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FERROS FUNDIDOS
Dácio do Nascimento
JOINVILLE
setembro/2009
2
SUMÁRIO
1 NOÇÕES BÁSICAS DE FABRICAÇÃO DE FERROS FUNDIDOS ................................ 8
1.1 Classificação dos ferros fundidos ................................................................................ 9
1.2 Processo de fabricação dos ferros fundidos .............................................................. 11
1.3 Fluxograma do processo produtivo do ferro nodular ................................................. 13
2 DIAGRAMA FERRO CARBONO .................................................................................. 16
2.1 Diagrama de equilíbrio ferro carbono metaestável .................................................... 16
2.2 Diagrama de equilíbrio ferro carbono Estável ............................................................ 19
3 SOLIDIFICAÇÃO DOS FERROS FUNDIDOS ............................................................. 20
3.1 Superesfriamento ...................................................................................................... 23
3.2 Nucleação e crescimento da grafita esferoidal .......................................................... 24
3.3 Variáveis de processo na solidificação do ferro fundido nodular ............................... 30
3.3.1 Variação da composição química ........................................................................... 30
3.3.2 Velocidade de esfriamento...................................................................................... 31
3.3.3 Tratamento do banho .............................................................................................. 33
4 MICROCONSTITUINTES DOS FERROS FUNDIDOS NODULARES. ........................ 35
4.1 Grafita ........................................................................................................................ 35
4.1.1 Forma das grafitas .................................................................................................. 37
4.1.2 Tamanho das grafitas ............................................................................................. 38
4.1.3 Numero de nódulos por milímetro quadrado ........................................................... 38
4.1.4 Grau de nodularização ............................................................................................ 40
4.2 Matriz ......................................................................................................................... 41
4.2.1 Perlita ...................................................................................................................... 41
4.2.2 Ferrítica ................................................................................................................... 43
4.3 OUTROS CONSTITUINTES...................................................................................... 44
4.3.1 Inclusão de Titânio .................................................................................................. 44
4.3.2 Eutético fosforoso ( Steadita ) ................................................................................ 45
4.3.3 Carboneto ............................................................................................................... 46
5 Efeitos dos elementos base no ferro fundido nodular .................................................. 52
5.1 Carbono equivalente .................................................................................................. 52
5.2 Carbono ..................................................................................................................... 55
5.2.1 Silício ...................................................................................................................... 56
5.3 Manganês .................................................................................................................. 59
5.4 Fósforo....................................................................................................................... 64
5.5 Enxofre ...................................................................................................................... 66
5.6 Oxigênio..................................................................................................................... 67
6 Elementos de liga no ferro fundido nodular .................................................................. 68
3
6.1 Estanho...................................................................................................................... 70
6.2 Cobre ......................................................................................................................... 73
6.3 Molibdênio ................................................................................................................. 80
6.4 Cromo ........................................................................................................................ 83
6.5 Níquel ........................................................................................................................ 84
6.6 Vanádio...................................................................................................................... 86
6.7 Elementos deletérios ................................................................................................. 87
6.7.1 Chumbo .................................................................................................................. 89
6.7.2 Bismuto ................................................................................................................... 90
6.7.3 Antimônio ................................................................................................................ 92
6.7.4 Titânio ..................................................................................................................... 95
6.7.5 Alumínio. ................................................................................................................. 96
6.7.6 Arsênio .................................................................................................................... 97
6.7.7 Telúrio ..................................................................................................................... 97
6.8 Considerações finais ................................................................................................. 98
7 Processo de nodularização .......................................................................................... 99
7.1 Magnésio (Mg) ......................................................................................................... 103
7.2 Ligas de magnésio. .................................................................................................. 111
7.2.1 Ligas nodularizantes Ni-Fe ................................................................................... 113
7.2.2 Ligas Cu-Mg .......................................................................................................... 113
7.2.3 Ligas FeSiMg ........................................................................................................ 114
7.3 Cálcio (Ca) ............................................................................................................... 115
7.4 Alumínio (Al) ............................................................................................................ 116
7.5 Cério (Ce) ................................................................................................................ 116
7.6 Terras raras ............................................................................................................. 119
7.6.1 Efeitos comparativos dos diversos elementos Terras Raras. ............................... 121
7.6.2 Afinidade química pelo enxofre. ............................................................................ 123
7.7 Seleção do agente nodularizante ............................................................................ 124
7.8 Processos de nodularização .................................................................................... 125
7.8.1 Processo “Simples Transferência” ........................................................................ 125
7.8.2 Processo “Sandwich” ............................................................................................ 126
7.8.3 Processo “Tampa Intermediária - Tundish Cover” ................................................ 128
7.8.4 Processo “In-Mold” ................................................................................................ 131
7.8.5 Processo “Plug-Poroso” ........................................................................................ 135
7.8.6 Processo “Imersão Por Sino” ................................................................................ 136
4
7.8.7 Processo “Conversor GF (Georg Fischer)” ........................................................... 137
7.8.8 Processo de “Injeção - Gazal” ............................................................................... 139
7.8.9 Processo “Panela de Pressão”.............................................................................. 140
7.8.10 Processo “Panela com Grelha” ............................................................................. 141
7.8.11 Processo “Panela Rotativa” .................................................................................. 141
7.8.12 Processo “Pont-a-Mousson ( MAP )...................................................................... 142
7.8.13 Processo “Vortex” ................................................................................................. 142
7.8.14 Processo “T-Nock” ................................................................................................ 143
7.8.15 Processo “Flotret”.................................................................................................. 144
7.8.16 Processo T.I.P (Treatment, Inoculation, Pouring) ................................................. 145
7.8.17 Processo “Fio de Magnésio” ................................................................................. 146
7.9 Comparação entre os processos e critérios de seleção .......................................... 149
7.9.1 Processo de nodularização utilizando magnésio metálico .................................... 149
7.9.2 Processos utilizando produtos nodularizantes ...................................................... 150
7.9.3 Processos de nodularização utilizando ligas para nodularização ......................... 150
7.9.4 Critérios de seleção .............................................................................................. 152
8 Inoculação em ferros fundidos cinzentos e nodulares. ............................................... 155
8.1 Efeitos da inoculação nos ferros fundidos nodulares............................................... 158
8.1.1 Fadiga ................................................................................................................... 159
8.2 Núcleos .................................................................................................................... 160
8.3 Eficiência na inoculação .......................................................................................... 162
8.3.1 Quantidade de inoculante adicionado ................................................................... 163
8.3.2 Temperatura de inoculação .................................................................................. 163
8.3.3 Granulometria ....................................................................................................... 164
8.3.4 Tempo entre adição e solidificação estado da superfície do banho ...................... 164
8.3.5 Tipo de inoculante ................................................................................................. 165
8.4 Técnica de adição.................................................................................................... 173
8.4.1 Inoculação em Panela........................................................................................... 174
8.4.2 Pós-inoculação ou inoculação tardia..................................................................... 177
8.5 Seleção do método de inoculação. .......................................................................... 184
8.6 Defeitos da inoculação, morfologia da grafita e métodos de avaliação. .................. 184
9 Propriedades dos ferros fundidos nodulares .............................................................. 187
9.1 Propriedades mecânicas ......................................................................................... 192
9.1.1 Modulo de elasticidade ......................................................................................... 192
9.1.2 Limite de proporcionalidade. ................................................................................. 193
9.1.3 Tensão de escoamento......................................................................................... 193
5
9.1.4 Resistência à tração.............................................................................................. 194
9.1.5 Alongamento. ........................................................................................................ 202
9.1.6 Dureza. ................................................................................................................. 204
9.1.7 Efeito da temperatura nas propriedades do ferro nodular ..................................... 205
9.1.8 Resistência ao impacto ......................................................................................... 211
9.1.9 Resistência a fadiga. ............................................................................................. 219
9.1.10 Compressão. ......................................................................................................... 224
9.1.11 Torção. .................................................................................................................. 225
9.1.12 Tensão de cisalhamento. ...................................................................................... 225
9.2 Propriedades Física ................................................................................................. 226
9.2.1 Capacidade de amortecimento. ............................................................................ 226
9.2.2 Densidade. ............................................................................................................ 228
9.2.3 Expansão térmica. ................................................................................................ 228
9.2.4 Condutividade térmica. ......................................................................................... 229
9.2.5 Propriedades elétricas. ......................................................................................... 231
9.2.6 Resistência ao desgaste ....................................................................................... 232
9.3 Classes de ferro nodular e suas propriedades. ....................................................... 233
9.3.1 Ferro nodular classe: FE -41318 (60-40-18) ......................................................... 233
9.3.2 Ferro nodular classe: FE -44812 (65-45-12) ......................................................... 235
9.3.3 Ferro nodular classe: FE -55106 (80-55-06) ......................................................... 236
9.3.4 Ferro nodular classe: FE -68903 (100-70-03). ...................................................... 238
9.3.5 Ferro nodular classe: FE -82702 (120-90-02) ....................................................... 240
9.3.6 Ferro nodular resistente ao calor (2,80-6,00% Si)................................................. 240
9.3.7 Ferro nodular austemperado. ................................................................................ 240
10 Tratamento térmico .................................................................................................... 244
10.1 Base dos tratamentos térmicos ............................................................................... 245
10.2 Tratamento térmico de alívio de tensões ................................................................. 259
10.3 Recozimento ............................................................................................................ 267
10.3.1 Recozimento subcrítico ......................................................................................... 268
10.3.2 Recozimento de ferritização .................................................................................. 269
10.3.3 Recozimento supercrítico ...................................................................................... 270
10.4 Normalização ........................................................................................................... 273
10.4.1 Normalização em um estágio: ............................................................................... 275
10.4.2 Normalização seguida de recozimento ................................................................. 277
10.4.3 Normalização dentro da zona crítica ..................................................................... 281
6
10.4.4 Pontos práticos importantes no tratamento de normalização: .............................. 283
10.5 Tempera .................................................................................................................. 284
10.6 Tempera Superficial................................................................................................. 293
10.7 Austempera ............................................................................................................. 298
10.7.1 Ausferrita superior ................................................................................................. 308
10.7.2 Ausferrita inferior ................................................................................................... 309
10.8 Nitretação ................................................................................................................ 310
11 Possíveis defeitos estruturais e suas prevenções em ferro fundido nodular .............. 316
12 Tipos de grafita ........................................................................................................... 318
12.1 Forma Irregular: ....................................................................................................... 319
12.2 Grafita lamelares ..................................................................................................... 320
12.2.1 Grafita Vermicular (compacta): ............................................................................. 321
12.2.2 Grafita Lamelar: .................................................................................................... 322
12.3 Grafita em Grumos (Chunky): .................................................................................. 325
12.4 Grafita SPIKY: ......................................................................................................... 329
12.5 Flotação de grafita (Agrupamento de Nódulos) ....................................................... 331
12.6 Grafita Explodida ..................................................................................................... 336
12.7 Grafita primária: ....................................................................................................... 337
12.8 Nódulos “Semeados” (SEEDLING NODULES): ...................................................... 337
12.9 Alinhamento de Nódulos de Grafita: ........................................................................ 338
12.10 Estrutura com grafita mista ou heterogênea ...................................................... 339
13 Matriz.......................................................................................................................... 340
13.1 Influência do número de nódulos: ............................................................................ 340
13.2 Perlita Retida ........................................................................................................... 341
13.3 Carboneto ................................................................................................................ 341
13.4 Eutético Fosforoso ................................................................................................... 341
13.5 Inclusões.................................................................................................................. 341
13.5.1 Carboneto de Titânio............................................................................................. 342
13.5.2 Pontos Pretos........................................................................................................ 342
13.5.3 Silicato de Magnésio ............................................................................................. 343
13.5.4 Inclusões de Ferro silício ...................................................................................... 344
13.5.5 Inclusão de areia ................................................................................................... 347
13.5.6 Inclusões de materiais refratários ......................................................................... 352
13.5.7 Inclusões de tinta .................................................................................................. 353
13.5.8 Inclusões de carbono vítreo (estrias) .................................................................... 356
13.5.9 Inclusão de sulfeto de manganês (blow-holes) ..................................................... 357
7
13.5.10 Inclusão de bentonita ..................................................................................... 358
13.5.11 Inclusão de Escória:....................................................................................... 359
13.5.12 Inclusão de drosses ....................................................................................... 362
13.5.13 Pinholes ......................................................................................................... 380
13.5.14 Rechupe......................................................................................................... 391
13.6 Controle para prevenir defeitos estruturais em ferro fundido nodular ...................... 403
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 406
8
Fig.1– Destaca o campo dos ferros fundidos cinzentos (hipoeutético) relacionando-o com o teor de carbono
e silício o campo. Pode ser observado uma redução do ponto eutético (4,3%) e do limite de solubilidade de
carbono na austenita com o aumento do teor de silicio.
As classes dos ferros fundidos nodulares podem ser obtidas brutas de fusão (ferritico ou
perlítico) ou com tratamentos térmicos (austempera e tempera). As classes brutas de
fundição as classes variam entre FE-38017 a FE90002, este material apresenta um
comportamento dúctil-frágil, As propriedades mais importantes são o limite de resistência
a tração (LR) e alongamento (A) os valores do limite de escoamento (LE) e dureza (brinell
– HB) são secundários. A dureza pode ser utilizada como indicativo para as propriedades
do ferro fundidos nodulares.
A figura 3 compara diversas matrizes dos ferros fundidos nodulares com as propriedades
de tração e alongamento. O ferro fundido cinzento possui baixa resistência a tração com
alongamento insignificantes. Os ferros fundidos nodulares brutos de fundição as suas
propriedades variam com a matriz, a classe perlítica possui alta resistência a tração com
baixo alongamento, já a ferritica apresenta alto alongamento, mas sua resistência a tração
é baixa. O ferro fundido nodular temperado apresenta a máxima dureza, mas as
propriedades não aumentam significativamente, sendo as propriedades determinadas
pela temperatura de revenimento.
Fig.3- Relação da resistência à tração com o alongamento em função da matriz do ferro fundido nodular.
Ferro fundido nodular. É uma liga ternária (geralmente hipereutética) constituída por Fe-
C-Si ( mais que 2%Si). O metal do forno é transferido para uma panela de nodularização,
onde há no fundo é colocada entre 1 a 2% de liga nodularizante ( Fe-Si-Mg 5 a 10%)
tendo por objetivo a dessulfuração e desoxidação do metal líquido. Após a nodularização
o metal é vazado no molde onde solidificará entre 1153 a 1147ºC em uma mistura de
grafita esferoidal mais uma matriz austenítica. Devendo ficar retido na peça entre 0,035 a
0,055%Mg, o que garante uma grafita nodular. Esta uma grafita concentrando menor
quantidade de tensão, a matriz passa a ter uma influencia mais significativa nas
propriedades, chegando a 70% das propriedades mecânicas e físicas. A matriz é
controlada pela adição de cobre e/ou estanho.
Ferro fundido vermicular. É similar ao ferro nodular, a grande diferença está na menor
quantidade de liga nodularizante menos que 1%, devendo resultar em um teor de
magnésio residual uma valor pouco acima de 0,017% o que garante uma estrutura
constituída por 90% de grafitas vermiculares ( ou compactas) e 10% de grafitas
nodulares, sendo a matriz similar ao nodular. A grafita do ferro fundido vermicular é uma
grafita lamelar com um tamanho (comprimento e profundidade) menor que a do cinzento,
porem é um pouco mais espessa). A ponta da grafita é arredondada e sendo mais
compacta confere um material intermediário ao ferro fundido nodular e cinzento tendo
boas propriedades mecânicas (tabela 3) e físicas.
A B
a) A carga é composta por Gusa (fornece o C), Sucata de aço (balancear o C), Retorno
(reciclagem dos canais, massalotes, e peças refugadas) e Ferros ligas (adicionar
elementos faltantes).
• Inoculação. Adição da liga FeSiCaAl, tendo por objetivo evitar a formação de ferro
branco (coquilhamento) nos ferros fundidos cinzentos e nodulares.
• Perlitização. Adição de cobre e/ou estanho para controle da classe dos ferros
fundidos, ou seja, ocorre a redução da quantidade de ferrita e aumenta a
quantidade de perlita ( elevando a resistência mecânica do material).
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e) Molde. È constituído por areia verde ou por processo ligado quimicamente, contendo
ou não macho, podendo apresentar inoculação e nodularização dentro do molde.
g) Controle de qualidade.
• Ensaios não destrutivos. Para determinar a sanidade das peças, os principais
ensaios são ultrasom, raio X, líquidos penetrantes e partículas magnéticas.
A B
Fig. 7 – Ensaios não destrutivos. Ultrasom (A) e raio X (B).
Retorno
Gusa
Matéria Prima
Sucata Ferros Ligas
Ar / oxigênio
Nodularização
Metalurgia de panela
Indução
Inoculação
Vazamento
Arco
Elementos Perlitizantes
Areia Verde
Nodularização
Molde
Macho
Inoculação
Ligado Quimicamente
Desmoldagem Prematura
Normal
Quebra de Canal
Limpeza e Rebarbação
Este diagrama abrange os aços e os ferros fundidos brancos, sendo ambas as ligas
constituídas por ferro e carbono. A austenita e a ferrita são as principais fases e os
compostos principais são a ledeburita (produto da reação eutética de um ferro branco) e
perlita, comum a aços e ferros fundidos.
O diagrama ferro carbono possui cinco linhas, as quais receberam nomes especiais para
facilitar o estudo.
• A1, temperatura na qual a austenita produz o composto perlita (723ºC)
• A2, temperatura na qual a ferrita perde o magnetismo (769ºC – ponto Curie)
• A3, temperatura na qual a austenita se transforma em ferrita (911 a 723ºC).
• A4, temperatura na qual o ferro delta se transforma em austenita (1392 a 1493ºC)
• Acm, temperatura na qual a austenita gera cementita (1147 a 723ºC).
Sendo mais importante as linhas A1, A3 e Acm.
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O ferro fundido branco não apresenta grafita, tem uma coloração clara devido a formação
de elevadas quantidades de cementita (mínimo de 20%). Todo o ferro fundido branco
apresenta reação eutética, cujo produto é a ledeburita na temperatura de 1147ºC. É
constituído 100% por ledeburita quando sua composição for eutética, apresentando
dendrita primária de perlita ou cementida primária quando a liga for hipoeutética e
hipereutética respectivamente.
Fig. 13- Diagrama ferro carbono metaestável, evidenciando as fases e solidificação dos ferros fundidos
brancos hipoeutéticos (a esquerda), eutéticos (centro) e hipereutéticos (a direita).
Fig.14- Ilustra o ferro branco eutético na temperatura ambiente, a ledeburita é constituída por glóbulos de
perlita (escuro) em fundo constituído por cementita (branco).
19
A B
Fig.15 – Ilustra o ferro branco.
(A) hipoeutético na temperatura ambiente, além da ledeburita há fase proeutética (glóbulo
maior-escuro) com fase secundária (cementita) em seu contorno (área circular branca.
(B) hipereutético na temperatura ambiente, além da ledeburita há fase proeutética
(agulhas brancas – alongadas) constituída por cementita.
CE = %C + ( %Si + % P )
3
739oC
RE’ γ E’ { α + Grafita } 0,68% C
(0,68% C ) (0,023%C) ( 100%C)
Não ocorre a nucleação de uma grafita, mas sim uma precipitação de carbono na grafita
já existente, portanto a matriz resultante será ferrítica. Deste modo a estrutura de um ferro
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fundido eutético será constituído por grafitas eutéticas (homogêneas) e matriz
ferrítica.Neste diagrama de fase não existe a formação de perlita.
O diagrama ferro carbono estável e metaestável podem ser sobrepostos, existindo uma
diferença de 6ºC entre eles (1153-1147ºC), no qual o liquido solidifica em austenita e
grafita. A austenita gera ferrita entre 739 e 723ºC (intervalo de 16ºC).
Fig.16 – Evidencia a formação da grafita eutetóide sobre a grafita eutética no ferro fundido nodular
(anel de grafita mais escuro)
A B
Fig.20 – Mostra a microestrutura de um ferro fundido cinzento eutético e hipoeutético
b) Com a redução da temperatura, esta atinge a reação eutética onde pode seguir:
• O sistema estável (γ+grafita)
• Caso ocorra problemas (baixo silício, contaminação com cromo, etc...) a
solidificação seguirá o sistema metaestável (γ+Fe3C)
c) Entre as reações eutética e eutetóide há diminuição da solubilidade de carbono na
austenita, este é absorvido pela grafita já existente.
d) Conforme o teor de carbono na austenita (depende da difusão), a reação eutetóide
onde pode seguir:
• O sistema estável (γ+grafita)
• O sistema metaestável (Fe3C)
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3.1 Superesfriamento
A B
Fig. 23 – Evidencia a influencia do superesfriamento sobre a quantidade, tamanho e distribuição da grafita
em um ferro fundido nodular. A estrutura “A” é resultante de um pequeno superesfriamento, enquanto que a
estrutura “B” é resultante de um alto superesfriamento.
Quanto maior o superesfriamento, menor será o raio critico necessário do embrião que
formará o núcleo de solidificação. Se o núcleo for menor que o raio crítico, este tende a
ser dissolvido. Para um núcleo evoluir necessita que sua energia seja reduzida, isto
ocorrerá somente para núcleos iguais ou maiores que o raio crítico. O tamanho do raio
critico depende então do superesfriamento. O tamanho do núcleo é inversamente
proporcional ao ∆T, assim quanto maior for a extração de calor, menor será o raio crítico.
Sendo o Raio crítico 1 ( Rc1 ) é menor que o raio crítico 2 ( Rc2 ) devido a elevação do
superesfriamento temos:
• Menor será a energia de ativação ( A )
• Menor o raio crítico
• Maior número de núcleos
• Maior número de grãos
• Menor o tamanho dos grãos
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• Menor o tamanho das grafitas
• Maior o refino da estrutura
• Maior as propriedades mecânicas
Fig. 25 – evidencia um sulfeto de manganês atuando como núcleo para uma grafita lamelar.
O plano prismático da grafita (hexagonal compacto) possui uma maior energia em relação
ao plano basal. Os elementos O e S presentes no ferro fundido no estado líquido, são
adsorvidos por este plano, ocorrendo a redução desta em relação ao plano basal, sendo
que a deposição dos átomos de C ocorre perpendicularmente ao plano do cristal
hexagonal compacto de menor energia de interface grafita/líquido. A direção de
crescimento da grafita será o eixo “A”, resultando em grafita lamelar.
Fig. 31- Comparação das curvas de resfriamento entre os ferros fundidos grafíticos.
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Fig. 35 - Após o cruzamento da linha liquidus observa-se a formação de dendritas de austenita primária,
sendo que o ferro fundido nodular apresenta maior quantidade devido a maior nucleação.
Fig.36 - Com a redução da temperatura ocorrerá um aumento da quantidade das dendritas de austenita
Fig. 37 - Ao chegar na temperatura da reação eutética haverá a formação de ambos eutéticos, sendo que o
ferro fundido nodular apresenta maior nucleação.
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Fig. 38 - Com o decorrer da solidificação o ferro fundido começa a apresentar casca sólida enquanto que o
ferro fundido nodular não, pois sua solidificação é mais pastosa.
Fig. 39 - Após 1/3 do ferro fundido cinzento já estar sólido o ferro fundido nodular ainda está pastoso, neste
estágio facilmente as dendritas podem bloquear o líquido gerando microporosidades.
Fig. 40 - Devido ao crescimento da grafita em contato com o metal líquido e a maior difusividade térmica da
grafita lamelar a solidificação do ferro fundido cinzento é muito mais rápida que a do ferro fundido nodular.
Este para solidificar, o carbono do líquido tem que passar para a austenita e desta para a grafita, portanto
seu crescimento é mais lento, motivo para a sua maior nucleação.
Deve ser alterada apenas a composição química, as demais variáveis devem ficar
constantes (velocidade de extração de calor e tratamentos do banho). A variação da
composição química proporciona dois efeitos, o termodinâmico e o cinético.
Seção. Com a redução da espessura de uma peça a extração de calor será maior, isto
eleva o superesfriamento. Um ∆T maior proporciona um raio crítico menor, assim eleva o
número de núcleos, portanto maior será o número de células eutéticas, mas de tamanho
reduzido. Um ∆T maior eleva a velocidade de crescimento das células eutéticas, ou seja,
a austenita envolve rapidamente a grafita, proporcionando uma menor capa de austenita.
Fig. 42– Efeito da seção sobre o superesfriamento e nas propriedades do ferro fundido nodular.
32
È possível afirmar que em uma peça que apresente variação de seção, as propriedades
serão diferentes em cada seção. A peça fina terá maior tendência ao coquilhamento, logo
pode ser trabalhado com um carbono equivalente maior, mesmo com uma quantidade de
grafita maior, é compensado pelo grande refino da estrutura, causado pela grande
extração de calor. Uma peça grossa por sua vez tende a uma maior desnucleação
causada pelo maior tempo necessário para solidificar, irá proporcionar um aumento do
tamanho das grafitas e maior espessura da capa de austenita, tendo assim uma maior
segregação o que resulta em menor resistência a tração.
1100
1000
900
800
700
600
1220 1280 1340 1400
Temperatura de vazamento (ºC)
Fig. 43 – Efeito da temperatura de vazamento sobre o número de células eutéticas
A B
Fig.45 – Evidencia a influencia do superesfriamento sobre a quantidade, tamanho e distribuição da grafita
em um ferro fundido nodular. A estrutura “A” é resultante de um pequeno superesfriamento, enquanto que a
estrutura “B” é resultante de um alto superesfriamento.
A B
C D
Fig. 46 – Variação de extração de calor no ferro fundido nodular. Evidenciando o aumento do grau de
2
nodularização, aumento do numero de nódulos por mm e aumento do volume de ferrita.
1) Análise da Grafita:
a) forma
b) Tamanho
c) Numero de nódulos
d)Grau de nodularização
e)Defeitos de grafita (explosão, flotação, lamelar, chunky, spiky)
3) outros constituintes:
a) carbonetos
b)Steadita
c) Sulfetos, titânio e óxidos não devem existir, pois são deletérios a grafita.
4.1 Grafita
A amostra sem ataque é ampliada a 100 x, sendo comparada com cartas de controle
conforme a norma:
• ASTM A-247 ( I a VII )
• ISO R 945-69 ( I a VI )
A carta da norma ISO possui seis formas diferentes de grafita:
• forma I : ferro fundido cinzento,
• forma II : grafitas primárias de ferro fundido cinzento,
• forma III : ferro fundido vermicular,
• forma IV : ferro maleável
• forma V : ferro maleável
• forma VI : ferro fundido nodular.
Fig. 49 – Quadro para análise da forma da grafita conforme a norma ISO R 945-69 ( I a VI )
38
4.1.2 Tamanho das grafitas
Pode ser comparado com a carta (normas ISO ou ASTM) ou medir o diâmetro da grafitas
em microscópio, utilizando uma escala ou analisador de imagem..
É importante o número de nódulos por milímetro quadrado, pois quanto maior for o seu
número, menor a espessura da capa de austenita entorno do nódulo acelerando a
solidificação, maior será o grau de nodularização pois a grafita fica protegida pela capa
austenítica e a segregação de elementos estabilizadores e deletério é menor, podendo
não atingir valores críticos.
O número de nódulos pode ser efetuado por comparação a 100x ou por contagem. Deve
ser escolhido um aumento que proporcione entre 20 a 60 grafitas nodulares, onde são
feitas cinco contagens aleatórias a meio raio devendo ser contadas todas as grafitas.
39
Fig.51 – Estrutura de ferro fundido nodular para efetuar a contagem do número de nódulos por milímetro
quadrado e o grau de nodularização.
Fig. 52 – Exemplo de carta para comparação do número de nódulos por milímetro quadrado.
40
4.1.4 Grau de nodularização
Fig.54 – Influencia do grau de nodularização sobre o limite de resistência a tração, escoamento e impacto.
4.2 Matriz
4.2.1 Perlita
É a fase responsável pelo limite de resistência; constitui 100% da matriz dos ferros
fundidos de alta resistência. Afastamento entre as laminas alternadas de ferrita (mole) e
cementita (dura) determinam as propriedades mecânicas, com a redução do
espaçamento interlamelar ocorre a elevação do limite de resistência ( 700 a 920Mpa),
aumento da dureza (170 a 330 HB) e maior resistência a abrasão .
42
A perlita do aço contém 0,8%C contra 0,68%C dos ferros fundidos. Tem uma velocidade
de crescimento maior que a ferrita (α) ou grafita, a perlita não é estável sujeita ao
esboroamento (esferoidização) e ferritização quando sofre aquecimento.
Os elementos Sb, Bi e Pb são potentes perlitizantes, mas normalmente é utilizado Cu ou
Sn. Os estabilizadores Cr, Mn, Mo, V estabilizam a Fe3C evitando a decomposição da
perlita com o aquecimento, sendo o Cr e Mn mais eficazes, uso limitado devido ao
aumento da tendência ao coquilhamento.
Os elementos grafitizantes concentram-se na γ ( Si, Ni ), já os estabilizadores se
concentram no líquido (Mn, Cr, Mo, P, Sn ). Há elementos que se concentram na interface
austenita / grafita ( Cu, Sn ).
Efetuando o calculo do coeficiente de partição (K) dos elementos grafitizantes, o valor é
menor que 1, já os estabilizadores é maior que 1.
K= CL % elemento no líquido
CS % elemento no sólido
Fig. 55 - Distribuição esquemática dos elementos grafitizantes e estabilizadores entre dois nódulos
atravessando o contorno da célula eutética.
A sua presença nos ferros fundidos proporciona queda no limite de resistência, dureza
entre 70 a 150HB (mole), dependendo do teor de silício. Facilita usinagem e
normalmente os clientes estabelecem limite máximo. Apresenta um elevado
alongamento (50%) o que confere alta resistência ao impacto (tenaz) é uma fase
dúctil.
Para garantir uma matriz recomenda-se:
- aumentar o carbono equivalente, o que resulta em mais grafita, facilitando a difusão
(menores distancias)
- maiores teores de Si e evitar a presença de Mn, Cu, Sn, Ni, Cr
- resfriamento lento no molde (850-550 oC ).
- tratamento térmico recozimento de ferritização.
- Aumentar a inoculação
Quanto maior será o número de nódulos mais fácil de formar ferrita
A B
C
Fig. 56 – Mostra a matriz perlítica (A), outra ferrítica-perlítica (B) e totalmente ferrítica de um ferro fundido
nodular.
A análise metalográfica da matriz pode ser feita por meio do analisador de imagens, onde
este quantifica a quantidade de ferrita e perlita. O equipamento conta a grafita como
sendo perlita, logo é necessário efetuar a análise sem ataque para conhecer a quantidade
de grafita para subtrair da análise com ataque.
44
Uma outra forma seria tirar uma fotografia da estrutura, pesar e recortar as áreas
desejadas e pesar novamente, e com uma regra de três é determinado a estrutura
correspondente.
Outra forma seria utilizar um reticulado de fase, onde pode conter varias combinações de
linhas e colunas. Ao observar no microscópio uma estrutura de um ferro fundido e basta
apenas contar os cruzamentos de linha e coluna sobre as áreas desejadas. Uma foto
pode ser quadriculada (régua e caneta) e analisado de forma similar. Neste processo
quando há duvida a que campo pertence o cruzamento (ferrita/perlita ou ferrita/grafita)
conta-se meio ponto para cada fase.
È uma inclusão típica de ferros fundidos cinzentos, não devendo aparecer no nodular pois
é degenerativo a grafita.
É um polígono avermelhado (rosa) podendo ser constituído de Nitreto de titânio ou
nitrocarboneto de titânio (polígonocinza claro presente no nodular), sendo partículas
nucleantes.
O Ti remove N em solução, o que pode minimizar o problema de porosidade, no ferro
fundido cinzento promove a grafita D ( ferritico) e no ferro nodular grafita vermicular.
45
Fig.58 – Mostra as inclusões de nitreto de titânio em ferro fundido cinzento e de carbonitreto de titânio em
ferro nodular.
O P tem um elemento que possui uma grande segregação, logo se localiza nos contornos
das células eutéticas oude é formado o eutético binário de ferrita (fundo claro) saturada
em C e P com precipitados de Fe3P (pontos pretos). No contorno das células eutéticas
também segrega o elemento estabilizador precipitando carboneto (fase clara sem
precipitados pretos de Fe3P), a este novo composto é denominado de Steadita ternária.
Um carboneto pode ser recozido, mas a Steadita é impossível a sua dissolução, portanto
só refusão quando ocorre um estouro do teor de P.
A dureza da Steadita binária varia entre 420 a 600 HV, já a Steadita ternária a dureza
varia entre 800 a 1015 HV.
46
A B
C
Fig.59 - Evidencia a Steadita binária (A), a presença de microporosidade (B) e steadita ternária (C)
4.3.3 Carboneto
Os carbonetos podem estar espalhados na matriz ou concentrados, estar em pequena
quantidade ou até a ausência completa de grafita. Os carbonetos não são tolerados no
ferro fundido nodular, a sua presença na estrutura implica no aumento da Dureza
conseqüentemente há uma queda na usinabilidade, maior tendência a porosidade
(microrechupes) devido a menor quantidade de grafita para compensar a contração da
austenita, maior risco de trinca na desmoldagem e na rebarbação devido a perda de
dutilidade.
Normalmente se concentram no contorno da célula eutética resultante da segregação de
elementos estabilizadores, apresenta a cor branca.
As possíveis causas podem ser:
• Baixo carbono equivalente (especialmente Si)
• Alta quantidade de Mg e Ce residual.
• Presença de elementos estabilizadores na solidificação, acima de 0,08%Cr;
0,04%V e 0,60%Mn.
• Alta velocidade de esfriamento.
• Inoculação deficiente gerando poucos nódulos
47
O aumento da quantidade de carbonetos reduz todas as propriedades de resistência,
exceto a dureza e resistência ao desgaste.
Fig. 60 – Influencia da quantidade de carboneto sobre a resistência a tração para diversos graus de
nodularização.
Fig.61 – Microestrutura evidenciando a localização dos carbonetos nos contornas das células eutéticas.
Coquilhamento direto:
É localizada em seção fina a temperatura se eleva e entra no intervalo austenita grafita. É
caracterizado por ripas de carbonetos que acompanham o fluxo de calor. As principais
causas são:
48
• Baixo carbono equivalente (especialmente Si)
• Alta quantidade de Mg e Ce residual.
o 0,035 < ideal < 0,050%Mg
o 0,020 < ideal < 0,040%Ce
• Presença de elementos estabilizadores na solidificação (Mn, Cr, V, Mo, W, Ti, Nb).
• Alta velocidade de esfriamento devido a baixa temperatura de vazamento ou alta
extração de calor pelo molde
• Inoculação deficiente gerando poucos nódulos
Fig.63 – Mostra o alinhamento dos carbonetos que seguem o fluxo de calor extraído da peça.
Fig. 67 – Mostra o carboneto em contorno de célula eutética com a respectiva composição química.
Coquilhamento inverso.
Para a produção desses componentes deve-se empregar ligas hipereutéticas (CE de 4,4
a 4,7%), com teores de silício maiores que 2,4%, geralmente sendo o carbono equivalente
tanto quanto mais elevado maior for a tendência a formação de carbonetos eutéticos.
Portanto, como recomendação geral, o carbono equivalente deve ser tanto mais elevado
quanto maior a velocidade de esfriamento, isto é, para peças em que a mínima espessura
de seção é da ordem de 3 a 7mm, devem ser utilizados ferros fundidos nodulares com
carbono equivalente maior ou igual a 4,6%, enquanto no caso de componentes entre
cerca de 7 a 10mm é possível empregar menores carbono equivalentes, por exemplo de
4,4 a 4,6%.
Para peças com seção espessa, que poderiam ser caracterizados como as que possuem
máxima espessura superior à cerca de 50 mm, os problemas mais críticos são:
• Flutuação da grafita;
• Degenerescência da grafita esferoidal;
• Segregação de elementos da composição base e de liga (P, Mn, Cr, Sn, Cr, V, W)
e ainda de elementos deletérios (Ti, As, Pb, Bi, Sb, Te);
• Ocorrência de carbonetos eutéticos devido a segregação de elementos que
promovem sua formação.
Fig. 740 – Relação entre carbono equivalente com numero de nódulos, espessura de parede e matriz.
Para a fabricação deste tipo de peça é necessário uma composição química entre 3,6 a
3,95%C e 2,4 a 3,4%Si; 0,10%Mn máximo e 0,005 a 0,009%Ce e inoculação em vários
estágios, sendo mais eficiente uso de 0,1% inoculação In-mold (FeSi75 granulado com
0,30%Bi e 0,015%TR).
5.2 Carbono
O carbono usualmente fica entre 3,5 a 3,8 %C, é o elemento que determina a quantidade
de grafita presente na microestrutura, enquanto sua concentração na austenita pro
eutética e do eutético não apresenta variação importante no intervalo de concentração
que é utilizado industrialmente para os ferros fundidos nodulares. Da mesma maneira, a
variação da porcentagem de carbono praticamente não altera a solubilidade deste
elemento na austenita nas temperaturas em que podem se iniciar as reações eutetóides
estável (inicio de formação de ferrita) e metaestável (inicio de formação de perlita)..
Considerando-se uma dada composição química, o efeito do acréscimo do teor de
carbono em ferros fundidos nodulares é de diminuir as propriedades mecânicas de
resistência, o alongamento e a dureza. A resistência ao impacto também diminui com o
aumento da concentração de carbono, embora seu efeito na temperatura de transição
dúctil – frágil seja pequeno. A influencia desse elemento nessas propriedades mecânicas
deve-se ao acréscimo da fração de grafita presente na microestrutura sem a alteração de
matriz, mas tende a elevar a porcentagem de ferrita na matriz, proporcionando uma
elevação do alongamento, da resistência ao impacto e redução da temperatura de
transição dúctil frágil.
Nas aplicações em que se requer elevada resistência ao impacto deve-se utilizar menores
teores de carbono, inclusive inferiores à faixa normalmente recomendada para a produção
de ferros fundidos nodulares.
56
Fig. 75 – Efeito do teor de carbono no ensaio de impacto sem entalhe de ferro fundido nodular ferritico
O elemento carbono tem pouco efeito nas propriedades, uma adição de 0,1%C promove
uma redução de 2,45Mpa no limite de resistência a tração e 2,62Mpa no limite de
escoamento, uma adição de 0,15%C resulta em queda de 5 pontos na dureza brinell
devido a maior quantidade de ferrita.
De uma forma o carbono aumenta a fluidez, reduz à fluidez a tendência ao rechupe. Uma
pequena variação do carbono equivalente promove um grande ∆T, logo a solidificação
inicia em temperatura mais alta. %C é maior no FE do que FC
5.2.1 Silício
Fig. 80 – Efeito do teor de silício no ensaio de impacto sem entalhe de ferro fundido nodular ferritico
5.3 Manganês
Fig. 83 – Influencia do silício na quantidade de ferrita variando a seção de um ferro nodular com 0,08%Mn
Fig. 84 – Influencia do silício na quantidade de ferrita variando a seção de um ferro nodular com 0,50%Mn
62
O manganês forma carboneto do tipo (Fe, Mn)3C na perlita, mais estável que Fe3C, o que
resulta em retardamento da difusão do carbono na austenita. Ocorre o retardamento da
difusão própria do Fe, por formação de ligações Mn-Fe.
O manganês promove o refino da perlita, sendo neste aspecto mais eficiente que outros
elementos de liga, como o cobre e estanho.
Em ferros fundidos nodulares ferríticos geralmente o teor de manganês é limitado a 0,2%,
tendo-se de 0,3 a 1,2 % de concentração final desse elemento nos materiais com matriz
ferrítica-perlítica e predominantemente perlítica.
O aumento da porcentagem de manganês em ferros fundidos nodulares ferríticos-
perlíticos é de aumentar a dureza, o limite de resistência à tração e o limite de
escoamento, diminuir o alongamento aumenta a temperatura de transição dúctil frágil,
reduz a energia absorvida devido à elevação da quantidade de perlita. No ferro nodular
não é calculado o delta manganês, portanto tudo que for adicionado irá influenciar na
reação eutética e eutetóide.
Fig. 86 – Teor de manganês sugerido em função da espessura e teor de silício no ferro nodular.
Fig. 88 – Influencia do teor de silício e manganês nas propriedades mecânicas de um fero fundido nodular
bruto de fusão (esquerda) e recozido (direita).
Para teores mais elevados de fósforo após ter-se completado a reação eutética, com a
formação de austenita e grafita nos ferros fundidos nodulares, resta ainda uma fase
liquida em que a concentração desse elemento é ainda maior, podendo assim ocorrer a
formação do eutético ternário Fe-C-P, que se verifica a cerca de 955ºC, com a formação
de austenita, fosfeto de ferro e grafita ou carbonetos.
65
Na transformação eutetóide, o acréscimo do teor de fósforo causa elevação das
temperaturas do eutetóide estável e metaestável promovendo a formação de perlita na
microestrutura.
A influência do aumento da concentração desse elemento nas propriedades mecânicas
em ferros fundidos nodulares é a elevação do limite de resistência á tração, do limite de
escoamento e da dureza e diminuição do alongamento.
O fósforo é ainda considerado como contaminação em ferros fundidos nodulares porque
teores mais elevados desse elemento causam aumento da temperatura de transição
dúctil-frágil, razão pela qual em aplicações em que se necessita maior resistência ao
impacto a baixas temperaturas devem-se utilizar porcentagens de fósforo menores que
0,02 a 0,03%.
Fig. 89 – Influencia do teor de fósforo propriedades mecânicas de um fero fundido nodular bruto de fusão e
recozido.
5.5 Enxofre
5.6 Oxigênio
As ligas têm sido usadas para melhorar as propriedades dos ferros fundidos, e obtenção
de estrutura 100%P para tração superior a 800 Mpa, mas deve-se cuidar para certos
efeitos colaterais indesejáveis devido à acumulação nos retornos. O uso de liga é mais
restrito ao ferro fundido nodular devido à possibilidade de tratamento térmico, de
coquilhamento e interferência na formação da grafita nodular. Elementos estabilizadores
formam uma rede de carboneto intercelular de difícil dissolução no tratamento térmico o
que reduz o alongamento e a tenacidade (Cr e V).
Os elementos de liga são normalmente empregados em ferros fundidos nodulares para se
obter dureza e propriedades mecânicas de resistência mais elevadas. Dessa forma, pode-
se muitas vezes atingir no estado bruto de fusão propriedades que só poderiam ser
obtidas em ferros fundidos nodulares não ligados após ter-se efetuado tratamentos
térmicos. O efeito dos elementos de liga baseia-se fundamentalmente em alterações da
microestrutura que provocam então esta melhoria de propriedades mecânicas.
Os elementos de liga mais empregados são o níquel, cobre e molibdênio; vanádio, cromo
e manganês são utilizados em menor escala. As influências desses elementos em ferros
fundidos nodulares são semelhantes às que possuem em ferros fundidos cinzentos.
Possíveis efeitos de elementos de liga
• Tendência à formação de carbonetos:
– Alteração do número de nódulos de grafita (Cr, Si)
– Alteração nas temperaturas eutéticas estável e metaestável (Mn, Cr, Si)
• Alteração da forma da grafita (Ti, As)
• Endurecimento por solução sólida (Si, Ni, Mo)
• Promoção de perlita ou ferrita (Cu, Mn, Sn, Sb, Si)
• Refino da perlita (Mn, Cr)
• Formação de partículas duras (Nb, Ti, V, P)
• Segregação para contornos de células eutéticas (Mn, P, Ti, V, Nb, Mo, Cr)
• Segregação para contornos de grãos (P).
• Aumento de temperabilidade (Mn, Cu, Mo, Ni)
Fig. 90– Esquema da distribuição dos elementos de liga entre dois nódulos e o contorno da célula eutética.
Efeito reforçador, os elementos de liga de forma geral elevam a dureza por solução
sólida a ferrita e refinam a perlita o que eleva a resistência do fundido, resultando em
material com menor alongamento, menor resistência ao impacto e maior temperatura de
transição dúctil frágil. No caso do ferro fundido cinzento adição de elementos de liga sobre
a fragilidade não é problema.
Escolha dos elementos de liga dependerá de sua eficácia nas propriedades, do seu
efeitos colaterais benéficos ou indesej;aveis, do custo e disponibilidade, da condição de
adição na fundição. Deve-se conhecer a procedência da matéria prima, ao adicionar Cu
este realmente deve ser puro, nunca contaminado com Pb.
Quando adicionado na panela não deve ocasionar grandes perdas de temperaturas.
Adição de 0,5%Mo na forma de FeMo provoca perda de temperatura de 5ºC
Adição de 0,5%Cr na forma de FeCrC(alto) provoca perda de temperatura de 12ºC.
Cuidar quando adiciona um elemento muito eficaz, pois é adicionado em pequenas
proporções: Ao adicionar 250-500g Sn em 1500Kg, cuidar para não ter perda mecânica
ou que fique preso na escória pois não será obtida a perlitização desejada.
6.1 Estanho
Usual entre 0,03 a 0,08%Sn, atua como um forte perlitizante no estado bruto de fusão
reforçando a perlita, reduz a sensibilidade do fundido a variação de seção elevando a
resistência de ferros nodulares (matriz perlítica-ferritica). O estanho é 10x e 6xCr mais
forte que o Cu (logo é eficaz e economicamente interessante). Deve ser monitorado o seu
teor no retorno, pois acima de 0,12%Sn fragiliza (redução na tenacidade e limite de
resistência), segrega para o líquido, concentrando-se em regiões intercelulares onde
podem formar pequenas partículas de grafita nas regiões intercelulares, associadas com
precipitados ricos em Sn, não gera carbonetos em pequenas adições.
Fig.95 – Influencia do estanho nas propriedades de um ferro nodular perlítico bruto e outro normalizado.
73
Fig.96 – Influencia do estanho quantidade de perlita e esta sobre a energia absorvida no ensaio de impacto.
6.2 Cobre
Fig.100 – Redução da energia absorvida no ensaio de impacto do ferro fundido nodular variando o teor de
Cu.
76
A forma do cobre pode ser eletrolítico, CuCr, CuMo, podendo ser adicionado na panela,
bica ou forno, neste não por no fundo devido a alta densidade prejudicando a
homogeneização. O rendimento do cobre é de 95%, pode apresentar chumbo (elemento
deletério) na sua constituição.
Com a elevação do teor de cobre, manganês e estanho ocorrem um aumento da
quantidade de perlita e conseqüentemente a resistência à tração, sendo que ocorre a
fragilização quando é adicionado estanho. A utilização simultânea de cobre e estanho
apresenta vantagens econômicas e ocorre o deslocamento do ponto de fragilização.
A substituição do cobre pelo manganês em classes perlíticas, não se mostra vantajosa
devido ao efeito estabilizador do manganês
77
Fig.103 – Influencia dos teores de Sn, Cu e Mn sobre a quantidade de perlita e propriedades mecânicas.
Fig. 104 – Influencia dos teores de Sn e Cu nas propriedades mecânicas do ferro nodular.
Fig.106 – Refino da perlita e formação de carbonetos massivos e filme no contorno da célula eutética..
6.3 Molibdênio
Fraco estabilizador de carboneto, podendo ser considerado quase neutro para teores até
0,3%Mo Entre 0,1 a 0,3%Mo tem efeito ferritizante elevando o alongamento, afeta pouco
a formação da ferrita. O efeito da adição de 0,40% Mo a um ferro fundido nodular foi
semelhante ao obtido através do uso de 0,85 Cu (para uma mesma composição base).
82
O Mo atrasa a transformação da perlita (aumenta a temperabilidade), sem alterar o
cotovelo da α, para evitar a formação de ferrita adicionar elementos perlitizantes como o
Sn, Cu.
Para aumentar a resistência à fluência (quente) e fadiga térmica (2%Mo) não podendo ser
substituído por outro elemento. O Mo com resfriamento lento em peça grossa segrega
para contorno de grão (carbonetos) gerando perda de tenacidade
Os carbonetos são estáveis e não são completamente eliminados por tratamento térmico
quando adicionar acima de 0,5%Mo (prejudicando a usinabilidade) é utilizado no máximo
0,8%Mo para peça grossa.
Fig.109 – Influência do molibdênio na resistência ao impacto (entalhado) em ferro nodular ferritico e perlítico
(brutos de fundição).
6.4 Cromo
Potente formador de carboneto e perlita são introduzidos via materiais de carga (sucata
ou ferro liga). Seu carboneto é de difícil decomposição no tratamento térmico, sendo
impossível uma compensação com adição de um elemento grafitizante (Si).
Forte perlitizante, mesmo para resfriamento lento a ferrita é reprimida o que diminui a
tenacidade, alongamento e o limite de resistência, por isso deve ser excluído da
fabricação do ferro nodular por motivo de queda da tenacidade e o alongamento abaixo
do padrão.
Eleva à resistência a oxidação superficial e ao crescimento em altas temperaturas, para
esta aplicação não pode ser dispensável o Cr facilmente.
Fig.112 – Influência do Mn, Cr, Cu e Sn sobre a dureza de ferro fundido nodular, em peças espessas.
6.5 Níquel
Fig.113 – Influência do Ni nas propriedades do ferro nodular perlítico (esquerda) e ferritico (direita).
Não apresenta efeitos colaterais indesejáveis, pode ser adicionado até 36%Ni (18 a
36%para obter FE austenítico), normalmente é utilizado entre 0,5 a 4%Ni para elevar a
temperabilidade, mais eficaz com adição de Ni e Mo. Para ferro nodular ADI é
normalmente é utilizado entre 0,5e 2,5%Ni).
Adição entre 1 a 2%Ni para elevar a resistência ao impacto em baixa temperatura, devido
a baixa tendência de segregação, redução da temperatura de transição dúctil frágil devido
a redução do tamanho de grão da ferrita.
Fig.114 – Influência da seção nas propriedades do ferro nodular (3,0%C; 0,2%Mo; 0,2%Mn; 2,3%Si;
4-8%Ni; 0,05%Mg) sobre a microestrutura. Bainita inferior (BI), Bainita superior (BS), martensita (M) e
Perlita (P).
86
O Ni não gera carbonetos, logo não pode estabilizar a perlita aumentando o limite de
escoamento sem afetar muito a tenacidade.
O Ni reduz o ponto eutético em 0,06% para cada 1%Ni, para cada 1%Ni eleva em 15HB a
dureza, em 84Mpa a tração, em 40Mpa o escoamento e em 3% o alongamento.
6.6 Vanádio
Elementos como chumbo, bismuto, arsênio, telúrio, antimônio e titânio (fortes e mais
comuns) podem causar a formação de grafita degenerada, mesmo quando presentes em
teores residuais bastante pequenos, resultando em valores de propriedades inferiores as
especificadas. Estes elementos são muito nocivos e reagem com o Mg formando
compostos do tipo XMg. O Sb e Al são menos nocivos, tendo menos efeito sobre o Mg
residual.
As, Sb, Se, Bi, Te são muito nocivos, mas raramente são encontrados nas matérias
primas ferrosas.
A pureza do ferro fundido pode ser avaliada:
• 4,4Ti + 2,0As + 2,3Sn + 5Sb + 290Pb + 370Bi + 1,6Al < 1,0
Para peças grosas é mais apertado:
• Ti + Pb + Bi + Sb < 0,02
Fig.117 – Qualidade da sucata de aço é uma fonte de introdução dos elementos deletérios.
elemento % máxima
Pb 0,006
Bi 0,006
Sb 0,015
Ti 0,15
Al 0,50
Fig.120 – Evidencia o efeito sinérgico do Ti com os demais elementos deletérios. Acima da curva ocorre a
degeneração da grafita.
6.7.1 Chumbo
Fontes de contaminação:
• Roda de carro com chumbo
• Tintas (antigas)
• Sucata eletrotécnica zincada (a fogo)
• Sucata de aço zincada (a fogo)
• Bronzinas
• Aços de corte fácil
• Sucata de aço com revestimento de chumbo (tanque de álcool)
• Junto com elemento perlitizante, Cu
• Sn de soldar em detritos de usinagem
90
6.7.2 Bismuto
6.7.3 Antimônio
Com a adição de Cério segundo a relação Ce/Sb de 0,4; 0,9 e 1,4, obtendo um grau de
nodularização superior a 80%. Teores entre 250 a 500ppm Sb causam a formação de
grafita tipo estrela.
Fontes de contaminação:
• Tintas (pigmento branco)
• Ferro-ligas e retornos
• Aços de alta estampabilidade modernos (IF)
96
6.7.5 Alumínio.
6.7.6 Arsênio
6.7.7 Telúrio
• Carbono equivalente entre 4,3 a 4,7% com teor de carbono entre 3,5 a 3,8%. Para
peças de pequena espessura (menor 10mm) o carbono equivalente deve ser 4,4 a
4,7%. No caso de peças grossas (maior que 50mm) o carbono equivalente seria
4,2 a 4,4%, com teores de silício entre 2,5 a 2,8%.
• O teor de manganês situa-se no intervalo 0,1 a 1,2%. Para obter uma matriz
ferrítica deve-se utilizar menos de 0,25% Mn, já para matriz predominantemente
perlítica acima de 0,30% até o máximo de 1,2%.
99
• O fósforo é uma impureza, devendo ficar abaixo de 0,06% para que não gere
Steadita.
• O teor de enxofre no ferro base deve ser menor que 0,020%. A desulfuração pode
ser efetuada com sódio, cálcio, magnésio ou terras raras. O processo mais
utilizado é o plug-poroso (Gazal), utilizando CaC2 ou misturas de cal (95%) mais
fluorita (5%).
7 Processo de nodularização
Quando o ferro base apresentar um teor de enxofre abaixo de 0,020%S utilizar a seguinte
equação para calcular o rendimento (η) do processo de nodularização:
-3 2
LigaKg = Metal Kg x [ 0,76 (%S-0,01) + Mgresidual + (Tempototal vazamento) ] x (Temperatura tratamento)
Rendimento Processo nodularização x 0,01 x %MgLiga 1450
Qual a quantidade de liga (kg) nodularizante para ser adicionada a uma panela de
nodularização com capacidade de 600Kg de ferro líquido com 0,02%S tratado a
1480ºC, tendo disponível a liga nodularizante FeSiMg10, o processo de nodularização
a ser utilizado é o sandwich (rendimento de 40%) que deve resultar 0,040%Mg
residual?
LigaKg = 600Kg x [ 0,76 (0,02%S-0,01) + 0,04%Mgresidual + (10min) -3] x (1480ºC)2
40%η x 0,01 x 10%MgLiga 1450
2
LigaKg = 600Kg x [ 0,0076 + 0,04 + 0,01] x (1,020)
4
LigaKg = 150 x 0,0576 x 1,042
LigaKg = 9Kg
Hoje a produção de fundidos em ferro nodular tem como princípio, “quanto menor o teor
de Enxofre no ferro base, melhor a quantidade e menor o custo do produto final”.
Após acompanhamentos em várias fundições, aquelas que conviviam com problemas
crônicos de carbonetos em comum no seu processo, uma etapa de dessulfuração,
normalmente com a injeção de carbureto de Cálcio com nitrogênio. Proporcionando ao
metal base antes do tratamento da nodularização um teor abaixo de 0,008%S. Com a
elevação do teor entre 0,015% e 0,020% sob o ponto de vista metalúrgico, foram
satisfatórios, compensando com folga o pequeno aumento necessário de adição de liga
nodularizante.
Fig.131 – Mostra os efeitos das variáveis de nodularização na quantidade de liga necessária para ser obtido
um ferro fundido nodular
102
O mecanismo que controla o fenômeno é o mesmo que atua na nucleação dos ferros
fundidos, onde os Sulfetos de vários elementos como Cálcio, Estrôncio, Cério, etc, são
reconhecidamente efetivos núcleos para a precipitação da grafita. Desta forma a
manutenção do Enxofre dentro de uma faixa ótima, é fundamental para a obtenção de
uma estrutura isenta de carbonetos eutéticos.
Logo se questiona: o princípio do “quanto menos Enxofre, melhor ”.Imaginemos um ferro
fundido base contendo 0,020% de Enxofre, que será nodularizado com uma liga contendo
exclusivamente Ferro-Silício-Magnésio. Durante a reação de nodularização, boa parte do
Magnésio atua como dessulfurante, uma vez que não existem outros elementos
dessulfurantes disponíveis, formando Sulfeto de Magnésio (Mg) que possui baixa
densidade (2,84 g/cm) e cuja estabilidade do banho é total. Desta forma, estes sulfetos
flotam rapidamente para a escória e, na presença de grandes quantidades de oxigênio, se
oxidam formando Óxido de Magnésio (MgO) e Silicato de Magnésio ( MgSiO3 ), sendo que
o Enxofre é reincorporado ao banho, reiniciando assim o ciclo de “consumo de Magnésio
(fading)”.
O “único” Sulfeto formado (MgS), possui baixa densidade e flotam rapidamente para a
escória e o Enxofre retorna ao banho para “consumir” mais Magnésio. Desta forma,
somos obrigados a aceitar o princípio do “quanto menos enxofre melhor”.
Porém as ligas nodularizantes com o passar dos anos, foram evoluindo quanto a
composição química e outros elementos como Cálcio e os Terras Raras, passaram a
fazer parte da grande maioria destas ligas. Nestas condições, o Cálcio e as Terras Raras,
especialmente o Cério e o Lantânio, formariam preferencialmente ao Magnésio, sulfetos
de Cálcio e de Terras Raras.
O Sulfeto de Cálcio, por ter baixa densidade (2,50 g/cm3 ) e por ser extremamente estável,
flutua para a escória e ali fixaria o Enxofre. Ao mesmo tempo, alguns dos elementos
Terras Raras, em especial o Cério e Lantânio, formariam Sulfetos extremamente finos e
de elevada densidade ( 5,0 g/cm3 ), permanecendo assim em boa quantidade no seio do
metal líquido, atuando como núcleos para a precipitação da grafita, enquanto que o
Magnésio permanece livre no banho para cumprir seu papel de elemento nodularizante.
Nota-se, portanto, que na presença de outros elementos formadores de Sulfetos, mais
estáveis que o Sulfeto de Magnésio, existe faixas ótimas de Enxofre de modo a se obter
máxima nodularização e nucleação, com um mínimo de adição de liga nodularizante.
Após levantamentos efetuados em fundição, mostraram que as principais necessidades
se relacionavam a:
• Redução dos custos de produção
• Redução do impacto causado ao ambiente pelo tratamento de nodularização;
• Obtenção de ferros fundidos nodulares de elevada qualidade, a partir de ferros
base contendo elevado teor de Enxofre (típico de forno cubilô);
• Melhoria das propriedades físicas, mecânicas em função da estrutura
metalográfica.
103
A utilização do magnésio puro apresenta como vantagens o baixo custo, não introduz
elemento portador e pode tratar metal base com alto teor de enxofre. Como desvantagens
apresentam a necessidade de equipamento especial para adição, uma quantidade
mínima de metal a ser tratada, maior custo de investimento e problemas ambientais
(fumos e luminosidade)
Linhas gerais da nodularização:
a) Aumentar a pressão externa injetando N ou Ar para evitar a ebulição do Mg;
b) Dissolução do elemento nodularizante para diminuir a reatividade e a pressão de
vapor;
c) Aumento da densidade na forma de ligas de Mg com Ni, Cu ou Fe, para possibilitar
a dissolução da liga no fundo da panela;
d) Desenvolver câmaras de reação total ou parcialmente fechadas para aumentar o
rendimento e melhorar a condição ambiental;
e) Dispositivos e meios de retenção no fundo da panela para melhor dissolução da
liga nodularizante, aumentar o rendimento do Mg através de dispositivos de
imersão (Imersão por sino, fio de Mg, bucha de papel);
f) Ligas de baixa emissão de fumos, elevado rendimento e efeito inoculante, como as
Ligas FeSiMg modificada com terras raras;
g) Trazer o tratamento para o molde, aumentando o rendimento e as condições
ambientais;
h) Melhoria das condições ambientais, ou seja, baixa emissão de fumos, emissão de
gases e luminescência;
i) Melhor rendimento;
j) Controle das condições de adição do mg puro.
Figura 135 – Relação do magnésio residual com a sua forma: ativo ou composto
O ferro fundido sem magnésio resulta em ferro fundido cinzento, sendo o elemento mais
efetivo modificador da grafita. Um teor de enxofre no ferro de 0,010%S no ferro base,
basta apenas 0,018%Mg residual para gerar 100% ferro fundido nodular.
O Magnésio residual oscila entre 0,035 e 0,060%, as características grafitizantes do
banho, a composição química base e a velocidade de esfriamento, podem alterar essa
faixa no sentido de diminuir o limite inferior.
106
Fig. 136 Relação do teor de magnésio com o teor de enxofre e oxigênio na peça.
Como regra geral se não for controlados o ferro base e o processo de tratamento não se
controla a propriedade, excessivas quantidades de oxigênio e enxofre podem consumir o
magnésio, levando a uma insuficiência no grau de nodularização da grafita (lamelar). O
magnésio é um potente formador de carbonetos devido a elevação do superesfriamento
eutético e grafita spiky.
Fig. 138– Variação da porcentagem de grafita nodular presente na microestrutura para diferentes teores de
enxofre adicionados e teor residual final de magnésio de cerca de 0,50%.
107
Mas se a quantidade de nódulos for alta a solidificação se completa antes da temperatura
de formação de carboneto.
A formação dos carbonetos nos ferros fundidos nodulares é função da quantidade de
magnésio, do numero de nódulos e da velocidade de resfriamento. Estes carbonetos
podem ser decompostos por tratamento térmico, mas a presença de outros elementos de
liga pode aumentar a estabilidade dos carbonetos.
O magnésio é um efetivo desoxidante do ferro base, logo se combina preferencialmente
com o oxigênio livre que há no banho. Um ferro base com um teor de oxigênio de
0,0135% pode ser reduzido a 0,003%, quando tratado com magnésio.
Em conseqüência, o ferro fase altamente oxidado (excessiva temperatura do metal,
elevada quantidade de sucata de aço na carga, umidade da carga ou ambiente da
fundição) pode consumir o magnésio durante o tratamento. O teor de oxigênio dos
materiais de carga depende de sua superfície específica.
Devido a reatividade de outros elementos com o oxigênio, a composição dos drosses
tipicamente contém ferro, silício e outros elementos contidos no nodularizante.
• Mg + S MgS (flota - 2,84 g/cm3)
• MgS + O MgO + S SO2 + Mg
MgO + Si MgSiO3 + S (fading)
Fig. 139 – Relação espessura da sucata com sua superfície, a espessura de óxidos e quantidade de óxidos
introduzidos na carga.
Fig. 141 – Influencia da temperatura e teor de enxofre sobre o rendimento do processo conversor GF.
Fig. 142 – Variação do teor residual de magnésio com o tempo transcorrido após a reação de
nodularização. Carbono equivalente 4,60 a 4,65%.
Fig. 143 – Variação do teor residual de magnésio com o tempo transcorrido após a reação de
nodularização, para manutenção do banho em forno elétrico e a arco direto (360Kg) e forno a indução
(45kg), com temperaturas de tratamento entre 1430 a 1510ºC
Fig. 144 – Variação do teor residual de magnésio com o tempo transcorrido após o término da reação de
nodularização para diferentes condições de temperaturas de tratamento e manutenção, revestimentos do
cadinho e atmosfera.
Para certa temperatura de tratamento, quanto maior o teor de magnésio residual inicial
maior será a taxa de decréscimo deste elemento (maior a perda de Mg). Para certo teor
de magnésio a perda deste elemento no banho aumenta com a temperatura e
manutenção.
Para um mesmo tempo de manutenção uma amostra colhida diretamente da panela
apresenta um maior teor de magnésio em relação a outra amostra obtida em molde após
a reação de nodularização. Durante o vazamento do metal liquido para o molde ocorre
uma maior perda de magnésio por oxidação e volatilização, pois a relação da superfície
exposta/peso de metal contido no jato de metal ser maior do que a da panela. Deste
modo deve ser restringido ao mínimo as operações de transferência do metal líquido após
a reação de nodularização, pois contribuem para elevar a perda do magnésio.
111
Fig. 145 – Variação da taxa de decréscimo do teor residual de magnésio com o tempo (%Mg/min.) em
função da temperatura de tratamento para diferentes teores residuais iniciais de magnésio
Para uma mesma panela cilíndrica, quanto menor o volume de metal maior será a perda
do magnésio devido a oxidação e volatilização se intensificam com o aumento da área da
interface banho-atmosfera/peso de metal contido
Fig. 146 – Variação do teor residual de magnésio com o tempo transcorrido após a reação de
nodularização, para manutenção em panelas com revestimento de sílica, com amostras retiradas
diretamente da panela e amostras vazadas em moldes
Fig. 148 - Rendimento de adição de Magnésio em, ligas Fe-Si-Mg contendo 1,5 a 2,0 % Mg, 4 a 6% Mg e 8
a 10% Mg.
As principais ligas nodularizantes são Ni-Mg, Cu-Mg, FeSiMg ( mais utilizada ).
113
7.2.1 Ligas nodularizantes Ni-Fe
São as ligas mais utilizadas tendo menor preço por quilo e o custo de adição é maior que
o Mg puro. Menor incidência de carbonetos devido a maior nucleação proporciona maior
quantidade de ferrita devido ao Si ser grafitizante e ferritizante.
São normalmente utilizadas para ferro base de baixo S, onde se destacam as ligas 5-
7%Mg, 8-10%Mg, 2,5-3,5%Mg (dessulfuração prévia). Com a redução do teor de Mg é
obtido um maior rendimento e menor emissão de fumos.
Os processos onde se utilizam tais ligas são o sandwich, nodularização no molde, plug
poroso, tampa intermediária, vortex, TIP, flotret, T-Nock e sino de imersão para Mg 15 a
20%. Estas ligas apresentam na sua constituição cério, metais terras raras, cálcio e
alumínio.
As principais ligas de Fe-Si-Mg estão na Tabela 2, e subdividida em três grupos com
cerca de 9% Mg, 5% Mg e 3%Mg, alterando a quantidade de Cério, Terras Raras, Cálcio
e o Alumínio.
Tabela 24 - Ligas Nodularizantes – Norma ABNT EB 945/78
Liga Si Mg Ce Terras Ca Al
Nodularizante (%) (%) (%) Raras (%) (%Máx)
Fe-Si-Mg9 44/48 8,5/10 - - 1,0/1,5 1,20
Fe-Si-Mg9 0,3Ce 44/48 8,5/10 0,30/0,40 0,05/0,07 1,0/1,5 1,20
Fe-Si-Mg9 0,6Ce 44/48 8,5/10 0,50/0,75 0,09/0,13 1,0/1,5 1,20
Fe-SiMg9 0,4Ce 0,4TR 44/48 8,5/10 0,35/0,50 0,35/0,50 0,8/1,3 1,20
Fe-Si-Mg9 3Ce 43/48 7,0/8,0 3,0/3,5 0,5/3,5 3,0/3,5 0,5/2,0
Fe-Si-Mg5 44/48 4,75/6,25 - - 0,75/1,3 1,25
Fe-Si-Mg5 0,3Ce 44/48 4,75/6,25 0,25/0,40 0,04/0,07 0,75/1,3 1,25
Fe-Si-Mg5 0,4Ce 0,4TR 44/48 5,0/6,0 0,30/0,45 0,30/0,45 0,8/1,3 1,20
Fe-Si-Mg5 0,5Ce 44/48 4,75/6,25 0,50/0,75 0,09/0,13 0,75/1,3 1,25
Fe-Si-Mg5 0,5Ce 0,5TR 44/48 5,0/6,0 0,45/0,60 0,45/0,60 0,8/1,3 1,02
Fe-Si-Mg5 1Ce 44/48 4,75/6,25 0,95/1,20 0,17/0,21 0,75/1,2 0,75
Fe-Si-Mg5 1Ce 1TR 44/48 5,0/6,0 0,85/1,00 0,85/1,00 0,75/1,25 1,20
Fe-Si-Mg3 44/48 2,80/3,30 - - 0,8/1,3 1,20
Fe-Si-Mg3 0,4Ce 0,4TR 44/48 2,80/3,30 0,35/0,50 0,35/0,50 0,8/1,3 1,20
Fe-Si-Mg3 1,7Ce 0,3TR 44/48 2,75/3,50 1,40/2,13 0,27/0,37 0,2/0,5 0,75
Teor máximo de 1,2%Mn.
• Ligas FeSiMg ( 2,5 a 10%), são as mais usadas e podem conter entre 0,25-
3,00%Ce. Adicionar entre 1380 –1420ºC para obter peças isentas de carbonetos, o
teor Ideal Ce residual fica entre 0,0045-0,0060%Ce.
• Ligas Fe-Si-Mg (5%Mg), contem entre 0,3 a 1%Ce com Ce residual entre 0,005-
0,020%Ce haverá um grande número de nódulos nas peças finas e isentas de
carbonetos.
As ligas FeSiMg até 10%, apresentam como vantagens de ser um tratamento simples
sem necessidade de investimento de capital, proporciona bom rendimento no processo
Sandwich e pequeno efeito inoculante, não apresenta limitação quanto a quantidade de
metal a ser tratado, pequena perda de temperatura no tratamento e não existe cuidados
especiais no tratamento.
Apresentam como desvantagens o uso exclusivo para metais de baixo S, a incorporação
de Si restringe a quantidade de retorno na carga e uma maior variação de rendimento,
evolução de fumos em relação às ligas Ni-Mg.
115
7.3 Cálcio (Ca)
49
Fig. 149 - Efeito de teores crescentes de Cálcio na pressão de vapor do Magnésio em ligas Fe-Si-Mg com
8% Mg e 52%Si
Fig. 150: Efeito do teor de Cálcio contido na liga Fe-Si-Mg no rendimento de adição de Magnésio.
116
As ligas nodularizantes contêm Magnésio, Cálcio e Terras Raras (Mishmetal), que confere
um efeito sinergético, favorável à obtenção de grande número de nódulos e redução da
tendência ao coquilhamento.
O cálcio mostra um pequeno aumento no rendimento do magnésio em função do teor de
Cálcio na liga Fe-Si-Mg. Isoladamente o Cálcio proporciona um pequeno aumento do
número de nódulos sem redução da tendência ao coquilhamento, já o efeito individual das
Terras Raras é bem superior ao do Cálcio.
O Alumínio nas ligas Fe-Si-Mg tem a exemplo do Cálcio, é um efeito grafitizante, reduz a
tendência ao coquilhamento, sendo seu limite máximo de 1,2 %, devido a tendência de
esse elemento causar a formação de drosses e pinholes.
Quanto maior o teor de Alumínio na liga aumenta, maior a quantidade de eutético. Em
virtude da presença da fase frágil, o eutético causa a redução da ductibilidade. Entretanto
suas ligas são indicadas para aplicação que requerem fratura dúctil. O Alumínio e os
elementos Terras Raras conferem uma melhor resistência à fluência e melhoras nas
propriedades a temperaturas elevadas.
Fig. 152- Adição de Cério x temperaturas de vazamento sobre a tendência à formação de carbonetos no
FE. Carbonetos (mais 20%carboneto), misto (3-20%carbonetos) e isentos (menos de 3% carbonetos).
O cério pode ser usado juntamente com o magnésio para melhorar a qualidade dos ferros
fundidos nodulares, deste modo ferros fundidos com teores residuais de Magnésio
próximos aos limites inferiores não terão a sua grafita degenerada.
O tratamento com 0,015 a 0,020%Mg mais 0,020%Ce resulta em ferro fundido nodular
com estrutura completamente esferoidal. Esta adição combinada é pouco sujeita ao
processo de fadiga, porque o baixo teor de magnésio reduz significativamente a formação
de drosses.
118
Adição de cério promove um aumento substancial no número de nódulos, reduzindo a
resistência a fadiga, a elevação do numero de nódulos é menos pronunciado à medida
que se eleva a seção.
Quanto maior o numero de nódulos menor o risco de coquilhamento. Os resultados são
diferentes quando se utiliza quantidades de cério diferente, mas quando o total de terras
raras chegarem a 0,016 a 0,019% consegue um bom número de nódulos.
Para certo tempo transcorrido após a reação de nodularização, a perda pelo cério é
menor que a do magnésio, devido a menor pressão de vapor do cério, logo as perdas do
cério é devido a dessulfuração e desoxidação.
Em terras raras com menos de 50%Ce e teor final de 0,008 a 0,010%Ce e de 0,018 a
0,020%Ce para terras raras com alto cério ( maior que 90% ).
Fig. 153 – Variação dos teores residuais de cério e magnésio com o tempo transcorrido após a reação de
nodularização.
Fig. 154 - Variação do numero de nódulos x tempo após inoculação em FE em barra de 22mm com e sem
cério Relação entre o numero de nódulos e o super-resfriamento (Tamanho da seção) em ferro nodular
com mischmetall
119
Terras raras com alto teor de cério são menos efetivo na obtenção de estruturas livres de
carbonetos, mas mantém um numero elevado de nódulos. Quando se deseja um grande
numero de nódulos e pequena quantidade de carbonetos utilizar terras raras com menos
de 50%Ce, nas ligas FeSiMg com Ce checar a relação de cério nas terras raras. A
quantidade de cério na liga deve estar de acordo com a quantidade de liga nodularizante.
É muito importante a fonte de Terras Raras, é conveniente utilizar materiais com baixo
teor de Cério (Mishmetal ou Silicieto de Terras Raras com cerca de 50% Ce) ao invés dos
que contém altas porcentagens desse elemento (até cerca de 90% Ce).
A eficiência do processo de nodularização requer pequenas adições de terras raras, ligas
com baixo magnésio terá elevada nodularidade quando o cério for maior que 0,01%
associado com baixo número de nódulos e maior risco de coquilhar.
O cério (como outros metais terras raras) é um importante agente controlador dos
elementos deletérios, aproximadamente 0,005%Ce é usualmente recomendado para que
neutralize o titânio, chumbo, antimônio, arsênio, logo pode ser obtido ferros fundidos
completamente nodulares. O uso excessivo de cério e metais terras raras em peças
grossas resulta em flotação de grafita, grafita explodida e grafita chunky no centro térmico
das peças. Neste caso o excesso de cério tem sido contrabalançado com antimônio.
Mishmetal é constituído normalmente por 50%Ce, 25%La e 16%Nd, nas ligas de alto
magnésio. Pode ser utilizando durante ou após a nodularização, usualmente o teor de Ce
varia entre 0,01 a 0,04%, cerca de 50 a 70% do Ce é recuperado na refusão.
O lantânio na fabricação de ferros fundidos nodulares apresenta na sua estrutura algumas
grafitas vermiculares. O uso de 0,05% lantânio não resulta em grande quantidade de
nódulos, tendo menor efeito que o cério na formação de carbonetos. O lantânio
adicionado combina-se com o Mg-Fe-Si gerando uma grande quantidade de nódulos
(maior que 800 nódulos / mm2) e estrutura completamente ferrítica.
A grafita esferoidal não será obtida com um teor maior que 0,1% de neodímio (Nd),
quando o ferro base apresentar baixo teor de enxofre, sendo um promotor de carbonetos
bastante estáveis e grafitas vermiculares.
O uso de 0,030 a 0,050% de praseodímio (Pr) gera uma estrutura constituída de grafitas
vermiculares e algumas nodulares. O ferro fundido apresenta carbonetos e não responde
bem a inoculação com teores inferiores a 0,60%de inoculante FeSi.
Adição de 0,12 a 0,20% de ítrio (Y) tem sido usado para produzir grafitas esferoidais em
ferro base de baixo teor de enxofre. A reação não é violenta, mas o custo do ítrio é tal que
este elemento não é utilizado para a fabricação de ferro nodular.
121
Fig.156 – Influencia da temperatura de tratamento na duração da nodularização de liga FeSiMg sem (1) e
com bário (2).
A figura abaixo compara o efeito adição de Terras Raras (Mishmetal) nas ligas
nodularizantes para diferentes teores de Enxofre no ferro base, sobre a quantidade de
nódulos e carbonetos eutéticos. Quanto maior o teor do Enxofre, maior quantidade de
nódulos e conseqüentemente menor tendência ao coquilhamento.
Fig. 157 - Relação constante entre TR e %S cobre o numero de nódulos e presença de coquilhamento
Há uma relação constante entre o percentual de Enxofre do ferro base e quantidade de
Terras Raras adicionada. As próximas 3 figuras mostram o efeito individual dos elementos
122
terras raras, foi utilizado uma liga FeSiMg e cada elemento Terra Rara misturada a esta
liga, exceto Y, que por possuir elevado ponto de fusão (1509ºC) foi adicionado no forno.
Os elementos terras raras que interferem no processo de nucleação dos ferros nodulares
tem eficiência nucleante diferentes devido a afinidade química com o enxofre, aptidão do
composto formado em servir como substrato para nucleação da grafita, tamanho e
densidade dos Sulfetos formados.
Os Sulfetos de Terras Raras são mais importantes na nucleação dos nódulos de grafita
do que o Sulfeto de Magnésio. Assim quanto mais estável o Sulfeto de Terra Rara
formado, melhores as condições de nucleação. De acordo com o diagrama de Ellingham,
que não considera as condições de concentração, o Sulfeto de Cério é o mais estável,
vindo em seguida o de Cálcio de Lantânio e o de Magnésio.
124
a) Tamanho dos Sulfetos. A velocidade relativa de flotação destes Sulfetos foram,
calculadas com base na lei de Stokes. O aumento do número de nódulos é inversamente
proporcional a velocidade de flotação dos Sulfetos e, portanto ao diâmetro médio dos
Sulfetos. Logo os núcleos maiores de Sulfetos apresentam menor capacidade de
resistência no banho tendo menor capacidade de nucleação.
Tabela 26 - Resultados das medidas do tamanho dos Sulfetos de Ce, La, Pr e Nd.
SULFETOS DIÂMETRO MÉDIO M VELOCIDADE DE
FLOTAÇÃO RELATIVA
CeS 1,88 1,00
LaS 2,61 1,93
PrS 2,93 2,43
NdS 3,60 3,68
c) Maneira geral, a utilização de magnésio elementar e ligas com alto Mg resulta em custo
menor da liga, mas necessita de equipamento especial. As ligas com baixo Mg são as
mais preferidas, apresentam elevado rendimento, não necessitam de equipamentos
especiais e não se emprega para ligas de alto S
125
7.8 Processos de nodularização
Fig. 162–Panelas de nodularização para o processo simples transferência. Relação 1:1 ( A ) e 2:1( B )
126
7.8.2 Processo “Sandwich”
É uma evolução do processo simples transferência, onde foi construída uma câmara de
reação que pode estar centralizada ou tangenciando o fundo da panela. O tamanho da
câmara de reação deve ser tal que comporte toda a lida nodularizante e a cobertura (1-
2%).
Fig. 163 – Possíveis locais para a câmara de reação. Processo normal, junto a parede da panela (A),
central - mais profunda (B) e uso de tijolo para criar a câmara de reação em panela com fundo de pequena
espessura (C).
A função da cobertura sobre a liga é retardar a reação do Mg, só inicia após a fusão da
cobertura que irá ocorrer após formação de uma coluna de metal líquido, desta forma as
bolhas de Mg interagem mais com o metal líquido elevando o rendimento.
A cobertura pode ser de ferro fundido ou chapa de aço (1,5 a 3mm). Também pode ser
utilizado areia Shell mais CaC2 (Processo cover ou trigger), este atua como dessulfurante
e desoxidante a reação após a quebra mecânica (haste) da cobertura, após transporte da
panela para área de vazamento. Exige maior cuidado na preparação da cobertura e
remoção da escória, o tempo de tratamento é curto.
É um processo simples, flexível e muito utilizado, preferencialmente são utilizadas ligas
nodularizantes de média e alta densidade como FeSi45Mg 5-7% e FeSi45Mg 8-10% o
rendimento do processo fica entre 40-50% (varia conforme o teor inicial de enxofre,
relação altura diâmetro e temperatura de tratamento). Não há restrição quanto à
quantidade de metal a ser tratado, desde que a câmara de reação esteja dimensionada.
127
Rendimento usual do Mg ( % )
Liga Simples transferência Sandwich
NiMg 45 – 55 50 –70
CuMg 40 – 50 45 – 60
NiSiMg 35 – 45 40 – 55
FeSiMg 5% 30 – 40 40 – 50
FeSiMg 9% 20 – 30 30 – 40
Briquetes Mg + Fe 60 – 70
A B
C
Fig. 160 – Panela de nodularização tampa intermediária, mostrando o carregamento da
panela com nodularizante e cobertura “A”, carregamento da panela de nodularização “B” e
transferência do metal para a panela de vazamento.
129
Tabela 31- Pesquisa nos EUA, 1983 e 2000. Processo Tundish Cover
%S %S FeSiMg %Mg η Mg Tempo / Cobertura Nº de T / ano /
(%) Residual
inicial final (%) tratamento (kg/t) fundições fundição
Média 0,020 0,010 1,54 0,05 59,4 1,50 5,9 560 68.900
Desvio padrão 0,007 0,003 0,46 0,005 13,1 0,73 6,4 740 133,6
Máx 0,05 0,015 3,0 0,060 84,7 3 18 2.400 80.000
Mín 0,005 0,005 0,9 0,035 34 0,4 4 100 3.000
Total 2700000
η, rendimento
Fig. 162 – Processo tampa intermediária com bico de chaleira (Teapot), baixa perda de temperatura.
130
Fig. 163 – Processo tampa intermediária com célula de carga e tampa fixa (rendimento entre 50-70%)
Fig. 195 - Efeito da granulometria da liga FeSi6Mg sobre o teor de Mg em processo Tampa Intermediaria.
Fig. 165 - Efeito do diâmetro do canal e relação altura / diâmetro sobre o teor de Mg residual.
131
Não se recomenda peças com tempo de vazamento inferior a 5 segundos, pois terá
dissolução incompleta da liga, os moldes bipartidos verticalmente apresentam dificuldades
neste processo. Com dupla câmara de reação, permite vazamento de peças com até
400Kg.
Fig. 169- Forma e relação entre entrada e saída de metal da câmara de reação
No caso de peças grandes o ideal é utilizar duas câmaras de reação.
Para evitar inclusões pode ser empregadas câmara de reação, massalotes laterais e
filtros.
Fig. 172 – Porcentagem de liga dissolvida no metal líquido em função da temperatura e do volume da
câmara ocupado pela liga.
Fig. 174 – Processo in molde por vazamento retardado e esquema de inserto sólido de liga
Nodularização ( briquete )
Consiste em introduzir um gás inerte (N2) pelo fundo da panela para agitar o banho, a liga
nodularizante é pulverizada na superfície do banho e rapidamente é incorporada ao
banho. Quantidade de metal a ser tratado no mínimo 500kg sendo utilizada a liga FeSiMg
5 a 10% com rendimento do Mg entre 40-50%, deve ter rígido controle da injeção do
nitrogênio para não diminuir o rendimento.
Liga nodularizante é inserida por um sino de aço revestido com refratário de grafite ou alta
alumina preso a tampa. O tamanho do sino varia com a quantidade de metal e teor de S
no ferro base. Processo mais utilizado após sandwich e simples transferência, sendo
utilizado liga de baixa densidade como a FeSiMg15% ou mais, coque impregnado com
Mg e briquete de Fe-Mg.
Fig. 178 – Processo de nodularização por Imersão por sino, entre 10 a 20 kg de liga o sino possui 6
furos nas paredes verticais e na superior.
137
O rendimento do Mg é maior que 50% dependendo dos orifícios no sino (número,
tamanho e posição) e posição do sino na panela. Tratamento de metal com maior teor de
enxofre, tendo um maior custo em relação aos processos anteriores pois maior será o
tempo para tratamento do metal líquido, necessidade de estação para tratamento com
exaustão, maior custo da mão de obra operacional e projeto do sino é feito uma
quantidade fixa. A quantidade de metal tratado é de no mínimo 1000kg, para não cair a
temperatura, um mesmo sino pode ser utilizado para 80 tratamentos.
Tabela 33- Pesquisa nos EUA, 1983 e 2000. Processo imersão com sino. 12 fundições
%S %S %Mg η Mg T/ Nº de T / ano /
inicial final residual (%) panela fundições fundição
Média 0,020 0,010 0,050 31,7 1,30 250 13.390
Desvio padrão 0,02 0,01 0,01 13 0,9 433 16.773
Máx 0,06 0,025 0,07 55 2,7 750 46.000
Mín 0,01 0,003 0,035 20 0,45 140 500
Total 161.000
η, rendimento
É utilizado um reator cilíndrico com rotação de 180º em torno de seu eixo. Na posição
horizontal ocorre a introdução da liga nodularizante e transferência do metal líquido sem
contato com o Mg, seguido do fechamento da tampa e rotação para a posição vertical
iniciando a reação. A forma do conversor é tal que impede projeções de metal durante o
tratamento, o revestimento deve ser refeito em média após 200 a 300 tratamentos, a
capacidade varia de 800 a 5000Kg
É utilizado como nodularizante Mg puro de baixo custo e não introduz silício, tendo
rendimento entre 50-60% depende da temperatura e teor de S. Tratamento de metal com
alto enxofre (até 0,2%), apresenta dificuldade na retirada da escória e dispensa
dessulfuração (metal de cubilô) tendo menor tendência de pin-holes (baixo teor de
alumínio).
138
Fig. 180 – Esquema da pressão do magnésio (P3) em relação a pressão do metal líquido (P1 e P3).
Fig. 181 – mostra o transporte o conversor em empilhadeira e o vazamento para um forno vazador
Fig. 182 - Adição de magnésio puro em função do teor de enxofre do metal base, temperatura de 1480ºC
para 0,050%Mg residual..
Processo que consiste em injetar gás inerte através de uma lança juntamente com CaC2
(dessulfurar) ou Mg puro para nodularizar. A utilização de Mg puro gera uma reação
violenta, sendo necessário tampar a panela. Este processo possui um elevado custo de
investimento e manutenção devido a entupimento e do nodularizante (Mg) na forma
esférica (mais caro). Tratar 1000kg no mínimo devido a perda de temperatura, tendo um
rendimento do Mg entre 35-40%, aplicação limitada.
O processo consiste em levar a panela de metal líquido para dentro de uma câmara, onde
a pressão da mesma se aproximada a 30 atm, bem superior a pressão de 13,6 atm
(1510ºC) resultante da introdução do Mg puro, resulta em menor perda de Mg por
volatilização. Este processo é de operação complexa (pessoal habilitado), alto custo de
investimento, deve ter cuidado com segurança (elevada pressão), alem de acentuada
perda de temperatura devido ao tempo de tratamento muito grande. Aplicação muito
restrita, sendo facilmente substituído pelos processos Sandwich ou imersão por sino, não
importa o teor de S inicial, não introduz silício, o rendimento do Mg fica entre 70-80%.
Nesse processo se costuma adicionar teores de magnésio e posteriormente diluição com
quantidades de 3 a 4 vezes maiores de metal não tratado.
%S %S %Mg η Mg T/ T / ano /
inicial final adiçãol (%) panela fundição
Média 0,015 0,010 0,09 77,4 1,6 230
Desvio padrão 0,005 0,005 0,01 2,6 0,8 245
Máx 0,02 0,015 0,10 82,3 2,4 500
Mín 0,008 0,005 0,06 58 0,8 60
Total 910
η, rendimento
141
7.8.10 Processo “Panela com Grelha”
O processo consiste em uma panela com fundo falso, possui uma grelha feita de material
refratária que impede a flotação da liga nodularizante colocada no fundo falso. É utilizado
liga de baixa densidade de coque impregnado com Mg (43-45%Mg) e rendimento do Mg
maior que 50%, podendo ser tratado grande quantidade de metal.
Tem co o problema o entupimento da grelha, dificuldade de colocação da liga e ajuste da
junção do fundo, uma panela sem divisão seria o ideal, tendo um furo maior diâmetro para
por a liga nodularizante e fechado antes do vazamento. Deve ser reconstituído o refratário
(fundo) após cada nodularização
Existe uma câmara de reação separada na panela de por uma grelha onde é colocada a
liga de baixa densidade de coque impregnado com Mg, cujo rendimento do Mg fica entre
35 a 50%. Para tratamento de cerca de 550Kg de ferro fundido a uma temperatura de
1500ºC se obtem um rendimento entre 45-50%, com perda de 60 a 90ºC.A panela se
movimento em torno de seu eixo, pode ser utilizada para pequenas e médias produções
(500kg a 3000kg), pode ser tratado metal base com alto enxofre (0,1%). Tem como
problema a difícil remoção drosses, difícil distribuição do metal tratado e difícil manuseio.
A liga é colocada na câmara e fechada com uma massa refratária, vazamento de metal na
panela e rotação de 120º para que ocorra o contato com o coque. A reação tem a duração
de 2 minutos, voltando a panela a posição inicial para retirada do coque o mais rápido
possível com vazamento posterior.
O magnésio puro apresenta forma de barras revestida por lama refratária, com uma
espessura mais fina em uma das extremidades, sendo introduzido no banho por meio de
sino de imersão, com a vaporização do Mg ocorre a quebra a lama refratária iniciando a
reação.
A lama deve ser refratária, isolante, aderente a baixa e alta temperatura, suportar choque
térmico e mecânico. O equipamento é simples, panela mais sino de imersão permite
tratamento rápido sendo atrativo para grandes produções com panelas de 1000kg mínimo
(evitar perda temperatura).
Usa Mg puro que é mais barato com rendimento do Mg entre 40-60%, não introduz silício
e o teor de S no metal base deve ser menor que 0,03%, para não diminuir o rendimento.
Este processo utiliza uma câmara de reação fora do molde onde é inserido a liga
nodularizante, sendo incorporada pôr meio de movimento rotativo do metal (funil). Pode
ser efetuado os tratamentos de dessulfuração, nodularização, inoculação e adição de
elementos de liga, podendo operar de forma continua ou intermitente sem poluição
ambiental.
A liga FeSiMg ( 8 a 20%Mg ) com rendimento 50 a 60% na liga FeSiMg10%
(granulometria 0,2 a 3 mm)
Apresenta um baixo custo de investimento e de manutenção, versatilidade de aplicação
tendo boa reprodutibilidade perdendo pouco tempo de tratamento conseqüentemente
pequeno perda de temperatura.
Tem como desvantagens o tratamento limitado entre 50 a 1000kg, o teor de enxofre deve
ser menor que 0,06% e controle rigoroso granulometria da liga.
143
Similar ao processo vortex, tendo por objetivo evitar a reação na presença de oxigênio,
utiliza liga FeSiMg, mas com rendimento 80%, tem baixa emissão de fumos e pequena
perda de temperatura. Como desvantagem o controle de adição liga, principalmente o de
granulometria.
η, rendimento
A panela de nodularização pode girar em torno de seu eixo tanto da horizontal (h) como
na vertical (v). O enchimento é efetuado na posição horizontal, posteriormente fechada é
transportada por meio de empilhadeira até a área de vazamento quando é rotacionada na
verticalmente para ocorrer a nodularização, após a reação retorna a posição horizontal
para a remoção da escória pela abertura.
Este processo consiste na introdução de fio de Mg puro (1/8’) ou liga na forma de liga
(FeSiMg8-10%) revestido com camada de aço (espessura 1,0mm), para retardar a
reação, logo este ocorre na panela abaixo da superfície do banho, sendo introduzido
através de um orifiocio na tampa que evita a evolução de fumos.
Fig. 193 – Representação esquemática do tratamento com o arame com alma de magnésio
147
A temperatura recomendada para tratamento é de 1490ºC, sendo a perda de temperatura
de 40ºC para um tratamento de 30s. Objetivo é introduzir pequeno teor de Mg de forma
progressiva, ocorrendo a formação de pequenas bolhas de Mg vapor, assim sua
ascensão é lenta e gradual desta forma maior será o tempo de contato com o líquido e
maior será o rendimento. Em tubos contendo 30%Mg sob condições de forte agitação o
rendimento é de 25% e com uma menor velocidade de introdução do fio o rendimento
chega a 40%.O fio é introduzido por meio de um sistema alimentador de alta velocidade
(400 pés/mm), sendo um equipamento caro e de controle preciso do teor de magnésio
residual é interessante para a fabricação de ferro fundido vermicular e para repor o Mg em
fornos vazadores. Como principal desvantagem temos o elevado custo do tubo e como
vantagem é a possibilidade de automação, o que implicaria em redução de custos e em
melhoria em redução de custos e qualidade do material produzido.
Fig. 194 – Influencia das dimensões da panela no tratamento com o arame com alma de aço
Fe-liga Mg puro
Diâmetro do arame (mm) 13 9
Peso (g/m) 410,00 182,00
Metros por kg 2,44 5,49
Chapa de aço (g/m) 222,3 118,0
% de aço 54,22 64,84
Peso do recheio (g/m) 187,7 64,0
148
Fig. 197 - Vazamento em moldes injetando o fio em uma bacia que desvia o fluxo do metal (superior),
utilização no forno vazador com injeção do fio reto ou inclinado (direita) ou por dentro do stopper.
149
Tabela 37 – Análise química do recheio e arame
Como coque impregnado de magnésio (43 a 45% Mg) ou de briquetes (30 a 50% Mg), são
utilizados nos processos de imersão por sino, panela dotada de grelha e panela rotativa.
As principais vantagens do uso desses agentes são a maior flexibilidade de escolha dos
materiais de carga:
- possibilitando uso de maior porcentagem de retornos de ferro fundido nodular (esses
agentes não contêm silício);
- possibilidade de se efetuar dessulfuração e nodularização em um só tratamento;
- menor teor final de alumínio quando comparado com as ligas nodularizantes, reduz a
tendência à formação de pinholes.
Os inconvenientes destes produtos nodularização são o custo mais elevado, à necessidade
de equipamentos especiais para o tratamento (custo de investimento muito menor que os
métodos em usa magnésio metálico), no Brasil não é disponível o coque impregnado com
magnésio (mais efetivo que os briquetes e maior variação do teor de magnésio). É
necessário efetuar a adição de cério para neutralizar os elementos deletérios.
O uso de panelas dotadas de grelhas eleva em 30% o rendimento quando comparada ao
processo de imersão por sino, ambos os métodos usam panelas com capacidade maior do
que 1T, e menor perdas de temperatura que o processo de imersão por sino.
A panela rotativa é um processo mais recente, que apresenta vantagens sob os aspectos
de operação e de segurança com capacidade entre 500 e 3000kg, com rendimentos mais
elevados com a utilização de coque impregnado de magnésio para maiores teores de
enxofre no ferro fundido base.
A liga nodularizante mais empregada é a Fe-Si-Mg (3 a 10) com 5% Mg, a liga com 3% Mg
é um desenvolvimento mais recente e possui maior rendimento. As ligas Fe-Si-Mg contêm
geralmente cério e/ou outras terras-raras (0,3; 0,5 ou 1,0%), cálcio (0,8 a 1,5%) e alumínio
(1,25% máx).
As ligas Ni-Mg apresentam maior densidade e 4,5% Mg em média, contendo ou não ferro
(32 a 36%), ou 15% Mg, contendo ou não silício (26 a 33%), ferro (5% Máx). As ligas mais
usadas são as que contém menor teor de magnésio.
As ligas Cu-Mg é uma alternativa de menor custo em relação as Ni-Mg, tendo teores de 15,
20 ou 50% Mg, hoje tem uma aplicação industrial mais restrita.
As grandes maiorias das fundições empregam ligas nodularização, por proporcionam de
151
modo geral, melhores condições de reprodutibilidade de resultados e segurança de
operação, e o menor investimentos em equipamentos especiais de tratamento.
O menor rendimento do magnésio ocorre no processo simples transferência (25 a 35%),
mas devido à simplicidade, segurança de operação e reprodutibilidade (Mg residual), esse
método apresenta alta confiabilidade e grande aceitação para fabricação de ferros fundidos
nodulares. O processo sanduíche resultou de aperfeiçoamento da simples transferência e
permite a obtenção de rendimentos de adição de magnésio mais elevados (35 a 50%), com
elevada reprodutibilidade de resultados e condições de operação simples e seguras, sendo
atualmente o processo de tratamento mais empregado em todo o mundo para a fabricação
de ferros fundidos nodulares.
O rendimento no processo de imersão por sino é da ordem de 40 a 55%, portanto em
média mais elevados que os referentes aos de simples transferência e sandwich. A menor
evolução de fumos e luminosidade em relação aos processos em que se utiliza magnésio
metálico, a possibilidade de uso de ligas com teores mais elevados de magnésio (menor
custo) e a possibilidade de automatizar, constituem as principais vantagens desse método.
Rendimentos dos processos "in mold", "Flotret" e panela com tampa intermediária ("tundish
cover") possibilitam a obtenção de rendimentos mais elevados que os de simples
transferência, sandwiche e imersão por sino. O processo in-molde permite os maiores
rendimentos de magnésio (70 a 80%) sem que se necessite efetuar adição de inoculantes,
excelentes condições de segurança de operação, ausência de problemas de poluição
ambiental, e possibilidade de operação dos fornos de fusão a menores temperaturas,
resultando em economia de energia. As limitações desse processo referem-se à diminuição
do rendimento metalúrgico (peso de peças/peso de peças + canais + massalotes), em
virtude do emprego de uma área da placa destinada a câmara de reação e a necessidade
de sistemas de canais mais complexos, dotados de centrifugadores e retentores de
escória, maior tendência à formação de defeitos de drosses e inclusões nas peças
fabricadas, maior controle das ligas nodularização, limitação do teor inicial de enxofre
0,010%, e necessidade de controle de 100% das peças fabricadas.
O processo "Flotret" proporciona elevados rendimentos de adição de magnésio (65-75%),
pouco inferiores aos obtidos com o de nodularização no molde, condições operacionais
simples e seguras e excelentes situações quanto ao controle ambiental. Suas maiores
desvantagens referem-se à menor flexibilidade quanto ao tratamento de diferentes
quantidades de metal liquido e à necessidade de limitação do teor máximo inicial de
enxofre, não sendo esse processo muito utilizado industrialmente.
O emprego de panela com tampa (dotada de bacia com orifício) tem por principal objetivo
diminuir os problemas de poluição ambiental causados pela evolução de fumos e liberação
de luminosidade decorrentes da oxidação e da volatilização do magnésio durante a reação
de nodularização de ferros fundidos. Rendimento maior que o processo sandwich e
excelente reprodutibilidade dos resultados, condições de trabalho bastante seguras e
necessidade de pequeno investimento inicial.
As principais desvantagens desse método é a necessidade de operações adicionais em
relação aos processos de simples transferência ou sandwich e aos maiores tempos de
transferência e reação.
Os processos de nodularização in-molde e panela com tampa vêm tendo sua utilização
intensificada nos últimos anos, tendência esta que deverá prosseguir principalmente em
decorrência de proporcionarem, simultaneamente, aumento do rendimento do magnésio,
condições de operação bastante seguras e menores problemas de poluição ambiental.
Podem-se citar ainda três outros processos em que se utilizam ligas Fe-Si-Mg (geralmente
com 5 ou 9% Mg). O processo TIP, empregado para quantidades de metal líquido de 500 a
3000 kg, proporcionando rendimento de adição de magnésio de 65 a 80%, o "T – KNOCK”
de cerca de 75% para tratamento efetuado a 1480C, e o "Vortex" que possibilitaria
rendimentos de 50 a 60%, sendo adequado para quantidades de banho metálico de 50 a
152
1000kg.
Esses processos tem encontrado limitada utilização, por problemas operacionais ("TIPI”),
maiores perdas de temperatura e tendência à formação de defeitos de inclusões ("T-
KNOCK"), e limitações quanto à quantidade de metal a tratar e à granulometria da liga Fe-
Si-Mg ("Vortex").
Inclui o nível total de produção diária requerido, a capacidade máxima das panelas de
tratamento e de vazamento que podem ser utilizadas e os períodos do dia em que se
necessita fornecimento de metal líquido.
Para condições de menor demanda e em situações em que esta é intermitente,
notadamente quando referentes a uma larga faixa de variação de peso de metal, torna-se
mais conveniente a adoção de processos que possibilitem maior flexibilidade, tais como o
de simples transferência, sandwich ou panela com tampa intermediária, e uso de ligas
nodularização a base de magnésio de maior peso específico.
Para maiores demanda de metal líquido e maior constância de volume necessário, pode
ser utilizada ligas de menor custo ou mesmo magnésio metálico em processos como o
conversor pode ser mais adequado.
Equipamento de fusão
O equipamento de fusão utilizado para produção de ferro fundido nodular tem influência
sobre a temperatura e o teor de enxofre do material base, e ainda, a máxima quantidade de
metal a tratar em cada ciclo. O teor de enxofre de ferro fundido produzido em forno cubilô
com revestimento ácido pode variar de 0,10 a 0,30% podendo - se, evidentemente reduzir
esses níveis através de dessulfuração.
Nos processos conversor (Mg metálico) ou panela rotativa (coque impregnado com Mg) é
possível efetuar simultaneamente a dessulfuração e nodularização empregando material
base de alto teor de enxofre. Utilização de ligas Fe-Si-Mg como agente nodularizante não
seria conveniente usar material base com teor de enxofre superior a 0,050%
(preferivelmente menor que 0,030%), devendo-se ainda considerar o problema de aumento
do teor de silício decorrente da necessidade de se empregar maior teor de liga
nodularizante para promover a redução do teor de enxofre.
Usando-se fornos elétricos para fusão ou manutenção do banho metálico tem-se maior
flexibilidade para seleção do processo de nodularização, uma vez que nesses
equipamentos é possível variar a temperatura do metal líquido, em uma larga faixa, para
compensar as perdas decorrentes do tratamento e das posteriores transferências de metal
líquido. Por outro lado a fabricação de ferro fundido nodular utilizando diretamente o metal
líquido produzido em forno cubilô requer um elevado grau de controle para a fabricação de
peças com maiores requisitos de qualidade.
Independentemente do equipamento de fusão usado, a disponibilidade de forno elétrico de
manutenção de grande capacidade auxilia no fornecimento de metal líquido em condições
uniformes de temperatura e teor de enxofre, dois fatores importantes para obtenção de
reprodutibilidade quanto ao teor residual de magnésio e, conseqüentemente, sobre a
morfologia da grafita obtida nas peças fabricadas.
Temperatura de tratamento
Temperatura de vazamento
Especificação do material
Evolução de fumos
Custo do tratamento
Arranjo físico
O metal líquido deve solidificar entre as temperaturas dos eutéticos estável e metaestável
e este intervalo pode ser ampliado ou reduzido pela adição de elementos de liga.
Fig. 199 – Mostra o efeito dos elementos de liga sobre o intervalo de solidificação.
156
Fig. 200 – Evidencia o diagrama ferro carbono e o intervalo de solidificação entre ambos
os eutéticos.
A B
C D
Fig. 202 - Curvas de resfriamento ilustrando o efeito sobre o tipo de fundido, (A)Cinzento,
(B)Nodular coquilhado, (C)nodular com carbonetos intercelulares e (D) ferro branco.
158
Fig. 203 - Temperaturas liquidus e solidus em função do grau de saturação (Sc), para banhos inoculado e não-
inoculado, ferros fundidos cinzento e nodular.
Começou seu desenvolvimento a partir dos anos 30, por meio de tentativa e erro. Alguns
inoculantes não diminuíam o coquilhamento, ou não aumentavam o limite de resistência,
ou diminuem a resistência fadiga ou geravam muita escória.
Os inoculantes são compostos grafitizantes, adicionados antes do vazamento, para
controlar o modo de solidificação, a microestrutura e as propriedades do material. Afetam
a morfologia da grafita, diminuem a quantidade de carbonetos.
É uma operação metalúrgica muito importante na qualidade do fundido, onde ajuda a
diminuir a quantidade de rechupe em quantidade adequada, aumentar fluidez e a
usinabilidade. É adicionado na transferência do metal para a panela ou molde.
8.1.1 Fadiga
Outros candidatos a núcleos são restos de grafita, óxidos, nitretos e áreas ricas em Si.
Grafita. Há fortes evidências a favor como a refusão de cargas contendo grafita resultam
em material com alto nível de nucleação, adições de grafita funcionam como inoculante,
se efetuadas perto da solidificação. A grafita adicionada deve ser cristalina, não é
eficiente para nodular e vermicular. O Mg e as Terras Raras alterariam a tensão
superficial da partícula com o banho.
Áreas ricas em Si. Quase todos os inoculantes contêm altos teores de Si, as regiões
ricas em Si facilitariam a precipitação da grafita.
Óxidos. Certos silicatos são núcleos para a grafita. Este modelo está baseado no forte
efeito do oxigênio e de desoxidantes sobre a nucleação de grafita. Atendem aos requisitos
162
de estabilidade termodinâmica, baixo desajuste de reticulado com a grafita. O
processamento que remove SiO2 “desnucleia”. Autores sugerem que sulfetos são
nucleados sobre óxidos. O enxofre formaria CaS, que fluxaria a superfície do CaO,
mantendo-a ativa para atuar como núcleo. A fadiga seria o resultado do coalescimento
das partículas de silicato de cálcio.
Inclusões de óxido + sulfeto. Existem orientações cristalográficas bem definidas entre a
partícula de sulfeto, a de óxido e a grafita. As partículas no centro da grafita tem tamanho
de cerca de 1 µm.
Controlar o peso do inoculante e do metal a ser tratado, pois uma pequena variação
significa a ocorrência de defeitos, como estruturas inadequadas, além de um custo
adicional quando em excesso. A quantidade de inoculante no ferro fundido cinzento varia
entre 0,20 a 0,35% (FeSi) na panela, geralmente 0,25% é eficiente. Adições entre 0,05%
a 0,15% no molde ou no jato de vazamento.
o
N nód ulo s
tendência ao coquilhamento
2
N nódulos / mm
o
Fig. 210 - Efeito da quantidade de inoculante sobre o número de nódulos e tendência ao Coquilhamento
No ferro nodular devido ao maior superesfriamento devo utilizar uma quantidade maior de
inoculante, entre 0,50% a 0,80% (0,65%máx.) na panela e 0,1% a 0,3% no molde ou no
jato de vazamento. É fundamental que o inoculante contenha entre 1,5 a 2,0%Al e 0,5 a
1,0%Ca.
Esperado de um inoculante a redução do coquilhamento e o aumento do número de
nódulos por milímetro quadrado.
A temperatura de inoculação fica entre 1420 a 1460ºC para se obter uma elevada
dissolução e boa homogeneização. Manter os inoculantes secos devido a grande
afinidade com o oxigênio.
164
Baixa temperatura de vazamento eleva a quantidade de carbonetos devido a maior
extração de calor do molde, dissolução incompleta do inoculante (inclusão), resultando
em heterogeneidade na estrutura. Excesso de temperatura tenderá a fadiga do
inoculante, promove a destruição núcleos/oxidação. A temperatura ideal deve ficar 50ºC
acima da reação.
8.3.3 Granulometria
Um inoculante fino gera uma dissolução rápida, já quando grosseiro pode oxidar ou flotar
antes da dissolução, recomenda-se:
• Panela de transferência 0,2 a 4,0 mm
• Panela de vazamento 0,4 a 2,0 mm
• Jato no molde 0,1 a 0,6 mm
• In molde 0,1 a 0,4 mm
250
2
Numero de nódulos / mm
245
240
235
230
225
220
0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4
Tamanho do inoculante ( mm )
Fig. 211 - Quantidade de nódulos a meio raio, em amostras de diâmetro de 20mm com 0,65% Fe-Si75
(68%Ca e 1,43%Al ) e diferentes granulometrias em ferro nodular com carbono equivalente 4,4%. Em seção
de 10mm ± 500 e seção de 40mm ± 120 nódulos/mm .
2
A inoculação tende a apresentar fadiga, entre 5 a 7 minutos o seu efeito tende a cair pela
metade, quanto menor o tempo melhor à eficiência. O Si é um excelente desoxidante,
logo a presença de escória durante a inoculação promovera uma redução do óxido pelo
inoculante. A escória deve ser removida antes da adição do inoculante, evitando que o
inoculante se consuma com a redução dos óxidos, tendo-se, portanto uma menor
eficiência e maior custo.
165
8.3.5 Tipo de inoculante
250
Bom inoculante
200
2
N nódulos / mm
150
50
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Tempo após inoculação ( min. )
Fig. 212- Influencia de um inoculante ruim em relação a um bom inoculante sobre o numero de nódulos.
Eleva-se o grau de nucleação com adições no forno de 0,2 a 1,5% de SiC (FE) na carga e
de 1 a 2% de SiC (FC). Os inoculantes devem ter elevada disolução no banho líquido
para maior homogeneidade e devem ser mantidos em locais secos.
Os inoculantes podem ser classificados em comuns, especiais e estabilizadores (mais
usados em ferro fundido cinzento para obter grafita “A” e matriz perlítica
Tipo Si Al Ca Ba Zr outros
FeSi 75 0,6-1,2 0,6-1,0
FeSiBa 60-65 1,0 0,8 0,8 6 6%Mn
FeSiBa 60-65 0,5-1,7 1,0 9-11
FeSiBa 60-65 1,5 2,0 5-6 9%Mn
FeSiBa 70-75 0,8-1,2 0,8-1,2 1,7-2,2
FeSiZr 80 1,5-2,5 2,5 1,5
FeSiZr 65 4,2 1,2 1,7
FeSiZr 65 1,5 1,3 5
FeSiSr 75 <0,5 <0,1 0,8%Sr
FeSiSr 45-50 <0,5 <0,1 0,8%Sr
FeSiCe 45 0,5 0,5 10%Ce
FeSiCe 45 0,5 0,5 3%Ce
FeSi 45-50 0,8 0,8
FeSiMg 45-50 0,8 0,8 1,25%Mg
FeSiLa 75 1,5 2%La
FeSiBi 75 1,5 1,6 1,5%Bi
FeSiBiCe 75 1,5 1,6 1,5%Bi +0,7%Ce
FeSiBiCe 75 1,5 1,6 1,5%Bi +3,3%Ce
166
SiZr 50 2 40Zr
SiZrCa 80 2,5 1,5 1,5Zr
SiMnZr 62,5 3,5 1,0 6Mn +6Zr +2,5Ba
SiBa 50 1,0 1,0 10Ba
SiMnZrBa 62,5 2,1 1,0 6Mn + 6Zr +2,5Ba
SiMnCaBa 62,5 2,5 1,25 10Mn + 5Ba
SiMnZrCaBaC 47,5 5,0 0,75 4Ba + 7Zr + 7Mn + 18C
Si TR 50 2,5 4,25 31,5Tr
SiCa 30 0,5 0,5 10Ca + 3TR
SiSr 77,5 0,5 1Sr
SiC 63 28C
CrSi 15 60Cr + 5C
Estabilizad
perlitizante
Tipo Si Ca Al Mn C outros
M 80 1,6 0,9
N 75 1,0 1,3
P 65 1,6 0,9 5,7 6Zr +3Ba
Q 65 2,7 0,9 6,2 6,4Zr
R 45 0,6 39,4Zr
S 55 6,4 0,8 9Ti
T 0,05 0,5 68Ti
U 38 10Ce+13TR
V 29 0,3 0,3 17Ce+33TR
W 35 0,1 26TR
X 61 2,32 1,1 11 5Ba
Y 75 0,03 0,4 0,6Sr
8
profundidade de coquilhamento (mm )
0,1% Fe-Si
4
0,3% Fe-Si
2
1
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
Alumínio ( % )
500
450 0,3% Fe-Si
2
Nº cél. Eutéticas / cm
400
350
300
250
200 0,1% Fe-Si
150
100
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
Aluminio (%)
Fig. 217– Influencia do alumínio sobre a quantidade de células eutéticas, inoculação com 0,1 e 0,3%
Fe-Si75, CE=4,0%
Fig. 220- Influencia do cálcio e alumínio (no inoculante) sobre o limite de resistência, alongamento,
quantidade de ferrita e numero de nódulos.
b) Ca-Si. É constituído por 60%Ca, 30%Si e 1-2%Al é mais eficiente para ferro fundido
cinzento hipoeutético, diminui o coquilhamento em até 50% a mais que o Fe-Si. Gera
grande quantidade de grafita A, tendo pouca eficiência para ferro fundido cinzento
hipereutético. Não é usado em FE devido ao baixo efeito grafitizante.
d)FeSiSr[75/1]. Apresenta elevada eficiência com baixo teor de 0,5% Al e 0,1% Ca,
deste modo pequena a tendência de pinholes e drosses. Diminui o coquilhamento sem
aumentar muito o número de células eutéticas e, portanto menor incidência de
microrechupes decorrentes de excessiva nucleação. É constituído por 75%Si, 1%Sr,
0,1% max. Ca e 0,5%máx. Al, a quantidade de Ca é limitada a 0,10%, pois este interage
com o Sr. Portanto uma menor quantidade de Ca e Al gera menor quantidade de
drosses quando se utiliza o inoculante Fe-Si-Sr
20
18
Prof. Coquilhamento ( mm )
16
Fe-Si75%
14
12
10
8 Fe-Si-Ca-Ba
6
4
Fe-Si-Sr
2
0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4
Adição ( % )
F)Fe-Si-Zr. É constituído por 80%Si; 1,5%Zr; 1,5 a 2,5%Al e 2,5%Ca, apresenta maior
eficiência que o Fe-Si-Ba logo diminui mais o coquilhamento, mas a fadiga é mais
acentuada. O Zr é aglomerante do O, N e S dissolvido no metal.
400
350
300 FeSi+Bi+TR
2
Nºnódulos / mm
250
200
150 FeSi+TR
100
50 FeSi
0
0 5 10 15 20 25 30
Tempo ( min. ) após inoculação
Fig. 223- Influencia da adição de diferentes inoculantes no numero de nódulos.
1200
1100
φ10mm
1000
900
2
N nódulos / mm
800
700 φ20mm
600
500
400
0
300
200 φ50mm
100
0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025
Bismuto ( % )
2
Fig. 224 – Influencia da adição de Bi sobre o número de nódulos/ mm em ferro nodular com 4,4%CE
inoculado com 0,5% FeSi75 ( 0,7%Ca e 1,2%Al ) em seções diferentes.
h)Fe-Si-Tr e Ce. É constituído por 13% Tr (10%Ce), 0,5%Ca e 0,5%Al. Pode ser utilizado
em ferro funjdido cinzento com mais de 0,05%S para elevar o número de células
eutéticas, tem efeito similar ao Fe-Si-Sr. Em ferro nodular o Ce eleva o grau de
nodularização, reduz a quantidade de carbonetos, neutralizando os elementos deletérios
(Pb, Bi, As, Sb, Ti), além de reduzir a fadiga do Inoculante. Recomenda-se 0,005 a
0,020%Ce, em maior quantidade gerar carbonetos eutéticos, devido ao maior
superesfriamento.
173
80
com Cério
2
60
N nódulos / mm
40
o
20
sem Cério
0
0 5 10 15 20 25 30
Tempo após inoculação ( min. )
Fig. 225 - Efeito do Ce sobre o numero de nódulos no ferro nodular inoculado (FeSi) com e sem Ce.
Fig. 226 – Efeito do Ce, La e terras raras sobre o numero de nódulos e coquilhamento
INOCULAÇÃO
Métodos/Técnicas
Inoculação Pós-inoculação
em panela
Fig. 227 - Métodos e técnicas de inoculação mais empregada na produção de ferros fundidos.
Ferros fundidos cinzentos e nodulares são comumente inoculados com FeSi75, contendo
teores crescentes de Cálcio e Alumínio. A necessidade cada vez maior em controlar a
presença de coquilhamento em paredes finas iniciou o desenvolvimento de inoculantes
especiais, para adição em panela, contendo Bário, Bismuto, Estrôncio, Terras Raras e
outros elementos. Estes inoculantes são realmente eficazes na redução de coquilhamento
em seções delgadas, vazadas com baixo carbono equivalente. Constatou-se redução na
fadiga do inoculante quando presentes Ba, Bi e Terras Raras no inoculante.
Para ferros fundidos Cinzentos, a adição de inoculante consiste em 0,1 a 0,4% (típico 0,2
a 0,3%). Adições excessivas são ineficazes porque provocam problemas de dissolução,
acúmulo na panela, obstrução de filtros, defeitos de drosses e risco de super inoculação.
Na produção de ferro fundido nodular, a porcentagem de inoculante adicionada
dependerá da matriz metálica desejada e seção do fundido.
110
105 Pós inoculação
100
95
2
N nódulos / mm
90
85
Simples inoculação
80
75
o
70
65
60
0,25 0,50 0,75
% Fe-Si
Em alguns casos, todavia, a inoculação tardia (no jorro ou no molde) pode ser utilizada
em vazamento manual. As vantagens da inoculação tardia incluem a eliminação da fadiga
e significante redução na porcentagem de inoculante adicionado. A pós-inoculação ou
inoculação tardia inadequada pode causar sérios problemas como a possibilidade de
inclusão de partículas não dissolvidas e distribuição disforme do inoculante. Além disso, o
monitoramento e o controle do efeito da inoculação são dificultados.
A técnica de pós-inoculação ou inoculação tardia pode ser dividida em três grupos. O
primeiro consiste na adição de inoculante na forma de pó (por gravidade ou sopro de ar)
no jorro metálico durante o vazamento do molde. O segundo grupo emprega um fio/arame
de inoculante na bacia/canal do forno holding pressurizado/vazador. A terceira técnica
consiste na adição do inoculante dentro do molde, no sistema de canais ou bacia de
vazamento. Remover a escória antes de efetuar a pós-inoculação (0,25 a 0,60% Fe-Si75),
sendo 0,50% na panela e 0,25% de inoculante na pós inoculação. A eficácia da
inoculação é elevada com a redução do tempo entre a inoculação e a solidificação e
diminuição da temperatura de a adição e da retirada prévia da escória.
a) Inoculação no jorro metálico.
Este método requer um inoculante granulado, fino, com composição química apropriada e
baixo teor de oxigênio. A figura abaixo mostra de forma esquemática a inoculação no jorro
178
metálico com auxílio de ar comprimido. Sensores são empregados para interromper o
fluxo de inoculante. Quando o sistema de vazamento for manual, o inoculante deve ser
introduzido no jorro metálico, tão logo o metal entre no molde. Neste caso o sistema de
inoculação é ativado por um sensor, liberando o inoculante tão logo a panela de
vazamento é basculada. O tubo de alimentação do inoculante deve ser sincronizado
acompanhando a panela no deslocamento lateral ou vertical.
Fig. 236- Inoculação no jorro de metal diretamente para o molde e dispositivos de transferência.
179
120
0,13% inoculante no JATO
0,67% inoculante na PANELA
100
80
2
N nódulos/mm
60
40
o
20
0
0 10 20 30 40 50
Espessura da seção ( mm )
Fig. 238 – Variação do número de nódulos com a espessura da seção para 1 minuto após a inoculação no
jato para o molde metálico utilizando Fe-Si75
180
Fig. 240- Inoculação a fio no jorro de metal diretamente para o molde e dispositivos de transferência.
181
c) Inoculação dentro do molde.
Processo de menor tempo transcorrido até a solidificação, sendo adição complementar
aquela feita na panela. Consiste na colocação do inoculante diretamente no sistema de
canais da peça (2 a 5g de FeSi75 entre 30 a 300 mesh -1g para conjuntos de até 20 Kg).
Tabela 48 – Número de grafitas a meio raio para ferro nodular com 3,75%C e 2,27%Si.
Fig.241- técnica de inoculação da inserção do inoculante no sistema de canais da peça, dentro do molde
(in-mold).
Um recente desenvolvimento consiste em um filtro contendo em seu interior
inoculante na forma de grânulos, briquete ou tablete, conforme figura 6. Durante o
vazamento o fluxo de metal dissolve o inoculante, e o filtro evita que partículas não
dissolvidas alcancem a cavidade do molde.
182
Uma outra solução possível de inoculação dentro do molde consiste em posicionar um
bloco de inoculante na bacia de vazamento de molde grande (blocos de motor)). Na figura
abaixo (parte superior) o inoculante é fixado na base da bacia de vazamento e o mesmo
dissolve à medida que o metal está sendo vazado. Na bacia de vazamento há um retentor
de escória o qual retém as partículas não dissolvidas. No caso de elevada quantidade de
metal a ser vazado por molde, emprega-se um tampão (stopper), o qual tem por finalidade
controlar o fluxo de metal e a dissolução do inoculante.
Fig. 242- Filtro com inoculante em seu interior ( grânulos, briquete ou tablete)
Fig. 244- Esquema das possíveis causas de inclusões nos ferros fundidos
Fig. 248- Comparação das curvas de solidificação entre os diferentes ferros fundidos.
Ferro nodular não é um único material, mas uma família de ferro fundido versáteis que
exibem uma grande variação de propriedades que são obtidas por controle da
188
microestrutura. O aspecto mais importante microestrutural que caracterizam todos os
ferros nodulares é a presença de nódulos de grafita, os quais agem como bloqueadores
de trinca, resultando em maior ductilidade e tenacidade em relação aos outros ferros
fundidos, e se iguala a muitos aços fundidos e forjados. Os nódulos de grafita ficam
espalhados pela matriz e que determinam as propriedades mecânicas.
Controle da matriz no ferro nodular bruto de fundição é obtido por uma combinação de
composição química e controle de processo, ou por tratamento térmico, o projetista pode
selecionar o ferro nodular com uma satisfatória combinação de propriedades. Elevada
dutilidade é obtida em ferro nodular ferritico com alongamento entre 18-30%, com
resistências à tração equivalente aos aços de baixo teor de carbono. Os ferros nodulares
perlíticos, têm resistência à tração que excedem a 825 MPa, mas com ductilidade
reduzida.
As classes dos ferros fundidos nodulares podem ser obtidas brutas de fusão (ferritico ou
perlítico) ou com tratamentos térmicos (normalização, austêmpera e tempera). As classes
brutas de fundição as classes variam entre FE-38017 a FE90002, este material apresenta
um comportamento dúctil-frágil.
A maioria das especificações mundiais para ferro nodular descreve as propriedades das
diferentes classes de ferro nodular convencional como sendo limite de resistência (LR),
escoamento (LE) e alongamento. Valores de dureza normalmente é uma informação
adicional, que ode ser utilizada como indicativo para as propriedades do ferro fundido
nodulares. As propriedades de impacto são especificadas para certas classes ferríticas.
Embora não especificado o modulo de elasticidade e o limite de proporcionalidade
também são critérios importantes para projeto.
A classe FE38017 geralmente é obtida por um tratamento térmico denominado
recozimento, já a classe FE90002 é obtida geralmente por um tratamento térmico
denominado normalização. Ao observar uma matriz ferrítica, deve ser atribuída a
característica de alta dutilidade, boa usinabilidade e baixa resistência à tração; já para a
matriz perlítica, alta resistência e média usinabilidade e dutilidade.
Fig. 249– Mostra a relação entre o limite de resistência, ductilidade e dureza oferecidas por um ferro
nodular convencional.
189
Tabela 49 – Classes de ferro fundidos nodulares
Obs.: seções inferiores a 7mm e maiores que 50mm requerem variação nestas composições químicas,
certas aplicações possuem uma composição restrita. *para ótimo alongamento e resistência ao impacto,
fósforo não deve exceder a 0,03% e o silício o mais baixo possível. ** adições acima de 1% pode ser
adicionado para melhorar as propriedades de resistência.
Bloco Y. É utilizado para a obtenção de corpos de prova para controle das propriedades
mecânicas no ferro nodular.
A variação nas dimensões na seção reduzida do corpo de prova padrão não deve ser
maior que 0,13mm (centro e extremidades) e 0,076 mm nos corpos de prova de menor
diâmetro.
Os corpos de prova de seção reduzida podem ter seu comprimento alongado para
acomodar melhor o extensomêtro, porém o valor de referência do alongamento deve ser o
indicado.
O comprimento da rosca pode variar de forma a se ajustar na máquina de tração (carga
axial).
191
A curva tensão-deformação para aços de baixo carbono exibe o campo elástico até o
ponto de escoamento, onde ocorre uma grande deformação plástica e sem aumento
significativo da tensão de escoamento. O ferro cinzento, a grafita lamelar atua como
concentrador de tensão, iniciando a deformação microplástica na ponta da grafita lamelar
com uma baixa tensão aplicada. Esta deformação plástica faz com que a inclinação da
curva de tensão-tensão diminuir continuamente e como resultado não exibe o verdadeiro
campo elástico. Ferro nodular apresenta o limite de proporcionalidade na curva tensão-
deformação semelhante ao aço, mas com limitada deformação plástica.
É a carga máxima que um material resiste antes de fraturar. A resistências à tração para
ferro nodular convencional geralmente variam de 414 MPa para classes ferríticas a 1600
MPa para classes austemperadas. A presença de entalhes aumenta a resistência à
tração dos ferros ferríticos recozido, mas diminui nas classes perlíticas, temperada e
revenida. Nas classes ferríticas, a profundidade e o perfil do entalhe são importantes no
aumento da resistência obtida. As classes perlíticas e temperadas/revenidas, a redução
da resistência é relacionada principalmente ao perfil do entalhe e não muito da
profundidade de entalhe.
Efeito de Matriz
Fig. 253 – Influencia da matriz na dureza, limite de resistência a tração, escoamento e alongamento.
Fig. 254 - Mostra a correlação entre as propriedades mecânicas, dureza em função da quantidade de perlita
para um ferro fundido com 25mm. A quantidade de perlita varia entre 15 a 100% pelo uso uma combinação
de cobre-manganês e estanho-manganês.
Fig. 255 - Efeito do Cu e Sn nas propriedades mecânicas do ferro nodular bruto de fusão (esquerda) e
recozido (direito). Com 3,75% C; 2,50% Si e 0,23% Mn
Fig. 256 - Efeito do Cu e Sn nas propriedades mecânicas do ferro nodular normalizado. Com 3,75% C;
2,50% Si e 0,23% Mn
Como é esperado existe grandes diferenças nas propriedades mecânicas entre o ferro
cinzento e o nodular, a nodularidade tem um papel significativo na determinação das
propriedades na família dos ferros nodulares.
A morfologia das partículas não esféricas reduz a nodularidade, tendo uma forte influência
na resistência a tração e escoamento dos ferros nodulares. A nodularidade é diminuída
por meio da redução do magnésio residual, os nódulos são alongados, mas as
198
extremidades não ficam "pontiagudas". Com uma redução na nodularização de 30%,
resulta em uma diminuição de 10% no escoamento e 15% na resistência à tração.
Pequenas adições de chumbo reduzem a nodularidade produzindo redes de grafitas
intercelulares tipo "spiky" ou lamelar, resulta em reduções dramáticas nas propriedades
mecânicas.
Os ferros nodulares perlíticos são muito mais sensíveis a redução da nodularidade do que
o ferritico, baixos níveis de carboneto típico de ferro nodular de boa qualidade, ocorre uma
pequena perda na resistência. A nodularidade tem um grande efeito na redução do
alongamento, resistência ao impacto e resistência a fadiga, eleva o amortecimento de
vibração e difusividade térmica.
Os Projetistas podem eliminar virtualmente o efeito da nodularidade nas propriedades do
ferro nodular desde que a nodularidade exceda a faixa 80-85% e não ocorra a formação
de grafitas lamelares no contorno das células eutéticas. Este critério é bem conhecido na
produção de ferro nodular com controle do Mg, para prevenir a formação das grafitas
spiky e lamelares deve ser adicionado pequeno teor de cério.
199
Fig. 259 – Corpo de prova AFS para exame rápido da microestrutura do ferro fundido nodular (dimensão
em polegadas).
O volume de grafita nos ferros nodulares também pode influenciar certas propriedades
elásticas. A elevação do teor de carbono (com silício constante) aumenta o volume de
grafita diminuindo o modulo de elasticidade para uma seção constante. O tamanho da
seção fundida pode influenciar o volume e tamanho dos nódulos de grafita. Elevando o
tamanho da seção, reduz a taxa de resfriamento do fundido, fazendo que mais carbono
200
precipite na forma de grafita, em vez de favorecer a formação de carboneto através de
taxas de resfriamento mais altas. A baixa taxa de resfriamento nas barras de diâmetros
maiores também afeta a condição de nucleação da grafita, resultando em um número de
nódulos menores, mas com maior diâmetro. O aumento do tamanho do nódulo com o
aumento de seção é a causa primária para a redução do modulo de elasticidade, mas um
aumento na formação de grafita durante a solidificação também poderia ser um fator para
reduzir o modulo de elasticidade.
A flotação de grafita pode produzir variações em volume de grafita dentro dos fundidos
maiores, que podem ser prejudicial as propriedades mecânicas. A flotação da grafita
acontece quando a taxa de resfriamento é baixa associada com e elevado carbono
equivalente, esta combinação gera nódulos grandes que sobem durante solidificação. O
resultado é um esgotamento dos nódulos maiores na parte inferior do fundido e uma
acumulação na parte superior.
A flotação de grafita pode causar uma degradação séria nas propriedades na parte
superior (topo) dos fundidos nodulares grandes. Porém, este fenômeno é evitado
prontamente com a redução do carbono equivalente para fundidos de seção espessa.
Fig. 260- Efeito do teor de carbono e diâmetro do fundido no modulo de elasticidade totalmente perlítico.
Seção
Quanto menor a espessura da parede, maior a velocidade de esfriamento logo refina a
microestrutura, eleva o número de nódulos, promove uma matriz ferrítica, aumenta a
tendência ao coquilhamento o que reduz a usinabilidade elevando a dureza e a
fragilidade.
Quanto mais espessa as paredes, menor será o número de nódulos o que promove maior
microsegregação, aumenta o tamanho e reduz a quantidade de grafita, favorecendo a
matriz perlítica.
201
Fig. 261 – efeito da seção nas propriedades do ferro nodular perlítico e ferritico.
A quantidade de carboneto tem efeitos diretos e indiretos nas propriedades dos ferros
fundidos nodulares. O aumento do volume (%) de carbonetos duros e frágeis eleva o
escoamento e reduz à resistência a tração dos ferros nodulares bruto de fundição. A
convergência das linhas do escoamento e de tração diminui o alongamento com a
elevação da quantidade de carbonetos crescentes.
A presença de carboneto na matriz de um ferro nodular também aumenta o modulo de
elasticidade e reduz significativamente a usinabilidade. A formação de carboneto eutéticos
durante solidificação afeta o volume de grafita produzida, pois o carboneto e a grafita
competem pelo carbono contido no ferro líquido, para formar 15% de carboneto é
necessário 1% carbono, reduzindo a quantidade de carbono disponível para formar grafita
em 1/3. A formação de carboneto eleva a probabilidade de porosidade internas nos
fundidos devido a menor expansão produzidos pela formação da grafita durante
solidificação.
Para minimizar os efeitos prejudiciais nas propriedades e usinabilidade, uma quantidade
máxima de 5% de carboneto é normalmente especificada. Estes níveis normalmente
podem ser alcançados na condição bruta de fusão, reduzindo a quantidade de elementos
formadores de carbonetos e uso ferro gusa de alta pureza na carga do forno e um
elevado número de nódulos por meio de uso de boas práticas de inoculação. Quando
exigido pode ser utilizado um tratamento térmico para eliminar o carboneto.
Uma boa inoculação e evitar a presença de residuais de elementos estabilizadores
formadores de carbonetos (Cr, Ti, V) que segregam para contorno das células eutéticas
reduzindo a ductilidade, tenacidade e resistência a tração.
202
Fig. 262 – Efeito a quantidade de carboneto e nodularidade sobre a resistência a tração e escoamento no
ferro nodular perlítico.
9.1.5 Alongamento.
Q é uma constante, quanto maior o seu valo melhor é a combinação entre resistência e
alongamento, logo melhor será a performance do material. Q definido como o Índice de
Qualidade (QI) para diferentes ferros nodulares brutos de fusão e a viabilidade de obter
várias combinações de propriedades. Valores altos de QI são obtidos com grande grau de
nodularização, ausência de grafita degenerada (intercelular), alto numero de nódulos, um
baixa volume de carboneto, baixo teor de fósforo (<0,03%) e sem porosidades internas.
Alta qualidade dos fundidos é a característica das fundições modernas e competentes na
fabricação do ferro nodular.
A figura abaixo mostra as relações de tensão-alongamento para níveis diferentes de QI,
cada linha em curva indica a qualidade, ao longo dela os valores de tensão e
alongamento podem ser deslocados por um tratamento térmico de recozimento ou
normalização o qual muda a relação da matriz ferrítica:perlítica. Por exemplo, três corpos
de prova com valores de tensão/alongamento de 70 ksi/24,5%, 100 ksi/12%, e 120
ksi/8,3% são de qualidade equivalente (QI=120), apesar de uma diferença de três vezes o
alongamento.
Fig. 264 – Relação entre o índice de qualidade (QI) e as especificações ASTM A536 em ferro nodular.
Fig. 265 – Relação entre a resistência a tração e a dureza do ferro nodular. Wu indica a porcentagem de
amostras que excedem a resistência indicada para uma dureza constante (1Kp/mm2 = 9,807 Mpa).
90% de todos os fundidos com uma dureza de 150 HB terão resistências à tração entre
40 e 50 Kg/mm2, enquanto que uma resistência dentre 66 a 87 Kg/mm2 corresponde a
uma dureza de 250 HB.
Uma relação é mais complexa entre a dureza brinell e o alongamento, para uma dureza
de 150 HB, 90% dos fundidos teriam alongamento entre 13-24%. Com 250HB o
alongamento seria entre 2,5 a 8,5%. Devido a magnitude destas variações, a dureza
Brinell não deveria ser usado para determinar as propriedades elásticas, especialmente o
alongamento.
Fig. 266 – Relação entre o alongamento e a dureza do ferro nodular. Wu indica a porcentagem de amostras
com baixo alongamento para uma dureza constante (1Kp/mm2 = 9,807 Mpa).
205
A microdureza pode ser usada para os componentes individuais da microestrutura para
predizer as propriedades elásticas de ferros nodulares bruto de fusão, recozido ou
normalizado.
• Resistência à tração (ksi) = 0,10 + 0,36 x CMMH
• Tensão de escoamento (ksi) = 12 + 0,18 x CMMH
• Alongamento (%) = 37,85 – 0,093 x CMMH
Onde, HVF e %F, HVP e %P são respectivamente a dureza e fração volumétrica da ferrita
e perlita.
Fig. 267 – Relação entre a resistência a tração e as propriedades calculada pelo valor CMMH.
Fig. 268 – Influencia de temperatura negativa nas propriedades do ferro nodular ferritico (esquerda) e
perlítico (direita).
Fig. 269 – Efeito da temperatura acima de 425ºC na resistência a ruptura (10, 100 e 1000 horas) e por
fluência para ferro nodular perlítico e ferritico.
Ferro cinzento exibe crescimento por grafitização e oxidação maior que o ferro nodular,
devido a grafita lamelar, a grafita nodular tem menor área superficial para ocorrer a
oxidação acontecer. A tabela abaixo compara a oxidação de diferentes ferros nodulares e
cinzentos. O ferro cinzento apresenta 1/5 da quantidade de óxido em relação ao nodular.
Aumentando o teor de Si, Al e Mo significativamente, diminui a oxidação dos ferros
nodulares ferríticos para níveis equivalentes a classes austeníticas de alta liga.
Velocidade de oxidação para materiais ferríticos como perlíticos com 2%Si.
• A oxidação inicia-se a 250 ºC, porém não é significativa até 400 ºC.
• Até 450 ºC ainda é muito pequena
210
• de 450 a 500 ºC a velocidade de oxidação dobra
• de 500 a 550 ºC a velocidade de oxidação quadruplica. Em temperaturas
superiores, a oxidação é muito rápida.
Ferro completamente recozidos têm uma baixa temperaturas de transição mais baixa que
a que sofreu um recozimento sub-critico.
212
Estrutura temperada e revenida geralmente exibem uma combinação de resistência e
tenacidade em baixa temperatura, sendo superior as classes perlíticas, ou seja, uma
menor temperaturas de transição que pode se aproximar ao material recozido.
O ferro nodular austemperado (ADI) tem propriedades de impacto comparáveis a classe
ferrítica e aos aços forjados, tendo a temperaturas de transição entre as classes ferríticas
e perlíticas, novamente estes valores diminuem com o aumento da resistência à tração.
Amostras entalhadas têm temperaturas de transição mais altas do que as sem entalhe, a
diferença pode ser até 49ºC.
Teste designado como K1c utiliza um corpo de prova é maior que o Charpy, tendo uma
pré-trinca. Com base na mecânica da fratura, a qual assume que todos os materiais
contêm falhas, permitem aos projetistas determinar a máxima tensão (de projeto)
permitida ao material com certo tamanho de trinca.
Fig. 275 - Influencia do teor de carbono na resistência ao impacto (com entalhe em V) no ferro nodular
ferritico
Fig. 276 - Influencia do teor de silício na resistência ao impacto (com entalhe em V) no ferro nodular
ferritico
Manganês, cobre, níquel e fósforo. São alguns dos elementos principais encontrados
no ferro nodular. Devem ser mantidos em pequenos teores de manganês, diluindo com
ferro gusa de alta pureza com o objetivo de evitar a formação de perlita e carboneto. O
cobre aumenta a resistência da ferrita com baixo silício, mas deve ser evitado devido ao
seu forte efeito na elevação da temperatura de transição. Adição de 1%Cu elevará a
214
temperatura de transição em 45oC. Adição de 1%Ni aumenta a temperatura de transição
em 10ºC, é o elemento preferido para elevar a resistência da ferrita em que é requerida a
máxima tenacidade em baixa temperatura. Dependendo da quantidade, pode estabilizar a
perlita, assim pode exigir um tratamento de recozimento para assegurar uma matriz
completamente ferrítica. Fósforo é uma impureza no ferro nodular que tem um forte efeito
fragilizante, devendo ser mantido o mais baixo possível (0,02%).
Fig. 277 - Influencia do teor de silício e manganês na resistência ao impacto (sem entalhe em V) no ferro
nodular ferritico
Fig. 278 - Influencia do teor de cobre na resistência ao impacto (sem entalhe em V) no ferro nodular ferritico
Tempera a 860oC
J 748 581 9,4 18
e revenido a 650oC
Tempera a 860oC
G 1051 792 4,1 29
e revenido a 480oC
Analise: 3.65%C, 2.48% Si, 0.52% Mn, 0.65% P, 0.78% Ni, 0.08% Cr, 0.15% Cu
Fig. 279 - Influencia do tratamento térmico na resistência ao impacto (sem entalhe em V) no ferro nodular.
Fig. 280 - Influencia da nodularidade na resistência ao impacto (com entalhe em V) no ferro nodular ferritico.
Fig. 281 - Influencia do numero de nódulos na resistência ao impacto (com entalhe em V) no ferro nodular
ferritico.
Fig. 282 - Influencia do numero de nódulos no fator K1c no ferro nodular perlítico na temperatura ambiente.
Embora os dados de resistência e ductilidade do ferro nodular sejam similares aos aços, a
sua tenacidade a fratura é menor, o ferro nodular com valores de energia entre 16-24
joules equivale a aços fundidos com 60-75 joules.
Antes os dados do ensaio Charpy eram usados para desqualificar o ferro nodular para
aplicações críticas por causa de sua aparentemente inferior tenacidade. As amostras para
análise da mecânica de fratura são pré-trincadas, enquanto que o Charpy tem um
entalhado relativamente cego. A mecânica da fratura mede a resistência para a
propagação de uma trinca, enquanto que o Charpy mede o inicio e a propagação. O teste
da mecânica da fratura (tenacidade a fratura) é realizado sob uma tensão baixa, quase
estática, já o Charpy envolve um carregamento por impacto.
Fig. 283 – Efeito da velocidade de aplicação da carga sobre a transição dúctil frágil
Fig. 284 - Efeito do numero de nódulos na tenacidade a fratura de ferros nodulares com matriz perlítica,
normalizado.
No ferro nodular se formam tensões muito altas devido ao seu alto módulo de
elasticidade. O comportamento do nodular depende do tipo de solicitação térmica:
• Com variação muito brusca de temperatura, devido à sua baixa condutividade
térmica, podem formar-se pequenas trincas (“trincas de queima”)
• Com baixa velocidade de resfriamento o material suporta bem as tensões, de modo
que a sua resistência à formação de trincas é melhor do que o ferro fundido
cinzento.
O ferro fundido nodular tem uma alta tendência a se deformar. Isto é devido ao alto
módulo de elasticidade, que conduz a altos níveis de tensão. É particularmente crítico nos
nodulares ferríticos não ligados, com baixo limite de escoamento.
219
Fig. 285 – Desempenho quanto a fadiga térmica de ferros fundidos cinzentos, com grafita compacta e
nodulares.
A falha por fadiga tem um papel significativo na seleção de materiais pelas seguintes
razões:
• Fadiga provavelmente é a causa primária de 80% das falhas em serviço que ocorre
em máquinas.
• Falhas por fadiga podem acontecer abaixo do limite de escoamento.
• Concentradores de tensões no material como mudança abrupta de seção em corte
transversal do componente é muito prejudicial no desempenho.
• Trincas por fadiga podem crescer lentamente sem serem facilmente detectadas no
componente. Ao alcançar um tamanho crítico, ocorre uma falha catastrófica.
• Tensões de projeto são baseadas em critérios de fadiga que serão reduzidas por
concentrações de tensão que causam a falha do componente.
O limite de fadiga é então a tensão de máximo que conduzirá a uma falha a um número
especificado de ciclos. Os dados são plotados em um gráfico semi-logarítmico de tensão
versus o Log do número de ciclos para a falha. A resultante é uma curva de S-N que
relaciona a tensão (S) e o número de ciclos para falha (N).
A resistência a fadiga (limite de resistência) é a tensão cíclica à qual a vida em fadiga
excede um número especificado de ciclos, normalmente 106 ou 107.
O limite de resistência á fadiga é definido como o nível de tensão máximo sob o qual um
material pode suportar um numero de ciclo infinito.
Entalhes aumentam a concentração de tensão local, reduzindo em muito a tensão de
fadiga em material. A sensibilidade ao entalhe de um material é a relação do limite de
fadiga sem entalhe pelo limite de fadiga entalhado, também conhecida como fator de
redução de resistência a fadiga.
A microestrutura e condição da superfície têm grande efeito nos valores de fadiga, como
resistência à tração, o tamanho, forma e distribuição dos nódulos de grafita, o volume de
inclusões, carboneto e drosses e a quantidade e local das porosidades, a presença de
concentradores de tensão e a condição da superfície do componente.
Tratamentos na superfície como shot peening pode aumentar o limite de fadiga mais de
50% nas classes ADl, devido à criação de tensões de compressivas na superfície e pela
220
deformação induzida pela transformação da austenita retida de alto carbono em
martensite.
A relação entre o limite de fadiga entalhada em relação ao sem entalhe de todas as
classes de nodulares convencionais, são aproximadamente 0,6. O ADI é mais sensível ao
entalhe e o limite de fadiga é reduzido a 0,5.
As relações de resistência a fadiga com a tração das classes ferríticas e perlíticas são
semelhantes, reduzindo para 0,5 a 0,4 com aumento crescente da resistência para cada
classe. Para matriz martensitica revenida, a relação de resistência a fadiga é menor que
0,5 com uma resistência à tração de 60 ksi (415 MPa) e de 0,3 para uma resistência a
tração de 150 ksi (1035 MPa). classes ADI entre 0,3 a 0,4 (1200 a 860Mpa).
Fig. 286 - Curvas S-N para um corpo de prova com e sem entalhe em ferro nodular ferritico (recozido) com
a resistência à tração de 454 MPa. O limite de fadiga de 117 MPa(17Ksi) e 193 MPa (28Ksi)
com e sem entalhe. O material com entalhe tem um fator de sensibilidade de 1,65 e uma relação de
resistência a fadiga de 0,43.
Fig. 288 – Efeito de diferente intensidade de shot peening na resistência a tração de ferros nodulares
perlíticos com superfícies brutas de fundição.
222
Tratamento térmico. Tempera superficial por chama ou indução é usada para melhorar
a resistência a fadiga do ferro nodular.
Fig. 289 – Influencia do tratamento de cianetação em banho de sal na resistência a fadiga do ferro nodular.
Fig. 290 - Mostra a influência da nodularidade no ferro nodular perlítico com e sem entalhe no limite de
fadiga.
O resultado líquido dos efeitos da nodularidade em corpo de prova com e sem entalhe é a
variação na resistência de fadiga reduzindo o fator (relação de sensibilidade no entalhe)
223
com a nodularidade mostrado abaixo no qual a sensibilidade ao entalhe aumenta com a
nodularidade crescente. .
Fig. 291 – Efeito da nodularidade no fator de resistência a fadiga do ferro nodular perlítico.
O tamanho dos nódulos influencia o limite de fadiga no ferro nodular com durezas e
matrizes diferentes. A todos os níveis de dureza, a resistência a fadiga aumenta com a
diminuições do tamanho do nódulo, mas o efeito do tamanho de nódulo é mais
pronunciado como o aumento da dureza.
Fig. 292 – Efeito da nodularidade no fator de resistência a fadiga do ferro nodular perlítico.
Fig. 293 – Efeito da dureza da matriz e volume de inclusões no limite de resistência a fadiga do ferro
nodular.
Tensão de projeto para fadiga. A tensão de projeto para fadiga não deve exceder a 1/3
do limite de fadiga medido sob as mesmas condições de ambiente e tensão. São
utilizados dados de corpos de prova entalhados quando a concentração de tensão é
inevitável no componente. A força de fadiga depende do tamanho da seção e do corpo de
prova. Pode ser aperfeiçoada a resistência de fadiga no ferro nodular por uma
combinação na produção:
9.1.10 Compressão.
Falhas por compressão acontece com uma grande deformação, a tensão compressiva é
pouco usada em projeto. Apenas o limite de proporcionalidade e de escoamento é citado.
O limite de proporcionalidade sempre é mais alto em compressão do que sob tração. O
225
limite de proporcionalidade em compressão não varia significativamente entre as classes,
as perlíticas e ferríticas, como as temperadas e revenidas, o limite de proporcionalidade é
aproximadamente igual a 0,75 da tensão de escoamento 0,2%.
A tensão de escoamento 0,1% é ligeiramente mais alta em compressão do que a tração,
pois o inicio da deformação de plástico é ligeiramente atrasado sob carregamento por
compressão.
Fig. 294 - Relação entre a tensão de escoamento por compressão e a dureza Brinell.
9.1.11 Torção.
Todos os ferros nodulares deformam muito sob torção e cisalhamento, sendo igual a 0,9
da resistência à tração. O limite de proporcionalidade e de escoamento é mais seguro
para projeto. O limite de proporcionalidade em torção é de 0,75 do escoamento 0,1%. O
escoamento 0,1% sob torção varia entre 0,7 a 0,7875 do escoamento 0,1 por tração nas
classes perlíticas e ferríticas respectivamente, valores intermediários da relação é obtida
em ferro com estruturas misturadas.
Materiais temperados e revenidos assumem valores semelhantes a classe perlítica. A
tensão de escoamento 0,2% e 0,5% sob torção pode ser obtida aos valores
correspondentes da tensão de escoamento multiplicando pelas mesmas relações.
Fig. 295 – Mostra o amortecimento de vibração por absorção de energia devido a um comportamento não
elástico durante a solicitação cíclica (esquerda). Comparação de redução da vibração com tempo, as
diminuições relativas do amortecimento das vibrações pode variar nos materiais ferrosos.
Fig. 296 - Mostra a variação na capacidade de amortecimento com tensão na superfície do aço ao carbono,
ferro cinzento e nodular ferritico e perlítico.
228
9.2.2 Densidade.
A maioria dos ferros nodulares tem um valor de expansão térmica ligeiramente mais alto
que o ferro cinzento e menor que o ferro maleável e o aço. Este coeficiente varia com a
matriz e temperatura. O ADI têm um coeficiente de expansão térmica 25% mais alto que a
classe perlítica.
O coeficiente de expansão térmica linear no ferro nodular depende principalmente da
microestrutura, embora seja influenciado também pela temperatura e estrutura de grafita.
Em Ferro nodular sem liga, a composição tem só uma leve influência na expansão
térmica, mas nos ferros austeníticos podem exibir uma expansão significativamente
diferente.
Fig. 298 - Mostra a condutividade térmica dos materiais ferrosos, o plano basal da grafita é maior do que o
plano prismático.
Resistividade elétrica. Ferros nodulares com grafita esférica descontínua têm mais baixa
resistividade elétrica do que o ferro cinzento que têm grafita lamelar semi-contínua. Os
elementos primários que afetam a resistividade são o Si e Ni, ambos aumento a
resistividade.
Fig. 300- Efeito da estrutura da matriz e teor de Si na resistividade elétrica do ferro nodular na temperatura
ambiente.
Fig. 301- Curvas de magnetização (esquerda) e permeabilidade magnética (direita) para ferros ferríticos, G-
cinzento, D-nodular e S-Silial (6%Si). Efeito da estrutura da matriz e teor de Si na resistividade elétrica do
ferro nodular na temperatura ambiente.
232
9.2.6 Resistência ao desgaste
Pode ser definida como a deterioração da superfície e/ou a perda de material causada por
tensões que surgem do contato entre as superfícies de dois corpos. O desgaste é
principalmente de natureza mecânica, mas reações químicas podem ser envolvidas.
Desgaste é um fenômeno complexo e pode envolver um ou mais dos seguintes
mecanismos:
Terá uma matriz ferrítica obtida através de recozimento, é especificado onde são
requeridas boas propriedades de impacto e ductilidade. Geralmente são recozidos, mas
podem ser produzido na condição bruta de fusão, usado para substituir o maleável
ferritico e aço de baixo-carbono. A estrutura é completamente ferrítica. É usado em
aplicações marinhas, válvulas, adaptadores, caminhão, instrumentos agrícolas e juntas de
direção para automóvel.
c) Propriedades térmicas
• Coeficiente de expansão térmica: Classes 60-40-18 e 65-45-12
e)Tensão de projeto
Esta classe de ferro nodular tem uma matriz ferrítica com uma quantidade relativamente
pequena de perlita. Esta estrutura pode ser produzida com um ferro base com baixo
manganês ou tratamento térmico. No nodular bruto de fusão como no recozido a boa
tenacidade e usinabilidade pode substituir o aço e o ferro maleável, sua estrutura é
essencialmente ferrítica. Não responde bem a tempera superficial por chama ou indução
como as classes 80-55-06, 100-70-03 ou 120-90-02.
Esta classe é usada para fundidos de pressão; válvulas; biela; corpos de bomba e
compressores; moldes para lingotes; conecções para tubos; máquinas, automóveis;
eletricidade; ferrovia e uso marinho. Também é usado em aplicações que envolvem
severo choque térmico e mecânico em alta temperatura.
d) Tensão de projeto.
• Tensão de tração: 138Mpa
• Tensão de compressão: 172Mpa
• Tensão de fadiga sem entalhe: 65,5Mpa
Esta classe de ferro nodular possui geralmente uma estrutura de matriz de ferrita e perlita.
É normalmente produzido na condição bruta de fusão, mas pode ser produzido por
tratamento térmico de normalização. É uma classe intermediária de ferro nodular, tem
uma resistência à tração mais alta que a classe ferrítica, mas com uma considerável
ductilidade e resistência ao impacto.
É um ferro fundido com estrutura essencialmente perlítica, com boa usinabilidade e
tenacidade. Responde prontamente ao tratamento térmico por indução ou chama e pode
ser fundido em coquilha para produzir carbonetos para uma maior resistência abrasão na
superfície. Pode ser soldado e resiste a tensões severas.
Esta classe é usada em engrenagens, mancais, moldes, pistões, eixos de manivela,
roldanas, rodas dentadas, aplicações automotivas com resistência ao desgaste,
aeronáutico, agrícola, peças grossas, maquinas para mineração, papel e indústrias
têxteis.
Fig. 303 - Ferro nodular com 55% de ferrita classe 80-55-06 (551MPa).
237
a) Propriedades mecânicas típicas.
c) Propriedades térmicas
e) Tensão de projeto
• Tensão de tração: 155Mpa
• Tensão de compressão: 205Mpa
• Tensão de fadiga sem entalhe: 75,1Mpa
Esta classe tem uma matriz perlítica na condição bruta ou normalizada mais revenido,
embora possa ser obtido com o uso de liga sem tratamento térmico. Oferece uma
combinação excelente de resistência, tenacidade e resistência a abrasão. Responde
prontamente a tempera por chama ou indução.
É usado para engrenagens, eixos de manivela, eixos de comando, moldes, pistões, partes
de instrumento agrícola, blocos para matriz, regulador de peso, sapatas de caminhão,
tambores de freio de trator e maquinas de mineração.
Fig. 304 - Ferro nodular com 18% de ferrita classe 100-70-03 (689MPa).
239
a) Propriedades mecânicas típicas.
• Resistência à tração: 689Mpa
Limite proporcional: 290Mpa
0,1% Tensão de escoamento: 413Mpa
0,2% Tensão de escoamento: 482Mpa
0,5% Tensão de escoamento: 538Mpa
Alongamento: 3% (mínimo) até 6%
• Tensão de Compressão. Limite proporcional: 331Mpa
• Tensão de cisalhamento: 0,9 x resistência à tração: 620Mpa
• Tensão de Torção
Aproximadamente x 0,9 resistência à tração: 620Mpa
Limite proporcional é 0,75 x escoamento 0,1%:275Mpa
0,1% Tensão de escoamento: 282Mpa
0,2% Tensão de escoamento: 303Mpa
0,5% Tensão de escoamento: 331Mpa
c) Propriedades térmicas
• Coeficiente de expansão térmica e condutividade térmica são iguais a Classes 60-
40-18
e) Tensão de projeto.
• Tensão de tração: 172Mpa
• Tensão de compressão: 238Mpa
• Tensão de fadiga sem entalhe: 93Mpa
240
9.3.5 Ferro nodular classe: FE -82702 (120-90-02)
Esta classe é usualmente temperada (óleo) e revenida, embora seções até 38mm de
espessura possam ser normalizados e revenidos. Por isto as propriedades mecânicas e
físicas cobrem a mesma faixa.
Deveriam ser usados elementos de liga como níquel e molibdênio para obter
temperabilidade adequada a seções espessas. Responde ao tratamento térmico por
chama ou indução, com dureza de 58 HRc (618 HB).
É usado em pinhões, engrenagens, eixos de manivela, moldes, guia de máquina guia,
pista de roletes, polia, guia de engrenagens para trator, colunas de furadeira e tambores
de embreagem.
10 Tratamento térmico
Uma razão para o crescimento fenomenal no uso de ferro nodular é a relação de alto
desempenho e custo que oferecem aos projetistas. Este resultado de muitos fatores
como o controle da microestrutura e propriedades que podem ser alcançados na condição
bruta de fusão com alta porcentagem de ferrita e perlita. Obter a vantagem de produzir
ferro nodular bruto de fusão de alta qualidade requer o uso de materiais de carga de
qualidade e uso de práticas consistentes e efetivas de fusão, manutenção, tratamento,
inoculação e esfriando no molde. Estas técnicas são o uso de carga de alta pureza e boa
inoculação, podem produzir peças livres de carbonetos e com baixa quantidade de perlita
( menos de 10%) em seção de até 3,8mm de espessura.
É comum o tratamento térmico em ferro fundido cinzento, mas é muito mais importante no
ferro nodular. A resistência do ferro fundido cinzento se deve em grande parte a grafita
lamelar, a qual sofre insignificante alteração no tratamento térmico, já no ferro nodular a
massa metálica é a que responde ao tratamento térmico.
O ferro fundido pode ser descrito de modo bastante aproximado com um material cujo
metal base corresponde a um aço com alto teor de silício e carbono e que pode ter grafita
e cementita. A grafita e a cementita precipitam durante a solidificação e se denominam de
grafita eutética e carboneto eutético (ledeburita). Quando o ferro contém predominância
de grafita se chama ferro cinzento e quando contem principalmente cementita se
denomina ferro branco. A classes que contem grafita e também cementita em
quantidades apreciáveis se denominam mesclado. Os ferros brancos por sua elevada
dureza e fragilidade se fabricam muito pouco, sendo sua aplicação condicionada como
materiais resistentes ao desgaste.
As propriedades características de um ferro cinzento dependem da quantidade e
forma da grafita eutética. Esta grafita tem pouca influencia no tratamento térmico. A grafita
tem uma baixa resistência e dureza, sendo um problema que resulta da forma estável na
qual se precipita o carbono no ferro fundido. A forma de precipitação da grafita se dá
durante a solidificação, não sendo possível a sua modificação por tratamento térmico.
Apenas a quantidade de grafita pode ser alterada um pouco mediante dissolução e
precipitação de carbono procedente dos carbonetos. A forma da estrutural da grafita
eutética tem grande influencia nas propriedades do ferro fundido. No ferro cinzento a
precipitação da grafita ocorre na forma lamelar. Na realidade se trata de uma grafita
lamelar de formação local que são unidas entre si, ocupando uma área bastante grande e
que possuem uma estrutura parecida como uma hélice de barco. Os espaços entre as
grafitas é o metal base, este campo foi denominado de célula eutética. O tamanho dos
grãos eutéticos dependem do tamanho das grafitas existentes na condição de
solidificação, da composição eutética, o tratamento térmico tem pouco efeito no tamanho
da célula eutética.
246
A causa da pouca resistência da grafita é a produção de tensões no material,
quase exclusivamente nas zonas existentes entre as laminas de modo que ali se produz
picos de tensão. Assim resultam as propriedades características do ferro cinzento, como
pouca resistência, dureza e baixo módulo de elasticidade. É evidente que a resistência
depende muito da quantidade e da forma das grafitas e por tanto resulta em um campo
tecnicamente importante para este material, sendo sua resistência a tração de 80 a
400Mpa.
Com tratamento com magnésio e terras raras se pode modificar a forma da grafita.
Em vez de laminas teremos precipitação de esferas de grafita na solidificação. Neste caso
é denominado ferro nodular. Com a mesma quantidade de grafita se diminui a interrupção
da matriz tornando-a decisiva para as propriedades deste material. Por isso o ferro
nodular se parece as suas propriedades como uma aço, logo mediante a modificação da
matriz se pode produzir uma material com uma ampla faixa de resistências entre 380 a
1000Mpa. O ferro nodular tem um modulo de elasticidade mais elevada que o ferro
cinzento aproximadamente 30%. O tratamento incompleto com o magnésio gera grafitas
não esféricas denominadas de ferro vermicular, tendo propriedades intermediárias.
A matriz do ferro fundido pode ser considerada como um aço de alto carbono, onde o alto
carbono e silício resultam em diferenças importantes na resposta ao tratamento térmico.
Como a matriz se encontra sempre em contato com a grafita e a cementita, é por ela que resulta a
saturação com o carbono. O alto carbono eleva a temperabilidade, permitindo que seções
mais grossas possam ser tratadas termicamente exigindo baixa quantidade de liga. O
carbono mais elevado também pode causar trincas no resfriamento devido à formação de
martensite de carbono mais alto, e /ou austenita retida metaestavel. Estes fenômenos
indesejáveis podem ser controlados pela composição, temperatura de austenitização e
condições de resfriamento mais críticas. Silício também mostra uma influência forte na
resposta do ferro nodular ao tratamento térmico. Teor mais alto de silício reduz a
solubilidade do carbono na austenita e na precipitação do carbono como grafita durante o
esfriar lento para produzir uma matriz ferritica. Embora permanecendo inalterado a forma
das grafita nodulares do ferro nodular, tem um papel crítico no tratamento térmico, agindo
como uma fonte de carbono. Com o aquecimento acima de uma temperatura crítica
determinada, onde ocorre a modificação da ferrita da temperatura ambiente para
austenita.
Quando aquecido na faixa de temperatura de austenitização, o carbono difunde
prontamente da grafita para saturar a matriz austenitica. Com um esfriamento lento o
carbono retorna para a grafita, reduzindo o teor de carbono na austenita. Esta
disponibilidade de carbono e a habilidade de se transferir entre a matriz e os nódulos de
grafita no ferro nodular ocorre facilmente no aquecimento no tratamento térmico aumenta
a faixa de propriedades que podem ser obtidas através do tratamento térmico.
Para ligas de ferro carbono este temperatura é de 723ºC na qual existe a cementita e
738ºC na presença de grafita. Os ferros fundidos contem outros elementos de liga como o
silício (1,5% a 4%). Assim se eleva a temperatura de transformação (austenitização) e
seu intervalo é ampliado (figura 1). Outros elementos de liga também deslocam estas
temperaturas como pode ser observado na figura 2 (influencia do manganês e cromo). O
cobre e o níquel baixam a temperatura similar ao manganês.
247
A ferrita é uma estrutura macia com dureza abaixo de 100HB, a presença de elementos
de lida como Si e Mn eleva a dureza igualmente o carbono, de modo que a ferrita pode
adquirir dureza entre 100 a 150HB, e a austenita de dureza 400HB. Uma diferença
essencial em relação aos aços consiste e um metal base se encontra sempre em contato
como excesso de grafita ou cementita.
O diagrama ferro mostra que a solubilidade do carbono na austenita é muito superior a
ferrita e que se eleva com a temperatura. Tanto a grafita como a cementita de dissolvem
até o limite de saturação na austenita. O silício diminui um pouco a solubilidade do
carbono na austenita; mas como mostra a figura 6, é possível dissolver consideráveis
quantidades do mesmo, o teor de carbono na austenita varia entre 0,6 a 1,2%C devido a
grafita.
O tempo para atingir o equilíbrio depende da distância entre os nódulos de grafita e da
matriz inicial. Isto é importante em têmpera superficial e em tratamento térmico de
pequenas peças.
• α leva mais tempo para γ
• P leva menos tempo para γ
Quando se aquece o ferro fundido como, por exemplo, a 900ºC com 2%Si, a austenita
apresentará um teor de 0,95%C, e resfriando a 780ºC retrocede para 0,60%C a
solubilidade, de modo que a 0,35%C ocorre novamente precipitados. Na presença de
grafita eutética ocorre a difusão do carbono da austenita para esta grafita já existente,
formando ali uma grafita de segregação. Esta grafita de segregação somente se pode
identificar utilizando-se métodos especiais de ataque. Na presença de cementita o
carbono pode se adicionar na forma de carbono as partículas de cementita existentes ou
se precipitar na forma de cementita acicular secundária; sobre tudo em ferro com teores
elevados de Si, o carbono pode se apresentar na forma de pequenos precipitados de
grafita compacta, parecido com o ferro maleável. No entanto a velocidade de dissolução
do carbono na austenita é limitada, principalmente porque o carbono procedente das
partículas de grafita na austenita existente tem que difundir através do ferro base. Por isso
é necessário um certo tempo na temperatura para que se estabeleça a solubilidade de
saturação em todas as partes da estrutura da peça.
250
Quanto maiores os precipitados de grafita e, portanto mais distantes uns dos outros,
portanto demora mais para se conseguir a solubilidade de equilíbrio. Isto pode ser
observado claramente na figura 10. No caso de grafita esferoidal grosseira na figura 10a,
sendo um ferro ligado com 1%Ni é necessário quase 80 minutos para que seja
estabelecida a solubilidade de equilíbrio de 0,78%C aproximadamente. Com a formação
de grafitas mais finas se reduz bastante este tempo, requerendo somente 20 minutos
aproximadamente (figuras 10b a 10d), o ferro fundido cinzento, onde sua superfície a qual
o carbono pode se dissolver é maior, resulta em um tempo mais curto para atingir a
solubilidade. Há uma grande dependência da superfície da grafita para qualquer
temperatura de austenitização no tempo de austenitização para chegar à saturação pelo
carbono.
Os seguintes fatores alteram os espaços entre as grafitas, o que afeta a difusão do
carbono.
• A quantidade de grafita
• A morfologia da grafita
• A distribuição da grafita
Quanto maior a quantidade de grafita, mais rápida será a austenitização e
transformação mais rápida no resfriamento
Fig.317 – Carbono dissolvido na austenita durante o recozimento do ferro fundido em função do tempo e
temperatura de recozimento e a formação de grafita.
252
Estrutura final depende da difusão do carbono da matriz para os nódulos. A difusão é
controlada pelo tempo acima da temperatura crítica e pela presença de barreiras a
difusão do carbono.
A solubilidade do carbono na ferrita é segundo o diagrama ferro carbono é muito pequena
e para a maioria das considerações, praticamente igual a zero. Por isso durante a
transformação da austenita em ferrita se precipita novamente a totalidade do carbono
dissolvido na austenita. Esta precipitação resulta em consideráveis diferenças com
respeito ao comportamento dos aços na forma de cementita ou de grafita. Em ferro
fundido cinzento a totalidade do carbono pode se precipitar como grafita, a qual se junta a
grafita já existente desde que a velocidade de esfriamento seja lenta. A estrutura final do
ferro fundido será, portanto completamente ferrítica, contendo precipitados de grafita
interpolada. Resfriamento lento e Peça grossa, o carbono migrar para o nódulo, gera
matriz α (menor que 0,02%C).
Com uma velocidade de esfriamento mais alta (peça fina), o carbono se precipita como
cementita, não tem tempo para migrar para grafita, uma matriz perlítica possui ± 0,7%C
perlítica. Estes precipitados de cementita formam laminas, de modo que se origine uma
parte integrante da estrutura, a qual é denominada de perlita, as quais se alternam em
laminas de ferrita e cementita. As laminas em cada grão de perlita estão orientadas mais
ou menos paralelas entre si. A decisão de se originar uma estrutura completamente
ferrítica ou perlítica depende da velocidade de resfriamento, como também da própria
estrutura e da composição química do ferro fundido. A precipitação do carbono na forma
de grafita sucede quase que exclusivamente as grafitas já existentes, a formação de uma
nova grafita é bastante difícil devido a baixa temperatura para a transformação da
austenita. O carbono para de difundir para estes precipitados de grafita existente e ali se
adicionar. A velocidade de difusão diminui muito rapidamente com o decréscimo da
temperatura. Portanto um resfriamento rápido, não existe tempo suficiente para esta
difusão, logo a austenita saturada em carbono gera laminas de cementita, formando
germes de cementita se formam muito mais rapidamente do que a grafita, originando
conseqüentemente a perlita.
Por isso uma estrutura mista é típica existente no ferro fundido onde um anel ferrítico é
formado entrono da grafita lamelar ou nodular, as regiões mais distantes o carbono não
consegue difundir para as grafitas, formam então uma estrutura perlítica. Quando mais
grossa a estrutura das grafitas, a distancia de difusão é maior, logo a possibilidade de
gerar uma estrutura perlítica é grande.
O ferro fundido nodular com poucas grafitas quando resfriado no molde ao chegar
à temperatura eutetóide a matriz apresenta concentração de C eutetóide (± 0,7%C). Caso
o resfriamento seja lento e a seção seja grossa o carbono tem tempo para migrar para o
nódulo, gerando matriz α (menos de 0,02%C)
Caso o resfriamento seja rápido ou a seção seja fina o carbono não tem tempo para
migrar para dentro dos nódulos de grafita, gerando uma matriz perlítica.
A estrutura bruta de fusão é determinada pela velocidade de resfriamento (a seção
tem grande influencia) e composição química do fundido. A relação entre a estrutura
α/perlita (ou estrutura acicular) depende do tempo de austenitização e velocidade de
resfriamento através da curva TTT logo abaixo da zona critica.
A estrutura final é determinada pela habilidade do carbono em difundir da matriz para os
nódulos. O processo de difusão é controlado pelo tempo transcorrido acima da
temperatura critica e pela presença de barreiras a difusão do carbono. Certos elementos
têm a tendência a segregar para a interface grafita / γ formando uma barreira a difusão do
carbono para dentro do nódulo. Os elementos mais significantes são o Sb, Sn e Cu,
portanto são perlitizantes no ferro fundido bruto.
253
Fig. 319- Variação de dureza em função da temperatura de desmoldagem de um ferro fundido nodular.
254
Assim o ferro fundido cinzento com grafita tipo “A” tende a estrutura perlitica, logo tendo
uma grafita tipo “D” resulta em uma estrutura ferrítica.
Como a cementita não tem estabilidade termodinâmica, também pode ser transformada
em perlita ou grafita quando mantido o ferro fundido durante algum tempo no campo de
temperaturas situado a baixo da temperatura crítica, ou com um resfriamento muito lento.
A estrutura ferritica que assim se origina apenas se pode distinguir da ferrita formada
diretamente.
Um segundo fator de grande influencia quanto a ferritização e perlitização é a quantidade
de elementos de liga. Os elementos de liga determinam a temperatura de equilíbrio das
linhas de inicio e final de ferrita e perlita e restringe o campo da austenita, portanto reduz
o teor de carbono na γ.
Os elementos grafitizantes como o Si, Al reduzem a estabilidade da cementita ainda mais,
de modo que a formação de cementita durante o resfriamento se torne improvável. O Si
eleva a temperatura de transformação, de modo que a velocidade de difusão do carbono
aumenta muito com a temperatura mais alta, favorece a precipitação deste sob a forma de
grafita, promovendo a ferritização.
Fig.320 – Influencia do silício na temperabilidade, quanto maior seu teor, maior a temperatura de
austenitização, logo maior o teor de carbono e elada será a dureza.
Também o S tem ação perlitizante, todavia ainda não está bem esclarecido. O ferro
nodular é mais pobre em relação a quantidade de elementos de liga do que o cinzento, o
teor de enxofre é reduzido pela nodularização. Assim o ferro nodular tem uma tendência
maior a ferritização do que o ferro cinzento, sendo difícil produzir uma estrutura
completamente livre de ferrita, onde se apresentam como anéis de ferrita em torno do
nódulo de grafia.
A maioria dos ferros cinzentos e as classes de nodular com maior resistência resultam de
uma matriz preferencialmente perlitica, esta apresenta uma maior resistência e dureza
como resistência ao desgaste quando comparada com a ferrita. Quanto mais fina for a
perlita e menor o espaçamento entre as grafitas melhores serão as propriedades de
resistência e dureza. Também a transformação de austenita para perlita requerem de
certo tempo. Quando o resfriamento é efetuado de modo rápido o tempo necessário não
está disponível logo a transformação da austenita ocorre em temperatura abaixo da
critica, até 500ºC. Quanto menor a temperatura de transformação mais refinada será a
estrutura perlitica. Em temperaturas ainda mais baixas a velocidade de difusão não é
suficiente para a transformação em perlita de modo que a austenita instável a partir deste
momento se transforma por outro mecanismo. Em ferro fundido sem liga entre 350 e
500ºC, ocorre a formação de uma estrutura mesclada constituída por finíssima agulhas de
ferrita e carboneto que se denomina de bainita.
Fig. 323- Influencia da temperatura de austenitização na posição da curva TTT. A curva ttt a esquerda foi
austenitizado por 1 hora a 875ºC, a curva a direita por 1h a 925ºC, resultando em elevação da
temperabilidade.
Esta estrutura é muito mais dura e resistente do que a perlita. Com um resfriamento mais
rápido não se consegue gerar esta estrutura, que também requer certa difusão em
distancias muito curta, surgindo então a martensita. A estrutura martensitica apresenta
uma grande distorção do reticulado cristalino apresenta uma dureza e resistência mais
alta.
Os desenvolvimentos destes procedimentos de transformação estão presentes nos
diagramas TTT. A figura 18 mostra uma curva TTT isotérmica de um ferro fundido sem
256
liga, este diagrama se baseia no resfriamento muito rapidamente, mantendo na
temperatura para completar a transformação. As linhas cheias representam à curva TTT,
a linha ponteada representa o caminho percorrido por meio de um resfriamento rápido
onde ocorrerá a formação de martensita, a qual independe da velocidade de resfriamento.
A curva sinuosa superior a esquerda do diagrama é chamada de nariz da perlita que
corresponde a formação de perlita, sendo que a primeira linha indica o inicio da respectiva
transformação, no entanto a ultima linha indica o término da transformação. A curva
intermediária representa uma transformação de 50% da austenita.
O segundo nariz representa a transformação em bainita e a linha horizontal Ms indica o
inicia da transformação martensitica
Fig. 325 – Curva TTT para esfriamento contínuo em ferro nodular (3,3%C; 2,6%Si; 0,3%Mn e 0,5%Mo)
austenitizado a 900ºC.
Fig. 326 – Influencia do tempo de manutenção a 950ºC sobre a dureza de um ferro nodular após
resfriamento brusco em água e óleo, partindo de estrutura ferritica e perlitica (corpo de prova de 6x 6x
25mm).
258
Fig. 327 - Representação esquemática para vários tipos ( alívio de tensão, recozimento e normalização ) e
ciclos de tratamentos térmico.
Quase todas as peças fundidas acusam depois do esfriamento no molde certas tensões.
Estas tensões podem estar presentes após o tratamento térmico, como normalização e
tempera. A presença de tensões residuais é prejudicial à produção e desempenho dos
ferros fundidos.
As tensões residuais em peças fundidas são causadas pelas diferentes velocidades de
resfriamento entre partes da peça, motivadas pelas diferentes espessuras da peça, por
restrições à contração ou soldagem.
A ocorrência de tensões residuais em fundidos varia de acordo com o design da peça,
procedimentos de produção, e uso correto do fundido. Peça de seção grande ou com
seções similares (aproximadamente iguais) normalmente está livre de tensões, não
requerem nenhum alívio de tensão subseqüente. Peças complexas com grande variações
de seção são mais prováveis de conter tensões residuais que requerem alívio de tensão.
Moldes de areia são bons isoladores e até mesmo em peças complexas podem esfriar
mais lento para prevenir o desenvolvimento de tensões residuais. Porém, "shakeout"
prematuro das peças dos moldes podem causar tensões residuais severas, além de
variações em dureza. Moldes rígidos e machos podem restringir a contração de metal e
podem resultar em tensões residuais nas peças. Processo subseqüente como shot
peening, soldagem, tratamento térmico, tempera superficial, se não for executada
260
corretamente, pode induzir tensões residuais significantes que podem ficar evidente
durante a usinagem ou uso subseqüente da peça.
Peças que resfriam com diferentes velocidades a partir das regiões da peça fundida com
espessura de parede grossa, os pontos da peça que resfriam mais rapidamente se
contraem a frente das zonas mais quentes. Como o ponto mais frio tem uma resistência a
fluência mais elevada que as regiões mais quentes, resulta uma deformação plástica nos
pontos mais quentes e quando esfriam não admitem uma deformação, originando as
tensões elásticas nas peças fundidas.
A temperatura do forno não deve exceder a 200ºC no local da carga para evitar choques
térmicos. As peças fundidas devem ser bem apoiadas, não é admissível que as peças
situadas no fundo do forno sirvam para apoiar as outras peças.
A velocidade de aquecimento deve ser entre 50 a 100ºC por hora. Um excesso de
temperatura (depende da composição química – classe) conduz a uma perda
considerável de resistência devido a alteração estrutural.
261
Tabela 74- Temperatura de recozimento recomendadas por um tempo de 1h mais 1h por
25mm de espessura.
Ferro fundido Classe Faixa de temperatura
Até 400ºC, são aliviados 60% das tensões sem perda de propriedades mecânicas. Este
tratamento quando feito abaixo de 593ºC não terá uma nenhuma variação nas
propriedades mensurável, acima de 593ºC, haverá uma perda 50 a 70 pontos na dureza
Brinell com perda correspondente de resistência
Após o recozimento de alívio de tensão com uma taxa uniforme de esfriamento deve ser
mantida ao longo da peça para prevenir a reintrodução de tensões. Isto normalmente é
realizado esfriando no forno de alívio até aproximadamente 430ºC. Para peças
complexas, onde se deseja maior alívio de tensão, deve resfriar no forno até 150ºC. A
taxa de aquecimento pode ser tão importante quanto a taxa resfriamento na prevenção de
tensões internas, especialmente para peças complexas.
.
A distribuição da temperatura dentro do forno deve ser se possível uniforme, para que não
apareçam gradientes de temperatura. Em nenhum caso é admissível que as chamas e os
gases da combustão escapem e atinjam diretamente as peças fundidas. Também
considerar que ao aquecer peças com seção fina, surge tensões parecidas com a
existente durante o resfriamento, as quais são desfavoráveis, se somar as tensões já
existentes resultando em fissura da peça. A atenuação das tensões ocorre na primeira
hora, depois de ter alcançado a temperatura de tratamento. O tempo de aquecimento é de
262
1hora para cada 25mm de espessura de parede da peça fundida. Ao efetuar o
recozimento por mais tempo a atenuação prossegue (figura 22).
Uma vez alcançado o tempo na temperatura deve ser iniciado o resfriamento, com uma
taxa de resfriamento que não deve ultrapassar a 40ºC por hora até a temperatura de 200
a 300º, após 200ºC pode esfriar ao ar.
A atenuação das tensões se baseia em um processo parecido com a fluência na qual há
uma deformação plástica das peças que se encontram sob tensão, não importa a
temperatura de recozimento ou o tempo de recozimento (figura 22). A parte principal da
atenuação ocorre na primeira hora de recozimento, a atenuação é tão mais rápida com
mais completa com a elevação a temperatura. Porém para atingir uma atenuação das
tensões para certa temperatura de recozimento, Poe exemplo a figura 22, a temperatura
de recozimento deve ser de 450 a 500 ºC quando desejar uma tensão residual de 10%
sem que exceda o tempo de recozimento ( 1h a 48h).
Valores absolutos a respeito da influencia do tempo e da temperatura sobre as tensões de
fundição do ferro fundido cinzento está na figura 23.
Fig.331 – Efeito do tempo de recozimento sobre a atenuação das tensões para diferentes temperaturas, (a)
para um ferro fundido cinzento sem liga (2,7%C; 2,0%Si; 0,5%Mn) e (b) um ferro fundido cinzento com liga
(3%C; 1,65%Si; 0,9%Mn; 1,4%Ni; 0,3%Cr; 0,5%Mo).
263
O alívio de tensão é proporcional ao nível de tensão inicial, e que o grau de alívio de
tensão é fortemente dependente de temperatura. A magnitude das tensões iniciais
também tem importância, a atenuação das tensões de sucede tanto mais rapidamente
com menores tensões iniciais (figura 24).
Fig.332 – Influencia da tensão inicial sobre a velocidade de atenuação das tensões com um recozimento a
565ºC.
Para eliminar uma determinada tensão (inicial ) residual baixa, também requer um tempo
de recozimento. Os ferros fundidos ligados, especialmente o cromo e molibdênio, tem
uma maior resistência tanto na temperatura ambiente como em temperatura mais
elevada. Em tais ferros fundidos se pode estabelecer a causa da maior resistência a
quente são tensões mais elevadas que ocorrem no resfriamento, neste caso termina a
compensação das tensões por fluência plástica em temperaturas mais elevadas; a
atenuação das tensões Poe meio do recozimento ocorre de maneira mais lenta. Isto pode
ser visto na figura 23, ao ser comparar as curvas de 538ºC nos ferros fundidos com e sem
liga.
Os ferros fundidos ligados têm uma maior estabilidade da perlita, de modo que são
necessárias temperaturas maiores de recozimento, não ocorrendo uma degradação
indesejável da perlita. Por isso é possível se efetuar uma atenuação das tensões em
temperaturas mais elevadas de recozimento.
O ferro nodular tem uma resistência mais elevada, isto significa que a atenuação da
tensão se sucede com mais lentidão.
Fig. 333 – Ilustra a microestrutura de um ferro fundido cinzento recozido a 550ºC e a 600ºC.
Fig.25 – Atenuação da tensão no ferro nodular ferrítico (3,67%Si; 0,2%Mn) e perlítico (3,2%C; 2,27%Si;
0,7%Mn; 1,26%Ni) por um tempo de 2 horas, a tensão inicial entre100 a 140Mpa.
Fig. 334 - Influencia do recozimento de 6 horas na tensão interna e o crescimento do ferro fundido (3,0%C;
2,0%Si e 0,38%Mn).
Fig. 335 – Influencia do recozimento de 10 horas com diferentes temperaturas sobre a resistência a tração
e o alivio de tensão para distintas classes de ferros fundidos cinzentos.
Se isso não é possível evitar por motivos econômicos, então é necessário colocar as
peças fundidas de muito peso em baixo e as mais leves em cima. Finalmente pode
ocorrer que as chamas e a corrente dos gases escapem e toquem diretamente algumas
pesa fundida (isoladamente), de modo que se manifestem fortes desníveis de temperatura
que conduzem a deformação e ruptura.
Uma falha que ocorre com freqüência é uma indicação errônea da medição da
temperatura e uma distribuição desigual da mesma no forno. Por tais influencias, em
pontos distintos do forno pode originar consideráveis gradientes de temperatura, se deve
executar com máximo cuidado este recozimento. Mesmo em forno construído
exclusivamente para o recozimento de alívio de tensão podem existir desníveis de
temperatura de até 100ºC entre os diferentes campos da zona aquecida. Assim por
exemplo pode ocorrer que a temperatura na parte inferior aquecida a 550ºC, já a parte
superior quase a 650ºC, mesmo que o termo elemento registre 600ºC.
Ao sobrecarregar o forno demasiadamente, respeitar a sua capacidade térmica, isto pode
originar também desníveis de temperatura. Isto pode ocorrer, sobre tudo quando tem que
recozer um grande número de pequenas peças, porém pesadas e compactas.
A carga deve ser cuidadosamente colocada no forno de recozimento, observando que se
evitem desníveis de temperatura. Este conceito é para fornos com circulação de ar. Em
peças fundidas grandes e complicadas, das quais se sabe que a principio tem tensões
muito elevadas, pode ser utilizado termoelementos em pontos distintos da mesma para
poder observar assim o curso da temperatura. O custo para isso pode ser elevado, mas
no entanto é modesto em comparação as peças perdidas por trincas ou deformação de
modo irrecuperável. Os fornos para recozimento de alivio de tensões devem ser
construídos de modo que alcancem com toda a segurança necessária para que a
velocidade de aquecimento de 50 a 100ºC por hora, assim como a velocidade de
resfriamento requerida. O forno não pode apresentar desníveis de temperatura
incompatíveis, pode ser empregado um sistema de circulação de ar. Em fornos aquecidos
a gás que utilizam óleo como combustível, não é admissível que a chama dos gases que
escapam incidam diretamente sobre as peças fundidas. Os fornos construídos para outros
tratamentos térmicos com alta temperatura não são adequados para o recozimento de
267
alivio de tensão, pois nem sempre se pode manter uma velocidade de aquecimento e
resfriamento lenta. Utilizar o termoelemento correto, como o perigo maior é o
sobreaquecimento é conveniente utilizar um segundo termoelemento como protetor.
Fornos contínuos podem ser utilizados, mas é difícil manter a velocidade da esteira
quando se utiliza diferentes peças fundidas, o aquecimento e resfriamento muito lento
seriam necessários fornos muito longos que custam caro e ocupam grande espaço físico,
logo este forno só é utilizado para grandes produções (peças iguais).
A temperatura baixa e o tempo curto de recozimento normalmente resultam em pouca
oxidação, que facilmente pode ser eliminada por um jato. Problemas surgem quando as
peças fundidas não foram perfeitamente limpas antes do recozimento, logo a areia
aderida é requeimada, sendo de difícil remoção posterior.
Como o recozimento de alivio de tensão não é um procedimento barato, só deverá ser
utilizado quando for realmente necessário. Os corpos de maquinas ferramentas, chassis,
grandes carters, carcaça blocos de motores são peças que é necessário o recozimento.
Em ferro nodular ferritico é mais barato obter no estado bruto de fundição do que recozer
peças parcialmente perlíticas. Peças fundidas que foram submetidas a normalização ou
tempera se realiza normalmente um recozimento de alivio de tensão.
Defeitos mais comuns em tratamento térmico de alívio de tensões:
• Alteração estrutural - temperatura muito alta
• Formação de trincas - velocidade de aquecimento (ou de resfriamento) muito altas
• Deformação da peça - alguma deformação sempre ocorre, podendo ser
– Minimizada com o correto acondicionamento da peça no forno.
• Formação de carepa
– Atmosfera oxidante
– Chama direta
– Gases de combustão
10.3 Recozimento
Tipo de Temperatura
Objetivo Tempo Ciclo de resfriamento (b)
Recozimento (a)
Baixa Peças sem carbonetos, 720 a 730ºC 1 h / 25mm Resfriar no forno a 55ºC/h
temperatura Classes42012 e 42018 até 345ºC, seguido de
(Ferritização) resfriamento ao ar.
Pleno Peças sem carbonetos, Somente para Resfriar no forno a 55ºC/h
(para baixo Si) Classes 42018 com 870 a 900ºC igualar o até 345ºC, seguido de
requisito de impacto em controle da resfriamento ao ar.
baixa temperatura. temperatura.
Temperatura Na presença de 900 to 925C 2 h no mínimo Resfriar no forno a 95ºC/h
alta carbonetos, para obter a até 700ºC.
(Grafitização) classe 42012 e 42018 Resfriar no forno a 55ºC/h
até 345ºC, seguido de
resfriamento ao ar.
Grafitização e Na presença de 870 a 900ºC 1 h / 25mm Resfriamento rápido até
ferritização em carbonetos, para obter a espessura 675 a 700C, reaquecer a
dois estágios. classe 42012 e 42018, 730ºC por 2 h/25mm,
onde é praticado o resfriamento ao ar.
resfriamento rápido.
(a)Temperatura de austenitização.
(b) resfriamento lento de 540 a 315ºC, minimiza as tensões residuais.
Alongamento (%) 3 17
Fig. 337 – Evidencia o carboneto de elevada velocidade de extração de calor, tendo fácil decomposição.
271
É fácil a decomposição de carbonetos no ferro fundido devido ao elevado teor de silício e
grafitas que agem como núcleos. A decomposição dos carbonetos eutéticos no FE bruto
com composição química normalmente ocorre a 900°C entre 1 a 3horas.
Fig. 338 – Mostra a região coquilhada de uma cunha antes (esquerda) e após o recozimento.
• 950ºC=1742ºF
T = - 247 log t + 2168
1742= - 247 log t + 2168
-426= - 247 log t
t = 53min
Fig. 341 – Mostra o efeito da quantidade de carboneto decomposta em função do tempo e temperatura de
recozimento (esquerda). A direita o gráfico que relaciona a temperatura com o tempo de tratamento para
uma peça com 6mm sem inoculado, com a seguinte composição química : 3,15%C+2,66%Si + 0,40%Mn +
0,10%Cu + 0,04%Mg
O primeiro estágio no recozimento em baixa temperatura, por exemplo, a 800°C gera uma
estrutura ferritica com grãos finos. Esta estrutura mais fina eleva a resistência ao impacto
e retém a tenacidade em baixa temperatura em relação a estrutura mais grosseira.
A decomposição dos carbonetos eutéticos em baixa temperatura é muito lenta (10 a 20
h). Para uma elevada tenacidade o ferro fundido nodular deve ser recozido em baixa
temperatura, como 900°C seguido de resfriamento lento e reaustenitizado a 800°C para
refinar os grãos de ferrita. Este refinamento estrutural reduz a temperatura de transição
dúctil frágil entre 17 a 22°C.
12 33 20
19 30 18
30 25 16
50 21 14
Fig. 342 – Evidencia os carbonetos de segregação (direita) e coquilhamento inverso (esquerda) de difícil
decomposição.
Cementita residual:
• Temperatura e/ ou tempo de tratamento insuficientes
• Desvios na composição química
• Baixo número de nódulos
Deformação da peça
• Mau empacotamento
• Permanência exagerada no patamar
• Desvio de temperatura
Formação de carepas
• Tempo e temperatura exagerados
• Problemas com a vedação do forno
• Problemas com a atmosfera protetora
10.4 Normalização
Um ferro fundido cinzento sem elementos de liga não responde bem ao tratamento
térmico de normalização, que devido a grande área superficial da grafita poderá haver a
grafitização secundária com elevação da quantidade de ferrita e redução do teor de
perlita. Quanto maio p carbono equivalente menor será as propriedades mecânicas
devido a grande quantidade de ferrita e matriz mais ferritica. Um ferro fundido cinzento
com disposição de grafita “A” terá um maior espaçamento entre as grafitas, o que dificulta
a difusão do carbono da austenita para a grafita, o que reduz a tendência de formar
ferrita, logo as propriedades mecânicas se elevam. Um ferro fundido cinzento com
disposição de grafita “D” menor será espaçamento entre as grafitas, o que favorece a
difusão do carbono da austenita para a grafita, o que eleva a tendência de formar ferrita
reduzindo as propriedades mecânicas, esta grafita não responde ao tratamento térmico.
275
Fig. 345 – Mostra a estrutura de um ferro fundido cinzento sem liga bruto de fusão (esquerda) e outro
normalizado (direita)
Fig. 346 – Mostra a estrutura de um ferro fundido cinzento sem liga bruto de fusão (esquerda) e outro
normalizado (direita)
Classe C Si Mn Mg Cu Sn
FE42012 3,62 2,52 0,19 0,033 0,018 0,017
FE55007 3,60 2,56 0,18 0,034 0,015 0,028
FE70002 3,60 2,55 0,18 0,038 0,827 0,024
Obs.: o teor de fósforo de 0,03% e enxofre 0,008%. O cobre equivalente é o seguinte:
Classe 42012 0,018 + 10 x 0,017 = 0,188% Cu
Classe 55007 0,015 + 10 x 0,028 = 0,295% Cu
Classe 70002 0,827 + 10 x 0,024 = 1,067% Cu
Obs.: “D” é a dureza Brinell (HB), “LR” é a resistência a tração (MPa), “LE” representa o limite de
escoamento (MPa) e “ A” indica o alongamento (%)
Fig.357 - Resultados de dureza após normalização (900 ºC, 2 h) e recozimento (2 h). Blocos Y 25 mm.
Fig. 361 - Variação das propriedades mecânicas com a quantidade de perlita. Tratamentos isotérmicos de
blocos Y 25 mm, dentro da zona crítica, resfriamento ao ar calmo.
283
Fig. 362 - Resultados de propriedades mecânicas em nodular normalizado de dentro da zona crítica, com
baixos percentuais de perlita. FE 50007.
10.5 Tempera
Tempera tem por objetivo elevar a dureza e a resistência as desgaste, já o revenido alivia
as tensões da martensita, a estrutura desejada é constituída por martensita revenida e
grafita.
.
285
Fig. 363 – Ciclo térmico de tempera e revenimento. A temperatura crítica de austenitização é calculada
pela equação: 730 + 28 x %Si - 25 x %Mn.
Fig. 365 – Influencia dos elementos de liga no fator multiplicador para determicação da temperabilidade.
Elemento liga em ferro nodular só devem ser usados para elevar a temperabilidade.
Cromo é extremamente efetivo para promover a temperabilidade, mas é muito prejudicial
a qualidade do nodular devido a tendência de formar carboneto no estado bruto de fusão.
Manganês não só promove a formação de carboneto, mas também retarda o processo de
revenido. Assim, por razões metalúrgicas e econômicas, os elementos de liga devem ser
selecionado com cuidado e usado somente o necessário para prover a temperabilidade
necessária.
Curva TTT, significa tempo, temperatura, transformação este diagrama é útil para
selecionar a prática no tratamento térmico. A figura abaixo mostra uma curva TTT de
baixo teor de silício de um ferro cinzento. Cada caminho no resfriamento nesta figura
define o tempo e temperatura necessária para produzir uma microestrutura específica. A
posição da zona de transformação no diagrama TTT, define o inicio e o final da curva,
determina a taxa e extensão de resfriamento necessário para evitar certas transformações
e promover outras. Assegurar que um componente temperado é completamente
martensitico, a taxa de resfriamento deve ser a mais lenta, apenas o suficientemente para
evitar o "nariz" na zona de transformação.
O ferro fundido possui elevado teor de carbono em solução, sendo que a temperatura Ms
fique ± 150 a 180ºC, já a temperatura Mf se localize ± a ambiente ou abaixo da mesma.
Portanto sujeito a apresentar austenita retida, principalmente nos contornos de células
eutéticas, são locais com grande concentração de elementos de liga, em particular o Mn.
287
A transformação martensítica ocorre em baixa temperatura, existindo o risco de trincar,
pode ser empregado banho de martêmpera para minimizar esta tendência.
Cada composição de ferro tem uma curva TTT diferente, assim o local de transformação é
controlado pela composição (figura abaixo). Nesta Figura revela a influência do
molibdênio nas transformações, onde eleva a temperabilidade, ou seja, ocorre um
deslocamento para direita das áreas de perlita e bainita, permitindo uma transformação
completamente martensitica com uma taxas de resfriamento mais lenta fundidos de maior
seção. Conhecimento das diversas curvas TTT publicadas, permite selecionar os
elementos de liga apropriados e as condições de tratamento térmico.
Fig. 366 – Ferro cinzento temperado evidenciando a presença de austenita retida (área clara).
288
Meio de tempera e o grau de agitação no banho são importantes para assegurar uma
microestrutura satisfatória no processo de tempera. Os meios de tempera mais comuns
em ordem crescente de severidade estão óleo, água e salmoura. Agitação do banho de
tempera pode ser exigida para aumentar a severidade e a uniformidade no resfriamento
de peças complexas. Para minimizar as tensões internas, distorção e trincas,
especialmente em peças complexas, utilizar o meio menos severo para produzir a
microestrutura desejada. Como o aumento da severidade na tempera, fica muito
importante revenir as peças imediatamente depois da tempera.
Durante o revenimento ocorrem as mesmas reações que acontecem nos aços, acima de
550ºC ocorre a decomposição dos carbonetos, geralmente em torno dos nódulos,
formando-se ferrita. As temperaturas usuais ficam entre 400 a 600ºC, entre 2 a 4 h, até
550ºC a estrutura é martensita revenida, entre 550 a 700ºC será constituída por ferrita +
carbonetos esferoidizados.
Tabela 90- Resistência a tração e dureza do ferro nodular após tempera e revenido.
Temperatura Tempo LR LE A HB
(ºC) (h) (Mpa) (Mpa) (%)
4 826 622 5 275
115,2 112,6
100,0 111,0
101,2
80,0 74,7
69,0 67,6
60,0 66,0 51,4
54,2
47,7 49,0
40,0 44,6
20,0
0,00
Bruto 400 500 600 700
de
Fusão 4212 4212
Temperatura (ºC) 5007
7002
O ferro nodular pode ter a superfície endurecida por chama ou indução o aquecimento da
camada superficial da peça chega a 900ºC, seguido por um spray para tempera. A dureza
pode chegar a 60HRc, produz elevada resistência superficial ao desgaste apoiada sob
um núcleo tenaz. As classes perliticas, têm uma mistura de carboneto de lamelar e ferrita,
responde efetivamente ao endurecimento superficial devido às pequenas distâncias de
difusão.
Tem por objetivo elevar a resistência ao desgaste e a resistência a fadiga, sendo aplicado
para engrenagens, girabrequins, eixo comando de válvulas, cilindros de laminação,
assentos de mola, garfos de embreagem, eixo pivô.
1- Tempera em um estágio
Neste caso a peça é posicionada junto ao indutor, aquecida, sendo que a tempera pode
ser feita por um dos procedimentos:
295
a) A peça pode ser imersa manualmente no líquido de tempera ou pode ser deixada
cair no liquido
b) Em máquinas de tempera, a peça pode ser alimentada automaticamente num
spray de tempera, assim que o aquecimento termina
c) A bobina pode conter um spray de resfriamento, que inicia a operação quando a
corrente de alta freqüência é desligada
2- Tempera progressiva
1- Baixa dureza. A presença de austenita retida impede que seja atingida alta dureza
superficial devido ao superaquecimento da peça e conseqüente aumento do teor de
carbono em solução na austenita (reduz Mi e Mf).
10.7 Austempera
O ferro nodular austemperado é conhecido por ADI (Ductile Iron austempred). Tem por
Objetivo elevar à resistência a tração, ao impacto, dureza, tenacidade aliada a boa
ductilidade, tendo excelente relação peso X resistência. Afigura abaixo caracteriza que o
ADI com uma resistência de 800 MPa chega a 10% alongamento contra 4% de um
nodular temperado e 2% para um bruto de fusão perlítico.
299
Fig. 379 – Relação da resistência a tração com o alongamento para diversas matrizes.
A qualidade do ferro nodular bruto de fusão é de vital importância na vida de uma peça
tratada, devendo ser evitado os defeitos como inclusões não metálicas, carbonetos,
drosses, contração elevada, escória, gases. Para evitar perda de tenacidade a quantidade
máxima de carbonetos + inclusão não pode ser maior que 0,5%, já a de poros é de 1%
máximo.
Peças acima de 25 mm de espessura o número de nódulos mínimo é de 150 nódulos/
mm2 e o grau de nodularização mínimo de 85%. Peças inferiores a 25 mm o número de
nódulos superior a 150 nódulos/ mm2 com grau de nodularização mínimo de 95%.
Quanto maior o numero de nódulos, menor será o tamanho da grafita resultando em
maior alongamento devido a segregação ser menos acentuada, o que torna mais rápida a
austenitização e a transformação γo α + γ .
Fig. 380 – Relação do número de nódulos com o alongamento, graus de nodularização e a fadigado.
Fig. 384 – Influencia da adição de cobre na dureza variando a seção do ADI e do Mn na quantidade de
austenita retida.
Os elementos de liga podem ser divididos em dois agrupados:
Grupo I – estabilizadores (esquerda Fe) como o Mg, Cr, Mn, Mo
Grupo II – grafitizantes (direita Fe) como o C, Si, Ni, Cu.
Fig. 386 – Influencia da distribuição dos elementos de liga na posição da curva TTT no
ADI devido a segregação.
Ms
γo α + γ (alto %C)
1 PERLITA
2
BAINITA
FERRITA E
AUSTENITA
TEMPO
Fig. 392 – Caracteriza o meio de resfriamento na homogeneidade da austenita.
Formação dos braços de ferrita (α) originando nos contornos de grão (C.G.), em meio a
austenita inicial (γo) e regiões de austenita com alto teor de carbono (γ).
Austêmpera é uma transformação no estado sólido da austenita em dois estágios:
Estágio I
γ α + γ estabilizada
Alto teor de silício atrasa a nucleação da Fe3C. A austenita rica em carbono (2%) inibe o
crescimento da ferrita acicular, é estável, a linha MS fica abaixo da temperatura ambiente
(-120ºC). A transformação se inicia onde iniciou a solidificação
Estágio II
γ estabilizada α + carbonetos (bainita)
JANELA DE
ESTÁGIO I ESTÁGIO
PROCESSO
MÁX
% AUSTENITA RETIDA
BAINITA
FERRITA
0 T1 T2
TEMPO DE AUSTÊMPERA
A figura abaixo mostra as curvas de energia livre da ferrita (G1) e austenita (G2),
relacionado a influencia do teor de carbono com a estrutura obtida (F, F+A, A+C) e como
é influenciada pela temperatura de austenitização. A diferença de energia livre é a força
motriz (Drive force) para que ocorra a transformação, pode ser observado que quanto
maior for a temperatura de austenitização, menor será a drive force, logo o processo de
austempera se torna muito longo.
Fig. 402 – Influencia da tempo na transformação da austenita para alta temperatura de martempera.
309
Fig. 403 – Partículas de carbonetos (longo tempo) nodulares precipitadas em ADI austemperado a 360ºC
por 2 h.
Fig. 404– Microestrutura típica de ADI austemperado a 360ºC por 2 h (α - ferrita; γ - austenita).
Esta fase proporciona uma resistência a tração de 1200 a 1500 Mpa, limite de
escoamento entre 800 a 1100 Mpa com alongamento de 0,5 a 4%, dureza atinge a 40-50
HRc.
Ausferrita Inferior obtida a 260ºC é constituída por 85% αfina + 15% γretida, é uma
estrutura mais refinada em função da maior velocidade de resfriamento e em
conseqüência uma maior nucleação.
Devido a baixa temperatura de transformação da austenita, a velocidade de difusão será
menor e, portanto maior será o tempo necessário para que se completa a transformação,
pois menor será a velocidade de difusão do carbono na austenita. Temperaturas de
martempera inferiores a 320ºC com tempo de 4 a 5h, abaixo de 260ºC a estrutura
resultante será rica em martensita.
310
Fig. 406 – Influencia da tempo na transformação da austenita para baixa temperatura de martempera.
Quanto maio o teor de carbono mais lenta será a transformação austenita em bainita,
simultaneamente reduz a temperatura das linhas de transformação Mi e Mf.
Um teor de silício mais elevado dificulta a formação de Fe3C, favorecendo a obtenção da
estrutura ausferritica (α + γ rica em carbono). O Mn segrega para contorno das células
eutéticas gerando austenita retida e carbonetos. Usar no máximo 0,3% Mo devido a sua
intensa segregação (superior ao manganês) conseqüentemente eleva a quantidade de
austenita retida e carbonetos, separa o cotovelo da bainita e perlita (esta atrasa mais). Os
elemento Cu + Ni quando adicionados são similares ao molibdênio.
10.8 Nitretação
Fig. 407- Dissociação da NH3 e N absorvido no aço na nitretação. As variáveis deste tratamento são:
temperatura, tempo, vazão e grau de dissociação.
As adições de elementos de liga geram carbonetos de maior dureza, sendo mais utilizado
Al, Cr e Mo, a elevada dureza se deve a distorção da estrutura cristalina.
A tabela abaixo exemplifica a composição química e matriz de feros nodulares a serem
posteriormente nitretados. A classe com 0,5%Cr pode ser destacado, a matriz inicial de
ferrita foi inibida resultando em matriz perlítica.
312
Fig. 408 – Evidencia a influencia dos elementos de liga na dureza do nitreto e profundidade da camada.
Fig. 412 – Ferro nodular 42012, 42012 com Cr e classe 70002 recozida, temperada e normalizada
respectivamente.
490ºC - 16h 540ºC - 16h 600ºC - 16h 490ºC - 16h 540ºC - 16h 600ºC - 16h
0,00 - mm 0,06 - mm ? 0,11 - mm 0,15 - mm 0,18 - mm
251 - HV 542 - HV 542 - HV 606 - HV 752 - HV
490ºC - 24h 540ºC - 24h 600ºC - 24h 490ºC - 24h 540ºC - 24h 600ºC - 24h
0,03 - mm 0,05 - mm 0,12 - mm 0,15 - mm 0,16 - mm 0,18 - mm
478 - HV 502 - HV 572 - HV 572 - HV 673 - HV 762 - HV
Fig. 413 – Ferro nodular 42012, 42012 com Cr e classe 70002 nitretado com espessuras de camada de
0,12mm; 0,18mm e 0,07mm respectivamente.
0,24
0,2
0,16
(mm)
0,12
0,08
0,04
0
490ºC 540ºC 600ºC
TEM PERATURA (ºC) - PERÍODO (24Horas)
COMPARATIVO ENTRE AS DUREZA DAS TRÊS CLASSES
42012 (%Cr) 42012 70002
800
750
700
650
DUREZA (HV)
600
550
500
450
400
350
300
490ºC 540ºC 600ºC
TEMPERATURA (ºC) - PERÍODO (24Horas)
Fig. 415 – Perfil de dureza em ferro nodular férrico e perlítico nitretado a gás.
Fig. 416 – Perfil de dureza em ferro nodular férrico e perlítico nitretado a plasma.
12 Tipos de grafita
Fig. 417– Influencia do grau de nodularização nas propriedades do ferro nodular causado pela fadiga do
magnésio e contaminação com chumbo.
Quando a forma ideal da grafita esférica não é obtida, sendo seu contorno irregular
(Figura 12.1). Alguns esquemas de classificação consideram em este tipo de grafita como
320
indesejável, mas não tem um efeito significante nas propriedades do ferro nodular, reduz
a ductilidade, embora ainda atenda aos valores especificados de resistência. Sua
ocorrência principal é nos pontos quentes, seções espessas e junto a massalotes. A sua
presença usualmente indica:
1- Baixo nível de nucleação, resultado tanto de inadequada prática de inoculação
(inoculante pouco eficaz, porcentagem insuficiente e/ou granulometria inadequada,
técnica de inoculação inadequada) como de prolongado tempo e temperatura de
manutenção do banho (fadiga do inoculante), baixo número de nódulos;
2- Teor residual de magnésio ligeiramente baixo demais (menor que 0,030% Mg ou menor
que 0,020% Ce). A grafita irregular é o primeiro indicador de degenerescência da
grafita;
3- O uso de materiais de carga de alta pureza que em combinação com um nodularizante
contendo cério, favorece o aparecimento de grafita de forma irregular;
4- Utilização de ligas com baixo carbono equivalente, presença de partículas de escória. A
baixa velocidade de esfriamento (peças de seção espessa, baixa extração de calor
pelo molde).
A forma dos nódulos de grafita é usualmente melhorada quando estão presentes
pequenos residuais de elementos como arsênio, cobre e antimônio.
As grafitas lamelares não são a forma de grafita desejável no ferro nodular, geralmente
causada por quantidade de magnésio insuficiente para gerar um ferro nodular .
Quantidades relativamente pequenas de grafita lamelar podem reduzir as propriedades
mecânicas do ferro nodular, ou seja, decréscimo dos limites de resistência a tração, de
escoamento e alongamento, geralmente impossibilitando a obtenção de valores
especificados.
Possíveis métodos por eliminar a formação de grafita de vermicular:
1. Aumentar o teor de magnésio do ferro, aumentando a quantidade de liga nodularizante.
2. Revisão da pratica de nodularização (quantidade de metal e liga nodularizante) e
equipamento (distribuição do metal).
3. Rever a prática fusão (teor de enxofre) e pré-tratamentos (técnicas de inoculação)
4. Determina se existem traços de elementos deletérios no ferro base. Se estes
elementos são detectados, é necessário uma ação de adicionar terras raras.
321
5. Controlar o teor de enxofre na areia de moldagem, deve ser menor que 0,10%S para
minimizar a formação desta grafita na interface metal/molde.
Fig.420 – Efeitos do aumento da quantidade de grafita vermicular sobre as propriedades mecânicas do ferro
nodular, ocorre uma diminuição Limite de Resistência, Limite de Escoamento e principalmente do
Alongamento de forma mais acentuada.
322
2- Solidificação rápida em secções finas que promove um elevado número de nódulos e
inibe o crescimento de grafita vermicular. Este efeito é importante quando a estrutura
da grafita de corpos de prova finos é comparada com peças resfriadas mais
lentamente, ou seja, em peças espessas apresenta maior possibilidade de apresentar a
grafita compacta.;
3- O teor de elementos residuais do ferro. Alguns elementos, tais como titânio ampliam a
faixa de teor de magnésio em que a grafita vermicular pode ser formada. A adição
intencional de titânio em combinação com cério-terras raras é usado como método de
produzir estrutura completamente vermicular. Na produção de nodular deve-se manter
o titânio menor do que 0,004%. Elevado teor de enxofre no metal base gera grafita
vermicular, para um teor de enxofre no metal base com 0,005% gera grafita
completamente nodular mesmo com teor de magnésio de 0,020% ou menos.
4- Havendo a ocorrência de grafitas vermiculares na estrutura do ferro fundido nodular,
deve ser verificado os seguintes aspectos:
• Presença de contaminações (elementos deletérios) como Ti, Pb, As, Sb, Bi e Se. O
uso de 0,01%terras raras junto com o inoculante pode neutralizar o efeito destes
elementos de, por isto a maioria das ligas nodularizantes e inoculantes contém
uma quantidade pequena de terras raras.
• Teores de oxigênio e enxofre no metal base, com 0,020%S será obtido ferro
vermicular com 0,020 a 0,025%Mg, com 0,005 a 0,010%S pode ser obtido 100%
de grafitas nodulares com o mesmo magnésio residual.
• Ter residual do elemento nodularizante, as grafitas lamelares (vermicular ou
lamelar), normalmente são associados com magnésio ativo insuficiente, menor que
0,03%(ideal 0,035-0,045%), tendo presença grafitas nodulares de forma irregular.
Os últimos moldes tende a possuir este tipo de grafita
• Velocidade de resfriamento, este tipo de grafita ocorre principalmente em pontos
quentes (seções espessas, junto a massalotes),
• Uma Inoculação deficiente gera baixo número de nódulos, sendo ideal uma
inoculação no jato para o molde, baixo carbono equivalente e menor velocidade de
resfriamento (fadiga) também proporciona a redução do número de nódulos.
A estrutura nodular muitas vezes não é obtida na face do fundido, reações entre o
magnésio do metal e o material / atmosfera do molde, resultando em filme de grafita
lamelar na superfície da peça e também em pontos quentes, sendo mais intenso nas
partes inferiores do fundido.
Pode ocorrer a formação de grafita lamelar ou em veios dentro da peça, devido a baixos
teores de elementos nodularizantes (teor de Mg inferior a 0,010%) ou elementos
deletérios como bismuto e alta temperatura de vazamento, resultando em sensível
redução das propriedades mecânicas inclusive a diminuição do Limite de Fadiga.
A superfície da peça antes da limpeza apresenta uma oxidação prateada na parte
superior a frente dos ataques. A reação metal molde é pouco profunda, podendo não
afetar o desempenho em serviço, já a inclusão de drosses são muitas vezes percebidos
na superfície bruta de fusão ou jateada, podem penetrar a uma distância apreciável na
secção do fundido. O uso de Inoculante com bismuto ou terras raras eleva a perda de
magnésio entre 20 a 25% contra 5 a 10% de perda do magnésio com inoculante comum.
323
Fig.5 – Superfície de uma peça sem limpeza, mostrando uma pele prateada próxima ao ataque.
Filme de grafita lamelar mais pronunciado, pode ser encontrado nos fundidos, quando o
teor de enxofre no molde é alto (cerca de 0,15%), podendo atingir profundidade da ordem
de 6mm. Este efeito na estrutura da grafita superficial, torna-se mais pronunciado quando
o teor de magnésio do metal é baixo e a temperatura de vazamento é alta. A reação entre
magnésio do metal e o enxofre do material do molde, pode ocorrer em toda a superfície
do fundido, mas geralmente, apresenta-se mais intenso nas partes inferiores do fundido e
pontos quentes.
324
Fig.422– Evidencia a transição entre a área contendo ferro fundido cinzento e vermicular na superfície de
um ferro fundido nodular.
Uma areia de moldagem a verde com pó de carvão com elevado teor de enxofre (pó-de-
carvão ativo), ou mais comumente, do uso de catalisadores a base de ácido sulfúrico /
paratoluenosulfônico (como catalisador em resina furânica) em areias de cura a frio
aglomeradas quimicamente, outros fatores quanto a condições do molde são atmosfera
oxidante e umidade.
Sistema de recuperação os quais não incluem desintegração térmica de resíduos de
resinas levam a um aumento progressivo do teor de enxofre e nitrogênio nas areias
quimicamente aglomeradas. A possível interação entre o metal e o nitrogênio da areia de
moldagem, como um fator adicional na redução o teor de magnésio efetivo.
Uma indicação que sugere tratar-se de degenerescência pôr impurezas e não pôr falta de
magnésio é a maior incidência de grafita lamelar em contornos de células eutéticas, em
geral, segregam-se as impurezas na solidificação.
Uma maneira de se neutralizar ou diminuir o efeito das impurezas, quando não for
possível evitá-las pôr seleção das matérias primas, é adicionar baixos teores (0,005 a
0,02% ) de cério / terras raras, devendo-se citar que a maioria das ligas nodularizantes ao
magnésio utilizadas comercialmente já contém residuais de cério.
O antimônio favorece grafita fina, intermediária entre ASTM tipos III e V, (Fig.7), enquanto
outros elementos incluindo chumbo, bismuto e titânio favorecem forma de grafita V e VII.
Ainda que todas estas formas de grafita reduzem as propriedades mecânicas do ferro
fundido, a forma da grafita associada ao antimônio é menos prejudicial do que as formas
resultantes da adição de chumbo, bismuto e titânio.
Fig.424 – Grafita lamelar causada pela presença de elemento deletério segregado para contorno das
células eutéticas em nodular.
O mecanismo responsável pela formação desta fina forma de grafita ainda não foi
estabelecido, mas se acredita que está de algum modo associado a taxa de solidificação
lenta (pontos quentes) como secções grossas (centros térmicos), junto a massalotes,
junto a luva exotérmica em ferros fundidos em nodular, segregações de elementos
deletérios (como chumbo, titânio, bismuto ou antimônio), ter baixo de elemento
nodularizante e presença de cério e terras raras quando se emprega matérias-primas de
alta pureza e alto carbono equivalente.
Fig.425 – Influencia da presença de gravita vermicular nas propriedades do ferro nodular ferritico
Como esta forma de grafita geralmente ocorre em centros térmicos, um dos modos para
prevenir a formação é a utilização de resfriadores junto ao fundido para deslocar o centro
térmico para a superfície. Uma super-inoculação também é uma possível causa,
introdução de cério. Esta forma de grafita não é encontrada quando o ferro contém
326
pequena quantidade de bismuto além de cério, existe um aparente balanceamento entre a
pureza do material, tratamento de nodularização e estrutura de grafita.
A grafita esferoidal se precipita nos primeiros estágios do processo de solidificação, a
grafita chunky começou a se formar na interface entre a austenita e o metal líquido, Mg
líquido-metal líquido e inclusão-metal líquido residual nos estágios intermediários,
continuando a se precipita até o final da solidificação. Estas interfaces fornecem apenas
os sítios iniciais para a nucleação da grafita chunky. Após a nucleação, a cápsula da
austenita é que dispõe da chave para a formação deste tipo de grafita.
As células eutéticas são grandes, tendo as lamelas finamente distribuída e interligadas,
crescendo em hélice, resulta numa drástica redução do alongamento e valor de impacto.
Há um canal de metal líquido entre a extremidade da grafita chunky e o metal líquido resi-
dual. A grafita chunky é interconectada, apresentando frequentememe ramificações, e
que sua sub-estrurura observada através do microscópio eletrónico de varredura é similar
à da grafita esferoidal.
Inicialmente acreditou-se que a grafita chunky era constituída por fragmentos de grafita
esferoida, mas atualmente é possível observar cada vez mais detalhadamente a
morfologia da grafita através de microscopia eletrônica de varredura, microscopia
eletrônica de transmissão, microssonda etc. Estes novos meios de observação permitiram
constatar que a grafita chunky não era constituída de fragmentos de grafita esferoidal,
mas que, aparentemente, ela tinha um mecanismo de formação similar ao da grafita
esferoidal e o seu modo de crescimento era o do deslocamento em espiral ou em hélice.
As principais variáveis:
Fig. 427 - Célula de grafita chunky extraída da matriz ampliada por microscopia eletrônica de varredura
(SEM)
Fig.429 – Aspecto superficial de uma peça com grafita chunky e sua respectiva microestrutura em
diferentes aumentos.
Soluções:
Grafita é significativamente menos densa que ferro, logo após precipitar no ferro líquido
tem uma tendência a flutuar. Quando a flutuação ocorrer antes de solidificação no molde,
haverá uma concentração de nódulos de grafita na parte superior da peça imediatamente
abaixo desta superfície e acima dos machos e pôr muitas vezes apresenta-se na forma
explodida. Decore do menor peso específico da grafita em relação ao líquido durante a
solidificação, mais freqüentemente em peças grossas, mas pode ser verificada em peças
finas.
Quando estas peças são quebradas exibem uma região da fratura preta. A área escura na
fratura indica uma grande concentração de carbono, freqüentemente chegam entre 5,0 a
6,0%C.
Fig.433 – Os elementos Pb, Bi e Ti favorece a grafitas ASTM V e VIFace usinada do ferro nodular
mostrando o efeito da presença da banda de flotação de grafita na face superior da peça. Seção de peça
com flotação de grafita. Espessura de 80 mm, CE = 4,47%. Região de flotação = 5,5%C, abaixo= 3,3%C.
Fig.434 – Influencia do teor de carbono no metal líquido na distribuição do carbono em peça que sofreu
flotação
CE = (% C +% Si / 3) + (% P / 3).
2- Pela mesma razão, quanto maior a seção da peça, maior será a tendência a flotação. A
flotação é limitada principalmente a seções mais grossas para esses níveis de carbono
333
equivalentes. Quando a flutuação de grafita ocorrer a concentração de nódulos de grafita
pode ser vista em seções transversais a zona de flutuação.
3-Baixa velocidade de solidificação, maior tempo para a precipitação e o crescimento da
grafita a partir do líquido, definindo assim as condições para que haja ou não a flotação
dos nódulos.
CEL = (% C +% Si / 4) + (% P /2).
334
Fig. 439 – relação do teor de carbono para um ferro nodular perlítico (esquerda) e outro ferritico com
2,5%Si.
335
Fig. 440- Limites dos teores de C e Si em função do módulo da peça para evitar a flotação de grafita
O termo é usado para descrever uma das formas mais comuns de grafitas indesejáveis no
ferro nodular, se apresenta como se fossem nódulos em que há falta de setores
circulares. Normalmente representa um crescimento anormal de nódulos hiper-eutéticos
presentes em ferros fundidos de elevado carbono equivalente (maior que 4,5%), ocorre
principalmente em pontos quentes (seções espessas, junto a massalotes), geralmente
associado a flotação de grafita em peças espessas (longo tempo de solidificação)e
presença de teores elevados de cério. Pode ser conseqüência de um super-tratamento de
nodularização com liga de magnésio com cério acima de 0,02%. Principais variáveis:
• Teor de cério em excesso com relação ao ótimo para neutralizar o efeito de
impurezas (Pb, Bi, Ti, Te, Bi, Sb, As)
• Seção espessa
• Alto carbono equivalente
A grafita explodida pode ser o precursor da grafita chunky e pode aparecer junto a este
tipo de grafita em peça de seção grossa, de forma geral reduz o limite de resistência,
Limite de Escoamento e principalmente do Alongamento, ductilidade e acabamento
superficial.
Pode estar uniformemente disperso na estrutura, mas em secções médias e grossas é
normalmente encontrada como segregação nas faces superiores. O valor do carbono
337
equivalente do ferro fundido deve ser restringido para prevenir a formação deste tipo de
grafita; fatores que contribuem para a desintegração dos nódulos são o uso de materiais
de carga de alta pureza, especialmente em nodularização que inclua cério - terras raras .
Fig. 442- Grande variação do tamanho de nódulos na estrutura do nodular com inoculação tardia.
A resistência à tração e o valor de impacto parecem não ser afetados por uma grande
variação de tamanho de nódulos, bem como a orientação da fratura, que não está
associada ao tamanho dos nódulos.
Uma distribuição de pequenos nódulos de grafita que pode ser encontrada em ferro
fundido nodular temperado e revenido em temperaturas relativamente altas. Neste caso a
matriz de martensita se transforma em ferrita e em grande número de pequenos nódulos.
Tal estrutura resulta em redução das propriedades mecânicas de ferro fundido.
Aumentando o teor de silício do ferro e o aumento da temperatura da austenitização
promove a incidência de nódulos “semeados”. Nas propriedades mecânicas reduz o
alongamento do ferro nodular ferrítico de 18,6% para 13,0% com grafita secundária.
Reduz a temperatura de transição dútil-frágil e reduz a resistência em nodulares perlíticos
e temperados e revenidos, ocorrendo ferritização junto aos nódulos. As principais
variáveis são a temperatura de revenido, teor de silício e teor de molibdênio.
338
A distribuição de perlita e ferrita no ferro nodular tornar mais visível quando alguns
nódulos estão alinhados e não distribuídos no acaso.
Quando este defeito é intenso pode dar uma fratura plana / faceta, que algumas vezes
encontrada nas junções ataques/peças ou nas fraturas de corpos de prova de tração
retirados de peças fundidas. Esta forma de fratura é mostrada na figura abaixo onde o
alinhamento de nódulos fica ao longo da face de fratura. Os nódulos de grafita são
usualmente ligados por uma faixa de ferrita, a qual freqüentemente contém muitas
inclusões de silicato e sulfeto de magnésio.
As causas de fratura plana não são totalmente compreendidas, mas quando fratura plana
é observada nos corpos de prova, baixos valores de resistência à tração e de
alongamento tem sempre sido registrado. È causada por baixo carbono equivalente, alta
temperatura de vazamento ou deficiência de inoculação.
339
Fig. 445 – Fratura plana que é algumas vezes observada no ataque (esquerda) e alinhamento de nódulos de grafita
associado com fratura plana (direita).
Estrutura com grafita mista pode resultar, quando na nodularização tem-se baixo teor de
magnésio. A reação entre o magnésio do metal e algum enxofre presente no material do
molde ou oxigênio (óxido), pode resultar localmente em metal de reduzido teor de
magnésio, em nível tal que seja insuficiente para promover grafita esférica (e mesmo
vermicular). Sob tais condições podem produzir estruturas similares as mostradas nas
figura abaixo. Canais longos e pouca homogeneização do metal na cavidade do molde,
em combinação com baixo teor de magnésio promovem este tipo de defeito. Isto tem sido
observado em corpos de prova de tração obtidos em separado, quando são obtidos
baixos valores de resistência/alongamento. Quando este defeito ocorre, pode ser
percebido nas superfícies usinadas.
Fig.27 - Grafita mista, mostrando uma transição de grafita de alto superesfriamento para vermicular e para
grafita esferoidal. 20 X.
340
13 Matriz
A matriz desejada pode ser obtida por ciclo de tratamento térmico ou bruta de fusão por
controle de composição química. Em ambos os casos o número de nódulos tem uma
marcante influência de composição química e velocidade de resfriamento na zona
eutetóide. Diferentes seções, as quais têm diferentes números de nódulos, podem conter
variadas proporções de ferrita e perlita.
O efeito que a variação do número de nódulos tem na matriz, pode algumas vezes
ser observada em se comparando a quantidade de ferrita encontrada no centro e na
superfície das peças.
Quando resfriadores são usados para introduzir gradientes térmicos no material em
solidificação, diferenças no número de nódulos e matriz na seção podem ser evidenciadas
na figura abaixo.
Variações na matriz podem ser suficientes para rejeição de fundidos, se a
aceitabilidade é baseada na dureza ou no exame metalográfico. Pode também ser vital ao
desempenho em serviço do fundido, se elevado teor de ferrita leva à elevadas taxas de
desgaste por deslizamento ou abrasivo.
Fig. 447 – Efeito do número de nódulos e teor de ferrita em nodular, usando-se resfriador para aumentar o
gradiente térmico e reduzir o rechupe. A esquerda mostra a estrutura próxima ao resfriador (520
2 2
nódulos/mm )e a direita a estrutura a meio raio (76nódulos/mm ).
341
13.2 Perlita Retida
Pequenas quantidades de perlita, tanto na forma lamelar como esferoidizada, podem ficar
retiradas após tratamento térmico. Se a quantidade presente superar a 5%, as
propriedades de impacto podem ser diminuídas. Baixo número de nódulos, baixo teor de
silício e o uso de materiais de carga impuros promovem retenção de perlita nos contornos
de célula. O problema é raramente encontrado quando material de carga de alta pureza é
usado, exceto, talvez, em secções grossas onde é difícil produzir matriz totalmente
ferrítica.
13.3 Carboneto
13.5 Inclusões
Fig. 449 – Evidencia a presença de Ti no contorno de célula eutética na forma poligonal (acima) e ancora
na parte inferior.
Suas presenças não tem sido relacionadas com qualquer redução nas propriedades
mecânicas, embora em secções grossas a presença de segregação intercelular, a qual
inclui normalmente carboneto de titânio, são considerados pontos de início de fratura
frágil.
Pontos pretos podem ser observados em contorno de célula. O efeito é mais pronunciado
em seções grossas. Apesar de geralmente aparecer como um vazio, a análise de inclusão
343
mostra predominância de magnésio e oxigênio (MgO). Sua presença na estrutura é
indicativa de elevado teor residual de magnésio no metal, e o uso de temperaturas de
nodularização e de vazamento baixas demais.
Fig.451 – Evidencia os vazios das inclusões do tipo ponto preto em contorno da célula eutética.
Fig.452 – Evidencia os vazios das inclusões do tipo ponto preto e inclusões do tipo silicato de magnésio
(poligonal).
Fig . 455 - Inclusão de ferro-silicio (inoculante). Observa-se a presença de pequena quantidade de escória
(a) e o aspecto globular do ferro silício (b) com forte oxidação.Ferro Fundido cinzento. Sem ataque.
Origens do defeito.
As inclusões de elementos de liga ou inoculantes são provenientes da adição desses
elementos efetuadas na panela de vazamento, no jato metálico quando do vazamento no
molde ou no próprio molde, principalmente quando não se tem condições adequadas para
a completa dissolução (tempo e/ou temperatura insuficientes). Quanto maior a
temperatura de fusão das ligas ou inoculantes, mais difícil será, de modo geral, a
dissolução desses materiais sólidos no metal líquido.
Medidas corretivas
• Aumentar a eficiência da mistura dos materiais sólidos com o metal líquido (aumentar
a agitação) na panela.
• Aumentar a temperatura do metal sempre que possível.
• Substituir o inoculante por outro de mais fácil dissolução e que apresente efeito
semelhante quanto ao grau de nucleação.
• Eliminar a inoculação no molde empregando apenas a inoculação na panela com um
inoculante mais efetivo.
• Ajustar a granulometria e a quantidade de inoculante
• Utilizar inoculantes com fácil dissolução e igual poder de nucleação
• As técnicas de adição de inoculante no molde e no jato apresentam maior
incidência deste defeito
• evitar o uso de partículas com granulometria muito fina se a for efetuada na panela
porque estas facilmente se oxidarão causando reduções, no rendimento da adição
e um aumento na quantidade de óxidos (escória), já no caso de inoculação no jato
e no molde sugere-se empregar partículas entre 0,15 a 0,50 mm
• A partícula de inoculante parcialmente dissolvida gera uma área com elevado número
de partículas e inclusões parecidas com silicatos de magnésio
• É um defeito prejudicial, logo a inoculação complementar deve ser cuidadosa
• Desenho correto de canais e alta temperatura de vazamento são essenciais para
promover a completa dissolução, e evitar que possíveis partículas não dissolvidas
penetrem na cavidade do molde.
347
Medidas práticas:
• Identificação do defeito por metalografia
• Rever técnica de adição – temperatura e agitação
• Limpar escória
• Verificar granulometria
• Uso de filtro
• Ver alternativas com menor ponto de fusão
A ocorrência de grãos de areia em peças fundidas pode ser identificada facilmente com a
utilização de uma lupa, podendo ainda ser melhor examinadas ao microscópio, sendo
348
geralmente de forma irregular, geralmente compacta, e verificando-se muitas vezes a
presença de pequenas quantidades de materiais carbonâceos e materiais vitrificados.
Quando observados sob iluminação normal, os grãos de areia apresentam um contorno
irregular, e tem aparência cinza escuro. Os grãos de areia, dependendo da sua
procedência, podem estar localizadas na massa metálica, ou ainda por exemplo próximo
as regiões em que se localizam as entradas de metal, ou seja sem localização definida no
fundido. Freqüentemente são visíveis na superfície do fundido, entretanto há casos que
somente são visíveis após a usinagem.
Esse grupo de defeitos se caracteriza pela introdução deste mineral, Proveniente dos
materiais constituintes do molde ou macho na massa metálica.
Identificação Macroscópica. Na observação visual ou com o uso de lupas as inclusões
de areia revelam-se sob forma de cavidades irregulares que podem conter, mesmo após
limpeza superficial da peça, alguns grãos de areia. A caracterização da origem da areia
inclusa é sempre difícil, pois os aspectos macroscópicos são muito parecidos para areia
de macho ou areia verde.
Contudo,em análise estereoscópica ou com lupas pode-se notar os grãos da areia
envolvidos com um material brilhante, de coloração marrom, proveniente da calcinação
dos elementos carbonáceos de resinas ou outros aglomerantes; em areia verde esse
filme é brilhante e preto (pó de carvão).
FIG.459 - Inclusão de areia de macho Shell (esquerda) e Hot-Box (direita) Grãos de sílica (escuros) e
pouca oxidação da fase metálica (ferro fundido cinzento) sem ataque.
349
Fig. 460 – Mostra a inclusão de areia de macho em microscópio ótico com e sem luz polarizada.
Fig. 461 - Inclusão de areia de moldagem (areia verde). Grãos de sílica (escuros) e uma ampla oxidação na
interface areia / metaI. Ferro Fundido Cinzento, sem ataque. Aumento: 100 X
Fig. 464 - Inclusão de refratário de panela de vazamento. Grãos de Sílica (cinza-claro). Evidencia-se, em
maior aumento, o envolvimento dos grãos pelo aglomerante do refratário (silicato de sódio). Sem ataque.
Fig. 465 - Inclusão de refratário de forno. O refratário tem como principal constituinte alumina e é utilizado
na tampa do forno canal. Nota-se grãos brancos de alumina, de diferentes granulometrias e formato
irregular. Sem ataque.
353
Origens do defeito.
• Erosão do refratário pelo metal líquido na panela e a abrasão no carregamento dos
fornos arrastam partes do material para dentro do banho.
• O ataque químico da escória também ataca os refratários, dissolvendo-o
• Determinados refratários, por terem baixa resistência a quente e ao choque
térmico, ou ainda por apresentar instabilidade dimensional podem trincar e se
romper, incorporando partículas dentro do banho, mesmo não havendo contato
direto com este
Medidas corretivas
• Usar material refratário no forno e panelas de boa resistência a abrasão, ao choque
térmico, boa refratariedade e estabilidade dimensional.
• Promover uma secagem adequada do refratário das panelas, para evitar choques
térmicos. Pelo mesmo motivo, conduzir cuidadosamente a secagem do refratário
do forno.
• Usar ligantes nos refratários de alto ponto de fusão.
• Trocar o refratário quando estiver deteriorado.
• Conduzir atenciosamente a sinterização do refratários em fornos a indução.
• Evitar excessiva adição de fluxantes
• Selecionar refratários resistentes á ação da escória
• Manipulação cuidadosa de panelas
• Evitar o depósito de panelas em lugares muito úmidos
• Usar espessadores de escória nas panelas de transferência e vazamento
Identificação do defeito. As inclusões de tinta devem ser identificadas antes das peças
serem jateadas, pois após essa operação apresentam-se de modo muito semelhante às
inclusões de escória. Normalmente se localizam na parte superior da peça ou na parte
inferior de machos ou excepcionalmente, no seio da peça, quando se tem enchimento
turbulento da peça. As vezes esse defeito pode aparecer na forma de cavidades rasas e
planas (“escamas"). Quando se tem ocorrência desse defeito normalmente permanecem
resíduos de tinta, que podem ser facilmente retirados da cavidade, sendo que, examinado
ao microscópio o defeito apresenta os contornos do material que constitui a tinta (sílica,
ou zirconita ou grafita). É muito difícil identificar qual a origem (tipo) da tinta por macrosco-
pia.
A análise microscópica pode diagnosticar o tipo de tinta, quando se tem padrões de
comparação, pois é possível perceber os contornos do material que constitui a tinta
(sílica, zirconita ou grafita).
354
Fig. 466 - Inclusão de tinta à base de sílica e carbono, é possível distinguir na microestrutura os grãos
angulares de sílica (cinza-escuros) e plaquetas de grafita (cinza-claro). Orla metálica oxidada.
Fig. 467 - Inclusão de tinta aplicada em machos, possui mais material refratário. A microestrutura revela um
grande número de grãos de sílica (cinza-escuro) e pouco grafite (cinza-claro). Superfície metálica oxidada.
Fig. 468 - Inclusão de tinta a de base grafitica-silicosa, onde se observa os grãos de sílica quase que
totalmente dissolvidos e o aspecto brilhante do carbono.
Fig. 469 - Descascamento da tinta "escama", é possível perceber claramente a forma geométrica da
camada de tinta descascada, mostrando grãos de sílica e plaquetas de grafita.
355
Origens do defeito. No vazamento da liga metálica para o molde pode ocorrer o
descascamento de tinta aplicada nos machos, moldes ou coquilhas devido principalmente
ao baixo podes de aderência da tinta, sua baixa plasticidade ou, ainda a secagem
inadequada.
Pode ocorrer também a erosão da camada de tinta, principalmente nas regiões onde se
localizam os canais de alimentação, tendo-se ainda a considerar que acúmulos de tinta
que tenham formado protuberâncias podem ser arrancados pelo metal.
Medidas corretivas.
- Usar tintas com alta aderência, o que significa o uso e adição correta do ligante.
- A espessura da camada de tinta deve se situar entre 0,25 a 1,00mm com exceção de
peças espessas.
- Manter a tinta homogenizada evitando a sedimentação.
-Evitar secagem muito rápida e também que se ultrapasse a temperatura de 200ºC na
estufagem.
- Reduzir ou eliminar o nível de evolução de gases através de substituição da tinta ou
modificação da sua composição.
- Evitar excesso de desmoldante nos machos, que poderá dificultar a adesão da camada
de tinta.
Fig. 473 - Inclusão de sulfetos de manganês. A zona escura é relativa a bolha de gás + escória (blow-hole).
Os sulfetos de manganês segregados são cinza-claro e encontram-se nas proximidades do "blow-hole".
Pode-se visualizar uma partícula jsolada de escória (cinza-escuro), rica em MnS.Ferro fundido cinzento.
Sem ataque.
358
Origens do defeito. O defeito ocorre principalmente para baixas temperaturas do metal,
ou ainda pelo excesso de enxofre e manganês. Com o decréscimo da temperatura na
panela de vazamento, o sulfeto de manganês precipita-se no banho flutuando para a
superfície do metal e se dissolve nos óxidos formando uma escória bastante fluida. No
vazamento ocorre, entrada desses óxidos na forma de escória no interior do molde,
tendo-se reações com o carbono do metal, verificando-se então a formação de CO,
responsável pela ocorrência de bolhas junto as inclusões de sulfeto de manganês.
Logicamente, esse defeito tende a ser incomum em ferro fundido nodular e tende a ser
tanto mais alarmante quanto maior forem os teores de Mn e S.
Medidas corretivas
- Evitar longos tempos de transferência do metal do forno para as panelas, e longos
tempos de permanência do metal na panela de vazamento.
- Empregar panelas de vazamento com bico de chaleira e retirar a escória formada na
superfície do banho metálico.
- Reduzir os teores de enxofre e manganês para teores de no máximo 0,12% e
0,65%, respectivamente, e neutralizar o excesso de enxofre de acordo com a seguinte
expressão:
%Mn = 1,7 X % enxofre + 0,3%
- Caso necessário, deve-se superdimensionar o sistema de canais, empregando peneiras
ou centrifugadores de escória.
- A temperatura de vazamento deve ser a mais alta possível, de acordo com a expressão:
Tv = 1200 - 500 (Mn X %S) + 104 (Mn X %S)2
Fig. 474 - Aspecto poroso, proveniente da água de ativação, de uma inclusão de bentonita, a qual por ser
um mineral,apresenta um aspecto vitrificado.
Se o volume da inclusão for suficientemente grande, uma análise química pode permitir a
identificação da fonte de escória. Por exemplo, escórias provenientes de fornos cubilô
geralmente apresentam em sua composição ferro, manganês, alumínio, titânio, magnésio,
enxofre, cálcio, além da presença de Na2O, CaF2 e K2O, que são fundentes.
360
Origens do defeito.
• A primeira fonte de escória é o próprio processo de fusão, limpeza insuficiente do
forno onde a escória do forno passando para a panela de transferência,
principalmente quando o forno empregado for o cubilô. A escória raramente chega a
entrar no molde, pois com a diminuição da temperatura, ocorre um aumento na
viscosidade, tornando-a facilmente removível com o uso de escumadeiras. No entanto
essa escória pode-se tornar bastante fluida quando do uso de fundentes em excesso,
como por exemplo, fluorita, o que dificulta a sua retenção (forno cubilô). Adições ao
banho líquido (FeSi, FeMn, etc) de materiais com alto teor de elementos
escorificantes, coagulante de escória
Fig. 476 - Inclusão de escória grosseira em ferro fundido cinzento. Partículas de ferro, dissolvidos
em uma massa cinza escura de escória proveniente do processo de fusão (óxidos de Si, Mn, Fe).
As zonas escuras são porosidades e pode ser identificada a presença de metal oxidado (regiões
cinza claro).
Fig. 477 – Inclusão de escória de forno. Trata-se de uma escória menos fluida (menos envolvida
com o ferro base). Percebem-se os óxidos comuns de (Si e Mn) em meio a grãos de material
refratário.
Fig. 478- Inclusão de escória de panela em um ferro fundido cinzento. Trata-se de uma escória fluida,
bastante envolvida com o ferro base visivelmente oxidada.
Medidas corretivas
a) Escória do fomo
- Reduzir ao máximo a geração de escória
- Realizar limpeza eficiente do metal nos fornos de espera e nas panelas de vazamento.
- Controlar a quantidade de material fundente (CaF2 e CaCO3) de modo a se evitar a
formação de uma escória com baixa viscosidade e baixo ponto de fusão.
- Evitar materiais de carga oxidados ou com areia
- Usar aglomeradores de escória, não deixar coagulante de escória muito tempo sobre o
banho.
- Para aumentar a viscosidade da escória, deve ser aumentado o teor em óxidos de Si, Al
e Cr.
- Controlar a basicidade da escória para evitar consumo do material refratário com
conseqüente aumento do volume de escória.
- Fusão entre 1500 a 1550ºC (superaquecer±20ºC) para facilitar a flotação de óxidos,
gases e silicatos do metal para a superfície entre 15 a 20mínutos.
- Evitar adições de FeSi, FeMn, FeCr e outros ferros liga na panela e forno de espera
b) Materiais refratários
- Usar material refratário no forno e panelas, de boa qualidade, evitando assim erosão
(alto ponto de fusão do ligante).
- Promover uma secagem do refratário das panelas de forma adequada, para evitar que
haja destacamento quando em contato com o metal líquido.
- Usar material refratário com alto ponto de fusão (principalmente no que se refere aos
materiais ligantes).
- Trocar o refratário da panela quando seu estado de deteriorização for sensível.
Todos os ferros fundidos nodulares estão sujeitos a algum tipo de drosses, sendo um
defeito originado de produtos de reações do tratamento de nodularização.
363
a)Caracterização e localização
São inclusões não metálicas, de forma irregular, quando arrastado para molde, se localiza
freqüentemente na parte superior de peças fundidas, algumas vezes podem estar
localizadas no interior da seção (consistindo de dispersão de pequenas partículas de
grafita e inclusões), logo abaixo da superfície, e em paredes laterais quando a incidência
é mais pronunciada e revelada somente após usinagem. Em situações mais criticas o
defeito está associado a bolhas de gás, podendo ser observado após a limpeza da
superfície da peça por Jateamento de granalha, sendo parcialmente removido.
É mais comum em peça grossa, mas pode ser achado em todos os tamanhos de peça e
podem aparecer trincas nos locais que apresentam drosses e ser detectados por meio de
ensaios não destrutivos (partículas magnéticas).
Fig. 480- Drosses em superfície usinada, não confundir com rechupe (20x) e drosses logo abaixo da
superfície associado com porosidade e grafita lamelar.
A formação de drosses em ferro fundido nodular pode ocorrer, portanto, desde a reação
de nodularização (escorificar o banho após completar a reação) até que se complete o
vazamento das peças fabricadas. Dessa forma a ocorrência de drosses pode se verificar
na panela de nodularização, na transferência para a panela de vazamento, quando se
efetua a Inoculação, nessa panela durante o esfriamento, no vazamento dos moldes, no
sistema de alimentação das peças, ou ainda na própria cavidade dos moldes. A
volatilização do magnésio é contínua, logo há contínua formação de óxidos e sulfetos.
b) Constituição.
Os drosses em ferro fundido nodular podem ser classificados em três diferentes tipos.
O primeiro é o de inclusões grandes, situadas na superfície da peça ou junto a essa
região. Essa forma de drosses pode conter inclusões formadas após os tratamentos do
metal liquido (nodularização e inoculação) que não foram removidas antes do vazamento.
O uso de panelas com bico de chaleira é, em geral, eficiente para se evitar esse tipo de
defeito.
Fig. 482- Drosses grosseiro com presença de porosidades (área globular escura) e grafitas degeneradas
(lamelar e vermicular).
Fig. 483- Drosses grosseiro na superfície do ferro nodular sem e com grafitas degeneradas.
Fig. 484- Drosses grosseiro sem e com luz polarizada em ferro nodular.
Fig. 488- Drosses na forma de estrias e a presença de grafita explodida junto ao defeito.
Fig. 492- Diagrama causa efeito na formação dos drosses em ferro nodular.
Adicionar fluxos (0,05 a 0,1% sobre o peso de metal) a base de fluoretos (NaF, CaF2,
Na3AlF6), no forno ou na panela de vazamento, para fluidificar os drosses contidos no
metal, devendo-se no entanto utilizar panelas com bico de chaleira, pare reter esse tipo
de drosses formado.
Empregar aglomeradores de escória (0,05 a 0,1% sobre o peso de metal) para facilitar a
remoção da mesma sobre o banho metálico, no forno ou na panela de vazamento.
Evitar o emprego de revestimentos com baixa refratariedade na panela de vazamento,
pois nesse caso o ponto de fusão torna-se menor aumentando a fluidez dos drosses e se
tornando reativos. Trocar o refratário da panela com maior freqüência, principalmente se
for observada a aderência de espessas camadas de drosses sobre suas paredes as quais
podem se redissolver durante o vazamento, agravando a ocorrência do defeito.
Vazamento lento, vazamento com metal frio ou vazamento do metal que contenha uma
pele de escória, pode gerar este defeito. Manter as panelas limpas e técnicas de
escorificação são essenciais no vazamento de um metal limpo e fundidos livre de drosses.
Fig. 493 - Variação nos teores de carbono e silício com o tempo de manutenção, para diferentes
temperaturas, em um fomo a indução cadinho com revestimento de sílica, carga constituída exclusivamente
por retorno
371
Para temperaturas até 1400ºC a escória é constituída de SiO2 sólida e uma fase líquida
contendo cerca de 55%FeO mais MnO e 45%SiO2. Essa escória opera como uma
proteção sobre o banho, evitando o contato com o ar, retardando assim a oxidação do
metal líquido.
Aumentando a temperatura até 1470ºC, ocorre a fusão e parcial dissolução da escória,
ocorrendo dessa forma a descarburação contínua do banho devido a reação com o
oxigênio do ar. Nessa temperatura não se verifica a oxidação do silício, tendo-se a
redução da sílica pelo carbono (reação [9]), que se processa enquanto há teor de carbono
disponível no metal líquido. A temperatura de equilíbrio para a reação [ 9 ] de redução de
sílica pelo carbono dissolvido em ferros fundidos comerciais é da ordem de 1466ºC.
Temperaturas superiores a de equilíbrio, verifica-se a descarburação do metal líquido e a
elevação do teor de silício, pela redução da sílica do revestimento refratário.
No que se refere à oxidação do carbono pelo oxigênio do ar, ocorre a formação de CO2
(reação [1]) para menores temperaturas. Acima da temperatura de equilíbrio para a
redução da sílica, a reação espontânea é a de formação de CO (reação [2]).
Em ligas Fe-C-Si comercial, para temperaturas mais elevadas que a de equilíbrio para a
redução da sílica pelo carbono (reação [9]), como por exemplo, 1500ºC, podem ocorrer
simultaneamente a oxidação do silício e a redução da sílica pelo carbono, desde que haja
concentração suficientemente elevada de oxigênio. Assim, o oxigênio proveniente de FeO
presente na escória, oxidará o silício, formando sílica, enquanto também ocorre redução
da sílica pelo carbono. A cinética dessas duas reações a uma dada temperatura é que
define se haverá um acréscimo ou uma diminuição do teor de silício dissolvido no metal
líquido.
A 1300ºC ocorre a oxidação do silício, enquanto o teor de carbono permanece inalterado
até se atingir cerca de 0,5%Si, quando então se inicia a descarburação, com a formação
de CO. Simultaneamente ao silício, o manganês também é oxidado, embora ocorra
redução do MnO pelo carbono a 1300ºC, uma vez que a temperatura de equilíbrio para a
reação de redução do MnO pelo carbono dissolvido é de cerca de 1190ºC.
Fig. 494 - Variação dos teores de carbono, silício e manganês, com o tempo de manutenção, para um ferro
fundido com 2,95 % e, 2,2 % Si e 0,8 % Mn, a temperatura de 1300ºC em um cadinho com revestimento de
3
sílica, efetuando borbulhamento de ar no banho, a vazão de 70 cm /s.
Fig. 495 - Variação dos teores de carbono, silício e manganês com o tempo de manutenção, para um ferro
fundido com 2,0%C, 1,1%Si e 0,23%Mn, em um cadinho com revestimento de sílica, efetuando
3
borbulhamento de ar no banho, a vazão de 70 cm Is.
Fig.496 - Efeito da temperatura e do teor de silício na concentração de oxigênio dissolvido, determinada por
análise, em ferros fundidos.
Fig. 497 - Variação da temperatura com o tempo para um ferro fundido nodular após o tratamento de
nodulização em um cadinho em contato com o ar. São indicadas as temperaturas correspondentes ao início
da formação de escória e drosses.
374
Para temperaturas superiores a cerca de 1450oC, a superfície do banho apresenta-se
.
Fig. 498 – Diagrama para determinação da estabilidade de óxidos, sulfetos e nitretos. MgO é mais estável
que MgS, sendo formado primeiro e depois o MgS, o que sobrar ficará em solução sólida.
Este tipo de pinholes pode estar associado a baixa temperatura de vazamento (1340 a
1430ºC) e inabilidade dos gases de vapor de magnésio em escapar do ferro liquido. A
incidência de defeitos de pinholes por vapor de magnésio pode ser reduzida com um
aumento da temperatura de vazamento e pela adição de 0,02% de terras raras para
elevar a fluidez do ferro fundido nodular tratado. O aumento da fluidez permite o escape
mais rapidamente de dentro do ferro líquido. Quanto maior a quantidade de magnésio
residual ( 0,035 a 0,060), maior a tendência a formação de Pinholes, pois haverá mais Mg
para combinar com [O].
b)Teor de silício
Com um teor de silício baixo maior será a reoxidação para o sistema FeO, gerando uma
escória mais fluida e reativa, o que eleva a quantidade de pinholes. Quanto menor a
quantidade de inoculante menor a geração de escória, logo menor a possibilidade de
formar pinholes:
MO + Cs M + COg
c) Carbono equivalente
Quanto maior o carbono equivalente ( próximo ao campo da flotação), ocorrendo a
precipitação de grafita e maior a quantidade de óxidos de ferro, gerando drosses filiformes
(forsterita) e escória reativa ( faialita )
e) Monóxido de carbono
Este pinholes forma-se quando o carbono presente no ferro ou materiais carbonáceos
presentes no material de moldagem reagem com o silicato de magnésio e escória. Este
tipo de pinholes esférico usualmente ocorre na forma de mancha no topo do fundido na
área onde há presença de inclusão de escória. Usualmente é o resultado de um
supertratamento com liga nodularizante, resulte de um metal base com alto nível de
oxigênio e enxofre.
Adição de 2 a 5gramas de telúrio ou bismuto por 45,359 Kg de ferro tratado pode reduzir
ou eliminar este tipo de pinholes. Ambos os elementos podem degenerar a grafita
383
nodular, portanto deve-se tomar precaução quando estes elementos são utilizados para
controle de Pinholes. O uso de terras raras em conjunto com esses elementos pode
controlar o efeito deletério.
384
13.5.13.1 Pinhole de hidrogênio
Como regra geral, hidrogênio e nitrogênio não são introduzidos no ferro base durante a
fusão. Porem se eles são tratados com magnésio os removem do ferro liquido. Ferro
nodular normalmente tratado com magnésio contem aproximadamente 2ppm H e acima
de 80ppm N.
Estão localizados logo abaixo da superfície em peças pequenas e são bolhas com
diâmetro de até 3 mm, existe em maior quantidade em secções delgadas até 25 mm
fundidos em areia a verde. Pode ocorrer em qualquer sub-superfície e posição, mas é
maior a ocorrência em peças que estão mais distantes do canal de descida. Ao se
observar no estereoscópico se constata um fina lâmina de material não metálico no
interior das cavidades. Também a presença do pin-holing, assim como teores acima de
0,04% de Ti também. Em pequeno teor, não gera pinholes, mas quando presente no
molde e macho pode gerar pinholes.
Normalmente não são visíveis após o jateamento, mas, somente após a usinagem. Pode
ser confirmada no exame metalográfico. Com pequeno aumento a cavidade possui
superfície brilhante. Com grande aumento observa-se um filme contínuo de grafita que
reveste a cavidade e não apresenta inclusão não-metálica, desde que a região não tenha
sido aberta e jateada ou tratada termicamente. Teores de Al acima de 0,005% confirmam.
O pinhole de hidrogênio pode ocorrer em areia a verde, areias ligadas quimicamente em
386
FC e FE. O pinholes de hidrogênio associado com a umidade da areia usualmente tem
um interior liso e coberto com uma linha de grafita. A microestrutura na área dos pinholes
freqüentemente consiste de um anel de ferrita contendo grafitas vermicular e lamelar.
Fig. 505 - Risco de pinholes de hidrogênio em molde com várias cavidades e em um disco de freio.
Prevenção:
• Eliminar fontes de contaminação com alumínio (sucata), manter o teor de Al menor
que 0,04%.
• Controlar o teor de alumínio nos ferros ligas (nodularizante e inoculante).
• Evitar turbulência do metal durante vazamento.
• Secar bem a tinta, devendo usar tinta mais impermeável ou mais espessa.
• Usar moldes secos, teor de umidade da areia menor que 3,8%.
• Sistema de canais o mais curto possível.
• Temperatura de vazamento não muito elevada.
• Usar pó de carvão na moldagem em areia para 6%, mais cuidar com o alto teor.
• Usar areia mais permeável, o que aumenta a ventilação para permitir o escape dos
gases do metal.
• Usar teor de argila baixo.
• Reduzir o teor de voláteis da areia, eliminar os materiais formadores de hidrogênio,
como amido de milho (mogul) e pó de madeira da areia de moldar..
• Corrigir o sistema com areia nova.
388
O nitrogênio é outro formador de porosidades de gás no ferro fundido nodular vindo dos
machos e ligantes do material de moldagem.
1- Fenol / formaldeído como ligantes para machos shell.
2- Ligantes furânicos para machos hot box.
3- Ligantes para machos e moldes furânicos do tipo caixa frio.
O pinholes em ferro fundido nodular pode ter a forma esférica ou irregular, o interior é
usualmente de cor cinza fosca, ocorrendo na área adjacente ao macho ou a superfície do
molde quando o nitrogênio no ferro nodular alcança 130ppm. O modo mais efetivo de
eliminar o pinholes de nitrogênio é usar moldes e machos livres de aglutinantes que
contenham nitrogênio. Outra maneira é de introduzir 0,02% de terras raras ou 0,10%
Alumínio. A introdução do alumínio pode deformar a grafita.
No exame microscópico revela um aspecto mais alongado e irregular que os pinholing de
hidrogênio e as cavidades são revestidas parcialmente por um filme de grafita. É
absorvido pelo ferro líquido durante a operação de enchimento do molde. Níveis entre
0,004 a 0,009% no ferro fundido cinzento comercial é comum. Até estes níveis ele é
benéfico, pois, promove estrutura perlítica. Níveis acima de 0,009% forma pinhole ou
fissuras. Em geral deriva da operação de vazamento e vem do material usado no molde e
macho, o efeito é cumulativo.
Forno Cubilô
• Alto teor de sucata de aço > 50%.
• Usando < 15% o teor de N2 varia: 0,003 a 0,005%.
• Usando cerca de 50% o nível de N2 chega a 0,007 - 0,013%.
• Sob microscópio a forma do defeito é dendrítica.
• A grafita compacta é típica de um alto teor de nitrogênio.
• Reduzir o N2 com o uso de 5% de sucata de aço, substituir por ferro gusa.
Fig. 507 - Forma interdendrítica dos pinholes de nitrogênio e efeito sobre a grafita.
a)Forno Elétrico
Exemplo:
Carburante com 0,3% N2, contribui com até 0,003% N2 para cada 1% de carbono
adicionado. Para 3% de adição certamente haverá alta tendência a fissuras devido ao
nitrogênio.
Neutralização do nitrogênio
• Adição de titânio no metal entre 0,015 a 0,030%.
• Titânio combina com nitrogênio, forma um composto insolúvel (Titanium Cyanonitride)
e fixa o gás.
• Use: ferro titânio ou sucata com titânio.
100% Resina 7% N2
1,5%Resina ?% N2
Processo shell
• A resina fenol-formol deste processo é livre de nitrogênio.
• Hexametilenotetramina (hexa) possui 40% de Nitrogênio.
• Normalmente as areias shell possuem baixo nitrogênio, mas o uso de alto teor de
hexa é perigoso, aumenta-se o teor de hexa para aumentar a resistência.
• Manter < 0,15% Nitrogênio.
13.5.14 Rechupe
Fig. 512 - Efeito do pequeno intervalo de solidificação do metal sobre o tipo e a espessura da frente de
solidificação (microrechupe).
Fig. 513 - Efeito do grande intervalo de solidificação do metal sobre o tipo e a espessura da frente de
solidificação (macrorechupe).
394
Fig. 514 - (a) Esquema do rechupe obtido em liga com pequeno intervalo de solidificação e (b) em liga com
grande intervalo de solidificação.
Fig. 515 - (a) Peça com rechupe obtido em liga com pequeno intervalo de
solidificação e (b) em liga com grande intervalo de solidificação.
Fig. 516 - Esquema da formação de rechupe devido ao refluxo em ferro fundido nodular.
Fig. 518 - Esquema do efeito da consistência do molde na formação de rechupe, (a) molde rígido e (b)
molde mole.
Fig. 519 - Esquema da seqüência de solidificação de um ferro fundido cinzento hipoeutético em molde
mole.
396
Fig. 520 - Esquema da seqüência de solidificação de um ferro fundido nodular hipoeutético em molde mole.
Genéricas:
• Reduzir temperatura de vazamento.
397
Fig. 521 - Relação entre a temperatura no molde (200x200) com o número de nodules
Fig. 522 – influência da temperature de vazamento sobre o número de nodules e velocidade de solidificação
eutética
398
Fig. 523 – Influencia da temperature de vazamento sobre o volume do rechupe e a forma da cavidade.
O vazamento em alta temperatura promove uma difusão do carbono para o rechupe, onde
é formada um filme de grafita nas paredes da cavidade. Adjacente ao rechupe a matriz
se torna totalmente ferrítica sem precipitação de grafita, nas regiões mais afastadas tende
a uma estrutura olho de boi.
b) Moldes em areia a verde com dureza e resistência insuficiente.
Estas propriedades variam a cada dia, o nível mistura da bentonita e umidade no molde
permitem segurar a pressão da expansão do crescimento da grafita dentro do metal o que
pode dilatar a parede de molde mais ou menos dependendo da resistência e dureza do
molde. Lastro e grampeamento dos moldes terão um efeito semelhante a
movimentação das paredes do molde.
Fig. 525 – Influência da temperature de vazamento na orla metálica da matriz adjacente ao rechupe.
Os massalotes na forma cilíndrica tem como vantagem uma maior faixa de temperatura
de trabalho. O uso de luvas exotérmicas são colocadas em massalotes para melhorar o
rendimento, mas o metal necessita estar quente para trabalhar. Os massalotes cegos e
quente são preferidos em relação aos massalotes abertos e frios, geralmente trabalham
melhor. Luvas isolantes trabalham bem, mas precisam de temperatura mais alta para
funcionar.
Todos os massalotes funcionam melhor em temperaturas do metal mais altas.
Uso de coquilhas em seções isoladas podem dar freqüentemente melhor resultado do que
o massalote, quando usado corretamente. Freqüentemente as coquilhas são mais
baratas facilmente removidas em relação aos massalotes.
Quando examinar os massalotes após a fundição, eles deveriam ter dentro um buraco de
rechupe característico ou próximo ao topo. Caso não tenha nenhum buraco, o massalote
provavelmente não trabalhou. Massalotes com grandes áreas planas no topo são muito
suscetíveis ao congelamento externo (formando uma pele na superfície).
Os massalotes cilíndricos trabalham bem, eles começam a formar um buraco de rechupe
muito depressa, permitindo uma maior faixa de temperatura de vazamento e continua
alimentação do metal durante a solidificação.
401
Freqüentemente quando há dois ou mais massalotes próximos, um poderá ter um buraco
de rechupe e outro não. Isto pode significar que aquele massalote está alimentando o
outro e o outro freqüentemente pode ser removido.
Quanto maior o rendimento do massalote melhora e eliminação do refugo é uma das
melhores formas de redução de custo na fundição.
e) Composição química.
Há um teor de carbono para cada seção sem que gere carboneto, reduz normalmente a
quantidade de rechupe formado. Níveis de silício mais altos normalmente aumentão
rechupe, mas reduz carboneto. Quantias excessivas de magnésio e magnésio mais terras
raras podem aumentar rechupe. Outros elementos como cromo que normalmente
promove carboneto aumentam rechupe. Quanto menor o carbono equivalente, maior
será o volume de dentritas e os canais interdendríticos são menores e estreitos, o que
dificulta a alimentação dos massalotes. Um maior volume de austenita proporciona em
mais contração devido a menor expanção grafitica (menor volume de grafita). Uma liga
eutética apresenta menor tendência ao rechupe. Ocorre a formação deste defeito quando
a composição química do FE ficar abaixo da relação:
%C + (%Si/7) = 3,9
Fig. 526 - Micrografia dos microrechupes entre as dendritas, ocorre durante o ultimo estágio da
solidificação.
402
Os microrechupes são áreas de difícil alimentação pelo massalote, podendo ser isolado
ou interligado.
Algumas das causas dos defeitos estruturais que tem sido descritas, são bem
compreendidas e soluções podem ser facilmente adotadas. As causas de defeitos tais
como grafita em grumos ( CHUNKY ), distribuição irregular de nódulos e defeitos de
drosses são freqüentemente complexas. Se as taxas de refugos ou o risco de fratura em
serviço terão de ser minimizadas, um rígido sistema de controle de qualidade deve ser
404
efetuado a cada operação no processo de fabricação. A tabela 6 sintetiza as áreas onde o
controle deve ser aplicado.
Tabela 103 – Controle para a prevenção de defeitos estruturais em ferro fundido nodular
VARIÁVEL DE PROCESSO DEFEITO ( figura que ilustra )
Materiais de carga
Sucata de aço de baixa qualidade Pb Grafita lamelar se Ce / terras raras não é
Impurezas no gusa Pb, Ti, Sb, Bi. usado
Sucata de aço de baixa qualidade – Mn, Carbonetos – Todos os tipos e eutético
Cr fosforoso.
Gusa impuro
Sucata de aço com –Cu, Mn, Cr, Sn, As Perlita
Gusa impuro
Carburante com alto teor de enxofre Grafita vermicular, a não ser que a adição
Aço com corte fácil de liga de Mg é aumentada.
Gusa de alta pureza Grafita hiper-eutética explodida e Risco de
grafita em grumos em fundidos espessos.
Composição do metal
Baixo teor de carbono Carbonetos na estrutura bruta de fusão.
Flotação de grafita em seções grossas.
Agrupamentos de nódulos em seções
Alto teor de carbono ( hiper-eutético ) finas
Aumento do risco de drosses.
Risco de grafita em grumos em seção
grossa.
Carbonetos e elevado teor de perlita na
Baixo teor de silício estrutura bruta de fusão.
Problema no tratamento térmico:
Perlita retida ou carbonetos.
Alto teor de silício – hiper-eutétio Igual ao alto carbono, mas com maior
risco de grafita em grumos em seções
finas.
Grafita compacta a não ser que a
Alto teor de enxofre ( fusão em forno quantidade de nodularizante seja
cubilô e a arco ) aumentada.
Aumenta a incidência de drosses.
Nodularização
Alta temperatura de nodularização
Alto teor de enxofre Grafita compacta)
Baixo teor de nodularizante
Baixa temperatura de nodularização Maior risco de drosses.
Excesso de nodularizante Formação de inclusões
Alto teor de magnésio residual
Elevada adição de liga nodularizante com Maior risco de grafita em grumos e
cério e terras raras explodida
Carbonetos em seções finas
405
Inoculação
Panela: Carbonetos de todos os tipos na estrutura
Adição incorreta Forma de grafita irregular.
Mistura ineficaz metal/inoculante Baixo número de nódulos.
Composição incorreta Alto teor de perlita.
Baixo teor de cálcio e alumínio
No molde – jato Carbonetos de todos os tipos na estrutura.
Omissão da adição Variação no número e tamanho dos
Mistura ineficaz metal/inoculante nódulos.
Variação no teor de ferrita e perlita
Inclusões.
Materiais do molde
Areia a verde Drosses.
Elevada umidade Risco de descarbonetação
Baixo teor de volátil Elevado teor de ferrita sub-superficial
Alto teor de enxofre ( pó de carvão )
Grafita lamelar sub-superficial.
Areia aglomerada com resina – alto
Alto risco de drosses.
enxofre (catalisador base de H2SO4)
Sistema de canais e massalotes
Grafita lamelar sub-superficial.
Sistemas de canais longos
Grafita degenerada e mista.
Relação de canais incorretos
Retentores de escória inadequado Aumenta o risco de drosses.
Choques de fluxo metálico na cavidade do Aumenta o risco de dobras.
molde
Vazamento Perda de magnésio gerando grafita
compacta. Carbonetos na estrutura exceto
Longo tempo para o vazamento se for inoculação no molde. Drosses e
inclusões. Baixa temperatura de
vazamento
Pratica de vazamento inadequada / Defeito de drosses e escória
panelas sujas
Tratamento térmico
Carboneto não dissolvido.
Ciclo incorreto Matriz incorreta.
Sub-grãos de ferrita.
Alta temperatura de austenitização e de
Nódulos de grafita semeados.
revenido em ferro nodular temperado
Espessura do fundido
Variação de seção do fundido Variações do número de nódulos
Variação no teor de ferrita e perlita
Seções finas Carbonetos finos na estrutura.
Seções grossas Risco de carboneto intercelular.
Eutético fosforoso.
Segregação de Mn, Cr, etc...
Risco de grafita em grumos.
flotação de grafita em ferro nodular hiper-
eutético.
406
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