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Seropédica, RJ
2021
Edgar Morin no capítulo O Desafio da Complexidade, explica como é a problemática
em torno da complexidade, primeiramente na urgência em desenvolver um conhecimento e
pensamento que abranja múltiplas áreas de conhecimento e que não se limite a um nicho
específico, o que reduziria o conhecimento individual de cada área, sem a possibilidade de os
integrar em conjunto para a formação de um conhecimento único, como exemplificado no
trecho a seguir:
Portanto, nesse sentido, é evidente que a ambição da complexidade é prestar contas
das articulações despedaçadas pelos cortes entre disciplinas, entre categorias
cognitivas e entre tipos de conhecimento. (pág.176-177)
Segundo Morin, atualmente há uma crise da explicação simples nas ciências físicas e
biológicas, por conta da divisão feita no conhecimento destas. De acordo com o trecho:
Atualmente, vemos que existe uma crise da explicação simples nas ciências
biológicas e físicas: desde então, o que parecia ser resíduo não científico das
ciências humanas, a incerteza, a desordem, a contradição, a pluralidade, a
complicação etc., faz parte de uma problemática geral do conhecimento científico.
(pág.177)
Morin evidencia que não se pode chegar à complexidade com uma definição previa, e que
de tão distintos os caminhos que precisamos seguir, pode-se perguntar se existem
complexidades ao invés de apenas complexidade. Tentando “simplificar” o “desafio da
complexidade”, ele introduz as chamadas “avenidas” que conduzem a este desafio. Sendo
elas:
1- Avenida da irredutibilidade do acaso e da desordem;
2- Avenida da transgressão;
3- Avenida da complicação;
4- Avenida da ordem, desordem e organização;
5- Avenida da organização;
6- Avenida da organização recursiva;
7- Avenida da crise de conceitos fechados e claros;
8- Avenida da volta do observador na sua observação.