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25/01/2021 Unidade 1 – O mundo em movimento
Sumário
Apresentação da Unidade 1
O mundo em movimento
Introduzindo conceitos
Introduzindo conceitos - parte II
Sobre as migrações internacionais na legislação brasileira
Normas internacionais no campo das migrações
Lei de Migração
Lei de Migração - parte II
Lei de Migração - parte III
O Brasil e as migrações internacionais
Sobre o refúgio na legislação brasileira
Normas internacionais no campo do refúgio
Estatuto do Refugiado
O Brasil e a população refugiada e solicitante de reconhecimento da condição de refugiado
Entre fronteiras: políticas migratórias restritivas e migrantes em situação de vulnerabilidade
Entre fronteiras: políticas migratórias restritivas e migrantes em situação de vulnerabilidade - parte II
Conclusão e Referências
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25/01/2021 Unidade 1 – O mundo em movimento
Apresentação da Unidade 1
Sejam bem-vindas e bem-vindos à primeira unidade do curso Enfrentamento ao Tráfico de
Pessoas no Brasil.
Partindo desta premissa, estudaremos nesta primeira unidade os principais conceitos utilizados no
campo das migrações e noções introdutórias sobre a legislação nacional e internacional relacionada ao
tema.
Ao final desta primeira unidade, a expectativa é que você esteja apto a identificar conceitos essenciais
no campo das migrações, tenha contato com a legislação nacional e internacional relacionada ao tema
e conheça a conjuntura da mobilidade humana no mundo contemporâneo.
Este é o ponto de partida para introduzir a questão central do curso, o enfrentamento ao tráfico de
pessoas, que será desenvolvida ao longo dos próximos módulos e que se relaciona, em sua essência,
com os movimentos migratórios internos e internacionais.
Vamos começar!
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25/01/2021 Unidade 1 – O mundo em movimento
O mundo em movimento
Somos uma espécie em viagem
Estimativas recentes indicam que, em 2019, aproximadamente 272 milhões de pessoas estão na
condição de migrantes internacionais, o que representa 3,5% da população mundial.[2]
E, para além do movimento entre países, muitas pessoas passam, em diferentes momentos da vida,
por uma experiência migratória dentro de seu próprio Estado, sem cruzar fronteiras internacionais.
Há quem acompanhe familiares, aspire fortalecer laços afetivos, busque oportunidades de trabalho
ou o acesso ao ensino superior, ou tenha curiosidade de conhecer e se aproximar de novas culturas.
Muitos chegam como visitantes e permanecem; outros tantos regressam ou seguem em trânsito,
confrontando a expectativa inicial de se estabelecer.
Infelizmente, hoje, parte significativa da população se desloca por não encontrar possibilidades de
uma vida digna e de acesso a direitos fundamentais, ou mesmo por temerem por sua segurança e vida,
em razão de perseguições – religiosas, políticas, raciais, etc. – ou de desastres ambientais na região em
que residem.
Em 2018, aproximadamente 70,8 milhões de pessoas foram forçadas a deixar seus locais de origem
por diferentes formas de perseguição, conflito, violência ou violação de direitos humanos. Dentre elas,
41,3 milhões de deslocados internos, 25,9 milhões de refugiados e 3,5 milhões de solicitantes de
reconhecimento da condição de refugiado.[3]
Sob esse cenário, o tema da mobilidade humana tem ocupado de forma crescente os meios de
comunicação, as conversas cotidianas entre familiares e amigos, os debates nas instituições de ensino,
serviços de saúde e assistência social, e o diálogo entre diferentes países e organizações
internacionais.
E você, já refletiu sobre o tema? Conhece alguém que saiu da cidade ou do país de origem
para residir em outro lugar? Atualmente, você mora no país ou na cidade em que nasceu? Já
teve vontade ou vivenciou uma experiência migratória? Dentro de seu contexto profissional,
já atendeu a alguma pessoa migrante?
Inserido em meio a tais debates, damos início ao curso Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no
Brasil, com a apresentação de alguns conceitos essenciais no campo das migrações.
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[1] Tradução nossa para: “Somos una especie en viaje/ No tenemos pertenencia, sino equipaje/ Vamos con el polen en el viento/ Estamos vivos porque estamos en
movimiento”.
[2] Divisão de População do Departamento de Economia e Assuntos Sociais da Organização das Nações Unidas. Inventário de Migração Internacional. 2019.
Disponível em: <https://www.un.org/en/development/desa/population/migration/data/estimates2/estimates19.asp>. Acesso em: 19 set. 2019.
[3] United Nations High Commissioner for Refugees. Global Trends: Forced Displacement in 2018. Genebra, Switzerland. 2019.
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25/01/2021 Unidade 1 – O mundo em movimento
Introduzindo conceitos
Cotidianamente temos acesso a notícias sobre fatalidades com embarcações que transportam
possíveis solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado para a Europa, o aumento no
número de pessoas reconhecidas como refugiadas no Brasil, as condições precárias experimentadas
por trabalhadores migrantes no setor têxtil, experiências vivenciadas por emigrantes brasileiros no
exterior, o reconhecimento (inédito por parte do Estado brasileiro) da condição de apátrida a pessoas
que o solicitam, dentre muitas outras.
No Brasil, de acordo com a Lei de Migração, são conceituadas como apátridas as pessoas sem
nacionalidade reconhecida, ou seja, aquelas que não são consideradas como nacionais por nenhum
Estado.[1]
As pessoas nacionais de país limítrofe ou apátridas que mantêm a sua residência habitual em
município fronteiriço de país vizinho são consideradas residentes fronteiriços.[2]
As pessoas nacionais de outros países ou apátridas que ingressam e permanecem no Brasil para
estadas de curta duração, sem pretensão de se estabelecer temporária ou definitivamente no território
brasileiro, são denominadas visitantes. Sua presença cumpre fins diversos como o turismo, os
negócios, o trânsito, as atividades artísticas ou desportivas, dentre outras hipóteses previstas.[3]
E, em termos mais amplos, pode-se definir a migração como o ato de mover-se de um Estado ou
região geográfica para outro Estado ou região geográfica com a intenção de lá permanecer de forma
temporária ou definitiva.
Nas situações em que o movimento não inclui a travessia de fronteiras internacionais, estaremos
diante das chamadas migrações internas.
Quando o movimento inclui a travessia de fronteiras internacionais, estaremos diante das chamadas
migrações internacionais.
Nesse sentido, há quem opte por utilizar um único termo, migrante internacional, ao invés de
nomear uma pessoa como imigrante ou emigrante.
Qual a razão?
Um dos motivos é o fato de que a pessoa que migra é, simultaneamente, imigrante e emigrante,
sendo os prefixos “e” (movimento para fora) ou “i” (movimento para dentro) vinculados à perspectiva
do Estado e não da pessoa que realiza o movimento migratório.
Trazendo um exemplo, sob a perspectiva brasileira, um espanhol que reside e trabalha no Brasil é
um imigrante e um brasileiro que reside e trabalha na Espanha, é um emigrante.
[1] Cf. Lei n.º 13.445/2017 (Lei de Migração), artigo 1º, §1º, VI.
[2] Cf. Lei n.º 13.445/2017 (Lei de Migração), artigo 1º, §1º, IV.
[3] Cf. Lei n.º 13.445/2017 (Lei de Migração), artigos 1º, §1º, V e 13.
[4] Cf. Lei n.º 13.445/2017 (Lei de Migração), artigo 1º, §1º, II, III.
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25/01/2021 Unidade 1 – O mundo em movimento
Entre aquelas que se movimentam, há, ainda, pessoas que se deslocam de forma forçada em razão
de diferentes perseguições, conflitos armados, violência generalizada e violações de direitos humanos.
Dentre elas estão os refugiados, os solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado e
os deslocados internos.
De acordo com a legislação brasileira, é reconhecida como refugiada toda pessoa forçada a deixar
o seu país de origem ou, não tendo nacionalidade, o país de residência habitual, e que não possa ou
não queira regressar e acolher-se à proteção de tal país, devido a fundado temor de perseguição por
motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social, opiniões políticas ou em razão de grave e
generalizada violação de direitos humanos.[8]
E os deslocados internos são pessoas forçadas a abandonar seu local de residência habitual em
razão de conflitos armados, situações de violência generalizada, violações de direitos humanos ou
desastres ambientais e que se deslocam dentro do seu próprio país. Diferente dos refugiados,
os deslocados internos não atravessam fronteiras internacionais em busca de proteção.[9]
[6] Cf. Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias, artigo 2º, 1.
[7] Cf. Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias, artigo 5º.
[9] Organização Internacional para as Migrações (OIM). Direito Internacional da Migração: Glossário sobre Migrações. Genebra: Organização Internacional para
as Migrações, 2010. p. 54-55.
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É importante ressaltar que parte significativa dos direitos declarados na Convenção de 1990 –
como o acesso à educação em condições de igualdade de tratamento ou o direito de receber cuidados
médicos urgentes – deve ser garantida independentemente da condição migratória da pessoa[3] , o que
indica um avanço no que diz respeito à preocupação com a proteção das pessoas migrantes no campo
do Direito Internacional dos Direitos Humanos.
No entanto, a baixa adesão dos países à Convenção tem marcado sua trajetória, mesmo sob um
contexto de grande circulação de pessoas pelo mundo e da importância da afirmação de seus direitos
em um instrumento internacional.
A Convenção só alcançou entrar em vigor mais de uma década depois, em julho de 2003, com a
ratificação/adesão de vinte Estados. E, até o mês de outubro de 2019, somente cinquenta e cinco
países haviam ratificado o documento.[4]
Por fim, tratando do contexto regional, é importante destacar os Acordos sobre Residência para
Nacionais dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul – MERCOSUL, Bolívia e Chile[5],
criados com o objetivo de fortalecer o processo de integração regional e conceder aos cidadãos do
MERCOSUL o direito de residir no território de outro Estado parte ou associado. No momento,
encontram-se em vigência para Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e
Equador.[6]
[2] Cf. Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias, artigo 7º.
[3] Cf. Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias, artigo 35.
[4]Cf. Organização das Nações Unidas. Coleção de tratados. Disponível em: <http://treaties.un.org/pages/ViewDetails.aspx?src=IND&mtdsg_no=IV-
13&chapter=4&lang=en&clang=_en>. Último acesso em: 15 out. 2019.
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Lei de Migração
Por mais de três décadas, esteve vigente no país uma legislação migratória, o Estatuto do
Estrangeiro (Lei n.º 6.815/1980), marcada pela imposição de requisitos proibitivos de ingresso e
permanência no Brasil, por restrições de direitos e imposição significativa de deveres à população
migrante, tendo como base a proteção ao interesse nacional, à segurança nacional e ao trabalhador
nacional.[1]
Sua vigência, entre os anos de 1980 a 2017, foi reiteradamente confrontada por diferentes esferas
da sociedade, especialmente por organizações da sociedade civil que atuam junto à população
migrante no país, que se manifestavam contrárias ao seu teor.
Em 2017, finalmente, é aprovado o Projeto de Lei n.º 2.516/2015, que institui a nova Lei de
Migração (Lei n.º 13.445/2017).
O projeto foi sancionado pelo então Presidente da República com vinte vetos. Dentre estes
estavam temas caros à agenda migratória no Brasil, como a concessão de autorização de residência
aos migrantes independentemente da sua situação migratória prévia, desde que preenchidos
determinados requisitos, habitualmente chamada de anistia.[2]
IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos procedimentos pelos quais a pessoa foi
admitida em território nacional;
VI - acolhida humanitária;
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[1] Cf. Lei n.º 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro), especialmente os artigos 2º e 16.
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Houve, ainda, a ampliação do escopo da lei, que agora trata de migrantes internacionais –
imigrantes no Brasil e brasileiros emigrantes – visitantes, residentes fronteiriços e apátridas.
Sobre os últimos, o Brasil, que já havia promulgado a Convenção sobre o Estatuto dos
Apátridas (ONU, 1954) e a Convenção para a Redução dos Casos de Apatridia (ONU, 1961),
incluiu de forma inédita na Lei de Migração uma seção específica sobre a proteção do apátrida e a
redução da apatridia. Nela é previsto um processo simplificado de naturalização, além de assegurar o
direito de reunião familiar e, mesmo diante do indeferimento do reconhecimento da condição de
apátrida, é vedada a devolução da pessoa para país onde sua vida, integridade pessoal ou liberdade
estejam em risco.[4]
A preocupação com a garantia de direitos dos brasileiros que residem no exterior ganhou, também
pela primeira vez, um capítulo exclusivo na Lei de Migração. Este se concentra em declarar direitos,
princípios e diretrizes que deverão reger as políticas públicas que têm os emigrantes como
destinatários, como a proteção e a prestação de assistência consular por meio das representações do
Brasil no exterior e a atuação diplomática em defesa dos direitos do emigrante brasileiro.[5]
[4] Cf. Lei de Migração (Lei n.º 13.445/2017), artigo 26 §10 e 11.
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[5] Cf. Lei de Migração (Lei n.º 13.445/2017), Capítulo VII, artigos 77-80.
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Desde 2012, em razão do agravamento das condições de vida da população haitiana, especialmente
pela ocorrência de um terremoto no início de 2010, o Brasil passou a conceder o visto por razões
humanitárias para os nacionais do Haiti por meio da Resolução Normativa CNIg n.º 97/2012,
prorrogada por sucessivas vezes até 2017.
Com a aprovação da Lei de Migração, a acolhida humanitária passa a ser afirmada como um
princípio que deve nortear a política migratória brasileira[7] e tem seu escopo ampliado para o apátrida
ou nacional de qualquer país em situação de grave ou iminente instabilidade institucional, de conflito
armado, de calamidade de grande proporção, de desastre ambiental ou de grave violação de direitos
humanos ou de direito internacional humanitário.[8]
Para o início de sua aplicabilidade, no entanto, era preciso aguardar a regulamentação da lei, que se
deu em novembro de 2017, por meio do Decreto n.º 9.199.
Depois de um extenso processo para a aprovação de uma nova legislação migratória, o decreto
estava diante do desafio de indicar caminhos para sua execução a partir dessa nova perspectiva
adotada no campo das migrações no Brasil.
No caso da acolhida humanitária, o decreto estabeleceu que um futuro ato conjunto – dos Ministros
de Estado da Justiça e Segurança Pública, das Relações Exteriores e do então Ministro do Trabalho –
definiria as condições, os prazos e os requisitos para a emissão do visto para os nacionais ou os
residentes de países ou regiões nele especificados.[9]
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[10]
Em 2018 foi publicada a Portaria Interministerial n.º 10 e hoje temos vigente uma nova Portaria
(n.º 12), publicada em dezembro de 2019, que dispõe sobre a concessão de visto temporário e de
autorização de residência para fins de acolhida humanitária para cidadãos haitianos e apátridas
residentes na República do Haiti.
Ainda em 2019, a Portaria Interministerial n.º 9 sobre a acolhida humanitária foi publicada, desta
vez dispondo sobre a concessão e os procedimentos do visto temporário e da respectiva autorização de
residência a pessoas afetadas pelo conflito armado na República Árabe Síria.
[6] O Conselho Nacional de Imigração é um órgão colegiado de caráter deliberativo, normativo e consultivo, que faz parte da estrutura organizacional do Ministério
da Justiça e Segurança Pública e é integrado por representantes do Governo Federal, dos trabalhadores, dos empregadores, da comunidade científica e tecnológica e
por observadores. É de competência do CNIg, especialmente, formular a política de imigração laboral, deliberar por meio de resoluções normativas e coordenar e
orientar as atividades de imigração laboral. Cf. Decreto nº 9.873/2019, artigos 2º e 3º.
[7] Assim como a promoção da entrada regular e da regularização documental. Cf. Lei de Migração (Lei n.º 13.445/2017), artigo 3º, V e VI.
[8] Cf. Lei de Migração (Lei n.º 13.445/2017), artigo 14, §3º.
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Esta, contudo, não é a única leitura possível do atual cenário das migrações internacionais no país.
Dados recentes indicam que os migrantes internacionais representam 0,5% da população no Brasil.
[1] Atítulo de exemplo, no Canadá a porcentagem chega a 21,3%.[2] No Brasil, são, em grande parte,
do Sul Global, especialmente da América Latina, Caribe e Ásia – dentre eles muitos nacionais da
Venezuela, do Haiti, da Bolívia e da China – e, em menor número, do Norte Global – de origem
portuguesa, italiana, estadunidense, dentre outras.[3]
É importante observar, contudo, outra face das migrações internacionais no país que vemos de
forma mais tímida nas mídias: o grande número de brasileiros que residem no exterior, muito superior
ao número de migrantes residentes no Brasil.
Quer ter mais informações sobre os países que recebem brasileiros? Acesse esta
matéria!
Deste modo, o Brasil, para além de ser um país que recebe migrantes internacionais, solicitantes de
reconhecimento da condição de refugiado e brasileiros retornados, é sobretudo o país de origem de
movimentos migratórios de brasileiros que se destinam a diferentes destinos internacionais, bem
como, em menor escala, um país de trânsito para pessoas que passam por aqui, mas não têm o Brasil
como destino final.
[1] Organización Internacional para las Migraciones (OIM). Tendencias Migratorias em América del Sur. In: Informe Migratorio Sudamericano, n. 3, 2020. p. 1.
[2] Organización Internacional para las Migraciones (OIM). Informe sobre las Migraciones en el Mundo 2020. p. 29.
[3] OLIVEIRA, Antônio Tadeu Ribeiro de. Características da imigração regular no Brasil: um olhar através dos registros administrativos. P. In: CAVALCANTI, L;
OLIVEIRA, T.; ARAUJO, D., TONHATI, T. A inserção dos imigrantes no mercado de trabalho brasileiro. Relatório Anual 2017. Série Migrações. Observatório
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25/01/2021 Unidade 1 – O mundo em movimento
das Migrações Internacionais; Ministério do Trabalho/ Conselho Nacional de Imigração e Coordenação Geral de Imigração. Brasília, DF: OBMigra, 2017. p. 51-52.
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Veremos a seguir:
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Em 1950, é criado o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), agência
da ONU para refugiados, e em 1951 é adotada a Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados,
definindo as pessoas consideradas em situação de refúgio e os direitos e deveres que a elas devem ser
garantidos.
De acordo com o documento, são incluídas na definição de refugiadas as pessoas que, temendo
perseguição em razão de sua raça, religião, nacionalidade, pertencimento a grupo social ou
opinião política, se encontrem fora do país de sua nacionalidade ou de residência habitual (no caso
das apátridas) e que não podem ou, em decorrência desse temor, não querem valer-se da proteção
desse país.[1]
Havia uma limitação geográfica, por meio da qual os Estados poderiam, de forma facultativa,
estabelecer que a definição de refúgio seria aplicada somente aos acontecimentos ocorridos em
território europeu.
Era prevista ainda uma limitação temporal, que incluía na definição apenas os acontecimentos
ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 ou às situações que poderiam surgir em decorrência de
eventos que haviam ocorridos até a mencionada data. Tal limitação foi extinta posteriormente, por
meio do Protocolo relativo ao Estatuto dos Refugiados, aberto para adesão em 1967.
No Brasil, a Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados foi promulgada em 1961, por meio do
Decreto n.º 50.215, que adotou a cláusula de limitação geográfica, mantida até 1989, ano em que
deixa de ser aplicada no país. A limitação temporal foi extinta em 1972, com a promulgação do
Protocolo de 1967.
[2] CARVALHO RAMOS, André de. Asilo e Refúgio: semelhanças, diferenças e perspectivas. p. 15-44. In: ALMEIDA, Guilherme de Assis; CARVALHO
RAMOS, André de; RODRIGUES, Gilberto (Org.). 60 anos de ACNUR: perspectivas de futuro. São Paulo: Editora CL-A Cultural, 2011.
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Estatuto do Refugiado
Em 1997, o Estado brasileiro aprovou a Lei n.º 9.474, seu Estatuto do Refugiado, tendo como
base os principais instrumentos regionais e internacionais referentes ao refúgio.
II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual,
não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso
anterior;
III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país
de nacionalidade para buscar refúgio em outro país."
Este é o chamado princípio da proibição da devolução e deve ser respeitado sob pena de colocar
em risco a integridade física e a vida de pessoas que são devolvidas, compulsoriamente, a seus países
de origem.
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Até o final do ano de 2018, 6.554 pessoas reconhecidas como refugiadas se encontravam no país.
Destas, 36% tem a Síria como país de origem. Em seguida estão a República Democrática do Congo
(15%), Angola (9%) e Colômbia (7%).[2]
Conheça histórias de pessoas em situação de refúgio que vivem no Brasil. Este é o caso de
Lucia, que veio ao Brasil junto com sua família fugindo de perseguição e violência na
República Democrática do Congo. Em suas palavras: “Estou realizando meu sonho aqui”.
Assista também ao vídeo O meu país é a Terra:
Sobre a situação dos venezuelanos, é importante enfatizar que, dentre as mais de quatro milhões de
pessoas que saíram da Venezuela em busca de proteção internacional, 129.988 pessoas solicitaram o
reconhecimento da condição de refugiado no Brasil e 123.507 têm o visto temporário ou definitivo de
[4]
residência no país. Estes são dados do mês de novembro de 2019.
Em junho de 2019, o Conare reconheceu, tendo como base a definição ampliada de refúgio[5], a
situação de grave e generalizada violação de direitos humanos na Venezuela.[6] A partir da decisão,
passou-se a adotar um procedimento simplificado no processo de refúgio para venezuelanos.[7] Até o
final de janeiro de 2020, o Brasil já havia reconhecido mais de 17 mil venezuelanos como refugiados.
[8]
Para saber mais sobre a acolhida de refugiados no Brasil, assista ao vídeo abaixo!
<https://www.youtube.com/watch?time_continue=118&v=qwugQv_mAWQ>
Conheça o projeto voltado para pessoas refugiadas chamado Cáritas Explica. Por meio de
vídeos explicativos, o projeto aborda treze temas relacionados à vida das pessoas em
situação de refúgio no Brasil e está disponível em cinco idiomas.
A população em situação de refúgio no Brasil também conta com a plataforma on-line HELP, que
disponibiliza informações úteis em diferentes idiomas!
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[1] United Nations High Commissioner for Refugees (UNHCR). Global Trends: Forced Displacement in 2018. 2019. p. 43. Disponível em:
<https://www.unhcr.org/5d08d7ee7.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2020.
[3] Ibid.
[4] Dados da Plataforma de Coordinación para refugiados y migrantes de Venezuela, site de operação entre agências do Sistema das Nações Unidas no Brasil,
gerenciada e apoiada pela Plataforma Regional de Coordenação Interagências para Refugiados, Refugiadas e Migrantes da Venezuela, liderada conjuntamente pelo
ACNUR e OIM. Cf: < https://r4v.info/es/situations/platform/location/7509 >
[5] Estabelecida pela Declaração de Cartagena de 1984 e pelo inciso III do artigo 1º da Lei nº 9.474/97.
[7] Refúgio em Números traz dados sobre a realidade do refúgio no Brasil. Disponível em: <https://www.justica.gov.br/news/collective-nitf-content-
1564080197.57>. Acesso em: 22 out. 2019.
[8] ACNUR. Brasil torna-se o país com maior número de refugiados venezuelanos reconhecidos na América Latina. Disponível em:
<https://www.acnur.org/portugues/2020/01/31/brasil-torna-se-o-pais-com-maior-numero-de-refugiados-venezuelanos-reconhecidos-na-america-latina/ >. Acesso
em 18 mar. 2020.
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A Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece em âmbito global que toda pessoa tem
o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei, podendo exercer seu
direito de deixar o país em que se encontra, incluindo o seu, e regressar ao seu Estado de origem,
assim como circular livremente e escolher sua residência no interior de um Estado. [1]
Seguindo o mesmo caminho, a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de todos
os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias declara o direito de sair livremente
de qualquer Estado e o direito a regressar, a qualquer momento, ao seu Estado de origem e ali
[2]
permanecer.
É, portanto, uma prerrogativa soberana dos Estados estabelecer, por meio de regras jurídicas
nacionais, por vezes bilaterais ou regionais, quem poderá ingressar e permanecer em seu território de
forma documentada, seja como imigrante, familiar, refugiado ou apátrida.[3]
E o que se observa é a adoção crescente, por parte de muitos países, de políticas migratórias
restritivas que dificultam ou impedem o ingresso de determinadas pessoas em seus territórios. Seja
pelo rígido controle fronteiriço, que inclui a construção de muros e a intercepção de embarcações
marítimas, pela imposição de requisitos proibitivos na concessão de vistos e autorizações de
residência, pela interpretação restritiva do reconhecimento da condição de refugiado e até mesmo pela
construção de centros de detenção.[4]
Conheça a série Um mundo de muros: as barreiras que nos dividem, que aborda a
construção de muros em diferentes continentes para impedir o contato com pessoas
consideradas indesejadas. Em um mundo cada vez mais interconectado, a série apresenta
muros que separam fronteiras, impedem a travessia de refugiados e escondem a pobreza e a
desigualdade.
Destacamos um vídeo da série que trata do muro construído na fronteira entre o México e os Estados
Unidos e seu impacto na vida de muitas pessoas:
<https://www.youtube.com/watch?v=s6-UB4SiB8I>
A mobilidade de determinadas pessoas está sendo cerceada sob o crivo dos interesses e da
segurança nacional e caminhando em sentido oposto às ações de promoção da circulação de capitais,
mercadorias, serviços e ideias.
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Toda a construção desse aparato, no entanto, não alcança impedir a circulação de pessoas pelo
mundo. Para muitas destas, a migração parece ser o caminho possível para a sobrevivência e/ou o
exercício de direitos fundamentais, o que faz com que seja crescente a exposição a todo tipo de risco
em meios de transportes e caminhos inseguros e a busca por serviços de intermediários que auxiliem
na travessia para os países de destino.
Sob esse cenário de mobilidade entre fronteiras cada vez mais controladas, é possível encontrar
pessoas jovens, adultas e idosas, crianças desacompanhadas[5] ou separadas[6], vítimas de tráfico de
pessoas, solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado, pessoas que saem de seus países
em razão do desemprego ou de desastres ambientais.[7] Elas se utilizam, muitas vezes, das mesmas
rotas, meios de transportes e dos mesmos intermediários para realizar a travessia aos países de
destinos.[8]
Formam os chamados fluxos migratórios mistos, que incluem pessoas com diferentes históricos e
motivos para saírem dos seus países de origem, mas que se encontram ao longo dos processos
migratórios e acabam sendo expostas aos mesmos riscos de violações de direitos, especialmente em
razão da imposição de políticas migratórias restritivas.
Tais situações demandam dos países receptores uma atuação sensível e que dê conta de entender as
particularidades de cada situação, bem como suas necessidades próprias de proteção. Muitas pessoas
sequer conseguem chegar ao destino desejado.
O caso de um caminhão encontrado com 39 migrantes mortos no Reino Unido foi noticiado
recentemente. A mensagem de despedida de uma mulher de 26 anos de origem vietnamita é
dolorosa: “Sinto muito, mamãe. Não tive sucesso na viagem. Estou morrendo porque
não consigo respirar”. De acordo com sua família, ela pagou 35 mil euros para chegar ao
Reino Unido através da China.
Outras tantas, sem possibilidade de escolha, ingressam e permanecem, de forma indefinida, sem a
autorização do Estado de destino. Estas são chamadas de migrantes indocumentadas. Incluídas neste
conceito estão pessoas que não possuem os documentos e as formalidades exigidas para sair do país
de origem ou de residência, ingressar, trabalhar e/ou permanecer no país de destino.[9]
De acordo com um canal de notícias voltado à população brasileira que reside nos Estados
Unidos, aproximadamente um milhão de imigrantes indocumentados foram detidos na
fronteira dos Estados Unidos com o México em 2019.
[1] Cf. Declaração Universal dos Direitos Humanos, artigos 6º e 13, II e III.
[2] Cf. Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias artigo 8º.
[3] BARALDI, Camila; VENTURA, Deisy. Políticas Migratórias e Tráfico de Pessoas: Quando a Árvore Esconde a Floresta. p. 371-396. In: Brasil. Secretaria
Nacional de Justiça. Tráfico de pessoas: uma abordagem para os direitos humanos. Brasília: Ministério da Justiça, 2013. P. 388.
[4] Cf. DERDERIAN, Katharine; SCHOCKAERT, Liesbeth. Respostas a fluxos migratórios mistos: uma perspectiva humanitária. Revista Internacional de Direitos
Humanos SUR, São Paulo, ano 6, n. 10, jun. 2009. P. 107-119. Disponível em: <http://www.surjournal.org/index9.php>. Acesso em: 27 ago. 2011. P. 111.
https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/tool/print/index.php?id=10156 26/32
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[5] De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, o conceito de criança migrante desacompanhada inclui toda “criança migrante separada dos dois
pais e de outros parentes, sem um adulto responsável por cuidar dela, por lei ou costume”. In: Organização Internacional para as Migrações – Brasil. Protocolo de
assistência a migrantes em situação de vulnerabilidade. Brasília, 2018. p. 16.
[6] De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, o conceito de criança migrante separada inclui toda “criança separada dos dois pais ou de seus
cuidadores anteriores, legais ou costumeiros, mas não necessariamente de outros parentes”. In: Ibid. p. 16.
[7] Na prática, essas distinções são complexas. Cf. DERDERIAN; SCHOCKAERT, op. cit.
[8] LEÃO, Renato Zerbini Ribeira. CONARE: balanço de seus 14 anos de existência. p. 69-92. In: ALMEIDA, Guilherme de Assis; CARVALHO RAMOS, André
de; RODRIGUES, Gilberto (orgs.). 60 anos de ACNUR: perspectivas de futuro. São Paulo: Editora CL-A Cultural, 2011. p. 85.
[9]Cf. WALDMAN, Tatiana Chang. Nem clandestinos, nem ilegais: construindo contornos para uma definição da condição migratória não documentada no Brasil.
2016. 245f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.
https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/tool/print/index.php?id=10156 27/32
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O documento intitulado “Regras de Brasília Sobre Acesso à Justiça das Pessoas em Condição de
Vulnerabilidade”[10] inclui no conceito de condição de vulnerabilidade as pessoas que enfrentam
dificuldades particulares em exercitar de forma plena, perante o sistema de justiça, seus direitos, em
razão de idade, gênero, estado físico ou mental, circunstâncias sociais, econômicas, étnicas e/ou
culturais, como o pertencimento a uma minoria nacional ou étnica, religiosa e linguística, entre outras.
Entre as causas de vulnerabilidade mencionadas estão a migração e o deslocamento interno.[11]
Dentre os fatores individuais, estão aqueles referentes ao indivíduo, como seus atributos físicos,
biológicos, emocionais e psicológicos, sua saúde física e mental, sua formação e experiências prévias,
suas crenças e atitudes, sua nacionalidade e condição migratória.[13]
Por fim, ainda que o Direito Internacional dos Direitos Humanos não afirme o direito à migração
em seu sentido amplo, o ingresso e a permanência de migrantes em seus territórios traz aos Estados a
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Antes de passar para a próxima unidade, vamos refletir sobre as restrições impostas à mobilidade
humana a partir da seguinte imagem:
Crianças do México e dos EUA brincam com gangorra instalada no muro da fronteira
Luis Torres/AFP[20]
Depois de ter acesso a diferentes trajetórias de vida impactadas por um muro – se você ainda não
viu, confira o vídeo sobre o muro que separa o México e os Estados Unidos –, entendemos
significativo fechar este primeiro momento do curso apresentando a iniciativa do arquiteto Ronald
Rael, que questiona a presença do muro a partir da instalação de brinquedos na fronteira entre os dois
países.
De acordo com o arquiteto, a proposta é que crianças de ambos os lados da fronteira tenham a
oportunidade de interagir: "O que uma pessoa faz de um lado gera impacto no outro lado. É
exatamente o que faz uma gangorra. Sobe e desce"
<http://g1.globo.com/globo-news/estudio-i/videos/t/todos-os-videos/v/arquiteto-instala-gangorras-na-cerca-entre-eua-e-mexico/7804799/>.
https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/tool/print/index.php?id=10156 29/32
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[10]Aprovado na XIV Conferência Judicial Ibero-Americana, realizada 2008, o seu texto foi elaborado, com o apoio do Projeto Eurosocial Justiça, por um Grupo
de Trabalho constituído na Conferência Judicial Ibero-americana.
[11] Cf. Regras de Brasília Sobre Acesso à Justiça das Pessoas em Condição de Vulnerabilidade. Brasília, 2008, regras 3, 4, 13 e 14.
[12] Organização Internacional para as Migrações – Brasil. Protocolo de assistência a migrantes em situação de vulnerabilidade. Brasília, 2018. 16
[14] Ibid.
[15] Ibid.
[16] Ibid.
[17]CASTILHO, Ela Wiecko V. de. Problematizando o Conceito de Vulnerabilidade para o Tráfico Internacional de Pessoas. p. 133-154. In: Brasil. Secretaria
Nacional de Justiça. Tráfico de pessoas: uma abordagem para os direitos humanos. Brasília: Ministério da Justiça, 2013. p. 139, 141-143.
[19] CARVALHO RAMOS, André de. Direito dos Estrangeiros no Brasil: imigração, direito de ingresso e os direitos dos estrangeiros em situação irregular. p. 721-
746. In: SARMENTO, Daniel; IKAWA, Daniela; PIOVESAN, Flávia. (Coord.) Igualdade, diferença e direitos humanos. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008. p. 742-
743.
https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/tool/print/index.php?id=10156 30/32
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Conclusão e Referências
Ao longo desta primeira unidade, apresentamos conceitos essenciais ao campo das migrações
internacionais – como os de emigrante, imigrante, migrante, trabalhador migrante, residente
fronteiriço, apátrida, refugiado, entre outros –, trouxemos considerações introdutórias sobre a
legislação nacional e internacional e a conjuntura atual no âmbito da mobilidade humana. Finalizamos
como uma reflexão sobre o impacto das políticas migratórias restritivas nas pessoas migrantes em
situação de vulnerabilidade.
A próxima etapa é a realização da atividade avaliativa sobre os temas que abordamos na Unidade
1.
Referências bibliográficas
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Disponível em: <https://www.acnur.org/portugues/2020/01/31/brasil-torna-se-o-pais-com-maior-numero-de-refugiados-
venezuelanos-reconhecidos-na-america-latina/>. Acesso em 18 mar. 2020.
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p. 371-396. In: Brasil. Secretaria Nacional de Justiça. Tráfico de pessoas: uma abordagem para os direitos humanos. Brasília:
Ministério da Justiça, 2013.
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estrangeiros em situação irregular. p. 721-746. In: SARMENTO, Daniel; IKAWA, Daniela; PIOVESAN, Flávia. (Coord.)
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Guilherme de Assis; CARVALHO RAMOS, André de; RODRIGUES, Gilberto (Org.). 60 anos de ACNUR: perspectivas de
futuro. São Paulo: Editora CL-A Cultural, 2011.
CASTILHO, Ela Wiecko V. de. Problematizando o Conceito de Vulnerabilidade para o Tráfico Internacional de
Pessoas. p. 133-154. In: Brasil. Secretaria Nacional de Justiça. Tráfico de pessoas: uma abordagem para os direitos humanos.
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Conferência Judicial Ibero-Americana. Regras de Brasília Sobre Acesso à Justiça das Pessoas em Condição de
Vulnerabilidade. Brasília, 2008.
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