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Dia 4 - Cobiça Mortal
Dia 4 - Cobiça Mortal
Acã respondeu: “É verdade que pequei contra o Senhor, o Deus de Israel. O que fiz foi
o seguinte: quando vi entre os despojos uma bela capa feita na Babilônia, dois quilos
e quatrocentos gramas de prata e uma barra de ouro de seiscentos gramas, eu os
cobicei e me apossei deles. Estão escondidos no chão da minha tenda, com a prata
por baixo”. Josué 7:21
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O pecado da cobiça é o ato de fixar seus desejos sobre determinado objeto e
alimentar esse desejo até possuí-lo. Uma coisa é querer algo, outra bem diferente é
cobiçar. A cobiça é o desejo de possuir o alheio.
A cobiça é tão poderosa que Paulo a assemelha à idolatria. Isso porque
essencialmente é uma adoração às coisas materiais.
“Portanto, matem os desejos deste mundo que agem em vocês, isto é, a imoralidade
sexual, a indecência, as paixões más, os maus desejos e a cobiça, porque a cobiça é
um tipo de idolatria”. Colossenses 3:5
“Fiquem certos disto: jamais receberá uma parte no Reino de Cristo e de Deus
qualquer pessoa que seja imoral, indecente ou cobiçosa (pois a cobiça é um tipo de
idolatria)”. Efésios 5:5
Antigamente as pessoas poupavam até os centavos para poder comprar alguma coisa
que precisassem. Demorasse o tempo que fosse eles esperavam.
Atualmente o homem é bombardeado por propagandas e estratégias de campanhas
publicitárias e marketing que estimulam o consumidor a comprar produtos que não
necessitam, e que nem tinham a intenção de comprar. Isto despertou a terrível
COBIÇA desta geração.
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dívidas para comprar o que na verdade já possuem de sobra em seus guarda-roupas.
As lojas de MARCA também fazem a sua parte, oferecendo exclusividade e uma
experiência diferenciada com os seus produtos, às vezes 100 vezes mais caros que
outros semelhantes.
O coração acaba sofrendo quando vai atrás daquilo que é atraente aos olhos.
Precisamos fazer um pacto com nossos olhos, porque, se eles se desviarem,
certamente chorarão por causa disso. Sobretudo necessitamos guardar nosso
coração, porque dele mana a vida. O pecado procedeu do coração. Acã reconhece:
“Vi, e cobicei. Assim, a concupiscência foi concebida e gerou o pecado. O pecado
tendo sido consumado, gerou a morte. Aqueles que desejam guardar-se das ações
pecaminosas devem verificar e mortificar em si os desejos pecaminosos,
particularmente o desejo da riqueza mundana, que chamamos mais especificamente
de cobiça. Como é perverso o amor ao dinheiro! Se Acã tivesse olhado para essas
coisas com os olhos da fé, teria visto coisas consagradas ao Senhor e as
amaldiçoadas, e as teria temido, mas ao olhar para elas com um olhar sensual, ele viu
que eram agradáveis e as cobiçou. Não foi o olhar, mas a cobiça que o seduziu.
A Bíblia de Estudo ESV cita em uma de suas notas de rodapé que esse é um padrão
muito comum na Bíblia de como o pecado acontece. Isso aconteceu com Eva quando
comeu do fruto da árvore do bem e do mal (Gn 3. 6); e com Ló quando viu a terra de
Sodoma e Gomorra (Gn 13. 10-11). Também nos adverte dos atos de Davi cobiçando
uma mulher casada enquanto tomava banho. Vemos diante desses acontecimentos
que a cobiça reduz nosso entendimento de como as coisas realmente são. Aquilo que
é abominável diante de Deus se torna aceitável. Aquilo que tem boa aparência acaba
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se tornando bom em si mesmo, ignorando o coração de Deus. Esses são alguns
efeitos da cobiça no coração. Vemos nos dois exemplos acima que, por mais que a
ordem de Deus fosse não comer do fruto, Eva o desejou e comeu. Ló, sem conhecer
as abominações que aconteciam em Sodoma e Gomorra, pensou que a terra era boa
por conta de sua aparência. Infelizmente, o pecado surge da cobiça, e a cobiça pode
surgir com um olhar.
Devemos, portanto, tomar cuidado com o que nossos olhos veem, pois aquilo que
vemos pode se tornar o prenúncio de nossa queda. Consagre seus olhos ao Senhor.
Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos. 2 Coríntios 5:7
A COBIÇA E A INGRATIDÃO
Acã talvez imaginou que depois de tanto sofrer como escravo, tinha direito a alguma
riqueza, mas infelizmente ele não conseguia visualizar que aquilo que Deus tem
preparado para os que o amam é muito maior do que qualquer coisa material que
possamos imaginar. O fato é que Acã preferiu as coisas terrenas ao invés de ser
obediente a Deus. O tesouro que Acã achou que ia resolver seus problemas só trouxe
destruição e morte. Se ele tivesse sido grato a Deus por tudo o que o Senhor já tinha
feito por ele, sua família e seu povo, ele teria agido diferente. Se o propósito de Acã
fosse cumprir a missão dada por Deus ao invés de buscar seus próprios interesses,
seu nome seria conhecido hoje não pelo pecado que cometeu. Acã não estava
passando nenhum tipo de necessidade, pois o Senhor estava cuidando dele e de sua
família assim como de todo o Israel, mas ele se deixou levar pela cobiça e seu final foi
trágico.
A cobiça é um pecado de ingratidão, uma vez que o cobiçoso não valoriza o que tem,
nem se contenta com isso; mas deseja ardentemente o que não tem, nem pode ter.
O cobiçoso em vez de agradecer e se deleitar naquilo que recebeu de Deus, movido
pela ganância insaciável, busca ter o que seus desejos carnais, conforto e luxos
oferecem.
O Salmo 106 nos fala exatamente sobre os feitos de Deus, e o resultado da
ingratidão e da cobiça de Israel. Vejamos alguns versos:
No Egito, nossos antepassados não deram valor às maravilhas do Senhor. Não se
lembraram de seus muitos atos de bondade; rebelaram-se contra ele junto ao mar
Vermelho. Assim mesmo Ele os resgatou, para proteger a honra de seu nome, para
mostrar seu grande poder. [...] Cedo, porém, se esqueceram das suas obras; não
esperaram o seu conselho; mas deixaram-se levar da cobiça, no deserto, e tentaram a
Deus na solidão. E ele satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma.
Tais coisas aconteceram como advertência para nós, a fim de que não cobicemos o
que é mau, como eles cobiçaram. 1 Coríntios 10:6
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O cobiçoso por ser ingrato, é incapaz de ver a bondade do Senhor. Sempre há em
seus lábios a murmuração. Ele se vê sempre em desvantagem, precisando sempre de
alguma coisa material para ser feliz. O único antídoto contra a cobiça é um coração
agradecido transformado pelo evangelho de Cristo. Só assim o homem terá
condições de manifestar gratidão e contentamento por tudo aquilo que lhe é
concedido pelas mãos de Deus. Que o Senhor tenha misericórdia de nós, e nos faça
viver felizes e gratos com tudo o que ele nos concede. Ele cuida de você!
Note que Acã não demonstrou nenhum pingo de remorso quando Israel perdeu a
batalha e foi anunciado por Josué que havia pecado no meio do arraial. Ali estava a
oportunidade da graça de Deus para ele. A chance de reconhecer seu erro e se
arrepender; porém ele preferiu continuar com a mentira porque acreditava
erroneamente que não seria descoberto.
A cobiça é o pecado secreto do coração. Ela é subjetiva e não pode ser identificada
facilmente pelo homem. De todos os dez mandamentos, este é o único que se
mantém incógnito no coração humano e por isso é tão perigoso. Uma pessoa pode
ter uma auréola de santidade sobre a cabeça e um coração podre, encharcado de
cobiça. Foi esse décimo mandamento da lei de Deus que levou o apóstolo Paulo à
consciência de que era um pecador. Os nove primeiros mandamentos da lei de Deus
são objetivos e podem ser vistos e julgados por todos os homens, mas o décimo,
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trata de uma questão de foro íntimo, e por isso quase sempre vai acompanhado de
segredo, mentira e ocultação de fatos.
O crente responsável traz provisão à sua casa com esforço, trabalho, e confiança na
bondade e provisão de Deus. Todavia, Jesus advertiu-nos a não ficar ansiosos por
essas coisas. O desespero e ansiedade com relação ao dinheiro, provém do medo e
da falta de segurança e confiança no Senhor e em suas promessas. Temos aversão à
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falta de conforto. Estamos nos esforçando demais para conquistar os prêmios
babilônicos, ou queremos proteger aquilo que adquirimos no mundo. Quando há
algum desconforto, entramos em pânico e imediatamente queremos comprar, nos
endividando pelo o conforto do “EU”. É pecado tentar salvar a vida que devemos
perder. O engano da prosperidade é fazer com que as pessoas acreditem que estão
caminhando com o Senhor, quando na verdade afastam-se dele paulatinamente.
Muitos cristãos, senão a maioria, têm-se vendido ao sistema do Anticristo que um dia
lhes exigirá fidelidade sob o pretexto de se manter confortáveis: “E ninguém podia
comprar nem vender coisa alguma sem essa marca, que era o nome da besta ou o
número que representa seu nome.” Apocalipse 13:17
A Babilônia tem um objetivo, a fidelidade ao seu sistema, a escravidão ao conforto,
uma vida de opulência e vantagens. Saia já da dependência dela porque senão, para
se manter no sistema, um dia você poderá negar o Senhor.
O que fazer para não recebermos em vão a graça do Senhor?
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Jesus ordena que não acumulemos tesouro no Céu. Toda boa ação, toda ação
intercessória, todo momento de verdadeira adoração, todo ato altruísta, são
convertidos em moeda celestial e depositada em sua conta celestial.
“... façam o bem, sejam ricos em boas obras, generosos em dar e prontos a repartir;
ajuntando para si mesmos um tesouro que é sólido fundamento para o futuro, a fim
de tomarem posse da verdadeira vida” 1 Timóteo 6:17-10.
Podemos desperdiçar nossa vida inteira tentando de forma egoísta viver como reis e
construir riquezas no reino de Satanás. Contudo é melhor tornar-se herdeiro
d´Aquele que tem satanás debaixo dos seus pés. Estamos chegando aos momentos
finais da humanidade. É tempo de nos preparar para o que há de vir. É tempo de
fugir do sistema Babilônico.
Senhor me perdoa pela vida opulenta e cobiçosa que tenho vivido. Uma vida focada
em mim mesmo e nos meus desejos. Livra-me da cobiça que me envolve. Desarraiga-
me deste sistema maligno cheio de conforto, luxo e avareza. Ensina-me a
desenvolver um coração grato, a colocar minha vista nas coisas espirituais. Ajuda-me
a enxergar como o Senhor vê. Que eu possa abençoar os outros com tudo o que o
Senhor tem me dado, para que assim, eu possa ter o privilégio ajuntar tesouro nos
céus. Ajuda-me a tomar decisões que me tragam para a gloriosa liberdade dos filhos
de Deus, e guia-me a um estilo de vida que te agrade. Em nome de Jesus amem!
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