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UNIVERSIDADE PAULISTA

PÓS-GRADUAÇÃO EM NOME DO CURSO

PABLO RAFAEL ANIBAL DILL

DIMENSIONAMENTO DE LAJES TRELIÇADAS:


TABELAS PARA PRÉ-DIMENSIONAMENTO

FOZ DO IGUAÇU-PR
2020
PABLO RAFAEL ANIBAL DILL

DIMENSIONAMENTO DE LAJES TRELIÇADAS:


TABELAS PARA PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Pós-Graduação em Estruturas de Concreto
Armado e Fundações, Universidade Paulista,
como requisito parcial para obtenção do título
de Especialista.

FOZ DO IGUAÇU-PR
2020
PABLO RAFAEL ANIBAL DILL

DIMENSIONAMENTO DE LAJES TRELIÇADAS:


TABELAS PARA PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Pós-Graduação em Estruturas de Concreto
Armado e Fundações, Universidade Paulista,
como requisito parcial para obtenção do título
de Especialista.

Aprovado em: ____/____/____


Resultado: _______________

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP

______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP

______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
“Aonde haja tração, que haja o aço.”
Roberto Chust Carvalho
RESUMO

Um sistema originário na Europa em um pós guerra com propaganda de ser uma laje barata e
rápida, aliado ao conceito de fabril de pré fabricado, as lajes treliçadas, surgiram para agilizar
a reconstrução das edificações destruídas pela segunda guerra mundial, logo chegaram ao Brasil
e caiu no gosto do brasileiro, principalmente pela simplicidade e custo da execução, hoje em
dia é um dos principais sistemas construtivos de laje do país, por conta disso, várias indústrias
surgiram desenvolvendo e comercializando esse sistema de laje, muitos ainda hoje utilizando
premissas de tabelas de dimensionamento desenvolvidas com base na antiga NBR 6118:1978,
sem atender critérios normativos atuais, com isso se faz necessário uma revisão nessas tabelas
e melhorias, afim de atender os critérios normativos atuais. Dessa forma o presente trabalho
visa o esclarecimento sore o sistema de lajes usando vigotas treliçadas e dimensionamento
dessas lajes atendendo aos critérios atuais de norma, tanto para o Estado de Limite Último
(ELU), quanto ao Estado Limite de Serviço (ELS) frente as deformações e ao fim apresenta-se
uma tabela de dimensionamento atendendo ambos os estados.

Palavras-chave: Lajes Treliçadas. Vigotas. Armadura Treliçada. Viga T.


ABSTRACT

A system that originated in Europe in a post-war period with the advertisement of being a cheap
and fast slab, combined with the concept of a prefabricated factory, latticed slabs, appeared to
expedite the reconstruction of buildings destroyed by the Second World War, soon arrived in
Brazil and gained popularity among the Brazilian people, mainly due to the simplicity and cost
of execution, nowadays it is one of the main construction systems of slab in the country, because
of that, several industries emerged developing and commercializing this slab system, many even
today using table assumptions design developed based on the old NBR 6118: 1978, without
meeting current normative criteria, therefore it is necessary to review these tables and improve
them, in order to meet the current normative criteria. Thus, the present work aims to clarify the
slab system using lattice joists and dimensioning of these slabs according to the current standard
criteria, both for the State of Ultimate Limit (ELU), and the State Limit of Service (ELS) in the
face of deformations and at the end a dimensioning table is presented, attending both states.

Keywords: Lattice Slabs. Beams. Lattice Armor. T beam..


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Representação gráfica de laje treliçada………………………………………....13


Figura 2 – Representação da armação treliçada…………………….………………..……14
Figura 3 – Representação da Lajota Cerâmica………………………...…………….….…16
Figura 4 – Representação da Lajota de EPS………………………………………….…....17
Figura 5 – Montagem das lajes com vigotas treliçadas…………………...…………....…..19
Figura 6 – Exemplo de Nervura Transversal…………………………………………...…..20
Figura 7 – Largura efetiva da mesa colaborante em lajes com vigotas treliçadas……......21
Figura 8 – Domínios de estado-limite último de uma seção transversal…………………...25
Figura 9 – Distribuições de tensões em elementos de concreto……………………………..26
Figura 10 – Variação de flecha diferida no tempo por vários métodos……………………30
Figura 11 – Hipótese de posição da linha neutra para o ELU em lajes com vigotas……...31
Figura 12 – Consideração para seção comprimida da alma e mesa………………………..31
Figura 13 – Representação gráfica de laje treliçada com a localização das medidas..........36
Figura 14 – Esquema de medidas para laje treliçada………………………………............40
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Diâmetro nominal mínimo do fio ou barra de aço no banzo superior da


treliça…………………………………………………………………………………………14
Tabela 2 – Dimensões nominais e tolerâncias da treliça……………………….……….….15
Tabela 3 – Dimensões comercializadas de armaduras treliçadas…………………………15
Tabela 4 – Características de algumas lajotas treliçadas…………………………………17
Tabela 5 – Classes de agressividade ambiental (CAA)…………………………………….23
Tabela 6 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto...23
Tabela 7 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento
nominal para ∆c = 10 mm…………………………………………………………………...24
Tabela 8 –Combinações de serviço………………………………………………………….27
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Resumo das medidas adotadas para as lajes…………………………….…..…35


Quadro 2 – Peso próprio das lajes, armadura treliçada e demais dimensões……….……39
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 11
1.1 Conceituação............................................................................................................. 11
1.2 Objetivos…................................................................................................................ 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 12
2.1 Descrição básica das lajes treliçadas...................................................................... 12
2.2 Armadura Treliçada para lajes............................................................................... 13
2.3 Elemento de enchimento..……………………………………………..................... 16
2.4 Aspectos construtivas de lajes utilizando vigotas treliçadas................................. 18

3 DIMENSIONAMENTO……………………........................................................... 21
3.1 Análise estrutural………………….......................................................................... 21
3.2 Imposições normativas gerais…………………...................................................... 22
3.3 Imposições normativas para cálculo do ELU…..................................................... 25
3.4 Imposições normativas para cálculo do ELS….......................................................26
3.5 Considerações para o dimensionamento de lajes treliçadas................................. 31

4 METODOLOGIA………………………………………………............................. 35

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES……..………………………..............................39
5.1 Peso próprio das lajes treliçadas…………………………..................................... 39
5.2 Dimensionamento atendendo ao ELU…………………………………………….41
5.3 Dimensionamento das lajes ao atendendo do ELS-DEF………………………….43
5.3.1 Características geométricas da seção transversal da laje no estádio I e verificação se o
elemento está fissurado………………………………………………………………………..44
5.3.2 Verificação se a laje está trabalhando no estádio I ou estádio II……………………….44
5.3.3 Características geométricas da seção transversal da laje no estádio II puro…………...46
5.3.4 Cálculo da flecha imediata e Rigidez Equivalente…………………………………….47
5.3.5 Efeito de fluência e flecha diferida no tempo (a total,ꝏ)………………………………...48
5.4 Tabelas de laje otimizadas para o atendimento ao ELU e ao ELS-DEF…………..50
15

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................51

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 52
11

1. INTRODUÇÃO

1.1. Conceituação

Muito utilizado hoje em dia a laje com vigota treliçada, já havia sido pensada desde
1854, quando William Boutland Wilkinson idealizou um modelo de laje treliçada retirando a
parte de concreto da região tracionada, ocupando o espaço com material inerte. Hoje em dia
substituído esse material inerte por outro, e utilizando de forma uma vigota moldada em fábrica,
a laje com vigota treliçada está extremamente difundida.

1.2. Objetivos

O presente trabalho, teve como premissa a contribuição a comunidade técnica com um


estudo aprofundado sobre o tema compilando vários dados importantes e fórmulas para fontes
de pesquisas futuras, para tanto desenvolveu-se quadros para o auxílio do dimensionamento de
forma rápida e segura de lajes com vigotas treliçadas unidirecionais pré-fabricadas,
considerando diversas alturas finais, diversas sobrecargas, diversos vãos, atendendo não
somente ao Estado Limite Último (ELU), mas também aos Estados Limites de Serviço (ELS).
Ao fim, após compilação dos dados, efetuou-se ajustes deles de forma gráfica, representados
em forma de quadros.
12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Botelho e Marchetti (2013), as lajes são planas e relativamente finas em relação
as suas outras dimensões e são as primeiras responsáveis por receber as cargas verticais de um
edifício e transferir estes esforços para as demais estruturas do mesmo de forma adequada e
eficiente. Existem diversos tipos de lajes de acordo com a necessidade, esforços e mão de obra
disponível.
Usam-se no dia a dia lajes, maciças de concreto, nervuradas, pré-moldadas, dentre
outras. Segundo Junior (2009), em 1854, William Boutland Wilkinson, patenteou um modelo
de laje nervurada, utilizando como formas elementos de gesso, preenchendo as nervuras com
concreto e posicionando aço parte inferior das nervuras, muito semelhante as lajes nervuradas
utilizadas hoje em dia.
Muito utilizado hoje em dia, as lajes treliçadas, surgiram na Europa após a Segunda
Guerra Mundial, a fim de resolver limitações que outras formas de lajes pré-moldadas
apresentavam, já no Brasil, tem relatos que estas lajes são utilizadas a mais de 40 anos, porém
a sua difusão se deu no início dos anos 90 de forma mais acentuada até os dias atuais
(OLIVEIRA, 2010).

2.1. Descrição básica das lajes treliçadas

Comumente conhecida como laje treliçada, esta designação advém das lajes pré-
fabricadas, que segundo a ABNT NBR 14.859-1 (2016), podem ser formados por diversos tipos
de elementos pré-moldados, neste caso, podendo ser utilizado as vigotas treliçadas como
elemento estrutural em conjunto com elementos inertes de enchimento, conforme representado
pela Figura 1 abaixo.
13

Figura 1 - Representação gráfica de laje treliçada

Elemento de
Enchimento

Vigota de concreto com


armadura Treliçada

Fonte: adaptado Gaspar (1997)

A laje treliçada, de acordo com Júnior (1999), pode ser tratado como uma estrutura
monolítica, tendo em vista a boa aderência entre o concreto pré-moldado da vigota e o concreto
moldado in loco em virtude da armadura treliçada da vigota, tal armadura é uma estrutura
formada através de um sistema industrial de eletrofusão o qual une duas treliças através dos
vértices.

2.2. Armadura Treliçada para lajes

A armadura utilizada nas lajes treliçadas deve seguir as recomendações da ABNT NBR
14.859-3 (2017), a qual diretriza dentre outras características, a terminologia utilizada na
designação das treliças, através do uso da abreviatura TR, procedido na sequência do valor da
altura da armadura em centímetros, diâmetros em milímetros do aço que compõem o banzo
superior, diagonais e banzo inferior da armadura, todos estes sem casas decimais. A referida
norma ainda informa que deve ser diferenciado a categoria do aço utilizado na armadura, sendo
que no caso de utilização de aço CA 50, deve-se utilizar a letra “A” em seguida ao número
indicativo da bitola correspondente, caso seja utilizado aço CA 60, não há qualquer designação.
A título de exemplificar o que fora dito no parágrafo anterior, a norma ABNT NBR
14.859-3 (2017), dá um exemplo de uma designação de uma armadura CA 60, com altura de
14

8,0 cm, banzo superior com 6,0 mm, diagonal com 3,4 mm e banzo inferior de 4,2 mm, a qual
deve ser designada como TR 8634.
A forma da armadura treliçada eletrossoldada pode ser melhor visualizada através da
Figura 2, a qual mostra não somente a forma desta estrutura como também a nomenclatura das
partes constituintes da mesma.
Figura 2 – Representação da armação treliçada

Vista em Corte Vista em Perspectiva


Fonte: ABNT - NBR 14.859-3 (2017)

A ABNT NBR 14.859-3 (2017), também preconiza dimensões mínimas referente ao


diâmetro nominal do banzo superior da armadura treliçada em relação a sua altura, tais
recomendações estão dispostas na Tabela 1 extraídas na NBR 14.859-3
Tabela 1 – Diâmetro nominal mínimo do fio ou barra de aço no banzo superior da treliça

Fonte: Tabela 1 da ABNT - NBR 14.859-3 (2017)

Ainda a mesma norma informa, através da Tabela 2, também extraída da mesma norma,
alguns limites de tolerância aceitável em relação as dimensões da armadura treliçada para uso
por parte do profissional ou comprador do produto, também informa na mesma tabela as alturas
padronizadas de treliças.
15

Tabela 2 – Dimensões nominais e tolerâncias da treliça

Fonte: Tabela 2 da ABNT - NBR 14.859-3 (2017)

Além destas informações, a referida norma apresenta procedimentos de ensaios de


resistência ao cisalhamento das soldas das armaduras e valores mínimos de resistência
aceitáveis nestes procedimentos de ensaio.
Usualmente fabricantes de treliças, tendem a padronizar os diâmetros e dimensões das
armaduras treliçadas, atendendo aos requisitos normativos impostos pela ABNT NBR 14.859-
3 (2017), a título de exemplo, na Tabela 3, apresenta-se uma imagem da tabela referente as
dimensões das armaduras treliçadas comercializadas pela empresa Arcelor Mittal, todas com
largura de 9,0 cm, com espaçamento dos paços de 20 cm, sendo disponibilizada em
comprimentos de 8,0 metros, 10,0 metros e 12,0 metros.
Tabela 3 – Dimensões comercializadas de armaduras treliçadas

Composição/ Fios - (mm)


Altura (h) Peso Linear
Modelo Designação Superior Diagonal Inferior
(mm) (kg/m)
(Ø S) (Ø D) (Ø I)
TB 8L TR 8644 80 6,0 4,2 4,2 0,735
TB 8M TR 8645 80 6,0 4,2 5,0 0,825
TB 12M TR 12645 120 6,0 4,2 5,0 0,886
TB 12R TR 12646 120 6,0 4,2 6,0 1,016
TB 16L TR 16745 130 7,0 4,2 5,0 1,032
TB 16R TR 16746 130 7,0 4,2 6,0 1,168
TB 20L TR 20745 200 7,0 4,2 5,0 1,111
TB 20R TR 20756 200 7,0 5,0 6,0 1,446
16

TB 25M TR 25856 250 8,0 5,0 6,0 1,686


TB 25R TR 25858 250 8,0 5,0 8,0 2,024
TB 30M TR 30856 300 8,0 5,0 6,0 1,823
TB 30R TR 30858 300 8,0 5,0 8,0 2,168
Fonte: Adaptado do Catálogo Técnico Treliças Nervuradas Arcelor Mittal (2020)

2.3. Elemento de Enchimento

Na composição da laje treliçada, a fim de reduzir peso ocupado pelo espaço do concreto
trabalhando a tração, costuma-se utilizar elementos de enchimentos inertes sem função
estrutural, que funcionam também como fôrma para o concreto complementar lançado in loco,
tais elementos de enchimentos devem seguir as orientações da NBR 14.859-2 (2016).
A referida norma traz, diversos tipos de enchimentos, destacando-se, dois dos mais
utilizados em obras comuns, a lajota cerâmica (LC) e a lajota de EPS (LEPS). A lajota cerâmica,
feita de material argiloso, sendo caracterizado pela norma citada como um elemento de ruptura
frágil, representado na Figura 3.
Figura 3 – Representação da Lajota Cerâmica

Fonte: ABNT - NBR 14.859-2 (2016)

Já a lajota de EPS, feita de poliestireno expandido, caracterizado pela mesma


norma como um elemento de ruptura dúctil, representados na Figura 4 a seguir.
17

Figura 4 – Representação da Lajota de EPS

Fonte: ABNT - NBR 14.859-2 (2016)

A ABNT 14.859-2 (2016), cita ainda outros elementos de enchimento com formatos e
composições diferentes, além disso, a mesma norma informa as dimensões mínimas que devem
ser atendidas por esses elementos de enchimentos, com suas respectivas tolerâncias mínimas.
Os pesos desses elementos de enchimentos devem levados em consideração no
momento da obtenção do peso próprio laje com vigota treliçada, podendo segundo o item 5.1
da NBR 6120 (2019), ser estimado por não constarem na relação de tabelas da norma. Nesse
caso, deve-se conhecer o peso dos elementos de enchimentos utilizados, na Tabela 4 a seguir é
apresentado os pesos unitários de algumas lajotas cerâmicas usadas de enchimentos e peso
específico obtido considerando as dimensões do elemento e o maior peso entre alguns
fabricantes (A, B e C), considerando os vazios dos furos.
Tabela 4 – Características de algumas lajotas treliçadas
Peso (kg) de Peso específico
Nomenclatura Fabricantes
Altura Comprimento Largura calculado pelo
do elemento
(cm) (cm) (cm) maior peso
cerâmico A B C
(kg/m³)
H06x20x30 6,00 20,00 30,00 2,00 2,05 - 569,44
H07x20x30 7,00 20,00 30,00 2,40 - 2,75 654,76
H07x20x25 7,00 20,00 25,00 2,00 - - 571,43
H08x20x30 8,00 20,00 30,00 2,50 2,73 - 568,75
H10x20x30 10,00 20,00 30,00 3,10 - - 516,67
H12x20x30 12,00 20,00 30,00 3,50 4,10 4,00 569,44
18

H16x20x30 16,00 20,00 30,00 4,50 5,47 4,90 569,79


H20x20x33 20,00 20,00 30,00 4,80 6,38 - 531,67
Fonte: Autor (2020)

Analisando a Tabela 4, a média de valores de peso específico para as lajotas cerâmicas


usadas como elementos de enchimento em laje treliçada seria 568,99 kg/m³, como não há uma
padronização de peso para os elementos, é aconselhável utilizar a favor da segurança, o maior
valor de peso específico da Tabela 4, arredondado para cima, ficando então condicionado o peso
específico da lajota cerâmica como 700 kg/m³ ou 7,0 kN/m³.
Para o EPS, segundo a Tabela 7 da NBR 6120 (2019), pode-se adotar o valor de 0,30
kN/m³, dessa forma é possível, sabendo-se as dimensões do elemento, se obter seu peso
adicional.

2.4. Aspectos Construtivas de Lajes utilizando Vigotas Treliçadas

Na montagem das lajes, posicionam-se as vigotas treliçadas, espaçadas paralelas uma


das outras e entre elas encaixam-se os elementos de enchimento, na sequência coloca-se uma
armadura denominada distribuição, e concreta-se uma capa de concreto unificando estas
armaduras e as vigotas treliçadas, onde esta capa tem a função de distribuir as cargas para as
nervuras por meio da armadura de distribuição e resistir as tensão de compressão equilibrando
com os esforços de tração que irão ocorrer nas nervuras (FLÓRIO, 2004). O processo descrito
pode ser melhor visualizado através da Figura 5 a seguir.
19

Figura 5 – Montagem das lajes com vigotas treliçadas

Fonte: EL - DEBS (2000)

Lajes montadas dessa maneira, são conhecidas por lajes treliçadas unidirecionais, por
serem armadas em uma única direção o que acaba fazendo com que transfiram suas cargas, ou
maior parte delas em uma única direção, agindo de forma semelhante a vigas em formato “T”,
existindo ainda as lajes treliçadas que são armadas nas duas direções comumente conhecidas
com lajes treliçadas bidirecionais distribuindo os esforços de forma semelhante as lajes maciças,
não tratado neste estudo.
Salienta-se também a importância de haver nervuras transversais nas lajes treliçadas
unidirecionais, em virtude de auxiliarem a transferência de cargas de uma nervura para outra,
fazendo com que as lajes trabalhem de forma conjunta, tais nervuras são obtidas atravessando
armaduras no sentido transversal das vigotas treliçadas das lajes, sendo concretadas todas juntas
(CUNHA, 2012), conforme pode ser visto por exemplo na Figura 6 a seguir.
20

Figura 6 – Exemplo de Nervura Transversal

Nervura
Transversal

Fonte: Manual de Lajes Treliçadas Faulin (2017)

Outra situação que cabe ressaltar, é que segundo estudos de Carvalho e Figueiredo Filho
(2014), as lajes treliçadas por conta das suas características próprias, apresentam maior
deformação quando comparado a uma laje maciça de mesma espessura final, considerando um
mesmo carregamento, o que implica em dificuldades no atendimento ao ELS, sendo assim estas
lajes são mais suscetíveis ao aparecimento de patologias não somente a elas mas aos elementos
vinculados a ela, como parede sobre laje, ou revestimentos com baixo módulo de elasticidade.
Dessa forma ressalta-se aqui a importância da verificação e atendimento para estas lajes ao ELS,
a fim de evitar patologias futuras provocadas por uma deformação excessiva.
21

3. DIMENSIONAMENTO

Para o dimensionamento das lajes treliçadas, usam-se metodologias consagradas


baseadas em conceitos da resistência dos materiais com o intuito de atender não somente as
premissas gerais das normas específicas para as lajes treliçadas, mas também considerando o
que pede a ABNT 6118:2014, a qual fixa várias condições que devem ser seguidas para o
dimensionamento de lajes nervuradas tanto para o ELU quanto para o ELS.

3.1. Análise estrutural

Segundo Magalhães (2001), as lajes treliçadas unidirecionais podem ser dimensionadas


como lajes nervuradas de seção “T”, onde para as quais devem ser respeitadas limites impostas
para lajes nervuradas e vigas de seção “T”, para tanto a NBR 6118 (2014) apresenta as
imposições citadas, as quais determinam as dimensões utilizadas para os dimensionamentos das
lajes, a seguir apresenta-se estas condições através da equação 3.1 e 3.2 em conjunto com a
Figura 7:
Figura 7 – Largura efetiva da mesa colaborante em lajes com vigotas treliçadas

Fonte: Magalhães (2001)


𝑏𝑓 = 𝑏𝑤 + 2 ∙ 𝑏1 (3.1)

E ainda:
22

0,5 ∙ 𝑏2
𝑏1 = { (3.2)
0,1 ∙ 𝑎

Sendo o valor de a segundo a NBR 6118 (2014) estimado segundo a vinculação dos
apoios e o vão do tramo em questão l, onde:
 𝑎 = 1,0 ∙ 𝑙 (viga simplesmente apoiada);
 𝑎 = 0,75 ∙ 𝑙 (tramo com momento em uma só extremidade);
 𝑎 = 0,60 ∙ 𝑙 (tramo com momentos nas duas extremidades);
 𝑎 = 2,0 ∙ 𝑙 (tramo em balanço).
Segundo a NBR 6118 (2014) a altura da mesa hf deve ser maior ou igual a 1/15 da
distância entre as faces das nervuras e não menor que 4 cm, devendo ainda respeitar os seguintes
limites:
 ℎ𝑓 = 5 𝑐𝑚 (quando existirem tubulações embutidas na mesa, com diâmetro até 10 mm;
 ℎ𝑓 = 4 𝑐𝑚 + ∅ (quando existirem tubulações embutidas na mesa, com diâmetro maior
que 10 mm, sendo Ø o diâmetro da referida tubulação);
 ℎ𝑓 = 4 𝑐𝑚 + 2 ∙ ∅ (quando existirem tubulações embutidas na mesa, com diâmetro
maior que 10 mm e ainda podendo haver cruzamento destas tubulações, sendo Ø o
diâmetro da tubulação);

3.2. Imposições normativas gerais

A NBR 6118 (2014), informa através do seu item 14.6.4.3, que para garantir condições
dúcteis, o dimensionamento de vigas e lajes, deve obedecer a limites da profundidade da linha
neutra, sendo x/d ≤ 0,45 para concretos com fck ≤ 50 MPa e x/d ≤ 0,35 para concretos com fck de
50 a 90 MPa. O limite imposto pela NBR 6118:2014, na prática impõe que seja dimensionado
as peças no domínio 2 e parte do domínio 3, obtendo dessa forma um dimensionamento dúctil e
seguro, onde antes da estrutura vir a colapso, a mesma deforma bastante, escoa o aço, abrindo
muitas fissuras, “avisando”, dando tempo para os ocupantes da edificação saírem do local ou até
mesmo que promovam reforços na mesma, visando recuperar a capacidade resistente do
elemento.
Devem ser respeitados além do que já informado, os valores mínimos de cobrimento de
concreto nas armaduras, valores mínimos de resistência para o concreto estrutural e também
23

relações máxima do fator água cimento (A/c), tudo isso a fim de se obter uma estrutura durável
e condizente com as normas atuais, estas características são de acordo com a classe de
agressividade ambiental a qual a estrutura ficará exposta, para tanto, apresenta-se das classes de
agressividade ambientais (CAA) na Tabela 5 (ABNT NBR 6118, 2014).
Tabela 5 – Classes de agressividade ambiental (CAA)

Fonte: Tabela 6.1 da ABNT - NBR 6118 (2014)

A definição da CAA, devem condizer com a realidade do ambiente da estrutura, com este
valor de CAA definido é determinado os valores mínimos de resistência característica do
concreto a compressão, bem como os valores máximos permitidos para a relação água/cimento,
conforme Tabela 6.
Tabela 6 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto

Fonte: Tabela 7.1 da ABNT - NBR 6118 (2014)


24

Os valores anteriores expostos são importantes para conseguir ter uma qualidade
adequada da estrutura de concreto empregada, mas também para se conseguir um uma vida útil
da estrutura condizente com as normativas vigentes, dessa maneira os cobrimentos aplicados
para proteção da armadura são definidos com base na mesma premissa, de acordo com a Tabela
7 a seguir.
Tabela 7 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal para ∆c = 10 mm

Fonte: Tabela 7.2 da ABNT - NBR 6118 (2014)

Ainda a respeito dos cobrimento nominais, a NBR 6118 (2014), informa em seu item
7.4.7.4, que quando houver controle adequado de qualidade e limites rígidos em relação a
variabilidade das medidas durante a execução, pode-se reduzir os cobrimentos informados na
Tabela 6 em até 5 mm, porém estes controles rigorosos devem ser explicitados em projeto.
Outra situação importante que deve ser respeitada para o dimensionamento das estruturas
é a obtenção de cargas, regidas no caso pela NBR 6120 (2019), a qual preconiza cargas para
utilização em projetos de estruturas, a referida norma dos valores de cargas acidentais e também
valores de pesos específicos para definição de pesos de alguns materiais, essas definições estão
dispostas em tabelas dentro da referida norma.
25

3.3. Imposições normativas para cálculo do ELU

Para o dimensionamento dos elementos de concreto armado ao ELU, devem ser


respeitados as imposições segundo o item 17.2 da NBR 6118 (2014), dentre elas o que diz
respeito a distribuição das deformações na seção transversal, a qual para o ELU, deve pertencer
a um dos domínios de deformação da Figura 8, considerando ε c2=2,0 ‰ e εcu=3,5 ‰ para
concretos até C50, εyd=2,07 ‰ para aços CA 50 e εyd=2,48 ‰ para aços CA 60.
Figura 8 – Domínios de estado-limite último de uma seção transversal

Fonte: Figura 17.1 da ABNT - NBR 6118 (2014)

Ainda segundo a NBR 6118 (2014), a distribuição de tensões no concreto pode ser feita
considerando um retângulo equivalente a parábola retângulo, com tensão de pico igual a
0,85. 𝑓𝑐𝑑 , onde neste caso a profundidade deste retângulo será 𝑦 = 𝜆. 𝑥, possuindo o λ valor de
0,8 para concretos com fck menor que 50 MPa, conforme representado na Figura 9 a seguir com
exemplo de uma peça estrutural trabalhando no domínio 2. Salienta-se aqui que condição da
tensão de pico de 0,85. 𝑓𝑐𝑑 é válida somente para o caso de no caso da largura da seção, medida
paralelamente à linha neutra, não diminuir a partir desta para a borda comprimida, caso contrário
o valor precisa ser corrigido multiplicado por um valor de 0,9.
26

Figura 9 – Distribuições de tensões em elementos de concreto

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho (2014)

3.4. Imposições normativas para cálculo do ELS

Para o dimensionamento dos elementos de concreto armado ao ELS, devem ser


respeitados as imposições segundo o item 17.3 da NBR 6118 (2014). Para tanto deve-se
considerar que dentro dos limites de serviços há várias situações a serem verificadas, neste
estudo será focado no ELS-DEF, que se refere ao estado limite de deformações excessivas,
edificações que não atendem este requisito podem vir apresentar deslocamentos que causem
patologias, diminuindo assim a vida útil da estrutura, além de provocar danos aos demais
elementos construtivos, implicando em desconforto aos usuários.
Para se evitar as situações relatadas, deve-se respeitar as deformações limites das
estruturas informadas no item 13.3 da referida norma, a qual apresenta vários limites de acordo
com o tipo de efeito que se deseja verificar e o tipo de carregamento a ser considerado. Para
tanto devem ser seguidos as combinações de ações em conjunto com os coeficientes de
ponderação, todos especificadas no item 11 da NBR 6118 (2014). Na Tabela 8 a seguir
apresenta-se as combinações que devem ser utilizadas no dimensionamento dos elementos ao
atendimento do ELS.
27

Tabela 8 – Combinações de serviço

Fonte: Tabela 11.4 da ABNT - NBR 6118 (2014)

Ainda segundo a NBR 6118:2014, no dimensionamento dos deslocamentos, pode ser


considerado a fórmula da rigidez equivalente de Branson no cálculo da flecha imediata
aproximada de vigas e lajes. Para o cálculo da rigidez equivalente, a ABNT NBR 6118 (2014),
recomenda a equação 3.3 (que é a fórmula proposta por Branson), da qual também foram
retiradas as equações para o cálculo do módulo de elasticidade secante representada neste
trabalho pelas equações 3.4, 3.5 e 3.6, sendo que quando considerado a utilização de granito
como agregado graúdo, tem-se o valor de αe=1,0 para o cálculo do módulo de elasticidade e
válido para concretos com resistência abaixo de 50 MPa para as lajes.
𝑀𝑟 3 𝑀𝑟 3 (3.3)
(𝐸 ∙ 𝐼 )𝑒𝑞 = 𝐸𝑐𝑠 ∙ {[ ] ∙ 𝐼𝑐 + [1 − ( ) ] ∙ 𝐼𝐼𝐼 } ≤ 𝐸𝑐𝑠 ∙ 𝐼𝑐
𝑀𝑎 𝑀𝑎

𝐸𝑐𝑖 = 𝛼𝑒 ∙ 5600 ∙ √𝑓𝑐𝑘 (3.4)

𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 ∙ 𝐸𝑐𝑖 (3.5)


28

𝑓𝑐𝑘 (3.6)
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 ∙ ≤ 1,0
80

Sendo:

Ecs – Módulo de elasticidade secante (MPa);

Eci – Módulo de elasticidade inicial (MPa);

Mr – Momento de fissuração da peça de concreto armado (kN.m);

Ma – Momento fletor atuante na seção crítica do vão considerado, ou seja, o momento


máximo no vão para vigas biapoiadas (kN.m);

Ic – Momento de inércia da seção bruta da peça de concreto (m4);

III – Momento de inércia da seção fissurada de concreto no estádio II (m4);

αe - é o fator que correlaciona o tipo de agregado graúdo (αe = 1,0 para granito);

αi - é o fator de ajuste do modelo de elasticidade;

Sendo necessário como um dos parâmetros da equação 3.3, o cálculo do momento de


fissuração, calculado pela equação 3.7 e a resistência à tração direta média pela equação 3.8,
segundo a ABNT NBR 6118 (2014):

𝛼 ∙ 𝑓𝑐𝑡,𝑚 ∙ 𝐼𝑐
𝑀𝑟 = (3.7)
𝑦𝑡

𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,3 ∙ 𝑓𝑐𝑘 2/3 (3.8)

Sendo:

α - é o fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na flexão com a


resistência à tração direta, para lajes correlacionadas como vigas de seção T (α = 1,2);

yt – é a distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada (m);

hf – altura da mesa de uma viga, no caso da laje treliçada, adotado este sendo o valor
de “hc” (cm);

fct,m – resistência à tração direta média (MPa);


29

Além da flecha imediata, a referida norma informa que deve ser contabilizado o efeito
da fluência no concreto para o cálculo da flecha diferida no tempo, sendo esta, a deformação
final de cálculo. Para esta consideração a norma informa um modo simplificado de se considerar
esta flecha devido ao efeito de fluência no seu item 17.3.2.1.2, para tanto o valor da flecha final,
considerando o efeito de fluência, é obtida pela multiplicação da flecha imediata por (1 + 𝛼𝑓 ).
Para o cálculo de αf a NBR 6118 (2014), sugere as expressões 3.9, 3.10, 3.11, sendo que para a
condição de t > 70 meses, adota-se o ξ(t) = 2,00 e para t < 70 meses calcula-se o ξ(t) através da
equação 3.12, conforme segue.

∆𝜉
𝛼𝑓 = (3.9)
1 + 50 ∙ 𝜌′


𝐴𝑠 ′ (3.10)
𝜌 =
𝑏∙𝑑

∆𝜉 = 𝜉 (𝑡) − 𝜉 (𝑡0 ) (3.11)

𝜉 (𝑡) = 0,68 ∙ (0,996𝑡 ) ∙ 𝑡 0,32 (3.12)

Sendo:

ξ(t) – coeficiente função do tempo, sendo para t > 70 meses adotado o valor de 2,00;

As’ – área de aço da armadura longitudinal de compressão (cm²);

ρ' – taxa de armadura comprimida na seção (%);

b – largura da viga (cm);

d – distância do centro de gravidade da armadura tracionada da peça à borda do


concreto comprimido (cm);

t – o tempo, em meses, quando se deseja o valor da flecha diferida;

t0 – a idade, em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa duração;

Quando as cargas forem aplicadas em idades (tempos) diferentes na estrutura, deve-se


calcular o valor de t 0, considerando estas diferentes datas e cargas aplicadas para então se
calcular o coeficiente αf, para tanto a NBR 6118 (2014), sugere a equação 3.13.
30

∑ 𝑃𝑖 ∙ 𝑡0𝑖 (3.13)
𝑡0 =
∑ 𝑃𝑖

Pi – representa as parcelas de carga;

t0i – é a idade em que se aplicou cada parcela Pi de carga (meses);

Salienta-se aqui, que apesar da NBR 6118 (2014) possibilitar o uso do método
simplificado de consideração de fluência para o cálculo da flecha diferida, segundo estudos de
Kataoka (2005), essa simplificação tende a gerar flechas diferidas muito abaixo dos valores
encontrados na realidade, conforme pode ser visto na Figura 10, onde é mostrado a diferença
entre a flecha diferida no tempo, usando o método simplificado do item 17.3.2.1.2 da NBR
6118:2014 que na época era vigente o de 2003, método do anexo A da NBR 6118:2014 que na
época era vigente o de 2003 nomeado não fissurado, um modelo de relação entre as curvaturas
informado na NBR 6118:1978 que não é mais contemplado pela versão de 2014 e também o
valor através da medição in loco pelo experimento citado.

Figura 10 – Variação de flecha diferida no tempo por vários métodos

Fonte: Kataoka (2005)

Conforme visualizado na Figura 10, a flecha diferida pelo método simplificado do item
17.3.2.1.2 da NBR 6118:2014 apresentou valores muito abaixo do modelo experimental, por
outro lado o modelo mais completo da NBR 6118:2014, representado no anexo A dá valores
mais próximos ao real, se mostrando um modelo mais adequado para esse dimensionamento.
31

3.5. Considerações para o dimensionamento de lajes treliçadas

Conforme já informado, as lajes treliçadas, desde que atendam aos limites de dimensões
normativas, são tratadas para fim de dimensionamento como laje e seu dimensionamento fica
semelhante ao de uma viga com seção “T”. Com isso tem-se duas hipóteses de cálculo ao ELU
para as mesmas, a primeira considerando que a linha neutra esteja na mesa da laje (capa de
concreto), e a outra considerando que a linha neutra esteja na alma da viga (parte mais estreita
de concreto), conforme pode ser visualizado na Figura 11.
Figura 11 – Hipótese de posição da linha neutra para o ELU em lajes com vigotas

Linha neutra na alma Linha neutra na mesa

Fonte: Flório (2004)

Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014), só se considera uma viga de seção “T” para
o dimensionamento quando parte da sua alma e também sua mesa estiverem comprimidas, caso
apenas a mesa esteja comprimida, o formato da área comprimida é retangular, podendo ser
dimensionada como um elemento retangular comum, o que simplifica os cálculos, pois a área
da parte de concreto tracionado é desconsiderado independente da forma, sendo considerada
para fins de equilíbrio das tensões apenas a área de aço nessa parte. Quando a parte comprimida
de concreto pegar a mesa e a alma é possível calcular considerando a seção subdividida em mais
seções retangulares para fazer o equilíbrio de tensões, conforme Figura 12 a seguir.
Figura 12 – Consideração para seção comprimida da alma e mesa

Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho (2014)


32

Considerando ainda, segundo Fusco (1981), que o equilíbrio de forças impõe que a força
na armadura tracionada deve ser igual ao esforço no concreto comprimido, matematicamente
representado pelas equações 3.14, 3.15 e 3.16.
𝐹𝑠 = 𝐹𝑐𝑑 (3.14)

𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑 (3.15)

𝐹𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 0,80 ∙ 𝑥 ∙ 𝑏𝑤 (3.16)

Sendo:

Fs – esforço na armadura tracionada (kN ou kgf);

Fc – esforço no centro de gravidade da área de concreto comprimida (kN ou kgf);

fcd=(fck/1,4) – resistência de cálculo à compressão do concreto (kN/cm² ou kgf/cm²);

fck – resistência característica à compressão do concreto (kN/cm² ou kgf/cm²);

fyd=(fyk/1,15) – resistência de cálculo à tração do aço (kN/cm² ou kgf/cm²);

bw – largura da viga (m);

x - distância da posição da linha neutra da peça em relação a fibra mais comprimida de


concreto armado (cm);

As – área de aço da armadura longitudinal de tração (cm²);

Atendendo estas condições é realizado o dimensionamento da laje com vigota treliçada


para o ELU, devendo em sequência verificar os deslocamentos para que estejam de acordo com
os limites normativos. Com isso para o dimensionamento da laje ao ELS-DEF, segundo o item
13.3 da ABNT NBR 6118 (2014), os deslocamentos verticais, no caso das lajes, devem satisfazer
limites aceitabilidade sensorial de:
 l/250 – considerando todas as cargas;
 l/350 – considerando apenas as cargas acidentais.
Para tanto segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014), as flechas imediatas das lajes
treliçadas podem ser pela equação 3.17, considerando as mesmas com simplesmente apoiadas:
5 ∙ 𝑝 ∙ 𝑙4
𝑎= (3.17)
384 ∙ (𝐸 ∙ 𝐼 )𝑒𝑞
33

Sendo:

a – flecha/deformação imediata da laje (cm);

p – carga distribuída (kN/cm ou kgf/cm);

l – comprimento da viga/ laje (cm);

(E.I)eq – rigidez equivalente

Para o cálculo de momento de inércia no estádio II, Carvalho e Figueiredo Filho (2014)
recomenda duas equações, de acordo com a posição da linha neutra do elemento estrutural no
estádio II, sendo para xII ≤ hf o valor de III calculado pela equação 3.18, e para xII > hf calculado
pela equação 3.19, com os demais parâmetros para estas equações, ainda segundo Carvalho e
Figueiredo Filho (2014), sendo calculados pelas equações 3.20, 3.21, 3.22, 3.23 e 3.24, adotando
segundo a ABNT NBR 6118 (2014), o módulo de elasticidade do aço de armadura passiva CA
50 como Es=210.000 MPa:
𝑏𝑓 ∙ 𝑥𝐼𝐼 3
𝐼𝐼𝐼 = + 𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 ∙ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑 )2 + (𝛼𝑒 − 1) ∙ 𝐴′𝑠 ∙ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑′)2 (3.18)
3

2
(𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∙ ℎ𝑓 3 𝑏𝑓 ∙ 𝑥𝐼𝐼 3 ℎ𝑓
𝐼𝐼𝐼 = + + (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∙ (𝑥𝐼𝐼 − ) +
12 3 2
(3.19)

𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 ∙ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑 )2 + (𝛼𝑒 − 1) ∙ 𝐴′𝑠 ∙ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑′)2

−𝑎2 ± √𝑎2 2 − 4 ∙ 𝑎1 ∙ 𝑎3 (3.20)


𝑥𝐼𝐼 =
2 ∙ 𝑎1

𝑏𝑓 (3.21)
𝑎1 =
2

𝑎2 = (𝛼𝑒 − 1) ∙ 𝐴′ 𝑠 + 𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 (3.22)

𝑎3 = −𝑑 ′ ∙ (𝛼𝑒 − 1) ∙ 𝐴′ 𝑠 − 𝑑 ∙ 𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 (3.23)

𝐸𝑠 (3.24)
𝛼𝑒 =
𝐸𝑐𝑠

Sendo:

xII - distância da posição da linha neutra no estádio II da peça em relação a fibra mais
comprimida de concreto armado (cm);
34

bf – largura colaborante da mesa de uma viga, no caso da laje treliçada, adotado este
sendo o valor de “i” (cm);

hf – altura da mesa de uma viga, no caso da laje treliçada, adotado este sendo o valor
de “hc” (cm);

d – distância do centro de gravidade da armadura tracionada da peça à borda do


concreto comprimido (cm);

d’- distância do centro de gravidade da armadura comprimida da peça à borda do


concreto comprimido (cm);

As – área de aço da armadura longitudinal de tração (cm²);

A’s – área de aço da armadura longitudinal de compressão (cm²);

αe – relação entre os módulos de elasticidade do aço e do concreto

Es – Módulo de elasticidade do aço passivo (MPa);

Ecs – Módulo de elasticidade secante do concreto (MPa);


35

4. METODOLOGIA

Para conseguir atingir os objetivos, primeiramente elencou-se dimensões pré-definidas


de laje para realizar o dimensionamento, para tanto definiu-se 3 alturas totais diferentes, variando
os materiais de enchimento e demais dimensões. Para definição das dimensões, usou-se de base
dentre as prescrições das normas brasileiras e valores usuais de manuais de lajes treliçadas.
As cargas fixadas para o dimensionamento foram peso próprio, considerando as vigotas
treliçadas, capa de concreto e o material de enchimento. As cargas variáveis, são as acidentais,
variando de 0,50 a 3,00 kN/m², em intervalos de 0,50 kN/m² e depois disso de 3,00 a 6,00 kN/m²
em intervalos de 1,00 kN/m², baseadas na NBR 6120:2019. Para o dimensionamento do peso
próprio, também foi considerado os valores recomendados da NBR 6120:2019, o qual apresenta
os valores de peso específico para ser utilizados no dimensionamento das lajes, um deles é o
peso específico do concreto considerado 25 kN/m³. Conforme já citado, para os enchimentos
com EPS, o peso específico considerado foi 0,3 kN/m³ e para as lajotas treliçadas foi a adotado
7,0 kN/m³.
As medidas utilizadas neste trabalho foram baseadas na NBR 14859-1:2016, NBR
14859-2:2016, NBR 14859-3:2017 e estão resumidas no Quadro 1 abaixo.
Quadro 1 – Resumo das medidas adotadas para as lajes
Medidas (cm)
Laje Enchimento
h he hc hp hv i be bv bw
Lajota
H12A 12,0 8,00 4,00 3,00 9,5 43,0 30,0 13,0 10,0
cerâmica
Lajota
H16A 16,0 12,00 4,00 3,00 13,5 43,0 30,0 13,0 10,0
cerâmica
Lajota
H21A 21,0 16,00 5,00 3,00 17,5 43,0 30,0 13,0 10,0
cerâmica
H16B Bloco EPS 12,0 8,00 4,00 3,00 9,5 50,0 37,0 13,0 10,0
H16B Bloco EPS 16,0 12,00 4,00 3,00 13,5 50,0 37,0 13,0 10,0
H21B Bloco EPS 21,0 16,00 5,00 3,00 17,5 50,0 37,0 13,0 10,0
Fonte: Autor (2020)
As medidas mencionadas no Quadro 1, podem ser melhor compreendidas através
da ilustração das mesmas na Figura 13, a qual mostra o posicionamento de cada medida na
montagem da laje treliçada.
36

Figura 13 – Representação gráfica de laje treliçada com a localização das medidas

Fonte: ABNT - NBR 14859-1 (2002)


Além das medidas apresentadas, adotou-se como fixa as dimensões das abas verticais e
horizontais dos elementos de enchimento av e ah com valores de 3,00 e 1,50 cm respectivamente.
Todas as medidas adotadas atendem as prescrições da ABNT NBR 14859-1:2002,
também considerando as alturas usuais de lajes disponíveis no mercado e segundo catálogos de
fabricantes.
Outras considerações foram fixadas para prosseguir com o dimensionamento, critérios
de acordo com normas já mencionadas anteriormente, neste sentido foi considerado:
 CAA = II, considerando obras urbanas, conforme Tabela 5;
 fck = 25 MPa (concreto classe C25) para toda laje, tanto as vigotas quanto o concreto
moldado in loco, conforme Tabela 6;
 cobrimento nominal (cob) = 20 mm – 5 mm = 15 mm (considerando o item 7.4.7.4 da
NBR 6118:2014 já mencionado anteriormente), conforme Tabela 7.
Com todas as definições feitas para as lajes com vigotas treliçadas, primeiramente foi
calculado os pesos próprios destas lajes considerando o conjunto de concreto armado e
enchimentos conforme cada caso explicitado no Quadro 1.
Além disso foi fixado armaduras adicionais além da própria treliça para se encontrar o
vão máximo resistido por elas, considerando que a linha neutra esteja na capa, sendo considerado
neste caso a parte comprimida como um elemento retangular, além disso atendendo ao limite
imposto pela NBR 6118:2014 que limita a relação de x/d em até 0,45.
Para garantir que a quantidade de aço adotado fizesse a posição da linha neutra ficar
dentro da capa, x ≤ hc, juntou-se a equação 3.15 e 3.16, isolando a área de aço (As), considerando
esta como máxima área de aço, e também substituindo x por hc, considerando esta então a
máxima profundidade da linha neutra ainda passando pela mesa, apresentando desta maneira
apenas compressão na mesa, podendo também substituir bw por bf, resultando tudo isso na
equação 4.1. Tal consideração é apenas para se ter a linha neutra passando pela mesa, facilitando
37

o dimensionamento das lajes, podendo então ser feitas considerações de seção retangular ao
invés de seção T (CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO, 2014).
0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 0,80 ∙ ℎ𝑐 ∙ 𝑏𝑓
𝐴𝑠 𝑚á𝑥 = (4.1)
𝑓𝑦𝑑

Atentou-se que o dimensionamento inicialmente ao ELU, ficasse no domínio 3 gerando


assim o melhor aproveitamento do material considerando que o elemento dimensionado para
romper com a capacidade máxima de ambos os materiais, para isso após encontrado a área de
aço e definido as barras, foi verificado se a condição idealizada estaria entre, x/d=0,259 (limite
entre o domínio 2 e 3), e x/d=0,45 (limite do domínio 3 imposto pela NBR 6118:2014). O limite
proposto aqui serve apenas de balizamento para o máximo aproveitamento do material durante
o ELU, caso a peça após análise não passasse nas verificações de ELS, poderia isso vir a ser
alterado a fim de atender todos os estados limites.
As lajes foram dimensionadas para atender tanto ao ELU, quanto ao ELS, atendendo aos
preceitos da NBR 6118:2014, considerando sempre as lajes com apoio simples para suas
vinculações, não considerando neste trabalho, lajes em balanço, continuas ou outras vinculações.
Desta maneira para o cálculo do momento máximo no meio do vão, utilizou-se a seguinte
equação 4.2:
𝑝 ∙ 𝑙2
𝑀𝑘 = (4.2)
8

Sendo:

Mk – momento característico máximo para uma viga/laje bi-apoiada (kN.m ou kgf.m);

p – carga distribuída (kN/m ou kgf/m);

l – comprimento da viga/ laje (m);

De acordo com Carvalho e Figueiredo Filho (2014), levando em conta inicialmente


apenas o atendimento da estrutura ao ELU, considerando a laje treliçada como uma viga bi-
apoiada submetida a flexão simples, com a linha neutra sempre passando pela mesa, e conhecido
a área de aço, é possível obter tanto a posição real da linha neutra no momento do rompimento
da estrutura, quanto o momento máximo suportado pela estrutura por meio das equações 4.3, 4.4
e 4.5, onde foi considerado γf = γg = 1,4.
𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑
𝑥= (4.3)
0,68 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑓𝑐𝑑
38

𝑀𝑑 = 𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑 ∙ (𝑑 − 0,4 ∙ 𝑥 ) (4.4)

𝑀𝑑 = 𝛾𝑓 ∙ 𝑀𝑘 (4.5)

Sendo:

Md – momento de cálculo para seção de concreto armado (kN.m ou kgf.m);

Com isso, após encontrado o momento máximo de projeto suportado por cada
composição laje, encontrou-se os valores de comprimento que geram tal momento, variando a
carga aplicada por meio da equação 4.2.
39

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Peso próprio das lajes treliçadas

Para o peso próprio estimado das lajes referenciadas no Quadro 1, foi montado o Quadro
2 descrevendo os dados para obtenção destes pesos próprios, considerando também os pesos
específicos dos materiais já mencionados anteriormente, considerando para tanto, todas as lajes
com bw=9,0 cm, av=3,0 cm e ah=1,5 cm, também já mencionado. No mesmo quadro apresenta-
se também as armaduras treliçadas utilizadas nas referidas lajes, critério de escolha foi mesma
altura dos enchimentos, armadura dos fios inferiores iguais de menor diâmetro possível (Ø
5,00mm CA 60), visando economia na compra das treliças.
Quadro 2 – Peso próprio das lajes, armadura treliçada e demais dimensões
Peso específico (kN/m³) medidas da nervura (cm) Peso
Treliça
Laje ɣap.enc. - ɣap.conc. - próprio
adotada bw be b1 bf he hf h d
Enchimento Concreto (kN/m²)
H12A TR 8645 7,0 25,0 10,0 30,0 16,5 43,0 8,0 4,0 12,0 10,3 1,93
H16A TR 12645 7,0 25,0 10,0 30,0 16,5 43,0 12,0 4,0 16,0 14,3 2,38
H21A TR 16745 7,0 25,0 10,0 30,0 16,5 43,0 16,0 5,0 21,0 19,3 3,08
H12B TR 8645 0,3 25,0 10,0 37,0 20,0 50,0 8,0 4,0 12,0 10,3 1,46
H16B TR 12645 0,3 25,0 10,0 37,0 20,0 50,0 12,0 4,0 16,0 14,3 1,67
H21B TR 16745 0,3 25,0 10,0 37,0 20,0 50,0 16,0 5,0 21,0 19,3 2,13
Fonte: Autor (2020)

Para melhor compreensão do resultado do peso próprio no Quadro 2, apresenta o


procedimento de cálculo adotado para se obter tal valor de peso próprio da laje H12A utilizando
para isso as equações desenvolvidas 5.1, 5.2 e 5.3, juntamente com a Figura 14 que colabora
neste entendimento.
40

Figura 14 – Esquema de medidas para a laje treliçada

Fonte: Autor (2020)

 Cálculo do peso próprio da laje H12A:


(pconc + pench ) (5.1)
p. p.H12A =
(bf ∙ 1,0m)
(5.2)
pconc = (((bf ∙ h) − 2 ∙ ((b1 ∙ he ) − (ah ∙ av ))) ∙ 1,0 m) ∙ γ.ap.conc.

(5.3)
pench = ((2 ∙ ((b1 ∙ he ) − (ah ∙ av ))) ∙ 1,0 m) ∙ γ.ap.ench.

Sendo:

p.p.H12A – representa o peso próprio da laje analisada;

pconc – peso relativo à parte do concreto calculado através do seu volume;

pconc – peso relativo à parte do enchimento calculado através do seu volume;

ɣap.conc. – peso específico do concreto armado segundo NBR 6120:2019;

ɣap.ench. – peso específico do enchimento segundo já citado;

pconc = (((0,43 ∙ 0,12) − 2 ∙ ((0,165 ∙ 0,08) − (0,015 ∙ 0,03))) ∙ 1,0 ) ∙ 25,0 = 0,6525 kN

pench = ((2 ∙ ((0,165 ∙ 0,08) − (0,015 ∙ 0,03))) ∙ 1,0) ∙ 7,0 = 0,1785 kN

(0,6525 + 0,1785)
p. p.H12A = = 1,93 kN/m²
(0,43 ∙ 1,0)
O peso próprio das demais lajes seguiram o mesmo processo de cálculo. A título de
curiosidade caso a laje fosse feito com as mesmas dimensões porém maciça, tal laje iria possuir
um peso próprio de 3,00 kN/m², desse maneira considerando a troca da parte do concreto onde
41

estaria trabalhando tração pelo enchimento cerâmico, reduz-se quase 40% do seu peso, em um
edifício de múltiplos pavimentos é uma redução expressiva do ponto de vista de cargas que vão
descarregar nas fundações, quando a comparação é feita com uma laje de mesma dimensão
porém com enchimento de EPS, a redução chega a 51%. Evidentemente que esta comparação
visa apenas avaliar a relação de peso próprio para lajes com mesma dimensão, sem avaliar as
diferenças de resistência de cálculo e deformação entre as condições da laje.

5.2. Dimensionamento atendendo ao ELU

Considerando que se pretende otimizar ao máximo as lajes com vigotas treliçadas,


porém mantendo como limite para isso a linha neutra dentro da mesa de concreto, dimensionou-
se primeiramente as mesmas para condição limite de hf=x, não considerando a mesma como
uma viga “T” conforme já citado, utilizando a equação 4.1. Tal dimensionamento é somente
para se obter uma armadura limite que pode ser aplicada na laje para que a mesma seja
dimensionada como um elemento retangular, observou-se também que tal configuração
respeitou x/d limite de 0,45 imposto pela NBR 6118:2014, desta forma demostra-se a seguir o
dimensionamento da Laje H12A, e verificação do atendimento ao x/d limite considerando sendo
as demais lajes seguindo as mesmas lógica.
x
lim. = 0,45 ∴ xmáx. = 0,45 ∙ 10,3 = 4,635 cm
d
2,5
0,85 ∙ fcd ∙ 0,80 ∙ hf ∙ bf 0,85 ∙ 1,4 ∙ 0,80 ∙ 4,0 ∙ 43,0
As máx = = 50 = 4,80 cm²
fyd
1,15

x x 4,0
≤= 0,45 ∴ = = 0,39 ≤ 0,45 OK!
d d 10,3
Através do cálculo apresentado, verificou para a presente situação, que com x=hf obteve-
se a área máxima de aço possível para atender as condições já citadas, e comprovou-se que ainda
assim obteria um dimensionamento com x/d ≤0,45. Dessa maneira é possível ir gradualmente
aumentando a armadura adicional na vigota treliçada até o limite, sem necessidade de verificar
o domínio de deformação, seguramente estando dentro do domínio 2 ou 3, e ainda assegurando
que o valor de x estará dentro da mesa, confirmando o dimensionamento da peça considerando
a mesma retangular.
42

Cabe chamar a atenção aqui, que a área de aço encontrada é a somatória da área de aço
dos fios inferiores da vigota mais a armadura adicional, em outras palavras o limite de armadura
adicional é a diferença entre a área calculada e a existente por parte da treliça, outra condição é
que a armadura da treliça adotada é com fios CA 60, o que na prática seria uma área de aço
menor do que considerando CA 50, para efeito deste estudo a fim de simplificar os cálculos e
ficando a favor da segurança, considerou-se a armadura existente da treliça de mesma classe das
armaduras adicionais, ou seja CA-50, tal consideração não é impactante pois a área de aço da
treliça é muito pequena 2 Ø 5,0 mm - As TR = 0,39 cm². Para tanto apresenta-se através da equação
5.4 a área de aço adicional máxima possível para atender as condições já informadas.
As máx.ad. = As máx − As TR (5.4)

Sendo:

As máx.ad –área de aço máxima possível de parcela de armadura adicional (cm²);

As TR –área de aço dos fios inferiores da treliça (cm²);

As máx.ad. = 4,80 − 0,39 = 4,41 cm²


Partindo desse ponto é possível dimensionar as lajes, adotando armadura adicional até
abaixo desse limite é possível definir a nova posição da linha neutra, consequentemente o
momento máximo resistente pela nervura, e por fim fixando o valor de carga nesta nervura o
vão máximo que ela atende para esta configuração. Este incremento de carga ficou fixado
segundo já informado na metodologia de 0,50 a 3,00 kN/m², em intervalos de 0,50 kN/m² e
depois disso de 3,00 a 6,00 kN/m² em intervalos de 1,00 kN/m², devendo ainda ser adicionado
o peso próprio da laje. Os valores informados que serão somados aos pesos próprios podem ser
referir a cargas acidentais (variáveis), extras, equipamentos ou excepcionais, de acordo com a
necessidade de utilização.
A seguir apresenta-se o processo aqui descrito para a laje H12A, as áreas de aço
provenientes das armaduras adicionais foram definidas utilizando classe CA-50, de Ø 6,3 mm
até 12,5 mm, considerando as combinações que oferecem a menor área de aço começando com
1 Ø 6,3 mm = As,ad = 0,31 cm².
 Determinação da posição “x” da linha neutra para 1 Ø 6,3 mm = As,ad = 0,31 cm² somada
a área de aço da Treliça As,TR=0,39 cm², usando para isso a equação 4.3:
As = As ad + As TR = 0,31 + 0,39 = 0,70 𝑐𝑚²
43

50
As ∙ fyd 0,70 ∙ 1,15
x= = = 0,58 𝑐𝑚
0,68 ∙ bf ∙ fcd 0,68 ∙ 43,0 ∙ 2,5
1,4

 Cálculo do momento máximo resistente “Mk” para As = 0,70 cm² usando as equações
4.4 e 4.5, considerando ɣf=ɣd=1,4:
50
Md = As ∙ fyd ∙ (d − 0,4 ∙ x) = 0,70 ∙ ∙ (10,3 − 0,4 ∙ 0,58)
1,15
Md = 306,4 kN. cm = 3,06 kN. m
3,06
Md = γf ∙ Mk ∴ Mk = = 2,19 kN. m
1,4
 Cálculo do vão máximo possível da nervura com momento “Mk” aplicado usando a
equação 4.2, considerando a carga “p” a carga por metro total aplicado na nervura, com
isso deve ser transformado a carga inicialmente por área em uma carga linear tendo em
vista a área de influência da carga, no caso o intereixo (i) que para esta situação é o
mesmo valor de bf, dessa forma deve-se somar o valor do peso próprio que será chamado
aqui de g1 e a carga extra adotada de g2=0,50 kN/m²:
g = g1 + g 2 = 1,93 + 0,50 = 2,43 kN/m²
p = g ∙ bf = 2,43 ∙ 0,43 = 1,05 kN/m

p ∙ l2 Mk ∙ 8 2,19 ∙ 8
Mk = ∴ l=√ =√ = 4,09 𝑚
8 p 1,05

O valor encontrado refere-se ao vão máximo teórico máximo que pode ser aplicado esta
nervura com essa consideração de carga para atender ao ELU. Para as demais lajes foi feito o
mesmo procedimento variando as cargas e armaduras adicionais.

5.3. Dimensionamento das lajes ao atendendo do ELS-DEF

Entendendo a importância das estruturas respeitarem não somente ao ELU, mas também
limites de deformação, dimensionou as lajes, ou nervuras das lajes, para o atendimento do ELS-
DEF, para isso, calculou-se a flecha imediata, para o caso de combinação permanente, quase
permanente e rara conforme sugere a NBR 6118:2014, à flecha imediata de combinação quase
permanente foi acrescentado o efeito de fluência através do método simplificado utilizando o
44

coeficiente αf, por fim comparou-se com os limites normativos, desta maneira as lajes que
tiveram deformação superiores aos limites foram desconsideradas.
A seguir apresenta-se o processo de cálculo detalhado para verificação das lajes, para
isso de forma a exemplificar o dimensionamento, continuou-se utilizando a laje H12A a qual
atendeu ao ELU, com armadura adicional de 1 Ø 6,3 mm para um vão até 4,09 m.

5.3.1. Características geométricas da seção transversal da laje no estádio I e verificação


se o elemento está fissurado
Primeiramente se faz necessário definir as propriedades geométricos da seção
transversal da laje H12A no estádio I, isto é antes da mesma fissurar, dessa maneira a armadura
ainda não entraria atuando na seção, sem ser considerada. Para isso segundo Carvalho e
Figueiredo Filho (2014) calcula-se o centro de gravidade da seção geométrica “ycg” e o
momento de inércia da seção bruta “Ic” através da equação 5.5 e 5.6 a seguir considerando os
dados do Quadro 2.
hf 2 h2 (5.5)
(bf − bw ) ∙ ( ) + bw ∙
2 2
ycg =
Ac
Sendo:
Ac – Área bruta de concreto (cm² ou m²).
4,02 12,02
(43,0 − 10,0) ∙ ( ) + 10,0 ∙
2 2
ycg =
((43,0 − 10,0) ∙ 4,0) + (10,0 ∙ 12,0)
ycg = 3,90 𝑐𝑚
(bf − bw ) ∙ hf 3 bw ∙ h3 hf 2 h 2 (5.6)
Ic = + ( )
+ bf − bw ∙ hf ∙ (ycg − ) + bw ∙ h ∙ (ycg − )
12 12 2 2
(43 − 10) ∙ 43 10 ∙ 123 4 2 12 2
Ic = + + (43 − 10) ∙ 4 ∙ (3,90 − ) + 10 ∙ 12 ∙ (3,90 − )
12 12 2 2
Ic = 2526,72 cm4 = 2,53 ∙ 10−5 m4

5.3.2. Verificação se a laje está trabalhando no estádio I ou estádio II


Compara-se também o momento atuante “Ma” com o momento resistente a fissuração
da peça “Mr”, a fim de verificar de fato se o elemento está fissurado ou pode ser considerado
apenas com a inércia bruta da seção, tal verificação é feita através das equações 3.7 e 3.8
considerando α=1,2 para seção “T” conforme já mencionado.
fct,m = 0,3 ∙ fck 2/3 = 0,3 ∙ 252/3 = 2,565 MPa = 2565 kN/m²
45

α ∙ fct,m ∙ Ic 1,2 ∙ 2565 ∙ 2,53 ∙ 10−5


Mr = = = 0,96 kN. m
yt (0,12 − 0,039)
As cargas atuantes “p” para determinação do momento atuante de modo geral devem
ser combinadas para situações permanentes, quase permanentes e raras, segundo Carvalho e
Figueiredo Filho (2014), dessa forma considerou-se como carga permanente apenas o peso
próprio para lajes, sendo as cargas extras tomadas como cargas acidentais e realizando dessa
forma as devidas combinações para obtenção das ações citadas, sequência se encontrou os
momentos atuantes. Importante aqui deixar registrado que as lajes em questão foram
consideradas para edificações residenciais comuns, caso seja um uso diferente disso precisaria
ser revisado o dimensionamento.
 Combinação Permanente e Momento atuante para essa combinação:
Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014), para condição de combinação permanente
deve ser usado a equação a seguir:
pperm = (g1 ) ∙ bf = 1,93 ∙ 0,43 = 0,83 kN/m = 0,0083 kN/cm
pperm ∙ l2 0,83 ∙ 4,092
Ma,perm = = = 1,736 kN. m = 173,6 kN. cm
8 8
 Combinação Quase Permanente e Momento atuante para essa combinação:
Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014), para condição de combinação quase
permanente deve ser usado a equação a seguir considerando um coeficiente Ψ 2=0,3:
pqp = (g1 + g 2 ∙ Ψ2 ) ∙ bf = (1,93 + 0,50 ∙ 0,3) ∙ 0,43 = 0,894 kN/m = 0,00894 kN/cm
pqp ∙ l2 0,894 ∙ 4,092
Ma,qp = = = 1,870 kN. m = 187,0 kN. cm
8 8
 Combinação Rara e Momento atuante para essa combinação:
Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014), para condição de combinação rara deve
ser usado a equação a seguir:
prara = (g1 + g 2 ) ∙ bf = (1,93 + 0,50) ∙ 0,43 = 1,045 kN/m = 0,01045 kN/cm
prara ∙ l2 1,045 ∙ 4,092
Ma,rara = = = 2,185 kN. m = 218,5 kN. cm
8 8
Em todas as situações de combinação o momento atuante é maior que o de fissuração,
sendo assim a peça trabalha no estádio II.
Ma = 2,19 > Mr = 0,96 (peça fissurada, estádio II)
5.3.3. Características geométricas da seção transversal da laje no estádio II puro
46

Considerando que a seção de concreto ao ser deformada acaba fissurando, ou seja o


momento atuante (Ma) é maior que o momento resistido, se faz necessário calcular a posição
da linha neutra, juntamente com o momento de inércia, ambos no estádio II puro. O cálculo do
momento de inércia no estádio II depende da posição da linha neutra nesse caso, podendo ser
calculado como uma seção retangular caso a posição da linha neutra encontre-se dentro da
mesa, calculado então através da equação 3.18, caso contrário deve-se calcular através da
equação 3.19. Considerou-se inicialmente que a linha neutra está na mesa.
Para isso, se faz necessário o dimensionamento da posição da linha neutra através do
conjunto de equações 3.4, 3.5, 3.6, 3.20, 3.21, 3.22, 3.23 e 3.24, segundo já visto no
dimensionamento do elemento ao ELU, As=0,70 cm² (armadura da treliça + armadura
adicional), não havendo armadura na região de compressão, ou seja A’s= 0,0 e d’=0,0, também
para o cálculo do Ecs, adotou-se agregado graúdo como granito, ou seja αe=1,0 (relativo a brita,
diferente do coeficiente da relação entre os módulos de elasticidade), segundo NBR 6118:2014
para o aço adota-se Es=210 GPa.
 Definição da posição da linha neutra no estádio II:
bf 43,0
a1 = = = 21,5 cm
2 2
Eci = αe ∙ 5600 ∙ √fck = 1,0 ∙ 5600 ∙ √25 = 28.000 MPa
fck 25
αi = 0,8 + 0,2 ∙ ≤ 1,0 ∴ αi = 0,8 + 0,2 ∙ = 0,86
80 80
Ecs = αi ∙ Eci = 0,86 ∙ 28000 = 24.080 MPa

Es 210.000
αe = = = 8,72
Ecs 24.080
a2 = (αe − 1) ∙ A′ s + αe ∙ As = 8,72 ∙ 0,70 = 6,10 cm²
a3 = −d′ ∙ (αe − 1) ∙ A′ s − d ∙ αe ∙ As = −10,3 ∙ 8,72 ∙ 0,70 = −62,87 cm³
−a2 ± √a2 2 − 4 ∙ a1 ∙ a3 −6,10 + √6,102 − 4 ∙ 21,5 ∙ (−62,87)
xII = =
2 ∙ a1 2 ∙ 21,5
xII = 1,57 cm < hf = 4,0 cm (linha neutra na mesa)

 Momento de inércia no estádio II:


𝑏𝑓 ∙ 𝑥𝐼𝐼 3
𝐼𝐼𝐼 = + 𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 ∙ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑 )2 + (𝛼𝑒 − 1) ∙ 𝐴′𝑠 ∙ (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑′)2
3
43 ∙ 1,573
III = + 8,72 ∙ 0,70 ∙ (1,57 − 10,3)2
3
47

III = 520,67 cm4 = 5,2067 ∙ 10−6 𝑚4

5.3.4. Cálculo da flecha imediata e Rigidez Equivalente

Para se calcular a flecha imediata, deformação imediata após aplicação do carregamento


sobre a laje, se faz necessário o cálculo da rigidez equivalente, dimensionada através da equação
3.3, a qual considera parcela da rigidez proveniente do momento de inércia no estádio I e outra
parcela proveniente do momento de inércia no estádio II, após isso aplica-se na equação 3.17
para calcular a referida flecha. Como o valor de “p” e “Ma” depende da combinação
considerada, sendo assim apresenta-se o processo de cálculo separado por combinação:
 Para combinação permanente, sendo Ma = Ma,perm e p = p,perm, resultando em a = aperm:
Mr 3 Mr 3
(E ∙ I)eq = Ecs ∙ {[ ] ∙ Ic + [1 − ( ) ] ∙ III } ≤ Ecs ∙ Ic
Ma Ma
0,96 3 0,96 3
(E ∙ I)eq = 2408 ∙ {[ [1
] ∙ 2526,72 + − ( ) ] ∙ 520,67} ≤ 2408 ∙ 2526,72
1,74 1,74
(E ∙ I)eq = 2.070.661,84 ≤ 6.084.341,76 OK!
(E ∙ I)eq = 2.070.661,84 kN. cm²
0,83
5 ∙ p ∙ l4 5 ∙ ( 100 ) ∙ 4094
aperm = =
384 ∙ (E ∙ I)eq 384 ∙ 2.070.661,84
aperm = 1,46 cm (flecha imediata − comb. perm. )
 Para combinação quase permanente, sendo Ma = Ma,qp e p = p,qp, resultando em a = aqp:
Mr 3 Mr 3
(E ∙ I)eq = Ecs ∙ {[ ] ∙ Ic + [1 − ( ) ] ∙ III } ≤ Ecs ∙ Ic
Ma Ma
0,96 3 0,96 3
(E ∙ I)eq = 2408 ∙ {[ ] ∙ 2526,72 + [1 − ( ) ] ∙ 520,67} ≤ 2408 ∙ 2526,72
1,87 1,87
(E ∙ I)eq = 1.908.385,46 ≤ 6.084.341,76 OK!
(E ∙ I)eq = 1.908.385,46 kN. cm²
0,89
5 ∙ p ∙ l4 5 ∙ ( ) ∙ 4094
100
aqp = =
( )
384 ∙ E ∙ I eq 384 ∙ 1.660.665,77
aqp = 1,71 cm (flecha imediata − comb. quase perm. )
 Para combinação rara, sendo Ma = Ma,rara e p = p,rara, resultando em a = arara:
Mr 3 Mr 3
(E ∙ I)eq = Ecs ∙ {[ ] ∙ Ic + [1 − ( ) ] ∙ III } ≤ Ecs ∙ Ic
Ma Ma
48

0,96 3 0,96 3
(E ∙ I)eq = 2408 ∙ {[ ] ∙ 2526,72 + [1 − ( ) ] ∙ 520,67} ≤ 2408 ∙ 2526,72
2,19 2,19
(E ∙ I)eq = 1.663.465,48 ≤ 6.084.341,76 OK!
(E ∙ I)eq = 1.663.465,48 kN. cm²
1,05
5 ∙ p ∙ l4 5 ∙ ( 100 ) ∙ 4094
arara = =
384 ∙ (E ∙ I)eq 384 ∙ 1.663.465,48
arara = 2,29 cm (flecha imediata − comb. rara)

5.3.5. Efeito de fluência e flecha diferida no tempo (a total,ꝏ)

Após calculado a flecha imediata para combinação quase permanente, deve ser incluída
a consideração da fluência nela, considerando que a estrutura continuará deformando mesmo
depois sua construção, para isso, primeiramente deve-se dividir as cargas de acordo com sua
idade de aplicação de acordo com as necessidades locais
 Cargas de peso próprio: No caso o peso próprio das lajes, foi considerado que esta
parcela de esforços estará solicitando a estrutura logo após a desforma ou retirada de
escoras, que nesse caso adotou-se como 7 dias.
 Cargas Variáveis: No caso das cargas extras tratadas nesse trabalho, foi considerado que
as mesmas poderiam vir a ser as mais diversas possíveis, sendo assim adotou-se que tais
cargas só entrariam em uso após o tempo da necessário para a estrutura ganhar a
resistência de projeto, neste caso, 28 dias.
 Resumo das considerações:
g1 = 1,93 kN/m² - t01 = (7/30) = 0,23 (tempo em meses para aplicação da carga na
estrutura;
g2 = 0,50 kN/m² - t02 = (28/30) = 0,93 (tempo em meses para aplicação da carga na
estrutura;
Dessa maneira pode-se usar as equações 3.9, 3.11, 3.12 e 3.13 para se encontrar
coeficiente αf e a flecha diferida no tempo (a total,ꝏ), através da multiplicação da flecha imediata
pelo coeficiente αf. Como não há armadura de compressão, A’s=0 e ρ’=0.

 Efeito de fluência em flecha com combinação quase permanente

∑ 𝑃𝑖 ∙ 𝑡0𝑖 1,93 ∙ 0,23 + 0,50 ∙ 0,93


𝑡0 = = = 0,37
∑ 𝑃𝑖 1,93 + 0,50
49

Segundo a NBR 6118:2014, como se pretende avaliar a estrutura durante toda sua vida
útil, que em projeto é 50 anos, com isso é para t > 70 meses, dessa forma ξt= 2,0, como t0=0,37,
calcula-se o ξt0 através da equação 3.12.
ξ(t0) = 0,68 ∙ (0,996t) ∙ t 0,32 = 0,68 ∙ (0,9960,37 ) ∙ 0,370,32
ξ(t0) = 0,49
∆ξ = ξ(t) − ξ(t 0 ) = 2 − 0,49 = 1,51
∆ξ 1,51
αf = ′
= = 1,51
1 + 50 ∙ ρ 1 + 50 ∙ 0
atotal,ꝏ = a ∙ (1 + αf ) = 1,71 ∙ (1 + 1,51) = 4,29 cm
Ainda segundo a mesma norma e também comentado no item 3.5, a flecha para
combinação quase permanente, deve verificada e atender o limite para imposto para
aceitabilidade sensorial, conforme abaixo. Caso ultrapassado este limite, pode ser aplicado
ainda uma contra-flecha de no máximo l/350 afim de atender ao deslocamento limite.
l 409
alim = = = 1,64 cm
250 250
atotal,ꝏ > alim (Não passou)
l 409
acf,máx. = = = 1,17 cm
350 350
afinal,ꝏ = atotal,ꝏ − acf,máx. ≤ alim
afinal,ꝏ = 4,29 − 1,17 ≤ 1,64
afinal,ꝏ = 3,12 > 1,64 (ainda não passou)
Não passando a flecha final para as deformações limites, impostas pela NBR 6118:2014,
não pode ser utilizado está laje nesta configuração, com esse comprimento em conjunto com
essa carga, em virtude de não atender a norma.
Caso esta laje passasse por esta verificação, necessitaria ainda verificar a flecha devido
as cargas acidentais para o limite imposto pela norma, dessa forma só, e somente assim poderia
ser validado a laje para condição de aceitabilidade sensorial.
 Flecha cargas acidentais e aceitação normativa
Embora a laje em questão não tenha passado na verificação de aceitabilidade sensorial
na flecha diferida, será apresentado a verificação a título de ilustração do processo completo. A
flecha devido as cargas acidentais, pode ser encontrado através da diferença entre a flecha de
combinação rara e a flecha devido a combinação permanente.
l
aacid = arara − aperm ≤ alim =
350
50

409
aacid = 2,29 − 1,46 ≤ alim =
350
aacid = 0,83 ≤ alim = 1,17 (OK)
Observa-se que laje atende a verificação para a flecha devido as cargas acidentais,
validando a mesma com essa flecha para aceitabilidade sensorial. As demais lajes, com demais
configurações de armadura adicional e demais vãos também foram verificados da mesma
maneira que esta laje

5.4. Tabelas de laje otimizadas para o atendimento ao ELU e ao ELS-DEF

Após todas as lajes serem verificadas quanto ao atendimento ao ELU, montou-se seis
quadros, referentes as seis configurações de lajes estudadas, e a cada situação de armadura
complementar, vão teórico e carga variável, foi verificada para o atendimento da laje ao ELS-
DEF, conforme apresentado no item 5.3 deste trabalho, após esta verificação, apresenta-se
como resultado quadros mostrando o atendimento destas lajes para o ELU e ELS, diferenciando
as lajes em situação de atendimento apenas ao ELU, e também ao atendimento ao ELS-DEF,
de maneira que nos quadros de forma geral, os valores apresentados atendem 100% ao
dimensionamento ao ELU, sendo avaliados então para o atendimento do ELS. Apresenta-se
estes quadros nos Apêndice A, B, C, D, E e F deste trabalho.
51

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A respeito das lajes treliçadas, observou-se que o grande atrativo das lajes, é a economia
de material por conta da retirada do concreto da região tracionada, conseguindo também um
menor peso da laje, neste aspecto funciona quando se fala em atendimento apenas do ELU,
porém quando verifica-se as lajes ao deslocamento vê-se que as mesmas acabam não passando
por lhe faltar rigidez, dessa forma deve-se tomar cuidado quando se usa a laje treliçada, pois
por mais que seja atendido o dimensionamento quanto a ruptura, o elemento não costuma passar
nas verificações de serviço.
Ao analisar os resultados, verificou-se que grande maioria das lajes embora estivessem
atendendo ao ELU, não atendiam o ELS. Um dos principais motivos para isso é que as lajes
foram analisadas para o vão máximo que atendia o ELU, dessa maneira uma alternativa para o
atendimento aos limites de serviço seria reduzir o vão limite até passar nas verificações.
Sugere-se em trabalhos futuros uma análise mais refinada dos dados, buscando encontrar
os limites de vãos para estas lajes para que seja atendida as verificações de ELS e montado novos
quadros analisando também o atendimento quanto ao ELU delas.
52

REFERÊNCIAS

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______. NBR 6120: ações para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 2019.

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Janeiro, 2002.

______. NBR 14859: lajes pré-fabricadas de concreto - parte 1: vigotas, minipainéis e painéis
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______. NBR 14859: lajes pré-fabricadas de concreto - parte 2: elementos inertes para
enchimento e fôrma - requisitos. Rio de Janeiro, 2016.

______. NBR 14859: lajes pré-fabricadas de concreto - parte 3: armadura treliçadas


eletrossoldadas para lajes pré-fabricadas - requisitos. Rio de Janeiro, 2017.

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53

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GASPAR, Ricardo. Análise da segurança estrutural das lajes pré-fabricadas na fase de


construção. 1997. 112 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Estruturas,
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KATAOKA, Luciana Tiemi. Estudo experimental da deformação ao longo do tempo de


lajes contínuas e simplesmente apoiadas executadas com vigotas pré-moldadas de
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MAGALHÃES, Fábio Lopes. Estudo dos momentos fletores negativos nos apoios de lajes
formadas por elementos pré-moldados tipo nervuras com armação treliçada. 2001. 172 f.
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e Tecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos
Goytacazes, 2010.
54

APÊNDICE A– TABELA DE DIMENSIONAMENTO LAJE H12A

DIMENSIONAMENTO LAJES - APENAS ELU


Características fixas da laje analisada
Nome p.p. Laje Concreto
Geometria (cm) - Intereixo (i) = bf Aço Cobrimento
da Laje
g1 (kN/m²) bf h hf d fck (MPa) Classe (cm)
1,93 43,0 12,0 4,0 10,3 25,0 CA 50 1,50
Treliça - medidas da altura e dos fios em mm Considerando x=hf
H12A
Nome Altura Sup. Diag. Inf. As,TR (cm²) As,máx,ad (cm²) x/d ≤ 0,45
TR 8645 80,0 6,0 4,2 5,0 0,39 4,80 0,39 OK
Armadura adicional CARGAS VARIÁVEIS - g2 (kN/m²)
0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 6,00
Qtde Ø (mm) As,ad (cm²)
L - Vão teórico máximo (m)
- - 0,00 3,07 2,80 2,58 2,41 2,27 2,16 1,97 1,82 1,70
1 6,30 0,31 4,09 3,73 3,45 3,22 3,03 2,87 2,62 2,42 2,27
1 8,00 0,50 4,60 4,19 3,87 3,62 3,41 3,23 2,95 2,72 2,55
2 6,30 0,62 4,89 4,45 4,12 3,85 3,62 3,43 3,13 2,90 2,71
1 10,00 0,79 5,27 4,80 4,44 4,15 3,90 3,70 3,37 3,12 2,92
3 6,30 0,94 5,58 5,08 4,70 4,39 4,14 3,92 3,57 3,31 3,09
2 8,00 1,01 5,72 5,21 4,82 4,50 4,24 4,02 3,66 3,39 3,17
1 12,50 1,23 6,13 5,58 5,16 4,82 4,54 4,30 3,93 3,63 3,39
3 8,00 1,51 6,61 6,02 5,56 5,20 4,89 4,64 4,23 3,91 3,66
2 10,00 1,57 6,71 6,11 5,64 5,27 4,97 4,71 4,29 3,97 3,71
3 10,00 2,36 7,83 7,13 6,59 6,16 5,80 5,50 5,01 4,64 4,34
2 12,50 2,45 7,95 7,24 6,69 6,25 5,89 5,58 5,09 4,71 4,40
3 12,50 3,68 9,30 8,47 7,83 7,32 6,89 6,53 5,96 5,51 5,15
OBS: os valores em vermelho atendem ao ELU, porém não atendem ao ELS, para condição
de flecha com carga quase permanente diferida no tempo ou com carga acidental, mesmo
aplicando contra-flecha limite de L/350.
55

APÊNDICE B– TABELA DE DIMENSIONAMENTO LAJE H16A

DIMENSIONAMENTO LAJES - APENAS ELU


Características fixas da laje analisada
Nome p.p. Laje Concreto
Geometria (cm) - Intereixo (i) = bf Aço Cobrimento
da Laje
g1 (kN/m²) bf h hf d fck (MPa) Classe (cm)
2,38 43,0 16,0 4,0 14,3 25,0 CA 50 1,50
Treliça - medidas da altura e dos fios em mm Considerando x=hf
H16A
Nome Altura Sup. Diag. Inf. As,TR (cm²) As,máx,ad (cm²) x/d ≤ 0,45
TR 12645 120,0 6,0 4,2 5,0 0,39 4,80 0,28 OK
Armadura adicional CARGAS VARIÁVEIS - g2 (kN/m²)
0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 6,00
Qtde Ø (mm) As,ad (cm²)
L - Vão teórico máximo (m)
- - 0,00 3,33 3,07 2,87 2,70 2,56 2,44 2,24 2,08 1,95
1 6,30 0,31 4,44 4,10 3,83 3,60 3,41 3,25 2,99 2,78 2,61
1 8,00 0,50 5,00 4,62 4,31 4,05 3,84 3,66 3,36 3,12 2,93
2 6,30 0,62 5,32 4,91 4,58 4,31 4,09 3,89 3,57 3,32 3,12
1 10,00 0,79 5,74 5,30 4,94 4,65 4,41 4,20 3,86 3,58 3,36
3 6,30 0,94 6,08 5,61 5,24 4,93 4,67 4,45 4,09 3,80 3,56
2 8,00 1,01 6,23 5,75 5,37 5,05 4,79 4,56 4,19 3,89 3,65
1 12,50 1,23 6,69 6,17 5,76 5,42 5,14 4,89 4,49 4,18 3,92
3 8,00 1,51 7,22 6,66 6,22 5,85 5,54 5,28 4,85 4,51 4,23
2 10,00 1,57 7,33 6,76 6,31 5,94 5,63 5,36 4,92 4,58 4,29
3 10,00 2,36 8,59 7,93 7,40 6,97 6,60 6,29 5,77 5,37 5,04
2 12,50 2,45 8,72 8,05 7,52 7,07 6,70 6,38 5,86 5,45 5,11
3 12,50 3,68 10,28 9,49 8,86 8,34 7,90 7,52 6,91 6,42 6,03
OBS: os valores em vermelho atendem ao ELU, porém não atendem ao ELS, para condição
de flecha com carga quase permanente diferida no tempo ou com carga acidental, mesmo
aplicando contra-flecha limite de L/350.
56

APÊNDICE C– TABELA DE DIMENSIONAMENTO LAJE H21A

DIMENSIONAMENTO LAJES - APENAS ELU


Características fixas da laje analisada
Nome p.p. Laje Concreto
Geometria (cm) - Intereixo (i) = bf Aço Cobrimento
da Laje
g1 (kN/m²) bf h hf d fck (MPa) Classe (cm)
3,08 43,0 21,0 5,0 19,3 25,0 CA 50 1,50
Treliça - medidas da altura e dos fios em mm Considerando x=hf
H21A
Nome Altura Sup. Diag. Inf. As,TR (cm²) As,máx,ad (cm²) x/d ≤ 0,45
TR 16745 130,0 7,0 4,2 5,0 0,39 6,00 0,26 OK
Armadura adicional CARGAS VARIÁVEIS - g2 (kN/m²)
0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 6,00
Qtde Ø (mm) As,ad (cm²)
L - Vão teórico máximo (m)
- - 0,00 3,47 3,25 3,07 2,92 2,78 2,67 2,47 2,31 2,18
1 6,30 0,31 4,64 4,35 4,10 3,90 3,72 3,56 3,30 3,09 2,91
1 8,00 0,50 5,22 4,89 4,62 4,39 4,18 4,01 3,72 3,48 3,28
2 6,30 0,62 5,56 5,21 4,92 4,67 4,45 4,27 3,95 3,70 3,49
1 10,00 0,79 6,00 5,62 5,31 5,04 4,81 4,60 4,27 3,99 3,77
3 6,30 0,94 6,36 5,96 5,62 5,34 5,10 4,88 4,52 4,23 3,99
2 8,00 1,01 6,52 6,11 5,77 5,48 5,23 5,01 4,64 4,34 4,10
1 12,50 1,23 7,00 6,56 6,19 5,88 5,61 5,37 4,98 4,66 4,40
3 8,00 1,51 7,57 7,09 6,69 6,35 6,06 5,81 5,38 5,04 4,75
2 10,00 1,57 7,68 7,19 6,79 6,45 6,15 5,89 5,46 5,11 4,82
3 10,00 2,36 9,03 8,46 7,99 7,58 7,24 6,93 6,42 6,01 5,67
2 12,50 2,45 9,17 8,59 8,11 7,70 7,35 7,04 6,52 6,11 5,76
3 12,50 3,68 10,86 10,17 9,60 9,11 8,70 8,33 7,72 7,23 6,82
OBS: os valores em vermelho atendem ao ELU, porém não atendem ao ELS, para condição
de flecha com carga quase permanente diferida no tempo ou com carga acidental, mesmo
aplicando contra-flecha limite de L/350.
57

APÊNDICE D– TABELA DE DIMENSIONAMENTO LAJE H12B

DIMENSIONAMENTO LAJES - APENAS ELU


Características fixas da laje analisada
Nome p.p. Laje Concreto
Geometria (cm) - Intereixo (i) = bf Aço Cobrimento
da Laje
g1 (kN/m²) bf h hf d fck (MPa) Classe (cm)
1,46 50,0 12,0 4,0 10,3 25,0 CA 50 1,50
Treliça - medidas da altura e dos fios em mm Considerando x=hf
H12B
Nome Altura Sup. Diag. Inf. As,TR (cm²) As,máx,ad (cm²) x/d ≤ 0,45
TR 8645 80,0 6,0 4,2 5,0 0,39 5,59 0,39 OK
Armadura adicional CARGAS VARIÁVEIS - g2 (kN/m²)
0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 6,00
Qtde Ø (mm) As,ad (cm²)
L - Vão teórico máximo (m)
- - 0,00 3,17 2,83 2,58 2,39 2,23 2,10 1,90 1,75 1,63
1 6,30 0,31 4,23 3,78 3,44 3,19 2,98 2,81 2,54 2,33 2,17
1 8,00 0,50 4,76 4,25 3,87 3,58 3,35 3,16 2,85 2,62 2,44
2 6,30 0,62 5,06 4,52 4,12 3,81 3,56 3,36 3,03 2,79 2,60
1 10,00 0,79 5,46 4,87 4,44 4,11 3,84 3,62 3,27 3,01 2,80
3 6,30 0,94 5,78 5,16 4,71 4,35 4,07 3,83 3,46 3,19 2,96
2 8,00 1,01 5,93 5,29 4,82 4,46 4,17 3,93 3,55 3,26 3,04
1 12,50 1,23 6,36 5,67 5,17 4,78 4,47 4,21 3,81 3,50 3,26
3 8,00 1,51 6,86 6,12 5,58 5,16 4,82 4,54 4,11 3,78 3,51
2 10,00 1,57 6,96 6,21 5,66 5,24 4,89 4,61 4,17 3,83 3,57
3 10,00 2,36 8,14 7,27 6,63 6,13 5,73 5,40 4,88 4,49 4,17
2 12,50 2,45 8,26 7,38 6,73 6,22 5,81 5,48 4,95 4,55 4,24
3 12,50 3,68 9,71 8,67 7,90 7,31 6,83 6,44 5,82 5,35 4,98
OBS: os valores em vermelho atendem ao ELU, porém não atendem ao ELS, para condição
de flecha com carga quase permanente diferida no tempo ou com carga acidental, mesmo
aplicando contra-flecha limite de L/350.
58

APÊNDICE E– TABELA DE DIMENSIONAMENTO LAJE H16B

DIMENSIONAMENTO LAJES - APENAS ELU


Características fixas da laje analisada
Nome p.p. Laje Concreto
Geometria (cm) - Intereixo (i) = bf Aço Cobrimento
da Laje
g1 (kN/m²) bf h hf d fck (MPa) Classe (cm)
1,67 50,0 16,0 4,0 14,3 25,0 CA 50 1,50
Treliça - medidas da altura e dos fios em mm Considerando x=hf
H16B
Nome Altura Sup. Diag. Inf. As,TR (cm²) As,máx,ad (cm²) x/d ≤ 0,45
TR 12645 120,0 6,0 4,2 5,0 0,39 5,59 0,28 OK
Armadura adicional CARGAS VARIÁVEIS - g2 (kN/m²)
0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 6,00
Qtde Ø (mm) As,ad (cm²)
L - Vão teórico máximo (m)
- - 0,00 3,56 3,21 2,95 2,74 2,57 2,43 2,20 2,03 1,89
1 6,30 0,31 4,75 4,29 3,93 3,66 3,43 3,24 2,94 2,71 2,53
1 8,00 0,50 5,35 4,82 4,43 4,11 3,86 3,65 3,31 3,05 2,85
2 6,30 0,62 5,69 5,13 4,71 4,38 4,11 3,88 3,52 3,25 3,03
1 10,00 0,79 6,14 5,54 5,08 4,72 4,43 4,19 3,80 3,50 3,27
3 6,30 0,94 6,51 5,87 5,39 5,01 4,70 4,44 4,03 3,71 3,46
2 8,00 1,01 6,68 6,02 5,52 5,13 4,82 4,55 4,13 3,81 3,55
1 12,50 1,23 7,16 6,46 5,93 5,51 5,17 4,88 4,43 4,09 3,81
3 8,00 1,51 7,74 6,97 6,40 5,95 5,58 5,27 4,79 4,41 4,11
2 10,00 1,57 7,85 7,08 6,50 6,04 5,66 5,35 4,86 4,48 4,18
3 10,00 2,36 9,22 8,32 7,63 7,09 6,65 6,29 5,71 5,26 4,91
2 12,50 2,45 9,37 8,44 7,75 7,20 6,76 6,38 5,79 5,34 4,98
3 12,50 3,68 11,06 9,97 9,15 8,51 7,98 7,54 6,84 6,31 5,88
OBS: os valores em vermelho atendem ao ELU, porém não atendem ao ELS, para condição
de flecha com carga quase permanente diferida no tempo ou com carga acidental, mesmo
aplicando contra-flecha limite de L/350.
59

APÊNDICE F– TABELA DE DIMENSIONAMENTO LAJE H21B

DIMENSIONAMENTO LAJES - APENAS ELU


Características fixas da laje analisada
Nome p.p. Laje Concreto
Geometria (cm) - Intereixo (i) = bf Aço Cobrimento
da Laje
g1 (kN/m²) bf h hf d fck (MPa) Classe (cm)
2,13 50,0 21,0 5,0 19,3 25,0 CA 50 1,50
Treliça - medidas da altura e dos fios em mm Considerando x=hf
H21B
Nome Altura Sup. Diag. Inf. As,TR (cm²) As,máx,ad (cm²) x/d ≤ 0,45
TR 16745 130,0 7,0 4,2 5,0 0,39 6,98 0,26 OK
Armadura adicional CARGAS VARIÁVEIS - g2 (kN/m²)
0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 6,00
Qtde Ø (mm) As,ad (cm²)
L - Vão teórico máximo (m)
- - 0,00 3,76 3,45 3,20 3,00 2,83 2,69 2,46 2,28 2,14
1 6,30 0,31 5,03 4,61 4,28 4,01 3,79 3,60 3,29 3,05 2,86
1 8,00 0,50 5,66 5,19 4,82 4,52 4,27 4,05 3,71 3,44 3,22
2 6,30 0,62 6,02 5,52 5,13 4,81 4,54 4,31 3,95 3,66 3,43
1 10,00 0,79 6,50 5,96 5,53 5,19 4,90 4,66 4,26 3,95 3,70
3 6,30 0,94 6,89 6,32 5,87 5,50 5,20 4,94 4,52 4,19 3,92
2 8,00 1,01 7,07 6,48 6,02 5,64 5,33 5,06 4,63 4,29 4,02
1 12,50 1,23 7,59 6,96 6,46 6,06 5,72 5,44 4,97 4,61 4,32
3 8,00 1,51 8,21 7,52 6,98 6,55 6,18 5,88 5,37 4,98 4,67
2 10,00 1,57 8,33 7,64 7,09 6,65 6,28 5,96 5,46 5,06 4,74
3 10,00 2,36 9,81 8,99 8,35 7,83 7,39 7,02 6,42 5,96 5,58
2 12,50 2,45 9,96 9,13 8,48 7,95 7,51 7,13 6,52 6,05 5,66
3 12,50 3,68 11,81 10,82 10,05 9,42 8,90 8,46 7,73 7,17 6,72
OBS: os valores em vermelho atendem ao ELU, porém não atendem ao ELS, para condição
de flecha com carga quase permanente diferida no tempo ou com carga acidental, mesmo
aplicando contra-flecha limite de L/350.

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