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1.

Introdução:

A taxa SELIC é possivelmente a taxa de juros mais conhecida no Brasil e temos


algumas razões para isso, pois a taxa SELIC também é chamada de taxa básica de
juros e é a ferramenta utilizada pelo Banco Central para controle de inflação e
câmbio, entendê-la nos faz compreender como funciona o crédito e qual impacto ele
traz para a economia, mas antes de tudo: O que é a SELIC? O que ela indica? E
como ela me afeta?

O nome da taxa Selic vem da sigla do Sistema Especial de Liquidação e de


Custódia. Tal sistema é uma infraestrutura do mercado financeiro administrada pelo
BC. Nele são transacionados títulos públicos federais e a remuneração diária
desses títulos é chamado da taxa SELIC, esse tipo de juros é chamado como a taxa
de juros básica da economia, pois é o tipo de juros que consegue influenciar como
será o comportamento da curva de juros de outras modalidades de empréstimos, a
taxa SELIC ou taxa básica de juros reflete o que há de mais seguro entre as
operações financeiras, pois a determinação da taxa de juros ocorre em decorrência
de duas variáveis chave: o tempo e o risco; e dessa maneira a fim de todos os
bancos fechar o caixa no positivos conforme o Acordo de Basiléia se dá um tipo de
operação de empréstimo diário com a garantia dos títulos públicos como
pagamento, ou seja, uma operação com um prazo curtíssimo e com a garantia do
agente com menor grau de risco de calote, pois em último caso o Estado é o único
agente que pode imprimir dinheiro para cumprir com suas obrigações financeiras;
este tipo de operação chamamos de SELIC OVER.

O Conselho de Políticas Monetárias (COPOM) determina em reuniões periódicas a


taxa SELIC, entretanto uma canetada determinando a meta de taxa SELIC não é
capaz de garantir que a meta seja atingida, disso vem o poder e a capacidade do
BC em garantir que essa meta seja cumprida pela emissão ou compra de títulos
públicos, a lógica adotada é semelhante a curva de oferta e demanda onde de uma
lado temos a quantidade de títulos públicos disponíveis no mercado e de outro
pessoas ou instituições financeiras que desejam ter esse título público, quanto mais
escasso for o título público: maior o seu preço e consequentemente menor sua
rentabilidade; ao mesmo tempo que quanto mais títulos públicos disponíveis no
mercado: menor será seu preço e maior será sua rentabilidade, ou seja, o BC
através de operações de compra e venda de títulos públicos diariamente consegue
garantir que a rentabilidade desses títulos será igual ou próxima da meta da taxa
SELIC definida pelo COPOM.

De certa maneira para quem não tem títulos públicos ou não tem um banco, acaba
sendo difícil ver a influência que a taxa SELIC tem na nossa economia, porém como
os bancos possuem grandes reservas de títulos públicos em entesouramento e
também os utiliza como garantia de pagamento nessas operações OVERNIGHT
com o intuito de garantir um saldo positivo ao fim do dia, a taxa SELIC impacta
diretamente o custo do crédito da economia, porque quanto maior a taxa SELIC,
maior será o custo de captação dos bancos e consequentemente a disponibilidade
de dinheiro em caixa para empréstimos a população em geral será menor e custo
desse empréstimo maior, obviamente que no custo de empréstimo a pessoa física
ou jurídica há um spread bancário gigantesco, muito puxado pela característica do
crédito ser de maior risco e maior prazo, mas dentro desse valor está embutido essa
taxa SELIC, por isso um aumento dessa taxa causa impacto generalizado em outras
taxas da economia.

2. Desenvolvimento:

A respeito do contexto econômico que abrange a taxa de juros, é impossível


desligar a conexão com o país como um todo, visto que a mesma afeta diretamente
todos os cantos da nação em questão. Entendendo isso, para entendermos melhor
a situação atual do país é necessário observarmos algumas variáveis que refletem a
atual conjuntura, variáveis como o PIB:
FONTE: IBGE

Fica claro, ao olhar o gráfico, que a evolução do PIB brasileiro não segue um
ciclo linear, enfrentando altos e baixos, o que pode representar uma situação de
bastante incertezas e dar uma má impressão para possíveis interessados em
investir capital estrangeiro aqui em solo nacional.

Outra variável de suma importância a ser analisada para entender como se


porta um país é sua taxa de inflação. Ao analisarmos o IPCA podemos tirar
conclusões a respeito do consumo da população em geral, entre outras análises
importantes a serem levadas em consideração. A partir de 2017 há uma
considerável queda do índice de preços, que coincide com a queda do PIB no final
do governo Dilma, o que se explica pelas incertezas causadas pelo impeachment da
mesma.

Já em 2021 fica visível um aumento no nível de preços mostrando alguns


fatores preocupantes para a economia brasileira como um todo, como o aumento
dos bens de consumos essenciais, como alimentos; a taxa de câmbio cada vez
mais desvalorizada em relação ao dólar que faz encarecer os preços dos
commodities.

É muito importante essa análise com base no IPCA visto que a taxa SELIC é
usada para controlar esse índice de variação dos preços. Caso ocorra alguma
situação que a inflação fique fora do projetado a taxa de juros será utilizada para
regularizar a inflação.
É importante também observarmos a própria taxa SELIC, que variava dentro
de um padrão, porém, com a pandemia do COVID-19 houve uma queda brusca da
taxa, chegando em patamares jamais antes vistos, como 1,9%, para estimular o
máximo possível o consumo em território nacional.

3. Delimitação regional.

A taxa SELIC é a taxa básica de juros da economia brasileira, atingindo e


influenciando todos os cantos do Brasil de forma uniforme. Considerando isso, é
natural que a delimitação para a análise desta variável seja todo o perímetro
brasileiro.

4. Metodologia.

Metodologia sugere inicialmente o uso estatística básica com o uso de medidas de


tendência como média, mediana e variação. No entanto, os alunos têm a liberdade
de utilizar outras metodologias aprendidas e desenvolvidas ao longo do curso.
Porém, quando se utiliza um método além de estatística descritiva é importante
que ele seja descrito no trabalho.

5. Possíveis cenários.

4.1. Cenário Base.

Quando se fala a respeito de cenário base se fala sobre as projeções de


acordo com como está sendo conduzida hoje, as variáveis macroeconômicas e
as questões que as cercam. Pensando no que se espera para o futuro, de acordo
com o que vem acontecendo na conjuntura atual.

Considerando que estamos saindo de uma recessão econômica bem forte, é


natural que se pense em uma alta da taxa selic, principalmente ao considerar o
passado recente e a inflação que está em tendência de alta. Para os próximos
anos, conforme divulgação do Boletim Focus do dia 02/08 mostra que a
tendência a ser é natural que a taxa cresça e se estabilize na casa dos seus 7%.
Pois devido a alta da inflação nos últimos meses inevitavelmente puxará a taxa
de juros para cima, conseguimos perceber isso com a subida da taxa de juros de
2% para 5,25% conforme decisão do COPOM no dia 04/08/2021, crescimento já
esperado e precificado pelo mercado, uma parte da esperada leve alta nos
próximos tem relação também com a expectativa da volta a normalidade da
atividade econômica com base nos índices de vacinação alcançados.

4.2 Cenário Otimista

O cenário otimista tem uma certa relação com o que está acontecendo no cenário
base definido por análises de várias corporações do mercado financeiro, isso
porque apesar da preocupação da nova variante que tem assolado muitos países
ao redor do mundo há expectativas elevadas quanto a volta da atividade
econômica, porém algumas situações podem alavancar e ajudar o Brasil a
crescer ainda mais esse ano, temos que a taxa de juros americana se mantém
em 0,25% mesmo com pressões inflacionárias puxando as taxas de juros para
cima, entretanto com a nossa taxa de juros em 5,25% temos um atrativo muito
grande de investimento estrangeiro direto em renda fixa no Brasil (IDE) se essa
configuração se manter a tendência é que a nossa taxa de câmbio se valorize
perante ao dólar devido a ao estímulo ao investimento em títulos públicos
estimulando a importação de produtos e diminuição dos custos de agentes que
compram produtos a dólar, além disso o governo manter e cumprir as agendas de
privatização como a da Eletrobrás (recentemente concretizada), Correios, entre
outras promessas do ministro da Economia. Todas essas ações ajudaria a
diminuir o endividamento público brasileiro a curto e médio prazo, porém além de
diminuir os custos seria necessário reformas e medidas sem populismo para
conter os gastos públicos, medidas responsáveis que visem utilizar o Renda
Brasil de maneira correta e justa para não causar endividamento público muito
grande, reformas administrativas e reformas tributárias estimulando investimentos
e diminuindo o déficit primário, outro fator que diz muito e poderá trazer cenários
positivos seria o avanço da vacinação bem como o controle da variante Delta
para que não passemos por medidas restritivas trazer uma maior confiança de
investimento no Brasil. Todas essas ações se acontecerem poderiam equalizar o
déficit fiscal que estamos passando proporcionando maiores ferramentas do
governo estimular o emprego e garantir o crescimento econômico de forma
sustentável, trazendo um cenário que a taxa de juros subiria ao longos próximos
meses para controle de inflação e garantir uma diminuição no déficit primário, e
posteriormente com a inflação controlada por dar certo as reformas e
privatizações, avanço da nova variante e taxa de vacinação o governo pode ter
um espaço orçamentário maior para ações de investimento como a confiança do
investidor para realizar aplicações e investimento no Brasil, dito isso a taxa de
juros poderia ser um pouca menor da tendência do Boletim Focus, pois haveria
um controle fiscal maior e a necessidade de uma taxa de juros mais alta
diminuiria.

4.3 Cenário Pessimista

Um cenário pessimista está muito atrelado a principalmente dois fatores: ano


de eleição e condução das consequências da pandemia do covid-19.

Considerando que o ano eleitoral geralmente é mais tumultuado, e nas


eleições de 2022 tendem a ser mais que o normal visto a crescente polarização
política que o país se encontra, é natural que as variáveis macroeconômicas sejam
afetadas diretamente por isso. Toda essa incerteza pode afetar a decisão de
investidores de fora do país, e a contramedida do governo para tal situação poderia
ser o aumento acima do esperado da taxa de juros para aumentar o retorno desses
investimentos e chamar de volta esse capital estrangeiro.

O Brasil ainda vive muitas incertezas referente às consequências da


pandemia, visto que ainda, mesmo com vacinas sendo disponibilizadas conforme o
tempo anda, temos números altos de casos, e por consequência a economia não
consegue voltar ao natural, lojas sendo fechadas e alta na taxa de desemprego
ainda problemas recorrentes. Além de impactar de forma direta nas variáveis
macroeconômicas, há efeitos indiretos, como o aumento da inflação por oferta e
preços de insumos. O governo brasileiro já mostrou que o controle da inflação é
uma de suas atuais prioridades, e uma inflação alta pode significar uma resposta do
aumento da taxa SELIC para poder controlar esse aumento dos níveis de preços.
Níveis acima de 7% para a taxa de juros podem ser esperados para este cenário.

5. Referências
BANCO DO BRASIL. BCB,
2021,https://www.bcb.gov.br/estatisticas/grafico/graficoestatistica/metaselic. Acesso em: 20
de julho de 2021.

IPEA. https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/. Acesso em: 20 de julho de 2021.

IPEA. https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/wp-content/uploads/2017/07/secao-
x13.pdf. Acesso em: 18 de julho de 2021.

BANCO DO BRASIL. https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus. Acesso em: 21 de julho de


2021.

SENADO.https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/579879/RAF46_NOV2020_1
_Contexto_macro.pdf. Acesso em: 19 de julho de 2021.

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