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Caderno de Revisão de Direito Constitucional
Caderno de Revisão de Direito Constitucional
Schmitt
Kelsen
sociológica; 1) Antigo
b) jurídico-positivo: é a Constituição escrita,
● Povo Hebreu – Estado teocrático.
formal, o documento supremo que dá ori-
gem a todas as demais normas do ordena- ● Cidades-Estado Gregas - século V a.C.,
mento; onde havia ampla participação dos gover-
Conduz ao conceito de uma Constituição To- nados na condução do processo político
tal em uma visão suprema e sintética que (democracia direta).
“...apresenta, na sua complexidade intrín-
seca, aspectos econômicos, sociológicos, ju- 2) Medieval
rídicos e filosóficos, a fim de abranger o seu
Culturalista
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5.5. Teoria da democracia dualista um corpo imaterial (místico), invisível, imortal e in-
capaz de qualquer imperfeição. Tal dualidade exi-
A teoria da democracia dualista, defendida por
gia tratamento jurídico diferenciado para cada um
Bruce Ackerman, sustenta que as decisões adota-
dos “corpos”.
das pelo próprio povo, em contextos de grande
mobilização cívica, devem ser protegidas do al-
6. Princípios de interpretação constituci-
cance da vontade dos representantes do povo, for-
mada em momentos em que a cidadania não esteja onal
intensamente envolvida. Esta teoria distingue a po- a) Unidade
lítica extraordinária, correspondente àqueles "mo- O texto deve ser interpretado de forma a evitar
mentos constitucionais", da política ordinária, que contradição entre as normas e os princípios consti-
se realiza através das deliberações do dia a dia dos tucionais. Assim, não há contradição verdadeira
órgãos representativos. A política extraordinária entre as normas constitucionais, o conflito é ape-
não exige, necessariamente, formalização procedi- nas aparente. A análise das normas deve ser inte-
mental através de assembleia constituinte ou de grada e não isolada. Não existe hierarquia entre as
emenda constitucional, se situa em patamar supe- normas da CF.
rior à política ordinária e pode legitimamente im-
b) Concordância prática/harmonização
por limites a esta.
Impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso
5.6. Liberalismo igualitário de conflito, de modo a evitar o sacrifício total de
uns em relação aos outros. É geralmente usado na
O liberalismo igualitário é uma vertente do libera- solução de colisão de direitos fundamentais. Ex:
lismo político. Daí a sua dimensão liberal que se ex- manifestação de pensamento x vida privada.
prime no reconhecimento da prioridade dos direi-
c) Justeza/conformidade
tos individuais diante dos interesses do Estado ou
da coletividade. Esta ideia foi bem sintetizada por Impõe aos órgãos encarregados da interpretação
John Rawls, na abertura da sua obra clássica sobre constitucional a obrigação de não chegar a um re-
a Teoria da Justiça: "Cada pessoa possui uma invio- sultado que subverta o esquema organizató-
labilidade fundada na justiça que nem o bem-estar rio funcional estabelecido pela CF.
da sociedade inteira pode sobrepujar (...). Por- d) Máxima efetividade/eficiência/interpreta-
tanto, numa sociedade justa as liberdades decor- ção efetiva
rentes da igual cidadania são garantidas, e os direi- O intérprete deve atribuir à norma constitucional o
tos assegurados por razões de justiça não se sujei- sentido que lhe dê mais efetividade social. Visa ma-
tam à barganha política ou a cálculos de interesse ximizar a norma. Sua utilização se dá principal-
social". mente na aplicação dos direitos fundamentais.
Pode-se falar, neste sentido, que o liberalismo e) Efeito integrador
igualitário, como todo liberalismo, é individualista,
Busca que na interpretação da CF seja dada prefe-
pois o seu foco prioritário se centra no indivíduo, e
rência às determinações que favoreçam a integra-
não em qualquer entidade supraindividual como o
ção política e social.
Estado, a Nação, a classe social ou o grupo étnico.
f) Força normativa
5.7. Teoria dos “Dois Corpos do Rei” Atua como um apelo ao intérprete nas interpreta-
Presente em toda a Europa, com destaque na Ingla- ções, como representação de um objetivo a ser
terra, onde se desenvolveu em uma teoria política perseguido. Nas possíveis interpretações, deve ser
ou legal. Segundo a referida doutrina, a figura adotada a que dê maior eficácia/aplicabilidade e
do Rei se subdividia em dois "corpos": a pessoa na- permanência às normas constitucionais.
tural (física) do rei, semelhante a de qualquer ou- g) Ponderação
tro homem, sendo, portanto, material e corruptí- • A colisão entre princípios, segundo a teoria pre-
vel, e, também, a figura do representante político, dominante, é resolvida por um juízo de pondera-
ção. Neste caso, conforme aponta GONET
BRANCO, em Juízo de Ponderação na Jurisdição
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• É possível a modificação de competência (ex: ma- • Criação do habeas corpus (possuía um sentido
téria era de competência da União e passa à com- mais amplo).
petência dos Estados). O contrário não é possível: • Adotou-se o modelo de controle de constitucio-
não cabe cogitar a ocorrência de federalização das nalidade difuso\concreto (inspiração norte-ameri-
normas estaduais ou municipais, como resultado cana).
de alteração na regra constitucional de competên- • Possibilidade de controle judicial de constitucio-
cia. Na situação inversa - competência da União na nalidade.
Constituição pretérita e competência dos estados • CF passou a ser rígida.
ou dos municípios na nova Constituição -, a legisla-
ção federal pretérita seria recepcionada (caso hou- 10.3. Constituição de 1934
vesse compatibilidade). • Influência da Constituição Alemã de Weimar.
• Caráter extremamente nacionalista, com proibi-
10. História constitucional brasileira ção de algumas atividades por empresas estrangei-
ras, nacionalização de empresas e proteção aos di-
10.1. Constituição de 1824 reitos do trabalhador.
• Outorgada. • Voto secreto
• Inspirada em ideias francesas e inglesas, com in- • Aspectos importantes:
fluências da Constituição portuguesa. • Foi extinto o cargo de vice-presidente.
• O Brasil era um Estado Unitário (Monarquia Uni- • Foram impostas restrições à imigração.
tária), com o território dividido em províncias. • Criação do MS e da Ação Popular.
• Voto censitário e eleição indireta. • Manteve o controle de constitucionalidade di-
• Catolicismo era a religião oficial. fuso, implementando o controle concentrado.
• Cabia à Assembleia Geral guardar e zelar pela • Resolução suspensiva do Senado
Constituição. • Representação Interventiva
• Presença de direitos fundamentais. • Previsão de Decretos-Lei.
• Previa a existência de 4 Poderes: Executivo, Legis- • Bicameralismo desigual.
lativo, Judiciário e Moderador, que existia para im- • Criação da cláusula de reserva de plenário (full
por pretenso equilíbrio aos outros Poderes. bench).
• Rio de Janeiro era a capital federal. • Criação de direitos sociais.
• É apontada por alguns autores como a 1ª Consti- • Direito de voto para a mulher.
tuição do mundo que trouxe um rol de direitos in-
dividuais fundamentais (outros dizem que foi a 10.4. Constituição de 1937
Constituição da Bélgica de 1831). • Inspirada na Constituição Polonesa (por isso ficou
• Constituição semirrígida. conhecida como Polaca).
• Não possuía nenhum mecanismo de controle de • O Estado era autoritário, apresentando caracte-
constitucionalidade. rísticas ditatoriais fascistas.
• Eleições voltaram a ser indiretas.
10.2. Constituição de 1891 • Havia a previsão da pena de morte.
• Influência da Constituição dos EUA – “Estados • Havia a possibilidade de censura.
Unidos do Brasil” • Direitos fundamentais enfraquecidos.
• O Brasil passou a ser uma República (forma de • Política populista, consolidou a CLT e outros direi-
governo), Federativa (forma de Estado), Presiden- tos trabalhistas.
cialista (sistema de Governo). • Não previu o MS e nem a Ação Popular.
• Embora tenha assegurado forma federativa de • Extinguiu a Justiça Federal.
Estado, não assegurou autonomia dos municípios).
• Voto universal. Voto descoberto. E voto direto. 10.5. Constituição de 1946
• Separou o Estado da Igreja (Brasil passou a ser um • Convocada após a saída de Vargas, contou com a
Estado laico – sem religião oficial). MPGO/2019.1 participação de diversas correntes políticas.
• 3 Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Ins-
tituiu o Legislativo estadual.
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• Aumento da autonomia dos Estados e dos Muni- Datada de 05/10/1988, a Constituição inaugurou
cípios. um novo arcabouço jurídico-institucional no país,
• Voto universal e obrigatório. Eleições voltaram a com ampliação das liberdades civis e dos direitos e
ser diretas. garantias individuais. A nova Carta consagrou cláu-
• Garantia da liberdade de opinião e de pensa- sulas transformadoras com o objetivo de alterar re-
mento. lações econômicas, políticas e sociais, concedendo
• Criação do TFR – Tribunal Federal de Recursos. direito de voto aos analfabetos e aos jovens de 16
• Manteve o controle difuso, mas a EC 16/65 criou e 17 anos. Estabeleceu também novos direitos tra-
a representação de inconstitucionalidade (era a balhistas, como redução da jornada semanal de 48
atual ADI), tendo como único legitimado o PGR para 44 horas, seguro-desemprego e férias remu-
para impugnação da lei em tese). neradas acrescidas de um terço do salário.
• EC 04/61: introduziu o parlamentarismo.
• EC 06/63: voltou com o presidencialismo. Outras medidas adotadas Constituição de 88 fo-
• MS e AP foram restabelecidos. ram: instituição de eleições majoritárias em dois
• Determinou o ensino religioso nas escolas. turnos; direito à greve e liberdade sindical; au-
mento da licença-maternidade; licença-paterni-
10.5. Constituição de 1967 dade de cinco dias; criação do STJ em substituição
• Sofreu influência da Constituição de 1937. ao TFR; criação dos mandados de injunção, de se-
• Representava os ideais e princípios do Golpe Mi- gurança coletivo e restabelecimento do habeas
litar: preocupação com a "segurança nacional"; corpus. Foi também criado o habeas data (instru-
conferiu amplos poderes para a União e para o Pre- mento que garante o direito de informações relati-
sidente. vas à pessoa do interessado, mantidas em registros
• Eleições diretas e secretas para Deputados e Se- de entidades governamentais ou banco de dados
nadores. Eleição indireta pra Presidente. particulares que tenham caráter público).
• Centralização dos poderes políticos na União, es-
pecialmente nas mãos do Presidente; Destacam-se, ainda, as seguintes mudanças; re-
• Possibilidade de o Presidente expedir decretos- forma no sistema tributário e na repartição das re-
lei, tendo força de lei; ceitas tributárias federais, com propósito de forta-
• Redução dos direitos individuais com a possibili- lecer estados e municípios; reformas na ordem
dade de suspensão desses direitos em caso de econômica e social, com instituição de política agrí-
"abuso". cola e fundiária e regras para o sistema financeiro
• Em 1968 foi baixado o AI-5. nacional; leis de proteção ao meio ambiente; fim
da censura em rádios, TVs, teatros, jornais e de-
10.6. Constituição de 1988 mais meios de comunicação; e alterações na legis-
lação sobre seguridade e assistência social.
• Ampliação dos legitimados da ADI.
• Criação da ADPF.
• Ampliação dos remédios constitucionais.
• Reclamação constitucional (passa a ter natureza
constitucional).
• Criação do IDC (art. 109, § 5°, CF).
• EC 3\93 – criou a ADC.
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1º. Deveres de proteção: princípio da propor- 2) ativo: indivíduo possui competências para
cionalidade como parâmetro e limite da influenciar a formação da vontade do Estado
proibição da proteção deficiente (ex: exercício do direito de voto);
(MPSP/2019 – 2ª fase); 3) negativo: reserva contra ingerências do Es-
2º. Eficácia irradiante (Daniel Sarmento): di- tado;
reitos fundamentais como vetores deter- 4) positivo (civitatis): direitos prestacionais.
minantes da atuação do Legislativo ao ela-
borar a lei, da Administração Pública ao
“governar” e do Judiciário ao resolver Direitos fundamentais em espécie
eventuais conflitos.
3º. Procedimentos e instituições próprios, Liberdade de expressão
adequados e eficazes para que os direitos • MPBA/2018: O direito fundamental à liberdade
saiam do papel e ganhem concretude. de expressão é passível de sofrer restrições por
meio de lei, inclusive em hipóteses não previstas
Eficácia de modo expresso na CF. Segundo Gilmar Men-
des, a Carta brasileira não adotou a fórmula alemã
Eficácia vertical, horizontal e diagonal de prever, explicitamente, que a liberdade de ex-
pressão possa ser limitada por leis destinadas a
1. Vertical: relação hierarquizada ou subordi-
proteger a juventude. Isso não impede que, no
nada. Ex: Estado x particular.
Brasil, sejam editadas leis, com o fito de preservar
2. Horizontal: relação de igualdade jurí-
valores relevantes da juventude, restringindo a li-
dica. Ex: Particular x Particular.
berdade de expressão. Isso porque não são apenas
3. Diagonal: relação de desequilíbrio fático
e/ou jurídico. Ex: relações consumeristas e aqueles bens jurídicos mencionados expressa-
trabalhistas. mente pelo constituinte (como a vida privada, a in-
4. Vertical com repercussão lateral: legis- timidade, a honra e a imagem) que operam como
lador x jurisdicionado. limites à liberdade de expressão. Qualquer outro
valor abrigado pela CF pode entrar em conflito com
essa liberdade, reclamando sopesamento, para
Eficácia indireta e direta
que, atendendo ao critério da proporcionalidade,
Distinção que surge no contexto da eficácia hori- descubra-se, em cada grupo de casos, qual princí-
zontal dos direitos fundamentais, isto é, no âm- pio deve sobrelevar.
bito de sua aplicação às relações privadas
1. Indireta ou mediata: os direitos funda- A situação do transgênero
mentais são aplicados de maneira reflexa nas
relações privadas, em 2 dimensões: • Transgênero pode alterar seu prenome e
a. Proibitiva, significando que o legisla- seu gênero...
dor que não poderá editar lei que viole ✓ Independentemente de cirurgia de
os direitos fundamentais; transgenitalização (STJ, Info 608);
b. Positiva, determinando que o legisla- ✓ Independentemente de autorização
dor implemente os direitos fundamen- judicial (STF, Info 892).
tais. • Basta sua manifestação de vontade, que
2. Direta ou imediata: alguns direitos funda- poderá ser exercida...
mentais podem ser aplicados às relações pri- ✓ Pela via judicial;
vadas sem que haja necessidade de "inter- ✓ Pela via administrativa.
mediação legislativa" para sua concretização. • Nas certidões do registro não constará ne-
nhuma observação sobre a origem do ato,
Teoria dos 4 status (Jellinek) vedada a expedição de certidão de inteiro
1) passivo (subjectionis): subordinação do teor, salvo a requerimento do próprio inte-
indivíduo aos poderes públicos; ressado ou por determinação judicial. Efe-
tuando-se o procedimento pela via judicial,
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Mínimo existencial
A cláusula da reserva do possível – que não pode
ser invocada, pelo poder público, com o propósito
de fraudar, de frustrar e de inviabilizar a implemen-
tação de políticas públicas definidas na própria CF
– encontra insuperável limitação na garantia cons-
titucional do mínimo existencial, que representa,
no contexto de nosso ordenamento positivo, ema-
nação direta do postulado da essencial dignidade
da pessoa humana (ARE 639.337 AgR, Min. Celso
de Mello, j. 23-8-2011).
• STF: “[...] Dizer que a ação estatal deva caminhar
no sentido da ampliação dos direitos fundamentais
e de assegurar-lhes a máxima efetividade possível,
por certo, não significa afirmar que seja terminan-
temente vedada qualquer forma de alteração res-
tritiva na legislação infraconstitucional, desde que,
é claro, não se desfigure o núcleo essencial do di-
reito tutelado [...]”.
• STF, RE 592581 - É lícito ao Judiciário impor à Ad-
ministração Pública obrigação de fazer, consistente
na promoção de medidas ou na execução de obras
emergenciais em estabelecimentos prisionais para
dar efetividade ao postulado da dignidade da pes-
soa humana e assegurar aos detentos o respeito à
sua integridade física e moral [...].
Jurisprudência
• A administração penitenciária, com fundamento
em razões de segurança pública, de disciplina prisi-
onal ou de preservação da ordem jurídica, pode,
sempre excepcionalmente, e desde que respeitada
a norma inscrita no art. 41, § único, da Lei 7.210/84,
proceder a interceptação da correspondência re-
metida pelos sentenciados, eis que a cláusula tute-
lar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode
constituir instrumento de salvaguarda de práticas
ilícitas. (STF - HC 70814 SP, Rel. CELSO DE MELLO,
01/03/1994).
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1 2 3 4 1. Irrenunciabilidade
✓ É admissível a renúncia ao EXERCÍCIO dos
Federalismo direitos fundamentais, como corolário do
livre desenvolvimento da personalidade.
• O princípio federativo tem por elemento informa- 2. Inalienabilidade
dor a pluralidade consorciada e coordenada de 3. Imprescritibilidade
mais de uma ordem jurídica incidente sobre um 4. Historicidade
mesmo território estatal, posta cada qual no âm- 5. Limitabilidade
bito de competências previamente definidas 6. Concorrência
(MPPR/2019).
• ADI 227/RJ: "A Constituição Federal, ao conferir Direitos e garantias individuais e coletivos
aos Estados a capacidade de auto-organização e de
autogoverno, impõe a obrigatória observância aos
Liberdade da manifestação do pensamento
seus princípios, entre os quais o pertinente ao pro- • MPGO/2019. Segundo entendimento do STF, a li-
cesso legislativo, de modo que o legislador consti- berdade de imprensa tem, na CF de 1988, caracte-
tuinte estadual não pode validamente dispor sobre rística de “sobredireito”, com precedência sobre a
as matérias reservadas à iniciativa privativa do imagem, a honra, a intimidade e a vida privada, o
Chefe do Executivo". É INCORRETO afirmar, por- que afasta a possibilidade de controle prévio, pelo
tanto, que “O princípio da autonomia dos Estados Poder Judiciário, sobre o exercício de referida liber-
membros [...] autoriza o Estado membro a estabe- dade. A Constituição protege a liberdade de ex-
lecer, no âmbito de sua Constituição, regras para o pressão no seu duplo aspecto: positivo e negativo.
aumento de remuneração e concessão de vanta- O POSITIVO é a livre possibilidade de manifestação
gens pecuniárias a servidores públicos” de qualquer pessoa e permite a responsabilização
(MPGO/2019). nos termos constitucionais. É a liberdade com res-
ponsabilidade. O NEGATIVO proíbe a ilegítima in-
3. Direitos e Garantias fundamentais (5° a tervenção do Estado por meio de censura prévia.
17, CF) No julgamento da ADPF 130, o STF proibiu enfati-
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camente a censura de publicações jornalísticas,
12 13 14 15 16 17 bem como tornou excepcional qualquer tipo de in-
tervenção estatal na divulgação de notícias e de
Noções gerais opiniões, já que “os direitos que dão conteúdo à li-
berdade de imprensa são bens de personalidade
● O princípio da anterioridade eleitoral, em-
que se qualificam como SOBREDIREITOS. Daí que,
bora não expressamente enumerado no
no limite, as relações de imprensa e as relações de
artigo 5.º da CF, caracteriza-se como uma
intimidade, vida privada, imagem e honra são de
garantia fundamental, oponível até
mútua excludência, no sentido de que as primeiras
mesmo à atividade do legislador consti-
se antecipam, no tempo, às segundas; ou seja, an-
tuinte derivado (trata-se, portanto, de
tes de tudo prevalecem as relações de imprensa
como superiores bens jurídicos e natural forma de
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controle social sobre o poder do Estado, sobrevindo x Não cabe HC para trancamento de per-
as demais relações como eventual responsabiliza- secução penal referente à infração pe-
ção ou consequência do pleno gozo das primeiras.” nal à qual seja cominada tão somente
Afirmou-se, ainda, que a liberdade de expressão pena de multa (S. 693, STF).
desfruta de uma POSIÇÃO PREFERENCIAL no Es- x Não cabe habeas corpus contra a impo-
tado democrático brasileiro, por ser uma pré-con- sição da pena de exclusão de militar ou
dição para o exercício esclarecido dos demais di- de perda de patente ou de função pú-
reitos e liberdades. Assim, eventual uso abusivo blica (S. 694, STF).
da liberdade de expressão deve ser reparado, pre- x Não cabe habeas corpus quando já ex-
ferencialmente, por meio de retificação, direito de tinta a pena privativa de liberdade (S.
resposta ou indenização. Ao determinar a retirada 695, STF).
de matéria jornalística de sítio eletrônico de meio x Não cabe HC contra a suspensão do di-
de comunicação, viola-se essa orientação. reito de dirigir (HC 283.505/SP).
Inviolabilidade do domicílio (art. 5°, XI, CF) x Não cabe HC para eventual pedido de
reabilitação do paciente (HC
• A entrada forçada em domicílio sem mandado ju- 106.417/SP).
dicial só é lícita, mesmo em período noturno,
x Não cabe HC para pleitear a extração
quando amparada em fundadas razões, devida-
gratuita de cópias de processo criminal
mente justificadas a posteriori, que indiquem que
(HC 111561/SP).
dentro da casa ocorre situação de flagrante delito,
x Não cabe HC contra a perda de direitos
sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e pe-
políticos (STF, HC 81.003/SP).
nal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos
x A via processual do HC não é adequada
atos praticados (RE 603616).
para impugnar a reparação civil fixada
Remédios constitucionais na sentença penal condenatória, com
base no art. 387, IV do CPP, tendo em
a) HC
vista que a sua imposição não acarreta
✓ Não cabe HC:
ameaça, sequer indireta ou reflexa, à li-
x Súmula 606-STF: Não cabe HC originário
berdade de locomoção. STJ. AgRg no
para o Tribunal Pleno de decisão de
AgRg no REsp 1519523/PR.
turma, ou do plenário, proferida em ha-
x Não cabe HC para discussão de mérito
beas corpus ou no respectivo recurso.
administrativo de prisão em punições
NÃO CONFUNDIR com o cabimento do
disciplinares militares (art. 142, § 2°,
HC contra decisão monocrática de Mi-
CF).
nistro do STF (decisão recente, indicada
x O HC, garantia de liberdade de locomo-
a seguir).
ção, não se presta para discutir confisco
x HC não é meio processual adequado
criminal de bem. [...] (STF. HC
para se discutir direito de visita a preso
99.619/RJ).
(HC 425.115/RN).
x O inquérito civil não pode ser tran-
x Não cabe HC para trancar processo de
cado pela via do HC (STF, HC 90.378).
impeachment (HC 136.067)
• Cabe HC:
x O STF decidiu que não tem competência
✓ (! - Decisão recente). Cabe HC contra de-
para julgar HC cuja autoridade apon-
cisão monocrática de Ministro do STF. O
tada como coatora seja delegado fede-
HC é cabível contra ato individual for-
ral chefe da Interpol no Brasil (Info 722,
malizado por integrante do Supremo.
STF).
STF. Plenário. HC 130620/RR, Rel. Min.
x Não cabe HC em favor de PJ, nem
Marco Aurélio, 30/04/2020.
mesmo para trancamento de IP sem
✓ Cabe HC para análise de legalidade de
justa causa no qual se investiga crime
prisão em punições disciplinares milita-
ambiental (HC 88.747).
res (STM, HC 2005.01.034065-3/PA).
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lecionam tratar-se de causa extintiva da • São fases do processo legislativo ordinário: a ini-
punibilidade. Nesse contexto, é preciso ciativa, discussão, votação, sanção ou veto, pro-
restringir a interpretação da súmula nº 245 mulgação e publicação.
do STF, segundo a qual “A imunidade par- • Só se pode falar em iniciativa vinculada das leis
lamentar não se estende ao co-réu sem (isto é, exercício compulsório do poder de iniciativa
essa prerrogativa.”. O verbete se aplica ex- legislativa), se houver, no texto da própria Consti-
clusivamente à imunidade relativa, não tuição, dispositivo que, de modo expresso, a pre-
abrangendo as hipóteses de imunidade ab- veja.
soluta. • Tese 66 da RG - Não é privativa do Chefe do Poder
Executivo a competência para a iniciativa legislativa
Imunidade formal (incoercibilidade, imuni-
de lei sobre nepotismo na Administração Pública:
dade relativa, imunidade pessoal, freedom for
leis com esse conteúdo normativo dão concretude
arrest)
aos princípios da moralidade e da impessoalidade
Dispositivo Imunidade do art. 37, caput, da CF, que, ademais, têm aplica-
Art. 53, CF formal... bilidade imediata, ou seja, independente de lei
§ 1º Os Deputados e Senadores, (STF. RE 570.392/RS, Min. Cármen Lúcia, j.
desde a expedição do diploma, se- Relativa ao
11.12.2014).
rão submetidos a julgamento pe- foro
rante o STF. • Nos projetos legislativos de iniciativa exclusiva do
§ 2º Desde a expedição do diploma, Presidente da República, não serão admitidas
os membros do Congresso Nacional emendas parlamentares que acarretem aumento
não poderão ser presos, salvo em da despesa prevista.
flagrante de crime inafiançável. • o Plenário do STF decidiu que o trancamento da
Relativa à
Nesse caso, os autos serão remeti- pauta da Câmara dos Deputados por conta de me-
prisão
dos dentro de 24 horas à Casa res- didas provisórias não analisadas no prazo de 45
pectiva, para que, pelo voto da mai-
dias, contados de sua publicação, só alcança proje-
oria de seus membros, resolva so-
bre a prisão. tos de lei sobre temas passíveis de serem tratados
§ 3º Recebida a denúncia contra o por MP. (STF - MS 27931).
Senador ou Deputado, por crime Processo de reforma constitucional
ocorrido após a diplomação, o STF
dará ciência à Casa respectiva, que, • O STF decidiu que para o processo de reforma da
Relativa ao
por iniciativa de partido político CE é necessária a observância dos requisitos esta-
processo
nela representado e pelo voto da belecidos na CF (art. 60, §§ 1º a 5º), havendo im-
maioria de seus membros, poderá, possibilidade constitucional de o Estado-membro,
até a decisão final, sustar o anda-
em divergência com o modelo inscrito na Lei Fun-
mento da ação.
damental da República, condicionar a reforma da
§ 6º Os Deputados e Senadores não
serão obrigados a testemunhar so- CE à aprovação da respectiva proposta por 4/5 da
Relativa à totalidade dos membros integrantes da AL (exigên-
bre informações recebidas ou pres-
atuação
tadas em razão do exercício do cia que virtualmente esteriliza o exercício da fun-
como
mandato, nem sobre as pessoas ção reformadora pelo Poder Legislativo local).
testemunha
que lhes confiaram ou deles recebe- • As limitações materiais ao poder constituinte de
ram informações.
reforma protegem apenas o núcleo essencial dos
princípios e institutos alcançados pelas cláusulas
Processo legislativo
pétreas constantes do art. 60, § 4º, da CF, não se
Processo legislativo ordinário revelando inconstitucionais alterações literais da
• Por serem normas de observância obrigatória, as respectiva disciplina na Constituição originária.
matérias cuja iniciativa a Constituição reservou ao
Chefe do Executivo federal deverão, no âmbito es- Tribunais de Contas
tadual, ser atribuídas pelas respectivas Constitui- • TCU pode determinar medidas cautelares (fun-
ções ao Governador. damento: poderes implícitos). É constitucional a
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autorização como um recebimento da de- que o ato reclamado tenha sido proferido posteri-
núncia, em sentido técnico. Compete ao Se- ormente à publicação, na imprensa oficial, do
nado decidir se deve receber ou não a de- enunciado de súmula vinculante invocado como
núncia cujo prosseguimento foi autorizado paradigma.” (Rcl 24393 AgR, Min. CELSO DE
pela Câmara. O Senado não está vinculado à MELLO, julgado em 20/09/2019).
decisão da Câmara.
6. A decisão do Senado que delibera se instaura Conselho Nacional do Ministério Público
ou não o processo se dá pelo voto da maio-
ria simples, presente a maioria absoluta de 6. Defesa do Estado e das Instituições De-
seus membros. mocráticas (136 a 144, CF)
7. É possível a aplicação analógica dos arts. 44, 136 137 138 139 140 141 142
45, 46, 47, 48 e 49 da Lei 1.079/1950 — os 143 144
quais determinam o rito do processo de “im-
peachment” contra Ministros do STF e o PGR
Estado de Defesa Estado de Sítio
— ao processamento no Senado Federal de
- Preservar ou restabele-
crime de responsabilidade contra o Presi- cer
1) Comoção grave de re-
dente da República. percussão nacional
- a ordem pública ou a paz
2) Ineficácia de medida to-
8. Não é possível que sejam aplicadas, para o social, ameaçadas por...
mada durante o estado de
processo de impeachment, as hipóteses de - grave e iminente insta-
defesa;
impedimento do CPP. Assim, não se pode in- bilidade institucional ou
3) Guerra
atingidas por calamidades
vocar o impedimento do Presidente da Câ- 4) Resposta a agressão ar-
de grandes proporções na
mara para participar do processo de impe- mada estrangeira.
natureza.
achment com base em dispositivos do CPP. Presidente solicita autori-
Presidente decreta.
9. A eleição da comissão especial do impeach- zação ao Congresso
ment deve ser feita por indicação dos líderes Controle posterior do Controle prévio do Con-
e voto aberto do Plenário. Os representantes Congresso (por maioria gresso (por maioria abso-
absoluta) luta).
dos partidos políticos ou blocos parlamenta-
Locais restritos e determi- Abrange todo o território
res que irão compor a chapa da comissão es- nados. nacional.
pecial da Câmara dos Deputados deverão ser Casos 1) e 2): 30 + 30 + 30
30 dias (+ 1 prorrogação
indicados pelos líderes, na forma do Regi- + 30 + 30...
de 30 dias).
mento Interno da Câmara dos Deputados. Casos 3) e 4): todo o
Decreto determina
Assim, não é possível a apresentação de can- tempo que perdurar a
tempo, área e restrições.
guerra.
didaturas ou chapas avulsas para a formação
Ouve-se o Conselho da República e o Conselho de
da comissão especial.
Defesa Nacional
STF. Plenário. ADPF 378/DF, Rel. Min. Edson
Fachin, julgado em 16, 17 e 18/12/2015 (Info 7. Tributação e Orçamento (145 a 169, CF)
812).
8. Ordem econômica e financeira (170 a
Súmula vinculante (103-A e 103-B da CF)
192, CF)
• MPGO/2019. Considerado o que dispõe o art. 170 171 172 173 174 175 176
103-A, “caput”, da CF/88, somente a partir da data 177 178 179 180 181 182 183
em que o enunciado sumular é publicado em ór- 184 185 186 187 188 189 190
gão da imprensa oficial é que passa a ter eficácia 191 192
vinculante, impondo-se, em consequência, à ob-
servância dos demais juízes e Tribunais, excluídos Convenções internacionais sobre transporte
do seu alcance todos os atos decisórios anteriores aéreo
à sua publicação. – A parte reclamante, para ter le- • O STF entendeu que, “Nos termos do art. 178 da
gítimo acesso à via reclamatória, deve demonstrar Constituição da República, as normas e os tratados
internacionais limitadores da responsabilidade das
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competência de fixar os horários permitidos de re- seu imóvel: “A expropriação prevista no art. 243 da
alização de diversões públicas e de exibição de pro- CF pode ser afastada, desde que o proprietário
gramas de rádio e televisão. O exercício da liber- comprove que não incorreu em culpa, ainda que in
dade de programação pelas emissoras impede que vigilando ou in eligendo”. STF. RE 635336/PE, Min.
a exibição de determinado espetáculo dependa de Gilmar Mendes, 14/12/2016 (repercussão geral)
ação estatal prévia. A submissão ao Ministério da (Info 851).
Justiça ocorre, exclusivamente, para que a União
exerça sua competência administrativa prevista no
inciso XVI do art. 21 da Constituição, qual seja,
classificar, para efeito indicativo, as diversões pú-
blicas e os programas de rádio e televisão, o que
não se confunde com autorização. Entretanto, essa
atividade não pode ser confundida com um ato de
licença, nem confere poder à União para determi-
nar que a exibição da programação somente se dê
nos horários determinados pelo Ministério da Jus-
tiça, de forma a caracterizar uma imposição, e não
uma recomendação. Não há horário autorizado,
mas horário recomendado. Esse caráter autoriza-
tivo, vinculativo e compulsório conferido pela
norma questionada ao sistema de classifica-
ção, data venia, não se harmoniza com os arts. 5º,
IX; 21, inciso XVI; e 220, § 3º, I, da CF. (ADI 2404,
Rel. Min. DIAS TOFFOLI, 31/08/2016)
12. Índios
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2.3. Controle difuso nos Tribunais e reserva processos subjetivos, nos quais situações
de plenário (art. 97, CF) individuais e interesses concretos são pos-
tos em discussão. A única hipótese de IM-
Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de re-
serva de plenário (CF, art. 97) a decisão de ór- PEDIMENTO aplicável às ações de inconsti-
gão fracionário de tribunal que, embora não tucionalidade é a seguinte: o Ministro que
declare expressamente a inconstitucionali- tenha oficiado nos autos do processo como
dade de lei ou ato normativo do Poder Pú- PGR ou AGU está impedido de participar,
blico, afasta sua incidência, no todo ou em como membro da Corte, do julgamento fi-
parte. nal da ação.
• A declaração de inconstitucionalidade de qual- ● ADI – ADC: ações de natureza dúplice ou
quer ato estatal, considerando a presunção de ambivalente.
constitucionalidade das leis, só pode ser declarada ● Para o ajuizamento dessas ações não existe
pelo voto da maioria absoluta dos membros do prazo prescricional ou decadencial.
Tribunal ou, onde houver, dos integrantes do res- ● É possível a apuração de questões fáticas,
pectivo órgão especial, sob pena de nulidade da tanto que se admite, por exemplo, a desig-
decisão judicial que venha a ser proferida nação de peritos em caso de necessidade
(MPSP/19). de esclarecimentos de circunstância de
• Não se submetem à reserva de plenário... fato.
1. interpretação conforme; ● Proposta a ação direta, não se admite de-
2. pronunciamento do plenário do STF (CUI- sistência.
DADO: turma do STF submete-se);
3.3. ADI genérica
3. pronunciamento do plenário ou órgão es-
pecial do respectivo Tribunal; Lei n° 9.868/99
4. declaração de não recepção;
5. mera interpretação da norma, sem de- 1 2 3 4 5 6
clará-la inconstitucional; 7 8 9 10 11 12
6. Turma Recursal; 12-A 12-B 12-C 12-D 12-E 12-F
7. decisão pela constitucionalidade. 12-G 12-H 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22
2.4. Efeitos da decisão 23 24 25 26 27 28
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3. Controle concentrado 3.3.1. Objeto
3.1. Noções gerais Pode ser objeto Não pode ser objeto
Regimento interno dos Decreto regulamentar
• EM REGRA, o controle principal é abstrato. Mas
Tribunais não autônomo
existem hipóteses de controle principal concreto: Leis orçamentárias SV
Representação interventiva (art. 36, III, CF) e ADPF Emendas constitucionais Normas constitucionais
Incidental. originárias
• A cumulação simples de pedidos típicos de ADI e Decisão proferida em Resolução que autoriza
de ADC é processualmente cabível em uma única processo administrativo processo contra Presi-
quando sua extensão a dente da República.
demanda de controle concentrado de constitucio-
torne verdadeiro ato nor-
nalidade, desde que satisfeitos os requisitos previs- mativo, dotado de abstra-
tos na legislação processual civil (CPC, art. ção e generalidade.
292). (STF, ADI 5316 MC, 06-08-2015). Resolução do CNMP/CNJ. Norma declarada consti-
tucional pelo Plenário do
3.2. Pontos comuns sobre as ações diretas STF, mesmo que em con-
● Ações de índole objetiva. trole difuso, salvo mudan-
ças significativas ou a su-
● Os institutos da suspeição e do impedi-
perveniência de argu-
mento não se aplicam aos processos de ín- mentos nitidamente mais
dole objetiva, por estarem restritos aos relevantes.
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• No julgamento da ADI 4048, sobre abertura de permanecer no polo ativo da ação direta de incons-
créditos orçamentários por meio de medida provi- titucionalidade (ADI 2427).
sória, o Supremo reformulou seu entendimento e [CUIDADO! Controle concreto por mandado de se-
passou a admitir o controle concentrado de cons- gurança: a perda do mandato gera extinção do pro-
titucionalidade em normas de efeito concreto. cesso sem julgamento do mérito – MS 27.971]
Revogação do objeto • É incabível a interposição de qualquer espécie de
recurso por quem, embora legitimado para a pro-
O que acontece se a norma questionada é revo- positura da ação direta, nela não figure como re-
gada? querido.
• REGRA: restará prejudicada a apreciação da ação
• O Estado-membro não possui legitimidade para
direta por perda superveniente de objeto.
recorrer contra decisões proferidas em sede de
• EXCEÇÕES:
controle concentrado de constitucionalidade,
1. Fraude processual: a lei objeto da ação di-
ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo
reta é revogada dolosamente pelo legisla-
Governador. A legitimidade para recorrer, nestes
tivo para obstar a apreciação da inconstitu-
casos, é do próprio Governador (previsto como le-
cionalidade. gitimado pelo art. 103 da CF). Os Estados-membros
2. Repetição do ato normativo por outro su- não se incluem no rol dos legitimados a agir como
perveniente: imagine-se, p. ex., que a lei A sujeitos processuais em sede de controle concen-
é revogada pela lei B, mas esta acaba por trado de constitucionalidade. STF. Plenário. ADI
repetir, em sua essência, o teor da norma 4420 ED-AgR, Min. Roberto Barroso, 05/04/2018.
revogada. Nesses casos, o substrato nor-
• Precisam de ASSISTÊNCIA POR ADV:
mativo formal foi revogado; contudo,
1. Partidos políticos;
o substrato normativo material manteve-
2. Confederação sindical ou entidade de classe
se o mesmo. de âmbito nacional.
3. Ausência de comunicação ao Supremo: a
• Precisam demonstrar PERTINÊNCIA TEMÁTICA:
lei foi revogada, mas sua revogação não foi
1. Governador
comunicada ao Supremo.
2. Mesa da AL ou da CL do DF
Conversão da MP em lei antes que a ADI seja jul- 3. Confederação sindical ou entidade de classe
gada de âmbito nacional.
• Nesse caso, a ADI não perde o objeto e poderá
3.3.3. Medida cautelar
ser conhecida e julgada.
• O autor deverá peticionar ao STF, informando ✓ É cabível (como, de resto, em todas as
essa situação. ações de controle concentrado).
✓ Concedida por decisão da maioria abso-
Alteração do parâmetro constitucional luta dos membros do Tribunal.
Não prejudica o conhecimento da ADI. ✓ Relator pode conceder, mas só no perí-
odo de recesso.
Edição de MP revogando a lei impugnada por
✓ Em regra, após audiência dos órgãos ou au-
meio de ADI
toridades dos quais emanou a lei.
STF, Info 935. Se for editada MP revogando lei que ✓ Em caso de excepcional urgência, Tribunal
está sendo questionada por meio de ADI, esta ação (relator não!) pode deferir sem audiência
poderá ser julgada enquanto a MP não for votada dos referidos órgãos.
(enquanto a MP não for votada, não há perda do ✓ Efeito EX NUNC!
objeto). ✓ Produz efeito repristinatório!
✓ Lei não prevê prazo máximo (na ADC, é de
3.3.2. Legitimados 180 dias).
• A perda superveniente de representação parla-
mentar de Partido Político não o desqualifica para 3.3.4. Causa de pedir
• A causa de pedir aberta das ações do controle
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Súmulas aplicáveis
• S. 189, STJ. É desnecessária a intervenção do Mi-
nistério Público nas execuções fiscais.
• Súmula 234, STJ. A participação de membro do
Ministério Público na fase investigatória criminal
não acarreta o seu impedimento ou suspeição para
o oferecimento da denúncia.
• Súmula 643, STF.O Ministério Público tem legiti-
midade para promover ação civil pública cujo fun-
damento seja a ilegalidade de reajuste de mensali-
dades escolares.
• Súmula 226, STJ.O Ministério Público tem legiti-
midade para recorrer na ação de acidente do tra-
balho, ainda que o segurado esteja assistido por
advogado.
• O Ministério Público tem legitimidade para plei-
tear, em ação civil pública, a indenização decor-
rente do DPVAT (seguro de danos pessoais causa-
dos por veículos automotores de vias terrestres)
em benefício do segurado.
2. Defensoria Pública
• É inconstitucional dispositivo da CE que concede
aos Defensores Públicos a aplicação do regime de
garantias, vencimentos, vantagens e impedimen-
tos do MP e da Procuradoria-Geral do Estado (STF,
Info 907).
• É inconstitucional o estabelecimento - em prol
dos defensores públicos e em face autoridades pú-
blicas e entidades particulares - do poder de requi-
sição de certidões, exames, perícias, vistorias, dili-
gências, processos, documentos, informações, es-
clarecimentos e providências, necessários ao exer-
cício de suas atribuições.
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