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1. Introdução:
A esclerose múltipla (EM) é uma doença imunogênica, inflamatória,
desmielinizante e neurodegenerativa que acomete a substância branca e cinzenta do
Sistema Nervoso Central (SNC). A etiologia não é bem compreendida e envolve
fatores genéticos e ambientais.
Atualmente é classificada em:
● Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR): Piora aguda do
funcionamento neurológico com recuperação total ou parcial e sem progressão
aparente da doença
● Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP): Após um curso inicial
de remitência-recorrência, a doença se torna mais progressiva com ou sem
reincidivas.
● Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP): Agravamento
progressivo da função neurológica desde o início dos sintomas
● Síndrome Clínicamente Isolada: primeira manifestação que apresenta
característica de desmielinização inflamatória sugestiva de EM, mas não
cumpre os critérios de disseminação no tempo por neuroimagem ou líquor.
Acomete adultos e jovens de 20 a 50 anos, com pico aos 30. Apresenta uma
frequência duas vezes maior em mulheres e uma menor incidência entre africanos,
orientais e indígenas, sendo assim apresenta uma maior prevalência na Europa e
América do Norte. O Brasil apresenta uma prevalência média de 8,69/100,000
habitantes com um maior índice no Sul e menor no Nordeste.
2. Mecanismo imunológicos na ação da patogênese:
O mecanismo imunológico ainda não foi evidenciado completamente, mas a
partir de estudos realizados experimentalmente em modelo induzido.
O mecanismo da imunopatogenia na esclerose múltipla envolve uma perda da
self-tolerance, com implicação das células TCD4+ e linfócitos B principalmente. O
processo patogênico em humanos é descrito como molecular mimicry, onde um
indivíduo geneticamente susceptível após sensibilização por um fator ambiental
(infecção viral ou bacteriana), irá apresentar linfócitos T reativos que reconhecem uma
proteína endógena (mielina) como uma proteína patogênica. Após a sensibilização no
sangue periférico os linfócitos T reativos migram para o sistema nervoso central
(SNC) e atravessam a barreira hematoencefálica através de interação entre a molécula
VLA-4 (very late antigen 4) com a molécula de adesão celular-vascular VCAM1
(vascular cell adhesion molecule-1). No SNC, os linfócitos são reativados pela
apresentação de peptídeos auto antígenos (MHC II), pelas células residentes (células
dendríticas, macrófagos, linfócitos B), desencadeando uma cascata inflamatória com
liberação de citocinas, quimiocinas, ativação das células da glia e infiltração de outros
linfócitos periféricos. Esse mecanismo leva a uma intensa destruição da mielina.
Assim admite-se que a principal célula no processo patológico da esclerose
múltipla é o linfócito CD4+ T-helper 1 (Th 1), responsável pela liberação de citocinas
pró inflamatórias como interferon gama (IFN-γ), interleucina 2 (IL-2), e o fator de
necrose tumoral alfa (TNF- α); seguido do Th 17 com liberação de IL-17; e Th 2
secretando IL-4, 5 e 10. As células TCD8+ estão envolvidas pois interagem com os
receptores MHC I expressos pelo oligodendrócitos e neurônios. Por fim, os linfócitos
B secretam anticorpos que irão facilitar a fagocitose e também são apresentadores de
antígenos. Essa intensa atividade inflamatória leva a formação de lesões (placas).
Sendo estas classificadas em ativas, crônicas ou remielinizadas (SIQUEIRA et al.,
2016).
3. Antígenos envolvidos na doença autoimune em questão
Antígenos da classe 2 do MHC. Os genes MHC de classe II que codificam as
duas cadeias que formam os heterodímeros funcionais HLA-DR, HLA-DQ, HLA-DP,
HLA-DM e HLA-DO. Eles exibem expressão restrita, sendo predominantemente
expressos em células apresentadoras de antígenos (APC, do inglês antigen-presenting
cells), como macrófagos, células dendríticas, células de Langerhans e de Kupffer,
assim como linfócitos B.
● Autoantígenos (comp. proteicos):
● Proteína básica da mielina (PBM);
● proteína lipoproteica (PLP);
● Autoantígenos (comp. proteicos):
1. Proteína básica da mielina (PBM);
2. proteína lipoproteica (PLP);
3. Glicoproteína de oligodendrócitos da mielina (MOG);
4. Diagnóstico Laboratorial:
Diagnóstico complexo uma vez que não apresenta marcador ou teste
diagnóstico específico. Atualmente o critério de McDonald 2017 é o mais utilizado.
Em geral o diagnóstico da EM é baseado na documentação de 2 ou mais episódios
sintomáticos que duram mais de 24 horas e ocorrem de forma distinta sendo separados
por um intervalo de pelo menos 1 mês. Exames radiológicos, exames de anti-HIV e
VDRL e dosagem sérica de vitamina B12, pois deficiência de vitamina B12, neurolues
ou infecção pelo HIV (o vírus HIV pode causar uma encefalopatia com imagens à RM
semelhantes às que ocorrem na EM), em especial a ressonância magnética, compõem
o diagnóstico e excluem outras patologias parecidas.
Após o estabelecimento do diagnóstico deve se estabelecer o estágio ou nível de
acometimento por meio da Escala Expandida do Estado de Incapacidade - EDSS.
5. principais sintomas e perdas funcionais:
A evolução, a gravidade e os sintomas da doença não são uniformes, onde o
quadro clínico é manifestado em grande parte dos casos como surtos ou ataques
agudos podendo entrar em remissão de forma espontânea ou com o uso de corticóides.
Devido a não uniformidade os sintomas podem ser graves ou simples a ponto
do paciente não notar a necessidade média até meses ou anos.
Os principais sintomas e sinais incluem:
● neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho –
escotoma – embaçamento ou perda visual)
● diplopia (visão dupla)
● paresia (dormência ou formigamento)
● alterações sensitivas e motoras dos membros
● disfunções de coordenação e equilíbrio
● dor neuropática
● espaticidade
● fadiga, disfunções esfincterianas (controle da bexiga)e
cognitivo-comportamentais (memória, atenção e processamento0
● podem ocorrer de forma isolada ou em conjunto
6. Tratamentos
● PRIMEIRA LINHA (betainterferonas, glatirâmer ou teriflunomida)
Betainterferona, glatirâmer e teriflunomida são os fármacos de primeira escolha
terapêutica. A azatioprina é considerada uma opção menos eficaz e só deve ser
utilizada em casos de pouca adesão às formas parenterais (intramuscular,
subcutânea ou endovenosa)
● SEGUNDA LINHA: betainterferona, glatirâmer, teriflunomida, fumarato de
dimetila ou fingolimode
● TERCEIRA LINHA: fingolimode
● QUARTA LINHA: natalizumabe
Esquemas de administração:
● Glatirâmer: 20 mg, por via subcutânea, 1 vez ao dia.
● Betainterferona 1a: 22 mcg, por via subcutânea, 3 vezes por semana.
● Betainterferona 1a: 44 mcg, por via subcutânea, 3 vezes por semana.
● Betainterferona 1a: 30 mcg, por via intramuscular, 1 vez por semana.
● Betainterferona 1b: 300 mcg, por via subcutânea, de 48 em 48 horas
● Teriflunomida: 14mg/dia, por via oral, 1 vez ao dia.
● Azatioprina: 2 mg/kg/dia, por via oral, 1 vez ao dia.
● Metilprednisolona (apenas para tratamento do surto de EM):1g/dia, por via
intravenosa durante 3- 5 dias.
● Fumarato de dimetila: 120 mg, por via oral, duas vezes por dia. Após 7 dias, a
dose deve ser aumentada para 240 mg, duas vezes ao dia.
● Fingolimode: 0,5 mg, por via oral, uma vez ao dia.
● Natalizumabe: 300 mg, por via intravenosa, 1 vez ao mês.
Referências:
https://www.einstein.br/doencas-sintomas/esclerose-multipla
file:///C:/Users/amand/Downloads/24511-127882-1-PB.pdf
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/abril/09/PORTARIA-CONJUN
TA-N-10-ESCLEROSE-MULTIPLA.09.04.2018.pdf
https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/10324/7511
https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/47792/1/Tese%20Esclerose%20M%c3%balt
ipla.pdf
https://www.scielo.br/j/eins/a/BWmtRz5D9YsbyqMrRrPFCXJ/?format=pdf&lang=pt
MIASTENIA GRAVIS
1. Introdução
A miastenia gravis é uma doença auto-imune que envolve a junção
neuromuscular (JNM) e caracteriza-se por fraqueza e fadiga da
musculatura esquelética, após seu uso repetitivo, seguida de recuperação
parcial com o repouso. Isto é decorrente da diminuição na disponibilidade
dos receptores pós-sinápticos à acetilcolina, através de sua inativação ou
destruição por anticorpos circulantes. A anestesia dos pacientes portadores
desta doença apresenta particularidades, principalmente no que concerne aos
bloqueadores neuromusculares.
Mecanismo imunológicos na ação da patogênese:
A Miastenia gravis é uma doença autoimune que leva à produção de
auto-anticorpos que lesam os receptores da acetilcolina existentes na
membrana muscular pós-sináptica. A incidência da Miastenia gravis é de
aproximadamente de 1 em cada 20.000 indivíduos e caracteriza-se por grau
variável de fraqueza muscular que piora ao final do dia, e cansaço rápido
quando em movimentos repetidos. Este distúrbio pode ser acompanhado
de outras alterações auto-imunes, como lúpus eritematoso sistêmico,
hipertireoidismo, e artrite reumatóide. Não se sabe a causa definitiva dessa
produção de auto-anticorpos. Acredita-se que possa ser um defeito de
imunorregulação ou predisposição genética. Em geral, a Miastenia gravis
se associa à anormalidades no timo, sendo que 20 a 50% dos pacientes
miastênicos apresentam timoma, cuja incidência é maior nos pacientes acima
de 30 anos, que apresentam melhora da sintomatologia após a timectomia. A
hiperplasia do timo é mais frequente nos pacientes mais jovens. Os receptores
da acetilcolina (RAC) podem ser divididos em dois tipos, de acordo com sua
meia-vida. A maioria dos receptores colinérgicos (80%) é estável, e possui
meia-vida de aproximadamente 12 dias. Os restantes possuem uma
"recaptação" rápida, tendo uma meia-vida de aproximadamente 1 dia
Acredita-se que estes sejam os precursores dos receptores estáveis, e sofrem
ação dos anticorpos anti-receptores da acetilcolina (anti-RAC), causando
diminuição do número de receptores com meia-vida maior. Na Miastenia
gravis ocorre diminuição dos receptores para acetilcolina, causado
principalmente por: 1. lise mediada por complemento. 2. bloqueio
funcional por aumento da degradação. 3. redução do número de receptores
ativos. Há estudos que tentam demonstrar que a causa principal não é
uma diminuição dos receptores de acetilcolina na membrana pós sináptica,
mas uma disfunção em receptores pré-sinápticos. No entanto, foi
constatado que os estoques pré-sinápticos de acetilcolina e sua liberação
sofrem um aumento de até três vezes em relação ao paciente normal.
2. Antígenos envolvidos na doença autoimune em questão:
A maneira como se inicia a produção de anticorpos contra os receptores de
acetilcolina na Miastenia gravis auto-imune ainda é desconhecida. Existe a
hipótese de que o timo teria alguma relação com a MG, porém isso ainda
não é claramente definido. Pode-se dizer que a ação do timo na
transmissão sináptica da JNM na MG ocorre através da presença de um
antígeno que transforma linfócitos normais em linfócitos
imunocompetentes.
3. Diagnóstico laboratorial:
O diagnóstico da MG geralmente é clínico, a partir dos sinais e sintomas
da doença. Entretanto, em pacientes que apresentam fraqueza focal de
certos grupos musculares, o diagnóstico pode ser difícil. Por este motivo é
realizado um teste farmacológico com uma droga anticolinesterásica
(Tensilon®), que aumenta a probabilidade de ligação da ACh com os
AChR remanescentes, produzindo melhora da força muscular. O
eletrodiagnóstico, através do teste de estimulação motora repetitiva, pode
auxiliar na detecção e avaliação. Finalmente, anticorpos contra os AChR
podem ser detectados no soro de aproximadamente 80% dos pacientes
miastênicos. Entretanto, o nível medido de anticorpos contra AChR, não se
correlaciona com a intensidade da doença em muitos dos pacientes.
4. Principais sintomas e perdas funcionais:
A Miastenia gravis caracteriza-se principalmente por fraqueza e fadiga. A
primeira geralmente nos músculos extra-oculares, com ptose e diplopia,
chegando a acometer inicialmente 40% dos pacientes.
A sintomatologia pode limitar-se aos músculos oculares ou apresentar um
quadro generalizado de caráter leve ou grave, com exacerbação no final do
dia, após atividades extenuantes, ou com o uso contínuo da musculatura
extra-ocular. Outros músculos bulbares podem ser afetados, causando
disartria, disfagia, regurgitação nasal e comprometimento dos nervos
cranianos, o que leva a uma limitação dos movimentos faciais. Esta
sintomatologia torna-se mais evidente após atividade contínua dos
músculos afetados ou quando o paciente está cansado. A fraqueza
respiratória isolada ou combinada com a paralisia da deglutição é a
complicação mais temida, sendo comum na crise miastênica. Além da
fadiga, a presença de infecção, principalmente respiratória, pode levar à
insuficiência grave, mesmo nos pacientes sem queixa anterior. Os pacientes
miastênicos podem ser agrupados de acordo com a classificação de Osserman
em:
Grupo I: Que apresentam somente miastenia ocular (aproximadamente
20% dos pacientes)
Grupo IIA: Miastenia generalizada leve com evolução lenta; ausência de
crise respiratória; com resposta ao tratamento farmacológico (30% dos
pacientes).
Grupo IIB: Miastenia generalizada moderada, com envolvimento
esquelético e bulbar intenso, sem crises respiratórias; a resposta à terapia
farmacológica é menos satisfatória (20% dos pacientes).
Grupo III: Miastenia fulminante, de evolução rápida, com crise
respiratória e má resposta à terapia farmacológica. Há incidência elevada
de timoma com alta mortalidade (11% dos pacientes miastênicos).
Grupo IV: Miastenia grave tardia é um quadro idêntico ao grupo III, com
crise respiratória e alta mortalidade, resultado da progressão dos tipos I e
II (9% dos pacientes).
Geralmente a distribuição e a gravidade da doença são determinadas entre
o primeiro e terceiro ano após o início da sintomatologia, com influência
dos seguintes fatores:
1. a margem de segurança da transmissão neuromuscular; 2. a rápida
síntese de receptores para acetilcolina na tentativa de compensar o déficit
destes; 3. diferença da molécula dos receptores colinérgicos nos músculos e
entre as pessoas.
Como a miastenia pode acometer qualquer faixa etária podemos dividir a
apresentação da doença em cada idade: 1. Miastenia transitória (neonatal) -
Geralmente ocorre em 20 a 50% dos neonatos de mães portadoras de miastenia.
Dificuldade para sucção, alterações respiratórias, ptose palpebral e alterações
na musculatura facial são os sintomas que poderão aparecer imediatamente ao
nascimento ou entre 12 a 48 horas após. Geralmente necessitará de tratamento
durante 2 meses, sendo que nos casos graves usa-se neostigmina oral de 1 a 5
mg.
. Miastenia infantil ou congênita - Alteração
genética que causa deficiência nos receptores de acetilcolina na membrana
pós-sináptica25. A sintomatologia geralmente manifesta-se até os dois anos
sendo mais comum em homens. Este tipo de miastenia é rara quando a mãe não
é miastênica e evolui com baixa mortalidade. 3. Miastenia no jovem - 4% dos
casos de miastenia ocorrem antes dos 10 anos e 24% depois dos 20 anos. É
determinada por uma desordem auto-imune diferente da forma infantil que
apresenta um componente genético. Há predomínio de mulheres em relação aos
homens (4:1) e o timo geralmente apresenta-se com hiperplasia. A doença tem
um curso lento com tendência à remissão. 4. Miastenia no adulto. Incide
aproximadamente em 1 a cada 20.000 adultos30. Em adultos com menos de 50
anos há um predomínio de mulheres (2:1), ocorrendo uma equivalência após
esta idade. A hiperplasia do timo aparece em 70% dos indivíduos e 10% a 15%
apresentam timomas (de caráter benigno ou com invasão local) sendo mais
comum nos pacientes mais idosos. Os homens tendem a apresentar uma doença
de caráter mais agressivo, com alta mortalidade e baixa remissão. Em 3/4 dos
pacientes que apresentam como sintoma inicial ptose ou diplopia, a doença
pode generalizar-se com fraqueza da musculatura do faringe e laringe
resultando em disfasia, disartria e dificuldade para eliminar as secreções orais.
Se o paciente sobrevive à crise, ela continua com a forma crônica, apresentando
períodos de exacerbação.
5. Tratamento:
O tratamento da Miastenia gravis consiste em: 1. Melhorar a transmissão
neuromuscular com o uso de anticolinesterásicos; 2. Supressão do sistema
imunológico com o uso de corticóides e ciclosporina; 3. Diminuição do
nível de antígenos circulantes por plasmaferese.
1. Anticolinesterásicos: neostigmina, piridostigmina e ambenônio são as drogas
padrões usadas no tratamento sintomático da miastenia. Eles agem
preservando a acetilcolina da degradação pela colinesterase, conseguindo
atingir uma concentração eficaz para a estimulação da membrana
pós-sináptica. A dose ótima é determinada de forma empírica, através de
aumentos graduais até remissão da sintomatologia. Estudos em animais
mostraram que o uso crônico de inibidores da colinesterase leva a alterações na
configuração dos receptores colinérgicos, similar às observadas no paciente
com miastenia. A dose oral varia de 7,5 a 15 mg para a neostigmina, 30 a 60
mg para a piridostigmina e 2,5 a 5 mg para o ambenônio. O resultado da dose
ótima pode ser confirmado pelo teste do edrofônio. Se for adequado,
aumentando-se a dose não ocorrerá alteração ou haverá redução da força
muscular. Caso não esteja em quantidade adequada, ocorrerá melhora da força
muscular. O intervalo entre as doses é de 2 a 4 horas para a neostigmina, e de 3
a 6 horas para a piridostigmina e ambenônio. Geralmente há preferência, por
parte dos pacientes, pela piridostigmina, por sua maior duração de ação e
menor incidência de efeitos colaterais.
2. Corticosteróide: geralmente levam a uma melhora ou remissão em
aproximadamente 80% dos casos (entre 12 horas a 30 dias do início do
tratamento), sendo a prednisolona o corticosteróide de escolha. Devido as
complicações com o uso prolongado deve-se tentar diminuir a dosagem ou
descontinuar a terapia após a remissão.
2.1. Drogas Imunossupressoras: as drogas mais usadas são a azatioprina e a
ciclosporina A. Esta é mais seletiva e requer um tempo de ação menor que
a azatioprina, mas como produz reações adversas, principalmente
disfunção hepática e nefrotoxicidade, é usada somente em pacientes com
miastenia grave. Quando usamos drogas imunossupressoras ocorre uma
menor necessidade do uso de corticosteróide e plasmaferese. 3.
Plasmaferese: o tratamento induz diminuição na concentração de
anticorposIgG, contra receptores da acetilcolina.
Referências
https://www.bjan-sba.org/article/5e498bc40aec5119028b47bd/pdf/rba-43-6-373.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN%2013%2003/Pages%20fro
m%20RN%2013%2003-5.pdf
https://www.scielo.br/j/rba/a/86BPFXBTrKgJLmVDzVddKJK/?format=pdf&lang=pt
DIABETES MELLITUS
1. Introdução:
Acredita-se que fatores ambientais tais como infecções virais e exposição a produtos
tóxicos para as células beta das ilhotas pancreáticas sejam agentes agressores
potencialmente capazes de induzir a morte celular e exposição de auto antígenos
pancreáticos para reconhecimento pelo sistema imune.
4. Diagnóstico Laboratorial:
● Insulinoterapia A insulina deve ser iniciada assim que for feito o diagnóstico de
DM1. A escolha do melhor esquema terapêutico deve levar em consideração as
características das insulinas, idade, estágio puberal, horário de escola/ trabalho,
atividades físicas, padrão de alimentação e, mais importante, aceitação do
esquema proposto pelo paciente e pela família.
Referências:
https://www.cienciasaude.uniceub.br/cienciasaude/article/viewFile/3406/3070
https://www.diabetes.org.br/publico/images/pdf/posicionamento-diagnostico-tratament
o-dm1-final.pdf
https://www.scielo.br/j/ramb/a/hHmsBFqrwJFcZ9jzs66MjPD/?lang=pt
TIREOIDITE DE HASHIMOTO
I. Definição
É uma doença autoimune na qual os anticorpos produzidos pelo organismo
acabam atacando as células tireoidianas e destruindo-as.
Ela é a causa mais frequente do hipotireoidismo (diminuição dos hormônios
tireoidianos).
A tireoidite de Hashimoto é mais frequente entre mulheres, sobretudo nas
idosas, e tem tendência familiar.
Tanto fatores ambientais (estresse, infecção, drogas, tabagismo, iodo)
quanto genéticos têm papel importante na expressão da doença.
O excesso de iodo pode culminar em lesões nas células tireoidianas. Essas
células rompem quando estão expostas a uma quantidade grande dessa
substância; além disso, o iodo pode levar a modificação de algumas
proteínas da tireoide, que passam a não serem reconhecidas pelo sistema
imunológico e atacadas. Não deve eliminar o iodo da dieta, mas evitar os
excessos.
Caso o médico detecte uma ou mais massas (nódulos) na tireoide, ele pode
solicitar a ultrassonografia para se chegar ao diagnóstico. É possível
observar as alterações causadas pelas lesões das células produzidas pelos
auto-anticorpos. As células atacadas vão morrendo, necrosando e tem uma
refringência diferente que um bom ultrassonografista consegue ver.
https://www.scielo.br/j/abem/a/wZQXj4yvdsxcRPRBxDqtrfw/?lang=pt&format=pdf
https://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3
%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/tireoidite-de-hashimoto
http://www.sbai.org.br/revistas/Vol244/imuno.htm
DOENÇA DE GRAVES
I. Definição da doença
É uma doença autoimune, que gera uma anomalia no funcionamento da
glândula tireóide.
Exames laboratoriais
Além disso, o médico pode pedir exames como cintilografia da tireoide, tomografia
computadorizada ou ressonância magnética, inclusive para avaliar o funcionamento de
outros órgãos, como olhos e coração.
Doses altas de iodo radioativo são usadas para destruir parte da glândula,
reduzindo a produção de hormônios. Com o tempo, o indivíduo pode
desenvolver hipotireoidismo e precisar de tratamento de reposição com
hormônios. Por isso, as pessoas tratadas devem ser acompanhadas durante
muitos anos. O tratamento com Iodo Radioativo é contraindicado durante a
gravidez e a amamentação e em pacientes com orbitopatia ativa devido a seu
agravamento.
Também pode ser feita cirurgia para retirar toda a glândula ou parte dela.
Após cirurgia total, é preciso fazer reposição com hormônios. No caso de
cirurgia parcial é necessário um acompanhamento prolongado porque pode
haver recidiva do hipertireoidismo ou hipotireoidismo, exigindo reposição
hormonal, dependendo da atividade da glândula restante.
https://labtestsonline.org.br/conditions/doenca-de-graves
https://www.sanarmed.com/resumo-doenca-de-graves-ligas
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-meta
b%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipertireoidismo
DOENÇA DE CROHN
I. Definição da doença
As causas ainda não estão totalmente esclarecidas, mas sabemos que, tanto
a doença de Crohn quanto a retocolite ulcerativa apresentam influências
de fatores genéticos e ambientais.
A doença começa com inflamação das criptas e dos abscessos, que progridem
para pequenas úlceras aftóides. Essas lesões da mucosa podem evoluir para
úlceras profundas transversais e longitudinais com edema mucoso entre as
úlceras, criando, no intestino, aspecto característico de pedra de calçamento.
ANCA
Utilizado para definir colite ulcerativa. Nos casos de Crohn, quando positivo, pressupõe um
comportamento da doença similar ao que ocorre na colite ulcerativa.
➜ Febre
➜ Perda de apetite
➜ Perda de peso
A doença pode surgir de forma súbita ou gradual. Nos pacientes com evolução
gradual, os sinais e sintomas vão surgindo lentamente ao longo do ano.
● Cálculos biliares
● Absorção inadequada de nutrientes (má absorção)
● Infecções do trato urinário
● Cálculos renais
● Depósito de proteínas amilóides em diversos órgãos (amiloidose)
https://www.abcd.org.br/sobre-a-doenca-de-crohn/
https://www.mdsaude.com/gastroenterologia/doenca-de-crohn/#O_que_e_a_do
enca_de_Crohn
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/doen%
C3%A7as-intestinais-inflamat%C3%B3rias-dii/doen%C3%A7a-de-crohn
DOENÇA CELÍACA
Definição da doença;
AMBIENTAIS:
O glúten é o fator indutor da doença. Trata-se de uma proteína existente em diversos
cereais, constituída por prolaminas e gluteninas. As prolaminas tóxicas encontram-se
no trigo (gliadina), cevada (hordeina) e centeio (secalina). Estes péptidos são
resistentes à digestão pelas enzimas gástricas e pancreáticas e alcançam a lâmina
própria do intestino delgado, possivelmente em consequência de aumento da
permeabilidade intestinal. Esses peptídeos são responsáveis pela ativação das células
T CD4+ e do sistema imune inato.
GENÉTICOS
A doença celíaca está associada com alguns alelos HLA específicos como HLA DQ2
(90% dos casos) e HLA DQ8 (10% dos casos).
Aproximadamente 90% dos pacientes celíacos possuem o alelo DQ2 positivo e 10%,
o alelo DQ8 positivo.
Por outro lado, 15%-20% da população geral são DQ2 ou DQ8 positivo, evidenciando
que esses indivíduos carregam os alelos de risco para a doença celíaca. O
desenvolvimento da doença celíaca é multigênica, sendo os alelos DQ2 e DQ8
componentes essenciais.
IMUNOLÓGICOS
.Este complexo passa a ser reconhecido por receptores localizados na superfície das
células T CD4+ da mucosa intestinal
Diagnóstico Laboratorial;
O diagnóstico pode ser feito por critérios clínicos, histológicos (biópsia intestinal),
sorológicos e moleculares.
Nos adultos, cansaço, fraqueza e anorexia são mais comuns. Diarreia leve e
intermitente algumas vezes é o sintoma inicial. A esteatorreia (fezes malcheirosas,
pálidas, volumosas e gordurosas) varia de leve a grave (7 a 50 g de gordura/dia).
Alguns pacientes têm perda ponderal, raramente o suficiente para ficarem
emagrecidos. Anemia, glossite, estomatite angular e úlceras aftoides são geralmente
vistas nesses pacientes. Manifestações da deficiência de vitamina D e cálcio (p. ex.,
osteomalacia, osteopenia, osteoporose) são comuns. Tanto homens como mulheres
podem ter fertilidade reduzida; mulheres podem não ter períodos menstruais.
Referências Bibliográficas
http://bvs.saude.gov.br/dicas-em-saude/2061-doenca-celiaca
http://www.eloizaquintela.com.br/guide_lines/DCA%20CELIACA%20III.PDF
http://revistadepediatriasoperj.org.br/detalhe_artigo.asp?id=115
http://laboratorioduarte2014.masterix2.com.br/uploads/laboratorio_duarte_2014/arqui
vos/doenca-celiaca-recomendacoes-para-o-diagnostico.pdf
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/
s%C3%ADndromes-de-m%C3%A1-absor%C3%A7%C3%A3o/doen%C3%A7a-cel%
C3%ADaca