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PROJETO LUMINOTÉCNICO
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Até este momento já sabemos qual o tipo de lâmpada que podemos usar e luminárias que podemos adotar.
Por isso, primeiro será apresentado qual o tipo de luz mais adequada para cada tipo de ambiente residencial
e depois mostraremos como calcular esta quantidade de luz (para mensurar se está na quantidade suficiente
mínima indicada por norma).
A cozinha é um local de trabalho e por isso precisa de boa iluminação, a qual precisa ser homogênea, evitando
sombras.
Lembre-se de que este é um ambiente úmido e com a presença de gordura, por isso escolha luminárias de fácil
limpeza.
- IRC: use lâmpadas com IRC de no mínimo 80, assim será possível reconhecer bem as cores dos alimentos.
- Temperatura de Cor: deverá ser de no mínimo 4.000K (luz neutra), para proporcionar uma luz mais branca,
estimulando o cérebro e o mantendo em alerta. No entanto, dependendo do conceito do projeto, é possível usar
uma luz mais morna - a escolha dependerá do partido e das características específicas do local.
- Pendentes: se optar por usar pendentes sobre a bancada, respeite a distância de 0,90 a 1m entre a luminária e a
superfície do tampo. Exemplo de distância entre os pendentes: 60cm.
- dicróicas possuem um ótimo IRC e por isso são indicadas para serem usadas sobre as bancadas
(costuma-se usá-las com 50W). Caso queira valorizar objetos decorativos, escolha dicróicas com facho
fechado, pontual. Cuidado para que a dicróica não fique sobre as pessoas, pois é quente e poderá ser
incômoda.
- fluorescentes tubulares (como a T5 28W) podem ser embutidas em sancas de gesso (rasgo de 20cm),
proporcionando uma luz indireta homogênea difusa e de ótimo IRC. Também é possível usá-las em
painéis e em móveis.
- fluorescentes compactas embutidas em spots, por exemplo, também são indicadas para luz geral.
- lâmpadas halopin podem ser usadas para iluminar bancadas, como por exemplo, em pendentes. Sua
luz é brilhante e possui ótimo IRC. Cuidado para que a altura seja adequada e haja proteção contra
ofuscamento, pois se isso ocorrer, poderá ser muito incômodo.
- halógenas bipino 20W, por seu tamanho reduzido, podem ser usadas embutidas em armários, criando
desenhos na parede próxima e iluminando a bancada logo abaixo.
- lâmpada PAR 20 de 50W: alguns lighting designers optam por usar lâmpadas PAR 20 para criar uma luz
mais aconchegante e elas compõem muito bem com as fluorescentes, em conjunto. Exemplo de
distância entre elas: 1,20m
- fitas LED podem ser usadas para iluminar móveis, criando um efeito decorativo interessante.
- Plafons de LED também são indicados, pela qualidade da luz e distribuição eficiente.
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- Luminárias recomendadas: luminárias com difusores proporcionam uma luz difusa que atenua as
sombras, resultando em um ambiente agradável. Luminárias embutidas são mais práticas por
acumularem menos sujeira.
· Ideias de composição:
Lâmpadas fluorescentes embutidas em
rasgo no gesso criam uma luz difusa
homogênea muito agradável para a
cozinha. *Evite deixar aberto o rasgo do
gesso, para não haver acúmulo de
sujeira.
Imagem: Casa.com.br
Imagem: Casa.com.br
Imagem: Casa.com.br
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Imagem: Casa.com.br
Imagem: thonilitsz.arq.br
- Pinterest
Imagem: chandelierlux
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Um banheiro pode ser usado para as tarefas diárias, como maquiagem, barba, ... e para relaxar. Por isso, teremos
dois ou três circuitos diferentes de iluminação: um para iluminação geral, outro para iluminar a área da
bancada/espelho e outro para uma luz relaxante, bem suave - a qual pode ser acionada durante um banho de
banheira ou ainda para quando for necessário usar o banheiro à noite e os olhos estiverem acostumados com o
escuro.
- IRC: use lâmpadas com IRC de no mínimo 80, assim será possível reconhecer bem as cores.
- Temperatura de Cor: deverá ser do neutro (4.000K) ao branco-azulado (6000). Já para um ambiente
aconchegante pode ser usada a temperatura de cor amarelada (2700K), mas neste caso é importante que o
contraste entre os dois circuitos não seja grande para não causar desconforto (por isso, é mais indicado que o
circuito de "luz prática" tenha luz neutra).
- Fluorescentes são indicadas para a iluminação geral, assim como as lâmpadas LED e as Halógenas do
tipo PAR.
- Para o espaço do espelho estas mesmas lâmpadas também são indicadas, desde que sejam
distribuídas de maneira a não criar sombras e a não ofuscar. Uma dica é trabalhar com a triangulação da
luz no teto. Caso sejam instaladas na parede, a luz deve ser difusa.
- Se seu objetivo é "soltar" o espelho da parede, poderá usar lâmpadas tubulares fluorescentes ou de
LED ou mesmo fita LED com a devida proteção contra umidade. Esta luz é suave e relaxante e não deve
ser usada para executar tarefas.
- Luminárias recomendadas:
- para a luz geral são indicados spots de embutir no teto, assim como plafons.
- para a luz da área do espelho, indica-se que se forem embutidas no teto sejam "trianguladas" e que se forem
arandelas tenham proteção para transmitir uma luz difusa e homogênea.
- pendentes: são indicados para lavabos para criar um ponto focal decorativo, iluminando uma parte da
bancada. São essencialmente decorativos.
- arandelas também podem ser usadas apenas como decorativas.
· Ideias de composição:
Triangulação
da luz.
Imagem: thonilitsz.arq
Imagem: barbarainteriores.wordpress
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7.3 - Quarto
O quarto, assim como o banheiro, precisa de uma luz geral (a qual deve ser difusa) e luzes pontuais para
execução de tarefas / relaxar.
O espaço do armário/closet precisa receber luz geral difusa (que não forme sombras). Por isso explore lâmpadas
fluorescentes, LED e PAR com boa reprodução de cor e de cor neutra (pois se for branca irá contrastar muito com
as demais lâmpadas de luz amarelada que usar).
Quais são as atividades desenvolvidas neste espaço? Dormir, assistir a tv, ler/estudar, escolher roupas e se
arrumar, namorar, brincar, etc. Considere cada uma destas atividades para criar a iluminação adequada.
Muitas vezes um dimmer ajudará a regular a quantidade de luz do ambiente e torná-lo mais adaptável.
- fluorescentes e LEDs são indicadas para a iluminação geral, geralmente sendo indicado o uso de luz com
temperatura de cor neutra (4000K).
- fluorescentes amarelas e LEDs coloridos também podem ser usados para criar cenários e luz auxiliar.
- Halógenas PAR podem ser usadas para criar luz geral;
- Halógenas dicróicas podem ser usadas para criar belos efeitos e conferir destaque a quadros e objetos
decorativos. Evite seu uso sobre cabeceiras, pois o calor e o brilho podem ser incômodos.
· Luminárias recomendadas:
- abajures: luz difusa que facilita a orientação à noite, incomodando pouco o companheiro ou simplesmente
trazendo conforto psicológico para crianças e idosos. Sua presença remete a uma decoração mais tradicional,
seja ela moderna, seja rústica ou mesmo minimalista.
- pendentes: podem substituir abajures, liberando o espaço do criado-mudo. Isso é especialmente indicado para
quartos de idosos.
- iluminação embutida indireta em sanca: perfeita para momentos românticos e para assistir a tv.
- luminárias de embutir: são ótimas para luz geral, especialmente na área dos armários.
- plafons: podem ser usados para luz geral ou mesmo para uma luz de apoio aconchegante. Plafons com luz
indireta (com rebatedor) são muito indicados.
- arandelas: geralmente são usadas para substituir abajures;
- luminárias direcionáveis: usadas para leitura na cama, podem ser fixadas na cabeceira ou de apoio sobre o
criado-mudo.
· Ideias de composição:
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Imagem: argoseletrica
O rasgo de luz ilumina o painel da cabeceira, criando uma luz muito agradável à noite.
Já os pendentes marcam o espaço dos criados-mudos e conferem destaque aos objetos ali expostos. Evite usar
luminárias que causem ofuscamento (como as de vidro que exibem a lâmpada em seu interior).
Lâmpadas PAR20 proporcionam a iluminação geral do restante do quarto.
Imagem: simplesdecoracao
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Imagem: simplesdecoracao
Imagem: simplesdecoracao
Imagem: bebe.abril
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Como a sala de estar também é multifuncional, serão necessários diferentes sistemas de iluminação.
A regra é a mesma do quarto: use luz geral para facilitar as tarefas do dia a dia e use luz direcionada para valorizar
detalhes arquitetônicos, diferentes revestimentos, marcar obras de arte, etc.
Se a sala é usada para leitura, bordado, etc., planeje um luz direcionável para esta tarefa.
Dimmers também são uma ótima opção para salas de estar.
- dicróicas são indicadas para valorizar obras e detalhes decorativos, especialmente pelo controle do seu
facho e pela ótima reprodução de cores. Para valorizar uma parede com relevo, criando efeito de luz e
sombra, use uma dicróica a cada 30cm com 50W a uma distância menor que 30cm da parede. Já para
iluminar quadros, evite o desenho marcado da luz, pois é necessário mostrar a obra e para isso a luz
precisa ser difusa e homogênea. Se usar dicróicas com este objetivo, posicione as lâmpadas a uma
distância superior a 30cm da parede que contém a obra, use filtro e o efeito wall washing.
- Halógenas do tipo PAR são indicadas para luz geral por sua qualidade de reprodução de cor e por sua luz
difusa brilhante.
- fluorescentes são indicadas para luz geral e podem ser usadas embutidas em sancas de gesso e móveis,
assim como em luminárias.
- LEDs são indicados por sua economia de energia e podem ser usados tanto para a luz geral, como para a
decorativa.
- ARs são indicadas para criar um efeito marcado, podendo seu facho ser mais aberto ou fechado. Elas
são indicadas para usar sobre mesas de centro e laterais (como as AR70). Estas mesmas lâmpadas
podem ser usadas para criar efeitos em uma parede, marcando seu desenho de luz.
· Luminárias recomendadas:
- luminárias de piso são indicadas para direcionar a luz para leitura (veja imagem abaixo) ou ainda para
criar um belo efeito de luz indireta.
- plafons com difusores marcam o ambiente com o seu design;
- spots embutidos são discretos e podem ser usados para criar diferentes efeitos de iluminação;
-spots em trilhos podem ser usados para criar um efeito mais industrial e valorizar obras e detalhes;
- arandelas podem criar desenhos na parede e painéis;
- balizadores podem ser usados, dependendo do projeto, para criar ritmo e marcar determinados
alinhamentos.
Imagem: m2perspectives
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Imagem: lopes
Imagem: interpamblog
Imagem: fotos.habitissimo
103
Imagem: golden.blog
Imagem: sandrojasnievez
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Normalmente usa-se um pendente/lustre sobre a mesa de jantar para marcar visualmente o local e fornecer
uma luz agradável para quem está na mesa. No entanto, isso não é uma regra e é possível usar plafons, por
exemplo.
Também é indicado o uso de luz decorativa iluminando objetos decorativos, nichos, etc, para criar uma
atmosfera aconchegante e interessante, complementando o conjunto iluminado.
Sugestão (pois em alguns projetos isso pode não ser aplicável): mesas redondas e quadradas possuem um
centro bem marcado, o qual combina perfeitamente com um pendente/lustre. Já mesas retangulares podem
receber dois pendentes (dois lustres podem ficar um pouco exagerado - veja abaixo um exemplo positivo) ou
mesmo uma composição linear.
· Luminárias recomendadas:
- pendentes: marcam um ponto (central) sobre a mesa de jantar e valorizam este local de reunião. Como
elemento vertical, um (ou mais) pendente(s) gera a sensação de ação, ele é "direto" e "presente", não é passivo.
- lustres: cumprem a mesma função dos pendentes, mas diferenciam-se pelo glamour. Lustres são mais clássicos
e ostentam um status diferenciado e superior. Sua presença é ainda mais marcante e sua composição com a
decoração precisa ser bem estudada, especialmente para que a proporção e a harmonia sejam atingidas.
Para a iluminação do entorno da mesa de jantar, as possibilidades são muitas e dependerá do layout e da
paginação do teto.
Teto de gesso ganha destaque com a iluminação embutida, fornecendo uma luz geral difusa para
o ambiente. Os dois lustres, de grande tamanho, marcam o espaço da mesa. Como esta é grande e
o pé-direito também, há harmonia na composição e o resultado é um espaço bem decorado,
muito elegante. Imagem: decorarasala
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Imagem: fotos.habitissimo
Imagem: interpamblog
Projeto: Apartamento Leblon
Arquiteta: Bianca da Hora
Light Designer Consultora: Lúcia Assis
Fotos: MCA Estudio
Imagem: ehdecor
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O hall é um espaço social que merece atenção, enquanto que escadas e corredores são circulações que podem
ganhar muito charme com a iluminação correta. Neste último caso, a luz é importante também por sua função
de segurança.
- Halls: esta é a primeira impressão de quem entra na casa, por isso valorize este espaço. Poderão ser usadas
inúmeras opções, como arandelas, lustres, spots, gesso com rasgos e luz embutida, etc... a escolha dependerá
do tamanho do hall e das suas características. Em espaços pequenos, procure ampliar a sensação do seu
tamanho usando espelhos, painéis, ... e crie efeitos de iluminação que chamem a atenção do visitante. Já
espaços maiores podem ganhar inclusive lustres.
- Escadas: precisam ser seguras e podem ter balizadores para marcar os degraus. Quando possível, o vão de uma
escada pode receber um pendente (lembrando que sua luz deve ser suave e não deve ofuscar, por isso cuidado
com o material da luminária, a lâmpada e a altura da instalação).
- Corredores: para suavizar seu comprimento, e evitar que sombras sejam criadas sobre os passantes, indica-se o
uso de iluminação nas laterais. Esta luz pode ser suave e indireta, pois é apenas auxiliar. Caso sejam exibidos
quadros e obras nas paredes do corredor, dê destaque a estas obras. Se existir um aparador, este também
poderá receber uma luz de destaque.
· Luminárias recomendadas:
- Halls: dependerá do projeto. Poderão ser usados pendentes, lustres, luminárias embutidas, arandelas,
balizadores, ...
- Escadas: pendentes (valorizando o vão da escada), balizadores (marcando o ritmo dos degraus) , spots de
piso (iluminando de baixo para cima a parede), fitas LED (embaixo dos degraus), arandelas, etc.
- Corredores: luminárias de embutir (marcando fachos na parede ou iluminando obras, ou mesmo criando
um efeito aleatório no teto), balizadores (que podem ser colocados para iluminar o chão ou o teto), fibra
ótica (criando o efeito de céu estrelado), spots de embutir no piso (criando o efeito down light), rasgos no
gesso com iluminação embutida (exemplo: com fluorescente tubular T5 28W ou fita LED).
Este hall ganhou luz através do mármore
translúcido e dos rasgos de luz no painel do
espelho.
Imagens: decorsalteado
107
Imagem: decorsalteado
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Estas são áreas essencialmente de serviço (apesar de que uma garagem pode assumir uma função social).
- As garagens precisam de uma luz neutra branca homogênea e bem distribuída. Uma boa dica é a instalação de
sensores de presença. Se existem bancadas, para a realização de atividades como bricolagem, ilumine este
espaço com luz direcionada. Já se o espaço é usado socialmente em algumas ocasiões, crie uma iluminação
diferenciada, com efeitos, que possa ser acionada nestas datas específicas.
- As despensas precisam ser bem iluminadas, mostrando os objetos facilmente - inclusive para ler rótulos. Além
da iluminação no teto é possível usar luz nos armários.
· Luminárias recomendadas:
Podem ser usadas luminárias de embutir, plafons, spots, etc. Dependerá do partido adotado.
Imagem: decoracao.com
Imagem: carrodemola
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Imagem: renatavendramini
7.8 - Escritório
A luz de um escritório deve estimular a mente e facilitar a realização das tarefas. Para isso, deve ter reprodução
de cores do neutro para o branco e não ter muito brilho (para não ofuscar, inclusive por reflexo).
O ideal é planejar uma luz difusa geral e outra focada na bancada de trabalho. Também é possível usar luz
decorativa para valorizar nichos, estantes, quadros, etc., criando um composição harmoniosa.
· Luminárias recomendadas:
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Ambientes como varandas, lavanderias e churrasqueiras terão sua iluminação planejada seguindo os
conhecimentos que explicamos neste curso. Agora já é muito mais fácil saber qual tipo de lâmpada e de
luminária escolher, pensando no efeito desejado.
Se usarmos pendentes, sabemos quais características devemos notar. Se queremos luz geral, sabemos como
conseguir, ... ou seja, o princípio funciona para todos os tipos de projeto luminotécnico.
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- Método dos Lúmens (ou Método do Fluxo Luminoso, Método das Eficiências)
Use este método para calcular a quantidade de luminárias necessárias para uma iluminação geral distribuída.
Este cálculo fornece a quantidade de luminárias necessárias, permitindo saber como deve ser sua distribuição. É
o método mais utilizado, especialmente por ser rápido e simples.
Ele leva em consideração a quantidade de lux necessária para a realização das tarefas, baseado nas atividades
realizadas no ambiente, considerando as cores das paredes, teto e piso.
fluxo total =
Em . A
n=
fluxo total
n= Em . A
resumindo
1
Fu . Fd . BF
2
φ φ . Fu . BF . Fd
Em: iluminância média exigida por norma. Segundo a NBR 5413 «A iluminância deve ser medida no
campo de trabalho. Quando este não for definido, entende-se como tal o nível referente a um plano
horizontal a 0,75m do piso.» A norma também determina que a iluminância no restante do ambiente deve
ser de no mínimo 1/10 da do campo de trabalho e que em qualquer ponto do plano de trabalho a iluminância
não seja inferior a 70% do valor médio indicado para a realização desta tarefa.
* A norma indica três valores para um mesmo tipo de tarefa, devendo o projetista geralmente escolher o do
meio, abrindo exceções quando:
- valores mais baixos: refletâncias ou contrastes são relativamente altos | a velocidade ou precisão não são
importantes | a tarefa é executada ocasionalmente;
- valores mais altos: refletâncias ou contrastes baixos | erros são de difícil correção | o trabalho visual é crítico |
alta produtividade ou precisão de muita importância | a capacidade visual do observador está abaixo da média.
Geral 100 - 150 - 200
* Valores indicados pela NBR 5413
113
Para uma escolha mais precisa do índice anterior (se é o menor, o médio ou o superior) use a tabela abaixo
(também da NBR 5413). Para isso, analise cada característica e determine seu peso. Depois some os valores,
considerando seu sinal. Se:
Refletância do
superior a 70% de 30 a 70% inferior a 30%
fundo de tarefa
φ: é o fluxo luminoso da luminária (fluxo luminoso da lâmpada escolhida x quantidade de lâmpadas por
luminária).
Fu: fator de utilização - este índice indica a eficiência luminosa do conjunto lâmpada, luminária e recinto
(pois parte do fluxo luminoso não vai diretamente para o plano de trabalho e é perdido ao ser absorvido pela
luminária e ao ser refletido pelas superfícies do recinto - até chegar ao plano de trabalho).
Este índice pode ser calculado ou pode ser obtido por uma tabela do fabricante.
114
* a refletância das superfícies depende da cor da pintura e do material utilizado. Estes valores poderão ser
usados como referência:
Com estes dados em mãos, você conseguirá encontrar o valor Fu na tabela. Veja um exemplo (retirado de uma
aula da UFRS de instalações elétricas prediais):
115
Exemplo: realizar, passo a passo, o dimensionamento da iluminação geral distribuída de um ambiente, com as
seguintes características e especificações:
- Luminária utilizada: luminária de embutir em chapa de aço protegida contra ferrugem com pintura
eletrostática em epóxi pó na cor branca. Ref. Indelpa BNI 512 2x32W
- Lâmpada utilizada: fluorescente 32 W com fluxo luminoso de 2700 lm, IRC 85 e 4000K. Ref. Philips TLDRS32W-
S84-25
- Reator eletrônico 2x32W, 127/220V, 50/60 Hz, partida instantânea, fator de fluxo luminoso 1, fator de potencia
o,99, THD <10% (Total Harmonic Distortion). Ref. Indelpa REV 232
Sabendo que a refletância do teto é de 70%, das paredes 30% e do piso 10%.
116
BF: fator de fluxo luminoso do reator (considerar apenas quando utilizado com lâmpadas de descarga) -
indicado pelo fabricante.
* Curiosidade (informação adicional): Se uma lâmpada de 16W com fluxo luminoso de 1200 lm, for ligada a
um reator que possui fator de fluxo luminoso de 1,15, o fluxo emitido será de 1380 lm. Se essa mesma
lâmpada for ligada a um reator que possui fator de fluxo luminoso de 0,9, o fluxo emitido será de 1080 lm.
Quanto maior for o fator de fluxo luminoso de um reator, maior será a potência consumida pelo reator.
Fonte: Manual para especificação técnica de lâmpadas e reatores - Cefet MG.
Fd: Fator de Depreciação (Fator de Manutenção): ao longo do tempo, o fluxo luminoso da(s) lâmpada(s)
sofre uma depreciação e há um acúmulo de poeira sobre lâmpadas e luminárias, assim como sobre as
superfícies que refletem a luz, reduzindo o nível de iluminância. Para corrigir este problema, usa-se, no
cálculo do número de luminárias, um fator de correção que é o Fator de Depreciação.
Símbolo: Fd
Unidade: % Tabela divulgada na internet
(Método Philips).
O Método da Philips considera a tabela indicada ao lado. A OSRAM, por exemplo, usa Período de manutenção
Fd 1,25 para ambientes com boa manutenção e 1,67 para ambiente com baixa Ambiente
manutenção. Neste caso, o «Fd» muda de lugar na fórmula (pois quanto maior o 2500h 5000h 7500h
índice de correção, maior deverá ser o número de luminárias): Limpo 0,95 0,91 0,88
n= Em . A . Fd Normal 0,91 0,85 0,80
φ . Fu . BF Sujo 0,80 0,66 0,57
CONCLUSÃO: Depois de calculada a quantidade de lâmpadas, analise quantas lâmpadas são usadas em cada
luminária e divida o número de lâmpadas pelo número de lâmpadas em cada luminária para saber a quantidade
de luminárias.
Para distribuí-las, recomenda-se que a distância entre elas seja o dobro da distância entre elas e as paredes
laterais, medido a partir do eixo. Se, ao distribuir, o desenho não agradar, poderá adicionar luminárias, mas
nunca eliminar.
Também é indicado que o espaçamento entre elas seja igual ou inferior a uma e meia a distância entre as
luminárias e o plano de trabalho (e= 1,5 x h)
O ideal é considerar o ângulo de abertura do facho de luz e sua relação com a superfície de trabalho para
determinar a distância máxima entre as luminárias.
Cálculo de Controle: após ser definida a quantidade certa de luminárias, poderá ser calculada exatamente a
iluminância média através da equação:
Em = iluminância média
N = número de luminárias
Em = N . φ . Fu . Fd φ = fluxo luminoso da luminária
A Fd = fator de depreciação
Fu = fator de utilização
A = área do local
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Exemplo «garagem»: temos uma garagem e queremos uma iluminação geral uniforme, como
neste exemplo:
9,0
6,0
Pé-direito: 3,50m
Dados adicionais:
- Altura do plano de trabalho em relação
ao piso: 0,75m
- Teto: branco
- Piso: ocre
- Paredes: brancas (uma delas de madeira)
01 Comprimento (a) 9 m
02 Largura (b) m K=9.6 = 1,31
6
2,75. (9 + 6)
03 Área (a . b) 54 m²
04 Pé-direito (H) 3,50 m Período de manutenção
Ambiente
05 Pé-direito útil (h) 2,75 m 2500h 5000h 7500h
06 Índice do Recinto (K) 1,31 Limpo 0,95 0,91 0,88
Normal 0,91 0,85 0,80
07 Fator de depreciação (Fd) 0,80 Sujo 0,80 0,66 0,57
08 Coeficiente de Reflexão teto 0,80
Ambiente
118
n= Em . A n= 100 . 54 n = 2,51
φ . Fu . Fd 3400 . 0,79 . 0,80
Resultado: 3 luminárias
3,00m
1,50m 3,00m 3,00m 1,50m
3,00m
* quantidade adequada?: as luminárias foram distribuídas segundo o princípio de 1 distância entre elas para 1/2
distância da parede. Se considerarmos que a distância máxima entre elas deve ser de 1,5 h (da luminária ao
plano de trabalho), teremos uma distância máxima de 4,125m (também ok!).
3,00m
6,00m
VISTA EM CORTE
2,75m 47,47°
3,00m
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Cálculo de Controle: após ser definida a quantidade certa de luminárias, poderá ser calculada exatamente a
iluminância média através da equação:
#dica: se estiver na dúvida, faça os dois cálculos e opte por aquele que indicar o maior
número de luminárias.
CROQUIS DE ESTUDO
(considerando os mesmos dados do nosso exemplo anterior):
9m
1° caso
6m
6m
15m
2° caso
6m
5 luminárias
considerando um
perímetro maior (único)
120
- Fonte Puntiforme: luz a partir de uma fonte pontual, como uma lâmpada incandescente. O iluminamento é
inversamente proporcional ao quadrado da distância.
- Fonte Linear Infinita: corresponde a uma linha de luz. Exemplo: fileira contínua de lâmpadas fluorescentes ou
uma lâmpada fluorescente a curta distância. O iluminamento é inversamente proporcional à distância.
- Fonte Superficial de Área Infinita: o iluminamento não varia com a distância. Exemplo: o que mais se aproxima
disso um teto iluminado por uma luz totalmente indireta.
Se a incidência da luz não for perpendicular, existirá um ângulo que entrará na fórmula:
121
Neste método são utilizadas fórmulas e tabelas semelhantes à do Método dos Lúmens, mas como podemos ver,
leste método leva em consideração a interferência de outras superfícies, sendo muito mais complexo.
E como este não é o objetivo deste curso, não descreveremos aqui. Caso tenha interesse, procure o livro citado
acima e leia as páginas 205 a 222.
E na prática?
Vamos dizer que você quer fazer um projeto e utilizar o Método dos Lúmens. Para isso
sabemos que precisamos do Fator de Utilização Fu e que este pode ser obtido através de
cálculo (precisamos do ƞL - eficiência da luminária, indicado pelo fabricante da luminária)
ou de uma tabela também indicada pelo fabricante da luminária.
Philips
OSRAM Nos sites, não foi possível achar estas informações (eles informam a quantidade de lúmens,
Ourolux eficiência luminosa (lm/W), etc, e não indicam a tabela nem o valor da eficiência da luminária.
Empalux
Também pesquisei a caixa de alguns produtos em lojas e estas informações não constavam. E então nos
perguntamos: por que aprendemos este cálculo se não podemos aplicá-lo? Porque caso tenhamos as
informações completas, podemos calcular. E caso não tenhamos, entendemos melhor quais são os fatores que
influenciam na iluminância e com isso temos mais conhecimento e segurança sobre o assunto.
Se cada luminária tem 3400 lúmens, precisaríamos de 2 luminárias. Mas note que apenas duas iria resultar em
uma garagem com alguns pontos mais escuros e sem a luminosidade mínima necessária, pois está sendo
desconsiderada a depreciação do fluxo luminoso e as condições do ambiente. Se estimarmos 50% a mais de
lúmens, o resultado seria 8100 que divididos pelos 3400 de cada luminária indicaria a necessidade de 2,4
luminárias, que podemos arredondar para 3. Isso faria com que tivéssemos um resultado semelhante ao
calculado.
122
Para auxiliar, disponibilizo estas tabelas da Philips, que encontrei no livro «Instalações
Elétricas» de Hélio Creder. Elas podem ser usadas como referência em alguns casos:
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· 1° contato com o cliente: é necessário definir o programa de necessidades. O ideal é ir ao local, fazer
medições gerais do ambiente e conversar com o cliente para saber mais sobre o espaço a ser iluminado e
sobre a própria personalidade dos moradores.
Tenha em mãos um check list bem detalhado, que deverá abranger temas como:
Neste primeiro momento o objetivo é mostrar ao cliente que você possui o conhecimento pra criar o projeto,
esclarecendo o que está envolvido neste processo e o que ele pode esperar de você. Lembre-se de que você
possui várias ideias, mas estas só serão apresentadas depois de contratado e depois de ter estudado, muito
bem, as possibilidades. Afinal, sabemos que o conhecimento técnico para esta tarefa é vasto e rico e sua
formação até este momento exigiu muito estudo e prática.
Converse com o cliente, fale da importância da iluminação como a "cereja do bolo", explique conceitos, tipos de
lâmpadas, luminárias e efeitos que podem ser criados para deixar a residência mais funcional e interessante.
Lembre-se de que você não está vendendo um projeto, mas sim uma vida melhor para a família: a rotina
funcionará melhor, as festas se tornarão mais aconchegantes, o bem-estar do dia-a-dia com a luz adequada trará
economia de energia e prazer.
Será necessário recolher as informações necessárias para um orçamento, o qual poderá variar bastante de
acordo com o que se quer criar. Exemplo: será executado gesso? O que pode ser (ou será) reformado? Isso exigirá
um estudo de paginação do gesso que normalmente será feito por você.
· 2do momento (após contratação): você enviou o orçamento e o cliente aceitou. A partir de agora
começa o trabalho árduo:
- Quais atividades serão desenvolvidas no local? Desenhe o layout com todas as medidas
necessárias, seja detalhista.
- Compreenda a proposta arquitetônica do local: o projeto arquitetônico possui uma
determinada linguagem.
128
- Quais as medidas do local e como é o layout do mobiliário? Anote tudo, fotografe e até mesmo
filme (assim terá vários detalhes à sua disposição para quando estiver projetando).
- Quais os materiais existentes? O que é interessante e pode ser valorizado? O cliente possui
alguma preferência, como um quadro ou escultura que queira dar destaque?
- Quando o local é acessado, o visitante olha em qual direção? Valorize.
- O que pode interferir na qualidade da iluminação?
- No caso de reforma, analise luminárias e lâmpadas existentes.
Lembre-se de que primeiro será apresentado um Estudo Preliminar com a ideia inicial. Se o cliente concordar,
passará para o Anteprojeto, o qual já define os detalhes de maneira muito mais precisa. Se o cliente der o ok,
passa-se para o projeto Executivo, o qual descreverá em detalhes tudo o que deverá ser realizado, inclusive
indicando como será feito.
Planta: desenhe os ambientes e use adequadamente a representação das espessuras de linha (NBR 6492 -
representação de projetos de arquitetura). Os móveis devem ser representados com uma linha bem fina,
para que possamos ver que estão lá, sem no entanto «poluir» o desenho. Também é importante representar
o teto (o desenho do gesso, por exemplo), mas neste caso, escolha uma representação de fácil leitura (para
que as linhas não se confundam com as dos móveis) - geralmente trabalhamos sobre a planta de móveis e
depois entregamos a iluminação na planta de teto (assim o desenho fica mais limpo e claro).
Simbologia: você pode criar sua própria simbologia para representar lâmpadas e luminárias. De preferência,
use cores e formatos diferentes para que seu projeto seja de fácil leitura. Lembre-se de indicar a legenda na
prancha.
Cotando: cote todos os pontos e sempre busque uma medida de referência para que o profissional que irá
executar não tenha dificuldades para marcar e instalar as luminárias.
Detalhamento: é muito importante criar detalhes executivos daquilo que pode causar dúvidas, como
instalações em móveis e em sancas.
Informações visuais: se possível, e quando necessário, use imagens dos produtos para ilustrar o que está
propondo. Isso facilita a compra especialmente quando o cliente não contratou a execução.
129
atelierdareforma.wordpress.com
Veja um detalhe
na próxima pág.
130
Veja o detalhe do
projeto do quarto do
casal.
Legenda do projeto
luminotécnico.
Detalhe executivo do
cortineiro em gesso e da
localização da fita LED +
reator.
Neste exemplo da
chandelierlux, uma sala
de banho: sobre a área da
bancada 2 dicróicas
Energy Saver da OSRAM
35W 60° com filtro fosco.
Para a iluminação
geral/vaso sanitário
PAR20, R63 ou outra
halógena.
Na ducha uma dicróica
RGB, para cromoterapia.
131
Imagem: Jaqueline
Ribeiro design de
interiores.
Exemplo de planta de
teto.
Imagem: Jaqueline
Ribeiro design de
interiores.
Exemplo de planta
luminotécnica «limpa» e
com informações de
fácil leitura.
Imagem: Jaqueline
Ribeiro design de
interiores.
132
Imagens ilustram, no
projeto, o design
desejado de quem
projetou a iluminação
do ambiente. Isso
facilita a compreensão
do cliente.
Imagem: Jaqueline
Ribeiro design de
interiores.
Detalhes facilitam a
execução especialmente
de móveis. Veja este
exemplo: é previsto o
local da fonte e por
onde a fiação irá passar
para alimentar a fita LED
na prateleira.
Imagem:
superfluonecessario
133
Exemplo de tabela
resumo com as
características das
lâmpadas e luminárias
de um cômodo.
Imagem: memorial
descritivo da prefeitura
de canoas.
Existe também a possibilidade da criação de um orçamento de custo operacional, que corresponde a uma
estimativa de quando as lâmpadas precisarão ser substituídas, somando-se também o valor da mão-de-obra
para isso. Normalmente este trabalho é realizado quando o acesso às instalações é mais difícil, como no caso de
um projeto de iluminação pública.
Caso existam dúvidas entre dois sistemas de iluminação, o ideal é criar um cálculo de rentabilidade, o qual
deverá considerar tanto o custo de aquisição, quanto o de manutenção (operacional). Então, no final, poderá ser
criado um gráfico comparativo para exibir visualmente os resultados, facilitando a compreensão do custo-
benefício por parte do cliente.
- Como calcular a potência total: será a potência de cada lâmpada utilizada multiplicada pela quantidade de
unidades utilizadas, somando a potência de cada reator, transformadores e/ou ignitores. O valor deverá ser
dividido por 1000 para que o resultado seja em Kw.
- Outro valor importante é a «potência por m²». Para isso, calcula-se a potência total em W e divide-se o seu valor
pela metragem (esta é chamada de Densidade de Potência).
- Para comparar dois sistemas de iluminação, é preciso considerar a iluminância de cada sistema e não apenas
sua densidade de potência. Exemplo da OSRAM: o sistema 1 tem densidade de potência 30W/m² e iluminância
de 750lux. Já o sistema 2 tem densidade de potência de 20W/m² e iluminância de 400lux. No entanto, fazendo
uma «regra de três», calculamos que para 100lux o sistema 1 consome 4W/m² e o 2 consome 5W/m².
134
Ser sustentável significa que todo o processo, da concepção ao descarte, foi pensado para ser o mais inteligente
possível.
Segundo o artigo "Iluminação e Sustentabilidade" do Fórum da Construção, 90% do consumo de energia de uma
luminária é resultado da sua operação e aplicação e 10% do uso da matéria-prima, produção, transporte e
reciclagem.
Em função disso, podemos perceber que valorizar materiais recicláveis, como aço e alumínio, assim como vidro
e polipropileno, são boas opções para o meio ambiente. "A reciclagem do alumínio requer apenas 5% da energia
utilizada para produzi-lo". Fonte: Fórum da Construção
Lembre-se também de que o transporte de materiais, por caminhão, gera uma grande emissão de CO2, a qual
pode ser reduzida se a produção for próxima do centro de distribuição e consumo.
- Origem do produto: valorize aqueles que foram produzidos o mais perto possível do local da obra, pois valoriza
o trabalho local e reduz custos de transporte;
- Material do produto: dê preferência àqueles que podem ser reciclados, que foram produzidos pela
comunidade local, com materiais locais;
- Produto: preze pela qualidade e pela durabilidade, com reduzida manutenção. Escolha produtos certificados e
de baixo consumo energético (exemplo: com Selo Procel A);
- Arquitetura/Decoração: o edifício deve explorar ao máximo a luz natural; superfícies claras e espelhos ajudam
a refletir a luz;
- Projeto luminotécnico: precisa ser eficiente. Por isso, sempre que possível invista em cálculos e tenha certeza
de que a opção escolhida é válida e resulta em menos custos para o cliente. Sistemas de automação, como
dimmers e sensores, auxiliam nesta tarefa. O projeto deve ser flexível, permitindo mudanças (evitando reformas
e custos desnecessários). Um detalhe importante: para que seja eficiente, o projeto precisa ser integrado à
iluminação natural - e para que isso seja possível é necessário que o projeto arquitetônico seja planejado desde o
início já com este intuito.
135
Como integrar o projeto luminotécnico à iluminação natural? A automação ajuda bastante (estude esta
possibilidade: através dela sensores adaptam a quantidade de luz artifical, evitando excessos, e permitem o uso
de recursos muito interessantes). Outro detalhe é usar diferentes sistemas de iluminação para que seja possível
ligar apenas o necessário.
É muito importante estudar o consumo de diferentes sistemas, para decidir. Por exemplo: se forem usados
balizadores em cada degrau da escada, qual será o custo e qual o consumo? E se isso for substituído por
arandelas? E se for substituído por um pendente? Crie o cenário, mas não desperdice.
Sabemos que a sustentabilidade em uma residência vai muito além da especificação de lâmpadas, luminárias e
da criação de circuitos inteligentes. Ela precisa estar integrada ao conjunto da obra e por isso algumas sugestões
são importantes para quem tem a oportunidade de acompanhar a criação do projeto desde o início:
Exemplo de como
diferentes aberturas
proporcionam mais luz e
conforto para os
ambientes internos.
Imagem: Jaqueline
Schalinski - Pinterest
São muitas as opções para quem pretende criar um projeto e uma obra mais sustentável. A dica mais importante
que podemos dar é: pesquise! O aprendizado contínuo faz com que novas ideias surjam e aquilo que seria
«tradicional» pode ser questionado e feito de maneira mais eficiente.
Por isso, no decorrer deste curso valorizamos vários detalhes sobre produtos e soluções para que você tenha o
conhecimento necessário para usá-los e principalmente para criar algo novo a partir deles.
Outra dica valiosa é acessar o site de empresas certificadoras, como a LEED (http://www.gbcbrasil.org.br) e
estudar os critérios de sustentabilidade avaliados por eles. Veja também os exemplos de obras que receberam a
certificação e incorpore estes princípios no seu projeto.
Lembre-se de valorizar estes detalhes para o seu cliente: ele precisa conhecer para dar o devido valor.
136
11- CONCLUSÃO
Neste curso explicamos conceitos importantes de luminotécnica e ensinamos
a calcular a iluminação necessária através dos dois métodos mais usados, que é
o método dos lúmens e o do ponto a ponto. No entanto, sabemos que para
projetos mais complexos, isso pode se tornar exaustivo, em função da
quantidade de cálculos necessários.
Por isso, quem trabalha com projetos de iluminação costuma utilizar softwares específicos, os quais ajudam,
inclusive, a validar detalhes pensados como: ofuscamento, integração da luz natural com a artificial, eficiência
energética, etc. Estes softwares ajudam a visualizar os efeitos através da renderização e isso só ocorre depois de
realizado todo o processo descrito neste curso, ou seja, o software funciona como apoio e não como ferramenta
de criação, visto que um projeto luminotécnico envolve um mundo de possibilidades, muitas delas relacionadas
a condições psicológicas.
Outro detalhe importante é que o software deve trazer informações físicas sobre a luz e não ser exatamente um
software de apresentação artística.
Foi anexado a este curso alguns arquivos que complementam o que estudamos aqui e facilitam o aprendizado.
Referências Bibliográficas
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