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Resumo:
O presente trabalho visa, através dos textos selecionados, expor as
particularidades do ambiente de convivência dos grupos punks, o underground,
em diferentes cidades do Brasil. Para isso, busca-se partir da inserção dos
conceitos e definições que a temática da sociabilidade trouxe para o campo da
pesquisa em História através de Maurice Agulhon e Georg Simmel, trazer
novas reflexões para as discussões trazidas anteriormente pelos autores
selecionados.
Palavras-chave: Punk; underground; Brasil; sociabilidade.
Abstract:
The present work aims, through the selected texts, to expose the
particularities of the living environment of punk groups, the underground, in
different cities in Brazil. For this, we seek to start from the insertion of the
concepts and definitions that the theme of sociability brought to the field of
research in History through Maurice Agulhon and Georg Simmel, to bring new
reflections to the discussions previously brought by the selected authors.
Keywords: Punk; underground; Brazil; sociability.
Introdução:
A partir das definições sobre o que é punk e o que é ser punk, além do
contexto histórico e cultural trazido, surge a razão para as análises trazidas pelo
presente trabalho, pois é através desses que se busca compreender a
importância do underground brasileiro tendo a sua sociabilidade como
referência.
O “under” de Teresina (PI)
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Maneira como se é referido o underground entre os membros do mesmo.
3 Fanzine é a fusão dos termos fanatic e magazine. Esta mídia feita por meio de bricolagem de
imagens e textos constitui uma importante ferramenta de comunicação entre punks do mundo
todo. Definição usada pelo autor.
4 Headbangers são sujeitos que apreciam o metal pesado e adjacentes. O termo surgiu do fato
de que nos shows esses sujeitos literalmente “batiam cabeça” para as músicas. Possuem um
visual bem específico: costumam se vestir de preto, ter cabelos compridos e usarem coturnos.
Definição usada pelo autor.
Aqui fica visível como as relações entre os diferentes grupos pertencentes ao
mesmo meio pode resultar em manifestações diferentes. O autor ainda traz:
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Abreviação de underground. Forma como é referenciado entre os que participam do mesmo.
(...)o underground é uma prática urbana, que os seus membros
chegam até ele por conta própria, que o skate foi um elemento
agregador para os primeiros punks cariocas, assim como um
sentimento ou percepção de opressão e a falta de perspectiva com o
futuro. Além disso, diferente do metal extremo, essa sociabilidade que
efetiva dentro desse espaço distinto ocorre em qualquer reunião ou
point que os punks cariocas possam se encontrar. (SILVA, D. 2016.
pág.22)
6Faça você mesmo. Tradução aproximada da expressão inglesa “do it yourself”, cunhada no
contexto de politização do punk na década de 1980, principalmente através do pensamento
anarquista. O termo representa uma forma de ação direta derivada desta tradição filosófica e
política, da negação dos diversos espaços consolidados pelos poderes estabelecidos e da
construção de outros espaços de veiculação e reprodução de sua cultura. Espaços que, se não
de forma absoluta, por conta de sua natureza autônoma diminuiria, em tese, as interferências e
determinações do sistema político e do senso comum constituído a partir da cultura burguesa e
da indústria cultural de massa.
— tais quais no metal extremo — ocorrendo um trato prévio com o dono do bar
ou do local onde as bandas fossem se apresentar.” (SILVA, D. 2016. pág.23)
No capitulo dedicado à falar sobre a formação do underground na cidade
do Rio de Janeiro, o autor afirma que o processo possui três etapas: a origem na
rampa de skate em Campo Grande (1978-1982), o período que o punk se torna
independente do skate (1982-1984) e o racha do movimento (1984).
Nesse primeiro momento da cena carioca, nota-se outro elemento para
além dos que vem sendo citados como elemento “aglutinador”, ou seja, junto
com as motivações já citadas para o surgimento das manifestações estudadas,
está a pratica do skate, que no período estudado era marginalizada e ainda é,
mesmo com maior difusão por parte da mídia e fazendo parte dos esportes
olímpicos.
Apesar dos “grandes feitos” que a o cenário underground paulista tenha trago,
dentro deste surge o que viria a ser um dos grandes responsáveis pela
difamação do movimento punk, o movimento Carecas do Brasil
Assim, surge a maior rivalidade entre punks dentro da cena “under” a nível
nacional, como afirma o autor “este foi o principal ponto de ruptura... que,
gradativamente, foi distanciando punks e carecas, e ambos foram construindo
movimentos autônomos, independentes entre si, e rivais, pois passaram a
defender propostas opostas” (pág.127).
Conclusões
BIVAR, Antonio. “O que é punk”. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 2001. (Coleção
Primeiros Passos, 76).
CHARTIER, Roger. A “Nova” História Cultural existe? In: LOPES, Antonio H.;
VELLOSO, Monica Pimenta; PESAVENTO, Sandra Jatahy (orgs.) História e
linguagem: texto, imagem, oralidade e representações. Rio de Janeiro: 7Letras,
2006.
_____, Ivone. Punk: Cultura e Arte. Presente em: VARIA HISTORIA, Belo
Horizonte, vol. 24, nº 40: p.747-770, jul/dez 2008
VIEIRA, Tiago de Jesus. O futuro do “sem futuro”: uma análise da escrita sobre
o punk no Brasil e suas construções identitárias (1982 – 2010) / Tiago de Jesus
Vieira. – 2017.