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Maçons O Simbolismo Tributo ao

são seres da Romã e da obreiro útil e


humanos!!! Colmeia dedicado

2021 - Ano 28 - nº 166

Templo de Salomão
...a origem da lenda pág. 7
www.revistaconsciencia.com.br
Editorial
Maçonaria

O Eu e o Ego: combater
os preconceitos, a
ignorância e os vícios!
Estimados Irmãos!
Quando iniciamos em nossa Ordem, como Pedra Bruta que somos, jura-
mos combater os preconceitos, a ignorância e os vícios, e nos deparamos com uma
grande dificuldade de separar o “Eu” do “Ego” ao longo de nossa caminhada, na
busca de uma vida plena, serena e feliz, dando lugar para o nascimento de um novo
homem justo e perfeito.
O “Eu” e o “Ego” estão muito próximos quase que imperceptíveis em certos
momentos de nossa vida, que não conseguimos distinguir um do outro. O “Eu” é
capaz de reconhecer e agradecer por tudo que temos e recebemos, mas, o “Ego”
não. O Ego é um Eu imaginário, ou seja, o Ego é o outro, um eu imaginário criado
à imagem e semelhança dos outros.
Como somos imperfeitos, não é mesmo?
O Eu é a personalidade de quem fala; a individualidade metafísica de cada
ser humano, constituindo o “Eu interior” que a cada momento é alimentado pela
inspiração divina que brilha momentaneamente dentro de nós, nos tornando dife-
rentes, únicos, sem a necessidade de nos espelharmos em outros, sem a necessidade
de adotarmos as regras impostas pela sociedade, recebendo a inspiração e fé como
alimento e ânimo em nossa caminhada.
O Ego se espelha nos outros, é criado pela sociedade em que vivemos, pelo
ambiente que nos circula, pela nossa família, pelos parentes, enfim, o Ego se espe-
lha nos outros, pois é criado em nós pelo ambiente, ou seja, por tudo aquilo que nos
cerca ou envolve, é o lugar, o espaço ou o recinto nos quais estamos inseridos, E
o conjunto de tudo aquilo que influencia diretamente do mundo exterior, qualquer
pessoa , fazendo-o sentir-se importante, especial, útil, e, neste sentido, um ditado
popular que conhecemos “Massagear o ego de...”.
Por isso, que precisamos combater os preconceitos, a ignorância e os vícios. Irmão
Os preconceitos para combatermos conceitos e opiniões formadas antecipa- Ademir Batista
damente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos, nos induzindo a uma de Oliveira
Diretor e Editor da
ideia preconcebida, julgando sem se levar em conta o fato que os conteste, a intole- Revista Consciência
rância, a aversão a outras raças, credos ou religiões. Loja Oriente Maracaju nº 01
A ignorância pela condição de quem não é instruído, a falta do saber, a GLEMS - Campo Grande

ausência de conhecimentos, pois quem busca o conhecimento está desenvolvendo o


Eu interior, aperfeiçoando sua identidade.
E os vícios, tão explícitos nas pessoas corrompidas, desmoralizadas, imper-
feitas, pelo descumprimento dos preceitos ou regras.
Por isso meus Irmãos, precisamos desbastar a Pedra Bruta que somos, ou
seja, eliminar por completo o Ego que nos rodeia, e tornarmos a Pedra Cúbica, que
fará com que nosso Eu interior seja símbolo de elevação moral, assim como a Pedra
Filosofal da construção espiritual, que constitui a Grande Obra ou o Aperfeiçoamen-
to Individual que nos conduza a um Estado Superior.

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Editorial 15 Tolerância não combina PROJETO GRÁFICO

3 O Eu e o Ego: combater os com conivência André da Silva Cerqueira (comp&art) 280721

preconceitos, a ignorância e Irmão Otávio M. Vieira


os vícios! 16 Fronteira do amor revistaconsciencia
Irmão Ademir Batista de Oliveira Irmão Antônio do Carmo Ferreira
18 Todo filho é pai da @revistaconsciencia
morte de seu pai
Palavra do Grão-Mestre Autor desconhecido (67) 99600-3636 WhatsApp
5 Inverno Maçônico
20 O Simbolismo da
Irmão Sérgio Quirino FOTOS NESTA REVISTA
Romã e da Colmeia • Imagens retiradas da internet
Irmão Antonio Felicio Netto • Acervo Santa Casa de Campo Grande

Textos maçônicos
• Acervo Revista Consciência
23 Será que vale a pena?
6 Acácia... Irmão Antonio Felicio Netto PROJETO GRÁFICO

Irmão José Mendes 25 São João padroeiro da


7 O templo do Rei Salomão maçonaria: mas qual João?
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- a origem da lenda Irmão Tiago Oliveira de Castilhos (67) 99983-6214
João Anatalino Rodrigues 28 Tolerância e hospitalidade
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
11 Maçons são seres humanos!!! Irmão Vilemar F. Costa
Irmão Sandro Pinheiro 29 Tributo ao obreiro
13 O poder da palavra e útil e dedicado (46) 3547-1327
as palavras sagradas Irmão Newton de Alcantara Filho
na maçonaria 30 E o reencontro? VEICULAÇÃO NACIONAL
Irmão Marcelo Marsiglia Sidoti Irmão Heitor Rodrigues Freire

4 edição 166 • 2021


Palavra do
Grão-Mestre
Sereníssimo Irmão Sérgio Quirino
Grão-Mestre Eleito​GLMMG 2021/2024

Inverno Maçônico

N o dia 21 de junho, aconteceu no Hemisfério Sul, o Solstício de Inverno. Período


propício para diminuir nosso ritmo e nos propormos a reflexão pessoal e interior
de nossa vida.
A palavra inverno tem origem no latim “hibernum” e traduz a ideia de bai-
xas temperaturas, assim como a de hibernação, que é o mecanismo desenvolvido
por algumas espécies para sobreviverem durante os meses mais frios do ano.
A natureza, Grande Mestra dos homens, revela em seus fenômenos nada
mais do que a Sabedoria Ativa do Criador, a nos dar poderosas instruções a partir
da observação dos seus reinos.
As árvores perdem as folhas e aparentam estarem mortas. Deste “despren-
dimento” decorre pelo menos três benefícios: Com menos folhas haverá menor
área de contato com os ventos cortantes. As folhas no solo formam um “cobertor”
que protegerá as raízes. Quando o inverno se for, estas folhas, se decomporão exa-
tamente no lugar de onde saíram e se transformarão em nutrientes para os novos
ramos.
O que este fenômeno nos ensina?
O inverno é o momento adequado para nos desprender de algumas coisas.
Assim como a árvore se desprende de suas vestes, é tempo de liberar espaço nos
nossos armários e nossa mente. A doação aquecerá nossas raízes materiais e vão
nutrir os nossos ramos espirituais.

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Observando o reino animal, aprendemos ser o inverno o período adequado ao recolhi-
mento e à quietude de nossa “toca interior”. Nela fazemos as introspecções (presente) do que
vivenciamos (passado) para o que desejamos e escolhemos realizar (futuro).
Este é o ciclo da vida! O homem em sua ânsia de tudo classificar criou as estações
do ano. O próprio ano é outra convenção criada pelo homem. Estejamos atentos às nossas
próprias interações e como reagimos a cada estação interior.
No inverno mantemos os braços mais junto ao corpo, muitas vezes entrelaçados ao peito,
nos abraçamos e nos aquecemos com nosso próprio calor. Esses gestos resultam em satisfação
e nos traz a sensação de poder. Mas, o poder só é digno quando acompanhado da compaixão.
O Inverno se vincula ainda às três Virtudes Teologais apresentadas na Escada de Jacó.
Fé, muito além da crença religiosa, o vocábulo, do grego, “pistia”, é acreditar. E do
latim, “fides” remete à fidelidade. Mesmo quando ocorre o mais rigoroso inverno na vida,
acreditamos fielmente que passará e se tornará um aprendizado.
Esperança, não na quietude do esperar, mas no sentimento de que é possível realizar
o que desejamos e escolhemos.
Caridade, não como o assistencialismo viciante, mas como atos que perpetuamente
trazem benefícios ao próximo.
Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso pro-
pósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de
atuação, legítimo Construtor Social.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo.
Vamos em Frente!

Acácia ...
Autor: Irmão José Mendes - Mato Grosso

Ah... como te vejo em diferentes formas... para adubar as plantinhas


altaneira...suave...bela. que nascem ao teu redor e deixar,
Da janela do meu quarto, vejo-te Acácia. por algum período,
Compartilho contigo teus estágios que o sol as revitalize com a tua energia.
em diferentes mutações das estações. Estou sempre a reverenciar-te e,
Perpassam em meus pensamentos muitas vezes, com sentimento de gratidão
teus valores religiosos, e misericórdia; outras, com ternura, amor e esperança.
tua tradição e teus inúmeros símbolos. Procuro aprender contigo as lições da perseverança
Ao contemplar-te recordo do que representou e da obediência às leis naturais que vem transmitindo
a arca da aliança, a coroa de espinhos. através dos tempos.
Ainda, aquele que foi plantado Aos poucos estou entendendo, com o teu exemplo, que
no túmulo de Hiram e é preciso saber
todo o pensamento judaico-cristão. morrer para renascer...
Símbolo solar de renascimentos e imortalidade. a cada estação, a cada emoção,
Ao olhar-te percebo a tua fortaleza a cada encontro,
ante as vicissitudes da vida. a cada decepção,
Sinto tua sede quando todas as tuas folhas a cada sonho
tombam no inverno. e a cada adeus...
Compreendo que te despedes ...
Maçonaria

O templo do
Rei Salomão - a
origem da lenda João Anatalino Rodrigues
https://www.freemason.pt/o-templo-do-rei-salomao-a-origem-da-len

A
s mais antigas referências ao Templo de universo, segundo entendiam os sacerdotes hebreus
Salomão, que aparecem em documentos que Deus fazia em relação ao mundo.
maçónicos, são aquelas referidas no Ma- Segundo aquela Old Charge, foi o rei Davi
nuscrito Cooke, datado de 1410. quem iniciou a construção do templo de Jerusalém.
Esta Old Charge, embora datada do começo Salomão deu-lhe continuidade e o terminou.
do século XV. é uma compilação de tradições orais Diz ainda este documento que Hiram era fi-
mais antigas, cultivadas pelos maçons operativos in- lho do rei de Tiro. Home observa que o costume de
gleses, o que nos leva a crer que a tradição de utilizar identificar as origens da Maçonaria com os canteiros
a construção do templo hebraico como alegoria ini- de obras da construção do Templo de Salomão não
ciática já era bem mais antiga. era privativo dos maçons ingleses.
Segundo Lionel Vibert, esta tradição é oriun- As guildas dos pedreiros franceses e alemães
da da constituição que o rei saxão Athelstan, no sé- também fizeram largo uso dessa tradição. [1]
culo X, outorgara aos pedreiros livres da Inglaterra. Evidentemente, as informações contidas no
Diz o Manuscrito Cooke que a arte da Maço- Manuscrito Cooke não foram inspiradas nos textos
naria foi aprendida pelos israelitas quando eles habi- bíblicos. Não se encontram ali quaisquer informa-
taram o Egito. Depois, quando se estabeleceram na ções nesse sentido. Nem nos trabalhos de Flávio Jo-
Palestina ela foi desenvolvida de acordo com as tra- sefo se encontra qualquer alusão ao fato de ter sido o
dições hebraicas, transformando-se numa arte inici- rei Davi e não Salomão o inaugurador das tradições
ática, nos mesmos moldes adoptados pelos egípcios. maçônicas.
Com o tempo ela adaptou-se à mística da re- É possível que este equívoco se tenha origi-
ligião de Israel, no sentido de que se procurava re- nado no facto da Bíblia atribuir a Davi a intenção de
fletir na arte de construir o modelo arquetípico do construir um templo para Jeová, embora jamais o
tenha levado à cabo.
Ao que parece, os maçons operativos não se
importavam muito com a exatidão histórica, pois as
primazias de Davi sobre as obras de construção do
templo aparecem também em outras Velhas Regras,
o que nos leva a crer que tal informação era tida
como verídica por eles. [2]
Praticamente, todas
as tradições maçôni-
cas referentes ao
Templo de Sa-
lomão já cons-
tavam das Ve-
lhas Regras (Old
Charges).

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Maçonaria
Na sua maioria, estes antigos manuscritos ao Maçom, como pedreiro operativo e especulativo.
procuram justificar a origem salomônica da Arte Por outro lado, edificar uma obra dessa
Real. magnitude, com todo o significado que ela encer-
Face a esta verdadeira paranoia dos maçons ra, assemelha-se à construção do próprio individuo,
operativos em ligar a construção do Templo de Je- pois, o homem, como bem ensinou Jesus, é o tem-
rusalém às origens da Maçonaria, estes documentos plo vivo de Deus.
só podem ser lidos com a devida reserva, pois veicu- Assim, da mesma forma que os maçons ope-
lam muitas informações contraditórias, e na maioria rativos construíam igrejas em louvor a Deus, os ma-
dos casos, fantasiosas e de difícil comprovação. çons especulativos constroem os templos sagrados
Alguns deles, como o Manuscrito Dunfries do carácter humano, também em homenagem ao
n° 3, de cerca de 1650, afirma que o Templo de Grande Arquiteto do Universo, sob cujos auspícios
Salomão foi construído a partir das instruções que se reúnem em Lojas para “cavar masmorras ao vicio
Deus dera à Moisés para a construção do Taberná- e erguer templos à virtude”.
culo e que este foi construído a partir de medidas O simbolismo desta parábola é bastante claro
modulares do cosmo. para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir.
Assim, a tradição segundo o Tabernáculo Nos graus superiores do Rito Escocês, a ale-
seria uma reprodução do próprio cosmo, e por con- goria do Templo do Rei Salomão será explorada
sequência, o templo de Jerusalém também é uma com mais profundidade para demonstrar que a ver-
tradição que tem origem nessa informação. dadeira sabedoria é a prática das virtudes que fazem
Daí também a já conhecida tradição maçôni- do homem um operário de Deus na terra, construin-
ca de considerar os seus templos como reprodução do o mundo através das suas ações. [3]
do universo. Esta sabedoria, segundo a tradição maçôni-
Já o Manuscrito Dunfries n° 4 dá inclusive ca, foi ensinada anteriormente ao próprio Rei Salo-
o local exato da construção do famoso Templo de mão para que ele, através da arte da arquitetura e do
Jerusalém, que seria a rocha do Domo, no monte comportamento digno de um rei, as transmitisse à
Moriá, onde hoje se ergue a Mesquita de Omar (a humanidade de uma forma insofismável.
da cúpula dourada). Veremos que Salomão falhou neste intento
Esta informação é geralmente aceita pela e, em decorrência, o Reino de Israel, organizado por
maioria dos historiadores, já que existem provas ar- Deus para ser o protótipo do estado perfeito sobre a
queológicas que a corroboram. terra, desmoronou.
O significado da lenda Esta é uma lição que tem que estar presente
O Templo de Salomão, entretanto, é uma na mente de todo o Maçom: não basta ter sabedoria
alegoria que se presta ao desenvolvimento de várias para construir obras de grande engenho; é preciso
ideias. que essa obra tenha um espírito, pois é nele que re-
Como simulacro do cosmo, construí-lo sig- pousa a justificativa da construção e a grandeza do
nifica construir o próprio universo, missão que cabe seu construtor.

Dr. Sérgio Cação de Moraes Atacadão das Tripas


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Maçonaria
A razão da lenda Este estado perdeu-se na história das civi-
Pelo relato bíblico percebe-se a razão da es- lizações em consequência do orgulho do homem,
colha do Templo de Salomão para servir de alegoria pois ele, ao adquirir o conhecimento do bem e do
para o desenvolvimento do catecismo maçônico. mal, pensou poder mais que os deuses.
Aquela obra é uma construção que une o sa- Amemória desse estado, entretanto, refugiou-
grado ao profano, que reabilita o homem frente a -se no inconsciente humano, reprimida pelos apelos
Deus; ao mesmo tempo, ressalta o valor do traba- à racionalidade e às necessidades da vida profana.
lho, da organização e da hierarquia. Para recuperá-lo, era preciso reconstruirá
E na organização dos trabalhadores, na es- sociedade, como já se fizera várias vezes, e conti-
truturação das profissões, nas próprias tarefas dos nuou a ser feito com a alegoria Templo de Salomão,
obreiros envolvidos na construção, pedreiros, talha- o qual foi destruído e reconstruído várias vezes.
dores, fundidores, carpinteiros, espelha-se também Para isso, entretanto, era preciso construir
o conteúdo iniciático da Arte Real. um homem novo, regenerado, purgado dos seus
Com efeito, nenhuma outra alegoria convi- vícios, morto para a vida profana, na melhor tradi-
ria melhor a uma sociedade iniciática, cujo objeti- ção iniciática, mas regenerado para uma nova vida
vo era o desenvolvimento de uma filosofia moral e pessoal e social, baseada numa nova ética e numa
ética destinada à construção do Homem Universal, nova moral, fundamentadas num humanismo espi-
alicerce de uma sociedade livre, justa, perfeita e fe- ritualista que atendesse tanto a razão prática, quanto
liz, reflexo da realidade divina na terra. à sensibilidade mística do homem religioso.
Era uma comunidade assim que se pretendia Quando o antigo edifício é derrubado, sobre
ter existido outrora. os seus alicerces se constrói o novo.
Para os maçons espiritualistas, era a reedi- Este é o fundamento da alegoria que se pres-
ção da civilização que os antigos egípcios teriam ta para o desenvolvimento da metáfora maçónica.
herdado dos atlantes e reverenciavam através do A Maçonaria tem como projeto a construção
culto a Maat, a deusa que representava a harmonia do novo homem.
universal. Não seria este também, o sonho de Moi- Este novo homem seria um Hiram, pedreiro
sés ao organizar o povo de Israel? moral, construtor do novo Templo de Salomão, ar-
Na verdade, o que era o Pentateuco senão quétipo da sociedade ideal desejada pelo Sublime
um extenso código de leis, filosofia e preceitos ela- Arquiteto do Universo.
borados para a organização de uma comunidade de Para isso, porém, como a própria tradição
“eleitos”, ou seja, um povo escolhido por Deus para iniciática sustentava, e a doutrina cristã confirmava,
refletir, na terra, a imagem do reino dos céus? era preciso que o mestre morresse, para que os seus
Destarte, ao elaborar o Decálogo e redigir os seguidores nele renascessem como iniciados.
fundamentos do Deuteronômio (que os sacerdotes Desta simbologia, que incorpora todas as
e escribas de Israel viriam a aperfeiçoar e comple- antigas tradições, desde o mito de Osíris, até o sacri-
mentar depois), Moisés estava fazendo Maçonaria fício de Jesus Cristo, nasceu o Drama de Hiram, que
especulativa, pois tudo isso se destinava a construir é o Landmark mais significativo de toda a doutrina
o carácter do homem perfeito, o qual deveria ser o maçônica.
homem israelita.
Era, portanto, uma tentativa de voltar ao rei- [1] Alex Horne, op citado pg. 68
[2] O Manuscrito Downland, datado, provavelmente de 1500, também se refere
no da perfeição e da ordem, que se acreditava existir a Davi como iniciador do Templo e a Salomão como continuador e fundador da
Maçonaria como instituição.
antes da queda do homem, no Éden. [3] O próprio Jesus se utilizou deste simbolismo para falar de si mesmo e da sua
promessa de ressurreição, “destruí esse templo”, disse ele, “e eu o reconstruirei
Afinal de contas, todas as esperanças de hu- em três dias”.
manidade sempre convergiram para esse sonho: um Jesus falava da destruição do seu corpo, pela morte que o esperava, e a sua
ressurreição após os três dias que passaria no túmulo.
regresso ao velho estado de ordem, justiça, perfei- Para os cristãos, no entanto, a prática das virtudes cristãs exige um processo
de morte psíquica e reconstrução do carácter, que se assemelha ao processo
ção e harmonia, que um dia existiu no universo, e escatológico vivido por Cristo.
que permanece na memória celular da humanidade Daí a Maçonaria derivou o seu próprio processo de regeneração moral, adotando
uma simbologia bastante semelhante nos seus rituais de iniciação.
como um arquétipo a ser recuperado. A correlação é evidente demais para que as influências possam ser negadas.

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Maçonaria

Maçons
são seres
humanos!!! Irmão Sandro Pinheiro
Loja Flauta Mágica do Rio de Janeiro nº 170
Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro/RJ

E
como tal, devem se comportar! Se, seres afinco?
humanos, somos passíveis de falha. Bus- Possuem disciplina e perseverança para
cadores de Conhecimento como todos os aprender e sabedoria para ensinar?
seres humanos. As belas palavras são condizentes com ati-
Sujeitos a acertos e erros como qualquer ser tudes de mesmo valor?
humano. Entende que mais do que proferir belos dis-
Porém, o que em um não iniciado é uma cursos é preciso saber quando, se, o que e como
qualidade rara, no Maçom dever ser o cumprimen- falar; sendo moderado com os menores, pruden-
to de um Dever, sendo útil, sem jamais, tirar pro- te com os maiores, sincero com os iguais, manso
veito. com os que sofrem, sempre de acordo com os prin-
Os que usam de dissimulação para entrar cípios da sã moral?
na Ordem, renegando propósitos como: obter pro- Conhece e aceita suas limitações e, dia após
veitos e vantagens, para serem admitidos, se de- dia, trabalha no mármore para retirar as arestas,
cepcionarão quando perceberem que a Maçonaria uma a uma, com cuidado para não estragar a obra?
consiste em estudar, ler, elaborar trabalhos, auxi- Entende que liberdade ao extremo, se torna
liar os necessitados, mudar as condutas inadequa- libertinagem; que ausência de liberdade, se trans-
das, tornando-se mais virtuoso. forma em escravidão e que, somente pode ser be-
Um dos Bons Mestres com quem tive a sa- néfica, a liberdade que se associa a responsabili-
tisfação de conviver (já partiu para o Oriente Eter- dade?
no), disse, certa vez: E ainda, para que seja considerado apto a
- A Maçonaria é a única escola que concede subir os degraus da escada:
um grau antes de ministrar as lições. Deve gozar a vida com moderação e sem
E isso, faz com que, grande parte dos ini- ostentações.
ciados, não entende a diferença entre receber o Ter devoção à pátria e imenso amor à famí-
Grau e concluir o Grau. lia, aos irmãos e à humanidade.
Só podemos nos considerar aptos ao final Precisa ter disposição indomável para com-
de cada ciclo. bater sem tréguas o vício, a corrupção, o crime,
Além de checarmos quantas lições foram a intolerância e, principalmente, as suas próprias
ministradas e respondidas, no tempo transcorri- ambições pessoais.
do, seria indispensável avaliar que transformações Ser misericordioso, filantropo, inclinado a
aconteceram no modo de proceder dos irmãos. compaixão e predisposto a empatia.
São elementos de concórdia? Respeitar o seu próximo, independente, de
Demonstram com suas ações que entendem cor, posição social, credo ou idealismo político,
que líderes jamais impõe sua vontade? bem como à natureza e aos animais.
São tolerantes e tem clara noção dos seus Amparar e ouvir os seus Irmãos, guardan-
próprios limites? do como segredo de confissão as suas fraquezas e
Dedicam-se ao estudo e a pesquisa com enaltecendo, para todos, as suas virtudes.

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Maçonaria
Precisa gostar da filosofia maçônica, co- O grande Segredo da Maçonaria é que ela
nhecer profundamente a sua liturgia e ritualística, oferece a oportunidade para que um ser humano
combatendo o obscurantismo, a intolerância, o fa- falho e com defeitos, possa aperfeiçoar seu caráter.
natismo, as superstições, os preconceitos, os erros, O grande Segredo da Maçonaria é que ela
as más lendas e invencionices maçônicas. oferece as ferramentas e ensina como utilizá-las.
Ter uma espiritualidade rica e pureza de Agora meus amados irmãos, “O maior se-
sentimentos, que justifiquem a honra de revestir-se gredo da Maçonaria é que para elaborar uma obra
de aventais e receber títulos, cargos e graus, ciente quase perfeita é preciso trabalhar com afinco, paci-
de que os paramentos devem adornar as virtudes e ência, perseverança, disciplina, no bloco informe e
não, o corpo físico. bruto que cada ser humano representa.
Do passado: ser versado em História da Simples assim!!!
Maçonaria, saber suas origens, leis, usos e costu- Mas tornamos tal missão de difícil labor,
mes; no presente: estar disposto a escrever novos pois somos a própria matéria prima a ser lapida-
capítulos, atuando como construtor social, obje- da, e de maneira diária e continuadamente, pois :”
tivo primordial da Ordem, para colaborar com o SOMOS SERES HUMANOS, apesar de filhos de
uma DIVINDADE SUPERIOR, Nosso DEUS!!,
progresso da humanidade.
e não estamos aqui por acaso!!
E percebo que meu Mestre descobriu o Se-
O trabalho é árduo, diuturno, construtivo.
gredo, alcançando a Sabedoria.
A perfeição somente é alcançada, degrau
O grande Segredo da Maçonaria é o proces-
por degrau!
so interior que permite a transformação das trevas
da ignorância em luz do conhecimento. Adaptado do Blog arte Real!

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(67) 99982-4785 / 3425-0374 | @djadrianooliveirams


12 edição 166 • 2021
Maçonaria

O poder da
palavra e as
palavras sagradas
na maçonaria
Irmão Marcelo Marsiglia Sidoti
Loja Ypiranga 83
Cruz da Perfeição Maçônica, Brasil

D
isse Deus: "Faça-se a Luz, e a Luz se fez." atitude do Criado, portanto, é Escutar.
Ao abordar, ainda que timidamente, o tema No princípio era o Verbo, e o Verbo esta-
do poder da palavra, me deparo com a his- va com Deus, e o Verbo era Deus. Nesta passagem
tória da Criação, com os muitos mistérios contidos retrata-se a possibilidade, o potencial, porém, efe-
nos símbolos, passo pela abordagem ocultista dos tivamente nada havia sido realizado. O Verbo só
campos de vibração e simultaneamente com a efi- pode manifestar-se no momento da Diferenciação
cácia dos rituais, meto-me na tradição do longín- Divina, onde o Um torna-se Dois e neste instante
quo Oriente e suas formas manifestas através dos materializa-se.
mantras, vindo pouco a pouco a entender um pouco Concluo que, a verbalização é o ato de Criar
mais das palavras sagradas na Maçonaria Cósmica. e nele, neste processo, existe um Emissor e um Re-
Talvez seja impossível, para nós Ocidentais, ceptor. Sem os Dois, o Um não Verbaliza e, portan-
iniciar um pequeno estudo que seja sobre o poder to nada Cria.
da palavra sem nos remetermos imediatamente ao Seguindo pelos campos da Vibração, reme-
“Fiat Lux” contido no Gênesis. E começo pelo Fiat moro o poder contido nos símbolos sagrados.
Lux, porém não posso parar por aí. Para aqueles, Os antigos, sabedores que eram do imenso
fiéis ou estudiosos do Antigo Testamento, o Gêne- poder contido na Palavra e, a fim de, por um lado,
sis, do início ao fim, trata de um diálogo, conversa, levar aos profanos a Sabedoria Divina e, por outro,
entre o Deus Manifesto (GADU) e seus agentes. velar as palavras para que não pudessem ser utiliza-
A Obra da Criação, de forma alguma é rea- das de maneira leviana, criaram os símbolos. 
lizada no silêncio absoluto, senão que este silêncio Em linhas gerais, os símbolos são represen-
primordial, é o pano de fundo que possibilita ouvir tações (vibração) de grandes verdades e possuem
a Voz do Criador, do Geômetra. Note que, a única um poder oculto (vibração) que é manifestado pelo
Voz é a de Deus sendo que Ele manifesta a criação Iniciado através do uso de palavras adequadas.
através de algo (Elohim) além dele próprio, senão Todo e qualquer Rito, utiliza-se dos símbo-
que sentido haveria em dizer: Faça-se a Luz, Ele los, formas brandas do verdadeiro conhecimento
simplesmente pensaria a criação e ela estaria cria- e mais, se mantiveram mais ou menos intactos o
da. E não haveria ruído algum... porquê deste uso dos símbolos, utilizam-se das pa-
Posso tentar entender isto da seguinte for- lavras e tons adequados gerando grande energia e
ma: Poder.
1   1.   O pensamento (vibração potencial) Muito comum, por exemplo, o uso do tom
necessita ser Verbalizado (vibração dinâmica) caso “Fá” nas Orações e Preces.
contrário não existe a Manifestação. Os rituais, símbolos e signos que são do Po-
2.    A verbalização, para que possa ser en- der do Mais Alto, têm sua eficácia garantida quan-
tendida, necessita de quem A Escute. A Primeira do, através de postura adequada, palavras certas e

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Maçonaria
tom apropriado revivem a luz do dia. Aliás, talvez Nesta história, o Mestre de Todos os Ma-
existam poucos exemplos mais belos e antigos do çons, cioso do poder da Palavra, deu-a como Perdi-
que os mantras do hinduísmo ou bramanismo. Es- da e recria o Mito de posse de outras palavras, mais
tes se constituem em verdadeira chave de poder, humanas, mais comuns. Lembremos que, nossa
induzindo a um estado de consciência em particu- mística missão é recuperar a Palavra Perdida e dá-
lar e desenvolvendo características no estudante ou -la, neste novo ciclo que ora inicia-se à verdadeira
devoto. Humanidade.
Os Mantras, fórmulas repetitivas, justamen- Outro exemplo da cerimônia que encerra
te unem em si três elementos formidáveis: a vi- a Palavra na real Ordem, é o Ritual de Instalação
bração, a repetição da vibração e a atitude mental. da Loja que antecede todas as nossas sessões. Do
Com eles, pode o ser humano retrabalhar inclusive Venerável, guardião do Delta Luminoso, emana a
traços do que considera “seu jeito de ser” e que na Palavra que, de Irmão em Irmão, por ele designa-
verdade se trata apenas de sua personalidade cor- do, chega até o Segundo Vigilante que retorna acla-
rente. mando: “Tudo esta Justo e Perfeito”. Só após isso
Atualmente, os mantras são utilizados lar- é que o Venerável invoca o Grande Arquiteto do
gamente em muitas escolas e/ou religiões, com Universo, pois a Palavra criou “o pano de fundo”
outras palavras diferentes. Não obstante, o uso de apropriado a um trabalho de Ordem Superior.
palavras antigas terem uma eficácia fantástica, po- O uso dos malhetes e sua peculiar vibração
demos utilizarmo-nos de, por exemplo, uma cur- também é exemplo de Palavra e Poder. Desta feita,
ta oração que atinja nosso coração e enleve nossa a palavra não é dita com os lábios, mas sim, vibra-
alma e repeti-la, bem baixinho, na nota “Fá” duran- das nos ritmos apropriados do “bater dos martelos”.
te algum tempo. O efeito ao longo do tempo será A Palavra de Passe do Grau 2, por outro
sem dúvida maravilhoso. lado, cumpre 2 funções, sendo a primeira e mais
A Maçonaria, talvez mais do que qualquer importante, a de criar, sonoramente, certa predispo-
outra Ordem, possui em sua essência e formação a sição mental no Irmão que a profere e, em segundo
Palavra e a Divina Vibração oriunda dela. lugar por sua peculiar forma de ser pronunciada re-
    3.     Na História que conta a morte do mete-nos ao Livro dos Juízes, no Velho Testamen-
Mestre Hiram, os assassinos, os profanadores, ten- to, na Batalha entre os Efraimitas e os Galeaditas.
taram tomar-lhe, a todo custo, a Palavra. Mestre Inúmeros são os exemplos que aqui poderí-
Hiram morreu ao que parece sem revelá-la. Note- amos colocar, porém exigem outro espaço em ou-
mos aqui o Poder de quem detém a Palavra e, a an- tro momento.
gústia daqueles que fracos de caráter, nunca pode- O importante e fundamental é termos claro
rão obtê-la. E não podendo obtê-la (pois na verdade que a vibração tornada palavra torna o Mundo que
não sabem onde procurá-la) desejam matar quem conhecemos tal qual ele é. Vejam só a nossa imensa
a detém. Morre porem o detentor da Palavra, mas responsabilidade. Sem dúvida, por isto mesmo, é
nunca a Palavra! que a primeira Lei Oculta seja: Calar e Escutar.

14 edição 166 • 2021


Tolerância não
combina com
conivência Irmão Otávio M. Vieira

U
ma das palavras mais ouvidas e lidas no doença do sobrinho, mas quando observamos suas
mundo maçônico é a tolerância. O maçom doações nos bares, sua vida regada num universo
é um Ser livre, ou seja, livre pensador, li- de soberba e hedonismo nos questionamos. O não
vre caminhante e de bons costumes, que significa contribuir neste caso, é trair o compromisso com a
ético, buscador de uma moral mais espiritualizada. loja, é jogar na lama a palavra que deu no momen-
No convívio em loja, nos deparamos com situa- to de sua iniciação.
ções incongruentes com os ideais da Arte Real e, Vamos ter mais atenção e critério ao esco-
muitas vezes, nos calamos por conformismo, pas- lher nossos “afilhados”. Vejamos como procede em
sividade, “politiquice”, ou ainda nos escudamos sua casa e no trabalho, observemos sua postura nos
na tolerância erroneamente compreendida. relacionamentos interpessoais e, consequentemen-
Reconhecendo nossa própria mortalidade e te, sua atitude em grupo. A maçonaria é antes de
pequenez, somos capazes de tolerar a falta de cul- tudo, uma equipe. Sondemos, investiguemos com
tura do irmão por entendermos que em nosso país profundidade e só depois apresentemos sua pré-
o acesso aos livros é privilégio de poucos, porém, -proposta. Caso falhemos, não o iniciemos, caso já
não devemos nos abster de estimula-lo a leitura seja iniciado, não o elevemos, caso seja elevado,
(dando textos, emprestando livros, orientando em não o exaltemos e caso já seja um mestre, o cobri-
pesquisa, etc.) remos a bem da Arte Real. Lugar de Maçom é em
Devemos tolerar as faltas dos Irmãos que Loja. Ao profano de avental, tchau e um abraço...
comprovadamente estão impossibilitados de com- Para ser um bom Venerável Mestre não é
parecer por motivos justos (doença e trabalho), necessário elevar x, exaltar y, etc. não se mensura
entretanto não ser coniventes com omissões e uma administração por isso, entretanto pela quali-
malandragens. O maçom tem que ter palavra. No dade de maçonaria que desenvolveu.
questionário de proposta, ele se comprometeu em Não deve haver dois pesos e duas medidas
ter pelo menos uma noite livre. Ele é um dente na (pau que dá em Chico se dá, também em Francis-
engrenagem e sua falta afeta em vários prismas co).
(formação da egrégora, composição dos cargos, A maçonaria enquanto filosofia, ideal e pro-
comparecimento no tronco e mal exemplo). Você pósito é a flor mais bela no jardim do Grande Ar-
não acha? Então descruze os braços e tome uma quiteto do Universo. Regue-a com justa medida,
atitude, pois quem cala consente. amor e respeito.
E nos metais? Quanta inadimplência! Obrigado, Grande Arquiteto do Universo
Como iremos tolerar o Ir\ que alega não contribuir pelo privilégio de poder colocar três pontos no fi-
por falta de dinheiro, crise no setor profissional, nal de minha assinatura.

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aconsciencia
Fronteira do
amor Irmão Antônio do Carmo Ferreira
Grão-Mestre do Grande Oriente de Pernambuco
COMAB – Recife/PE

R
eza o novo Testamento que Paulo, escre- mandamento ou, pelo menos, as pessoas não que-
vendo aos Romanos, incluiu, em sua epís- rem que lhes faça.
tola, recomendação de Jesus Cristo a res- Também não vamos estabelecer restrições
peito do mandamento do amor (Rom 13, 9). Sobre ao significado da palavra "próximo". Dado que já
o mesmo assunto, também se tratou no Evangelho houve grupo para quem "próximo" era o compa-
segundo Lucas (Lê 10, 27). O apóstolo Paulo reto- nheiro de seita; era o companheiro de seita; era o
ma a exaltação ao amor em sua carta aos Coríntios, confrade de clube; era irmão de sangue. Ao contrá-
e diz que ele supera a fé e a esperança, juntando-se rio de todas estas maneiras restritas de entender, o
ás duas, com as quais formam as três virtudes prin- Salvador deu sua vida pelo AMOR, não somente á
cipais (I Cor 13, 13). família que O teve, a seus apóstolos, mas a toda a
A exegese destes textos aguça a atenção para HUMANIDADE.
umas espécies de limite que parecem ser dadas ao Louvo a Ordem maçônica que tem o divino
amor. Assim o amor a Deus é infinito. Pois a Deus objetivo de envidar esforços, no sentido de tornar
se ama sobre todas as coisas. "Deus é amor" e por feliz todas as pessoas – a humanidade.
ele nos concedeu a vida. O maçom, no exercício da missão para a
O Segundo mandamento é que "amarás o qual foi formado, é seu agente. Destina-se a ser o
próximo como a ti mesmo". Este "a ti mesmo" é construtor desta nova sociedade, em que o amor é
uma fronteira que precisa ser mais examinada. Es- a ponte que aproxima as pessoas. Amar a Deus, e
creve Erick Fromm, em seu livro "Arte de Amar" amar o próximo, onde se incluem a família, a pá-
(Editora Itatiaia Ltda., belo Horizonte/MG). Que tria e a si próprio, são os ensinamentos desta escola
o problema no exercício dessas "artes", reside em admirável, como são os compromissos do maçom.
que se deseja ser amado, mas há um esquecimento Não há uma passagem sequer nos ensina-
quanto á correspondência em dar amor. mentos da Maçonaria que não sejam de exaltação
Amar a si próprio é preciso. Não confundir, ao amor. Da necessidade de amar.
porém, com a morbidez do egoísmo, tão em voga Memorizei e não esqueci jamais esta decla-
entre os que ambicionam lugares e posições, ainda ração de Frei Caneca, em sua X Carta a Damão,
que para isto tenham que difamar caluniar, macular missivas que o Frei assinava como Pítia. Declarou:
conceitos e até, no embato de tal loucura, eliminar "... os estatutos maçônicos são extratos dos Evange-
vidas. "O amor não pratica o mal contra o próximo" lhos, senão uma história de AMOR não a uma por-
(Rom 13, 10). ção, mas a toda a Humanidade?
A humanidade precisa, com a maior ur- Que o grande Arquiteto do Universo nos ilu-
gência, debruçar-se sobre a cultura deste segundo mine neste entendimento.

Irmão Fábio BRANDÃO


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Mato Grosso do Sul
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16 edição 166 • 2021


Maçonaria

Grande Oriente do Brasil


Mato Grosso do Sul
• Campo Grande
Santa Casa de Campo Grande - MS

No dia 15 de maio de 2021, a Santa Casa de Campo Grande recebeu uma doação feita pelo Grande Oriente
do Brasil - Mato Grosso do Sul juntamente com a Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul do GOB-MS.
A Instituição recebeu 12 unidades no valor de R$ 11.040,00 e a doação faz parte da Campanha de Arrecadação
de Cadeiras de Banho realizada pelo Setor de Captação de Recursos e Eventos cujo objetivo foi o de suprir a
necessidade deste equipamento para os pacientes aqui internados, principalmente, nas Enfermarias de Ortopedia.
Estiveram presente na entrega ao Presidente da Santa Casa, Irmão Heitor Rodrigues Freire, membros da Diretoria
Corporativa, o Irmão Celestino Laurindo Jr., Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil - GOB-MS), a Cunhada
Beatriz Bleyer Presidente da Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul, e os Irmão do GOB-MS que fizeram parte
desta comitiva; Carlos Resende (Tesoureiro do GOB-MS), Neimar de Jesus A. Dos Santos, Secretário Estadual da
Guarda dos Selos - GOB-MS e o Elton Zeferino, Venerável Mestre da Loja Cavaleiros do Sol nº 3.195.
#doação #maconariams #santacasadetodos

Grande Oriente do Brasil


• Maringá/PR
Loja Maringá nº 3336 - Benfeitora da Ordem

O Irmão Gustavo Adolpho Procópio Ferreira presidiu a Instalação e posse do novo Venerável Mestre
Irmão Dagoberto de Souza Junior, e este logo a seguir deu posse a sua nova Diretoria. 
O Novo Venerável Mestre, teve a honra de entregar uma pequena e singela lembrança ao Ex Venerável
Mestre e Mestre Instalador deste dia uma placa e um mimo, como reconhecimento dos Irmãos do quadro
da Loja Maringá, pelos seus relevantes trabalhos à frente daquela Oficina na gestão 2019-2021. 
Esteve presente o Representante do Grão-Mestre irmão Luís Mário Luchetta, o Irmão
José Carlos Martins, e Coordenador Regional da 10ª região dos Graus Filosóficos do GOB-PR.

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Maçonaria

Todo filho é pai da


morte de seu pai Autor desconhecido

H
á uma quebra na história familiar onde as momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
idades se acumulam e se sobrepõem e a A casa de quem cuida dos pais tem braços
ordem natural não tem sentido: é quando dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão es-
o filho se torna pai de seu pai. palhados, sob a forma de corrimões.
É quando o pai envelhece e começa a trotear Pois envelhecer é andar de mãos dadas com
como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, de- os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem
vagar, impreciso. degraus. Seremos estranhos em nossa residência.
É quando aquele pai que segurava com força Observaremos cada detalhe com pavor e desco-
nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É nhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos
quando aquele pai, outrora firme e intransponível, arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados.
enfraquece de vez e demora o dobro da respiração Como não previmos que os pais adoecem e preci-
para sair de seu lugar. sariam da gente?
É quando aquele pai, que antigamente man- Nos arrependeremos dos sofás, das estátu-
dava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procu- as e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada
ra onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, obstáculo e tapete.
tudo é longe. E feliz do filho que é pai de seu pai antes da
É quando aquele pai, antes disposto e tra- morte, e triste do filho que aparece somente no en-
balhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não terro e não se despede um pouco por dia.
lembrará de seus remédios. Meu amigo José Klein acompanhou o pai
E nós, como filhos, não faremos outra coisa até seus derradeiros minutos.
senão trocar de papel e aceitar que somos respon- No hospital, a enfermeira fazia a manobra
sáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou da cama para a maca, buscando repor os lençóis,
depende de nossa vida para morrer em paz. quando Zé gritou de sua cadeira:e
Todo filho é pai da morte de seu pai. — Deixa que eu ajudo.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe Reuniu suas forças e pegou pela primeira
seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso úl- vez seu pai no colo.
timo ensinamento. Fase para devolver os cuidados Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
que nos foram confiados ao longo de décadas, de Ajeitou em seus ombros o pai consumido
retribuir o amor com a amizade da escolta. pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
E assim como mudamos a casa para atender Ficou segurando um bom tempo, um tempo
nossos bebês, tapando tomadas e colocando cerca- equivalente à sua infância, um tempo equivalente à
dinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar sua adolescência, um bom tempo, um tempo   inter-
os nossos pais. Uma das primeiras transformações minável.
acontece no banheiro. Seremos pais de nossos pais Embalou o pai de um lado para o outro.
na hora de pôr uma barra no box do chuveiro. Aninhou o pai.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. Acalmou o pai.
A barra é inaugurar um cotovelo das águas. E apenas dizia, sussurrado:
Porque o chuveiro, simples e refrescante, — Estou aqui, estou aqui, pai!
agora é um temporal para os pés idosos de nossos O que um pai quer apenas ouvir no fim de
protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum sua vida é que seu filho está ali.

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Maçonaria

O Simbolismo
da Romã e da
Colmeia
Irmão Antonio Felicio Netto
Loja União e Fraternidade VI nº 6
Grande Oriente de Mato Grosso do Sul
Membro da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do
Sul – Cadeira Nº 17

A
Romã. Segundo pesquisadores a Romã, em completo desenvolvimento do fruto.
hebraico Rimmôn, é uma fruta que provém A casca é grossa e robusta; quando bem
do Oriente Médio. maduro o fruto rompe-se, pondo à mostra alguns
Na Palestina, onde esta pequena árvore grãos; quando colhida e deixada em lugar quente,
cresce silvestre coincidentemente, existem três a Romã seca lentamente; não apodrece; e mesmo
cidades com o nome desse fruto, Rimon, Gate seco, o fruto é utilizado, pois os seus grãos apre-
Rimon e En-Rimon. Considerando a origem da sentam-se mais doces ainda. O interior apresenta
Romã com sendo hebráica, nada melhor, para a duas câmaras: a alta que contém cinco celas onde
compreensão inicial, que recorrermos às Sagradas se espremem dezenas de grãos, e a câmara baixa,
Escrituras. Nos textos bíblicos a Romã aparece no que se apresenta da mesma forma; os grãos têm no
Velho Testamento 11 vezes e está associada à fe- centro, uma diminuta semente branca e ao redor
cundidade e a nobreza. uma grande parte carnosa e transparente, nas co-
Quando os judeus chegaram à terra prome- lorações que partem do rosa pálido ao vermelho
tida, após abandonarem o Egito, os 12 espias que rubi. Essa parte interna lembra os favos de mel;
foram enviados para aquele lugar voltaram car- as celas são divididas por uma espécie de cortina
regando romãs e outros frutos como amostras da branca e leve.
fertilidade da terra que Javé prometera. Ela estava Essa película resistente é amarga, como o
presente nos jardins do Rei Salomão. Foi cultivada é toda a casca exterior, possuindo propriedades
na antiguidade pelos fenícios, gregos e egípcios. medicinais; pela grande quantidade de tanino que
Em Roma, a romã era considerada nas cerimônias contém, é usada como adstringente para diarréia;
e nos cultos como símbolo de ordem, riqueza e fe- a casca, em forma de chá é um excelente vermí-
cundidade. fugo. Os grãos são saborosos, podendo ser ingeri-
Analisando a Romã tem o seu formato arre- dos agrupados. No Oriente, esses grãos macerados
dondado, sua casca é lisa e manchada na coloração produzem um líquido que fermentado resulta em
mista do vermelho com o verde e possui mancha vinho que dizem ser afrodisíaco.
amarelada, tem o seu interior subdividido por finas Um fato interessante é a organização dos
películas, que formam pequenas sementes possui- grãos que são envolvidos pela polpa formam pe-
doras de uma polpa de sabor agridoce. quenos polígonos lustrados, que em uma perfeita
Na parte oposta ao pedúnculo que se pren- junção formam o fruto, de maneira que na retirada
de ao ramo, apresenta uma coroa formada de pe- de apenas uma semente o seu formato é desfigu-
quenos triângulos, e no seu centro, restos de pisti- rado.
los secos de sua flor. Essa flor é de cor escarlate e A Romã na Maçonaria
composta de três pétalas carnosas que após desa- A Romã entra na Maçonaria através das
brochar completamente dão lugar a uma rosácea Colunas B e J; ambas são encimadas por três ro-
de cinco pétalas; curiosamente, ao formar o fruto, mãs semi-abertas.
surgem mais duas pétalas que se mantêm envol- A Loja é um conjunto de Maçons, tem a di-
vidas pela coroa, secando paulatinamente até ao mensão da Terra que vão do Oriente ao Ocidente,

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Maçonaria
Norte e Sul, do Céu a Centro da Terra. Enquanto maneira, se diz que as energias espirituais no ho-
cada romã representa a Loja e sua universalidade, mem tomam, eternamente, as forças vitais que ele
as sementes representam os Maçons. A união des- está transmutando e as leva à colméia do cérebro,
tas sementes é o simbolismo de uma família unida onde é armazenado o mel necessário para a manu-
e solidária, que deve reinar dentro das Lojas. O tenção da vida.
simbolismo da Loja-Romã-Universo lembra que A mitologia conta que os antigos deuses vi-
esta família unida e solidária deverá ser oferecida viam de néctar, e não precisavam beber e comer
sempre como o exemplo de fraternidade a ser se- como os homens. É realmente certo que o mel ex-
guido não somente pelos Maçons, mas por todos traído ao enfrentar-se com os problemas do viver
[TR1]. diário, é o alimento mais elevado para o homem.
Os grãos da Romã, mergulhados na sua Enquanto comemos à mesa bem servida, seria bom
polpa transparente, simbolizam os maçons unidos considerar se o homem espiritual também não se
com a energia e a força necessárias para realizarem nutre com as experiências e conquistas espirituais
o trabalho da construção de uma sociedade melhor, que vamos absorvendo a nosso ser, na existência.
que só é possível quando vencemos nossas pai- Um filósofo da época socrática afirmou que
xões, expurgamos o orgulho de nossos corações e a abelha extrai o mel do pólen da flor, enquanto a
ombreados tomamos ações para o crescimento in- aranha, da mesma fonte, extrai o veneno.
dividual e consecutivamente ocasionando em efei- O problema que então se nos apresenta é:
to positivos na sociedade que estamos inseridos. somos abelhas ou aranhas nesta nossa peregrina-
A Colméia ção? Queremos transformar nossas experiências
Colméia é o nome dado a uma colônia de em mel ou em veneno? Queremos crescer e elevar-
abelhas ou ao abrigo construído para ou pelas abe- -nos, ou seguiremos obstinadamente, debatendo-
lhas. As abelhas utilizam a colméia para abrigar -se com os mesmos obstáculos?
sua progenitura, criá-las e estocar o mel. Uma col- Muita gente se torna azeda com a experi-
méia geralmente possui milhares de abelhas, que ência; o sábio, porém, toma o mel e o armazena
trabalham no mesmo propósito. dentro da colméia de sua própria experiência es-
A abelha e as colméias durante muito tem- piritual.
po foram símbolos da indústria e da regeneração, Conclusão
sabedoria e obediência, pelos Romanos e no cris- A Maçonaria é rica em símbolos e simbo-
tianismo. Ela também era um símbolo muito utili- lismos, o que nos faz refletir o que somos e princi-
zado pelos Egípcios por representar um povo obe- palmente o que queremos ser.
diente que seguia apenas um rei. Nós como Maçons devemos buscar através
A Colméia na Maçonaria da troca de experiências realizar o crescimento
Entre os símbolos maçônicos nos EUA, pessoal de forma fraterna e unida.
país que hoje conta com cerca de 4 Milhões de Ma- Como na história bem antiga que conta:
çons, se destaca a colméia . Chamada de símbolo Havia um grande incêndio na floresta. Pre-
da cooperação, porque ela demonstra claramente, ocupados, os animais fugiam da selva em chamas.
que o homem deve cooperar com seus semelhan- Quando todos se encontraram em um lugar segu-
tes para alcançar de um modo total, o mútuo de- ro, bem distante do fogo, ficaram apenas olhando.
senvolvimento. Também encerra uma mensagem Eles sentiam que nada podiam fazer, pois o incên-
muito mais profunda, porque cada alma vivente é dio era enorme. No entanto, um pequeno colibri
uma abelha que viaja pela vida e recolhe o pólen decidiu que tentaria apagar o fogo.
da sabedoria nos distintos ambientes e experiên- O pássaro foi até um rio próximo, pegou
cias. Assim como a abelha suga o mel do coração uma gota de água, sobrevoou a floresta em chamas
da flor, cada um de nós deve extrair o néctar es- e lançou a gota que carregava no bico. Enquanto
piritual de cada acontecimento, de cada gozo, de ele ia e vinha, os outros animais lhe perguntavam:
cada sofrimento, e levá-lo à grande colméia da “O que você está fazendo? Nada podes fazer, tu és
experiência: o corpo-alma do homem. Da mesma muito pequeno e este incêndio é muito grande”.

www.revista .com.br 21
Maçonaria
Alguns animais tinham bicos bem grandes, passa vêm destruindo a sociedade em que vivemos.
e não ajudavam. Vamos fazer como as abelhas operárias buscando
Mas o colibri estava convencido que podia o pólen de sabedoria e experiência no intuito de
apagar o incêndio e continuou jogando pequenas
produzir o néctar da sabedoria. Vamos nos ombre-
gotas nas chamas que consumiam as árvores.
Ao final, diante da floresta queimada, o co- ar como as sementes da Romã para a formação de
libri disse aos demais animais que havia feito o uma sociedade mais fraterna.
melhor que podia.
Na mesma forma nós temos que ser como este Referência

colibri. Não podemos sucumbir diante das dificulda- [FAD] FADISTA, Antonio Rocha; O Simbolismo da Romã; disponível
des. Temos que ser obstinados. E seguir levando água em http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_

para apagar o incêndio, apesar dos outros animais. content&view=article&id=43;


[TR1] Revista a Trolha Nº 249, AS ROMÃS DA FRATERNIDADE, Irm Cid Antonio V. Filho;
Devemos unir nossas forças no intuito de [PAT] PATON, Chalmers I; Freemasonry: It’s Symbolism, Religious Nature e Law
cavar masmorras aos vícios que a cada dia que of Perfection;

Supremo Conselho do Grau 33º


• Campo Grande/MS
Investidura

Na Delegacia Litúrgica 27.1, e o M\ Pod\ Consistório PPrinc\ do Real Segr\, nº 25, o Delegado
Litúrgico Irmão Isoli Paulo Fontoura, procedeu a Investidura dos Irmãos, Otacílio Fernandes
Batista e Vanderlei Bruschi de Três Lagoas e Giuseppe Polisini Neto de Bataguassu,
Estiveram prestigiando esta sessão os Irmãos Marcelo Alexandre da Silva – Pres\ do Consistório,
Antonio Pionti – Pres\ do Kadosch, Walmir Guimarães Dias – Pres\ do Capítulo, Luiz Reis Junior –
Tes\ da Del\ Lit\ e os GGr\ IInsp\ CGR: Arlindo Pereti, de Bataguassu e os Élcio Gonçalves de
Oliveira, Luiz Teixeira, Gílson Rodolfo Martins, Jorge Kenji Maki e Arlindo Perretti Galavea.

22 edição 166 • 2021


Maçonaria

Será que vale


a pena?
Irmão Antonio Felicio Netto
Loja União e Fraternidade VI nº 6
Grande Oriente de Mato Grosso do Sul
Membro da Academia Maçônica de Letras de
Mato Grosso do Sul – Cadeira nº 17

H
á muito escutamos que as vinte e quatro minha carreira e depois eu compenso”, ou “pri-
horas do dia devem ser subdivida em três meiro preciso garantir o futuro dos meus filhos e
partes de oito horas, onde uma parte atri- depois descanso” ou talvez “quando eu me apo-
buída ao trabalho, a outra ao lazer e as oito horas sentar terei muito tempo para descansar e curtir”.
que restam ao sono. Mas será que vale a pena essa negligência neste
Com o tempo, o sono já está sendo reclassi- instante?
ficado como descanso, e com isso, não sendo mais Olhando para os acontecimentos que vem
computado as oito horas iniciais dormindo para assolando nossa sociedade com a pandemia da
que o nosso organismo metabolize os hormônios COVID-19, vale mesmo a pena essa nossa cor-
que são tão necessários para o relaxamento corpo- reria desenfreada em busca de resultados e metas
ral e mental de maneira a atender o ritmo frenético esquecendo dos laços fraternais e dos detalhes do
e estressante dos dias atuais, mas são encaixados prazer de uma boa leitura, de dar uma caminhada
nessa classificação o tempo em que conseguimos e, principalmente de uma boa conversa desinteres-
ficar relaxados sem realizar qualquer tarefa. sada com amigos e familiares?
Já de alguma forma furtando fações do pe- Sabemos e temos a nossa obrigação de
ríodo para um outro fim do que estabelecido origi- desempenhar com galhardia as nossas funções
nalmente. profissionais, o trabalho jamais deve ser esqueci-
No outro ponto, máximas como o pensa- do, mas talvez a importância, dado a ele vem nos
mento atribuído a Confúcio: “ escolha um trabalho transformando em meros executores de ordem e
que você ame e não terá que trabalhar um único perdendo a nossa essência humana do contato, afe-
dia em sua vida” está cada vez mais sendo des- to e convivência em sociedade.
virtuado para um aumento excessivo da carga de Infelizmente o COVID-19 está antecipan-
trabalho, passando das oito horas para dez, doze e do a retirada de nosso convívio pessoas queridas,
até mesmo as dezesseis horas unindo-a totalmente onde talvez elas tenham se dado diversas descul-
ao tempo que deveria ser dedicado ao lazer. pas verdadeiras, ou, que nós tenhamos aplicado
Se a definição de lazer se remete ao conjun- essas desculpas verdadeiras, onde ao invés de di-
to de ocupações às quais o indivíduo pode entre- nheiro ou uma roupa melhor, o que essas pessoas
gar-se a se divertir, entreter, investir seu tempo a queiram era apenas um abraço, um momento junto
um hobby ou a atividade de que gosta, transformar contando piada, isto é, a nossa presença de corpo e
o trabalho em lazer se torna uma bela justificativa, alma. E isso nos faz refletir será que vale a pena?
esquecendo que este seria um período de se ocu- Que possamos tentar utilizar essa fase tão
par com outras atribuições como relacionamentos difícil que estamos passando para retirar algum
familiares, amizades, ler um livro, jornal, praticar ensinamento e refletirmos, de maneira que ao fi-
exercícios físicos, entre outros, de forma a alimen- nal possamos ser os construtores de uma sociedade
tar o corpo e a mente com outras funções também mais fraterna, saindo de um prisma de consumir
vitais para saúde de um ser humano. para o de consumar.
Com isso, também surgem desculpas ver- Criando um ambiente mais saudável, menos
dadeiras que nos ajudam a reduzir a culpa pelo não egoísta, e, principalmente, onde que sejamos o man-
cumprimento da divisão correta do dia nos três datário de nosso tempo e não comandado por ele.
períodos, tais como: “ é o instante de investir na Assim proporcionando uma vida de valha a pena.

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PARAMENTOS
Avental de Aprendiz Avental de Mestre-Instalado
GOB do GOB

•Confeccionado em cetim, napa e oxford •Confeccionado em cetim e napa, com detalhes em dourado
•Apresenta elástico traseiro para melhor fixação na cintura e bordado
•Conversível para um Avental de Companheiro •Apresenta elástico traseiro para melhor fixação na cintura

Avental de Avental de Mestre Maçom


Venerável-Mestre do Rito Brasileiro

•Confeccionado em cetim, napa e oxford •Confeccionado em veludo, napa e oxford


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Maçonaria

São João
padroeiro da
maçonaria: mas
qual João? Irmão Tiago Oliveira de Castilhos
Loja Sir Alexander Fleming nº 1773
Grande Oriente do Brasil - Porto Alegre/RS

S
ão vários o João que acusam na história como que há três possíveis patronos da Maçonaria apon-
Santos e Padroeiros de alguma entidade ou tam da seguinte forma para cada um dos Santos. A
Instituição, no entanto, esta variedade não é primeira vertente aponta como padroeiro da maço-
tanta quando se trata do possível padroeiro da Ma- naria o João Batista, primo de Jesus Cristo, deno-
çonaria. Há três vertentes sobre o verdadeiro pa- minado batista por que era aquele que batizava no
droeiro da Maçonaria e por conta disso a dificulda- Rio Jordão e trazia a boa nova, qual seja, a vinda
de de se definir ao certo qual dos João é o padroeiro do nosso salvador Jesus Cristo.
da Sublime Ordem. Tenho a minha preferência, e Essa primeira corrente pode subdividi-
essa é a tônica dos artigos pesquisados, e após es- -la em duas, naqueles que associam João Batista
tudo na rede internacional de computadores é o que como padroeiro de nossa ordem pela forma como
parecer ser a tônica das pesquisas, ou seja, a fonte foi morto, pois foi decapitado pela vontade e lu-
de opção de qual dos João é o verdadeiro padroeiro xúria de Salomé, sobrinha do Rei, que queria ter
dos maçons passa por uma escolha mais de ordem com João Batista, sendo ele fiel a seus princípios
pessoal do que praticamente científica. negou a vontade da sobrinha do Rei, perdendo por
Corrobora com esta minha análise o que conta dessa negativa a sua cabeça pela decapita-
ensina o Irmão José Roberto Cardoso da Augusta ção. Já a segunda, bem lógica por sinal, vincula
e Regular Loja Simbólica Estrela D’Alva, nº 16, o nascimento de João Batista em 24 de junho ao
das Grandes Lojas Maçônicas do Distrito Fede- nascimento das Grandes Lojas Inglesas em 24 de
ral, que publicou em seu Blog interessante artigo junho de 1717.
abordando a escassez de material na nossa cultura Já a segunda vertente versa sobre João
ocidental sobre o Patrono da Maçonaria ser, como Evangelista, o discípulo de Jesus Cristo que es-
cem por cento de certeza, São João Esmoler, ou creveu três livros importantes do Livro da Lei,
de Jerusalém, como preferirem porque é a mesma entre eles o Livro do Apocalipse. Essa teoria do
pessoa. João Evangelista como padroeiro vincula a data de
Ressalta o autor que “No hemisfério sul há 27 de dezembro como a data de seu nascimento.
carência de documentos, obras literárias e cientí- Coincidentemente, ambas as datas, tanto 24 de ju-
ficas bem fundamentadas sobre a Arte Real para nho quanto 27 de dezembro vinculam-se o primei-
serem manuseadas e analisadas.” ro ao equinócio de inverno no hemisfério norte e
Importante ressaltar que o texto referido o solstício de verão no hemisfério sul. Sendo estas
do Irmão das Grandes Lojas Maçônicas do Distri- datas então consideradas pela Maçonaria como de
to Federal apresenta base bibliográfica o que de- suma importância porque trata de um astro impor-
monstra maturidade e responsabilidade acadêmica tante que emite luz, ou seja, o sol, contra as trevas,
no trato do estudo sobre os mistérios da Sublime o que a Sublime Ordem combate.
Ordem. A tradição versa sobre a comemoração
Para registro, as teorias antes aventadas de das datas do deus Jânio que na forma pagã era

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Maçonaria
comemorada na data dos equinócios tanto de in- ensinamentos deixados pelo Santo Beneditino São
verno quanto de verão, cultura pagã que o Cristia- João de Jerusalém, ou São João Esmoler. Esse
nismo tratou de subtrair impondo datas comemo- Santo se aproxima da Maçonaria hora pela sua be-
rativas iguais, mas com cunho Cristão. nemerência e pela criação da hospitalaria presente
Nessa luta a igreja teve que adotar deter- até os dias de hoje na Sublime Ordem. Em 1797
minados costumes e incutir na cabeça dos solda- era comum o tratamento oficial entre Lojas Maçô-
dos romanos a ideia de que Jesus havia nascido no nicas da seguinte forma: ‘Da Loja do Santo João
mesmo dia em que nasceu o “Sol Invictus”. Aliás, de Jerusalém, sob o nome distintivo de____Loja
a grande maioria dos deuses pagãos da antiguidade Nº _____.
tinham seus nascimentos comemorados no solstí- Questionamento realizado para o visitante
cio de Inverno. nos trabalhos na Oficina. Também se aproxima da
A terceira teoria vincula como padroeiro da Maçonaria este Santo por conta da reconstrução
Maçonaria o Santo canonizado pelo Papa no sécu- dos templos destruídos dos Maçons que ele orde-
lo VII, chamado de São João Esmoler, ou São João nou a reconstrução, vejamos que no:
de Jerusalém. Passo a explicar os motivos pelos No manual de Bezot, ele escreveu suas ra-
quais me vinculo a esta teoria. zões para pensar que este Santo era o patrono ori-
A história relata que no ano 500 D.C. na ginal da Maçonaria e, assim, o santo mencionado
Ilha de Chipre, nasceu o filho do Rei que ao longo na Loja do Santo São João: Deixou seu país e a
de sua vida dedicara a benevolência e benfeitorias, esperança de um trono para ir a Jerusalém, a quem
assim como ao exercício da ponderação e tolerân- ele generosamente ajudou e assistiu os cavaleiros
cia. Esse príncipe cresce e na vida adulta perde por e peregrinos. Fundou um hospital e organizou uma
doença grave esposa e dois filhos retomando com fraternidade para assistir aos cristãos doentes e
esta perda o antigo sonho de dedicar-se a benevo- feridos, e prestar ajuda pecuniária aos peregrinos
lência. Com isso assume definitivamente o dom do que visitavam o Santo Sepulcro.
sacerdócio, vinculando-se a Ordem Benenditina. São João, que era digno de se tornar o pa-
Por suas obras vinculadas ao cuidado de visitantes trono de uma sociedade cujo único objeto é a cari-
que se lançavam a visitar a Terra Santa foi canoni- dade, expôs sua vida mil vezes em prol da virtude.
zado pelo papa no Século VII. Nem a guerra, nem a peste, nem a fúria dos infiéis,
Já no século XI com as Primeiras Cruzadas podia impedir suas atividades de benevolência.
houve a necessidade de amparar os fieis do Cristia- Mas a morte, finalmente, o impediu no
nismo que se lançavam a Terra Santa para a visita meio de seus trabalhos. No entanto, ele deixou o
ao Santo Sepulcro porque havia na época saques e exemplo de suas virtudes aos Irmãos, que fizeram
violência de toda ordem lançadas e decorrentes da seu dever esforçar-se por imitá-las.
guerra entre Muçulmanos e Cristãos. Roma o canonizou com o nome de São
A Ordem de Malta (oficialmente Ordem João, o Esmoler ou São João de Jerusalém, e os
Soberana e Militar Hospitalaria de São João de Maçons – cujos Templos, destruídos pelos bárba-
Jerusalém, de Rodes e de Malta, também conhe- ros, que ele fez reconstruir – o selecionaram por
cida por Ordem do Hospital, Ordem de S. João unanimidade como seu patrono.’
de Jerusalém, Ordem de S. João de Rodes, etc.), Esse texto foi escrito por um dos primeiros
era uma ordem católica que começou como uma Maçons Franceses da História, conforme o artigo
Ordem Beneditina fundada no século XI na Terra publicado pelo Irmão Bezot. São João Esmoler era
Santa, durante as Cruzadas, mas que rapidamente conhecido pela propagação da ponderação e da
se tornaria numa Ordem militar cristã, numa con- tolerância. Na Alexandria resolvia conflitos com
gregação de regra própria, encarregada de assistir base nesses dois princípios que são elementos pre-
e proteger os peregrinos àquela terra. ponderantes na Sublime Ordem hoje
Então no ano aproximado de 1099 foi cria- Todas as quartas e sextas-feiras João se sen-
da, na cidade de Jerusalém, a Ordem dos Tem- tava no banco do lado de fora da igreja, apazigua-
plários Hospitaleiros, com cunho na história e va brigas, arbitrava as disputas, dava conselhos,

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Maçonaria
ouvia as reclamações dos necessitados e procurava Eis aí, portanto, a razão das Lojas maçônicas,
corrigir os erros e neutralizar o ódio que estavam até hoje, serem conhecidas como Lojas de São João.
prejudicando aquelas pessoas. Ninguém era insig- Vem desses irmãos cavaleiros, não só a tradição ar-
nificante para não ter a sua atenção. Desarmava quitetônica, propriamente dita, aplicada especial-
sempre os inimigos usando sua humildade e as ve- mente na construção de asilos, hospitais, mosteiros
zes até se ajoelhava a seus pés para pedir perdão. e outras obras públicas, mas principalmente a atua-
São João de Jerusalém foi escolhido Padro- ção filantrópica que se observa na Ordem maçônica.
eiro da Maçonaria porque seus ideais eram idênti- Tanto que Lojas de hoje ainda se mantém a tradição
cos aos ideais Maçônicos como a fraternidade, a de nomear um irmão “hospitaleiro” para recolher as
liberdade e a igualdade: “São João foi escolhido contribuições dos irmãos para o “hospital”.
como patrono da Maçonaria devido aos seus ide- Logo, desde então, se mantém a tradição
ais que combinavam com a doutrina maçônica. de que as Lojas, quando iniciados os trabalhos e
É por essa razão que todas as Lojas são abertas e quando finalizados evoca-se a São João, sendo en-
dedicadas em sua homenagem. Logo, posiciono- tão João de Jerusalém, pessoa integra que dedicara
-me no sentido de concordar com os Irmãos que se a vida a fazer o bem as pessoas, como o exercício
vinculam a teoria de que São João o Esmoler é o da ponderação, benevolência e a tolerância. Seja-
padroeiro da Maçonaria. mos então mais tolerantes Irmãos.

Grande Oriente do
Brasil Mato Grosso
• Cuiabá
Loja Acácia do Pantanal nº 4.241

Instalação e Posse - A Comissão Instaladora


O Eminente Grão-Mestre Irmão Ivo Matias esteve presente na Loja Acácia do Pantanal nº 4.241, participando
da Instalação do novo Venerável Eleito, Irmão Eder Campos Maia. O Venerável Mestre Irmão Celso Pereira
procedeu a abertura dos trabalhos e repassando os trabalhos de Instalação a Comissão Instaladora composta
pelos Irmãos; Presidente do Ir. Presidente Edson Trombini, 1º Vigilante Lúcio Martinis do Conselheiro
Estadual, 2º Vigilante Aury Antônio Hoffman, Venerável Mestre da Loja VITRIOL, n° 4022. Estiveram
presente os Irmãos Antônio Carlucio, Secretário de Interior e Relações Públicas do GOB-MT; Maurozan
Cardoso Silva, novo Delegado Litúrgico do Rito Brasileiro; Sanclair Missa, Secretário Adjunto do Rito
York; Eder Madruga, Assessor Especial do Grão Mestre Geral do GOB; Venerável Mestre da Loja Sentinela
Cuiabana nº 3.718, Ituriel Araújo; Francisco (Chicão), Deputado Federal; José Roberto Hermann, Venerável
Mestre da Loja João Borralho e vários Mestres Instalados, Mestres, Companheiros e Aprendizes.
Foto: Alberto Massashi Iwakura

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Maçonaria

Tolerância e
hospitalidade Irmão Vilemar F. Costa

A
tolerância, pensar prático de matriz mar- Hospitalidade, a qual aponta mais diretamente a
cadamente cristã, apesar do rompimento obrigação única que cada um de nós tem com cuidar
iluminista, deriva um agir característico da do outro, com olhar o outro no mesmo nível do olhar.
sua origem religiosa, que é o viés paternalista em E a Hospitalidade não consiste naquele mero
que o outro não é aceito como um parceiro igual, convite - eu convido-o, dou-lhe as boas-vindas,
mas um subordinado, talvez assimilado e certa- sinta-se recepcionada e à vontade – porém SOB A
mente mal interpretado em sua diferença, sendo CONDIÇÃO, normalmente implícita, de que você
então mais uma forma de caridade. se adapte às leis e normas do meu espaço, do meu
Uma caridade cristã que por si só não é neutra lugar, do meu “território”, de acordo com minha tra-
política e eticamente, o que marca sua inadequação dição, meus costumes, pois só eu mantenho o con-
de uso na ética e na política secular universal. E é em trole sobre os limites. Isto é uma tolerância, sob a
virtude de sua implicação religiosa, especialmente capa de uma hospitalidade vigiada, parcimoniosa,
por ser religiosa com suas raízes profundas na con- condicional e condicionada. A Hospitalidade que
cepção cristã, que a tornam exclusiva, dissociativa, refiro, é aquela assemelhada ao cuidar, ao cultivar,
o que derruba qualquer pretensão de universalismo, é aquela construção que consiste em abrir-se pura e
não podendo ser usada em todos os contextos, por incondicionalmente, para alguém não esperado, para
sua moldura de referência normativa. o “estranho” visitante, para o diferente, o imprevisto
Recorremos à tolerância para que muçulma- e imprevisível outro. A visita pode até ser perigosa, e
nos concordem em viver com judeus e cristãos, que não devemos ignorar esse fato, mas a hospitalidade
o negro se inclua na sociedade branca, que a mulher é uma abertura incondicional, assim como o perdão.
aceite ser o oposto e não o complemento no mundo A Hospitalidade é o direito real, irrecusável
patriarcal, que o pobre seja “aceito” circular em al- de visitação do outro, uma forma de terapia de recon-
guns espaços reservados da burguesia. ciliação. A hospitalidade é universalista, participan-
A paz ideal desse ponto de vista será uma co- te e fruto de um sistema participativo democrático
abitação tolerante com cada um no seu quadrado. republicano. É um processo que tem a necessidade
Ao observarmos a História, esta revela que a constante de ser cultivado como demanda por me-
tolerância está sempre do lado da razão do mais forte. lhoria da situação humana presente, como demanda
Dessa forma, ser tolerante não vai tornar aqueles que por justiça e liberdade para todos, como demanda
se sentem excluídos, os infiéis, os descrentes, os ini- por participação e livre adesão. Por seu caráter in-
migos, os diferentes, mais incluídos ou melhor com- condicional, através da Hospitalidade abre-se a pos-
preendidos. A tolerância é unilateral e pouco flexível. sibilidade de reconstrução do elo fundamental de
A alternativa então é o seu oposto: A confiança e comunicação entre as pessoas.

Psicóloga
Clínica e Organizacional

28 edição 166 • 2021


Maçonaria

Tributo ao obreiro
útil e dedicado Irmão Newton de Alcantara Filho
Publicado na Folha Maçônica n.º 206, de 22.08.2009, disponível em
https://bancadosbodes.com.br/folha-maconica-206-22-08-2009/

A
quele que não precisa de cargos com nomes mesmo, sabendo não haver reciprocidade da outra
imponentes para se sentir mais importante parte; aquele que lamenta ao ver uma Instituição
e melhor do que outros Irmãos; aquele que tão bela como a Maçonaria permitir infiltrações de
não precisa de alfaias e medalhas para se achar mais pessoas que, embora façam parte dos seus quadros,
belo e ser o centro das atenções; aquele que não jamais deveriam ter entrado, causando vergonha
precisa pedir a palavra apenas para marcar presença aos Maçons que pautam pelos bons princípios e
nas Sessões, pois o silêncio, no momento certo, vale costumes; aquele que, de público, tem a coragem
ouro; aquele que aprendeu que na Maçonaria nada de assumir os seus erros e pedir desculpas por suas
é mais importante do que a Loja à qual pertence; falhas; aquele que nunca precisou usar cargo ma-
aquele que aprendeu que os bons exemplos são as çônico como forma de compensar frustrações por
melhores instruções na vida; aquele que aprendeu falta de ascensão social; aquele que não fala por
que o Maçom serve à instituição - não a grupos ou achismo e, sim, por vivências, pesquisas e resulta-
interesses pessoais; aquele que nunca teve medo de dos estatísticos; aquele que não entrou e continua
apresentar candidatos para a sua Loja; aquele que na Ordem com o objetivo de se dar bem; aquele
nunca recusou ou abandonou um cargo em Loja, que não acha que os Aprendizes e Companheiros
sempre substituindo um oficial ausente quando a devem ser tratados como sub-raça, sem, contudo,
Loja precisa; aquele que nunca deixou de honrar não transigir ou se omitir com os deveres, com-
a Loja com os seus metais; aquele que nunca dei- promissos, exemplos e responsabilidades nas suas
xou de votar por falta de frequência; aquele que não formações; aquele que jamais usou dinheiro ma-
falta com a verdade quando faz uso da palavra em çônico em proveito próprio ou de algum familiar
Loja; aquele que defende sempre a transparência seu; aquele que aprendeu que o elogio deve ser em
sobre qualquer assunto ou atividade em Loja; aque- público e a repreensão em particular, exceto para
le que não foge ao bom combate maçônico; aquele quem agride em público; aquele que doa o seu co-
que nunca faltou a uma Sessão Magna em sua Loja; nhecimento maçônico para a Instituição; aquele
aquele que, quando recebe elogios, entende que é que nunca pediu ou exigiu cargo, porém sempre os
apenas um incentivo e maior responsabilidade, pois exerceu com dedicação e seriedade; aquele que há
sempre há o que se melhorar na instituição e nós muito tempo já compreendeu que as Lojas Maçôni-
somos apenas uma das pedras; aquele que apren- cas só crescem com muito trabalho, perseverança,
deu que a divisão enfraquece, tomando sempre o passagem de experiência, e estudos maçônicos em
cuidado de não dividir na Maçonaria; aquele que alto nível; aquele que lamenta o fato de excelen-
aprendeu que uma autoridade maçônica pode até tes Irmãos terem deixado a Maçonaria desgostosos
ser processada no tribunal apropriado, porém nunca com a conduta e comportamento de alguns Irmãos,
desrespeitada e achincalhada, sob pena de estarmos sem, inclusive, terem o direito de apresentar suas
atingindo as próprias Lojas e a Instituição; aquele razões; e aquele que também viu muitos Irmãos,
que sempre se portou como um Irmão e co-pro- com pouco tempo de Maçonaria, não terem a hu-
prietário na sua Loja e na Maçonaria, nunca como mildade e a sensibilidade para perceberem que,
um lacaio ou subordinado a quem quer que fosse, antes de ensinar e criticar deveriam aprender traba-
sem, contudo, perder o respeito às normas e regula- lhando, ao invés de desrespeitarem os mais antigos
mentos maçônicos; aquele que elogia, em público, que, no passado, contribuíram para que as suas Lo-
o trabalho de um Irmão ou uma atitude nobre do jas chegassem ao desenvolvimento.

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Maçonaria

E o reencontro?
Irmão Heitor Rodrigues Freire
Ex-Grão-Mestre Ad Vitam
Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso do Sul
Loja Amor e Caridade nº 65 GLMEMS - Campo Grande/MS

P
enso que está na hora de voltarmos um olhar No livro Minutos de Sabedoria, de Carlos
para o outro lado. Para onde iremos tam- Torres Pastorino, encontrei uma página que ilustra o
bém, um dia. Na espiritualidade se encon- aprendizado acima:
tram todos os nossos familiares, parentes, amigos, “Não limite o poder de sua vida!
inimigos e adversários falecidos que reencontrare- Não pense que conseguirá tudo o que deseja
mos quando lá aportarmos. numa só existência.
A dor e o sofrimento daquilo que pensamos Mas confie, porque a vida é eterna, infindá-
ser a perda de alguém se transforma na alegria e no vel. Não pense também que, depois desta, irá iniciar
ganho do reencontro com nossos queridos que nos uma vida diferente: nada disso!
antecederam na grande viagem. Esta mesma vida é que continuará sempre.
Assim, essa preparação nos permitirá chegar Portanto, procure aumentar seus conheci-
com consciência, já sabendo que a vida continua, mentos e se aperfeiçoar, verificando como é rápido o
que só passamos para o outro lado. Cada um já tem momento atual, comparado com a eternidade!”
na espiritualidade muito mais gente lá do que cá. O entendimento dessa realidade proporciona
A dor e o sofrimento pelos que se foram será alegria e libertação. A separação física é temporária.
substituída pela alegria do reencontro. Como será Pensem como será alegre e festivo o reencontro com
bom abraçar meu pai, minha mãe, meus irmãos, mi- nossos familiares.
nha filha e demais parentes e amigos. É a continuidade verdadeira.
Está na hora de aprender a viver cá e lá. Para Para concluir, reproduzo aqui uma mensa-
isso, é bom buscar orientação em nosso coração e gem do Irmão José, psicografada por Carlos A. Ba-
com o nosso Mentor. Jesus disse: “A casa de meu celli, no livro Vigiai e Orai:
Pai tem muitas moradas”. “MORTE
A ciência esotérica tem no Caibalion, livro Não pranteeis em desespero aqueles que te
escrito por Três Iniciados, publicado pela Editora antecederam na Grande Viagem.
Pensamento, um rico conteúdo, onde estão codifi- A morte é indispensável à renovação de to-
cados os Princípios Herméticos, que constituem a dos os seres e de todas as coisas.
essência dos ensinamentos de Hermes Trismegisto, Se não morrer, a semente de trigo não se
o Três Vezes Grande, que viveu no Egito Antigo. transforma em pão.
Os Princípios são: Mentalismo, Correspon- A vida no corpo físico é simplesmente um
dência, Vibração, Polaridade, Ritmo, Causa e Efeito, estágio, dentre os muitos que o espírito efetua em
e Gênero. Destes, destaco o Princípio de Correspon- sua jornada para Deus.
dência, que tem o seguinte axioma: “O que está em Sobre a Terra, os homens desfrutam tempo-
cima é como o que está embaixo, e o que está embai- rariamente da companhia uns dos outros – quando
xo é como o que está em cima.” alguns espíritos chegam, outros partem, tornando
Não é igual, é análogo. à Pátria Verdadeira. A separação definitiva entre os
Existe uma correspondência entre as leis e fe- que se amam jamais acontece.
nômenos de todos os planos de existência e de vida. Não questiones os Desígnios Superiores com
O microcosmo humano é governado pelas mesmas tanta amargura no coração!
regras que o macrocosmo universal e vice-versa. Transfigura a dor da saudade em obras de
Como já aprendi que uma das leis universais amor consagradas à memória dos entes queridos que
é a Lei do Trabalho, procuro me aperfeiçoar no que partiram”.
faço, para fazê-lo cada vez melhor e também para “Se compreendes, as coisas são como são; se
aprender mais. não compreendes, as coisas são como são”.

30 edição 166 • 2021


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