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TIPOS DE CORROSÃO

A corrosão é classificada em: eletroquímica, química e eletrolítica.

a) Corrosão eletroquímica:

Tipo de corrosão mais comum, ocorre quando


metais estão em contato com um eletrólito,
geralmente a água. Dar-se em temperatura
ambiente.

Quando o metal está em contato com um


eletrólito (solução condutora ou condutor
iônico), formando uma pilha de corrosão.

Exemplo: A formação da ferrugem é um


exemplo de corrosão eletroquímica. O ferro se
oxida facilmente quando exposto ao ar úmido
(oxigênio (O2) e água (H2O)). Essa oxidação
resulta no cátion Fe2+, formando o polo negativo (que perde elétrons), já o Cu adquire
esses elétrons.

b) Corrosão Química:

É o ataque de algum agente químico


diretamente sobre determinado material, que
pode ou não ser um metal. Ela não precisa
da presença de água e não há transferência
de elétrons como na corrosão eletroquímica.

Exemplos:

* Solventes ou agentes oxidantes podem


quebrar as macromoléculas de polímeros
(plásticos e borrachas), degradando-os;

* O ácido sulfúrico corrói o zinco metálico;


* Concreto armado de construções pode sofrer corrosão com o passar do tempo por
agentes poluentes.

 Corrosão eletrolítica:

É um processo eletroquímico que ocorre com a aplicação externa de uma


corrente elétrica. Esse processo não é espontâneo, ao contrário dos outros tipos de
corrosão mencionados acima. Esse fenômeno é provocado por correntes de fuga,
também chamadas de parasitas ou estranhas, e ocorre com frequência em tubulações
de petróleo e de água potável, em cabos telefônicos enterrados, em tanques de postos
de gasolina. Geralmente, essas correntes são devidas a deficiências de isolamento ou
de aterramento, fora de especificações técnicas. Normalmente, acontecem furos
isolados nas instalações, onde a corrente escapa para o solo.

FORMAS DE CORROSÃO

a) Corrosão uniforme

 É o tipo mais comum de corrosão e apresentar-se por toda a superfície da


peça.

 É comum em metais que não formam camadas passivas protetoras.

 A formação de ferrugem no aço pode ser considerada como corrosão uniforme.


b) Corrosão por placas

 Ocorre quando os produtos de corrosão se formam em placas que se


desprendem progressivamente.

 É comum em metais que formam película inicialmente protetora, mas que, ao


se tornarem espessas, fraturam e perdem aderência, expondo o metal a novo
ataque.

c) Corrosão alveolar

 Quando o desgaste provocado pela corrosão se dá sob forma localizada, com


o aspecto de crateras.

 É frequente em metais formadores de películas semi protetoras ou quando se


tem corrosão sob depósito, como no caso da corrosão por aeração diferencial.
d) Corrosão por pites

 Esse tipo de corrosão não se apresenta com um aspecto homogêneo sobre


toda a superfície, mas concentrado em crateras de pequeno diâmetro e
grande profundidade.
 É frequente em metais formadores de camadas passivas protetoras que
sob a ação de certos agentes agressivos são destruídas em pontos
localizados, os quais tornam-se ativos possibilitando uma corrosão muito
intensa.
 A força da gravidade faz com que os pites se direcionem para baixo onde se
encontra cada vez mais concentrada e agressiva.

e) Corrosão filiforme

 Se processa sob a forma de finos filamentos, mas não profundos, que se


propagam em diferentes direções.

 Ocorre geralmente em superfícies metálicas revestidas com tintas ou


metais.
f) Corrosão por esfoliação

 Se processa de forma paralela à superfície metálica.

 Ocorre em chapas ou componentes extrudados cujos grãos foram achatados


ou alongados, criando condições para que inclusões ou segregações sejam
transformadas, devido ao trabalho mecânico, em plaquetas alongadas.
ocasionando na separação das camadas e desintegração do material.

g) Corrosão em frestas

 Ocorre em fendas, pontos de contato entre materiais iguais ou diferentes e sob


depósitos de sujeira ou de produtos de corrosão onde a solução se torna
estagnada e há presença insuficiente de oxigênio para formação da camada
passiva.

 A fenda deve ser ampla o suficiente para que a solução penetre, porém estreita
o suficiente para que haja estagnação do fluido.

 Tipo de corrosão localizada.

 Frequentemente associada a superfícies de gaxetas, juntas sobrepostas,


depósitos superficiais, espaços sob a cabeça de porcas e parafusos
h) Corrosão Intergranular

 A corrosão intergranular é caracterizada pela presença de carbonetos de


cromo precipitados nos contornos de grão, os quais promovem o
empobrecimento de cromo nas regiões adjacentes aos contornos, propiciando
a ocorrência de corrosão intergranular, fenômeno conhecido como
sensitização, ocasionando a desintegração ao longo dos seus contornos de
grão.

 A composição química e o tratamento térmico são fatores bastante importantes


para esse tipo de corrosão.

i) Corrosão galvânica

 A corrosão galvânica ocorre quando dois metais ou ligas de composições


diferentes são acoplados eletricamente e expostos a um eletrólito.

 O metal menos nobre, ou mais reativo irá experimentar a corrosão e o metal


mais inerte vai ser protegido contra a corrosão.

 Em certos eletrólitos o aço inoxidável pode ter a película passiva quebrada


levando-o do estado passivo para um estado ativo.
j) Corrosão Seletiva

 Consiste na dissolução preferencial de um elemento constituinte de uma liga.

 O caso mais comum é o do latão (dezincificação), onde o zinco é corroído


ficando o cobre, podendo ocorrer também em outras ligas com remoção de
alumínio (desaluminização), cobalto (descobaltização), ferro (grafitização)...

k) Fragilização por Hidrogênio

 O hidrogênio atômico H+ penetra no material metálico e, em função de seu


pequeno volume, difunde-se rapidamente em regiões com descontinuidades,
como inclusões e vazios, transformando-se em H 2, exercendo pressão e
originando a formação de bolhas (fragilização).
l) Corrosão por Fadiga

 Fadiga é a tendência de um metal fraturar quando sujeito a solicitações


mecânicas alternadas ou cíclicas.
 Quando um componente é sujeito a esforços cíclicos (fadiga) num meio que
pode ser atacado química ou eletroquimicamente, verificam-se que as tensões
para ruptura reduzem as quantidades de ciclos quando comparado a um
ambiente isento de corrosão.

m) Corrosão sob Tensão

 Está ligada à existência conjunta de eletrólitos e tensões mecânicas e podem


avançar para o interior do metal. Onde pequenas trincas se formam e então se
propagam em uma direção perpendicular à tensão, com o resultado de que por
fim uma falha pode ocorrer.
 O comportamento da falha é característico do apresentado por um material
frágil.
 A maioria das ligas é suscetível à corrosão sob ambientes específicos.
 Por exemplo, o latão é vulnerável quando exposto à amônia (fotomicrografia)
enquanto que maioria dos aços inoxidáveis sofrem corrosão sob tensão em
soluções que contém íons cloreto.

n) Corrosão Erosão

 Ocorre devido à ação combinada de um ataque químico e da abrasão


mecânica ou desgaste como uma consequência do movimento de um fluido.
 Ela é especialmente prejudicial aos metais passiváveis, pois, a ação abrasiva
pode causar uma erosão da película de óxido deixando a superfície do metal
exposta Corrosão – Erosão.
 Se a película não for capaz de se recompor rapidamente a corrosão pode ser
severa.
 A natureza do fluido exerce forte influência sobre a corrosão assim como a
velocidade do fluido e a presença de bolhas e sólidos em partículas.
CORROSÃO E OXIDAÇÃO EM ALTA TEMPERATURA

Oxidação em alta temperatura

A oxidação dos materiais em altas temperaturas acontece quando os materiais são


expostos a ambientes com uma atmosfera altamente oxidante, tais como ambientes
de combustão, com alta concentração de ar ou oxigênio.

Na oxidação, ocorre a formação de uma camada densa de óxido na superfície e ela


pode servir de barreira para outras formas de corrosão como sulfetação, nitretação,
carbonetação, corrosão por depósito de cinzas de sais, entre outras.

O processo de formação do óxido é um processo que tem início desde que o oxigênio
entra em contato com a superfície. Depois de formada a camada, vai haver a
separação dos dois reagentes (superfície e oxigênio) e para que a reação continue é
necessário que um ou ambos reagentes devem passar pela camada de óxido.

A oxidação em alta temperatura ocorre de maneira similar nos metais puros e nas
ligas metálicas. No entanto, nas ligas metálicas, a reação com o oxigênio vai ser mais
complexa e vai produzir camadas de óxido com capacidade de proteção maiores.
Revestimentos como o de Níquel Cromo podem ser uma excelente alternativa para
proteção de superfícies contra a oxidação em temperaturas elevadas. Além de
proporcionar resistência à desgaste por erosão na superfície.

Corrosão em alta temperatura

A corrosão em alta temperatura nada mais é do que uma oxidação acelerada da


superfície quando expostas a sais contaminantes como o NaCl (cloreto de sódio) e o
H2SO4 (ácido sulfúrico), que quando combinados podem formar sais de baixo ponto de
fusão que impactam diretamente no comportamento da corrosão.

As principais variáveis que influenciam na severidade do processo de corrosão em alta


temperatura são:

 composição e quantidade do depósito de sal;

 composição da atmosfera gasosa;

 temperatura e ciclo de temperatura;

 erosão, composição;

 microestrutura da liga;

 depósito de sal está em estado líquido.

O processo de corrosão em alta temperatura ocorre em dois estágios.

(1) Há uma formação de uma camada de sal protetora, onde os elétrons são
direcionados para a superfície formando uma camada de oxidação protetora.

(2) Essa camada é “derretida” e o metal fica exposto a corrosão, e o processo


fica criando novas camadas e se desfazendo.

MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO

FRATURAS

Para metais, dois modos de fratura são possíveis: dúctil e frágil. A classificação é
baseada na capacidade de um material de sofrer deformação plástica.
Os metais dúcteis normalmente exibem deformação plástica substancial com alta
absorção de energia antes da fratura. Por outro lado, normalmente há pouca ou
nenhuma deformação plástica, com baixa absorção de energia que acompanha uma
fratura frágil.

a) Fratura dúctil

O processo de fratura normalmente ocorre em vários estágios

(a) Há um estreitamento ou empescoçamento da peça

(b) Inicia-se a criação de micro vazio (cavidades) no interior da seção transversal.

(c) Os micros vazios irão aumentar, se juntar e aglutinar em formato elíptico.

(d) A trinca irá se propagar na direção paralela ao eixo principal ou perpendicular a


tensão.

(e) Há a fratura do material por cisalhamento final em um ângulo de 45° em relação


à direção da tensão de tração.
Em uma ruptura dúctil há a formação de uma espécie de “copo” e “cone”, e quando é
examinada com o microscópio eletrônico é possível ver os dimples (início dos micros
vazios)

b) Fratura Frágil

A fratura frágil ocorre sem qualquer deformação apreciável e por rápida propagação
de trincas, rompendo de maneira abrupta. A direção do movimento da trinca é
quase perpendicular à direção da tensão de tração aplicada e produz uma superfície
de fratura relativamente plana.

Outra característica comum é o padrão “marcas de sargento” ou “V”, produzido por


frentes de trinca separadas que se propagam em diferentes níveis do material.

É possível enxergar a olho nu as marcas de sargento

A quebra sucessiva e repetida de ligações atômicas ao longo de planos


cristalográficos específicos é denominada clivagem.

A fratura frágil ainda pode ser dividida ou classificada em:


a) Trangranular: esse tipo de fratura é considerado transgranular (ou
transcristalino) porque as trincas da fratura passam quebrando os grãos ao meio.

b) Intergranular: a propagação das trincas ocorre ao longo dos contornos de grão.

O DANO CAUSADO PELO HIDROGÊNIO

A interação do hidrogênio com os metais acarreta em modificações nas


propriedades mecânicas destes, o que geralmente resulta em fraturas inesperadas.
O dano causado pelo hidrogênio é uma forma de falha relacionada à ação do
ambiente em que o material está inserido e que está geralmente associada à
combinação da presença de hidrogênio com tensões residuais ou aplicadas. A
presença do hidrogênio em um material pode ocasionar a falha deste em níveis de
tensão muito abaixo que o projetado, o que em algumas situações pode vir a
ocorrer após vários anos em serviço. O hidrogênio pode estar previamente presente
no metal ou se acumular devido à absorção. O dano geralmente se apresenta da
seguinte forma:

 Perda da ductilidade e/ou resistência à tração;


 Propagação de falhas para tensões abaixo do esperado;
 Falhas internas;
 Danos macroscópicos como bolhas, fissuras e trincas.

DANOS CAUSADOS PELO HIDROGÊNIO

Empolamento

Uma parte do hidrogênio do ar recombina-se e escapa para atmosfera como gás


hidrogênio (H2), outra parte do gás hidrogênio atravessa o material difundindo-se e
concentrando-se dentro dos vazios do material, e à medida que a concentração
aumenta a pressão aumenta e este vem a colapsar, ocasionando em uma implosão
consequentemente uma falha.

O empolamento por hidrogênio é normalmente encontrado em aços com baixa


resistência mecânica (limite de resistência a tração menor que 550 Mpa). A fratura
causada tem o aspecto de bolhas (FIGURA 6a) ou desprendimento de camadas
(FIGURA 6b).

Na prevenção contra o empolamento, recomenda-se o uso de aços contendo níquel


ou ligas de níquel, pois este elemento apresenta uma taxa de difusão de hidrogênio
muito baixa. Outra sugestão, caso seja viável, deve-se evitar a presença no ambiente
de substâncias que maximizem a difusão do hidrogênio, como cianeto, arsênico,
fósforo, entre outros.

Fragilização por Hidrogênio


A fragilização ocorre em aços de alta resistência e a suscetibilidade de um metal
ao dano aumenta com o aumento do limite de resistência à tração do metal. O
mecanismo inicial de falha é o mesmo que o empolamento, ou seja, a entrada de
hidrogênio atômico no metal.

a) Trinca induzida por Hidrogênio:

Como o hidrogênio molecular é incapaz de se difundir no metal a concentração de


hidrogênio tende a aumentar, o que provoca uma elevação da pressão no interior
do vazio, levando a fratura. Porém, na presença de micro trincas pré-existentes o
trincamento começa preferencialmente na ponta da trinca.

Uma característica deste tipo de dano é que sua ocorrência é demorada, devido à
necessidade de um acúmulo de hidrogênio na região da falha. Geralmente o dano é
caracterizado por uma fratura frágil de uma liga normalmente dúctil.

b) Perda de ductilidade:

A entrada do hidrogênio no metal resulta em diminuição no alongamento e


redução de área sem a formação de defeitos visíveis. O limite de resistência à
tração também é afetado, porém sem perda de resistência ao impacto. A
ductilidade pode ser restaurada retirando-se o hidrogênio do metal, o que pode ser
feito através de aquecimento.

Ataque por Hidrogênio

O ataque por hidrogênio ocorre sob pressão e temperatura elevadas, onde o


hidrogênio atômico que se difunde no metal reage com outros elementos da liga
removendo os elementos de dentro da liga. Como exemplo, tem-se a
descarbonetação de aços, em que o hidrogênio reage com o carbeto de ferro
(cementita), formando o metano CH4.

Fe3C + 2H2→ 3Fe + CH4

Esse ataque geralmente se dá nos contornos de grão. Este fenômeno requer um


longo tempo de incubação, podendo envolver desde horas até anos de exposição
do aço ao hidrogênio em altas temperaturas.

A descarbonetação pode ser superficial ou interna. No primeiro caso não há


ocorrência de fissuras internas, pois o metano não fica aprisionado, porém há
diminuição da resistência mecânica e da dureza, com incremento na ductilidade.
Já na descarbonetação interna há a tendência de ocorrer fissuras, pois o gás
metano não se difunde podendo causar fratura. A descarbonetação superficial
ocorre a aproximadamente 540°C e a descarbonetação interna de 200°C para cima.

Dentre os materiais geralmente recomendados para se evitar o ataque por


hidrogênio, destacam-se os estabilizadores de carbeto como molibdênio, cromo,
vanádio, titânio ou nióbio.

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