Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Surge para o Estado o direito (dever) de punir – jus puniendi –, no entanto deve observar regras
jurídicas para punir alguém, uma vez que não se pode punir de qualquer modo, pois se deve
respeitar os Direitos Fundamentais – o Estado tenta punir de modo civilizado.
A citação no processo penal é pessoal. Quando não se sabe onde está o réu, é citado por edital.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a
produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão
preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
o Há uma divergência entre STJ e STF, o STF por enquanto entende que é até achar o réu.
No entanto, o STJ entende que o tempo que o processo ficar parado depende do crime
(súmula 415).
Colidência de defesas: defesas contraditórias. Quando a defesa do réu acusa o outro. Nessas
hipóteses os juízes devem nomear advogados diferentes para cada réu.
No Brasil, é permitido que se advogue em causa própria, logo se o advogado for réu, ele pode
atuar no processo.
CONTRADITÓRIO
Não é apenas para a defesa, a acusação também tem direito ao contraditório.
Esse será realizado no segundo momento.
Ex.: interceptação telefônica, eu produzo a prova e garanto a interceptação depois, sendo um
contraditório diferido.
Possui contraditório na fase do inquérito?
o 1ª corrente: não há contraditório no inquérito, vez que não há acusação, a fase do inquérito
é apenas investigativa. Ou seja, para se defender e consequentemente ter contraditório, a
pessoa deve ser acusada. A policia deve ter agilidade para produzir provas, a necessidade
de ciência prévia iria atrapalhar as investigações, o Estado precisa desse tempo para
colher as provas mais rápido e dar o contraditório atrapalharia.
o 2ª corrente: deve ter contraditório pelo no inquérito, pois a ampla defesa não é só
processual, começando no inquérito – pessoas são presas na parte da investigação, não
dá para esperar só o processo.
o 3ª corrente majoritária: súmula vinculante 14 do STF. Em relação as provas que já foram
produzidas, são possíveis o contraditório. No que tange as provas que estão sendo ou
serão produzidas, não há necessidade do contraditório.
3 PROCESSO PENAL
Testemunho oculto: lei 9807/99. Vale desde o inquérito
Obrigatoriedade de bafômetro:
4 PROCESSO PENAL
Temos que fazer uma distinção entre penal e administrativo.
Administrativamente não há correntes, não há direito fundamental dirigir embriagado, ou seja,
caso recuse a fazer o bafômetro, sofre sanções administrativas. No entanto, do ponto de vista
penal, não pode obriga-lo a fazer, dessa forma, devo provar que ele estava embriagado a partir
de outros meios de prova.
CUIDADO! A questão da alienação de bens do réu durante o processo, então o juiz criminal
determina que durante o processo criminal, a alienação dos bens do réu. A venda desses bens do
réu, alguns autores acham que viola a presunção da inocência. O CNJ e o Supremo entendem
que o juiz pode fazer isso, pois apesar de ser o juiz criminal, quando eu falo em venda antecipada
de bens, é uma medida cível, está relacionada com a indenização que o crime gera (quem pratica
o crime não é condenado só criminalmente)
5 PROCESSO PENAL
INDUBIO PRO REO
Caso o juiz fique na dúvida, esse deve absolver. A presunção se inocência somente pode ser
derrubada, caso tenha-se certeza. Ou condena o inocente ou absolve o culpado. Nada justifica
condenar o inocente. O sistema processual foi feito para que a dúvida favoreça o réu.
CUIDADO! Quando eu falo em indubio pro reo, estou dizendo que essa dúvida é em matéria
fática, e não sobre matéria de direito.
No final do processo não há correntes, sempre indubio pro réu
ATENÇÃO! No início do processo, se há uma dúvida se a pessoa deve ou não virar réu, a
jurisprudência majoritária ainda aplica indubio pro societate, ou seja, se eu estou na dúvida se a
pessoa é ou não réu, a força majoritária é que se deve transforma em réu, mas se permanecer
essa dúvida, deve absolver. Mas a doutrina aplica o indubio pro réu a qualquer momento, mas no
início do processo aplica-se o indubio pro societate.
Na fase de pronuncia, no final da primeira fase, o juiz tem 4 possibilidades e a pronuncia é a
decisão do juiz que permite ir para júri, aplicando-se o indubio pro societate.
PROPORCIONALIDADE
Qualquer decisão de um juiz penal precisa ser proporcional. A grande dificuldade é que isto é
usada como coringa argumentativa. Tenha que ver se a medida é:
Adequada
Necessidade – não posso restringir direitos se posso conseguir resultado de outro modo.
Proporcionalidade em sentido estrito – vantagens e desvantagens, tenho que ver se os
afeitos colaterais contentam.
O juiz precisa ser um garantidor dos direitos fundamentais.
6 PROCESSO PENAL
VEDAÇÃO DE PROTEÇÃO INSUFICIENTE/DEFICIENTE
CUIDADO! Na verdade este é o único princípio que será contra o réu.
O Estado tem que fazer uma proteção eficiente, não pode proteger direitos de modo ineficaz.
Então, o juiz poderia declarar inconstitucionais obstáculos para a proteção real dos direitos
Ex.: até 2005 o nosso direito, se o estuprador casasse com a vítima, a pena é extinta. Caso real –
menina foi estuprada e passa a viver em união estável, dessa forma, a tese da defesa é que a
pena deve ser extinta, mas a tese do Supremo, seria a vedação de proteção insuficiente, não
equiparando a união estável com o casamento, sendo o réu considerado culpado.
7 PROCESSO PENAL
FRUTOS DA ARVORE ENVENADA
A prova ilícita anula ela e todas as provas que derivarem dela.
Exceções:
1- Teoria da fonte independente – STF : a prova chega no processo de dois modos: uma
forma ilícita e outra licita, logo posso desconsiderar o ilícito e ainda vai sub existir a prova
licita.
2- Teoria da descoberta inevitável ou prova que seria obtida de qualquer modo – STF : prova
chega ao processo de um único modo, portanto já não é fonte independente, esse modo é
ilícito, mas foi uma ilicitude de vacilo do Estado, pois mesmo que o Estado não tivesse feito
isso, iria surgir naturalmente por meio de confissões. Se consigo demonstrar que a prova
iria surgir naturalmente no curso, é válido.
3- Ilicitude feita por particular: prova ilícita existe para impedir abuso do estado, se o estado
não abusou não há motivos para considerar aquela prova ilícita. Quem adota essa
exceção, essa prova poderia ser adotada no processo.
Ex.: motel filmava as pessoas dentro
4- Boa-fé: para a prova ser ilícita, não basta a violação da lei, é preciso que o Estado/pessoa
esteja de má-fé, tenho que fazer uma analise subjetiva. Se a pessoa estiver de boa-fé,
essa possibilidade de evitar abuso não vai acontecer.
ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS – SERENDIPIDADE
Não estava procurando a prova e encontrei (parecido com a boa-fé). Eu posso estar de má-fé no
encontro fortuito de provas. É fundamental saber se o sujeito está de boa-fé ou não, caso tenha
começado de má-fé, encaixa-se no ‘’fruto da árvore envenenada’’.
Pode ser de pessoas ou de crimes.
Ex.: se tenho um mandado para entrar na casa da pessoa e encontro drogas, estou agindo de
boa-fé. Caso tenha entrado para roubar e encontro as drogas, estou agindo de má-fé.
Correntes:
1- Majoritária na Alemanha: toda restrição a direitos fundamentais deve ser interpretada
restritivamente, então a policia esta autorizada a encontrar X, só está válida para encontrar
X. Proíbe o encontro fortuito de provas
2- Majoritária no Uruguai: se aquilo que encontrei tem conexão com o que eu procurava, será
válido, caso contrário será prova ilícita. A validade da prova é condicionada a saber se já é
objeto da investigação ou não.
3- Majoritária no Brasil: prova ilícita é prova com violação à lei, no entanto o Brasil não tem lei
8 PROCESSO PENAL
que proíbe o encontro fortuito de provas, logo é permitido. Dessa forma, a prova
encontrada será licita. Salvo, encontro fortuito em escritório advocatício, pois tem uma lei
que proíbe (lei 8.906/94) – se o advogado está praticando crimes, pode haver uma busca
no escritório.
A policia ao prender alguém, é válido pegar o celular da pessoa? Não pode pegar celular
sem uma ordem judicial.
Serendipidade
1 Grau: tem relação com o que você estava procurando
2 Grau: não tem relação com o que você estava procurando
IMPARCIALIDADE E FUNDAMENTAÇÃO
O juiz deve ser imparcial, é requisito da jurisdição a imparcialidade.
CUIDADO! Neutralidade não existe. O juiz leva sua pré-compreensão para o julgamento.
Há um regime de prerrogativas e de proibição aos juízes, com o objetivo de ter um juiz imparcial.
A imparcialidade é subjetiva e objetiva:
Subjetiva: juiz se considerar imparcial
Objetiva: como as demais pessoas analisam a imparcialidade do juiz.
Fundamentação das decisões judiciais – art. 93, IX:
O juiz tem a obrigação de explicar o porque da decisão.
Fundamentar é explicitar todas razões.
Aplica-se ao CPP o novo artigo do CPC sobre fundamentação (art. 489, §1º)
DURAÇÃO RAZOAVEL DO PROCESSO – art. 5º, LXXVIII
Também chamado de processo sem dilações indevidas.
Todo processo demora um tempo, quanto mais rápido uma decisão, menos segura ela é. É
preciso encontrar um equilíbrio entre o tempo e a busca pela verdade
A doutrina pacificou que não é possível determinar uma duração razoável do processo, tem que
ser resolvida a luz do caso concreto. 3 critérios para a duração razoável do processo:
1- Complexidade da causa – causas mais complexas demoram mais
2- Comportamento das partes – as vezes a demora do processo não é da justiça, é das
partes.
3- Comportamento do Estado/juiz
Quais as consequências do não cumprimento do prazo razoável?
1- Indenização (uma ação de indenização contra o Estado)
2- Atenuante do art. 66, CP (atenuante inominada – a lei da ao juiz o poder de conhecer a
atenuante – o Estado violou o direito fundamental do réu, e o melhor jeito de reparar é a
9 PROCESSO PENAL
diminuição de pena)
3- A possibilidade de o Tribunal marcar um prazo para o juiz julgar o processo – as partes
recorrem ao tribunal impetrando um mandado de segurança para o julgamento do
processo, caso o juiz não cumpra, aplica-se uma sanção administrativa cabível (ex.: o juiz
que não observa a duração razoável não pode ser promovido)
Espécies de investigação:
ATENÇÃO! Mais importante que definir quem investiga, é discutir quais direitos devem ser
observados na fase de investigação.
INQUÉRITO POLICIAL
Um processo/procedimento presidido pelo delegado de policia que tem poder objetivo conseguir
indícios de autoria e prova de materialidade delitiva.
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
Indiciamento: é o ato do delegado que aponta que existe indícios contra o suspeito. Mas esse
ato não vincula ao juiz e ao promotor.
Relatório: o delegado irá relatar. É o último ato do delegado. Resumo dos principais atos que
aconteceram. Na prática, o relatório vai direto para o MP, mas de acordo com a lei, deveria ser
encaminhado para o juiz que encaminharia para o MP.
O inquérito chega na mão no promotor e ele tem 4 possibilidades, a regra é que uma exclui a
outra
1- O inquérito conseguiu trazer o indicio de autoria e prova de materialidade, dessa forma, o
promotor oferece a denúncia.
2- Falta alguma coisa (indicio de autoria ou prova de materialidade), dessa forma, o promotor
pode requisitar do delegado novas diligencias.
3- O promotor pede ao juiz para que esse encaminhe o inquérito para quem tiver atribuição
para atuar.
4- Pedido de arquivamento, todas as diligencias já foram feitas e não se conseguiu provas de
materialidade ou indícios de autoria. Nesse caso, em que tudo foi feito e não há elementos
para a denúncia. O delegado não arquiva inquérito, ele somente começa a investigação.
Quem arquiva é o juiz.
Súmula 524 o MP pede o arquivamento e quem decide é o juiz.
14 PROCESSO PENAL
Concordo com o promotor, logo arquivo o inquérito. Mas se o juiz não concorda – dizendo que
tem elementos para oferecer a denúncia, aplica-se o art. 28, ou seja, irá mandar o inquérito
para o procurador geral de justiça (chefe do MP), esse tem 3 possibilidades: 1. Concorda com
o promotor, insistindo no arquivamento. 2. O procurador irá dizer que o juiz está certo,
oferecendo, ele mesmo, a denúncia. 3. Ou designa outro membro do MP para oferecer a
denúncia. Esse promotor (2 correntes): 1. Ele pode se recusar a oferecer a denúncia, pois tem
dependência funcional. 2. Ele é obrigado a denunciar, porque ele está atuando por delegação
do procurador geral.
O fundamental do art. 28 é que o juiz funciona como um fiscal anômalo do princípio da
obrigatoriedade da ação penal pública.
Toda vez que o promotor entender que não tem crime, ele pode pedir o arquivamento.
Regra: a regra da sumula 524 é que o arquivamento de inquérito não faz coisa julgada. Mas, a
denúncia só pode ser oferecida com novas provas.
CUIDADO! O STF entende que arquivamento de inquérito fundado na atipicidade, faz coisa
julgada.
CUIDADO! Há uma discussão sobre o arquivamento com base em excludentes (ex.: legitima
defesa) se também faz coisa julgada. Duas correntes: 1. essa excludente é um tema de direito
material, e, portanto, faz coisa julgada. 2. Não faz coisa julgada porque não tem processo.
CUIDADO! Nas justiças federais, o art. 28 é para câmara de coordenação e revisão criminal do
MPF
CUIDADO! O art. 28 somente é aplicável no 1º grau quando se investiga uma autoridade com
prerrogativa de foro, o pedido de arquivamento vincula ao Tribunal. Ou seja, não aplica o art. 28
em investigações feitas perante o Tribunal.
CUIDADO! O STF pacificou que não existe arquivamento implícito, já que toda decisão judicial
deve ser fundamentada.
CUIDADO! Situação de arquivamento que não é arquivamento, mas a doutrina chama de
arquivamento. Arquivamento indireto: situação em que o membro do MP entende que o inquérito
tem que ser encaminhado para outro órgão e o juiz entende que é para aquele mesmo.
O projeto do novo CPP cria uma figura chama juiz de garantias, ou seja, seria um juiz exclusivo
para a fase de inquérito. No Brasil hoje, a regra é que o juiz que atuar na fase de inquérito é o juiz
que vai atuar no processo. A corte europeia ade direitos humanos entende que o juiz que atua no
inquérito tende a ficar parcial, então que que não seja o mesmo juiz do processo.
CUIDADO! Hoje, o Supremo já entende que juiz deve atuar o mínimo no inquérito, não
produzindo nada de oficio
CUIDADO! Em tese, o art. 654, §2º, CPP autoriza o juiz a conceder habeas corpus de oficio
15 PROCESSO PENAL
CONDIÇÕES DA AÇÃO
Apesar de o Novo CPC não falar em condições da ação, a doutrina majoritária penal ainda usa
esse termo. A doutrina aponta 4 possibilidades de ação penal:
Legitimidade: ativa, em regra é o MP, mas em alguns casos é a própria vítima. Já a
legitima passiva, é o réu, mas intransmissível, ou seja, a pena não passa da pessoa do
condenado.
Possibilidade jurídica do pedido: isso é a tipicidade em abstrato. Em tese, isso é
crime
Interesse de agir: a regra no processo penal é que sempre há o interesse de agir, pois
sempre é necessário o processo para punir o reu, então o estado, em regra, tem
legitimidade de agir. CUIDADO! Perdão judicial: a pessoa já sofreu tanto com o crime
que toma desnecessária a punição. A sumula 18 do STJ fala que o perdão judicial é
declaratório, ou seja, é ex tunc (retroage) e está perdoado desde sempre, não tendo
interesse de agir. O promotor nesse caso, deve pedir o arquivamento do inquérito, pois
não há condições da ação penal.
A doutrina entende quando é possível projetar a possível pena que o réu irá sofrer e se
verifica que ocorrerá prescrição retroativa – O Supremo e STJ não aceitam essa
corrente.
Justa causa: a doutrina aponta como justa causa indícios de autoria e prova de
materialidade delitiva
Súmula 714 do STF: crimes contra a honra de funcionário público, em razão das funções. Pela
lei, a regra, é que crime contra honra a ação é privada. No caso de funcionário público em razão
das funções, a lei entende que é pública condicionada, pois agora tem-se o interesse do Estado
(ex.: quando eu chamo o sujeito de corrupto).
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada
à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em
razão do exercício de suas funções.
O STF entendeu que nesse caso, a vítima pode escolher entre oferecer queixa ou representar. A
escolha uma vez feita, não pode ser alterada.
CUIDADO! A questão do art. 68. Se a vitima por pobre o MP entra com a ação civil ex delicto. A
lógica do Supremo é que esse artigo está no processo de não recepção: nos lugares que existem
defensoria é que essa deve entrar, mas quando não tem é MP. Para o prof. A constituição não
falou em legitimidade exclusiva da defensoria, deveria viabilizar o acesso do pobre a justiça,
então qualquer um pode entrar, ambos têm legitimidade em várias hipóteses.
CUIDADO! Na hipótese de absolvição do júri, o STJ entende que como o jurado não fundamenta,
esta absolvição jamais vincula o civil, mesmo agindo em legitima defesa.
Efeito pan-processual – para além daquele processo: as vezes nós temos a ação civil coletiva
em crimes ambientais
UNIDADE V COMPETÊNCIA
Tem-se 5 justiças, mas 1 poder judiciário. Então, quando acontece um crime, a minha primeira
pergunta terá que ser: qual justiça é competente?
Tem-se 3 justiças especiais e 2 comuns. A competência da justiça federal é expressa e da
estadual é residual.
Justiça especial:
1. Justiça do Trabalho: não tem competência penal
2. Justiça Eleitoral: julga somente crimes eleitorais que estão no código eleitoral
CUIDADO! Não confundir crime eleitoral com crime político e crime por motivações
políticas. Crime político são os crimes previstos na lei de segurança nacional, é julgado
pelo juiz federal de primeiro grau e o recurso irá direto para o Supremo (recurso ordinário)
CUIDADO! As competências de justiça estão previstas na Constituição. Crime por
motivação política a única diferença é o motivo, essa motivação política não altera a
competência.
Não existe concurso para Justiça Eleitoral
3. Justiça Militar: única que pode aplicar pena de morte – em caso de guerra declara. Divide-
se em duas: Militar estadual (policial militares e membros do corpo de bombeiro e federal.
23 PROCESSO PENAL
CUIDADO! Jamais a militar estadual julga civil. A emenda 45 deixou claro que crime doloso
contra vida de civil praticado por policial militar vai a júri.
Competência da Justiça Federal – art. 109, CF:
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
CUIDADO! O Banco do Brasil e Petrobras são sociedades de economia mista federal. Os crimes
praticados contra essas entidades são de competência estadual. Porque a Lava Jato esta na
justiça federal? Principalmente por causa de serviços e interesses, pois o crime de corrupção foi
praticado por funcionário público.
Sumula 42: crimes contra sociedade de economia mista federal são julgados pela justiça
estadual.
Sumula 147: crimes praticados contra/por funcionário público federal, em razão das funções, são
de competência da Justiça Federal.
OBS.: o júri não é exclusivo da Justiça Estadual, existe júri da justiça federal também.
Crimes praticados a bordo de aeronave é de competência federal.
Crime de moeda falsa é julgado pela justiça federal, pois a união que emite moeda. CUIDADO! O
crime de moeda falsa é federal, desde que esta moeda não seja grosseira. O crime de moeda
falsa atinge a fé publica da União, se a falsificação é grosseira não atinge essa fé pública,
podendo ser de competência da justiça estadual.
CUIDADO! Existe uma lenda urbana que crimes praticados dentro da UFES são federais, mas o
fato de ser praticado dentro da UFES, não torna federal. Agora, eu furtei o bebedouro que
pertence a UFES, é justiça federal, pois é um bem de autarquia federal.
VI - Os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
Crimes contra o sistema financeiro federal é competência federal (lei nº 7492/86), são crimes
específicos, sempre serão federais. Ex.: gestão fraudulenta feita pelo diretor do Banco Banestes.
Porque o sistema financeiro é federal.
Os crimes contra a organização do trabalho só são federais se atingirem uma coletividade de
trabalhadores.
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
27 PROCESSO PENAL
ARTIGOS DA CONSTITUIÇÃO
Art. 102, I, b, c
Ministro de Estado: CUIDADO! Presidente do Banco Central e Advogado Geral da União tem status de
ministro. Significa dar prerrogativa para eles por meio indireto.
O tribunal de contas da união não é poder judiciário, mas LEGISLATIVO
Art. 105, I, a
CUIDADO! No STJ não está o vice-governador
II- desembargador estadual, federal, do trabalho e eleitoral
III – conselheiros dos tribunais de contas do estado ou do município: STJ
IV- membros do MPU que atuam perante tribunais:
CUIDADO! Advocacia pública (procuradores do estado, advogado da união, procurador da fazenda
nacional, procurador federal e municipal) não tem prerrogativa na constituição
Art. 108, I, a
O TRF julgam juizes federais
Tribunais Regionais federais:
1. fica em Brasilia + 14 Estados – é residual
2. Fica no RJ, abrange RJ e ES
3. Fica em SP, abrange SP e MS
4. Fica em RS, abrange o SUL
28 5. Fica em RE, abrande PE, PB, AL, CE, SE, RN PROCESSO PENAL
O juiz federal de SC pratica um homicídio na praia de Fortaleza, será julgado pelo tribunal da 4º região.
Competência territorial
A competência territorial é fixada nos termos do artigo 70, no local onde o crime se consumou.
Então, o que vai importar é o local do resultado.
Há dois argumentos para o código ter adotado isso: facilitar a colheita de provas e que a pena
sirva de exemplo para a sociedade.
O juiz de oficio pode se julgar incompetente territorialmente
Se o crime ocorre e se consuma em mais de uma cidade, todas são competentes para julgar.
Terei que adotar o critério de prevenção.
CUIDADO! A prevenção no processo penal ocorre desde a fase de inquérito.
CUIDADO! Atos do juiz de plantão não geram prevenção.
CUIDADO! Na hipótese de ter mais de uma vara na cidade, tem que ter distribuição
Exceção da verdade e prerrogativa de foro – art. 85, CPP (somente para crimes de calúnia)
Ticio calunia o governador. O governador entra com uma queixa crime contra ticio na Justiça
Estadual de 1º Grau. Quando Ticio oferecer a exceção da verdade, quem se torna réu é o
governador. Dessa forma, a exceção irá para o STJ, mas o processo continua em 1º grau.
ATENÇÃO! A injuria não tem exceção da verdade. Já no caso da difamação, cabe, mas não
altera a competência.
Ministro do STF calunia a governador. O processo já está no STF. É oferecida a exceção da
verdade. Nesse caso, a exceção da verdade continua no STF. O Tribunal ‘’de cima’’ não pode
estar vinculado com o Tribunal ‘’debaixo’’. A exceção só sobe.
ATENÇÃO! o que importa na exceção da verdade é ver a prerrogativa de foro da vítima.
Súmula STJ
38 151: contrabando e descaminho são
42 de competência da justiça federal –
48: falsificação de cheque – é o local não importa como entrou no país,
30 PROCESSO PENAL
da obtenção da vantagem importa onde foi apreendida.
62 justiça federal.
73 192
75 200
78 208
90 209
Tanto o autor quanto o réu têm direito constitucional de produzir provas. O normal é provar fatos,
mesmo fatos incontroversos precisam de provas, não há presunção de veracidade.
Exceção: fatos públicos e notórios não precisam ser provados
Em regra, não vou provar matéria de direito, mas se for direito municipal, estadual ou estrangeiro,
devo provar
Não há hierarquia entre as provas, todas são relativas.
Cadeia de custódia da prova: desde a obtenção da prova até sua produção é garantida que não
haja nenhuma contaminação da prova.
Se o suspeito altera a cena do crime e consegue comprovar isso, é motivo para prisão preventiva.
31 exemplo um documento vale 10 testemunhas. Esse sistema diz quanto cada prova vale.
PROCESSO PENAL
2. Intima convicção: dá a possibilidade de o juiz julgar como bem entender
3. Livre convencimento motivado ou persuasão racional: entende que o juiz é livre para
valorar prova. Esse sistema parte da premissa de que todas as provas são relativas, não
existe hierarquia entre as provas. Todas as provas têm um peso que o juiz terá que
explicar. O juiz terá que analisar o caso concreto para verificar qual o peso de cada prova,
analisando-a.
Exceção: 1. No júri o sistema é a intima convicção. 2. Em relação ao estado de pessoas, ou seja,
casamento, maioridade, o §ú do art. 155 determina que seja observada a lei civil (sumula 74
STJ), por exemplo a maioridade é provada com a certidão de nascimento e o casamento é a
partir da certidão de casamento. 3. Não é possível aceitar a confissão como prova de
materialidade delitiva, com base no art. 158, mas pode comprovar autoria (ex.: caso dos irmãos
naves, dois irmãos foram condenados por matar um policial com base na confissão, mas 10 anos
depois o policial apareceu vivo). 4. Art. 4º, §16, lei 12. 850/13 não é possível condenar apenas
com a palavra do delator, e mais, o supremo já pacificou que não é possível somar varias
palavras de delatores para condenar (a delação não é meio de prova, mas meio de obtenção da
prova, ou seja, não posso condenar com base na palavra do delator, o que eu quero é que ele me
traga o meio para obtenção dessa prova). 5. Laudo definitivo dos crimes de entorpecentes: a
jurisprudência entende que o juiz fica vinculado ao laudo. A regra é que o juiz não está vinculado
a perícia, mas no caso de drogas o juiz fica vinculado a perícia química. A regra é que eu só
posso condenar por entorpecentes se eu prender a droga. CUIDADO! existe uma decisão do STJ
isolada admitindo uma condenação por tráfico de drogas com base em interceptação telefônica e
sem a perícia.
Provas atípicas e típicas:
Nossa legislação estabelece vários meios de provas, mas deixa claro que esse rol é
exemplificativo, porque existem provas inominadas, aquelas que não estão previstas na lei.
Exemplo:
1. Reconhecimento fotográfico: nossa lei não prevê a possibilidade do reconhecimento
fotográfico, a jurisprudência admite o reconhecimento por foto como prova inominada.
Alguns autores acreditam que essa prova é falível, pois as pessoas mudam com o tempo.
2. Prova psicografada: tem uma corrente que admite desde que a favor do réu, para
absolver. A segunda corrente acredita que o estado é laico e essa prova seria por uma
crença religiosa, dessa forma não admite a prova psicografada.
Momentos da prova:
Proposição: normalmente as partes proponham uma prova
Admissão: depois o juiz admite ou não a prova
32 PROCESSO PENAL
Produção: a prova é produzida
Valoração: deve explicar porque tal prova tem mais valor que a outra, acontece na sentença.
Princípio da comunhão da prova: a prova é para o processo e não para a parte, não
importando quem produziu a prova.
Provas típicas:
1. Exame de corpo de delito:
Corpo de delito é o crime em si, ou seja, num roubo de relógio o corpo de delito é o relógio. Já o
exame de corpo de delito prova a materialidade delitiva. Tenho crimes que deixam vestígios e
crimes que não deixam vestígios. Para aqueles que deixam vestígios em abstrato é obrigatório
exame de corpo de delito. Só que esse exame pode ser direto ou indireto.
Se o crime deixa vestígio, em tese, é obrigatório ter exame de corpo de delito, caso não tenha,
não posso condenar.
Exame direto: é feito no próprio corpo de delito (ex.: no próprio cadáver)
Exame indireto: independente da corrente que siga, posso provar a materialidade de
3 formas (exame direto, exame indireto – pericia – e testemunha). A primeira
33 PROCESSO PENAL
corrente entende que o exame indireto continua sendo uma perícia, mas uma
perícia feita sob algum elemento que permita extrair conclusões sobre o corpo de
delito (algum elemento que não seja o próprio corpo de delito). A segunda corrente
vai utilizar o art. 157, posso chamar de exame indireto a testemunha (qualquer outra
prova menos confissão).
Perito – art.159: a regra é que quem faz a perícia é o perito oficial. Existe o crime de
falsa perícia do art.343 do CP, quando ele mente deliberadamente na perícia.
Existem dois peritos não oficiais, que tem que ter curso superior.
A lei prevê que o assistente técnico atua no processo depois que o laudo for
entregue. Posso nomear quantos peritos forem necessários.
O exame de corpo de delito pode ser feito em qualquer dia e qualquer hora, pois os
vestígios podem desaparecer.
Exame complementar: há duas hipóteses: 1. Quando o primeiro exame for insuficiente. 2.
Quando a lei exige
Casos peculiares:
- Drogas: no caso de drogas são duas pericias, a primeira é o chamado laudo provisório ou de
constatação, é feito na policia e é suficiente para a denúncia. Já o laudo definitivo ou químico,
deve ser feito por dois peritos oficiais (exceção), é o laudo químico que irá dizer qual é a droga.
- Exame de corpo de delito em armas (exame de eficiência da arma): arma que não funciona
é um pedaço de metal, então há uma discussão da necessidade desse exame de eficiência. O
supremo por maioria, entendeu que prova testemunhal pode suprir falta de exame de eficiência
da arma.
2. Interrogatório:
É a oportunidade de o réu falar com o juiz. A posição majoritária é que o interrogatório é ao
mesmo tempo meio de prova e meio de defesa. É o último ato da instrução, pois agora quando o
réu for falar, sabe o que já foi produzido, reforçando a ideia do interrogatório como meio de
defesa. Obrigatoriamente, esse interrogatório deve ser feito na presença de um advogado.
O interrogatório vai se dividir em duas partes:
Interrogatório de identificação: perguntas sobre nome, profissão, nome do pai, da
mãe. A corrente majoritária entende que não há direito ao silencio nessa fase.
Interrogatório de mérito: são perguntas do fato.
Deve ser feito numa língua que o réu conhece, devendo ser contratado um interprete. Se for
surdo e mudo, perguntas e respostas por escrito.
Consequências ao réu se não comparecer ao interrogatório: alguns autores defendem a
aplicação do art. 260, que é a condução coercitiva. Já a segunda corrente defende que o não
comparecimento voluntário do réu consiste no direito ao silencio. Não tem correntes que é
34 PROCESSO PENAL
obrigatório oportunizar o interrogatório, o que se discute é quando ele não vai.
Interrogatório do réu preso: na teoria, que nunca acontece, a lei prevê que o juiz deve ir em
presídio interrogar, mas na prática a regra é trazer o réu ate a justiça. Exceção: o juiz precisa
fundamentar, com 10 dias de antecedência, que é o interrogatório por vídeo conferência
(interrogatório online). Na nossa lei, a hipótese de interrogatório online é taxativa, por exemplo
quando há risco de fuga.
Obs.: Quando tenho vários réus, tenho que interrogar cada um separadamente e não é possível
que assistam o depoimento do outro.
3. Confissão:
É considerada uma prova relativa como todas as outras, pois não existe uma prova absoluta. O
réu confessa o fato. Não é normal a pessoa confessar, por isso a lei fala que é uma atenuante.
A confissão prova autoria, não pode provar a materialidade delitiva. Tem-se a confissão
simples, que é quando você assume por inteiro o que estão te acusando. Já a confissão
qualificada, você assume a autoria, mas alega uma excludente.
CUIDADO! O art. 200 tem duas características muito importante da confissão: 1. Divisibilidade: só
posso fracionar a confissão justamente porque ela é divisível, por exemplo alego ter matado sob
estado de legitima defesa, logo o juiz pode acatar eu ter matado, mas pode não acatar a legitima
defesa. 2. Retratável: é direito do réu voltar atrás. CUIDADO! esta retratação deve ser expressa.
Não tem limite para a retratação, mas deve ser feito somente até a sentença.
Se a pessoa se retrata antes da sentença, a pena é extinta.
Sumula 545: toda vez que o juiz usar a confissão ele tem que atenuar.
4. Delação:
Você entrega um coautor ou participe. O delator é alguém que está envolvido com o crime.
Há uma grande divisão na doutrina sobre existir ou não a delação como instituto. Quem não
acredita, possui os seguintes argumentos: 1. A delação seria imoral. 2. O estado não deve
negociar nem confiar em criminosos, ele deve punir. 3. A delação pode violar a proporcionalidade
das penas, pois o delator pode ficar com uma pena menor de quem delata. Já a doutrina
favorável: 1. acredita que a delação é feita no interesse do estado, não possuindo nada de
imoral, se houve imoralidade é com o crime. 2. O estado pode negociar com criminosos, pois faz
isso na transação penal (juizados especiais) e é claro que deve ter cautela com a palavra do
delator, mas no Brasil, não se condena com a palavra do delator, o que importa são as provas
que ele vai trazer. 3. A delação é um mau necessário, o principio da proporcionalidade é atendido,
porque a regra é que se o estado tivesse como punir sem o delator seria melhor, mas admite-se
pois ficará com mais pessoas impunes.
A delação é um meio de obtenção de prova. A palavra em si do delator não serve.
35 PROCESSO PENAL
Art. 4º da lei 12. 850: lei geral de delação.
É uma espécie do gênero colaboração premiada – posso colaborar com a justiça sem entregar
ninguém.
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3
(dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que
tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde
que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I - A identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações
penais por eles praticadas;
II - A revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;
III - A prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa;
IV - A recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela
organização criminosa;
V - A localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
5. Palavra da vítima:
Vítima não é testemunha, então não comete falso testemunho. Então se acusa alguém que sabe
que é inocente, comente o crime de denunciação caluniosa. É obvio que a vitima é suspeita, ela
quer punir alguém, ou seja, a palavra da vitima tem uma carga mais forte de suspeição. Por outro
lado, em muitos casos, a única prova que você terá é a palavra da vítima, como por exemplo em
crimes sexuais. Então, isso provoca situações complexas, a jurisprudência entende que
casuisticamente você entende o peso que será a palavra da vítima. Tem-se que analisar cada
prova de modo isolado.
6. Prova testemunhal:
Hoje a testemunha é uma prova como todas as outras, uma vez que é uma prova relativa. A regra
é que qualquer pessoa pode ser testemunha. Exceção:
1. menores de 14 anos ou os doentes mentais (art. 208, CPP), mas serão ouvidos na condição de
informantes. A diferença de ser testemunha ou informante, é que informante não comete crime de
falso testemunho.
2. ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o
pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-
se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
3. Art. 207. Pessoas que são proibidas de depor: aquilo que a pessoa sabe em razão do seu
oficio, profissão ou ministério, pois eles têm segredo profissional. Quando essas pessoas podem
depor? Somente quando ela mesma quer depor, quem lhe contou deve autorizar.
4. Depoimento de policiais: a primeira corrente fala que policiais são suspeitos e não podem
depor, eles querem justificar a conduta deles. Já a segunda corrente, é que esse depoimento é
possível e tem peso maior pois são agente públicos. Já a terceira corrente, majoritário, acredita
que é possível o depoimento de policiais mas é uma prova relativa como todas as outras.
5. testemunha que já foi condenada por falsa testemunha e prostitutas: existia uma corrente
preconceituosa que quem já mentiu uma vez, pode mentir de novo. As prostitutas podem depor
de qualquer forma. E em relação aquele que já foi condenado por falso testemunho, pressupõe
que terá um cuidado maior, uma vez que já foi condenado, o que o juiz poderá analisar é a
credibilidade.
37 PROCESSO PENAL
CUIDADO! testemunha é quem viu, ouviu ou presencial o crime. O testemunho indireto também
chamado de testemunho de ‘’ouvir dizer’’ é proibido nos EUA e aceito com ressalva no Brasil.
Testemunha fala de algo que já aconteceu, mas há uma preocupação com o futuro.
Depoimento sem danos: vai para uma sala que o psicólogo irá fazer as perguntas para tentar não
ser aquela coisa tradicional
Características: 1. Retrospectividade, ou seja, prova testemunhal fala do passado, de algo que já
aconteceu. 2. Objetividade, a testemunha não deve tecer considerações pessoais, o depoimento
deve ser objetivo. 3. Judicialidade, quer dizer que as testemunhas devem depor perante um juiz,
é por isso que a testemunha fala no inquérito e deve falar de novo no processo. 4. Oralidade,
como o nome esta dizendo, o depoimento deve ser prestado de modo oral, o primeiro detalhe é
que a lei autoriza a testemunha consultar documentos, é claro que esses documentos tanto a
acusação como a defesa tem acesso a isso, mas existem exceções: testemunha muda não tem
como prestar depoimento oral; tem-se 6 autoridades que tem a prerrogativa de não fazer
depoimento oral (art. 221, §1º: presidente e vice, presidente da câmara, senado e Supremo)
CUIDADO! o art. 221, caput, tem um rol de autoridades que prestam depoimento oral, mas tem
direito de combinar com o juiz o dia, hora e local. ATENÇÃO! No Mensalão, o Supremo entendeu
que isso vale por 30 dias. Caso não tenha marcado durante esses dias, será tratado como
testemunha comum, não tendo mais privilégio de escolher dia, data e hora. No Novo CPC já foi
colocado o prazo de 30 dias. CUIDADO! os membros do MP têm o privilégio do caput, de
combinar dia, hora e local durante 30 dias. Algumas leis estaduais têm estenderam essa
prerrogativa para outros cargos, o Supremo entendeu que essas leis eram formalmente
inconstitucionais, pois são matérias de processo penal, devendo ser tratado em lei federal.
Quais as consequências para a testemunha que falta (injustificável): o juiz deve analisar se a
falta é ou não justificada. Pode conduzir coercitivamente a testemunha. As custas do
deslocamento do oficial e etc., é a testemunha. O juiz pode aplicar uma multa de até 10 salários
mínimos. Em tese, a testemunha que falta comete crime de desobediência.
Testemunha que não mora na comarca: se morarem no Brasil, é por Carta Precatória, se
morarem no estrangeiro, é por Carta Rogatória.
Na justiça federal há uma recomendação para que ao invés de fazer por isso, seria melhor por
vídeo conferência. Quem manda a precatória, é o deprecante, e quem recebe é o deprecato.
Caráter itinerante da carta precatória
Quando eu mando uma precatória, a instrução do processo continua
Se passar o prazo sem que a precatória tenha voltando, o juiz pode julgar o processo sem a
precatória ter voltado.
Sumula 155: toda vez que eu mandar uma precatória, tenho que intimar a defesa que eu mandei
Sumula 273:
38 PROCESSO PENAL
CUIDADO! Na rogatória tem-se uma diferença importante (art. 222-A): fala que só vai expedir
uma carta rogatória se provar que é imprescindível, além disso a parte deve pagar os custos.
É direito da parte consignar a pergunta que foi indeferida pelo juiz
Contraditar é alegar que uma testemunha é suspeita
CUIDADO! o momento para fazer a contradita é antes do depoimento. Feito isso, o juiz tem 3
possibilidades: 1. A contradita é negada. 2. Acolher, mas fazendo isso abra-se duas
possibilidades: ouvir como informante
Há uma decisão isolada contra o texto constitucional que o STJ admitiu uma interceptação pelo
juiz de família, mas somente o juiz penal pode interceptar.
Jamais é possível uma interceptação telefone retroativa. Ou seja, a policia fez um grampo e
descobre um crime gravíssimo. O grampo significa um crime.
Uma vez feita a interceptação para penal, pode emprestar a prova para o juiz cível, pois ajuda na
indenização.
Prazo para interceptação telefônica: 15 dias, mas é possível prorrogar. Quantas vezes é
possível prorrogar?
1. A corrente minoritária acredita que só pode prorrogar uma vez, então o prazo máximo seria
30 dias. Argumenta que o direito penal é do fato e não do autor, se intercepto por 2/3 anos,
estou investigando a pessoa. Além disso, usa como argumento o estado de defesa, que
dura no máximo 30 dias.
41 PROCESSO PENAL
2. A corrente majoritária acredita que não há a prazo, tudo depende do caso concreto, mas
as prorrogações devem ser feitas de 15 a 15 dias e a cada esse prazo deve ter uma nova
decisão fundamentada.
A lei prevê que a interceptação ocorra no inquérito ou no processo de oficio por requerimento do
MP ou da polícia. Mas a lei não prevê, mas é pacífico pela doutrina que pode, a defesa pedir a
interceptação, pois é uma técnica de defesa.
Pela lei, o certo, é quando termina a interceptação é marcar uma audiência para destruir o que
não interessar para o Estado.
CUIDADO! O supremo pacificou que não é necessário degravar (transcrever para o papel) as
conversas, basta entregar uma mídia com as conversas.
A conversa criminosa precisa estar preservada na sua integralidade.
CUIDADO! O art. 10º prevê dois crimes, que é o grampo (interceptação sem ordem do juiz) e
vazar a interceptação telefônica.
Depois que a defesa teve acesso e foi retirada o que não interessa para o Estado, ai sim pode
divulgar a interceptação.
11. Agente infiltrado:
Lei 12.850/13
Tem autores que consideram como meio de prova o agente infiltrado como sendo
inconstitucional, pois o Estado não pode dar uma autorização para a prática de crimes. Qualquer
crime que ele possa fazer ele não é punido, a doutrina coloca que esta em estado de
necessidade (se for descoberto será assassinado com crueldade). A lei é expressa: só pode ser
agente infiltrado policial. Precisa de ordem de juiz.
O art. 14 fala quais são os direitos do agente, a crítica da nossa lei é não haver bônus e estímulos
reais. O STF já pacificou que ninguém é obrigado a ser agente infiltrado.
O prazo é de 6 meses.
42 PROCESSO PENAL