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Por fim, caso existam apenas os ascendentes estes têm direito a metade da
herança, podendo a outra metade ser atribuída a quem pretender. Se existirem
apenas ascendentes de segundo grau, os avós, estes têm direito a um terço
dos bens do testamento, ficando dois terços dos bens para atribuir segundo a
vontade do testador.
Caso pretende escrever o seu testamento deve ter em consideração estas regras
para as suas vontades não serem consideradas nulas.
Que custos tenho?
O custo de um testamento varia consoante tenha escolhido o registo num notário
público ou privado. No caso de ter optado por um cartório notarial público, o valor de
um testamento público ou do instrumento de aprovação do testamento cerrado é de
159 euros.
Caso queira optar por um cartório privado o valor final é variável consoante o cartório
que escolher, podendo também aumentar caso precise de ajuda para escrever o
mesmo ou ainda consoante o número de certidões que sejam emitidas.
Nota: existem alguns cartórios notariais que não procedem ao registo deste ato. Pode
consultar a lista de exclusões no portal ePortugal, através dos serviços, selecionando
a opção fazer um testamento.
É importante salientar que as pessoas que tenham vivido em união de facto não são
consideradas herdeiros legítimos, nem herdeiros legitimários. O único direito legal
que existe é o outro membro da união poder continuar a viver na casa de família
durante um período mínimo de 5 anos, caso não tenha habitação própria. Por isso, se
quiser que a pessoa com quem vive em união de facto tenha direito a uma parte livre
da herança, terá que fazer um testamento.
Nota final: Embora os herdeiros legitimários não tenham que pagar qualquer tipo de
imposto associado a uma herança, se for herdeiro de um testamento deve informar-
se sobre os impostos que pode ter que pagar.
28 julho 2020
É fácil sentir-se perdido perante a perda de um ente querido, numa altura em que há
um conjunto de obrigações a cumprir. A primeira coisa a tratar é do registo de óbito.
O delegado de saúde ou outro médico emite um certificado da morte, que permitirá
solicitar, no prazo de 48 horas, o pedido de registo junto da Conservatória do Registo
Civil. Este procedimento é gratuito e muitas agências funerárias encarregam-se desta
obrigação, em substituição dos familiares do falecido.
ocultou bens ou doações feitas pelo falecido e/ou indicou doações ou encargos
inexistentes;
administrou o património hereditário sem prudência nem zelo;
é incompetente para o exercício do cargo.
Se não quiser ou não puder deslocar-se a um destes serviços, pode requerer uma
versão online da certidão, que custa 10 euros. O pedido é feito na plataforma Civil
Online, que fornece um código de acesso à certidão. Durante seis meses, o
documento fica disponível para consulta e tem os mesmos efeitos legais que a versão
em papel.
Quem é herdeiro?
Quando se pretende deixar a herança aos chamados herdeiros
legitimários (cônjuge, descendentes e ascendentes), não é preciso fazer testamento.
Mas para beneficiar mais alguém, como a pessoa com quem vive em união de facto
ou um irmão (no caso de o falecido deixar cônjuge, descendentes ou ascendentes),
deve expressar a sua vontade por escrito. É também o meio adequado para
reconhecer uma dívida, substituir um testamento anterior, perfilhar ou deserdar e
nomear um tutor para um filho menor (substituto dos pais, caso estes morram), fixar
legados ou indicar substitutos para os herdeiros, caso estes não possam ou não
queiram aceitar a herança. O testamento permite ainda determinar o tipo de cerimónia
fúnebre, entre outras.
O mais comum é não haver testamento e os bens serem divididos pelos herdeiros
definidos pela lei, por esta ordem: cônjuge e descendentes, cônjuge e ascendentes,
irmãos e seus descendentes, outros parentes na linha colateral até ao 4.º grau e o
Estado.
Dentro de cada classe, os parentes mais próximos têm prioridade. Ou seja, os pais
excluem os avós; os filhos afastam os netos e os parentes de 3.º grau impedem os de
4.º grau de receber algum bem. Se não sobreviver nenhum parente até ao 4.º grau da
linha colateral (primo, sobrinho-neto), a herança vai para o Estado.
Para calcular esta quota, há que ter em conta o valor dos bens na data do óbito e dos
doados, as despesas sujeitas a colação (correspondem às doações feitas em vida a
descendentes que sejam herdeiros - e somente a eles - sendo somadas ao quinhão da
pessoa em causa) e as dívidas da herança. O capital proveniente de um seguro de
vida é exceção a estas regras, pois qualquer pessoa pode ser beneficiária. É até
possível que esse capital ultrapasse o valor do património deixado em herança.
Partilhar os bens
A partilha dos bens pode ser pedida por qualquer herdeiro. Se houver acordo entre
todos, basta dirigirem-se a um cartório notarial ou ao Balcão Heranças. Não havendo
acordo, não sendo possível contar com a participação de, pelo menos, um dos
herdeiros ou ainda em caso de incapacidade de um deles, procede-se ao inventário
dos bens, que pode avançar num cartório notarial ou num tribunal. É necessário
apresentar a certidão de óbito e a relação dos bens, bem como identificar todos os
herdeiros.
A partilha pode ser impugnada, por exemplo, se incidiu sobre bens que não faziam
parte da herança. Neste caso, o beneficiário a quem foram distribuídos os bens
alheios é indemnizado pelos restantes na proporção dos quinhões recebidos.
E os bens doados?
Não é possível em vida procurar alterar as regras sucessórias, procurando, por
exemplo, oferecer bens a um dos filhos, de forma a beneficiá-lo em relação aos
demais. A lei obriga a que o montante correspondente a doações feitas a
descendentes, e somente a eles, seja somado ao quinhão da pessoa em causa (a
chamada “colação”). Se o total prejudicar a quota dos restantes herdeiros legitimários,
poderá ser reduzido. Assim, presume-se que o falecido pretendia apenas adiantar-lhe
uma parte dos bens e não beneficiá-lo em detrimento dos outros herdeiros. No
entanto, pode, no momento da doação ou por testamento, dispensar a colação,
deixando a um dos herdeiros a parte correspondente à quota disponível. Este acabará
eventualmente por receber mais do que os outros.
02 setembro 2020
Quando alguém morre, o Estado não fica automaticamente com uma parte do dinheiro
que estava depositado nas contas bancárias do falecido.
Quando alguém morre, o Estado tem direito a ficar com uma parte ou todo o dinheiro
dessa pessoa que esteja depositado no banco? A resposta é “não”, mas muitos
cidadãos ainda acreditam que sim, por isso vamos desmistificar esta ideia.
Os ativos financeiros também podem ser alvo de busca. Se tem dúvidas sobre
contas e produtos bancários, contacte o Banco de Portugal. Através do site
desta instituição, na área da “Base de Dados de Contas”, chega à página do
supervisor bancário destinada a ajudar os beneficiários de heranças a localizar
ativos financeiros. O pedido de localização é gratuito, mas apenas pode ser
solicitado pelo cabeça-de-casal, ou seja, a pessoa que está encarregada da
administração da herança. A consulta pode ser realizada através da internet,
presencialmente em qualquer posto de atendimento ao público do Banco de
Portugal ou através do envio pelo correio de um formulário próprio, também
disponibilizado na página do supervisor.
Herdeiros isentos
Valor do imposto
A taxa de imposto de selo é sempre de 10 por cento. Imaginando que a
herança é composta apenas por um imóvel com um valor patrimonial tributário
de € 200 mil, pagaria € 20 mil (200 mil × 10%) de imposto de selo.
Formalidades e prazo
A pessoa que gere o património até à partilha tem de comunicar o falecimento
ao serviço de finanças. Esta participação é feita no modelo 1 do imposto de
selo, indicando, entre outros, o autor da sucessão, a data e o local do óbito, os
sucessores, o parentesco, o património e o seu valor (a chamada “relação de
bens”). Tem um prazo de 3 meses que, em circunstâncias excecionais, poderá
ser prolongado, no máximo, por 60 dias. Existindo imóveis na herança cujo
valor patrimonial tributário não preveja as novas regras do IMI, será necessário
submetê-los a avaliação do fisco. Só depois o processo terá seguimento. Se
não fizer a participação no prazo legal ou a declaração contiver erros e/ou
omissões, pode ser instaurado um processo de liquidação oficioso. Ou seja, o
fisco tratará de deduzir o imposto ao património deixado, dividindo os quinhões
de cada beneficiário depois de descontado este montante. Isto tendo em conta
a proporção de imposto que cabe a cada herdeiro. Antes de o processo ser
iniciado, os infratores são notificados para participarem ou corrigirem as
omissões, entre 10 a 30 dias. Se a participação não for feita, o fisco avança
para a liquidação oficiosa. Mesmo sem imposto a pagar, estará sujeito a uma
coima de 100 a 2 500 euros.
o valor de mercado;
o determinado pelo código do IRS. Em caso de dúvida, o fisco recorrerá a
técnicos especializados.