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 A autoria do livro é atribuída tradicionalmente a Daniel; Cristo também apoia esta posição em Mateus 24:15–16.

 Daniel tinha três amigos: Ananias, Mizael e Azarias (também chamados Sidrac, Mesac e Abdênego, respectivamente) que foram lançados na
fornalha de fogo, mas não se queimaram pois Deus estava com eles.
 Contém uma linguagem conhecida pelos estudiosos bíblicos como sendo "apocalíptica", que é cheia de símbolos vivos para representar
pessoa (s) ou evento (s) futuro (s).

Origem

 Para alguns trata-se de um escrito apocalíptico, que surgiu no século II a.C., época em que o rei Antíoco IV queria acabar com a cultura,
costumes e religião dos judeus, e por isso perseguia quem não se sujeitava aos padrões e costumes da cultura grega.
 A finalidade do livro é sustentar a esperança do povo fiel e, ao mesmo tempo, provocar a resistência contra os opressores (os livros dos
Macabeus).

Contexto histórico

 O Livro de Daniel contém um registro de certos incidentes históricos da vida de Daniel e de seus três amigos, judeus deportados que estavam
à serviço do governo da Babilônia, e o registro de um sonho profético do rei Nabucodonosor, interpretado por Daniel, juntamente com o
registro de visões recebidas pelo referido profeta.

 Depois de terem sido levados para Babilônia no primeiro cativeiro no ano 605 a.C., durante a primeira campanha do rei Nabucodonosor contra
Síria, Daniel e outros príncipes de sangue real foram escolhidos para serem preparados para o serviço governamental.

 Durante esses anos Daniel e seus três amigos cumpriram lealmente e sem alardes seus deveres como servidores públicos do rei e súditos
do reino. Depois de sua esmerada instrução, chegaram a ser membros de um grupo seleto chamado os sábios, os que serviam ao rei como
conselheiros. Foi então quando Daniel teve excepcional oportunidade de explicar a Nabucodonosor o sonho dos impérios futuros. Como
resultado Daniel foi nomeado para um cargo importante, que aparentemente reteve durante muitos anos. Esse cargo lhe deu a oportunidade
de fazer que o rei conhecesse o poder do Deus do céu e da terra, a quem serviam Daniel e seus amigos.

 Os babilônios pediram novamente os serviços de Daniel durante a noite da queda de Babilônia no ano 539 a.C., para que lesse e interpretasse
a escritura fatal no muro da sala de banquetes de Belsazar. Depois de que os persas se adonaram da Babilônia e de seu império, os novos
governadores aproveitaram dos talentos e da experiência do ancião estadista da geração passada. Outra vez Daniel chegou a ser o principal
conselheiro da coroa. Foi ele quem mostrou ao rei as profecias de Isaías, as quais influíram sobre o monarca persa para que
promulgasse Declaração de Ciro, o decreto que terminava com o desterro dos judeus e lhes dava novamente uma pátria e um templo. Durante
esta última parte da atuação pública de Daniel teve um atentado contra sua vida promovido por invejosos, mas, segundo a Bíblia, o Senhor
interveio e liberou a seu servo (Daniel 6). Ademais recebeu outras visões importantes durante estes últimos anos de sua vida, primeiro durante
o reinado de Dario, o Medo e depois durante o de Ciro (10, 11 e 12)
Daniel - Capítulo 1
1
No terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio sitiar Jerusalém. 2O Senhor entregou-lhe Joaquim, rei de
Judá, bem como parte dos objetos do templo, que Nabucodonosor transportou para a terra de Senaar, para o templo de seu deus: foi na sala do
tesouro do templo de seu deus que ele os colocou.3O rei deu ordem ao chefe de seus eunucos, Asfenez, para trazer-lhe jovens israelitas, oriundos
de raça real ou de família nobre,4isentos de qualquer tara corporal, bem proporcionados, dotados de toda espécie de boas qualidades, instruídos,
inteligentes, aptos a ingressarem (nos serviços do) palácio real; ser-lhes-ia ensinado a escrever e a falar a língua dos caldeus.5O rei destinou-lhes
uma provisão cotidiana, retirada das iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia. A formação deles devia durar três anos, após o que entrariam
a serviço do rei.6Entre eles encontravam-se alguns judeus: Daniel, Ananias, Misael e Azarias.7O chefe dos eunucos deu-lhes outros nomes: a Daniel,
o de Baltasar; a Ananias, o de Sidrac; a Misael, o de Misac; e a Azarias, o de Abdênago.
Daniel - Capítulo 2
1
No segundo ano de seu reinado, Nabucodonosor teve sonhos que lhe perturbaram a tal ponto o espírito, que perdeu o sono. 2Mandou chamar os
escribas, os mágicos, os feiticeiros e os caldeus para lhe fazerem a interpretação. Estes vieram apresentar-se diante do rei.3Tive um sonho, disse-
lhes, e meu espírito se consome à procura do significado.4Os caldeus responderam ao rei (em língua aramaica): Senhor, longa vida ao rei! Narra teu
sonho para que teus servos deem a interpretação.5O rei disse aos caldeus: para mim é coisa decidida: se não me explicardes o conteúdo do sonho
bem como sua significação, sereis estraçalhados e vossas casas reduzidas a um montão de imundícies.

***

Senhor: contemplavas, e eis que uma grande, uma enorme estátua erguia-se diante de ti; era de um magnífico esplendor, mas de aspecto
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aterrador.32Sua cabeça era de fino ouro, seu peito e braços de prata, seu ventre e quadris de bronze,33suas pernas de ferro, seus pés metade de
ferro e metade de barro.34Contemplavas (essa estátua) quando uma pedra se descolou da montanha, sem intervenção de mão alguma, veio bater
nos pés, que eram de ferro e barro, e os triturou.35Então o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro foram com a mesma pancada reduzidos a
migalhas, e, como a palha que voa da eira durante o verão, foram levados pelo vento sem deixar traço algum, enquanto que a pedra que havia
batido na estátua tornou-se uma alta montanha, ocupando toda a região.36Eis o sonho. Agora vamos dar ao rei a interpretação.37Senhor: tu que és
o rei dos reis, a quem o Deus dos céus deu realeza, poder, força e glória;38a quem ele deu o domínio, onde quer que habitem, sobre os homens, os
animais terrestres e os pássaros do céu, tu és a cabeça de ouro.39Depois de ti surgirá um outro reino menor que o teu, depois um terceiro reino, o
de bronze, que dominará toda a terra.40Um quarto reino será forte como o ferro: do mesmo modo que o ferro esmaga e tritura tudo, da mesma
maneira ele esmagará e pulverizará todos os outros.41Os pés e os dedos, parte de terra argilosa de modelar, parte de ferro, indicam que esse reino
será dividido: haverá nele algo da solidez do ferro, já que viste ferro misturado ao barro.42Mas os dedos, metade de ferro e metade de barro, mostram
que esse reino será ao mesmo tempo sólido e frágil.43Se viste o ferro misturado ao barro, é que as duas partes se aliarão por casamentos, sem
porém se fundirem inteiramente, tal como o ferro que não se amalgama com o barro.44No tempo desses reis, o Deus dos céus suscitará um reino
que jamais será destruído e cuja soberania jamais passará a outro povo: destruirá e aniquilará todos os outros, enquanto que ele subsistirá
eternamente.45Foi o que pudeste ver na pedra deslocando-se da montanha sem a intervenção de mão alguma, e reduzindo a migalhas o ferro, o
bronze, o barro, a prata e o ouro. Deus, que é grande, dá a conhecer ao rei a sucessão dos acontecimentos. O sonho é bem exato, e sua interpretação
é digna de fé.

***
O rei elevou Daniel em dignidade, deu-lhe numerosos e ricos presentes; constituiu-o governador de toda a província de Babilônia e o tornou chefe
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supremo de todos os sábios de Babilônia.49Daniel pediu ao rei e confiou a Sidrac, Misac e Abdênago a administração da província de Babilônia. E
Daniel permaneceu na corte real.
Daniel - Capítulo 3
1
O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, de sessenta côvados de altura e seis de largura, e erigiu-a na planície de Dura, na província de
Babilônia.2Depois convidou os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juristas, os juízes e todas as autoridades
das províncias, a comparecerem à inauguração da estátua ereta pelo rei Nabucodonosor.3Assim sendo, reuniram-se os sátrapas, os prefeitos, os
governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juristas, os juízes e todas as autoridades das províncias para a inauguração da estátua ereta pelo
rei, diante da qual todos permaneceram de pé.4Então foi feita por um arauto a seguinte proclamação: Povos, nações, (gentes de todas) as línguas,
eis o que se traz a vosso conhecimento:5no momento em que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da lira, da harpa, da cornamusa e de
toda espécie de instrumentos de música, vós vos prostrareis em adoração diante da estátua de ouro ereta pelo rei Nabucodonosor. 6Quem não se
prostrar para adorá-la será precipitado sem demora na fornalha ardente!

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Ora, estes passeavam dentro das chamas, louvando a Deus e bendizendo o Senhor.
Daniel - Capítulo 4
1
Eu, Nabucodonosor, vivia tranquilo em minha casa e próspero em meu palácio.2Tive um sonho que me assustou; os pensamentos que perpassavam
pelo meu espírito quando no meu leito, bem como minhas visões, perturbaram-me.3Dei ordem para que fizessem vir à minha presença todos os
sábios de Babilônia, a fim de que me dessem a interpretação de meu sonho.4Então acudiram os magos, os mágicos, os caldeus e os astrólogos, aos
quais contei esse sonho, sem que eles todavia pudessem indicar-me o sentido.5Finalmente apresentou-se diante de mim Daniel, cognominado
Baltazar, segundo o nome de meu deus, e em quem reside o espírito dos deuses santos. Narrei-lhe o sonho:6Baltazar, disse-lhe, chefe dos magos,
sei que reside em ti o espírito dos deuses santos e que nenhum mistério te confunde. Dize-me então as visões que tive em sonho; dá-me a
explicação.7Tais eram as visões do meu espírito, quando no meu leito: eu via, no meio da região, uma árvore de alto porte.8Esta árvore cresceu, era
vigorosa. O cimo tocava o céu, era avistada até nos confins da terra. 9Sua folhagem era bela, e seus abundantes frutos forneciam a todos o que
comer. À sua sombra abrigavam-se os animais terrestres, nos seus ramos permaneciam os pássaros do céu e toda criatura tirava dela seu
sustento!10Nas visões de meu espírito, quando no meu leito, vi (também) um santo vigilante que descia do céu,11e começou a gritar com voz possante;
derrubai a árvore, desgalhai-a; fazei cair as folhas e dispersai seus frutos. Que os animais fujam de debaixo dela, que os pássaros abandonem seus
ramos.12Entretanto, deixai permanecer na terra o tronco e as raízes, mas atados por correntes de ferro e de bronze. Que seja molhado pelo orvalho
do céu e tenha seu quinhão de erva com os animais terrestres.13Que se mude seu espírito; que em lugar de um espírito humano lhe seja dado um
espírito animal e sete tempos passem sobre ele!14Esta sentença é um decreto dos vigilantes, esta resolução é uma ordem dos santos, a fim de que
os vivos saibam que o Altíssimo domina sobre a realeza humana, e a confere a quem lhe apraz e pode a ela elevar o mais abjeto dos mortais.15Eis o
sonho que tive, eu, o rei Nabucodonosor. Portanto tu, Baltazar, dá-me a interpretação dele, porque nenhum dos sábios de meu reino foi capaz de
fazê-lo. Tu o podes, porque em ti habita o espírito dos deuses santos
Daniel - Capítulo 5
1
O rei Baltazar deu uma festa para seus mil nobres, em presença dos quais pôs-se a beber vinho.2Excitado pela bebida, mandou trazer os vasos de
ouro e de prata que seu pai Nabucodonosor tinha arrebatado ao templo de Jerusalém, a fim de que o rei, seus nobres, suas mulheres e suas
concubinas deles se servissem para beber.3Trouxeram então os vasos de ouro que tinham sido arrebatados ao templo de Deus em Jerusalém. O
rei, seus nobres, suas mulheres e suas concubinas beberam neles4e, depois de terem bebido vinho, entoaram o louvor aos deuses de ouro e prata,
bronze, ferro, madeira e pedra.5Ora, nesse momento, eis que surgiram dedos de mão humana a escrever, defronte do candelabro, no revestimento
da parede do palácio real. O rei, à vista dessa mão que escrevia,6mudou de cor; pensamentos tétricos assaltaram-no; os músculos de seus rins
relaxaram-se e seus joelhos entrechocaram-se.7Gritou violentamente que mandassem vir os magos, os caldeus e os astrólogos. Mandou-lhes dizer:
Aquele que decifrar essa inscrição e me der o sentido dela será revestido de púrpura, usará ao pescoço um colar de ouro e tomará o terceiro lugar
no governo do reino.

***

Assim, por ordem sua, essa mão foi enviada e essas palavras foram traçadas.25O texto aqui escrito (se lê): MENÊ, TEQUEL e PERÊS.26Eis o significado
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dessas palavras: MENÊ - Deus contou (os anos) de teu reinado e nele põe um fim;27TEQUEL - foste pesado na balança e considerado leve
demais;28PERÊS - teu reino vai ser dividido e entregue aos medos e persas.29Então, por ordem de Baltazar, Daniel foi revestido de púrpura; colocaram-
lhe ao pescoço um colar de ouro e publicou-se que ele ocuparia o terceiro lugar no governo do reino.30(Mas) nessa mesma noite, Baltazar, rei dos
caldeus, foi morto.
Daniel - Capítulo 6
1
Dario, o medo, recebeu a realeza mais ou menos com a idade de sessenta e dois anos.2Aprouve a Dario, o medo, constituir e espalhar por todo o
seu reino cento e vinte sátrapas,3submetidos a três ministros um dos quais era Daniel), a quem eles teriam de prestar contas, a fim de que os
interesses do rei nunca fossem lesados.4Ora, Daniel, devido à superioridade de seu espírito, levava vantagem sobre os ministros e sátrapas e com
isso o rei sonhava em pô-lo à frente de todo o reino.5Por isso, ministros e sátrapas procuravam um meio de acusar Daniel em relação à sua
administração. Mas não puderam descobrir pretexto algum, nem falta, porque ele era íntegro e nada de faltoso e repreensível se encontrava
nele.6Esses homens disseram então: Não acharemos motivo algum de acusação contra esse Daniel, a não ser naquilo que diz respeito à lei de seu
Deus.

***

Pois bem, continuaram: Daniel, o deportado de Judá, não tem consideração nem por tua pessoa nem por teu decreto: três vezes ao dia ele faz sua
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oração.15Ouvindo essas palavras, o rei, bastante contrariado, tomou contudo a resolução de salvar Daniel, e nisso esforçou-se até o pôr-do-sol.16Mas
os mesmos homens novamente o vieram procurar em tumulto: Saibas, ó rei, disseram-lhe, que a lei dos medos e dos persas não permite derrogação
alguma a uma proibição ou a uma medida publicada em edito pelo rei.17Então o rei deu ordem para trazerem Daniel e o jogarem na cova dos leões.
Daniel - Capítulos 7, 8 e 9

A Profecia dos 4 animais

 O primeiro era um leão com asas de águia;


 O segundo era um urso com três costelas entre os seus dentes;
 O terceiro era um leopardo com quatro cabeças e quatro asas de ave;
 O quarto animal, "terrível e espantoso e muito forte" (besta), tinha grandes dentes de ferro e dez chifres.
Daniel - Capítulo 10

Enquanto assim me falava, eu mantinha meus olhos fixos no chão e permanecia mudo.16De repente, um ser de forma humana tocou-me nos lábios.
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Abri a boca e falei; disse ao personagem que estava perto de mim: Meu senhor, essa visão transtornou-me, e estou sem forças.17Como poderia o
servo de meu senhor conversar com seu senhor, quando está sem forças e sem fôlego?18Então o ser em forma humana tocou-me novamente e me
reanimou.19Não temas nada, homem de predileção! Que a paz esteja contigo! Coragem, coragem! Enquanto ele me falava senti-me reanimado. Fala,
meu senhor, disse, pois tu me restituíste as minhas forças.20Sabes bem, prosseguiu ele, porque vim a ti? Vou voltar agora para lutar contra o chefe
da Pérsia, e no momento em que eu partir virá o chefe de Javã.21Mas (antes), far-te-ei conhecer o que está escrito no livro da verdade.22Contra esses
adversários não há ninguém que me defenda a não ser Miguel, vosso chefe.

Daniel - Capítulo 11

 Os acontecimentos descritos são, com frequência, condensados e vagos, levando às mais diversas interpretações.
 A mensagem básica é que Deus é o Senhor da história e, a despeito dos governantes terrenos e de suas ações, ele vencerá o mal e salvará
seu povo.
 Apresenta muitos paralelos com os cap. 8 e 9.
 Império persa > Grécia e Alexandre, o Grande > os selêucidas (“rei do Norte”) > os ptolomeus (“rei do Sul”) > Roma imperial > Roma eclesiástica
> um poder político/religioso apóstata.
Daniel - Capítulo 12
1
Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe, o protetor dos filhos do seu povo. Será uma época de tal desolação, como jamais houve igual desde
que as nações existem até aquele momento. Então, entre os filhos de teu povo, serão salvos todos aqueles que se acharem inscritos no livro.2Muitos
daqueles que dormem no pó da terra despertarão, uns para uma vida eterna, outros para a ignomínia, a infâmia eterna.3Os que tiverem sido
inteligentes fulgirão como o brilho do firmamento, e os que tiverem introduzido muitos (nos caminhos) da justiça luzirão como as estrelas, com um
perpétuo resplendor.4Quanto a ti, Daniel, guarda isso secreto, e conserva este livro lacrado até o tempo final. Muitos daqueles que a ele recorrerem
verão aumentar seu conhecimento.
Daniel - Capítulo 13
Daniel - Capítulo 14

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