 2.6 1.62 '75 80.9 7,8
11 G 2,8 2,9 3,5 1,78 •75 94.2 25.6
12 T 1.4 5.5 8.5 1,44 70 93.7 33,8 91.9 31.2 Apesar de baseado integralmente em critérios empíricos, o
13 T 1.4 5,5 3,5 1.63 100 61,1 -38,9 69.8 -30.2 método apresentado mostrou razoável concordância cora
14 T 1,4 5.5 3,8 1,45 73 57,7 -20.9 67.3 -7.8 resultados de ensaios de carga, obtendo-se boa aderência entre os
15 T 1,4 5,5 3,3 1.4 58 51,9 -10,5 62,9 8,4 pontos representativos dos ensaios e a curva proposta. Isto pode
16 T 1.4 5.5 4,3 1.4 75 60,4 -19,4 69.3 -7.6 ser observado nos erros resultantes, com 6 1 % das fundações tendo
Ad-Gr 17 T 1,8 8 29 1,59 217 467 115 258 18.7 erros inferiores a 30% e, 90% inferiores a 40%.'
18 T 1.8 8 29 1,56 344 459 33,4 255 -26.9 Convém salientar que estes erros são perfeitamente
19 T 1,7 5 36 1,82 106 181 70,4 140 32
toleráveis, tendo em vista a precisão normalmente observada em
20 T + 0.8 7 27 1,55 151 164 8,6 132 -12.8
obras de geotecnia, quando se dispõe apenas de valores de SPT,
21 T + 0.8 7 27 1,67 97 177 82 138 42,3
22 T + 0.7 4 28 1,62 46 50.7 12.6 61,9 37,5 uma vez que os mesmos podem vir afetados de imprecisões e erros
23 S 3 3 20 1,64 130 135 3,7 116 -10.6 associados ao processo executivo das sondagens.
24 s 3 3 20 1,59 123 131 6.6 114 -7.3 Além de ser de fácil aplicação, com o uso de calculadoras
25 s 2 2 18 1,55 58 43 -25,8 55,7 -3.9 programáveis, possibilita simulações rápidas e confiáveis.
26 s 2.5 2.5 20 1,53 116 76,9 -33,7 80,9 -30.2 Entretanto, o principal beneficio deste critério é a
Bauru 27 G 2,1 2,3 1,3 1.6 23 31,8 38,2 45,9 99,5 possibilidade de aplicar diretamente os resultados das sondagens,
28 T 1,7 4 1,3 1,6 36,5 35 4,1 48,8 33,6
através dos valores de SPT.
29 T 1.7 4 1,3 1,6 37 36.8 -0,5 50,4 36,2
30 T 1.6 5 1,6 1,6 58 44.7 -22.9 57.1 -1,5 Quanto ao uso deste critério de forma generalizada,
31 T + 0.5 6 2 1,6 28 8,81 -64,7 20,1 -19.6 entendemos que, na fase inicial, os resultados fornecidos devem
32 T 1.4 6 2 1,6 85 47,2 -44,4 59,2 -30,3 ser cotejados com metodologias tradicionais, visando detectar
33 T 1.7 6 2 1.6 91 66,4 -27 73,6 -19.1 eventuais distorções que possam indicar restrições à sua aplicação.
34 T + 1.2 6 2 1.6 74 48.5 -38,1 60,2 -18.6
35 T + 0,8 8 2.6 1.6 73 28,6 -60,8 42,9 -41,2 4.8- Recomendações
36 T 1.7 8 2,6 1.6 110 105 •4.7 98.7 -10.2
Os resultados das sondagens consideradas nos ensaios
4.7- Ajustes apresentam basicamente dois grupoB de valores de SPT. U m
variando de 2 a 10 e outro no intervalo 20 a 30. Para a faixa
No gráfico 1, são plotadas as cargas de ensaio (Te) em intermediária, 10 a 20, não possuímos dados de ensaios
função das cargas calculadas (Tb), notando-se que existe um catalogados. Esta faixa portanto, deverá ser melhor estudada
afastamento da reta de'45'." futuramente, procurando-se realizar provas de carga em locais com
Uma regressSo destes pares de pontos, conduziu á seguinte estas características de "resistência".
expressão; Em função da dispersão encontrada na regressão, é
0.64144 aconselhada a aplicação de um coeficiente de segurança igual a
Te = 4.9957 (Tb) [5] 1,4, de forma a cobrir estes desvios.
Em todos os casos analisados se observou que, ao longo da
com coeficiente de correlação igual a 0,8973, a qual pode ser profundidade H da fundação, os valores de SPT não apresentavam
simplificada, sem a introdução de erros significativos, para: grande variação, sendo praticamente constantes nesta
profundidade. Em função disto, são recomendáveis ensaios de
i/i carga em locais que apresentem flutuação nos valores de SPT ao
T e = 5 (Tb)
longo da profundidade.
Chamando de T a capacidade de carga de uma fundação
6

6.2- Orlando, Celso - Fundações submetidas a esforços verticais


5. AGRADECIMENTOS axiais de traçflo. Análise de provas de carga de tubulões em areias
porosas.
O autor deseja expressar seus agradecimentos aos 6.3- Fernandes, Douglas ; Oliveira, José Dutervil - Considerações
funcionários dos Departamentos de Projetos e Construção de
sobre o estudo dos solos e escolha do tipo de fundações para as
Linhas de Transmissão da Eletropaulo, sem os quais a elaboração
torres das linhas de 800 k V de Itaipú - I V SNPTEE - 1977.
deste trabalho seria impraticável, uma vez que, foi a busca
6.4- Danzinger, Fernando A . B. - Capacidade de carga de
conjunta de novas soluções e alternativas, sedimentada ao longo
fundações submetidas a esforços verticais de tração - Tese de
dos anos, que pennitiu à Eletropaulo procurar reduzir os custos de
Mestrado - 1983.
suas linhas de transmissão, otimizando a utilização dos recursos
6.5- Ribeiro, Acácio Sinézio - Análise comparativa do
disponíveis.
desempenho das fundações em concreto e metálicas para
À DivisSo de Engenharia de Linhas de Transmissão pelo
estruturas de linhas de transmissão - X I SNPTEE -1991.
incentivo e colaboração na elaboração do trabalho.
6.6- Moreno, Roberto F. - Fundações de linhas de transmissão - O
Ao Setor de Engenharia Civil pelo interesse crescente,
fato e o mito - V ERLAC - 1993.
manifestado na busca incessante de crescimento profissional, sem
6.7- Avril, Charles - Construction des Lignes Aériennes a haute
o qual, veremos o barco da história passar ao largo.
tension- Editions Eyroles - 1974.
Àqueles de quem foram roubadas várias horas do convívio
6.8- Bowles, Joseph E. - Foundation Analysis and Design -
familiar, para que se desse bom termo à empreitada assumida de
McOraw-Hill - 1968.
elaborar o presente traballio.
6.9- Wiggins, Richard L. - Analysis and design of tower
fbundations- ASCE - Março 1968.
6. BIBLIOGRAFIA 6.10- Downs, Dallas I . ; Chieurzzi, Robert - Transmission tower
foundations - ASCE - Abril 1966.
6 . 1 - Paladino, Ladislau - FundaçOeB para as torres de Linhas de 6.11- Decourt, Luciano ; Quaresma, Artur R, - Capacidade de
Transmissão - SNPTEE - 1972. carga de estacas a partir de valores de SPT - V I COBRAMSEF •
1978.

ELEVAÇÃO
CORTE B B

NOTAS:
1- Aço CA-50 (cobr. min.=3 cm]
2- Concreto fck = 15 MPa
3- Volume de concreto • V.C.
4- Volume escavação = V.E.
HZ 5. Número de barras - N
N1 L1 6- Q u a n t i d a d e d e b a r r a s = O
7. C o m p r i m e n t o d a b a r r a • L
8. P a r a d e f i n i ç ã o d a s g r a n d e '

â
centro d a Z B B , ver f o l h a 2/2.
torre

L2

VI ERLAC -19BG - BRASIL


Padronização de Tubulões
40!
CORTE AA MODELO I folha 1/2

V I ERLAC BRASIL
PADRONIZAÇÃO DE TUBULÕES
MODELO folha 2/2

TORRE TIPO h D d A B NI N2 Peso


de VC VE
(cm) (cm] (cm] (cm) (cm (mm; (mm) LI L2 aço
(cm) (cml (kg) (m3) (m3)
2 ANC.ESP 520 no 200 1/2 540 1/4 304 138 4,70 4,51
3 STAND. 350 60 140 3/8 370 1/4 272 57 2,19 2,04
4 STAND. 350 60 140 3/8 370 1/4 272 57 2,19 2,04
5 STAND. 350 70 150 3/8 370 1/4 272 57 2,31 2,16
6 ANC.ESP 450 80 17C 1/2 470 1/4 304 120 3,96 3,77
32 ANCORA 30 450 120 200 80 3/8 470 1/4 272 3< 90 3,77 3,62

Figura 6

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