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Aprenda A Conectar Se Com Seu Anjo
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Aprenda A Conectar Se Com Seu Anjo
Tradições muito antigas afirmam que temos um mestre, extensão luminosa e superior de nós
mesmos, que orienta nossos atos com intuições, sinais, sonhos e sincronicidades.
Como um guardião, esse ser tão especial e próximo é a nossa parte mais
luminosa.
Cabala da Luz
Para alguns rabinos cabalistas, a cabala é um presente oferecido aos homens pelos anjos. “Ela pode ser
ensinada em cursos, livros e palestras. Mas a luz oferecida pela cabala nos chega mais através do
contato com um plano mais luminoso e sutil, feito por meio de orações”, conta Kati. Segundo ela, nossa
maneira racional de pensar impede a passagem da luz vinda de dimensões mais altas, pois os
pensamentos estão ligados à densa energia de nossa personalidade. “É necessário rezar e pedir para
que a luz esvazie o nosso mental e transmute nossos pensamentos. Assim é possível se conectar com o
divino.”
Na vivência realizada por ela, essa mudança de padrão de energia é feita de forma muito sutil. Num
ambiente clean e muito branco, Kati faz um pequeno relaxamento com todos do grupo. Depois, ela fala
das imagens que chegam a sua mente em forma de símbolos. “Elas nos ajudam a nos abrir para receber
a luz. Na verdade, é o que significa a palavra cabala em hebraico: receber”, explica. Hoje, participam do
grupo Cabalá da Luz, em São Paulo, pessoas de qualquer tradição religiosa. “As imagens são para todos,
e nos curam de nós mesmos, não importa a linha espiritual de cada um. Elas podem trazer alívio
emocional profundo, e até mesmo a cura física.” Para Kati, as linhas espirituais que trabalham na
vibração angelical procuram a elevação da consciência e a superação da energia do medo. A intenção é
que, aos poucos, haja uma mudança planetária de vibração, e que os seres humanos se tornem mais
pacíficos e amorosos. Pela quantidade de pessoas interessadas, poderá acontecer logo – pois somos
interligados num campo vibracional maior.
Em outras palavras, uma hierarquia espiritual muito próxima à humana nos pede amorosamente para
que deixemos as formas antigas de pensar e atuar para decidir e agir em contato com mais luz, amor,
beleza, verdade, compaixão e harmonia, todas qualidades angélicas. “Quando você age de verdade,
sente apenas que está inundada de alegria”, diz o anjo e mestre interior de Lili, a jovem húngara judia
que recebia comunicações celestes por meio de sua amiga Hanna, descritas no livro Diálogos com o
Anjo.
Aliás, a alegria e a leveza é a marca desses seres de luz, cujo trabalho é preparar uma morada para Deus
em nosso coração com júbilo. “Só Ele (Deus) pode agir através de você”, diz o anjo a Lili. Por isso, não se
deve adorar os anjos, apenas seus servidores. Unindo-se a nós, eles apenas facilitam nossa comunhão
com Deus, a única realidade absoluta.
Ao evitar o egoísmo e cooperar com o próximo, podemos ser anjos uns dos
outros.
É um momento sublime. Como se essa realidade psíquica interna passasse a ter vida apenas a partir
desse momento de conexão. Na obra O Livro Tibetano do Viver e Morrer (Palas Athena), o mestre
Sogyal Rinpoche fala em vários trechos sobre o contato com esse guru interno. “Nossa natureza búdica
também tem um aspecto ativo, que se manifesta como o nosso ‘mestre interior’. Em cada momento em
que ficamos obscurecidos, esse mestre interior trabalhou incansavelmente por nós, incansavelmente
tentando nos colocar de novo dentro da radiância e amplidão de nosso ser verdadeiro”, escreveu ele.
E esse mestre interior não desiste de nós nem por um momento. O vínculo se forma quando desejamos
profundamente esse contato com ele e acreditamos na sua existência. No momento que há essa ligação,
nossa luz dança de felicidade e anuncia com alegria esse encontro – instante poeticamente descrito no
livro Diálogos com o Anjo. Aliás, todas as falas angelicais dessa obra foram cuidadosamente transcritas
pela húngara Gitta Mallasz durante a invasão nazista na Hungria na última guerra mundial. Mais tarde,
as primeiras edições do livro foram publicadas pelo Instituto Jung de Zurique, na Suíça. Depois foram
divulgadas em todo o mundo, a começar pela França.
Essa obra nos ajuda a traçar um caminho espiritual interno, sem intermediários, e anuncia uma nova
humanidade e um novo tempo cheio de luz. “O Diálogos é o contato com a consciência – o anjo. É um
caminho para que a ligação com essa consciência, muitas vezes uma plantinha frágil, se torne forte
como uma árvore centenária. Ele é luz, carinho e alimento, especialmente para plantinhas que foram
massacradas por dogmas, autoridades, ou então que, por qualquer motivo, estejam em momentos mais
vulneráveis”, diz o professor de economia e empresário André Lunardelli, neto de Nicolau Lunardelli,
que traduziu pela primeira vez o livro no Brasil, há 28 anos. As palavras do Diálogos podem ser tanto
lidas individualmente como ser comentadas em pequenos grupos autônomos, como já acontece em São
Paulo e Rio de Janeiro.
São Gregório de Patmos, um dos primeiros santos do cristianismo primitivo, dizia que “nesse mundo
visível, todos os planos da Providência Divina são executados por meio de criaturas invisíveis”, seres que
nos podem segredar intuições, premonições e imagens vívidas capazes de nos auxiliar. Na verdade, o
que São Gegório diz é que um tapete de fios luminosos antecede a manifestação dentro do que
chamamos de realidade concreta. E os anjos, e o que eles nos sussurram interiormente, fazem parte
dessa tessitura.
“O que é importante notar é que todos esses insights representam modos de receber informações que
transcendem os níveis rotineiros – análise, raciocínio, lógica – em que aprendemos a confiar. Esses
meios de receber informações não estão acessíveis para nós o tempo todo, e alguns têm maior acesso a
essas vias do que outros”, diz Sophy Burham, uma competente jornalista americana que escreveu O
Livro dos Anjos (Bertrand Brasil) na década de 1990. “Creio que é como um rio, um fluxo no qual
lançamos de vez em quando um anzol para receber uma informação transcendental. Não sabemos de
onde vem, mas sabemos como vem – cercada de luz, desabando sobre nós com uma convicção total – e
que é bem diferente dos nossos pensamentos egoístas, gerados pelo mero desejo ou pela atração pelo
medo”, diz Sophy. E aconselha: “Essa informação deve ser sempre testada contra a realidade, mas, se
passar nos testes, você deve segui-la, mesmo que os outros digam que não pode ser verdade”. No livro
A Profecia Celestina (Objetiva) existem algumas orientações sobre como essas informações vindas de
planos superiores podem se manifestar. O reconhecimento de que as sincronicidades podem sinalizar
nossos próximos passos, a ideia de que as pessoas que cruzam o nosso caminho inesperadamente têm
sempre algo importante a nos dizer ou mesmo a sensação de que a vida sempre nos dá indicações sobre
o melhor caminho a seguir (seja por meio de uma frase lida por acaso num livro, placa ou artigo de
revista, ou mesmo num insight surgido ao contemplar a natureza) podem nos sussurrar que o mundo
externo está cheio de significados, e que podemos aprender a decifrá-los. Entrar em contato com os
anjos é como começar a falar uma nova língua, com erros e acertos. Depois de algum tempo e prática, é
provável que não seja tão difícil assim entendê-la ou expressar-se nela.