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Dezembro de 2015.
LUIZ FELIPE LOPES SOARES
Campinas
2015
Dedicatória / Agradecimentos
Lista de Figuras
Figura 1: Mapa da área de estudo, com destaque para os três poços utilizados para os
trabalhos.................................................................................................................................. 10
Figura 3: Mapa do Brasil com destaque para as bacias sedimentares brasileiras (Milani et al.,
2007) ....................................................................................................................................... 17
Figura 9: Coluna estratigráfica típica dos turbidítos divididos pelo tipo de canal. (A)
Complexo de canais discretos, (B) Complexo de canais amalgamados e (C) Complexos de
lobos (Moraes et al., 2006). .................................................................................................... 33
Figura 10: Coluna estratigráfica entre 2694 e 2454 metros de profundidade, a granulometria é
fina e registram-se folhelhos com margas (Fmf) e camadas esparsas de calcarenitos (Fcar). 35
Figura 11: Coluna estratigráfica entre 2013 e 1740 metros de profundidade, a granulometria é
fina, registrando predomínio de folhelho com quantidades menores de marga (Fmf) e duas
camadas de calcarenitos (Fcar). .............................................................................................. 36
Figura 12: Coluna estratigráfica entre 1740 e 1360 metros de profundidade, a litologia
apresenta intercalação de calcarenitos e arenitos (Fac) no topo e de calcarenitos e folhelhos
(Faf) na base, formando um sistema de lobos ricos em areia e lama (SML).......................... 37
Figura 13: Coluna estratigráfica entre 1360 e 1250 metros de profundidade, notar que a
litologia é formada basicamente por areia de média a fina (Fafm) com quantidades
subordinadas de calcarenito, formando um sistema de lobos não confinados ricos em areia
(Sluc)....................................................................................................................................... 37
Figura 14: Coluna estratigráfica entre 1250 e 1030 metros de profundidade, notar o
predomínio de arenitos médios a grossos (Famg) e de argilito (Farg) na parte central,
formando um sistema de complexos de canais ricos em areia (CC)....................................... 38
Figura 15: Coluna estratigráfica entre 1030 e 519 metros de profundidade, notar o
predomínio de calcarenitos (Fcar) no topo e de arenitos médios (Fam) na base, formando um
sistema de lobo não confinado rico em areia (Sluc). .............................................................. 39
Figura 16: Coluna estratigráfica entre 2850 e 2400 metros de profundidade, nota-se a
predominância de material fino (folhelhos, margas e calcissiltitos), tipicos da fácies FMar-
Class. Esse intervalo não corresponde a nenhum sistema turbidítico proposto por Bruhn et al
(1998)...................................................................................................................................... 41
Figura 17: Coluna estratigráfica entre 2300 e 2100 metros de profundidade, nota-se uma
intercalação de material carbonático fino a grosso (FRtmCar) com camadas clásticas
(arenosas) subordinadas, consistindo num sistema de lobos ricos em lama e areia (SML). .. 42
Figura 18: Coluna estratigráfica entre 1880 e 1650 metros de profundidade, observa-se uma
intercalação entre calcarenitos e margas (FRtmCar) com material clástico subordinado,
indicando um sistema de lobos ricos em areia e lama (SML) ................................................ 43
Figura 19: Coluna estratigráfica entre 1200 até 952 metros de profundidade, a deposição é
predominantemente carbonática (Flcar-Csi), contudo, são registradas camadas subordinadas
de material clástico, indicando um sistema de lobos ricos em lama e areia (SML). .............. 43
Figura 20: Coluna estratigráfica até 952 metros de profundidade onde se observa uma
intercalação de calcarenitos (Fcar) e material carbonático fino (Flcar-Csi), indicando um
sistema de lobos ricos em areia e lama (SML). ...................................................................... 44
Figura 21: Coluna estratigráfica entre 2924 e 2790 metros de profundidade, é possível
observar um espesso pacote de arenitos grossos (Fag) com quantidades menores de folhelhos,
sendo classificado como um sistema complexo de canais ricos em areia e cascalho (CC).... 46
Figura 22: Coluna estratigráfica entre 2790 e 2250 metros de profundidade, onde se registra
um espesso pacote de material fino, de margas (FMar) no topo e folhelhos (Ffol) na base. O
material mais fino, sem indícios de depósitos turbiditico pode ser classificado como um
“depósito lamítico distal”........................................................................................................ 47
Figura 23: a) Coluna estratigráfica entre 1925 e 1590 metros de profundidade, onde
predomina material fino, como margas (FMar) com arenitos finos (Faf) na base. b) Coluna
estratigráfica entre 2250 e 1925 metros de profundidade, onde predominam folhelhos e
margas (FMar) com arenitos médios (Fam) na base. As duas colunas estratigráficas
representam um sistema de lobos não confinados ricos em areia e lama (SML). .................. 49
Figura 24: Coluna estratigráfica entre 1590 e 1270 metros de profundidade, observa-se um
espesso pacote de arenito médio a grosso (Famg), típico de sistemas complexos de canais
ricos em cascalho e areia (CC)................................................................................................ 50
Figura 25: Coluna estratigráfica entre 1270 e 960 metros de profundidade, onde predominam
arenitos grossos (Fag) e quantidades subordinadas de calcarenitos e areia fina, formando um
sistema de lobos não confinados ricos em areia (Sluc)........................................................... 51
Figura 26: Coluna estratigráfica entre 960 e 775 metros de profundidade, o topo apresenta
sedimentação clástica com intercalação de arenito (Fag) e argilito (Farg) e a base apresenta
deposição de calcarenito (Fcar), indicando um sistema de lobos não confinados ricos em
areia......................................................................................................................................... 51
Figura 27: Coluna estratigráfica entre 775 e 510 metros de profundidade, onde ocorre uma
intercalação de espessas camadas de arenito e calcarenito (Fac), típica de sistemas complexos
de canais ricos em cascalho e areia (CC)................................................................................ 52
Figura 30: Correlação entre a coluna estratigráfica do poço 02 e dos elementos arquitetônicos
para ambientes profundos. Adaptado de Bruhn et al. (1998) e Haughton et al. (2006). ........ 57
Figura 31: Correlação entre a coluna estratigráfica do poço 01 e dos elementos arquitetônicos
para ambientes profundos. Adaptado de Bruhn et al. (1998) e Haughton et al. (2006). ........ 58
Figura 33: Perfil Sísmico da área de estudo, em amarelo, rosa e verde estão os horizontes
crono-estratigráficos (entre a linha amarela e a roxa está a camada arenítica de interesse). Em
vermelho estão desenhadas as principais falhas. Notar em verde uma área de falha com
grande deslocamento, gerando uma área de armadilha estratigráfica ideal para a acumulação
de hidrocarbonetos (Correia, 2015). ....................................................................................... 61
Lista de Tabelas
Tabela 1: Coordenadas e numeração dos poços utilizados no trabalho................................ 12
Tabela 2: Código das Fácies utilizadas para a análise dos poços. ........................................ 13
Índice de Anexos
1. Introdução
Figura 1: Mapa da área de estudo, com destaque para os três poços utilizados para os
trabalhos.
11
3. Objetivos
O trabalho teve como objetivo desenvolver e ampliar o entendimento da área
do Campo de Marlim, através da correlação de poços perfurados na Bacia de
Campos a partir de dados fornecidos pela Agencia Nacional de Petróleo, Gás e
Biocombustiveis (ANP), com modelos arquiteturais para depósitos profundos.
Esse melhor entendimento é de suma importância para o desenvolvimento
da exploração de óleo e gás da área, bem como que áreas e bacias semelhantes.
Para isto, foram construídas as colunas estratigráficas detalhadas de cada poço, a
separação em fácies e a correlação com os elementos arquitetônicos típicos de
águas profundas. Também foram feitos estudos quanto à sedimentologia dos
poços, que permitiram a construção de um modelo geológico/estratigráfico dá área.
Os métodos de estudo propostos para a área são considerados clássicos,
com essência sedimentar e estratigráfica, contudo, são métodos básicos para o
melhor entendimento a cerca dos processos de geração e acumulação de
12
hidrocarbonetos da área, que são de suma importância nos estudos que envolvem
a dinâmica da indústria do petróleo.
Por fim, os resultados observados podem ser correlacionados com estudos
geofísicos, principalmente de cunho sísmico, presentes em trabalho como o de
Correia (2015), permitindo a interpretação mais fidedigna possível da área de
estudo.
Segundo Milani et al. (2007) pode-se dividir as bacias brasileiras (Figura 3) em:
Figura 3: Mapa do Brasil com destaque para as bacias sedimentares brasileiras (Milani et
al., 2007)
Campos foi reconhecida como um dos grandes laboratórios a céu aberto para o
desenvolvimento de projetos e tecnologias voltadas a exploração petrolífera em
laminas de água entre 600 e 2000 metros (alta-profundidade) e superiores a 2000
metros (ultra-profundidade). Atualmente a região conta com 48 campos produtores,
totalizando 1,8 milhões de barris de óleo e 30,50 m3 de gás por dia, representando
pouco mais de 72% do óleo extraído no país (ANP, 2014).
Os principais sistemas petrolíferos da área apresentam reservatórios
arenosos, localizados em águas profundas com idades que variam entre o Albiano e
o Mioceno. Esses arenitos são classificados como turbiditos, gerados por processos
de fluxo turbulento de sedimento durante eventos de grandes tempestades (Fetter
et al., 2009) e representam cerca de 80% das reservas de hidrocarbonetos pós-sal
do país (Bruhn et al., 2003).
Segundo os dados de exploração nota-se que os principais campos
petrolíferos da área são de composição turbidítica, o primeiro campo gigante de
composição turbiditica foi identificado em 1984, com a descoberta do Campo de
Albacora (Milani et. al., 2007). Essa característica fica ainda mais evidente ao se
analisar o Campo de Marlim, alvo do presente estudo, com área superior a 500 km2
(Rangel et. al., 1998).
A Bacia de Campos apresenta em sua porção basal camadas com até 650
metros de rochas vulcânicas básicas, principalmente basaltos toleíticos, seguidos
por uma cobertura com espessuras de ate 8.450 metros de carbonatos lacustres,
evaporitos e carbonatos marinhos, sendo sobreposto por uma camada superior de
até 13.000 metros de material siliciclástico fino e turbiditos, totalizando até 22.000
metros de preenchimento sedimentar (Winter et al, 2007), os dados gerais quanto a
estratigrafia da Bacia de Campos foram retirados a partir do modelo estratigráfico
completo, proposto pela Petrobrás (Anexo 01).
Existem cinco megassequências cronoestratigráficas principais na área. A
primeira megassequência é considerada continental, caracterizadas por três fases
distintas, a primeira composta por depósitos eólicos, a segunda por leques aluviais,
e a terceira por material carbonático (coquinas, calcarenitos e calcilutitos) e
folhelhos. A segunda megassequência é caracterizada pela fase transicional
evaporítica, com deposição de conglomerados e arenitos. A terceira
megassequência mostra avanço no processo transicional, aumento do aporte
hídrico e formação de plataforma carbonática rasa, com deposição de carbonatos e
calcários de água rasa. A quarta megassequência apresenta característica marinha
transgressiva, composta por calcilutitos, margas, folhelhos e turbidítos. Por fim, a
quinta megassequência representa ambiente marinho regressivo, com deposição de
material clástico proveniente de deltas e fluvio-deltas intercalados com leques de
turbidítos rasos (Winter et al, 2007).
25
Figura 9: Coluna estratigráfica típica dos turbidítos divididos pelo tipo de canal. (A)
Complexo de canais discretos, (B) Complexo de canais amalgamados e (C) Complexos de
lobos (Moraes et al., 2006).
6.1 Poço 01
6.1.1 Análise de Fácies
Figura 10: Coluna estratigráfica entre 2694 e 2454 metros de profundidade, a granulometria
é fina e registram-se folhelhos com margas (Fmf) e camadas esparsas de calcarenitos
(Fcar).
Figura 11: Coluna estratigráfica entre 2013 e 1740 metros de profundidade, a granulometria
é fina, registrando predomínio de folhelho com quantidades menores de marga (Fmf) e
duas camadas de calcarenitos (Fcar).
O pacote sedimentar ocorre até 1740 metros (Figura 12). Essa intercalação
de material clástico (areia e folhelho) com calcarenitos indica um processo de
aumento da granulometria dos sedimentos, que segundo o modelo de Bruhn et al.
(1998), seria de lobos ricos em areia e lama (SML), típicos de áreas mais distais,
contudo, já dentro do leque submarino, onde os canais não são confinados e a
deposição ocorre através do mecanismo de “spray” (Haughton et al., 2006).
A partir de 1600 metros de profundidade nota-se o aumento da concentração
de material carbonático, registrando-se uma faixa com cerca de 3 metros de margas
seguidos por uma intercalação de calcarenito, em camadas que variam de 3 a 20
metros de espessura, intercalado por camadas de arenito médio a grosso (Fac).
São 10 camadas de folhelhos em detrimento a areia média, formando uma
intercalação entre calcarenitos e folhelhos (Faf). Conforme se avança para o topo
da camada a granulometria do material siliciclástico aumenta e são registradas 24
camadas principais de calcarenito sem indício de material clástico e 23 camadas
onde há predomínio de areia média com quantidades menores de argila.
37
Figura 12: Coluna estratigráfica entre 1740 e 1360 metros de profundidade, a litologia
apresenta intercalação de calcarenitos e arenitos (Fac) no topo e de calcarenitos e
folhelhos (Faf) na base, formando um sistema de lobos ricos em areia e lama (SML).
Figura 13: Coluna estratigráfica entre 1360 e 1250 metros de profundidade, notar que a
litologia é formada basicamente por areia de média a fina (Fafm) com quantidades
38
Figura 14: Coluna estratigráfica entre 1250 e 1030 metros de profundidade, notar o
predomínio de arenitos médios a grossos (Famg) e de argilito (Farg) na parte central,
formando um sistema de complexos de canais ricos em areia (CC).
deposição a partir de lobos não confinados ricos em areia (Sluc), típicos de áreas
intermediárias a distais do delta submarino (Haughton et al., 2006).
Figura 15: Coluna estratigráfica entre 1030 e 519 metros de profundidade, notar o
predomínio de calcarenitos (Fcar) no topo e de arenitos médios (Fam) na base, formando
um sistema de lobo não confinado rico em areia (Sluc).
6.2 Poço 02
6.2.1 Análise de Fácies
camadas de margas com folhelhos (Figura 16). A ocorrência, quase que total, de
material fino não se enquadra em nenhum sistema turbiditos proposto por Bruhn et
al. (1998), indicando que a área apresentava uma espessa lamina de água (alta
profundidade), inviabilizando a formação de depósitos a partir de fluxos turbidíticos,
essa área pode ser classificada como um depósito lamítico distal (DLD), típicos de
áreas distantes da costa, onde raramente chegam materiais mais grossos, advindos
de fluxos turbulentos (Haughton et al., 2006).
Entre 2540 e 2380 metros de profundidade registraram-se materiais finos de
origem siliciclástica intercalados com margas (FMar-Class).
Figura 16: Coluna estratigráfica entre 2850 e 2400 metros de profundidade, nota-se a
predominância de material fino (folhelhos, margas e calcissiltitos), tipicos da fácies FMar-
Class. Esse intervalo não corresponde a nenhum sistema turbidítico proposto por Bruhn et
al (1998).
Figura 17: Coluna estratigráfica entre 2300 e 2100 metros de profundidade, nota-se uma
intercalação de material carbonático fino a grosso (FRtmCar) com camadas clásticas
(arenosas) subordinadas, consistindo num sistema de lobos ricos em lama e areia (SML).
Figura 18: Coluna estratigráfica entre 1880 e 1650 metros de profundidade, observa-se
uma intercalação entre calcarenitos e margas (FRtmCar) com material clástico subordinado,
indicando um sistema de lobos ricos em areia e lama (SML)
Figura 19: Coluna estratigráfica entre 1200 até 952 metros de profundidade, a deposição é
predominantemente carbonática (Flcar-Csi), contudo, são registradas camadas
subordinadas de material clástico, indicando um sistema de lobos ricos em lama e areia
(SML).
44
Figura 20: Coluna estratigráfica até 952 metros de profundidade onde se observa uma
intercalação de calcarenitos (Fcar) e material carbonático fino (Flcar-Csi), indicando um
sistema de lobos ricos em areia e lama (SML).
45
6.3 Poço 03
6.3.1 Análise de Fácies
Figura 21: Coluna estratigráfica entre 2924 e 2790 metros de profundidade, é possível
observar um espesso pacote de arenitos grossos (Fag) com quantidades menores de
folhelhos, sendo classificado como um sistema complexo de canais ricos em areia e
cascalho (CC).
Figura 22: Coluna estratigráfica entre 2790 e 2250 metros de profundidade, onde se
registra um espesso pacote de material fino, de margas (FMar) no topo e folhelhos (Ffol) na
base. O material mais fino, sem indícios de depósitos turbiditico pode ser classificado como
um “depósito lamítico distal”.
metros foram registras duas camadas de folhelhos intercalados com uma de marga,
ocorrendo quantidades menores de material arenoso (Figura 23).
Entre 2250 e 2175 foi encontrada uma camada com 75 metros de arenito
médio (Fam) com quantidades menores de folhelho e marga. Por fim entre 2175 e
1925 metros predominam margas (FMar), com uma camada de folhelhos com 34
metros de espessura, próximo ao topo da camada e outra com 14 metros. (Figura
23).
A partir do observado é possível concluir que os pacotes sedimentares entre
1730-1590 metros e 2175-1925 metros são compostos predominantemente por
margas (FMar) constituindo um sistema de “depósitos lamíticos distais”, onde não
há registros de turbiditos. Entre 1925-1730 e 2250-2175 há a ocorrência de
camadas de arenitos turbidíticos finos (Faf) e médios (Fam), respectivamente,
típicos, segundo a classificação de Bruhn et al. (1998), de sistema de lobos não
confinados ricos em areia e lama (SML).
49
Figura 23: a) Coluna estratigráfica entre 1925 e 1590 metros de profundidade, onde
predomina material fino, como margas (FMar) com arenitos finos (Faf) na base. b) Coluna
estratigráfica entre 2250 e 1925 metros de profundidade, onde predominam folhelhos e
margas (FMar) com arenitos médios (Fam) na base. As duas colunas estratigráficas
representam um sistema de lobos não confinados ricos em areia e lama (SML).
(Figura 24). Esse intervalo indica, segundo a classificação de Bruhn et al. (1998),
um de sistemas complexos de canais ricos em cascalho e areia (CC).
Figura 24: Coluna estratigráfica entre 1590 e 1270 metros de profundidade, observa-se um
espesso pacote de arenito médio a grosso (Famg), típico de sistemas complexos de canais
ricos em cascalho e areia (CC).
Figura 25: Coluna estratigráfica entre 1270 e 960 metros de profundidade, onde
predominam arenitos grossos (Fag) e quantidades subordinadas de calcarenitos e areia
fina, formando um sistema de lobos não confinados ricos em areia (Sluc).
Figura 26: Coluna estratigráfica entre 960 e 775 metros de profundidade, o topo apresenta
sedimentação clástica com intercalação de arenito (Fag) e argilito (Farg) e a base
apresenta deposição de calcarenito (Fcar), indicando um sistema de lobos não confinados
ricos em areia.
52
Figura 27: Coluna estratigráfica entre 775 e 510 metros de profundidade, onde ocorre uma
intercalação de espessas camadas de arenito e calcarenito (Fac), típica de sistemas
complexos de canais ricos em cascalho e areia (CC).
areia e cascalho (CC), ora de material mais fino e calcarenitos, típicos de lobos não
confinados ricos em areia (Sluc).
É possível identificar e individualizar as principais litologias da área, a partir
de Winter et al, (2007). No topo são encontradas camadas referentes à Formação
Emborê. Inicialmente foram observados calcarenitos (Fcar) cor creme claro, de
granulometria média, bioclástico, arenoso, desagregado e compacto, típicos,
segundo a classificação de Bruhn et al. (1998), de sistemas de lobos não
confinados que podem ser correlacionados ao Membro Grussaí. E arenitos (Fam)
de aspecto hialino, de granulometria média, intercalado com argilito cinza micáceo e
calcarenito creme fino, típicos, segundo a classificação de Bruhn et al. (1998), de
sistemas de lobos não confinados ricos em areia (Sluc), que podem ser
correlacionados ao Membro Clástico da Formação Emborê.
Entre 1500 e 1870 metros e entre 2345 e 2760 metros, foram encontrados
folhelhos e argilitos intercalados por margas e camadas finas de arenito
intercaladas ao folhelho, típicas de sistemas de “deposição lamitica distal”. Por fim
foram encontradas lentes de arenito médio (Fam), hialino, quartzoso, intercalado
com folhelho cinza escuro a esverdeado, micáceo, fossilífero, que segundo a
classificação de Bruhn et al. (1998) trata-se de um sistema de lobos não confinados
ricos em areia (Sluc).
A partir das classificações de Bruhn et al. (1998) e Haughton et al. (2006), foi
elaborado, a coluna estratigráfica para o poço 01, com seus respectivos elementos
arquitetônicos (Figura 29).
Na base e em parte da porção intermediária ocorre deposição de material
fino (margas e folhelhos), com poucas ocorrências turbidíticas, formando depósitos
lamíticos distais e de lobos (spray), mostrando que a área se localizava em águas
profundas (cauda do depósito). A granulometria do depósito aumenta, destacando-
se intercalações de calcarenito e arenito médio com folhelhos, que formam
camadas plano-paralelas, em seguida aumenta a deposição de arenitos de médio a
grosso, intercalado com calcarenitos, indicando a formação de depósitos de canais
planos e camadas onduladas, que sugerem a diminuição do nível do mar, que fez
com que o local passasse a sofrer maior influencia de ambientes continentais,
54
8. Modelos
8.1 Modelo Estratigráfico da área de estudo
Figura 33: Perfil Sísmico da área de estudo, em amarelo, rosa e verde estão os horizontes
crono-estratigráficos (entre a linha amarela e a roxa está a camada arenítica de interesse).
Em vermelho estão desenhadas as principais falhas. Notar em verde uma área de falha
com grande deslocamento, gerando uma área de armadilha estratigráfica ideal para a
acumulação de hidrocarbonetos (Correia, 2015).
62
9. Conclusão
A partir da análise e da correlação, entre os poços e os elementos
arquitetônicos, percebe-se que os sedimentos da Formação Carapebus, alvo
do estudo, apresentam intercalações de arenito com granulometria média a
grossa, em depósitos não-estratificados com turbiditos de granulometria finas
com maiores conteúdos de folhelhos e lamitos. Esses depósitos são
homogêneos e de grande extensão lateral, gerados a partir de grandes
processos de fluxo gravitacional. Esses turbiditos estão localizados junto aos
lobos proximais e distais encontrados nas áreas de maior deposição silicilástica
da Bacia de Campos, que sobrepõem os calcarenitos e calcilutitos depositados
nas plataformas carbonáticas da área.
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