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Exortação para os pais - Comportamentos dos filhos (Mauro e Sandra)

Núcleo Geral de Formação CCSF

Caros irmãos e irmãs, pais e jovens da CCSF.

O conteúdo abaixo é um pequeno resumo com os principais pontos abordados na


Adoração Comunitária da Missão São Paulo no último dia 30/09, e que neste momento
julgamos por bem partilhar com todas as missões, para que nossa meta, seja uma meta
comum de todo o corpo.

Nós (o Núcleo Formativo), percebemos que nossas crianças perderam (ou na pior da
hipóteses, ainda não ensinamos), alguns parâmetros em relação postura e adequação de
comportamentos de acordo com o ambiente que estão, seja igreja, casa de missão ou em
casa.

Para isso, precisamos ensinar aos nossos filhos que em determinados momentos e
lugares, será esperado deles mais silêncio, brincadeiras mais discretas ou outras
atividades que não interfiram nos momentos de Adoração, nas celebrações litúrgicas, etc.
Reforçamos que isto não é diferente do que exige-se deles em sala de aula, por exemplo.

Exortamos a todos os membros, mas especialmente aos pais, que insistam no ensino de
que na Capela há a Presença Viva e Real de Jesus, que é um local sagrado, e que, a
partir do nosso exemplo, as crianças comecem a ter a consciência do que é um Sacrário,
a Eucaristia e tenham o desejo de estar com Jesus.

Resumindo, precisamos resgatar, a partir de nós, o valor do SAGRADO.

Também desejamos que o Espírito Santo ajude a todos nós a acolher estas orientações,
não com uma ordem e/ou punição da Comunidade, mas possam aderir a esta meta como
um ideal de pais que desejam a santidade para nós e para nossos filhos.
Sendo assim, não digam a seus filhos que a Comunidade não quer que eles brinquem,
mas assumam como sua meta, seu propósito pessoal, dizendo: O papai e a mamãe não
querem mais o comportamento x ou y, na Missa ou na Comunidade.

Com base nesta reflexão, definimos em conjunto as seguintes recomendações que


deverão ser seguidas a partir de hoje:

- Não será mais permitida a presença das crianças brincando, ao celular ou conversando
na sala Luiz e Zélia nos momentos de formação ou Adoração Comunitária.
Para isto deverão ser direcionadas na sala ao lado da cozinha (para os adolescentes e
pré-adolescentes) ou no espaço externo com os brinquedos destinados aos pequenos.

- Ao chegar com os filhos, entrar com eles na Capela, com calma, ensiná-los a saudar
Jesus, ajoelhar-se, explicar porque a atitude de respeito. Importante: ensinar as crianças
a fazer o sinal da Cruz decentemente, corretamente, e não, como diz o Pe. Boris, um
movimento esparramado de qualquer jeito sobre o peito.
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- SILÊNCIO - conversem com as crianças em casa e ensinem que quando houver
Adoração, Formação, eles deverão falar mais baixo, fazerem menos barulho, não baterem
as portas, etc.
Tragam para os menores jogos e brinquedos, livros ou dvd's que os ajudem a ficarem
menos agitados.

- Os pais das crianças pequenas deverão, sempre que possível, sentarem-se perto da
porta da sala de formação, para facilitar a locomoção e deslocamento em direção aos
filhos quando necessário.
Isto evitará chamar a atenção dos outros ou o excesso de movimento em frente ao altar,
especialmente nas Adorações e Missas.

- Com exceção dos viúvos e viúvas, os pais e mães devem se revezar no cuidado com os
filhos.
Matrimônio é dom de si, e é dom de si dar às mães o direito a momentos de Adoração e
Formação tranquilas.
Lembramos que a premissa é que pai e mãe devem falar a mesma língua e adotar a
mesma postura com os filhos.

- Quando a criança está chorando, gritando, agitada, lembrem-se que enquanto para
alguns não há problema com o barulho e não se distraem, para outros isto é
extremamente perturbador e atrapalha a Adoração e a Formação do irmão.
Concluindo, não demorem demasiadamente para agir quando perceberem anormal seu
filho.

- Não deixar os filhos em casa


Não é solução e tampouco orientação da Comunidade que deixem seus filhos em casa.
Lembramos que somos membros de uma Comunidade de Famílias, não de casais, ou de
jovens.
Crianças, filhos pequenos, bebês, idosos, sadios ou com necessidades especiais, são
parte de nossa realidade.
Devemos pedir ao Espírito Santo que nos ensine a conviver, encarar os desafios e saber
administrá-los com equilíbrio.

- Nas Missas: cada criança com sua família


Se for necessário trazer um brinquedo para que a criança fique mais tranquila,
novamente: com discernimento.
O ideal é que não se leve brinquedo na missa.
Mesmo quando o sacerdote diz que as crianças podem correr e brincar, que não
atrapalham, lembramos que isto é dirigido a quem começa, a quem está fora da Igreja, é
o processo de acolhida.
Vida Comunitária não é para conversão, é para santificação, já sabemos o que Deus
espera de nós, com este foco, lembremo-nos: Acolher, Amar e Formar.
Nosso papel agora é formar.

- Respeito com os adultos


Devemos ensinar nossos filhos a respeitarem os adultos, especialmente os mais velhos.
Tenhamos em mente que exercitamos em nosso relacionamento comunitário, uma co-
paternidade.
Isto significa que nosso filhos precisarão entender que uma admoestação, uma correção
equilibrada de um membro que não seja seu pai, deve ser acolhida na obediência e
respeitosamente.

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Claro que esta abordagem deve se dar nos limites do bom senso, nunca com um membro
desautorizando a correção de um pai ou mãe.
Somos comunidade, um corpo, e assim falar a mesma língua e adotar a mesma postura.

- Gratidão
Incentivar nossos filhos a demonstrarem gratidão pelos adultos que os evangelizam e
cuidam deles, principalmente durante o Grupo de Oração.

- Gentileza
As palavras mágicas que o Papa Francisco diz que os casais precisam exercitar, também
se aplicam aos nossos filhos.
"Com licença, obrigado e desculpe".
Acrescentamos: "bom dia, boa noite, boa tarde".
Semeiem estas sementes de vida Fraterna nos nosso filhos: ensinem, insistam!
Isto não deve ser um comportamento de vida comunitária, mas algo que eles precisam
aprender a viver na escola, com os tios, com os vizinhos, e quando crescerem no
ambiente de trabalho, e colherão os frutos deste aprendizado.

- Organização e cuidado com o patrimônio


Guardar os brinquedos, limpar o que sujou, recolher o lixo, não pisar no jardim, não riscar
as paredes.
Os pais devem verificar após as Adorações e Formações se tudo está arrumado.
Se não estiver, chamem seus filhos e peçam a eles que arrumem o que está fora do
lugar.
Novamente, cuidar do que é dos outros deve ser o padrão.
Isto significa o seguinte: seu filho deve aprender a se comportar da mesma maneira na
visita a seus amigos e parentes.

- Briga de criança, pai não mete a colher


Nossos filhos não são santos.
São crianças, com personalidades e temperamentos em maturação.
Logo, entre eles, espera-se que ocorram atritos, discussões e mal- entendidos.
Quando um filho machucar outro, humilhar, excluir, isto deve ser discutido com
maturidade pelos pais, e não como motivo de divisão e mágoa mútua.
O ministério de Evangelização Infantil está perto dos pequenos, acolham as exortações e
observações deles a respeito de seus filhos, caso isto um dia ocorra.
Dizem que para o filho do outro, sempre temos a melhor receita.
A nossa receita, porém, será a partilha, franca e honesta, entre pais e entre aqueles que
evangelizam seus filhos.

- Pré-Adolescência, Adolescência: vigilância mútua


Quando um pai ou outro membro vier a descobrir por si próprio, ou por seu filho,
comportamentos, atitudes que denotem comportamentos inadequados, sejam na área
afetiva, escolar, social ou sexual, sinta-se na obrigação de DISCRETAMENTE, levar o
fato ao conhecimento dos pais do jovem em questão.
Encobrir ou omitir-se não é permitido nestes casos, dependendo da gravidade da
situação, partilhe com o Formador Comunitário para buscar orientação.

Concluindo:

Tenhamos no coração a colocação do Papa Francisco no Amoris Laetitia, 269:

269. A correcção é um estímulo quando, ao mesmo tempo, se apreciam e reconhecem os


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esforços e quando o filho descobre que os seus pais conservam viva uma paciente
confiança. Uma criança corrigida com amor sente-se tida em consideração, percebe que é
alguém, dá-se conta de que seus pais reconhecem as suas potencialidades. Isto não
exige que os pais sejam irrepreensíveis, mas que saibam reconhecer, com humildade, os
seus limites e mostrem o seu esforço pessoal por ser melhores. Mas um testemunho de
que os filhos precisam da parte dos pais, é que estes não se deixem levar pela ira. O filho,
que comete uma má acção, deve ser corrigido, mas nunca como um inimigo ou como
alguém sobre quem se descarrega a própria agressividade. Além disso, um adulto deve
reconhecer que algumas más acções têm a ver com as fragilidades e os limites próprios
da idade. Por isso, seria nociva uma atitude constantemente punitiva, porque não ajudaria
a notar a diferente gravidade das acções e provocaria desânimo e exasperação: «Vós,
pais, não exaspereis os vossos filhos» (Ef 6, 4; cf. Col 3, 21).

Nada mudará de uma vez, como mágica de um dia para outro.


Será necessário esforço, suor e lágrimas e sobretudo investimento de tempo com nossos
filhos.
Tudo o que está sendo proposto, tenham no coração que é por amor e com amor e não
se direciona direta ou indiretamente a nenhum membro, a não a nós mesmos.
Que os Santos Louis e Zélia Martin intercedam junto ao Pai para possamos ter a graça de
nos configurarmos dia a dia ao modelo da Sagrada Família de Nazaré.

S. Paulo, 30 de setembro de 2016.


Núcleo Geral de Formação CCSF

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