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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE

ALTAMIRA FACULDADE DE GEOGRAFIA


ESPECIALIZAÇÃO EM PRÁTICAS DE ENSINO DE GEOGRAFIA E
ESTUDOS AMAZÔNICOS

HEDILBERSON GOMES BARBOSA

O USO DE MAQUETES COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE


GEOGRAFIA E ESTUDOS AMAZÔNICOS NA TURMA DO 6º ANO DA EMEF
PROFESSORA RAIMUNDA CABRAL DA SILVA NO MUNICÍPIO DE
VITÓRIA DO XINGU-PA

Altamira, Pará
2021
HEDILBERSON GOMES BARBOSA

O USO DE MAQUETES COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE


GEOGRAFIA E ESTUDOS AMAZÔNICOS NA TURMA DO 6º ANO DA EMEF
PROFESSORA RAIMUNDA CABRAL DA SILVA NO MUNICÍPIO DE
VITÓRIA DO XINGU-PA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a Faculdade de Geografia
Campus de Altamira, Universidade
Federal do Pará, para obtenção de
Especialização em Práticas de Ensino
de Geografia e Estudos Amazônicos.

Orientadora:

Altamira, Pará
2021
O USO DE MAQUETES COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE
GEOGRAFIA E ESTUDOS AMAZÔNICOS NA TURMA DO 6º ANO DA EMEF
PROFESSORA RAIMUNDA CABRAL DA SILVA NO MUNICÍPIO DE
VITÓRIA DO XINGU-PA

Elaborado por:
Hedilberson Gomes Barbosa
Como requisito parcial para obtenção do grau de:
Especialista em Práticas de Ensino de Geografia e Estudos Amazônicos

Apresentado em _____/_______/_______

___________________________________
Orientadora

___________________________________
Banca 01

__________________________________
Banca 02

Altamira, Pará
2021
O USO DE MAQUETES COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE
GEOGRAFIA E ESTUDOS AMAZÔNICOS NA TURMA DO 6º ANO DA EMEF
PROFESSORA RAIMUNDA CABRAL DA SILVA NO MUNICÍPIO DE
VITÓRIA DO XINGU-PA

Hedilberson Gomes Barbosa1

RESUMO

Considerando as dificuldades encontradas nas aulas do ensino regular de


Geografia e Estudos Amazônicos, tanto por falta de materiais específicos
quanto por parte do interesses que os alunos tem nas disciplina, esse trabalho
tem como objetivo promover a redução das dificuldades e limitações dos
estudantes do 6º ano, estimulando através do uso de maquetes sua
compreensão e percepção de espaço e território, da mesma forma
aproximando-o das dinâmicas que sofreu o território amazônico no decorrer de
sua história. Para tanto os caminhos metodológicos seguem um estudo de
caso em uma turma do 6º ano do ensino fundamental da EMEF Professora
Raimunda Cabral da Silva. Através também de oficinas onde serão
confeccionadas maquetes sobre as mudanças espaciais que o território
amazônico sofreu, além de experimentar uma dinâmica com os alunos onde as
maquetes serão expostas para toda a escola. Desse modo busca-se observar
que ao uso de maquetes, quando aplicado e orientado da forma correta, auxilia
a compreensão dos estudantes, ao mesmo tempo que traz de forma concreta
suas vivências e experiências dentro do contexto amazônico, tornando o
ensino de Geografia mais didático, efetivo e condecorando o uso de maquetes
como uma ferramenta essência para a prática didática no processo
ensino/aprendizagem.

Palavras-chave: Estudos Amazônicos. Maquetes. Ensino de Geografia.

1
Graduando do curso de Especialização em Práticas de Ensino de Geografia e Estudos Amazônicos -
UFPA
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SUMÁRIO

1. PERGUNTA GERAL ...............................................................................6


2. OBJETIVO ...............................................................................................6
3. JUSTIFICATIVA ......................................................................................6
4. CAMINHOS METODOLÓGICOS ............................................................6
5. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................7
6. REFERÊNCIAS .....................................................................................11
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1. PERGUNTA GERAL
Em meio a tantas dificuldades encontradas no ensino de Estudos
Amazônicos e Geografia, quais recursos didáticos podem ser uma ferramenta
prática para ajudar o aluno a assimilar de forma mais eficaz a teoria associando
a sua realidade e vivência amazônica?

A partir dessa pergunta que incomodou durante várias experiencias


vividas no decorrer da formação acadêmica principalmente no estágio
supervisionado e o programa de bolsa Residência Pedagógicas, optou-se por
escolher uso de maquetes como recurso didático no ensino de geografia e
estudos amazônicos, onde busca-se comprovar ou não se realmente é uma
ferramenta que pode ser usado pelo professor na busca de melhorar o
processo ensino-aprendizagem do aluno, método esse que visa usar materiais
simples, baratos e menos prejudiciais ao meio ambiente, para que qualquer
professor possar usá-lo sem gastar quase ou até mesmo nada para elaboração
das maquetes.

2. OBJETIVO
Tem como objetivo promover a redução das dificuldades e limitações
dos estudantes do 6º ano, estimulando através do uso de maquetes sua
compreensão e percepção de espaço e território, da mesma forma
aproximando-o das dinâmicas que sofreu o território amazônico no decorrer de
sua história.

3. JUSTIFICATIVA
Essa pesquisa se justifica quando observado na vivência como docente
as dificuldades encontradas dentro de sala de aula para na disciplina de
Estudos Amazônicos, onde os alunos muitas vezes veem a disciplina somente
de forma teórica, fazendo com que muitas vezes não consiga associar os
conteúdos teóricos com a prática e experiencias vividas no contexto
amazônico.

4. CAMINHOS METODOLÓGICOS
Para chegar-se aos resultados os caminhos metodológicos passam por
uma serie de embasamentos teóricos a cerca das categorias geográficas:
Espaço Geográfico e Território com autores da área como Milton Santos (2008)
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e Claude Raffestin (1993), perpassando por conceitos que regeram a prática


como a Cartografia, Territorrização e Espacialização.

Após o embasamento teórico das categorias e conceitos, discorreremos


a cerca da especificidade da Geografia e Estudos Amazônicos, toda sua
origem e suas dificuldades encontrada dentro de dala da aula e a sobre a
função do ser professor de Estudos Amazônicos, da mesma forma que
explanaremos também a importância do uso de maquetes como um recurso
didático para a disciplina.

Adiante passaremos para a prática que tem como caminho um estudo


de caso em uma turma do 6º ano, onde primeiramente irão se basear na teoria
de como funciona a dinâmica amazônica e suas mudanças socioespaciais.
Após será feito juntamente com a turma uma oficina de confecção de maquetes
que mostram a evolução de como era o território amazônico antes e como está
nos dias atuais, para que eles possam ver na prática como ocorreram tais
mudanças e seus impactos.

Depois das maquetes prontas feitas com a turma, será apresentado a


toda a escola como uma exposição para que outros alunos e professores
possam prestigiar o trabalho feito e assim possam também inspirar para que o
método possa ser usado até mesmo por outras disciplinas.

5. REFERENCIAL TEÓRICO (1ª PARTE)


A Geografia já passou por diversas mudanças tanto no modo como se
relaciona com o sujeito quanto as percepções, teorias e categorias, surgindo
importantes autores de renome que embasaram para ser hoje uma ciência
reconhecida. Dentre uma das principais características está o Espaço
Geográfico, onde Milton Santos bebeu da fonte para nos dar um arcabouço
importe no modo como vemos essa categoria.

A Amazônia vai sofrer uma influência direta da industrialização assim


com a urbanização mudando assim totalmente sua dinâmica espacial
principalmente pelas aberturas de estradas como a transamazônica. Como a
energia agora se ‘transporta’, haverá um processo contrário ao da Revolução
Industrial, que é a possibilidade de desconcentração industrial. Segundo
Santos (2014), as mudanças não foram pensadas a partir de uma lógica do
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bom convívio ambiental. “Tudo isso se dá em um quadro em que as condições


ambientais são ultrajadas, com agravos à saúde física e mental das
populações. Deixamos de entreter a natureza amiga e criamos a natureza
hostil” (p. 48).

Santos nos alerta para as mudanças no espaço geográfico, não apenas


quantitativas. Os meios urbanos seriam cada vez mais artificiais. “(…) natureza
primitiva, crescentemente encobertos pelas obras dos homens. A paisagem
cultural substitui a paisagem natural e os artefatos tomam, sobre a superfície
da terra, um lugar cada vez mais amplo” (SANTOS, 2014, p. 46).

É preciso enfatizar que Marx não mencionou explicitamente a questão


do espaço em suas obras. Para os marxistas, o espaço em si não tem valor de
troca, apenas o valor de uso que lhe é dado. Para Raffestin (1993), “Portanto, o
espaço é anterior, pré-existente antes de qualquer ação”. Portanto, não é um
objeto comum aos pensadores marxistas, mas uma relação de produção que
se estabelece no tempo e no espaço. Compreender o espaço está relacionado
aos geógrafos antes dos territórios, portanto, múltiplos territórios se formam
através do espaço.

Território é um espaço no qual uma determinada atividade está inserida,


e a relação que se estabelece no espaço é determinada pelo poder. “O espaço
é uma 'prisão primária' e o território é uma prisão construída pelas pessoas
para si mesmas” (RAFFESTIN, 1993). Portanto, na visão de Raffestin (1933),
que a geografia não é uma ciência do lugar ou do espaço, e critica a posição
de Vidal de La Blache, mas especialmente a geografia humana terá o papel de
considerar o conhecimento e a consciência, tal como a prática humana no
espaço, Como uma realidade concreta. De acordo com essa visão, é
impossível falar em espaço sem considerar os fatores humanos na análise.

Em termos de métodos, o materialismo histórico permeia a ideia de que


as mudanças na tecnologia e nos métodos de produção social são os fatores
mais relevantes para as mudanças na esfera social e nas esferas política e
social. Campo jurídico. O problema dialético se orienta pela perspectiva do
entendimento, ou seja, da análise dos fenômenos sociais sob preconceitos
específicos, considerando o tópico, o oposto e a síntese. Projetado para
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questionar questões, não apenas considerá-las a partir de métodos descritivos


ou numéricos.

O estado do Pará tem a especificidade de ofertar a disciplina de Estudos


Amazônicos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. A disciplina é ministrada
por diferentes áreas da licenciatura, bem como sendo mais comum ser da área
de Geografia e História.

A disciplina tem como objetivo de atender especificidades regionais,


locais, cultura e economia onde os discentes estão inseridos, da mesma forma
que o aproxima de sua realidade e seu contexto histórico. Porém são inúmeras
as queixas das dificuldades encontradas quando um professor assume na
prática, a falta de livros didáticos que realmente atenda às necessidades é
enorme, passando a ser taxada muitas vezes por ser uma disciplina somente
teórica e pouco didática.

Dessa forma é de suma importância o papel do professor de Estudos


Amazônicos, onde mesmo tem incumbência de instrumentar sua teoria a
praticas ao cotidiano do espaço amazônico, fazendo dessa maneira que haja
um estreitamento entre o espaço vivido e o espaço pensado, assim como diz
Tardif (2002, p. 230):

Um professor de profissão não é somente alguém que aplica


conhecimentos produzidos por outros, não é somente um agente
determinado por mecanismos sociais: é um ator no sentido forte do
termo, isto é, um sujeito que possui conhecimentos e um saber-fazer
provenientes de sua própria atividade e a partir dos quais ele a
estrutura e a orienta

Neste sentido, o professor de Estudos Amazônicos precisa entender o


seu papel no lugar vivido, para que transversalmente o professor, possa
construir um pensamento crítico nos alunos, para que possamos agregar
sentimentos entre os sujeitos e a amazônica e toda sua dinâmica.

O aluno do Ensino Fundamental de 6º ao 9º ano, cuja faixa etária média


é de 11 a 15 anos, talvez esteja mais insensível ao se perceber em relação ao
espaço social vivido. Entretanto, este adolescente, tratado como insensível, é
capaz de se envolver com as dinâmicas sociais do espaço vivido, de maneira
melhor e mais atuante do que muitos adultos.
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A utilização de maquetes no ensino de geografia é um importante


recurso didático, pois ajuda a entender temas difíceis e abstratos,
principalmente no contexto amazônico, além de promover a inclusão social da
operadora parte ou toda a deficiência visual causada pelo uso do toque no
processo de aprendizagem.

Desta forma, a maquete permite aos professores explorar diferentes


conteúdos geográficos, seja do aspecto físico (geomorfologia, Hidrologia,
geologia, etc.) e humana (Urbanização, cultura, economia, etc.), ou inter-
relacionados. Segundo SIMIELLI:

É importante que no momento em que os alunos estejam trabalhando


com a maquete consigam, de acordo com seu nível, produzir
conhecimento. Essa produção se faz a partir das informações que os
elementos da maquete em si traduzem, assim como de informações
que possam ser sobrepostas à maquete e trabalhados para a
elaboração de conceitos e de fenômenos, como também de suas
interações com o relevo. (SIMIELLI, 1992, p.19).

Segundo (CASTROGIOVANNI 2014, p. 66) “cabe ao professor criar


situações de intervenções que estimulem a criança a viver o mundo
representado pela maquete.” Dessa forma, na teoria o uso de maquetes no
ensino de geografia é uma a forma inovadora de demostrar as espacialidades
em que o aluno está inserido e que cabe também ao professor buscar meios
para serem passados em sala de aula, sendo um recurso importante como diz
o Castrogiovanni (2014):

A maqueta é um “modelo” tridimensional do espaço. Ela funciona


como um “laboratório” geográfico, onde as interações sociais do aluno
no seu dia a dia são possíveis de serem percebidas quase que na
totalidade. A construção da maqueta é um dos primeiros passos para
um trabalho mais sistemático das representações geográficas.

Dessa maneira será desenvolvida de forma organizada maquetes em


oficinas feitas dentro de sala de aula buscando desenvolver os sentidos
criativos dos alunos ao mesmo que desperta curiosidades dos mesmos no
trabalho, onde visa-se conciliar teria e prática sendo esse o maior desafio dos
professores.
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REFERÊNCIAS

CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos, (Org.); CALLAI Helena Copetti ;


KAERCHER , Nestor André. Ensino de Geografia: práticas e textualizações
do cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2014. P. 65-72.

PARÁ. Secretaria Executiva de Educação. Proposta curricular 2003: ensino


médio/ Secretária Executiva de Educação. Belém: SEDUC, 2003.

SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Edusp,


2014.

SIMIELLI, M. E. R. et al. Do plano ao tridimensional: a maquete como


recurso didático. In: Boletim Paulista de Geografia, nº 70, AGB, São Paulo,
1992, p. 5-21.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Tradução de


Francisco Pereira. Petrópolis: Vozes, 2002.

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