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FACULDADES INTEGRADAS DE TRÊS LAGOAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

João Vitor Olegario Mieli de Souza


Jefferson Ailton Oliveira dos Santos
Alessandro Vargas da Silva Santos
José Roberto Silva Santos Junior

INTEMPERISMOS FÍSICO E QUÍMICO

Três Lagoas
2015
João Vitor Olegario Mieli de Souza
Jefferson Ailton Oliveira dos Santos
Alessandro Vargas da Silva Santos
José Roberto Silva Santos Junior

INTEMPERISMOS FÍSICO E QUÍMICO

Trabalho apresentado para avaliação da matéria


de Geologia no curso de graduação em
Engenharia Civil, apresentado nas Faculdades
Integradas de Três Lagoas como requisito parcial
para a avaliação do segundo bimestre na
disciplina.

Área de habilitação: Geologia, formação dos


solos, intemperismos físico e químico

Orientador: Prof. Me. Jefferson Anthony Gabriel


de Oliveira

Três Lagoas
2015
Dedico este trabalho, ao querido Prof. Me.
Jefferson Anthony Gabriel de Oliveira pela
dedicação, ensinamentos, pelo apoio
incondicional nesses importantes momentos de
nossa vida acadêmica. Por nos fazer acreditar
que tudo é possível, basta perseguir os sonhos e
estudar as rochas.
João Vitor Olegario Mieli de Souza
Jefferson Ailton Oliveira dos Santos
Alessandro Vargas da Silva Santos
José Roberto Silva Santos Junior

INTEMPERISMOS FÍSICO E QUÍMICO

Trabalho apresentado para avaliação da matéria de Geologia, apresentado nas Faculdades


Integradas de Três Lagoas como requisito parcial para a avaliação do segundo bimestre na
disciplina, para o no curso de graduação em Engenharia Civil.

Aprovado em: ____ de _______ de _____.

PROFESSOR EXAMINADOR

__________________________________________
Prof. Me. Jefferson Anthony Gabriel de Oliveira
Faculdades Integradas de Três Lagoas
LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Sequência de intemperismo físico (a) e químico (b) do feldspato potássico no solo
.....................................................................................................................................................8
Figura 02 - Rocha desenhada através do vento...........................................................................9
Figura 03 - Diferentes formas geométricas do relevo...............................................................10
Figura 04 - Convergência dos fluxos das encostas para os fundos dos vales...........................12
Figura 05 - Tipos de relevo e razão de infiltração/deflúvio (escorrimento superficial)...........14
Figura 06 - Rocha fraturada em chapas por alívio de pressão..................................................18
Figura 07 - Bloco de gnaisse fraturado devido à ação do gelo.................................................19
Figura 08 - Material carbonático, derivado de intemperismo químico em climas áridos.........21
Figura 09 - Solo com alto teor de ferro avermelhado pela ferrugem, deserto árido.................23
Figura 10 - Caverna calcária na região de bonito/MS..............................................................24
Figura 11 - Alteração de um feldspato potássico......................................................................25
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................4
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................6
1.1 JUSTIFICATIVA..............................................................................................................6
1.2 OBJETIVOS......................................................................................................................6
1.3 METODOLOGIA..............................................................................................................7
2 INTEMPERISMOS.........................................................................................................8
2.1 FATORES..........................................................................................................................9
2.2 CLIMA...............................................................................................................................9
2.3 RELEVO...........................................................................................................................10
3 FORMAÇÃO DOS SOLOS............................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
3.1 A IMPORTÂNCIA DAS ÁGUAS NA FORMAÇÃO DOS SOLOS.............................11
3.2 A IMPORTÂNCIA DO CLIMA NA FORMAÇÃO DOS SOLOS................................12
3.3 A IMPORTÂNCIA DO RELEVO NA FORMAÇÃO DOS SOLOS.............................13
3.4 A IMPORTÂNCIA DA VEGETAÇÃO NA FORMAÇÃO DOS SOLOS.....................15
3.5 AS ROCHAS...................................................................................................................15
4 INTEMPERISMO FÍSICO.............................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
4.1 DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO POR ALÍVIO DA CARGA..........................................17
4.2 CRESCIMENTO DE CRISTAIS ESTRANHOS NAS ROCHAS.................................18
4.3 EXPANSÃO TÉRMICA E CONTRAÇÃO....................................................................19
4.4 PLANTAS COMO AGENTES DE INTEMPERISMOS MECÂNICO.........................20
5 INTEMPERISMO QUÍMICO.....................................................................................21
5.1 OXIDAÇÃO....................................................................................................................22
5.2 CARBONATAÇÃO........................................................................................................23
5.3 HIDRÓLISE....................................................................................................................24
5.4 HIDRATAÇÃO...............................................................................................................25
5.5 TROCA DE BASES........................................................................................................26
6 CONCLUSÃO................................................................................................................27
REFERÊNCIAS.............................................................................................................28
1 - INTRODUÇÃO

O intemperismo, ou também meteorização, consiste na alteração física e química das


rochas e de seus minerais devido a processos exógenos, podendo ser responsável por fatores:
químicos, físicos e biológicos. É um importante agente no processo de formação de solos e
modelador do relevo.
O termo “intemperismo” vem da expressão “intempérie” que é usada para descrever a
ação do sol, vento e da chuva sobre objetos.
A maioria das rochas que conhecemos são formadas num ambiente de pressão e
temperatura bastante elevados, deste modo as rochas se encontram bastante instáveis quanto
expostas a uma atmosfera úmida e biologicamente ativa.

1.1 Justificativa

A geologia sendo a ciência que estuda a terra, e a Engenharia Civil uma profissão
voltada para o bem-estar do homem e a sua perfeita interação com o meio, faz-se necessário a
compreensão dos diversos agentes de origem geológica como modificadores do ambiente.
Este trabalho se justifica por discorrer e apresentar aspectos sobre a Geologia, meio
ambiente e Engenharia Civil, buscando a interação entre esses assuntos e seus agentes e
fatores.

1.2 Objetivos

Este trabalho visa comentar sobre o intemperismo e discorrer sobre a as bases teóricas
e conceituais do intemperismo químico e físico, e as influências destes fenômenos naturais
sobre o processo de formação dos solos, relevos e transformação das rochas. Possibilitando
uma maneira racional de discernimento na identificação e solução de assuntos pertinentes à
utilização de recursos minerais, energéticos, extração, impactos associados ao uso dos
recursos, desastres naturais, extração, etc.
1.3 Metodologia

A elaboração metodológica foi desenvolvida mediante leitura sistemática, com o


devido fichamento de cada obra ou material pesquisado, ressaltando alguns ensejos e pontos
abordados pelos devidos autores.
A pesquisa foi elaborada diante materiais essenciais para o desenvolvimento deste
trabalho. Ela se baseia em livros, publicações e registros, abrangendo algumas fontes de
pesquisas.
2 - INTEMPERISMOS

O intemperismo refere-se às alterações físicas e químicas a que estão sujeitas as rochas


e minerais na superfície da Terra. Diferente de erosão, que consiste no transporte de partículas
e matéria, o intemperismo é a quebra e alteração de materiais nas proximidades da superfície
para produtos que estão mais em equilíbrio com as novas condições físicas e químicas
impostas.

“Considerando que um granito foi exposto na superfície


terrestre e começa a sofrer intemperismo (processo de alteração
responsável pela transformação da rocha em solo), pode-se
fazer o seguinte questionamento: por que uma rocha que
presenta apenas minerais do tamanho areia (todos minerais
grandes, entre 0,05 e 2 mm, visíveis a olho nu) vai dar origem a
um solo, por exemplo, com a seguinte granulometria
(quantidades relativas das classes de tamanho da fração
mineral): 50% de areia, 10% de silte e 40% de argila? De onde
vieram os minerais do tamanho silte e argila existentes no solo
e ausentes na rocha? Isto só é possível graças aos processos de
intemperismo físico (fracionamento dos minerais) e químico
que irão atuar sobre a rocha.” (SIRTOLI, Ângelo Evaristo. O
solo no meio ambiente, 1º ed., Curitiba (PR), 2007, pag. 32).

Existem tipos diferentes de intemperismo; o intemperismo físico, que é a degradação


da rocha por meio de processos físicos, sem alteração da sua composição química; e o
intemperismo químico, que é o conjunto de reações químicas que alteram os minerais que
compõem as rochas, além do intemperismo biológico.

Figura 01 –Sequência de intemperismo físico (a) e químico (b) do feldspato potássico no solo
Fonte: SIRTOLI, Ângelo Evaristo. O solo no meio ambiente, 1º ed., Curitiba (PR), 2007, pag. 33).
2.1 Fatores

São vários os fatores que levam a fragmentação e decomposição das rochas na


superfície terrestre. Com a exposição ao ar, as rochas estão sujeitas à ação direta do sol, da
água das chuvas, dos ventos, entre outros elementos que alteram sua composição química e
seu aspecto físico. O fenômeno responsável pela decomposição das rochas e pela modificação
de suas características físicas e químicas são determinadas pela intensidade dos
intemperismos, sendo atenuada ou acentuada de acordo diversos fatores.

“O Intemperismo físico quebra o mineral do tamanho de areia


(2 e 0,05 mm) e forma vários minerais do tamanho silte de
(0,05 e 0,002 mm).
O Intemperismo químico dissolve o mineral primário do
tamanho areia e silte e libera os elementos químicos no solo,
que se juntam para formar os minerais secundários do tamanho
argila (menor que 0,002 mm) ou ficam disponíveis para
alimentar as plantas.” (SIRTOLI, Ângelo Evaristo. O solo no
meio ambiente, 1º ed., Curitiba (PR), 2007, pag. 32).

Figura 02 – Rocha desenhada através do vento


Fonte: http://www.ebah.com.br/

2.2 Clima

A variação de temperatura das rochas, principal fator do intemperismo físico, se deve


ao constante aquecimento pelo sol seguido do brusco resfriamento pelas chuvas. Com isso, as
rochas contraem e dilatam continuamente, o que causa sua fragmentação. Nas regiões polares
ou de grandes altitudes, a água congela nas fissuras das rochas e as dilata, fragmentando-as
em partes menores. As mudanças de temperatura entre dia e noite e entre as estações do ano
também contribuem para o processo de degradação das rochas.
A água, agente mais importante do intemperismo químico, reage quimicamente com
os minerais componentes das rochas, produzindo substâncias ácidas que as corroem, o que
favorece a degradação. Em regiões de climas tropicais, em que os índices de umidade são
elevados, o intemperismo químico é mais intenso, enquanto nas regiões de clima frio e árido,
a degradação das rochas é menor.

2.3 Relevo

O relevo interfere no fluxo da água das chuvas, resultando numa maior ou menor
infiltração no solo. Nos locais de maior declive, o contato das rochas com a água das chuvas é
menor, o que prejudica as reações químicas responsáveis pela fragmentação do solo. Já nas
regiões mais baixas e côncavas, o acúmulo de água é maior, favorecendo o intemperismo das
rochas.

Figura 03 – Diferentes formas geométricas do relevo


Fonte: SIRTOLI, Ângelo Evaristo. O solo no meio ambiente, 1º ed., Curitiba (PR), 2007, pag. 91
3 - FORMAÇÃO DOS SOLOS

O recurso natural solo, encontrado em diferentes posições na paisagem, é formado


pela ação do clima e dos organismos vivos agindo sobre o material de origem, ao longo do
tempo. A diversidade geológica e climática origina grande variedade de tipos de solos, em
que variações a curta distância decorrem dos efeitos do relevo, condicionando os fluxos de
água superficial (erosão) e subsuperficial (lixiviação, drenagem e oxirredução). Os solos,
como são mapeados e descritos nos levantamentos, constituem os melhores estratificadores do
ambiente, ou seja, sua posição na paisagem é resultado de uma série de fatores que
proporcionaram o seu surgimento naquele local e, por consequência, apresenta características
estreitamente relacionadas com determinada paisagem. A formação das diferentes paisagens
encontradas na superfície terrestre, tanto no aspecto de macrorregiões como de microrregiões,
não revela um único fator formador, ou seja, as diferentes paisagens caracterizam-se pela ação
conjunta dos diferentes fatores que atuaram e continuam atuando na formação destas, ou
mesmo por variações de intensidade dos solos. A paisagem é a expressão resultante da
atuação de fatores como o clima, solo, organismos e aspectos socioeconômicos. Na paisagem
brasileira, é comum a descontinuidade acentuada de paisagem, correlacionada, em muitos
casos, com a descontinuidade nas classes de solos.

“A paisagem é produto da reação das rochas com o clima e da


força da água em movimento sob a ação da energia solar.
Ainda os mesmos autores ressaltam que os produtos relativos
ao desgaste das rochas são levados encosta abaixo para os rios
e/ou mar na forma de sedimentos, os quais poderão, num
período muito distante, ser transformados em rochas
novamente.” (SIRTOLI, Ângelo Evaristo. O solo no meio
ambiente, 1º ed., Curitiba (PR), 2007, pag. 90).

3.1 A importância das águas na formação dos solos

Esse elemento físico constitui um dos mais importantes na modelagem da paisagem


terrestre, interligando fenômenos da atmosfera interior e da litosfera. Interfere também na
vida vegetal, animal e humana, a partir da interação com os demais elementos do seu
ambiente de drenagem. Dentre as múltiplas funções da água, destaca-se seu papel como
agente modelador do relevo da superfície terrestre, controlando tanto a formação como o
comportamento mecânico dos mantos de solos e rochas. As formas geométricas do relevo,
convexas, côncavas e retilíneas, resultam da ação de processos erosivos e deposicionais no
tempo. Um relevo côncavo favorece essencialmente a acumulação de água no solo, uma vez
que o escorrimento superficial se movimenta, perdendo gradativamente a velocidade. No
relevo convexo, o escorrimento superficial se movimenta ganhando velocidade, pois o
gradiente aumenta da parte mais alta para a mais baixa do terreno. Portanto, os solos formados
neste local são tanto menos desenvolvidos quanto mais acentuada é a declividade. Na
superfície horizontal de baixada, ocorrem essencialmente retenção e acúmulo de água. A água
que escorre na superfície se acumula em virtude da ausência de gradiente (relevo plano),
portanto, os solos apresentam cada vez mais caráter de hidromorfismo, ou seja, acumulação
de água em seu perfil. Na superfície plana, porém elevada, ocorre essencialmente
diversificação hídrica unilateral, favorecendo a formação de solos mais evoluídos e não
favorecendo a acumulação de água no perfil do solo. Entre os topos e fundos de vales
transitam sedimentos e diversos elementos detríticos ou solúveis, por meio de mecanismos
associados às águas ou aos ventos em interação com forças gravitacionais.

Figura 04 – Convergência dos fluxos das encostas para os fundos dos vales
Fonte: SIRTOLI, Ângelo Evaristo. O solo no meio ambiente, 1º ed., Curitiba (PR), 2007, pag. 91

3.2 A importância do Clima na formação dos solos

Representado principalmente pela precipitação e temperatura, tem grande importância


na formação da paisagem, visto que, nas regiões onde estes são mais intensos e frequentes, os
processos erosivos são destacados e, consequentemente, a modelagem da paisagem. De forma
geral pode-se afirmar que as grandes variações climáticas ocorridas na superfície terrestre,
durante o Quaternário ocasionaram grandes modificações da paisagem. Portanto, na formação
do solo, deve-se considerar também a sucessão de mudanças climáticas, fundamental para o
desenvolvimento do perfil do solo.
As variações climáticas ocorridas são responsáveis pelos ciclos da erosão. As épocas
semi-áridas foram responsáveis pela elaboração de superfícies aplainadas, denominadas
pediplanos ou pedimentos. As épocas úmidas promoveram dissecação, aprofundamento do
nível de base. Das primeiras restam, na paisagem, apenas remanescentes formando ombreiras
de inclinação pequena a média. Das épocas úmidas, encontram-se formas de vertentes mais
íngremes. A transição de um clima úmido para um clima semi-árido proporciona grande
mudança da vegetação na superfície terrestre, ocasionada pela falta de água. O clima semi-
árido, quando é intercalado por uma fase mais úmida intensa, provoca a ação de grandes
processos erosivos do solo, promovendo o arraste total destes solos para as posições mais
baixas da paisagem. Este processo de variações climáticas não teve uma única ocorrência,
mas, sim, vários ciclos ao longo do tempo, que contribuíram para a formação de grande parte
das conformações do relevo terrestre que se conhece.

3.3 A importância do relevo na formação dos solos

O relevo refere-se às desigualdades das formas da superfície do solo. Do ponto de


vista topográfico, é representado pelas diferenças de cotas de um ponto a outro; do ponto de
vista geomorfológico, constitui um termo descritivo; do ponto de vista edafológico,
caracteriza os atributos de forma exterior da superfície do solo. O relevo desempenha papel
importante e influencia grandemente os processos de formação dos solos, além de influir na
drenagem interna e externa do solo, bem como modificando as condições microclimáticas
locais onde o relevo se desenvolve. Ele relaciona-se com os demais fatores de formação do
solo de forma interdependente e é esculpido segundo a ação dos fatores que atuam no
desgaste e na remoção do material de origem. Ele se relaciona com o clima quanto à
distribuição de energia, ao escorrimento da água, à drenagem do solo, à exposição do solo, à
luz solar e ao vento. Três tipos de relevo são referidos: normal, subnormal e excessivo. O
relevo normal relaciona-se com solos desenvolvidos pela ação conjunta de vários fatores
pedogenéticos, sem a imposição de um deles sobre a ação dos demais; corresponde aos solos
normais, representantes dos grandes grupos de solos. O relevo subnormal indica solos
desenvolvidos com a predominância de um fator pedogenético sobre os demais. Caracteriza
solos com impedimento de drenagem, exibindo camadas impermeáveis, originadas nesse tipo
de relevo, como no caso dos solos com caráter hidromórfico (solos de várzea, banhado), como
os Organossolos e Gleissolos. O relevo subnormal representa terrenos ligeiramente inclinados
ou planos com deflúvio, escorrimento da água na superfície muito lento. A erosão sob a
cobertura da vegetação natural é quase nula ou muito fraca. Os produtos do intemperismo, via
de regra, acumulam-se no solo. O relevo excessivo, tem o escorrimento maior que a
infiltração, é característico de solos mal desenvolvidos onde as ações pedogenéticas são pouco
eficientes, como nos Neossolos Litólicos e associados. Esse tipo de relevo é característico de
terrenos muito inclinados onde o deflúvio é rápido ou muito rápido.
A erosão compromete a formação do solo, fazendo com que as perdas dos produtos de
intemperismo ultrapassem as possibilidades de acúmulo e permanência, indispensáveis à
gênese do solo. No decorrer do tempo, o relevo sofre alteração pela ação dos ciclos de erosão
nas porções mais altas e inclinadas e deposição nas baixadas. Essa ação condiciona a
formação de solos menos profundos e jovens naquelas posições mais elevadas da paisagem. A
água da chuva encontra, no relevo mais aplainado, condições favoráveis para maior infiltração
no solo, o contrário ocorre nas áreas com maior declividade. Nas porções mais baixas do
relevo, em razão da má drenagem, ocorre um acúmulo de água e, como consequência,
propicia condições para a formação de solos das classes dos Organossolos e Gleissolos.
O registro do relevo é muito importante se ele é analisado junto com a vegetação
original, pois estes dois elementos trazem muitas informações. Por exemplo, no sul do Brasil,
o fato de ser o relevo plano e apresentar sobre ele uma vegetação exuberante, quase sempre
indica que o solo é muito profundo. Ele, porém, poderia ser raso e plano, quando a deficiência
hídrica fosse demasiado acentuada. Solo raso com relevo plano pressupõe que algum fator
está impedindo o aprofundamento do perfil. Normalmente, esse pouco aprofundamento é
condicionado pela deficiência de água, pela resistência da rocha ou porque o lençol freático,
muito elevado, está retardando a pedogênese.

Figura 05 – Tipos de relevo e razão de infiltração/deflúvio (escorrimento superficial)


Fonte: SIRTOLI, Ângelo Evaristo. O solo no meio ambiente, 1º ed., Curitiba (PR), 2007, pag. 94
3.4 A importância da vegetação na formação dos solos

As diferentes vegetações que ocupam a superfície terrestre estão de maneira geral


relacionadas com as condições climáticas e com o solo. Solos de baixa fertilidade natural,
bem como os pouco profundos, tendem a favorecer o desenvolvimento de uma vegetação
adaptada a estas condições, ou seja, vegetação de pequeno porte e, dependendo das condições
climáticas, gramíneas. A densidade da cobertura vegetal presente nas diferentes unidades de
paisagem é fator de fundamental importância na atenuação da ação dos processos erosivos.
Desta forma, uma densidade de cobertura vegetal alta, proporciona paisagem de alta
estabilidade aos processos erosivos. À medida que a densidade da cobertura vegetal diminui,
aumenta-se a ação dos processos erosivos, atuando, na formação dos solos.

3.5 As Rochas

O material de origem influencia, até certo ponto, muitas das propriedades do solo,
sendo sua maior influência nas regiões mais secas e frias e nos estádios iniciais do
desenvolvimento do solo. Nas regiões mais úmidas, com o decorrer do tempo, outros fatores
obscurecem a influência da rocha de origem.
Os diferentes tipos de rochas podem apresentar maior ou menor resistência à
intemperização, consequentemente aquelas que apresentam maior resistência tendem a
promover uma paisagem de relevo mais inclinado, uma vez que os processos erosivos
ocorridos na superfície são minimizados pela resistência da rocha. O contrário também é
verdadeiro, ou seja, locais onde as rochas apresentam menor resistência, a paisagem é mais
desgastada, aplainada.
Diferentes formações geológicas podem resultar em diferentes feições de relevo
decorrentes dos distintos graus de resistência das rochas ao intemperismo e, por consequência,
dos diferentes tipos de solos. O relevo resultante de cada tipo de rocha é resultado da ação de
fatores como clima e organismos ao longo do tempo. De forma geral, as rochas mais
resistentes ao intemperismo resultam em formações de relevo com cotas mais elevadas,
enquanto os materiais menos resistentes formam as cotas mais baixas do terreno.
Além disso, é possível observar que diferentes materiais rochosos mostram distintas
orientações na paisagem que resultam em conformações superficiais claramente orientadas,
que se denominam padrões. Por exemplo, no primeiro planalto paranaense, os diques de
diabásio possuem orientação SE/NW, enquanto os corpos de quartzito têm orientação
SW/NE, claramente visíveis na paisagem e, facilmente correlacionáveis aos solos que
ocorrerem associados a eles. Estes materiais irão originar solos diferentes em diversas
características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas. Pode-se concluir que, de um
mesmo material de origem, dependendo das condições impostas pelos fatores de formação,
reinantes ao longo de sua história, podem resultar em solos muito diferentes.
4. O INTEMPERISMO FÍSICO

São diversas as maneiras e os processos pelos quais as rochas podem ser quebradas ou
desintegradas, no entanto os fatores de intemperismo físico mais importantes são devidos a
expansão diferencial por alívio de pressão, quando a rocha é exposta à superfície, ao
crescimento de cristais estranhos em fraturas ou poros e contração e expansão diferenciais
durante rápido ou desigual aquecimento ou resfriamento.

4.1 Diminuição da Pressão por Alívio da Carga

A condição de pressão na superfície da terra é muito menor do que a condição de


pressão em que algumas rochas são formadas, podendo ser na crosta terrestre ou até mesmo
na consolidação da lama no fundo do mar. Com o passar dos anos o mar se afastou dessas
rochas e a erosão removeu centenas de milhares de metros de rochas sobrejacentes e por causa
disso tantas rochas formam hoje nossas paisagens, estas rochas expostas se expandem por
alívio de pressão.
Durante este tempo em que estão em formação dentro da terra até a sua ascensão que
provavelmente irá preceder a erosão estas rochas sofrem diversas fraturas em blocos que
podem medir de centímetros até metros, estas fraturas são chamadas de diáclases que
certamente irão possuir uma orientação regional sistemática e que também possuirão um certo
espaçamento entre as fraturas o que leva a diversas conclusões sobre as forças que atuaram
sobre as rochas.
Algumas rochas podem possuir grandes diáclases ou possuir espaços abertos por ser
uma rocha sedimentar, no entanto qualquer alívio de pressão por menor que seja será
compensada pelo movimento ao longo destas superfícies pré-existentes.
Algumas rochas especialmente o arenito e granitos são bastante maciços e apresentam
poucas diáclases, sendo assim quando essas rochas estão expostas à erosão formam-se um
conjunto especial de diáclases denominado de diáclases em chapa.
A quantidade de força armazenada nessas rochas maciças é surpreendente, por
exemplo: Na pedreira de “Stone Mountain” na Geórgia, EUA, os blocos de granito se
expandem um milésimo ao longo do comprimento quando libertados da parede da pedreira,
isso quer dizer que se retirarmos um bloco de 3m desse granito ele irá se expandir cerca de
3mm ao ser cortado ou liberado por explosão.
O alívio de pressão é apenas um fator de menor influência no intemperismo em si, mas
é o primeiro evento de uma série contínua e para que os outros tipos de intemperismos
aconteçam é necessário esse tipo de diáclases em chapa ou outras fraturas similares.

Figura 06 – Rocha fraturada em chapas por alívio de pressão


Fonte: http://www.ebah.com.br/

4.2 Crescimento de cristais estranhos na rocha

Se água contida em fraturas das rochas congelar uma expansão desta rocha ocorrerá
devido a uma grande força gerada que pode aumentar em até 9% o volume específico que é o
volume por unidade de massa. Este aumento de volume deverá ser inibido pela pressão
confinante em que a rocha se encontra, quanto maior a pressão confinante mais baixa deverá
ser a temperatura para possibilitar a congelamento da água.
É necessária uma pressão confinante muito alta para diminuir a temperatura de
congelamento da água em 1ºC, segundo dados é necessária uma pressão de 150 quilos por
centímetro quadrado para que a temperatura de congelamento da água passe a ser de -1ºC.
Este processo de formação de cristais de gelo pode ser bastante significativo em
termos geológicos ao aumentar o volume de uma rocha. No entanto imagine uma rocha no
topo de uma montanha gelada, porém ensolarada, este gelo irá derreter durante o dia e
congelar durante a noite e este processo contínuo de congelamento e descongelamento irá
reduzir a rocha a outras partículas que irão se tornar mais propícias ao ataque de outros
agentes de erosão e intemperismo.
Contudo o gelo não é o único material cristalino que pode se aglomerar em diáclases
de rochas e manter estas fraturas abertas, muitos outros sais podem fazer este trabalho até
mesmo sais que se acumularam em diáclases nos contatos com grãos minerais de quando a
rocha se encontrava saturada em água.
Observou-se que blocos de granito poderiam estar sujeitos a 5000 ciclos alternados de
congelamento, durante seis horas à temperatura de -12ºC; e degelo, uma hora dentro da água
20ºC, que não seria visível uma desintegração, no entanto os mesmos blocos de granitos
embebidos numa solução saturada de sulfato de sódio, 17 horas em temperatura ambiente e
secos durante 7 horas a 105 ºC, desgastavam-se a apenas 42 ciclos, em média. Isto é explicado
devido aos cristais de sais solúveis precipitarem-se a partir de soluções que são supersaturadas
pela evaporação, e à medida que crescem conseguem desintegrar rapidamente as rochas que
conseguem penetrar.

 
Figura 07 – Bloco de gnaisse fraturado devido à ação do gelo
Fonte: http://www.ebah.com.br/

4.3 Expansão térmica e contração

Blocos expostos ao calor solar de desertos, por exemplo, são muitas vezes quebrados
em porções semelhantes a gomos de laranja.
Alguns viajantes de desertos mencionam ter ouvido sons semelhantes a tiro de fuzil
provindos de rochas ao se partirem. Essas expansões e contrações térmicas que acabam por
quebrar as rochas são devidos ao contraste de temperatura em decorrer das altíssimas
temperaturas do dia e baixas temperaturas da noite.
Foi realizado um estudo com um cubo de 7,5 cm de granito seco durante 5 minutos a
140ºC e esfriado com um ventilador elétrico até 30ºC por 89400 ciclos, experimento este que
corresponde variação diurna de aquecimento e resfriamento. No fim do experimento que
durou 3 anos, nenhum dano a rocha foi encontrado nem em microscópio, no entanto em áreas
da Austrália que sofrem um contraste de temperatura diurno significativo, foi notado o
quebramento de rochas e nessas áreas são desprovidas de outros fatores de intemperismo
conhecidos que não seja as variações de temperatura como causa provável.

4.4 Plantas como agentes de intemperismo mecânico

Um outro tipo de intemperismo físico que pode ocorrer numa rocha é o intemperismo
com as plantas como agentes. Na ação de separação ou efeito de cunha das raízes das plantas,
principalmente das árvores é comum o intemperismo mecânico sobre as rochas.
Esta expansão gera uma pressão sobre a rocha que podem seguir profundamente entre
as diáclases e penetrando na rocha “fresca” exercendo pressão e causando fraturas.
5. INTEMPERISMO QUÍMICO

Os traços gerais de intemperismo químico estão diretamente relacionados com o


processo de formação com o qual a rocha foi gerada. As rochas que se formaram em
ambientes de pressão e energia térmica elevadas quando expostas a superfície terrestre,
tendem a se intemperizar por reações químicas exotérmicas que produzem novos compostos
de maior volume e menor densidade.

“A formação de minerais do tamanho argila é consequência do


intemperismo químico, que vem a ser o ataque ácido da
estrutura dos minerais na presença de água e calor. Como
resultado desta dissolução dos minerais, seus constituintes
serão liberados para a solução do solo (água com vários
elementos dissolvidos), formando minerais secundários.”
(SIRTOLI, Ângelo Evaristo. O solo no meio ambiente, 1º ed.,
Curitiba (PR), 2007, pag. 32).

A oxidação é um fator de intemperismo químico bastante significativo, bastante típica


de atmosfera úmida e especialmente de minerais portadores de ferro com o oxigênio
dissolvido na água. Outras reações típicas de intemperismo químico são, a carbonatação, que
é a reação dos minerais com o CO2 dissolvido em água; a hidratação, que é a adição de água à
estrutura molecular de um mineral; a troca de bases, que representa a troca de um cátion por
outro entre a solução e o mineral sólido, e a hidrólise, onde a água pura ioniza apenas
ligeiramente, mas reage com silicatos facilmente intemperizáveis.
Todas reações do intemperismo químico envolvem água, portanto não é necessário
citar a solução como um processo peculiar do intemperismo, pois soluções na água são
sempre parte do intemperismo químico.

Figura 08 - Material carbonático, derivado de intemperismo químico em climas áridos.


Fonte: http://www.ebah.com.br/
5.1 Oxidação

O processo de oxidação das rochas sempre ocorre com a água como agente
intermediário. Pode-se tomar o exemplo de superfícies de ferro que permanecem limpas e
brilhante na presença do ar seco, no entanto, na presença da umidade logo se enferrujam
(oxidação). O oxigênio é um elemento que sempre estará dissolvido na água, tanto na água da
chuva como na água subterrânea em grandes quantidades para oxidar o ferro do ferro ferroso
para o estado férrico.
Enquanto a água está em contato com o oxigênio molecular atmosférico e o ferro,
incompletamente oxidado, o oxigênio dissolvido no ar difunde-se através da água e combina-
se com o ferro. Quando o ferro ou outros elementos de um grão mineral se combinam com o
oxigênio, a estrutura cristalina do mineral original é destruída e os compostos minerais
remanescentes estão livres para participarem de outras reações químicas.
O intemperismo por oxidação ocorre em superfícies rochosas expostas que se
caracteriza por uma camada superficial de rochas intemperizadas de cores normalmente
avermelhadas ou amareladas. Muitas rochas apresentam ferro em sua composição, o ferro que
é um dos elementos mais comuns e independente de sua cor natural, todas intemperizam para
uma cor “enferrujada amarelada” ou “vermelho-castanha”. Por isso sempre é necessário partir
a rocha para examinar a superfície recém exposta para determinar sua cor.
A oxidação também afeta outros minerais além do ferro, no entanto, por conta da sua
abundância e de sua fácil oxidação, o ferro é ideal para mostrar o caráter geral deste tipo de
intemperismo.
Os óxidos de ferro são compostos químicos extremamente estáveis e uma vez
formados só são destruídos pela redução química com carbono.
Processos orgânicos também podem reduzir o óxido de ferro altamente oxidado para o
estado ferro que é menor oxidado. Compostos de ferro ferroso são mais solúveis em água do
que compostos férricos, de modo que a redução por organismos se constitui em um processo
para remover compostos das rochas alterada ou o solo; as bactérias anaeróbicas conseguem
reduzir óxido de ferro completamente em ferro metálico afim de usar o oxigênio ara seu
processo metabólico.
Estes processos intempéricos redutores que tem lugar em águas estagnadas ou lamas
ricas em compostos orgânicos não são típicos em sob condições da atmosfera terrestre.
Figura 09 - Solo com alto teor de ferro avermelhado pela ferrugem, deserto árido
Fonte: http://pt.123rf.com/

5.2 Carbonatação

O gás dióxido de carbono(CO2) dissolve-se facilmente na água em que a água fria tem
uma capacidade de dissolver o CO2 mais alta do que a água quente.
O dióxido de carbono combinado com a água gera um ácido fraco denominado de
ácido carbônico (H2CO3). A água da chuva torna-se ligeiramente ácida no começo da chuva
por dissolver a o CO2 suspenso na atmosfera no momento da precipitação e torna-se ainda
mais ácido ao entrar no solo por entre as raízes nas camadas superiores, isso se dá pelo fato de
existir bastante CO2 no ar armazenado no solo, este processo de intemperismo recebe o nome
de carbonatação.
Tomando como exemplo a ação da carbonatação em calcário que é bastante solúvel na
presença do ácido carbônico formando o bicarbonato de cálcio e que posteriormente é
bastante solúvel em água e assim escoado pelas chuvas. No entanto a maioria dos calcários
apresentam impurezas insolúveis, tais como argila e areia quartzosa. Os minerais residuais
portadores de ferro são comumente oxidados e ficam na superfície do solo apresentando uma
cor avermelhada que é uma feição característica de várias regiões calcárias e que este solo
avermelhado cobre o calcário cinza ou branco.
Dependendo da proporção de minerais solúveis para insolúveis é necessário entre 3 e 6
metros de calcário que devem ser intemperizados para produzir apenas alguns decímetros de
espessura de solo residual o que leva a crer que estas regiões calcárias sofrem um
rebaixamento de superfície ao longo dos anos como foi na região calcária ao redor de
“Mammoth Cave”, Kentucky, onde calcula-se que esta região sofreu um rebaixamento de 30
cm em 2000 anos por dissolução de carbonatos.
A dissolução de calcários não atua somente no rebaixamento da superfície mas
também opera na profundidade formando cavernas calcárias onde circulam também águas
subterrâneas. Estas cavernas calcárias iniciaram ao longo de diáclases e subsequentemente em
condutos formados pela dissolução de calcários.
A água carbonatada em contato com o calcário torna-se saturada de bicarbonato de
cálcio; diminuição de pressão, evaporação ou aumento de temperatura causam supersaturação
e precipitação de algum calcário. As estalagmites, estalactites e outras formações são
resultado do gotejamento nas cavernas, são comumente considerados apenas como resultado
da evaporação, contudo o ar nas cavernas é muito úmido e a evaporação é pequena, ou seja,
parte desta deposição é causada quando a água subterrânea movendo-se sob pressão através
da rocha acima da caverna encontra o ar livre da caverna e perde algum CO2 por causa da
queda de pressão. Com esta perda de dióxido de carbono da solução, parte do bicarbonato de
cálcio dissolvido reverte para carbonato de cálcio que é menos solúvel, usualmente na
extremidade de uma saliência pela qual a água pinga e flui. Este processo de gotejamento
forma diversas formas bastante diferentes e paisagens bastante interessantes no interior da
caverna, formando uma bela atração turística.

Figura 10 – Caverna calcária na região de bonito/MS


Fonte: http://aquafluxus.com.br/?p=3366

5.3 Hidrólise

A hidrólise é a reação mais importante de minerais silicatados, podendo também ser


chamada de decomposição e reação com a água. Na hidrólise a água não é apenas o portador
dos reagentes dissolvidos, mas é também um dos reagentes. A água pura ioniza apenas
ligeiramente, mas reage com silicatos facilmente intemperizáveis.
No final da hidrólise o mineral é completamente dissolvido, admitindo que o grande
excesso de água seja disponível para levar os íons em solução. No entanto o ácido silíco é um
produto de reação fraco que pode até ser desprezado considerando a simplesmente a solução
como sílica (SiO2) dissolvida na água, e qualquer reação que aumentar a presença do íon H+
na água, aumenta também a eficiência da hidrólise. Um exemplo de reação que aumentaria o
efeito da hidrólise acrescentando íons de H+ seria o próprio dióxido de carbono dissolvido em
água. Talvez a reação de intemperismo mais comum na terra é a hidrólise dos minerais do
grupo feldspatos por ácido carbônico.

Figura 11 – Alteração de um feldspato potássico


Fonte: http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-fisica/intemperismo.html

5.4 Hidratação

A hidratação consiste na adição da molécula completa de água à estrutura do mineral


causando uma expansão dos minerais, no entanto alguns cientistas consideram a hidratação
como sendo um processo de intemperismo físico relacionado ao crescimento de minerais
estranhos na rocha.
A água de hidratação pode ser retirada do mineral por aquecimento do mesmo acima
do ponto de ebulição da água, no entanto a água que reage com o feldspato durante a hidrólise
se insere na estrutura molecular do mineral e só pode ser retirada pela destruição do mineral a
temperaturas elevadas.
Muitos minerais argilosos são hidratados e as relações íntimas de hidrólise e
hidratação dos feldspatos formando argilas são os principais processos de intemperismo do
granito. Grãos de feldspato, durante o intemperismo, se expandem e causam o esfacelamento
do granito.
Segundo alguns mineradores, granito intemperizado permite a construção de túneis
usando apenas pás e picaretas.
Alguns minerais argilosos podem hidratar-se e desidratar-se dependendo da umidade
presente, ou seja, após uma chuva intensa eles podem se dilatar e inchar oprimindo o solo ou
as rochas e na seca podem contrair-se e fragmentar.

5.5 Troca de bases

 A troca de bases foi recentemente tida como importantes reações de intemperismo, ela
consiste na transferência mútua de cátions como: Ca++, Mg++, Na+, K+ entre uma solução
rica em cátion e um mineral rico em outro. A velocidade de troca em que ocorre a reação
depende da atividade química e da abundância de vários cátions, bem como da acidez,
temperatura e outras propriedades da solução; este princípio de troca de bases é bastante
usado em pró da fertilidade do solo pelas adições de substâncias ricas necessárias.
A troca de cátions entre minerais e água subterrânea pode causar expansão ou até o
colapso da estrutura cristalina do mineral e liberar outros compostos químicos e ainda poder
expor outros grãos minerais adjacentes a processos intempéricos.
6. CONCLUSÃO

A pesquisa e a metodologia aplicada possibilitaram sintetizar os principais conceitos


empregados na análise dos diversos tipos de intempéries e suas consequências. De acordo
com este desenvolvimento, determina-se que o intemperismo é um fator de fundamental
importância para o estudo e análise da formação dos solos, essencial na concepção de vida
vegetal e animal na crosta terrestre. Este e outros fatores fazem do intemperismo um fator
determinante na natureza e também pela variedade de processos de intemperismo que podem
ocorrer sobre uma rocha por completo, estes processos podem afetar também a qualidade de
um solo, modificando fatores como: acidez, fertilidade, etc.
Para o desenvolvimento das engenharias, agriculturas e o adequado uso e manejo do
solo, se faz necessário compreender o processo de formação dos mesmos, que são o produto
final dos intemperismos, para que seja possível o melhoramento das técnicas agricultáveis, de
exploração e de conservação de solo.
REFERÊNCIAS

Referências Bibliográficas

1. O SOLO NO MEIO AMBIENTE. Curitiba, 2007. Ângelo Evaristo Sirtoli.

Bibliografia Consultada

1. O SOLO NO MEIO AMBIENTE. Curitiba, 2007. Ângelo Evaristo Sirtoli.


2. DECIFRANDO A TERRA, 2° ed. São Paulo, 2009. Wilson Teixeira, M. Cristina
Motta de Toledo, Thomas Rich Fairchild, Fafio Taioli.

Páginas da Internet consultadas

http://www.ebah.com.br/
http://www.brasilescola.com/geografia/intemperismo.htm
http://www.mundoeducacao.com/geografia/intemperismo.htm
http://meioambiente.culturamix.com/natureza/intemperismo-processo-fisico-e-quimico
http://aquafluxus.com.br/?p=3366
http://pt.123rf.com/
http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-fisica/intemperismo.html

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