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FOZ DO IGUAÇU-PR
2020
PABLO RAFAEL ANIBAL DILL
FOZ DO IGUAÇU-PR
2020
PABLO RAFAEL ANIBAL DILL
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
“Aonde haja tração, que haja o aço.”
Roberto Chust Carvalho
RESUMO
Um sistema originário na Europa em um pós guerra com propaganda de ser uma laje barata e
rápida, aliado ao conceito de fabril de pré fabricado, as lajes treliçadas, surgiram para agilizar
a reconstrução das edificações destruídas pela segunda guerra mundial, logo chegaram ao Brasil
e caiu no gosto do brasileiro, principalmente pela simplicidade e custo da execução, hoje em
dia é um dos principais sistemas construtivos de laje do país, por conta disso, várias indústrias
surgiram desenvolvendo e comercializando esse sistema de laje, muitos ainda hoje utilizando
premissas de tabelas de dimensionamento desenvolvidas com base na antiga NBR 6118:1978,
sem atender critérios normativos atuais, com isso se faz necessário uma revisão nessas tabelas
e melhorias, afim de atender os critérios normativos atuais. Dessa forma o presente trabalho
visa o esclarecimento sore o sistema de lajes usando vigotas treliçadas e dimensionamento
dessas lajes atendendo aos critérios atuais de norma, tanto para o Estado de Limite Último
(ELU), quanto ao Estado Limite de Serviço (ELS) frente as deformações e ao fim apresenta-se
uma tabela de dimensionamento atendendo ambos os estados.
A system that originated in Europe in a post-war period with the advertisement of being a cheap
and fast slab, combined with the concept of a prefabricated factory, latticed slabs, appeared to
expedite the reconstruction of buildings destroyed by the Second World War, soon arrived in
Brazil and gained popularity among the Brazilian people, mainly due to the simplicity and cost
of execution, nowadays it is one of the main construction systems of slab in the country, because
of that, several industries emerged developing and commercializing this slab system, many even
today using table assumptions design developed based on the old NBR 6118: 1978, without
meeting current normative criteria, therefore it is necessary to review these tables and improve
them, in order to meet the current normative criteria. Thus, the present work aims to clarify the
slab system using lattice joists and dimensioning of these slabs according to the current standard
criteria, both for the State of Ultimate Limit (ELU), and the State Limit of Service (ELS) in the
face of deformations and at the end a dimensioning table is presented, attending both states.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 11
1.1 Conceituação............................................................................................................. 11
1.2 Objetivos…................................................................................................................ 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 12
2.1 Descrição básica das lajes treliçadas...................................................................... 12
2.2 Armadura Treliçada para lajes............................................................................... 13
2.3 Elemento de enchimento..……………………………………………..................... 16
2.4 Aspectos construtivas de lajes utilizando vigotas treliçadas................................. 18
3 DIMENSIONAMENTO……………………........................................................... 21
3.1 Análise estrutural………………….......................................................................... 21
3.2 Imposições normativas gerais…………………...................................................... 22
3.3 Imposições normativas para cálculo do ELU…..................................................... 25
3.4 Imposições normativas para cálculo do ELS….......................................................26
3.5 Considerações para o dimensionamento de lajes treliçadas................................. 31
4 METODOLOGIA………………………………………………............................. 35
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES……..………………………..............................39
5.1 Peso próprio das lajes treliçadas…………………………..................................... 39
5.2 Dimensionamento atendendo ao ELU…………………………………………….41
5.3 Dimensionamento das lajes ao atendendo do ELS-DEF………………………….43
5.3.1 Características geométricas da seção transversal da laje no estádio I e verificação se o
elemento está fissurado………………………………………………………………………..44
5.3.2 Verificação se a laje está trabalhando no estádio I ou estádio II……………………….44
5.3.3 Características geométricas da seção transversal da laje no estádio II puro…………...46
5.3.4 Cálculo da flecha imediata e Rigidez Equivalente…………………………………….47
5.3.5 Efeito de fluência e flecha diferida no tempo (a total,ꝏ)………………………………...48
5.4 Tabelas de laje otimizadas para o atendimento ao ELU e ao ELS-DEF…………..50
15
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................51
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 52
11
1. INTRODUÇÃO
1.1. Conceituação
Muito utilizado hoje em dia a laje com vigota treliçada, já havia sido pensada desde
1854, quando William Boutland Wilkinson idealizou um modelo de laje treliçada retirando a
parte de concreto da região tracionada, ocupando o espaço com material inerte. Hoje em dia
substituído esse material inerte por outro, e utilizando de forma uma vigota moldada em fábrica,
a laje com vigota treliçada está extremamente difundida.
1.2. Objetivos
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Botelho e Marchetti (2013), as lajes são planas e relativamente finas em relação
as suas outras dimensões e são as primeiras responsáveis por receber as cargas verticais de um
edifício e transferir estes esforços para as demais estruturas do mesmo de forma adequada e
eficiente. Existem diversos tipos de lajes de acordo com a necessidade, esforços e mão de obra
disponível.
Usam-se no dia a dia lajes, maciças de concreto, nervuradas, pré-moldadas, dentre
outras. Segundo Junior (2009), em 1854, William Boutland Wilkinson, patenteou um modelo
de laje nervurada, utilizando como formas elementos de gesso, preenchendo as nervuras com
concreto e posicionando aço parte inferior das nervuras, muito semelhante as lajes nervuradas
utilizadas hoje em dia.
Muito utilizado hoje em dia, as lajes treliçadas, surgiram na Europa após a Segunda
Guerra Mundial, a fim de resolver limitações que outras formas de lajes pré-moldadas
apresentavam, já no Brasil, tem relatos que estas lajes são utilizadas a mais de 40 anos, porém
a sua difusão se deu no início dos anos 90 de forma mais acentuada até os dias atuais
(OLIVEIRA, 2010).
Comumente conhecida como laje treliçada, esta designação advém das lajes pré-
fabricadas, que segundo a ABNT NBR 14.859-1 (2016), podem ser formados por diversos tipos
de elementos pré-moldados, neste caso, podendo ser utilizado as vigotas treliçadas como
elemento estrutural em conjunto com elementos inertes de enchimento, conforme representado
pela Figura 1 abaixo.
13
Elemento de
Enchimento
A laje treliçada, de acordo com Júnior (1999), pode ser tratado como uma estrutura
monolítica, tendo em vista a boa aderência entre o concreto pré-moldado da vigota e o concreto
moldado in loco em virtude da armadura treliçada da vigota, tal armadura é uma estrutura
formada através de um sistema industrial de eletrofusão o qual une duas treliças através dos
vértices.
A armadura utilizada nas lajes treliçadas deve seguir as recomendações da ABNT NBR
14.859-3 (2017), a qual diretriza dentre outras características, a terminologia utilizada na
designação das treliças, através do uso da abreviatura TR, procedido na sequência do valor da
altura da armadura em centímetros, diâmetros em milímetros do aço que compõem o banzo
superior, diagonais e banzo inferior da armadura, todos estes sem casas decimais. A referida
norma ainda informa que deve ser diferenciado a categoria do aço utilizado na armadura, sendo
que no caso de utilização de aço CA 50, deve-se utilizar a letra “A” em seguida ao número
indicativo da bitola correspondente, caso seja utilizado aço CA 60, não há qualquer designação.
A título de exemplificar o que fora dito no parágrafo anterior, a norma ABNT NBR
14.859-3 (2017), dá um exemplo de uma designação de uma armadura CA 60, com altura de
14
8,0 cm, banzo superior com 6,0 mm, diagonal com 3,4 mm e banzo inferior de 4,2 mm, a qual
deve ser designada como TR 8634.
A forma da armadura treliçada eletrossoldada pode ser melhor visualizada através da
Figura 2, a qual mostra não somente a forma desta estrutura como também a nomenclatura das
partes constituintes da mesma.
Figura 2 – Representação da armação treliçada
Ainda a mesma norma informa, através da Tabela 2, também extraída da mesma norma,
alguns limites de tolerância aceitável em relação as dimensões da armadura treliçada para uso
por parte do profissional ou comprador do produto, também informa na mesma tabela as alturas
padronizadas de treliças.
15
Na composição da laje treliçada, a fim de reduzir peso ocupado pelo espaço do concreto
trabalhando a tração, costuma-se utilizar elementos de enchimentos inertes sem função
estrutural, que funcionam também como fôrma para o concreto complementar lançado in loco,
tais elementos de enchimentos devem seguir as orientações da NBR 14.859-2 (2016).
A referida norma traz, diversos tipos de enchimentos, destacando-se, dois dos mais
utilizados em obras comuns, a lajota cerâmica (LC) e a lajota de EPS (LEPS). A lajota cerâmica,
feita de material argiloso, sendo caracterizado pela norma citada como um elemento de ruptura
frágil, representado na Figura 3.
Figura 3 – Representação da Lajota Cerâmica
A ABNT 14.859-2 (2016), cita ainda outros elementos de enchimento com formatos e
composições diferentes, além disso, a mesma norma informa as dimensões mínimas que devem
ser atendidas por esses elementos de enchimentos, com suas respectivas tolerâncias mínimas.
Os pesos desses elementos de enchimentos devem levados em consideração no
momento da obtenção do peso próprio laje com vigota treliçada, podendo segundo o item 5.1
da NBR 6120 (2019), ser estimado por não constarem na relação de tabelas da norma. Nesse
caso, deve-se conhecer o peso dos elementos de enchimentos utilizados, na Tabela 4 a seguir é
apresentado os pesos unitários de algumas lajotas cerâmicas usadas de enchimentos e peso
específico obtido considerando as dimensões do elemento e o maior peso entre alguns
fabricantes (A, B e C), considerando os vazios dos furos.
Tabela 4 – Características de algumas lajotas treliçadas
Peso (kg) de Peso específico
Nomenclatura Fabricantes
Altura Comprimento Largura calculado pelo
do elemento
(cm) (cm) (cm) maior peso
cerâmico A B C
(kg/m³)
H06x20x30 6,00 20,00 30,00 2,00 2,05 - 569,44
H07x20x30 7,00 20,00 30,00 2,40 - 2,75 654,76
H07x20x25 7,00 20,00 25,00 2,00 - - 571,43
H08x20x30 8,00 20,00 30,00 2,50 2,73 - 568,75
H10x20x30 10,00 20,00 30,00 3,10 - - 516,67
H12x20x30 12,00 20,00 30,00 3,50 4,10 4,00 569,44
18
Lajes montadas dessa maneira, são conhecidas por lajes treliçadas unidirecionais, por
serem armadas em uma única direção o que acaba fazendo com que transfiram suas cargas, ou
maior parte delas em uma única direção, agindo de forma semelhante a vigas em formato “T”,
existindo ainda as lajes treliçadas que são armadas nas duas direções comumente conhecidas
com lajes treliçadas bidirecionais distribuindo os esforços de forma semelhante as lajes maciças,
não tratado neste estudo.
Salienta-se também a importância de haver nervuras transversais nas lajes treliçadas
unidirecionais, em virtude de auxiliarem a transferência de cargas de uma nervura para outra,
fazendo com que as lajes trabalhem de forma conjunta, tais nervuras são obtidas atravessando
armaduras no sentido transversal das vigotas treliçadas das lajes, sendo concretadas todas juntas
(CUNHA, 2012), conforme pode ser visto por exemplo na Figura 6 a seguir.
20
Nervura
Transversal
Outra situação que cabe ressaltar, é que segundo estudos de Carvalho e Figueiredo Filho
(2014), as lajes treliçadas por conta das suas características próprias, apresentam maior
deformação quando comparado a uma laje maciça de mesma espessura final, considerando um
mesmo carregamento, o que implica em dificuldades no atendimento ao ELS, sendo assim estas
lajes são mais suscetíveis ao aparecimento de patologias não somente a elas mas aos elementos
vinculados a ela, como parede sobre laje, ou revestimentos com baixo módulo de elasticidade.
Dessa forma ressalta-se aqui a importância da verificação e atendimento para estas lajes ao ELS,
a fim de evitar patologias futuras provocadas por uma deformação excessiva.
21
3. DIMENSIONAMENTO
E ainda:
22
0,5 ∙ 𝑏2
𝑏1 = { (3.2)
0,1 ∙ 𝑎
Sendo o valor de a segundo a NBR 6118 (2014) estimado segundo a vinculação dos
apoios e o vão do tramo em questão l, onde:
𝑎 = 1,0 ∙ 𝑙 (viga simplesmente apoiada);
𝑎 = 0,75 ∙ 𝑙 (tramo com momento em uma só extremidade);
𝑎 = 0,60 ∙ 𝑙 (tramo com momentos nas duas extremidades);
𝑎 = 2,0 ∙ 𝑙 (tramo em balanço).
Segundo a NBR 6118 (2014) a altura da mesa hf deve ser maior ou igual a 1/15 da
distância entre as faces das nervuras e não menor que 4 cm, devendo ainda respeitar os seguintes
limites:
ℎ𝑓 = 5 𝑐𝑚 (quando existirem tubulações embutidas na mesa, com diâmetro até 10 mm;
ℎ𝑓 = 4 𝑐𝑚 + ∅ (quando existirem tubulações embutidas na mesa, com diâmetro maior
que 10 mm, sendo Ø o diâmetro da referida tubulação);
ℎ𝑓 = 4 𝑐𝑚 + 2 ∙ ∅ (quando existirem tubulações embutidas na mesa, com diâmetro
maior que 10 mm e ainda podendo haver cruzamento destas tubulações, sendo Ø o
diâmetro da tubulação);
A NBR 6118 (2014), informa através do seu item 14.6.4.3, que para garantir condições
dúcteis, o dimensionamento de vigas e lajes, deve obedecer a limites da profundidade da linha
neutra, sendo x/d ≤ 0,45 para concretos com fck ≤ 50 MPa e x/d ≤ 0,35 para concretos com fck de
50 a 90 MPa. O limite imposto pela NBR 6118:2014, na prática impõe que seja dimensionado
as peças no domínio 2 e parte do domínio 3, obtendo dessa forma um dimensionamento dúctil e
seguro, onde antes da estrutura vir a colapso, a mesma deforma bastante, escoa o aço, abrindo
muitas fissuras, “avisando”, dando tempo para os ocupantes da edificação saírem do local ou até
mesmo que promovam reforços na mesma, visando recuperar a capacidade resistente do
elemento.
Devem ser respeitados além do que já informado, os valores mínimos de cobrimento de
concreto nas armaduras, valores mínimos de resistência para o concreto estrutural e também
23
relações máxima do fator água cimento (A/c), tudo isso a fim de se obter uma estrutura durável
e condizente com as normas atuais, estas características são de acordo com a classe de
agressividade ambiental a qual a estrutura ficará exposta, para tanto, apresenta-se das classes de
agressividade ambientais (CAA) na Tabela 5 (ABNT NBR 6118, 2014).
Tabela 5 – Classes de agressividade ambiental (CAA)
A definição da CAA, devem condizer com a realidade do ambiente da estrutura, com este
valor de CAA definido é determinado os valores mínimos de resistência característica do
concreto a compressão, bem como os valores máximos permitidos para a relação água/cimento,
conforme Tabela 6.
Tabela 6 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto
Os valores anteriores expostos são importantes para conseguir ter uma qualidade
adequada da estrutura de concreto empregada, mas também para se conseguir um uma vida útil
da estrutura condizente com as normativas vigentes, dessa maneira os cobrimentos aplicados
para proteção da armadura são definidos com base na mesma premissa, de acordo com a Tabela
7 a seguir.
Tabela 7 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal para ∆c = 10 mm
Ainda a respeito dos cobrimento nominais, a NBR 6118 (2014), informa em seu item
7.4.7.4, que quando houver controle adequado de qualidade e limites rígidos em relação a
variabilidade das medidas durante a execução, pode-se reduzir os cobrimentos informados na
Tabela 6 em até 5 mm, porém estes controles rigorosos devem ser explicitados em projeto.
Outra situação importante que deve ser respeitada para o dimensionamento das estruturas
é a obtenção de cargas, regidas no caso pela NBR 6120 (2019), a qual preconiza cargas para
utilização em projetos de estruturas, a referida norma dos valores de cargas acidentais e também
valores de pesos específicos para definição de pesos de alguns materiais, essas definições estão
dispostas em tabelas dentro da referida norma.
25
Ainda segundo a NBR 6118 (2014), a distribuição de tensões no concreto pode ser feita
considerando um retângulo equivalente a parábola retângulo, com tensão de pico igual a
0,85. 𝑓𝑐𝑑 , onde neste caso a profundidade deste retângulo será 𝑦 = 𝜆. 𝑥, possuindo o λ valor de
0,8 para concretos com fck menor que 50 MPa, conforme representado na Figura 9 a seguir com
exemplo de uma peça estrutural trabalhando no domínio 2. Salienta-se aqui que condição da
tensão de pico de 0,85. 𝑓𝑐𝑑 é válida somente para o caso de no caso da largura da seção, medida
paralelamente à linha neutra, não diminuir a partir desta para a borda comprimida, caso contrário
o valor precisa ser corrigido multiplicado por um valor de 0,9.
26
𝑓𝑐𝑘 (3.6)
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 ∙ ≤ 1,0
80
Sendo:
αe - é o fator que correlaciona o tipo de agregado graúdo (αe = 1,0 para granito);
𝛼 ∙ 𝑓𝑐𝑡,𝑚 ∙ 𝐼𝑐
𝑀𝑟 = (3.7)
𝑦𝑡
Sendo:
hf – altura da mesa de uma viga, no caso da laje treliçada, adotado este sendo o valor
de “hc” (cm);
Além da flecha imediata, a referida norma informa que deve ser contabilizado o efeito
da fluência no concreto para o cálculo da flecha diferida no tempo, sendo esta, a deformação
final de cálculo. Para esta consideração a norma informa um modo simplificado de se considerar
esta flecha devido ao efeito de fluência no seu item 17.3.2.1.2, para tanto o valor da flecha final,
considerando o efeito de fluência, é obtida pela multiplicação da flecha imediata por (1 + 𝛼𝑓 ).
Para o cálculo de αf a NBR 6118 (2014), sugere as expressões 3.9, 3.10, 3.11, sendo que para a
condição de t > 70 meses, adota-se o ξ(t) = 2,00 e para t < 70 meses calcula-se o ξ(t) através da
equação 3.12, conforme segue.
∆𝜉
𝛼𝑓 = (3.9)
1 + 50 ∙ 𝜌′
′
𝐴𝑠 ′ (3.10)
𝜌 =
𝑏∙𝑑
Sendo:
ξ(t) – coeficiente função do tempo, sendo para t > 70 meses adotado o valor de 2,00;
∑ 𝑃𝑖 ∙ 𝑡0𝑖 (3.13)
𝑡0 =
∑ 𝑃𝑖
Salienta-se aqui, que apesar da NBR 6118 (2014) possibilitar o uso do método
simplificado de consideração de fluência para o cálculo da flecha diferida, segundo estudos de
Kataoka (2005), essa simplificação tende a gerar flechas diferidas muito abaixo dos valores
encontrados na realidade, conforme pode ser visto na Figura 10, onde é mostrado a diferença
entre a flecha diferida no tempo, usando o método simplificado do item 17.3.2.1.2 da NBR
6118:2014 que na época era vigente o de 2003, método do anexo A da NBR 6118:2014 que na
época era vigente o de 2003 nomeado não fissurado, um modelo de relação entre as curvaturas
informado na NBR 6118:1978 que não é mais contemplado pela versão de 2014 e também o
valor através da medição in loco pelo experimento citado.
Conforme visualizado na Figura 10, a flecha diferida pelo método simplificado do item
17.3.2.1.2 da NBR 6118:2014 apresentou valores muito abaixo do modelo experimental, por
outro lado o modelo mais completo da NBR 6118:2014, representado no anexo A dá valores
mais próximos ao real, se mostrando um modelo mais adequado para esse dimensionamento.
31
Conforme já informado, as lajes treliçadas, desde que atendam aos limites de dimensões
normativas, são tratadas para fim de dimensionamento como laje e seu dimensionamento fica
semelhante ao de uma viga com seção “T”. Com isso tem-se duas hipóteses de cálculo ao ELU
para as mesmas, a primeira considerando que a linha neutra esteja na mesa da laje (capa de
concreto), e a outra considerando que a linha neutra esteja na alma da viga (parte mais estreita
de concreto), conforme pode ser visualizado na Figura 11.
Figura 11 – Hipótese de posição da linha neutra para o ELU em lajes com vigotas
Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014), só se considera uma viga de seção “T” para
o dimensionamento quando parte da sua alma e também sua mesa estiverem comprimidas, caso
apenas a mesa esteja comprimida, o formato da área comprimida é retangular, podendo ser
dimensionada como um elemento retangular comum, o que simplifica os cálculos, pois a área
da parte de concreto tracionado é desconsiderado independente da forma, sendo considerada
para fins de equilíbrio das tensões apenas a área de aço nessa parte. Quando a parte comprimida
de concreto pegar a mesa e a alma é possível calcular considerando a seção subdividida em mais
seções retangulares para fazer o equilíbrio de tensões, conforme Figura 12 a seguir.
Figura 12 – Consideração para seção comprimida da alma e mesa
Considerando ainda, segundo Fusco (1981), que o equilíbrio de forças impõe que a força
na armadura tracionada deve ser igual ao esforço no concreto comprimido, matematicamente
representado pelas equações 3.14, 3.15 e 3.16.
𝐹𝑠 = 𝐹𝑐𝑑 (3.14)
𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑 (3.15)
Sendo:
Sendo:
Para o cálculo de momento de inércia no estádio II, Carvalho e Figueiredo Filho (2014)
recomenda duas equações, de acordo com a posição da linha neutra do elemento estrutural no
estádio II, sendo para xII ≤ hf o valor de III calculado pela equação 3.18, e para xII > hf calculado
pela equação 3.19, com os demais parâmetros para estas equações, ainda segundo Carvalho e
Figueiredo Filho (2014), sendo calculados pelas equações 3.20, 3.21, 3.22, 3.23 e 3.24, adotando
segundo a ABNT NBR 6118 (2014), o módulo de elasticidade do aço de armadura passiva CA
50 como Es=210.000 MPa:
𝑏𝑓 ∙ 𝑥𝐼𝐼 3
𝐼𝐼𝐼 = + 𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 ∙ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑 )2 + (𝛼𝑒 − 1) ∙ 𝐴′𝑠 ∙ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑′)2 (3.18)
3
2
(𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∙ ℎ𝑓 3 𝑏𝑓 ∙ 𝑥𝐼𝐼 3 ℎ𝑓
𝐼𝐼𝐼 = + + (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∙ (𝑥𝐼𝐼 − ) +
12 3 2
(3.19)
𝑏𝑓 (3.21)
𝑎1 =
2
𝑎2 = (𝛼𝑒 − 1) ∙ 𝐴′ 𝑠 + 𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 (3.22)
𝑎3 = −𝑑 ′ ∙ (𝛼𝑒 − 1) ∙ 𝐴′ 𝑠 − 𝑑 ∙ 𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 (3.23)
𝐸𝑠 (3.24)
𝛼𝑒 =
𝐸𝑐𝑠
Sendo:
xII - distância da posição da linha neutra no estádio II da peça em relação a fibra mais
comprimida de concreto armado (cm);
34
bf – largura colaborante da mesa de uma viga, no caso da laje treliçada, adotado este
sendo o valor de “i” (cm);
hf – altura da mesa de uma viga, no caso da laje treliçada, adotado este sendo o valor
de “hc” (cm);
4. METODOLOGIA
o dimensionamento das lajes, podendo então ser feitas considerações de seção retangular ao
invés de seção T (CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO, 2014).
0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 0,80 ∙ ℎ𝑐 ∙ 𝑏𝑓
𝐴𝑠 𝑚á𝑥 = (4.1)
𝑓𝑦𝑑
Sendo:
𝑀𝑑 = 𝛾𝑓 ∙ 𝑀𝑘 (4.5)
Sendo:
Com isso, após encontrado o momento máximo de projeto suportado por cada
composição laje, encontrou-se os valores de comprimento que geram tal momento, variando a
carga aplicada por meio da equação 4.2.
39
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para o peso próprio estimado das lajes referenciadas no Quadro 1, foi montado o Quadro
2 descrevendo os dados para obtenção destes pesos próprios, considerando também os pesos
específicos dos materiais já mencionados anteriormente, considerando para tanto, todas as lajes
com bw=9,0 cm, av=3,0 cm e ah=1,5 cm, também já mencionado. No mesmo quadro apresenta-
se também as armaduras treliçadas utilizadas nas referidas lajes, critério de escolha foi mesma
altura dos enchimentos, armadura dos fios inferiores iguais de menor diâmetro possível (Ø
5,00mm CA 60), visando economia na compra das treliças.
Quadro 2 – Peso próprio das lajes, armadura treliçada e demais dimensões
Peso específico (kN/m³) medidas da nervura (cm) Peso
Treliça
Laje ɣap.enc. - ɣap.conc. - próprio
adotada bw be b1 bf he hf h d
Enchimento Concreto (kN/m²)
H12A TR 8645 7,0 25,0 10,0 30,0 16,5 43,0 8,0 4,0 12,0 10,3 1,93
H16A TR 12645 7,0 25,0 10,0 30,0 16,5 43,0 12,0 4,0 16,0 14,3 2,38
H21A TR 16745 7,0 25,0 10,0 30,0 16,5 43,0 16,0 5,0 21,0 19,3 3,08
H12B TR 8645 0,3 25,0 10,0 37,0 20,0 50,0 8,0 4,0 12,0 10,3 1,46
H16B TR 12645 0,3 25,0 10,0 37,0 20,0 50,0 12,0 4,0 16,0 14,3 1,67
H21B TR 16745 0,3 25,0 10,0 37,0 20,0 50,0 16,0 5,0 21,0 19,3 2,13
Fonte: Autor (2020)
(5.3)
pench = ((2 ∙ ((b1 ∙ he ) − (ah ∙ av ))) ∙ 1,0 m) ∙ γ.ap.ench.
Sendo:
pconc = (((0,43 ∙ 0,12) − 2 ∙ ((0,165 ∙ 0,08) − (0,015 ∙ 0,03))) ∙ 1,0 ) ∙ 25,0 = 0,6525 kN
(0,6525 + 0,1785)
p. p.H12A = = 1,93 kN/m²
(0,43 ∙ 1,0)
O peso próprio das demais lajes seguiram o mesmo processo de cálculo. A título de
curiosidade caso a laje fosse feito com as mesmas dimensões porém maciça, tal laje iria possuir
um peso próprio de 3,00 kN/m², desse maneira considerando a troca da parte do concreto onde
41
estaria trabalhando tração pelo enchimento cerâmico, reduz-se quase 40% do seu peso, em um
edifício de múltiplos pavimentos é uma redução expressiva do ponto de vista de cargas que vão
descarregar nas fundações, quando a comparação é feita com uma laje de mesma dimensão
porém com enchimento de EPS, a redução chega a 51%. Evidentemente que esta comparação
visa apenas avaliar a relação de peso próprio para lajes com mesma dimensão, sem avaliar as
diferenças de resistência de cálculo e deformação entre as condições da laje.
x x 4,0
≤= 0,45 ∴ = = 0,39 ≤ 0,45 OK!
d d 10,3
Através do cálculo apresentado, verificou para a presente situação, que com x=hf obteve-
se a área máxima de aço possível para atender as condições já citadas, e comprovou-se que ainda
assim obteria um dimensionamento com x/d ≤0,45. Dessa maneira é possível ir gradualmente
aumentando a armadura adicional na vigota treliçada até o limite, sem necessidade de verificar
o domínio de deformação, seguramente estando dentro do domínio 2 ou 3, e ainda assegurando
que o valor de x estará dentro da mesa, confirmando o dimensionamento da peça considerando
a mesma retangular.
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Cabe chamar a atenção aqui, que a área de aço encontrada é a somatória da área de aço
dos fios inferiores da vigota mais a armadura adicional, em outras palavras o limite de armadura
adicional é a diferença entre a área calculada e a existente por parte da treliça, outra condição é
que a armadura da treliça adotada é com fios CA 60, o que na prática seria uma área de aço
menor do que considerando CA 50, para efeito deste estudo a fim de simplificar os cálculos e
ficando a favor da segurança, considerou-se a armadura existente da treliça de mesma classe das
armaduras adicionais, ou seja CA-50, tal consideração não é impactante pois a área de aço da
treliça é muito pequena 2 Ø 5,0 mm - As TR = 0,39 cm². Para tanto apresenta-se através da equação
5.4 a área de aço adicional máxima possível para atender as condições já informadas.
As máx.ad. = As máx − As TR (5.4)
Sendo:
50
As ∙ fyd 0,70 ∙ 1,15
x= = = 0,58 𝑐𝑚
0,68 ∙ bf ∙ fcd 0,68 ∙ 43,0 ∙ 2,5
1,4
Cálculo do momento máximo resistente “Mk” para As = 0,70 cm² usando as equações
4.4 e 4.5, considerando ɣf=ɣd=1,4:
50
Md = As ∙ fyd ∙ (d − 0,4 ∙ x) = 0,70 ∙ ∙ (10,3 − 0,4 ∙ 0,58)
1,15
Md = 306,4 kN. cm = 3,06 kN. m
3,06
Md = γf ∙ Mk ∴ Mk = = 2,19 kN. m
1,4
Cálculo do vão máximo possível da nervura com momento “Mk” aplicado usando a
equação 4.2, considerando a carga “p” a carga por metro total aplicado na nervura, com
isso deve ser transformado a carga inicialmente por área em uma carga linear tendo em
vista a área de influência da carga, no caso o intereixo (i) que para esta situação é o
mesmo valor de bf, dessa forma deve-se somar o valor do peso próprio que será chamado
aqui de g1 e a carga extra adotada de g2=0,50 kN/m²:
g = g1 + g 2 = 1,93 + 0,50 = 2,43 kN/m²
p = g ∙ bf = 2,43 ∙ 0,43 = 1,05 kN/m
p ∙ l2 Mk ∙ 8 2,19 ∙ 8
Mk = ∴ l=√ =√ = 4,09 𝑚
8 p 1,05
O valor encontrado refere-se ao vão máximo teórico máximo que pode ser aplicado esta
nervura com essa consideração de carga para atender ao ELU. Para as demais lajes foi feito o
mesmo procedimento variando as cargas e armaduras adicionais.
Entendendo a importância das estruturas respeitarem não somente ao ELU, mas também
limites de deformação, dimensionou as lajes, ou nervuras das lajes, para o atendimento do ELS-
DEF, para isso, calculou-se a flecha imediata, para o caso de combinação permanente, quase
permanente e rara conforme sugere a NBR 6118:2014, à flecha imediata de combinação quase
permanente foi acrescentado o efeito de fluência através do método simplificado utilizando o
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coeficiente αf, por fim comparou-se com os limites normativos, desta maneira as lajes que
tiveram deformação superiores aos limites foram desconsideradas.
A seguir apresenta-se o processo de cálculo detalhado para verificação das lajes, para
isso de forma a exemplificar o dimensionamento, continuou-se utilizando a laje H12A a qual
atendeu ao ELU, com armadura adicional de 1 Ø 6,3 mm para um vão até 4,09 m.
Es 210.000
αe = = = 8,72
Ecs 24.080
a2 = (αe − 1) ∙ A′ s + αe ∙ As = 8,72 ∙ 0,70 = 6,10 cm²
a3 = −d′ ∙ (αe − 1) ∙ A′ s − d ∙ αe ∙ As = −10,3 ∙ 8,72 ∙ 0,70 = −62,87 cm³
−a2 ± √a2 2 − 4 ∙ a1 ∙ a3 −6,10 + √6,102 − 4 ∙ 21,5 ∙ (−62,87)
xII = =
2 ∙ a1 2 ∙ 21,5
xII = 1,57 cm < hf = 4,0 cm (linha neutra na mesa)
0,96 3 0,96 3
(E ∙ I)eq = 2408 ∙ {[ ] ∙ 2526,72 + [1 − ( ) ] ∙ 520,67} ≤ 2408 ∙ 2526,72
2,19 2,19
(E ∙ I)eq = 1.663.465,48 ≤ 6.084.341,76 OK!
(E ∙ I)eq = 1.663.465,48 kN. cm²
1,05
5 ∙ p ∙ l4 5 ∙ ( 100 ) ∙ 4094
arara = =
384 ∙ (E ∙ I)eq 384 ∙ 1.663.465,48
arara = 2,29 cm (flecha imediata − comb. rara)
Após calculado a flecha imediata para combinação quase permanente, deve ser incluída
a consideração da fluência nela, considerando que a estrutura continuará deformando mesmo
depois sua construção, para isso, primeiramente deve-se dividir as cargas de acordo com sua
idade de aplicação de acordo com as necessidades locais
Cargas de peso próprio: No caso o peso próprio das lajes, foi considerado que esta
parcela de esforços estará solicitando a estrutura logo após a desforma ou retirada de
escoras, que nesse caso adotou-se como 7 dias.
Cargas Variáveis: No caso das cargas extras tratadas nesse trabalho, foi considerado que
as mesmas poderiam vir a ser as mais diversas possíveis, sendo assim adotou-se que tais
cargas só entrariam em uso após o tempo da necessário para a estrutura ganhar a
resistência de projeto, neste caso, 28 dias.
Resumo das considerações:
g1 = 1,93 kN/m² - t01 = (7/30) = 0,23 (tempo em meses para aplicação da carga na
estrutura;
g2 = 0,50 kN/m² - t02 = (28/30) = 0,93 (tempo em meses para aplicação da carga na
estrutura;
Dessa maneira pode-se usar as equações 3.9, 3.11, 3.12 e 3.13 para se encontrar
coeficiente αf e a flecha diferida no tempo (a total,ꝏ), através da multiplicação da flecha imediata
pelo coeficiente αf. Como não há armadura de compressão, A’s=0 e ρ’=0.
Segundo a NBR 6118:2014, como se pretende avaliar a estrutura durante toda sua vida
útil, que em projeto é 50 anos, com isso é para t > 70 meses, dessa forma ξt= 2,0, como t0=0,37,
calcula-se o ξt0 através da equação 3.12.
ξ(t0) = 0,68 ∙ (0,996t) ∙ t 0,32 = 0,68 ∙ (0,9960,37 ) ∙ 0,370,32
ξ(t0) = 0,49
∆ξ = ξ(t) − ξ(t 0 ) = 2 − 0,49 = 1,51
∆ξ 1,51
αf = ′
= = 1,51
1 + 50 ∙ ρ 1 + 50 ∙ 0
atotal,ꝏ = a ∙ (1 + αf ) = 1,71 ∙ (1 + 1,51) = 4,29 cm
Ainda segundo a mesma norma e também comentado no item 3.5, a flecha para
combinação quase permanente, deve verificada e atender o limite para imposto para
aceitabilidade sensorial, conforme abaixo. Caso ultrapassado este limite, pode ser aplicado
ainda uma contra-flecha de no máximo l/350 afim de atender ao deslocamento limite.
l 409
alim = = = 1,64 cm
250 250
atotal,ꝏ > alim (Não passou)
l 409
acf,máx. = = = 1,17 cm
350 350
afinal,ꝏ = atotal,ꝏ − acf,máx. ≤ alim
afinal,ꝏ = 4,29 − 1,17 ≤ 1,64
afinal,ꝏ = 3,12 > 1,64 (ainda não passou)
Não passando a flecha final para as deformações limites, impostas pela NBR 6118:2014,
não pode ser utilizado está laje nesta configuração, com esse comprimento em conjunto com
essa carga, em virtude de não atender a norma.
Caso esta laje passasse por esta verificação, necessitaria ainda verificar a flecha devido
as cargas acidentais para o limite imposto pela norma, dessa forma só, e somente assim poderia
ser validado a laje para condição de aceitabilidade sensorial.
Flecha cargas acidentais e aceitação normativa
Embora a laje em questão não tenha passado na verificação de aceitabilidade sensorial
na flecha diferida, será apresentado a verificação a título de ilustração do processo completo. A
flecha devido as cargas acidentais, pode ser encontrado através da diferença entre a flecha de
combinação rara e a flecha devido a combinação permanente.
l
aacid = arara − aperm ≤ alim =
350
50
409
aacid = 2,29 − 1,46 ≤ alim =
350
aacid = 0,83 ≤ alim = 1,17 (OK)
Observa-se que laje atende a verificação para a flecha devido as cargas acidentais,
validando a mesma com essa flecha para aceitabilidade sensorial. As demais lajes, com demais
configurações de armadura adicional e demais vãos também foram verificados da mesma
maneira que esta laje
Após todas as lajes serem verificadas quanto ao atendimento ao ELU, montou-se seis
quadros, referentes as seis configurações de lajes estudadas, e a cada situação de armadura
complementar, vão teórico e carga variável, foi verificada para o atendimento da laje ao ELS-
DEF, conforme apresentado no item 5.3 deste trabalho, após esta verificação, apresenta-se
como resultado quadros mostrando o atendimento destas lajes para o ELU e ELS, diferenciando
as lajes em situação de atendimento apenas ao ELU, e também ao atendimento ao ELS-DEF,
de maneira que nos quadros de forma geral, os valores apresentados atendem 100% ao
dimensionamento ao ELU, sendo avaliados então para o atendimento do ELS. Apresenta-se
estes quadros nos Apêndice A, B, C, D, E e F deste trabalho.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A respeito das lajes treliçadas, observou-se que o grande atrativo das lajes, é a economia
de material por conta da retirada do concreto da região tracionada, conseguindo também um
menor peso da laje, neste aspecto funciona quando se fala em atendimento apenas do ELU,
porém quando verifica-se as lajes ao deslocamento vê-se que as mesmas acabam não passando
por lhe faltar rigidez, dessa forma deve-se tomar cuidado quando se usa a laje treliçada, pois
por mais que seja atendido o dimensionamento quanto a ruptura, o elemento não costuma passar
nas verificações de serviço.
Ao analisar os resultados, verificou-se que grande maioria das lajes embora estivessem
atendendo ao ELU, não atendiam o ELS. Um dos principais motivos para isso é que as lajes
foram analisadas para o vão máximo que atendia o ELU, dessa maneira uma alternativa para o
atendimento aos limites de serviço seria reduzir o vão limite até passar nas verificações.
Sugere-se em trabalhos futuros uma análise mais refinada dos dados, buscando encontrar
os limites de vãos para estas lajes para que seja atendida as verificações de ELS e montado novos
quadros analisando também o atendimento quanto ao ELU delas.
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REFERÊNCIAS
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______. NBR 14859: laje pré-fabricada - requisitos - parte 1: lajes unidirecionais. Rio de
Janeiro, 2002.
______. NBR 14859: lajes pré-fabricadas de concreto - parte 1: vigotas, minipainéis e painéis
- requisitos. Rio de Janeiro, 2016.
______. NBR 14859: lajes pré-fabricadas de concreto - parte 2: elementos inertes para
enchimento e fôrma - requisitos. Rio de Janeiro, 2016.
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em: <http://rangellage.com.br/wp-content/uploads/2019/06/Manual-Lajes-
Treli%C3%A7adas.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2020.
CUNHA, Mateus Ortigosa. Recomendações para projeto de lajes formadas por vigotas com
armação treliçada. 2012. 145 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Estruturas,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2012.
DROPPA JÚNIOR, Alonso. Análise estrutural de lajes formadas por elementos pré-
moldados tipo vigota com armação treliçada. 1999. 195 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
de Engenharia de Estruturas, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,
São Carlos, 1999.
FAULIM (São Paulo). Catálogo Canaleta para nervura e lajota cerâmica. 2017. 6 f.
Disponível em: <faulim.com.br/default/laje/imagens/catalogos/catalogo.pdf>. Acesso em: 19
jul. 2020.
MAGALHÃES, Fábio Lopes. Estudo dos momentos fletores negativos nos apoios de lajes
formadas por elementos pré-moldados tipo nervuras com armação treliçada. 2001. 172 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Estruturas, Universidade de São Paulo, São
Carlos, 2001.
OLIVEIRA, Anderson de. Lajes treliçadas pré-moldadas produzidas com concreto leve
estrutural. 2010. 95 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Centro de Ciência
e Tecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos
Goytacazes, 2010.
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