Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
As diferentes estratégias metodológicas constituem uma referência de «como ensinar». Concebe-se assim
a educação como um processo construtivo.
O currículo nacional está baseado em competências e experiências educativas. Se, por um lado, as competências
podem ser entendidas como um «saber em acção», que integra conhecimentos, capacidades e atitudes, por
outro lado, as experiências de aprendizagem visam proporcionar aos alunos oportunidades para uma aquisição
progressiva de conhecimentos, enquadrada pelo desenvolvimento de capacidades de pensamento e de atitudes
favoráveis à aprendizagem.
Por tudo isto, pode dizer-se que este currículo se baseia em três factores-chave:
•• Diferenciação, ou seja, diversificar as estratégias de acordo com as situações;
•• Adequação, encarada como a procura dos modos adequados a cada situação concreta para que seja possível
promover determinadas aprendizagens;
•• Flexibilização, ao nível dos percursos individuais, dos ritmos e dos modos de organização de trabalho.
Por esta razão, achamos de particular importância os seguintes aspectos:
•• Projecto curricular (de escola e de turma), operacionalização das competências, experiências educativas
diversificadas e novos instrumentos de avaliação (nomeadamente, reduzir a ênfase tradicional na avaliação
de componentes específicas e compartimentadas do conhecimento dos alunos);
•• aumentar a ênfase na avaliação das competências dos alunos, desenvolvidas em experiências educativas
diferenciadas.
É com base nestes critérios que o professor deve elaborar a sua programação. Esta corresponde a um recurso
técnico, um instrumento de planeamento, que concilia estratégias relativas à intervenção do professor, para
a sistematização do seu trabalho e planificação dos seus propósitos, para o uso de meios e avaliação dos resultados
e para análise dos resultados obtidos. Além disso, uma programação possibilita estabelecer, de uma forma clara
e precisa, uma ordem de prioridades através de um planeamento global, apropriado a um determinado calendário.
A proposta de planificação apresentada neste projecto está organizada através da programação didáctica de cada
um dos temas do currículo e da sua aplicação com os alunos, mediante as respectivas unidades temáticas.
Estes documentos de planeamento surgem como uma medida que permite aos professores passarem
a desempenhar um papel de gestores/construtores de um currículo.
Para um professor, a elaboração de um plano de acções a desenvolver na prática didáctica deve ser encarada
de forma eminentemente prática e operativa. É um instrumento através do qual se permite que os professores
ajam mais como produtores do que como consumidores de um currículo e se permite a implementação e gestão
de um conjunto de experiências educativas por parte dos professores, de acordo com alunos e contextos
diferenciados.
Além disso, pode também dar-se ênfase a uma gestão curricular integrada no projecto educativo de cada escola/
/projecto curricular de turma; são dadas indicações quanto ao modo como utilizar e maximizar o uso do livro
do aluno.
Deste modo, o processo de ensino-aprendizagem depende em grande medida de todo um trabalho de
sistematização, através do qual se devem clarificar e programar de uma forma metódica os seguintes aspectos:
•• Os objectivos, que compreendem o «que ensinar» (directamente relacionados com os critérios de avaliação);
•• A sequência de objectivos, conteúdos e critérios de avaliação, que indica «em que ordem e o que ensinar»;
•• A metodologia, que corresponde a «como ensinar»;
•• Os recursos didácticos e os materiais que incorporam a definição de «com que meios»;
•• Os critérios de avaliação;
•• Uma particular atenção: às experiências educativas/ambientes de aprendizagem; à diversidade; aos
temas transversais.
1
Tendo por base de trabalho os pressupostos anteriormente descritos, surgem assim a Educateca e o Livro
do Professor. Estes apresentam uma ligação dos conteúdos das unidades com as competências essenciais para
as Ciências da Natureza e a sua operacionalização com as competências gerais para o Ensino Básico. São apresentados
Desenvolvimento curricular
os objectivos (gerais e específicos), os conteúdos, uma proposta de programação com sugestões metodológicas
e indicações de experiências educativas para o desenvolvimento de cada unidade do livro do aluno.
Considerou-se relevante fornecer um conjunto de sugestões de tratamento dos conteúdos programáticos,
de materiais de apoio (filmes, actividades interactivas, páginas de Internet, entre outros) e de estratégias e actividades,
como, por exemplo, propostas de realização de actividades experimentais e visitas de estudo. Pensamos assim
conseguir apoiar o trabalho do professor e, ao mesmo tempo, rendibilizar o manual e diversificar recursos.
1
Importa também referir que é usual pensar-se em programas disciplinares como um conjunto de conteúdos
e sugestões metodológicas, apresentados como um documento a que os professores têm de dar seguimento
e, fundamentalmente, que têm de cumprir. De acordo com esta reorganização curricular, deve entender-se
Desenvolvimento curricular
1
3.1.4 Distribuição da água na Natureza.
3.1.5 A água e as actividades humanas.
Desenvolvimento curricular
3.2 IMPORTÂNCIA DO AR PARA OS SERES VIVOS
3.2.1 Constituintes do ar — suas propriedades.
3.2.2 Importância dos gases atmosféricos.
3.2.3 Factores que alteram a qualidade do ar.
3.3 AS ROCHAS, O SOLO E OS SERES VIVOS
3.3.1 Rochas frequentes na região. Comparação com outras rochas relativamente a algumas
propriedades.
3.3.2 Rochas, minerais e actividades humanas.
3.3.3 Alteração das rochas pelos agentes atmosféricos e biológicos. Génese dos solos.
3.3.4 Alguns tipos de solos e suas propriedades.
3.3.5 Conservação dos solos — a tecnologia e suas consequências.
No documento sobre competências essenciais para as Ciências Físicas e Naturais, propôs-se a organização dos
programas de Ciências dos três ciclos do Ensino Básico em quatro temas gerais:
•• Terra no Espaço;
•• Terra em Transformação;
•• Sustentabilidade na Terra;
•• Viver Melhor na Terra.
A coerência conceptual e metodológica destes temas tem como ideia mais abrangente o esquema organizador
apresentado de seguida. Este salienta a importância de explorar os temas numa perspectiva interdisciplinar,
em que a interacção Ciência — Tecnologia — Sociedade — Ambiente deverá constituir uma vertente integradora
e globalizante da organização e da aquisição dos saberes científicos.
Ciência
Terra no Espaço
Ser
Terra Terra em humano
Transformação
Tecnologia
Sociedade
Saúde e Qualidade
segurança Viver Melhor de vida
na Terra
Ambiente
1 Competências Gerais
Competências — o que são?
Desenvolvimento curricular
Segundo o documento Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais, DEB, 2001 uma noção
ampla de competência é aquela «que integra conhecimentos, capacidades e atitudes e que pode ser entendida
como saber em acção ou em uso. Deste modo, não se trata de adicionar a um conjunto de conhecimentos um
certo número de capacidades e atitudes mas sim de promover o desenvolvimento integrado de capacidades e
atitudes que viabilizam a utilização dos conhecimentos em situações diversas, mais familiares ou menos familiares
aos alunos».
Assim, se por um lado, as competências, entendidas como um «saber em acção ou em uso», integram
conhecimentos, capacidades e atitudes, por outro lado, as experiências de aprendizagem visam proporcionar
aos alunos oportunidades para uma aquisição progressiva de conhecimentos, enquadrada pelo desenvolvimento
de capacidades de pensamento e de atitudes favoráveis à aprendizagem.
Deste modo, «a cultura geral que todos os alunos devem desenvolver como resultado da sua passagem pelo
Ensino Básico inclui a apropriação de um conjunto de conceitos e processos fundamentais mas não se identifica
como o conhecimento memorizado de termos, factos e procedimentos “básicos”, desprovidos de elementos de
compreensão, interpretação e resolução de problemas. A aquisição progressiva de conhecimentos deve ser
enquadrada pelo desenvolvimento de capacidades de pensamento e de atitudes favoráveis à aprendizagem»
(in Proposta de Reorganização Curricular do Ensino Básico, Min. Ed., DEB).
1
(9) Cooperar com outros em tarefas e projectos comuns.
(10) Relacionar harmoniosamente o corpo com o espaço, numa perspectiva pessoal e interpessoal promotora
da saúde e da qualidade de vida.
Desenvolvimento curricular
Contributo das Ciências da Natureza para o desenvolvimento
das competências
As Ciências da Natureza, através dos conteúdos científicos que explora, incide em campos diversificados do saber.
A leccionação e desenvolvimento dos conteúdos faz-se numa perspectiva de ciclo. Apela-se assim para
o desenvolvimento de competências várias, sugerindo ambientes de aprendizagem diversos.
Pretende-se contribuir para o desenvolvimento da literacia científica dos alunos. Por outras palavras, os jovens
têm que aprender a relacionar-se com a natureza das diferentes áreas do conhecimento, tanto com diversas
descoberta científicas e processos tecnológicos, como com as suas implicações sociais. No final do Ensino Básico,
os alunos deverão possuir conhecimento e compreensão suficientes para entender e seguir debates sobre temas
científicos e tecnológicos, e envolver-se em questões que estes temas colocam, quer para eles como indivíduos,
quer para a sociedade como um todo.
A literacia científica é assim fundamental para o exercício pleno da cidadania. O desenvolvimento de um conjunto
de competências que se revelam em diferentes domínios, tais como o conhecimento (substantivo, processual ou
metodológico, epistemológico), o raciocínio, a comunicação e as atitudes, é essencial para a literacia científica.
De salientar que as competências não devem ser entendidas cada uma por si, mas no seu conjunto, desenvolvendo-
-se transversalmente, e em simultâneo, na exploração das experiências educativas. Mas, deve-se ter em atenção
que o desenvolvimento de competências nestes diferentes domínios exige o envolvimento do aluno no processo
ensino aprendizagem, o que lhe é proporcionado pela vivência de experiências educativas diferenciadas. Estas
vão ao encontro, por um lado, dos seus interesses pessoais e, por outro, estão em conformidade com o que
se passa à sua volta.
No entanto, o conhecimento científico não se adquire simplesmente pela vivência de situações quotidianas pelos
alunos. Há necessidade de uma intervenção planeada do professor, a quem cabe a responsabilidade de sistematizar
o conhecimento, de acordo com o nível etário dos alunos e dos contextos escolares. Ou seja, de executores, os
professores passam a decisores e gestores de um currículo, exercendo a actividade que lhes é própria – ensinar,
isto é, fazer aprender.
Em suma, atendendo às razões expostas, advoga-se o ensino da Ciência como fundamental. Este, no Ensino Básico,
corresponde a uma preparação inicial (a ser aprofundada, no Ensino Secundário) e visa proporcionar aos alunos
possibilidades de:
•• Despertar a curiosidade acerca do mundo natural à sua volta e criar um sentimento de admiração, entusiasmo
e interesse pela Ciência.
•• Adquirir uma compreensão geral e alargada das ideias importantes e das estruturas explicativas da Ciência, bem
como dos procedimentos da investigação científica, de modo a sentir confiança na abordagem de questões
científicas e tecnológicas.
•• Questionar o comportamento humano perante o mundo, bem como o impacto da Ciência e da Tecnologia
no nosso ambiente e na nossa cultura em geral.
(2) Usar adequadamente linguagens das diferentes áreas do saber cultural, científico e tecnológico
para se expressar
Operacionalização transversal
•• Reconhecer, confrontar e harmonizar diversas linguagens para a comunicação de uma informação, de uma ideia,
de uma intenção.
•• Utilizar formas de comunicação diversificadas, adequando linguagens e técnicas aos contextos e às necessidades.
•• Comunicar, discutir e defender ideias próprias mobilizando adequadamente diferentes linguagens.
•• Traduzir ideias e informações expressas numa linguagem para outras linguagens.
•• Valorizar as diferentes formas de linguagem.
Operacionalização nas ciências da natureza
•• Usar linguagem científica, mediante a interpretação de fontes de informação diversas com distinção entre
o essencial e o acessório, e a utilização de modos diferentes de representar essa informação.
Acções a desenvolver por cada professor
•• Organizar o ensino prevendo a utilização de linguagens de comunicação diversificadas.
•• Organizar o ensino com base em materiais e recursos em que são utilizadas linguagens específicas.
•• Promover intencionalmente, na sala de aula e fora dela, actividades diferenciadas de comunicação
e de expressão.
•• Rendibilizar os meios de comunicação social e o meio envolvente.
•• Rendibilizar as potencialidades das tecnologias de informação e de comunicação no uso adequado de diferentes
linguagens.
•• Apoiar o aluno na escolha de linguagens que melhor se adeqúem aos objectivos visados, em articulação com
os seus interesses.
•• Desenvolver a realização de projectos que impliquem o uso de diferentes linguagens.
1
(3) Usar correctamente a língua portuguesa para comunicar de forma adequada e para estruturar
pensamento próprio
Operacionalização transversal
Desenvolvimento curricular
•• Valorizar e apreciar a língua portuguesa, quer como língua materna quer como língua de acolhimento.
•• Usar a língua portuguesa de forma adequada às situações de comunicação criadas nas diversas áreas do saber,
numa perspectiva de construção pessoal do conhecimento.
•• Usar a língua portuguesa no respeito de regras do seu funcionamento.
•• Promover o gosto pelo uso correcto e adequado da língua portuguesa.
•• Auto-avaliar a correcção e a adequação dos desempenhos linguísticos, na perspectiva do seu aperfeiçoamento.
Operacionalização nas ciências da natureza
•• Usar correctamente a língua portuguesa, nomeadamente através da vivência de situações de debate que
permitam o desenvolvimento das capacidades de exposição de ideias e argumentação, o poder de análise e
de síntese e a produção de textos escritos e/ou orais onde se evidencie a estrutura lógica do texto em função
da abordagem do assunto.
Acções a desenvolver por cada professor
•• Organizar o ensino prevendo situações de reflexão e de uso da língua portuguesa, considerando a heterogeneidade
linguística dos alunos.
•• Promover a identificação e a articulação dos contributos de cada área do saber com vista ao uso correctamente
estruturado da língua portuguesa.
•• Organizar o ensino valorizando situações de interacção e de expressão oral e escrita que permitam ao aluno
intervenções personalizadas, autónomas e críticas.
•• Rendibilizar os meios de comunicação social e o meio envolvente na aprendizagem da língua portuguesa.
•• Rendibilizar as potencialidades das tecnologias de informação e de comunicação no uso adequado da língua
portuguesa.
1
(5) Adoptar metodologias personalizadas de trabalho e de aprendizagem adequadas a objectivos
visados
Operacionalização transversal
Desenvolvimento curricular
1
•• Confrontar diferentes perspectivas face a um problema, de modo a tomar decisões adequadas.
•• Propor situações de intervenção, individual e/ou colectiva, que constituam tomadas de decisão face a um problema,
em contexto.
Desenvolvimento curricular
Operacionalização nas ciências da natureza
•• Adoptar estratégias adequadas à resolução de problemas e à tomada de decisões, como a interpretação de dados,
a formulação de problemas e de hipóteses, o planeamento de investigações, a previsão e a avaliação de resultados.
Acções a desenvolver por cada professor
•• Promover intencionalmente, na sala de aula e fora dela, actividades que permitam ao aluno fazer escolhas,
confrontar pontos de vista e resolver problemas.
•• Organizar o ensino prevendo a utilização de fontes de informação diversas e das tecnologias da informação
e comunicação para o desenvolvimento de estratégias de resolução de problemas.
•• Promover intencionalmente, na sala de aula e fora dela, actividades de simulação e jogos de papéis que permitam
a percepção de diferentes pontos de vista.
•• Promover a realização de projectos que envolvam a resolução de problemas e a tomada de decisões.
1
Acções a desenvolver por cada professor
•• Organizar o ensino prevendo e orientando a execução de actividades individuais, a pares, em grupos
e colectivas.
Desenvolvimento curricular
•• Promover intencionalmente, na sala de aula e fora dela, actividades dirigidas para o trabalho cooperativo, desde
a sua concepção à sua avaliação e comunicação aos outros.
•• Propiciar situações de aprendizagem conducentes à promoção da auto-estima e da autoconfiança.
•• Fomentar actividades cooperativas de aprendizagem com explicitação de papéis e responsabilidades.
•• Organizar o ensino com base em materiais e recursos diversificados adequados a formas de trabalho cooperativo.
•• Apoiar o aluno na descoberta das diversas formas de organização da sua aprendizagem em interacção com
outros.
•• Desenvolver a realização cooperativa de projectos.
(10) Relacionar harmoniosamente o corpo com o espaço, numa perspectiva pessoal e interpessoal
promotora da saúde e da qualidade de vida
Operacionalização transversal
•• Mobilizar e coordenar os aspectos psicomotores necessários ao desempenho de tarefas.
•• Estabelecer e respeitar regras para o uso colectivo de espaços.
•• Realizar diferentes tipos de actividades físicas, promotoras de saúde, do bem-estar e da qualidade de vida.
•• Manifestar respeito por normas de segurança pessoal e colectiva.
Operacionalização nas ciências da natureza
•• Adoptar atitudes inerentes ao desenvolvimento do sentido estético de modo a apreciar a beleza dos objectos
e dos fenómenos naturais.
•• Adoptar atitudes inerentes a hábitos de vida saudável, nomeadamente, responsabilizando-se em relação à sua
própria segurança e à dos outros, e avaliando o impacto das suas atitudes na sociedade e no ambiente.
Acções a desenvolver por cada professor
•• Organizar o ensino prevendo a realização de actividades em que é necessário estabelecer regras e critérios
de actuação.
•• Organizar o ensino prevendo a realização de jogos diversificados de modo a promover o desenvolvimento
harmonioso do corpo em relação ao espaço e ao tempo.
•• Promover intencionalmente, na sala de aula e fora dela, actividades dirigidas à apropriação de hábitos de vida
saudáveis e à responsabilização face à sua própria segurança e à dos outros.
•• Organizar actividades diversificadas que promovam o desenvolvimento psicomotor implicado no desempenho
de diferentes tarefas.
•• Organizar actividades cooperativas de aprendizagem e projectos conducentes à tomada de consciência
de si, dos outros e do meio.
•• Organizar o ensino com base em materiais e recursos diversificados.
Desenvolvimento curricular
Como já foi referido, o desenvolvimento de um conjunto de competências em diferentes domínios é essencial
para a literacia científica.
De referir que o desenvolvimento das competências gerais pressupõe que todas as áreas curriculares actuem
em convergência. Assim, compete às várias áreas curriculares, entre as quais as Ciências da Natureza, contribuir
para o desenvolvimento das competências gerais. Surgem então as competências específicas, desenvolvidas
em diferentes domínios, como o do conhecimento, do raciocínio, da comunicação, das atitudes. Através destas
pretende-se operacionalizar as competências gerais. No entanto, deve-se referir que os diferentes domínios
não são compartimentos estanques ou isolados, e não devem ser entendidos cada um por si, mas no seu conjunto.
Desenvolvem-se em simultâneo e de uma forma transversal, na exploração das diferentes experiências
educativas.
Conhecimento
Raciocínio
1
Comunicação
Propõe-se experiências educativas que incluem uso da linguagem científica, mediante a interpretação de fontes
Desenvolvimento curricular
de informação diversas com distinção entre o essencial e o acessório, a utilização de modos diferentes de representar
essa informação, a vivência de situações de debate que permitam o desenvolvimento das capacidades
de exposição de ideias, defesa e argumentação, o poder de análise e de síntese e a produção de textos escritos
e/ou orais onde se evidencie a estrutura lógica do texto em função da abordagem do assunto. Estas experiências
educativas devem contemplar também a cooperação na partilha de informação, a apresentação dos resultados
de pesquisa, utilizando, para o efeito, meios diversos, incluindo as novas tecnologias de informação
e comunicação.
•• Exprime-se de forma clara, oralmente e por escrito e de acordo com a linguagem científica.
•• Utiliza diferentes modos de representar a informação recolhida (trabalhos, cartazes, banda desenhada, etc.).
•• Produz textos em função da abordagem dos assuntos (resumos, relatórios, relatos de actividades, de visitas
de estudo, etc.).
•• Coopera em actividades de grupo, partilhando a informação.
•• Apresenta resultados de pesquisa utilizando as novas tecnologias de informação e comunicação.
Atitudes
Apela-se para a implementação de experiências educativas onde o aluno desenvolva atitudes inerentes
ao trabalho em Ciência, como sejam a curiosidade, a perseverança e a seriedade no trabalho, respeitando
e questionando os resultados obtidos, a reflexão crítica sobre o trabalho efectuado, a flexibilidade para aceitar
o erro e a incerteza, a reformulação do seu trabalho, o desenvolvimento do sentido estético, de modo a apreciar
a beleza dos objectos e dos fenómenos físico-naturais, respeitando a ética e a sensibilidade para trabalhar
em Ciência, avaliando o seu impacto na sociedade e no ambiente.
•• Revela pontualidade e assiduidade.
•• Manifesta o desejo de descobrir por si próprio.
•• Revela curiosidade, reflexão crítica e espírito de abertura.
•• Avalia o impacto das Ciências Naturais na sociedade e no Ambiente.
•• Amplia a diversidade de interesses.
•• Revela atitudes de confiança aceitando outros pontos de vista.
•• Assume uma atitude responsável na realização das tarefas diárias, manifestando atitudes e hábitos de trabalho
(fichas de trabalho, fichas formativas, trabalhos de casa, caderno diário, etc.).
Desenvolvimento curricular
Competências gerais
Competências específicas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pode-se definir um currículo como um conjunto de aprendizagens consideradas necessárias num dado contexto
e tempo, e à organização e sequência adoptadas para o concretizar ou desenvolver.
De notar que esse conjunto de aprendizagens não resulta de uma soma de partes, mas o que transforma um
conjunto de aprendizagens num currículo é a sua finalização, intencionalidade, estruturação coerente e sequência
organizativa.
Surge, assim, o projecto curricular. Este é relativo à forma particular como em cada contexto, se reconstrói e se
apropria o currículo face a uma dada situação real, definindo opções e intencionalidades próprias, e construindo
modos específicos de organização e gestão curricular, adequados à consecução das aprendizagens que integram
o currículo para os alunos concretos daquele contexto.
A
PEE
PCE
B
1
PEE
Desenvolvimento curricular
PCT Opções organizacionais Opções pedagógicas
RI
PCE
PCT Opções curriculares
PCE
PCT PCT PCT PCT
PEE
Fig. 1 O PCE define um esquema organizativo de concretização do currículo que, depois, no PCT é adequado ao grupo
concreto dos alunos da turma, com a consubstanciação da diferenciação pedagógica, realizada pelo Conselho de Turma
que, para isso, fará a caracterização da turma e a avaliação das situações de aprendizagens adquiridas.
O Projecto Curricular de Turma assume a forma particular como, em cada turma, se reconstrói e se apropria
um currículo face a uma situação real, definindo opções e intencionalidade próprias, e construindo modos
específicos de organização e gestão curricular, adequados à consecução das aprendizagens que integram
o currículo para os alunos concretos daquele contexto.
Assim, compete aos professores titulares de turma e ao Conselho de Turma:
a) Analisar a situação da turma e identificar características específicas dos alunos a ter em conta no processo
de ensino e aprendizagem.
b) Planificar o desenvolvimento das actividades a realizar com os alunos em contexto de sala de aula.
c) Identificar diferentes ritmos de aprendizagem e necessidades educativas especiais dos alunos, promovendo
a articulação com os respectivos serviços especializados de apoio educativo, em ordem à sua superação.
d) Assegurar a adequação do currículo às características específicas dos alunos, estabelecendo prioridades, níveis
de aprofundamento e sequências adequadas.
e) Adoptar estratégias de diferenciação pedagógica que favoreçam as aprendizagens dos alunos.
f) Conceber e delinear actividades em complemento do currículo proposto.
g) Preparar informação adequada, a disponibilizar aos pais e encarregados de educação, relativa ao processo
de aprendizagem e avaliação dos alunos.
O Projecto Curricular de Turma pretende assegurar que o currículo nacional, centrado em competências essenciais
e em experiências de aprendizagem/actividades, contribua para que os alunos desenvolvam as competências
gerais que estão definidas para o Ensino Básico.
Os professores ao trabalharem em equipa deverão centrar-se no desenvolvimento das competências gerais do
Ensino Básico, privilegiando, em cada momento, as competências adequadas às situações reais do grupo - turma,
por forma a que todas as áreas curriculares disciplinares e/ou disciplinas e áreas curriculares não disciplinares
contribuam para uma eficaz construção de aprendizagens nos domínios implícitos no currículo nacional
(conhecimentos, capacidades e atitudes).
Áreas curriculares
Área de Projecto Fig. 2 Às áreas curriculares não disciplinares confere-se
disciplinares
PCT o espírito implícito na Reorganização Curricular,
Estudo de modo a que elas contribuam para o desenvolvimento
Formação Cívica
Acompanhado de competências, bem como para a mobilização
de saberes dos alunos.
1 Articulações interdisciplinares
Desenvolvimento curricular
introdução
Onde existe Vida?
Primeira abordagem ao conceito de Biosfera.
1. D
IVERSIDADE DE SERES VIVOS E SUAS
INTERACÇÕES COM O MEIO
1.1 Diversidade nos animais •• Área-Projecto/Estudo Acompanhado — trabalho
de grupo sobre um animal observado durante a visita
1.1.1 Variedade de formas e revestimento
de estudo, referindo as suas principais características
do corpo.
(revestimento, modo de deslocação, alimentação,
1.1.2 Como se deslocam? reprodução, etc.).
1.1.3 De que se alimentam? •• TIC — pesquisas na Internet ou cd-rom sobre
a diversidade de animais.
1.1.4 Como se reproduzem?
1.1.5 Variação dos factores do meio — sua
influência no comportamento dos animais.
Articulações interdisciplinares
1
Desenvolvimento curricular
conteúdos Articulações interdisciplinares
3. A
ÁGUA, O AR, AS ROCHAS E O SOLO — •• Português, História e/ou Área-Projecto — investigar
MATERIAIS TERRESTRES a interferência de nomes de materiais terrestres
na toponímia local (por exemplo: Travessa das Águas
3.1 Importância da água para os seres vivos
Férreas, Ponte da Pedra, Lugar do Xisto, etc.).
3.1.1 A água, importante componente dos seres
•• Português — ler extractos de revistas e jornais relativos
vivos.
à influência da poluição da água na vida
3.1.2 A água como solvente. dos seres vivos.
3.1.3 A qualidade da água. •• TIC — pesquisar na Internet notícias relativas
a casos de poluição.
3.1.4 Distribuição da água na Natureza.
•• Webquest: como estão os nossos rios?
3.1.5 A água e as actividades humanas.
•• Matemática/TIC — elaborar gráficos sobre
a distribuição da água na Natureza e principais
actividades humanas que utilizam água.
•• Área-Projecto/Estudo Acompanhado/Formação cívica
— investigar individualmente a quantidade de água
que cada pessoa gasta nas actividades domésticas
(por exemplo: tomar banho, lavar os dentes).
Debater os resultados encontrados por cada aluno
na sua casa.
3.3 As rochas, o solo e os seres vivos •• Ed. Visual — realizar uma banda desenhada que
ponha em evidência as alterações do meio que levam
3.3.1 Rochas frequentes na região. Comparação
à formação do solo.
com outras rochas relativamente a algumas
propriedades. •• Área-Projecto/História e Geografia — pesquisar as rochas
mais comuns em Portugal: sua distribuição e utilização
3.3.2 Rochas, minerais e actividades humanas.
(ex: casas tradicionais).
3.3.3 Alteração das rochas pelos agentes
•• Formação cívica/Área-Projecto — debater temas
atmosféricos e biológicos. Génese dos solos.
relacionados com o impacto da intervenção do Homem
3.3.4 Alguns tipos de solos e suas propriedades. sobre o Ambiente.
3.3.5 Conservação dos solos — a tecnologia
e suas consequências.
36
1
Conteúdos N.º aulas Sugestões/Experiências educativas
Tema(s) Temas
139277 017-042_parte1.indd 36
Temas previstas Competências específicas
organizador(es) transversais
específicos (x 45 min) Essenciais Enriquecimento
Introdução: 5 Terra no espaço. •• Compreensão global da •• Visita de estudo a um Construir de um mapa Educação para os
TERRA-AMBIENTE Terra em constituição da Terra, nos seus ambiente natural (ex: um com as áreas protegidas valores
DE VIDA transformação aspectos complementares de pinhal, uma praia, etc.). existentes no nosso país. Educação
biosfera, litosfera, hidrosfera e •• Observação de um Trabalhos sobre Áreas ambiental
Onde existe Vida?
atmosfera. vídeo didáctico sobre Protegidas em Portugal.
Primeira
•• Reconhecimento do papel os principais ambientes Pesquisar espécies
abordagem
Planificação anual
10/02/26 1:06:38