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E, acrescenta, ser natural que assim seja, pois tudo se passa como se a mercadoria estivesse em depósito no
exterior e tais encargos somente surgem a partir do momento em que a mercadoria transpõe a barreira
aduaneira localizada ao redor da zona franca, para internamento no país.
A Zona Franca de Manaus, além do conceito acima, apresenta-se como uma zona de incentivo fiscal para os
estabelecimentos industriais, cujos projetos tenham sido aprovados e definidos os respectivos processos
produtivos básicos para os seus produtos. Dentre as inúmeras vantagens para a economia nacional, resultantes
desse beneficiamento, processamento e transformação do produto em território nacional, destaca-se a
incorporação da mão-de-obra e materiais nacionais, em forma não elaborada, proporcionando a geração de
emprego e renda e, principalmente, a absorção e desenvolvimento de novas tecnologias.
Durante muito tempo a produção da Zona Franca de Manaus ficou direcionada para internação, destinada ao
restante do Brasil. Esse procedimento foi utilizado pelas empresas não só porque o mercado brasileiro ainda não
estava todo conquistado, como também em decorrência das barreiras alfandegárias que tornavam proibitiva a
importação de produtos concorrentes, fazendo com que as empresas voltassem sua atenção apenas para o
mercado interno.
Diante desse novo contexto, as empresas instaladas na Zona Franca de Manaus passaram a destinar parte da
sua produção para o mercado externo, não só como estratégia de ampliação de mercado, geração de divisas,
como também pela contrapartida do incentivo concedido pelo Estado, pela redução do imposto incidente sobre a
importação de insumos e isenção do imposto sobre produtos industrializados utilizados como subsídios na
fabricação de seus produtos. Além do mais, a necessidade da Balança Comercial do país apresentar saldos
positivos crescentes, numa visão de política macroeconômica, incentiva a Zona Franca de Manaus a tornar-se
parte mais ativa para a contribuição da formação do superávit comercial. Daí a exigência por parte do governo
federal do aumento das exportações de produtos industrializados no Parque Industrial de Manaus.
À exceção das exportações de produtos da estratificação vegetal em épocas pretéritas e do mineral até estes
dias, as exportações do Estado do Amazonas caracterizaram-se até recentemente pelo seu fraco desempenho
no cenário nacional, conforme se percebe pela sua participação nas exportações brasileiras de acordo com a
Tabela 01. No início dos anos 90, o valor das exportações do Estado do Amazonas situava -se em torno de US$
120 milhões e somente a partir de 1995 é que as exportações começam a deixar o patamar de 0,30% de
participação para chegar em 2003 a 1,78% das exportações brasileiras.
A Tabela 02 mostra que os montantes de exportações são baixos quando comparados aos de importações,
entretanto, com a política de incentivos às exportações as indústrias ali instaladas já demonstram expressivos
resultados para a diminuição do saldo negativo da balança comercial da Zona Franca de Manaus.
As operações de importação sempre foram o foco e parâmetros da Zona Franca de Manaus, no entanto, o
desempenho ascendente das exportações amazonenses aponta para saldos comerciais negativos cada vez
menores. A Tabela 02 mostra que as exportações representavam apenas 3,60% do valor das importações no
ano de 1995 e que no ano de 2003 já representavam 37,61%.
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Com relação à produção da Zona Franca de Manaus destinada ao consumo interno, aqui consideradas as vendas
para o restante do Brasil, podemos afirmar que vem apresentando taxas de crescimento cada vez mais
expressivas, gerando um maior faturamento paras as empresas ali instaladas, e, conseqüentemente,
proporcionando um aumento da arrecadação de tributos e uma maior geração de emprego e renda, fazendo
com que o parque industrial instalado tenha aumentado a sua capacidade de absorção de mão -de-obra o que
permite gerar aproximadamente oitenta mil empregos diretos e outras quatro vezes mais de empregos
indiretos.
Os incentivos tributários concedidos à exportação dos produtos fabricados na Zona Franca de Manaus são, em
tese, os mesmos concedidos aos produtos fabricados em outras regiões do país. De acordo com o Decreto nº
4542/2002 (RIPI) são imunes ao IPI os produtos destinados ao exterior e estes poderão sair com suspensão do
tributo, quando destinados à exportação, desde que saiam do estabelecimento industrial para empresa
comercial exportadora, com o fim específico de exportação, e para recintos alfandegados ou a outros locais
onde se processe o despacho aduaneiro de exportação.
É concedido, a título de incentivo às exportações, o direito à manutenção e à utilização dos créditos relativos às
matérias-primas, aos produtos intermediários e ao material de embalagem adquirido para emprego na
industrialização de produtos destinados à exportação, desde que tenham saídos com imunidade e com
suspensão do imposto, e que sejam destinados à exportação.
Os créditos mantidos na escrita fiscal, a título de incentivos à exportação, poderão ser utilizados por dedução do
valor do IPI devido pelas saídas tributadas; os créditos decorrentes de exportação de produtos industrializados
serão deduzidos do valor do imposto devido por operação tributada por transferência para outro
estabelecimento, mediante ressarcimento em dinheiro e mediante autorização da Secretaria da Receita Federal,
após análise do pedido da empresa; e, poderá ser concedida a compensação dos créditos não aproveitados do
IPI com outros tributos federais, inclusive contribuições, observada a legislação específica.
Os produtos, partes e peças destinados à Zona Franca de Manaus, desde que devidamente licenciadas pela
SUFRAMA, são importados com suspensão do Imposto de Importação - II e do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI, nos termos dos Decretos -Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, nº 356, de 15 de agosto
de 1968, Decreto nº 61.244, de 28 de agosto de 1967 e legislação complementar.
As mercadorias de origem estrangeira estocadas na Zona Franca, quando saírem desta para comercialização em
qualquer ponto do Território Nacional, ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos de uma importação do
exterior, a não ser nos casos de isenção prevista em legislação específica.
O Decreto-Lei 288/67 estabelece em seu art. 3º que “ A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca
destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuário,
pesca, instalação e operação de indústrias e serviços de qualquer natureza e a estocagem para reexportação,
será isenta dos Impostos de Importação e sobre produtos Industrializados . Todavia, determina que somente
podem ser incentivados os processos de industrialização na Zona Franca de Manaus nas seguintes modalidades:
transformação, beneficiamento, montagem e recondicionamento”.
O parágrafo 1° do mesmo artigo proíbe a isenção fiscal prevista no art. 3º citado acima para as mercadorias:
armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas, automóveis de passageiros e produtos de perfumaria ou toucador,
preparados e preparações cosméticas ,” salvo quanto a estes (posições 3303 a 3307 da Tarifa Aduaneira do
Brasil - TAB), se destinados, exclusivamente, a consumo interno na Zona Franca de Manaus, ou quando
produzidos com utilização de matérias-primas da fauna e flora regionais, em conformidade com o processo
produtivo básico.”
Os principais incentivos fiscais concedidos às empresas instaladas na Zona Franca de Manaus são concedidos
pelo Governo Federal, de acordo com o Decreto-Lei nº 288/67, para o imposto sobre produtos industrializados e
para o imposto de importação e, pelo Governo Estadual, de acordo com as Leis Estaduais, para o imposto sobre
circulação de mercadorias e serviços.
Estão isentas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) todas as mercadorias produzidas na Zona Franca
de Manaus quer se destinem ao seu consumo interno quer à comercialização em qualquer ponto do Território
Nacional. Em síntese, a isenção concedida ao Imposto sobre Produtos Industrializados será aplicada a :
c) mercadoria de procedência estrangeira consumida na Amazônia Ocidental, desde que listada na Portaria
Interministerial nº 300/96.
e) produtos elaborados com matérias-primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, em todas as
localidades da Amazônia Ocidental.
Será também concedido crédito do I.P.I. calculado como se devido fosse, sempre que os produtos referidos no
item “e” acima sejam empregados como matérias-primas, produtos intermediários ou materiais de embalagem
na industrialização em qualquer ponto do Território Nacional, de produtos efetivamente sujeitos ao referido
imposto.
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Imposto de Importação - II
a) na entrada de mercadoria (inclusive bens de capital) de procedência estrangeira na Zona Franca de Manaus -
ZFM, destinada ao seu consumo interno.
Por outro lado, a redução será aplicada e calculada de acordo com as seguintes situações:
O incentivo fiscal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços será concedido aos produtos
resultantes de atividades consideradas de fundamental interesse para o desenvolvimento do Estado do
Amazonas e cujas atividades devem satisfazer a pelo menos três das condições estabelecidas pelo artigo 4º do
Decreto AM nº 23.994, de 29 de dezembro de 2003 que regulamenta a Lei AM nº 2.826, de 29 de setembro de
2.003, como concorrer para o adensamento da cadeia produtiva, contribuir para o aumento da exportação,
contribuir para o aumento do volume da produção industrial, proporcionar a geração de empregos diretos e/ou
indiretos no Estado, dentre outras, e será efetivada por meio de Decreto Governamental, após ser referendado
por Resolução do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas – CODAM que deverá conter os incentivos
concedidos, o prazo de concessão, a discriminação dos produtos incentivados e a obrigatoriedade da empresa
incentivada solicitar Laudo Técnico.
São excluídas dos incentivos fiscais do ICMS as atividades elencadas no artigo 10 do decreto citado acima,
dentre as quais acondicionamento ou reacondicionamento, fabricação de bebidas alcoólicas, beneficiamento de
sal, produção e geração de energia elétrica, extração e beneficiamento de petróleo bruto, fabricação de armas e
munições, fabricação de fumos e seus derivados.
Em regra geral, os principais incentivos fiscais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços seguem
as seguintes modalidades:
a) Isenção – será concedida principalmente para sobre as entradas que destinem máquinas ou equipamentos
ao ativo permanente de estabelecimento industrial, para utilização direta e exclusiva no seu processo produtivo,
inclusive partes e peças;
I – 90.25% para bens intermediários, bens de capital, produtos de limpeza, café torrado e moído, vinagre,
bolachas e biscoitos, macarrão e demais massas alimentícias; e, mídias virgens e gravadas, etc distribuídas a
partir da Zona Franca de Manaus.
II – 75% para placas de circuito impresso montadas para produção de aparelhos de áudio e vídeo, bens de
consumo industrializados destinados à alimentação; e, produtos agroindustriais e afins.
III – 55% para bens industrializados de consumo não compreendidos nos itens acima.
Dos níveis acima, alguns produtos podem ter o percentual de Crédito Estímulo elevado, sendo analisado caso a
caso. Como exemplo temos os produtos dos setores de duas rodas, produtos industrializados no interio r, bens
finais destinados à construção civil, dentre outros.
c) Diferimento
Conforme o artigo 18 do Decreto AM nº 23.994/2003, será aplicado o diferimento do ICMS para o momento de
saída, dentre outras situações, na importação de matéria-prima e nas operações de importação de mercadorias
estrangeiras, desde que sejam cumpridas as condições estabelecidas no referido Decreto.
d) Outras Modalidades
O Crédito Fiscal Presumido de Regionalização, a Redução da Base de Cálculo e o Corredor de Importação para a
atividade comercial são outras modalidades de incentivo fiscal do ICMS concedidas pelo Estado do Amazonas.
Outros Incentivos
A Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003, alterou a Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e estabeleceu
em seu Art. 5º que “ficam isentas da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS as receitas decorrentes da
comercialização de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, produzidos na Zona
Franca de Manaus para emprego em processo de industrialização por estabelecimentos industriais ali instalados
e consoante projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de
Manaus - SUFRAMA."
Bibliografia:
BISPO, Jorge de S. Pólo Industrial Exportador: Desafios para o novo Papel da Zona Franca de Manaus.
Dissertação de Mestrado em Gestão Empresarial. 2003. Rio de janeiro: Ebape-FGV, 2003.
RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio . 9. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001.
Amazônia Ocidental – área que compreende os Estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima.
DCR-E - O Demonstrativo de Coeficiente de Redução – Eletrônico é efetuado via internet e serve para
demonstrar o cálculo do Imposto de Importação reduzido a ser recolhido pela Empresa por época da internação
da mercadoria.
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DCI - A Declaração de Controle de Internação é regulada pela IN 242/02 e serve para declarar, controlar e
fiscalizar a quantidade das mercadorias internadas pelas empresas. Podem ser Simplificada, para as empresas
devidamente habilitadas à DCI mensal, ou Ordinária, individualizada por nota fiscal.
Internação – processo de remessa de mercadorias da Zona Franca de Manaus para o restante do Território
Nacional.
Matéria-prima – é, em geral, toda substância com que se fabrica algum produto e que passa a integrar o
mesmo, perdendo suas características originais.
Material de embalagem – é aquele que importa em alterar a apresentação do produto, dando-lhe uma
identidade comercial.
Processo Produtivo Básico (PPB) - conjunto de operações a serem seguidas pelas empresas fabricantes de
produtos industrializados na Zona Franca de Manaus que caracteriza a efetiva industrialização de determinado
produto, conforme o art. 7º, parágrafo 8º, do DL 288/67.
Resolução SUFRAMA – instrumento legal, emitido pelo Conselho de Administração da SUFRAMA – CAS, que
aprova e define incentivos, estabelece e exige condições a serem seguidas pelos projetos industriais de
implantação, ampliação e diversificação com benefícios do Decreto-Lei nº 288/67 . Há três tipos diferentes de
resolução SUFRAMA : a) Para Produto Final - Nesta resolução a empresa deve cumprir o processo produtivo e
produzir o bem acabado, sendo o incentivo fiscal válido tanto para o IPI quanto para o II; b) Para Produto
Insumador - Este tipo de resolução restringe a isenção do IPI e do II à região onde ocorre o consumo da
mercadoria; e, c) Para Produto Final e Partes e Peças - Neste tipo de resolução, a empresa pode internar com
incentivo o produto acabado e suas partes e peças industrializadas na Zona Franca de Manaus.
Legislação Básica:
Federal:
Estadual:
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