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HISTORIA DA TEOLOGIA
NA AMERICA LATINA
A. CHURRUCA PELAEZ GUSTAVO GUTIERREZ
J. OSCAR BEOZZO"OTTO MADURO- EDUARDO
HOORNAERT RUBEM ALVES SAMUEL SILVA
GOTAY ENRIQUE DUSSEL RIOLANDO AZZI
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COLEÇÃO ““TEOLOGIA DIÁLOGO"”
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** Direitos humanos
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** A religião do povo
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** Trabalho e teologia
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* Pastoral urbana
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** História da teologia na América Latina


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PELAEZ- GUSTAVO GUTIERREZ
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Série TEOLOGIA EM DIALOGO
Série TEOLOGIA EM DIÁLOGO —
— Estudos
Estudos
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
:
Faculdade de Teologia N. Senhora da Assunção, S. Paulo
Faculdade de Teologia N. Senhora da Assunção, S. Paulo —
— Edições
Edições Paulinas
Paulinas

Equipe de redação
Equipe de redação
José Oscar Beozzo
José Oscar Beozzo
Otto Maduro
Otto Maduro
Riolando Azzi
Gustavo
Azzi
Riolando Gutierrez Em
Em 1975,
1975, começou
começou aa germinar
germinar nana CEHILA
CEH1LA
CEHILA aa idéia de lançar
idéia de lançar um pro¬
um pro¬
Gustavo Gutierrez
Eduardo Hoomaert jeto
jeto ambicioso:
ambicioso: escrever uma História
escrever uma História dada teologia latino-americana. Na
teologia latino-americana. Na
Agustín
HoomaertPeláez
EduardoChurruca Assembléia
Assembleia dede 1976
1976 joi
foi aprovado
aprovado o
o projeto
projeto e
e começou
começou seu
seu lento
lento caminhar.
caminhar.
Agustín Churruca Peláez Somente
Somente quando, em 1979,
quando, em dr. Pablo
1979, oo dr. Pablo Richard tomou oo projeto
Richard tomou projeto em suas
em suas
Rubem Alves
Rubem Alves Gotay mãos,
mãos este entrou em
este entrou em umum processo
processo efetivo de realização.
efetivo de realização.
Samuel Silva
Enrique Dussel Com efeito, no I Encontro latino-americano de teologia, no México,
S\’df fizemos uma exposição sobre este tema, em fôrma de hipóteses gerais so¬
bre um assunto desconhecido. A história de nossa teologia, como nossa
história em geral, não só era ignorada, também desprezada por inexis¬
tente. Sempre nos perguntavam: história da teologia na América Latina ?
Existe por acaso semelhante teologia? Como fazer a história de algo ine¬
xistente? O trabalho era árduo, porque, mesmo entre os que desenvolviam
cebilA teologia na atualidade, havia pouca consciência dos antecedentes que da¬
riam mais força histórica a seu próprio movimento. No entanto, supera¬
COMISSÃO DE ESTUDOS DE HISTORIA NA AMÉRICA LATINA mos as oposições graças aos amigos que participaram deste Simpósio
da CEHILA.
Presidente: Enrique Dussel O presente material, que é editado pelo esforço do coordenador do
Secretário executivo: Eduardo Vega Simpósio acima citado, quer dar a conhecer o fruto de uma primeira “en¬
Secretário administrativo: Ricardo Ramirez trada" na rica mina inexplorada de nossa história da teologia. Devemos
Vogais: Juan Villegas, Eduardo Hoomaert dizer, em nome da verdade, que somente a equipe chilena trabalhou as
fontes positivas com método histórico e, mesmo que se deva aperfeiçoar
COORDENADORES DE ÁREA sua interpretação, são os únicos que dispõem de um material positivo im¬
I Protestantes:José M. Bonino e Carmelo Bellido pressionante. Com o passar dos anos, é necessário que surjam equipes
Andino-Incaica: Mons. José Dammert Bellido semelhantes em todos os países. Cumpre inaugurar, nos centros teológicos
Brasil: José Oscar Beozzo e históricos, seminários de história da teologia latino-americana, como os
Caribe: Samuel Silva Gotay que temos organizado em alguns lugares por iniciativa da CEHILA.
Colômbia-Venezuela: Rodolfo R. de Roux A médio prazo se poderá produzir um material abrangendo as etapas
Cone-Sul: Juan Villegas mais importantes da teologia latino-americana, para se chegar, a longo
América Central: Rodolfo Cardenal ! prazo, em dez ou mais anos, a uma História da teologia na América La¬
México: Alfonso Alcalá tina, que permita dar a conhecer aos cristãos latino-americanos e a nos¬
Hispânicos nos EE.UU.: Ricardo Ramirez sos irmãos da África, Ásia, Europa e Estados Unidos, uma ampla luta
teórica de muitos que se comprometeram pelos oprimidos de seus tempos
COORDENADORES DE PROJETOS na América Latina, e que nós ignoramos.
HISTÓRIA GERAL DA IGREJA NA AMÉRICA LATINA: Enrique
Dussel A história da teologia dará, como se disse no Simpósio, um apoio
HISTÓRIA VERSÃO POPULAR: Eduardo Hoomaert estratégico à teologia da libertação, à produção teológica popular, sendo,
HISTÓRIA DA VIDA RELIGIOSA: Juan Villegas por outro lado, um capítulo central da História da Igreja na América
HISTÓRIA DA TEOLOGIA: Pablo Richard
Latina.
ARQUIVOS: Alfonso Alcalá
CENTRO: DE FORMAÇÃO: Luís Ramos ENRIQUE DUSSEL
Presidente da CEHILA 5
© EDIÇÕES PAULINAS — São Paulo, 1981
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INTRODUÇÃO
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r Para
Para muitos,
muitos, a primeira
últimos dez anos,
últimos
latino-americana é a que surge,
primeira teologia latino-americana
anos, com a Teologia da Libertação.
Libertação.
nos
surge, nos
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Na verdade, pensar teológico está presente
verdade, o pensar na história
I presente na história latino-ame¬
latino-ame¬

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1 ricana,
ricana, desde a primeira
primeira evangelização,
cravização e liberdade
rez, na prática
liberdade dos
evangelização, rico
índios
índios como
como
rico ec trágico

prática de todos aqueles que partiram


nos
nos —
fazem
partiram em busca
na dialética
trágico na
— ver
ver Gustavo
Gustavo

— es¬
es-
es¬
Gutier¬
Gutiér-
pobres de
busca dos pobres de
;1
Jesus Cristo e Eduardo Hoornaert na teologia da missão e da ação pas¬
toral do Pe. Antônio Vieira, SJ.
i ->ÿ Os estudos, aqui reunidos, foram apresentados e debatidos, sob a co¬
í ordenação de Pablo Richard, no Simpósio sobre História da Teologia na
América Latina, realizado pela Comissão de Estudos de História da Igre¬
ja na América Latina (CEHILA), em Lima, no Peru, de 23 a 26 de julho
de 1980.
O Simpósio foi o primeiro resultado palpável do projeto em curso
de uma ampla História do Pensamento Teológico Latino-Americano, cen¬
i trada nas figuras e nos momentos que estiveram voltados para o clamor
dos pobres e dos oprimidos.
Selecionamos nove das dezesseis contribuições aí apresentadas, in¬
cluindo os quatro ensaios relativos ao Brasil: o de Riolando Azzi que es¬
boça um quadro geral da produção teológica no Brasil ao longo de sua
história; o de Eduardo Hoornaert sobre a teologia de Antônio Vieira, no
seu perÍGdo missionário no Maranhão; o de José Oscar Beozzo, sobre a
reflexão política e social do Pe. Júlio Maria, no alvorecer da República
e o de Rubem Alves, sobre as idéias teológicas no protestantismo bra¬
sileiro.
1 Abre a seleção um artigo de cunho mais teórico de Otto Maduro,
I ! professor da Universidade de Mérida na Venezuela, em que se analisa o
sentido militante de se reconstruir a memória histórica de nossos povos,
í no campo de sua prática e de sua reflexão religiosas.
A importância da reflexão teológica desenvolvida no período crítico
IS das lutas pela independência, no início do século XIX, vem recolhida no
estudo do pensamento de Morelos que mobilizou o povo miúdo na etapa
inicial da conquista da independência do México.
R No período atual, Samuel Silva Gotay, de Porto Rico, oferece uma
1 interpretação da passagem do pensamento cristão para uma visão com¬
prometida e radical tanto no campo católico como protestante e que en-
controu sua expressão na teologia da Libertação.
íáfeafai:.,. Encerra a coletânea o ensaio de periodização geral e de síntese do
Wmm
Prof. Enrique Dussel, presidente da CEHILA.
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m O livro é modesta contribuição para cobrir a lacuna sobre a história
•'WKmPt do pensamento teológico latino-americano e espera suscitar críticas, de-
bates e novas pesquisas no âmbito das Faculdades de Teologia e dos Cen- 7
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tfos de
tfos de Formação
Formação Teológico-Pastoral
Teológico-Pastoral de
de nossos
nossos países.
países. Quer
Quer recuperar
memória dos
memória
alerta
que empreenderam
dos que
alerta ee crítica,
empreenderam a
crítica, procurando
procurando que
a tarefa
esta fosse
que esta fosse
da
da evangelização
tarefa pertinente
evangelização
recuperar aa
de
de maneira
maneira
pertinente ee articulada
articulada com
com
m I. MARCO TEÓRICO
I.
os problemas
os problemas da da realidade
realidade latino-americana.
latino-americana. EPISTEMOLÓGICOS PARA
1. APONTAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS PARA UMA
UMA
Agradecemos
Agradecemos à à Faculdade
Faculdade dede Teologia
Teologia Nossa
Nossa Senhora
Senhora dada Assunção
Assunção
í de São Paulo HISTÓRIA DA
HISTÓRIA DA TEOLOGIA NA
NA AMÉRICA LATINA
LATINA
de São Paulo por ter acolhido
por ter esta iniciativa
acolhido esta nas páginas
iniciativa nas páginas de sua Revista
de sua Revista y-
de Teologia.
de Teologia.

PE.
PE. JOSé
JOSé OSCAR
OSCAR BEOZZO
BEOZZO OTTO MADURO
OTTO MADURO
r:.%
Coordenador da CEHILA-Brasil
Coordenador da CEHILA-Brasil
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Introdução: aa responsabilidade
1. Introdução: responsabilidade realidade ee às
alheias à sua realidade suas ne¬
às suas ne¬
j ! do historiador cessidades). E,
cessidades). conscientemente ou
E, conscientemente ou
historiador
não, são
não, são os historiadores profissio¬
os historiadores profissio¬
í ;i nais que, de
nais que, de fato, em nossas socie¬
em nossas
$
Saibamos ou não, queiramos ou dades, possuem a maior responsabi¬
it não, escrever história é uma das for¬ lidade na tarefa de reconstruir a me¬
mas de se fazer história. Dito de ou¬ mória histórica de nossos povos.
tro modo, fazer história escrita é A maneira, pois, como os historia¬
fazer história real, é uma das manei¬
ras de influenciar a história de um
dores façam — ou deixem de fazer —
a história escrita é um dos elemen¬
'4 povo e de participar da construção tos-chave, um dos fatores decisivos,
de suas escolhas, de seu futuro e de na maneira de os povos participa¬
seu destino histórico. Insisto: quer
desejemos ou não, quer nos demos
rem — deixarem de participar — da
feitura de sua própria história real.
conta ou não, é assim. Conforme os historiadores escreve¬
Por quê? Porque assim como a rem a história de um povo, assim
memória individual da própria biogra¬ verá este povo seu passado; e con¬
fia de uma pessoa é um dos elemen¬ forme um povo perceber seu passa¬
tos-chave na capacidade dessa pessoa do, assim poderá este povo partici¬
t para conhecer sua situação, compre¬ par da construção de uma história
endê-la e apoderar-se dela, para conhe¬ na medida de suas possibilidades, de
1
cer suas alternativas e suas limita¬ suas esperanças e de suas necessi¬
ções, para compreender seus recursos dades.
e suas possibilidades, e, portanto, par¬ O mesmo — mutatis mutandi —
ticipar, decisivamente, na construção sucede com a história da Igreja. Prin¬
llí, de seu próprio futuro (deixando de cipalmente quando na América Lati¬
4 í ser um mero joguete das circunstân¬ na, e mais ainda nas massas oprimi¬
a cias externas), assim também a me¬ das de nosso continente, a Igreja
mória histórica do próprio passado possuiu, e possui ainda hoje, um pa¬
%
de um povo é um dos elementos-cha¬ pel de primeiríssima importância na
i ve na capacidade desse povo para co¬ construção da visão de nosso passa¬
nhecer sua própria situação, para com¬ do, de nossa situação atual e de nos¬
preendê-la e apoderar-se dela, para sas alternativas e tarefas futuras. Sai¬
I conhecer suas próprias limitações e bamo-lo ou não, queiramo-lo ou não,
possibilidades, para compreender seus escrever história da Igreja é uma das
|íf próprios recursos e alternativas, e, formas de construir Igreja. Dito de
portanto, para poder participar deci¬ outro modo, fazer história escrita da
sivamente na construção de seu pró¬ Igreja é fazer história real da Igreja,
R, prio futuro (deixando de ser um é uma das maneiras de influir na
•*i m; R • mero peão de forças estranhas, história do povo de Deus em marcha 9
is-'
ppprry,,.,
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;; pelo
pelo mundo,
mundo, de participar
participar nana cons¬ tórico cria, com suas peculiaridades
cria, com peculiaridades com
conflito com
posição social, em conflito
sua posição telectual lhe oferece,
telectual lhe vezes, as pos¬
às vezes,
oferece, às pos¬
trução de suas alternativas,
trução alternativas, de seu seu uma perspectiva
características, uma limites ee asas orienta¬
futuro e de seu destino histórico.
perspectiva his¬
his¬ limita ee orienta a sua tarefa
outras, limita sibilidades, os
sibilidades, os limites
histórico. In-
In¬ tórico-concreta sobre a realidade:
realidade: sus- enquanto historiador.
historiador. ções investigação histórica,
ções de sua investigação histórica,
sisto: quer queiramos ou não, quer
não, quer cita problemas,
problemas, destaca aspectos, pro- condicionando-a em grande grande medida.
medida.
pro¬ história éé tarefa que se condicionando-a
compreendamos ou não, não, é assim.
Conscientemente ou não, não, são os
põe
põe categorias
categorias interpretativas,
facetas e produz
interpretativas, aponta
produz instrumentos
instrumentos inte-
inte¬
Escrever história
Escrever
realiza em ee à partir
realiza
histórico em
um projeto
partir de um projeto
conflito com outros.
historiador pode
Obviamente, o historiador
como em outros
neste como
pode —
aspectos de
outros aspectos
—de
historiadores
historiadores profissionais
nismo
profissionais do cristia-
nismo que, de fato, em nossa
cristia¬
nossa socie-
socie¬
lectuais.
lectuais. Por
Por isto
isto dizia Benedetto
ce que "toda história
Benedetto Cro-
história é história
Cro¬
histórico
Consciente'
Conscieitteó&u
einfe
inconscientemente, to-
-fou inconscientemente, to-
neste
seu trabalho

— desvelar, confrontar
ee transformar o arsenal de
confrontar
de conceitos

I

dade, arcam com a maior
bilidade
bilidade na
memória
memória histórica
responsa¬
maior responsa-
na tarefa de reconstruir
reconstruir a
nossa Igreja,
histórica de nossa Igreja,
temporânea”.
temporânea". Porque
o passado
passado a partir
va presente,
história con-
Porque o historiador
con¬
historiador vê
partir da sua perspecti-
presente, a partir
perspecti¬
partir da experiência
res
sad<
historiador
do his

presente
O presente

partilha certos valo-
Óri&dor partilha
outros — acerca do pas-
l /h&o outros
res-ÿá|pftfio
e das
valo-
pas-
alternativas
própria sociedade.
de sua própria
fede
que uma
cas, que
conceitos
instrumentos e técni¬
palavras, de instrumentos
e palavras,
de pensamen¬
corrente de
uma corrente
to em oposição a outras lhe legou.
pensamen¬
legou.


do povo
povo de Deus
Deus em marcha
marcha pelo
pelo específica de sua contemporaneidade. participa de possibilidade será tanto
tanto maior
maior
HBfeinesma
Épiitf!. mesma medida, participa
medida, EE esta possibilidade
continente latino-americano. A manei-
— —
E dificilmente

manei¬ E muito maior for a consciência do
ra, então, como os historiadores cris-
muito mais
mais ainda Ijptèèrto
I própria
ipèèrto projeto
projeto histórico
histórico para :
para sua quanto maior do
tãos fizerem, ou deixarem de fazer,
cris¬ se desconhece este fato — pode
historiador
historiador escapar aos condiciona-
pode o m *ipria sociedade, ee rejeita outros.
rejeita outros. peso que a sua inserção
peso inserção numa
numa
condiciona¬ '

blnslsto: conscientemente ou não.


'
não. E E intelectual exerce so¬
certa tradição intelectual so¬
história escrita de nossa
a história nossa Igreja
Igreja é mentos de seu tempo, à perspectiva
mentos Irÿíbals: políti¬ bre seu trabalho. Em Em vez de deixar-
deixar-
|| um dos elementos-chave, um dos fa-
perspectiva
de sua época. E, quando escapa, ape-
'
' mais: o "desinteressar-se
ca" de alguns historiadores é uma
da políti- bre
-se arrastar pela corrente, será ne¬
tores decisivos, na maneira como o nas o faz parcialmênte. cessário conhecer, reconhecer e exa¬
forma de participar de um dos pro¬
povo de Deus participa — ou deixa Escrever história é tarefa que se jetos históricos vigentes (que geral¬ minar os conceitos, os instrumentos
de participar — na construção da his-
tória real de sua própria Igreja. À
realiza em e a partir de uma posição mente coincide com o projeto domi¬ de pensamento, as técnicas de inves¬
social específica em conflito com ou- nante) e repelir outros. E, em qual¬ tigação, os temas para reflexão e os
ii, maneira, pois, como os historiadores tras. Nenhum historiador é um anjo meios de expressão que normalmente
quer caso, a opção consciente ou in¬
cristãos escreverem a história da páirando acima de sua época e de se adotam, assim como aqueles que
Igreja, assim verá seu passado o po- consciente por um dos projetos his¬
sua sociedade. Não. Todo historiador tóricos em conflito condiciona, tam- se excluem.
vo de Deus oprimido e crente, da é pessoa de sua época e de seu meio Poderia resumir estas quatro hi¬
bém, a reescritura do passado: nova-
América Latina; e segundo este po- social. E, como membro de um gru- 1 mente, as seleções, hierarquizações, póteses complementares dizendo que
vo perceber o passado de sua Igreja,
desse modo poderá ele participar da
po social específico
com outros —
— em conflito
ganha seu sustento,
valorações, relações, descrições e in¬ escrever história é uma tarefa situa¬
da objetivamente (vale dizer, inde¬
terpretações dos documentos se vêem
construção de uma Igreja de acordo sofre pressões e influências, parti- pendentemente da vontade do sujei¬
submetidas à influência do projeto
ill com suas possibilidades, esperanças e lha — nolens volens — certos inte- histórico compartilhado pelo historia¬ to). Escrever história é uma tarefa
necessidades . . . e dependendo da
maneira como este nosso povo latino-
resses e não outros, considera certas
coisas como normais e outras como
1 dor. Negar esta hipótese — o que é situada histórica, social, política e in¬
perfeitamente possível e inclusive fᬠtelectualmente. E esta quádrupla si¬
-americano, oprimido e crente, cons- aberrantes, considera certas altema- tuação do trabalho do historiador
truir sua Igreja, assim construirá seu tivas desejáveis e outras repugnantes;
cil — é, também, uma maneira de
constitui as possibilidades, os limites
futuro todo. compartilhar de certo projeto histó¬
como dizia Aristóteles do ser huma¬
no em geral, também o historiador é 1 rico em conflito com outros, mas im¬
pedindo-se a si mesmo o suspeitar,
e as orientações fundamentais, a par¬
tir dos quais se efetua a redação da
um "animal político”. E suas tarefas descobrir, relacionar, questionar, e história, condicionando-a.
2. A História: tarefa parcelada como historiador — suas seleções, inclusive modificar o projeto históri¬
{algumas hipóteses) hierarquizações, valorações, descri¬ i co que compartilhamos , e que influi
ções e interpretações
— estão tam¬
bém condicionadas por seu lugar na !
£ em nosso trabalho de historiadores. 3. Escrever história da Igreja
Escrever história não é, pois, uma Escrever história, enfim, é tarefa
polis, por sua posição social. Certa- í| que se realiza em e a partir de uma
tarefa inocente, neutra nem impar¬ mente, o próprio conhecimento da corrente de pensamento oposta a ou- Escrever história da Igreja é,
I cial. Tampouco o escrever a história
da Igreja, ou mais amplamente a his¬
história pode contribuir para que o tras. O historiador não concebe suas também, tarefa situada. E se poderia
historiador suspeite, descubra, rela¬ idéias nem por revelação divina, nem dizer que cada uma das quatro face¬
tória do pensamento cristão. E isso cione, questione, e até modifique e * por geração espontânea nem por ima¬ tas da situação objetiva de qualquer
não só pelas razões expostas quanto
à responsabilidade social do histo¬
supere parcialmente os condiciona¬ ginação criadora do nada. Não. O historiador —que condicionam, pois,
riador.
mentos que seu trabalho de historia¬
dor sofre a partir de sua própria con¬
historiador adquire seus conceitos, seu trabalho —se duplica especifica-
mente quando se trata de escrever
seus temas, sua metodologia e suas
Escrever história é uma tarefa que
se realiza em e a partir de um mo-
dição social. Sem dúvida. Mas para I I orientações interpretativas com base história da Igreja.
mento histórico. Cada momento his-
isto é necessário que o historiador
em algum momento — —
reconheça que | r numa tradição intelectual oposta a
ou tradição in¬
Com efeito, objetivamente, não é
a mesma coisa escrever a "História
iifiSíK; i I outras. Essa "escola”
p,'?:v
m
•íJ w:
pki '


ij I
i da Igreja espanhola
da Igreja espanhola no
escrevê-la
século XVI"
no século
no Peru que escrevê-la na Suíça.
no Peru que na
XVIo
Suíça. Mas,
Mas,
repelindo
pela
outros projetos
repelindo outros
pela tradição
projetos

— adere,
adere, ee
fisolófico-teológica
tradição fisolófico-teológica com
com
lido • caminho rumo à
caminho rumo à felix culpa
que se crê livre.
} prisioneiro que


tir da América povoada
de oprimidos crentes.
povoada de milhões
milhões

ÍH
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mesmo na Suíça,
crever tal
crever
Vaticano
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Suíça, não
tal história
II que
o mesmo
mesmo es¬
depois
es¬
do Concílio
antes do
história antes
dele.
Concílio
a
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qual
dições —
— em oposição
em oposição a
dições eclesiásticas
este
este
eclesiásticas
historiador.
historiador. —

a outras
outras tra¬
tra¬
se identifica
se identifica .1
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de
ser donos — e não
nossa
que conhecer
não
história futura,
nossa história futura,
nossa história
conhecer nossa história
E
E grave, por
que suceder no
Porque aquilo
por quê? Porque
próximo século, e nos
no próximo
séculos vindouros, com este povo
nos
povo
Vaticano II que depois dele. piada,
Usada, mas para
mas isso éé necessário
para isso necessário crente da América Latina
crente Latina dependerá
Do mesmo modo,
Do mesmo
hispano-americana”
hispano-americana0 escrita
não éé exatamen¬
modo, não exatamen¬
te igual uma “História da Inquisição
te igual uma "História da Inquisição
escrita por
por um um
que
Uma
foi
vez mais,
Uma vez
dito
mais, se
se pode
pode resumir
sublinhando
que foi dito sublinhando que
ver história
ver da Igreja
história da Igreja éé uma
resumir oo
que escre-
escre¬
uma tarefa
tarefa
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Ites saber
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que somos prisioneiros
saber que
presente. — prisioneiros
ainda — de nossa
donos ainda


nossa his-
his¬
em grande parte
perceber
Igreja
Igreja se
parte de como

se situar
como este
Igreja ee de
perceber aa sua Igreja
povo
este povo
como aa
de como
relação aa este
situar em relação este
membro da nobreza espanhola, ee es¬ situada
situada objetivamente
objetivamente (independente,
(independente, B tória presente.
membro da nobreza espanhola, es¬ pois, Mas, aa forma como
povo. Mas,
povo. como oo povopovo la¬
la¬
crita
crita por
por um filho de
um filho de operários
operários me¬
me¬ pois, da
da vontade
vontade dodo historiador),
historiador), tan¬
tan¬ tino-americano encarar aa sua Igreja,
tino-americano encarar Igreja,
1 :i talúrgicos bascos. E,
talúrgicos bascos. mesmo sendo
E, mesmo sendo to dentro
to dentro como fora da
como fora Igreja. Es¬
da Igreja. Es¬ ee como
como aa Igreja se situar
Igreja se situar emem relação
relação
um filho de
um filho crever
crever história
história da
da Igreja
operários metalúrgicos
de operários metalúrgicos Igreja éé uma
uma tare¬
tare¬ gÿ£È( 0 problema em nossa
0 problema nossa seu povo
este seu
aa este dependerá, ee muito,
povo dependerá, muito,
i. ;•f fa situada
bascos, fa situada histórica,
bascos, nãonão éé aa mesma
mesma coisa
coisa escre¬
escre¬ histórica, social,
social, política
política ee MÊÊliji
wÈÊÊÊÊ'' América
América atual
atual:: optar
optar de
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como este povo ee sua Igreja re¬
sua Igreja re¬
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ver
de,
esta história
ver esta história sendo um oo bispo
sendo um bispo intelectualmente
global no
tanto na
intelectualmente tanto
seio
na sociedade
sociedade “Itegr história da
construírem aa história
construírem Igreja, de
da Igreja, de
de, por ex., Bilbao,
por ex., Bilbao, ee sendo outro um
sendo outro um quanto da instituição
global quanto no seio da instituição \ viemos assinalando
que viemos como recuperarem
como memória histó¬
recuperarem aa memória histó¬
militante
militante da JOC de
da JOC de San
San Sebastian.
Sebastian. eclesiástica.
eclesiástica. E E esta múltipla
múltipla situação
situação :jg| me Tudo Tudo oo que
parece — talvez me engane
assinalando
— rica do povo de Deus em marcha pe¬
;! ff Igualmente, não é a mesma coisa objetiva do historiador da Igreja
'
tanto mais válido e grave para nossa las terras latino-americanas, de como
escrever uma ‘História das relações constitui as possibilidades, os limites i América Latina contemporânea e pa¬ re-criarem nossa identidade eclesial
1 Igreja-Estado no vice-reinado de No¬ e as orientações a partir dos quais
va Granada" sendo um socialista ou efetua sua redação da história da ra nossa Igreja latino-americana. latino-americana. Nesta situação deci¬
um democrata-cristão. No entanto, Igreja, Escrever, e a partir da América siva é, pois, grave a responsabilida¬
Latina, uma história da Igreja latino- de de (re) escrever a história da Igre¬
mesmo supondo um entre vários his¬
toriadores católicos democrata-cris¬
Estas hipóteses não implicam, ab¬ 1 •americana, uma história da teologia ja no e a partir deste continente
solutamente, que o historiador seja oprimido e crente.
tãos, será diferente a versão de tal um joguete de forças impessoais. Não. 1.7 na América Latina, uma história do
história por parte de um democrata- Nem pretendem tampouco estas hi¬ jk pensamento cristão latino-americano, Objetar-se-á que saio do tema,
-cristão nicaragiiense simpatizante da póteses negar a capacidade crítica, é uma
dade.
grave e urgente responsabili¬ que — no melhor dos casos — faço
1Í I: Teologia da libertação da de um de¬ imaginativa, criadora e transformado¬ >4 aqui teologia política (ou, pior, má
mocrata-cristão dominicano incorpo¬ ra do trabalho do historiador. Pelo Por que urgente? Porque milhões poesia), mas não epistemologia da
rado à Renovação carismática. contrário: se alguma coisa preten- de latino-americanos, oprimidos e história. Pode ser, talvez. Não obs¬
Enfim, não é o mesmo escrever dem estas hipóteses é re-situar cons¬ | crentes, tomam cada vez mais cons¬ tante, estou convencido de que es¬
uma "História da doutrina católica cientemente o historiador da Igreja ciência de sua opressão, da injustiça crever história do pensamento cris¬
oficial sobre os Direitos Humanos na no seio da objetividade a partir da | da mesma, da necessidade e possibi¬ tão na América Latina implica, além
França do século XVIII ao XX" sen¬ qual escrevemos nossa história. E lidade de libertar-se de tal opressão, de uma opção "teórico-epistemológi-
do um filósofo e literato de forma¬ isso indica, precisamente, potenciar I; construindo uma história própria. ca”, uma prévia opção teológico-polí¬
ção, sociólogo e economista, outro. positivamente (mais além da simples | Porque estes milhões de latino-ame- tica fundamentadora da opção teóri-
Entretanto, mesmo no último caso, boa vontade) esta capacidade crítica, 3 I ricanos, oprimidos e crentes, encon- co-epistemológica : uma opção que
será diferente o resultado de uma in¬
vestigação empreendida por alguém
imaginativa, criadora e transforma-
J | tram em sua fé cristã
K opressão, descobrem na mensagem
a denúncia da pode ser sabida — —
ciente e criticamente
e assumida cons-
ou que pode
dora do historiador. Mas, justamen- |
de formação estritamente tomista na te, penso que o historiador só pode I evangélica a crítica da injustiça e per- ser simples e sinceramente sofrida —
Espanha e por alguém de formação
hegeliana em Louvania.
superar as condições de produção de J|
sua tarefa transformando-as, e, para j
! cebem na Igreja a esperança e o ca¬
fe minho de sua libertação. E, nesta si-
e aceita de modo inconsciente, pas¬
sivo e resignado.
Em poucas palavras, escrever his¬ poder transformá-la é indispensável, || I tuação de emergência, — no duplo
sentido —
deste termo , esses milhões
Dito mais simplesmente: o proje¬
to da Igreja e o projeto da sociedade
tória da Igreja é uma tarefa situada em primeiro lugar, conhecer essas Ji H de latino-americanos, oprimidos e aos quais possamos aderir nos indica¬
dentro e fora da Igreja. É uma tare¬ condições que possibilitam, limitam || K Crentes, necessitam apoderar-se de rão, em princípio, a teoria do conhe¬
fa condicionada também, pelo mo- e orientam seu trabalho. Descobrir, §
mento específico da história da Igre¬
ja no qual se encontra inserido o
conhecer, reconhecer, analisar, ques- M H seu passado sócio-eclesial para re-si-
|| tuar-se conscientemente em seu pre-
cimento e a teoria da história que
guiarão as nossas investigações. E,
:!]t
historiador, pela posição institucio-
tionar e criticar tais condicionamen- Ji ife ítente concreto e poder, então, tomar indiretamente, a teoria do conheci¬

I
1 nal
— em conflito com outras
que o historiador ocupa no seio da
instituição eclesiástica, pelo projeto

tos me parece a única via acessívèí |1
para superá-los, quer dizer, para 1
transformá-los. Negar e menosprezar ||
tais condições, ao contrário, parecéfill
H
1.
Mn suas mãos as rédeas de seu des-
tino futuro. Nesta situação de emer-
Kjfència é, pois, urgente (re) escrever
mento e da história que assumirmos
limitarão e orientarão o curso, os
resultados e o uso social de nossas
| da Igreja ao qual o historiador
A,iV
— •me o clássico — e tradicionalme K7S de nossa Igreja na e a par- próprias investigações históricas.
escrever hiâtória
Que escrever
Que história seja
seja tarefa
tarefa próprias opções teológico-políticas
próprias opções teológico-políticas ee (ler, refletir, discutir,
escutar, refletir,
(ler, escutar, discutir, escre-
escre- velado
velado mediatamente
mediatamente percebido.
percebido. Des-
Des-
objetivamente situada ee condiciona¬
objetivamente situada condiciona¬ teórico-epistemológicas.
teórico-epistemológicas. PensoPenso queque aa ver te mesmo
i ver ee expor),
expor), como produto do
como oo produto do te mesmo modo,modo, vale dizer, àà medi-
vale dizer, medi-
da significa, também,
da significa, também, que as conse¬
que as conse¬ realidade sóció-eclesial latino-ameri¬
realidade sócio-eclesial latino-ameri¬ : propriamente di-
teologia propriamente da que nenhuma
da que nenhuma teologia
mesmo
mesmo (a (a teologia di- teologia éé uma
uma re-
re-
— ——

I quências de
quências nossa investigação
de nossa investigação ee pu¬pu¬ cana
cana temtem mostrado
mostrado tal grau de
tal grau de con¬
con¬ tá), ambos — em
estão ambos
tá), estão cada caso
em cada caso flexão
flexão imediata isolada sobre
imediata e isolada sobre oo da-
e da-
blicação
blicação de de história bastante in¬
são bastante
história são in¬ flito, que aa única
flito, que eficaz de
maneira eficaz
única maneira de específico de estudo
específico de estudo situados
situados em
em do revelado,
do revelado, senão reflexão mediata
senão reflexão mediata
P'1 dependentes
dependentes de nossa vontade:
de nossa vontade: essas
essas trabalhar
trabalhar por uma transformação
por uma transformação ra¬ ra¬ um sócio-histórico peculiar.
contexto sócio-histórico
um contexto peculiar. situada sobre
ee situada sobre tal
tal dado,
dado, deste
deste mo-
mo-
consequências dependem,
consequências dependem, em em grande
grande dical dessa realidade
dical dessa partir de
realidade éé partir de seu
seu i 0O trabalho
trabalho de teologia po-
produzir teologia
de produzir po- do, digo, toda
do, digo, toda teologia
teologia éé constituída
constituída
iniludível medida,
ee iniludível medida, do contexto his¬
do contexto his¬ caráter radical
caráter radical conflituoso.
conflituoso. Não
Não creio
creio de,
de, então, ser considerado
então, ser como um
considerado como um (parcial, mas substancialmente)
(parcial, mas substancialmente) em em
tórico-social ee político-intelectual
tórico-social político-intelectual no no maneira de
que aa maneira
que de superar
superar osos confli¬
confli¬
qual "caiam"
qual
dentro
dentro ee fora
nossas investigações
“caiam” nossas
fora da
investigações

Igreja — ee das
da Igreja

das for¬—
for¬
tos seja
tos seja negando-os
-os. Não.
-os.
nem
Estou convencido
Não. Estou convencido
ocultando-
negando-os nem ocultando-

— ee nis¬
nis¬
processo de
processo de produção
produção situado
contexto social
contexto
como
como um
situado em
concreto, quer
social concreto,
processo social
um processo social de
em um
um
quer dizer,
dizer,
de produ-
produ-
ee mediante

lado
mediante essas mediações,
das quais
das
essas

através das
lado ee através
mediações, através
quais éé percebido
percebido oo dado
das quais
através
dado reve-
reve-
quais éé trabalhada
trabalhada

:
ças sociais
ças
rem da
rem
em luta
sociais em se apropria¬
para se
luta para apropria¬
intelectual recebida
produção intelectual
da produção recebida
soso me
negam
me uno
negam os
parcialmente àqueles
uno parcialmente
os conflitos
ciso supèrar
conflitos—— de
àqueles queque
que éé pre¬
de que pre¬
Mas, es¬
ção. Igualmente, a teologia — en-
ção. Igualmente, a
resultado desse
quanto resultado
quanto
teologia
desse processo

processo —
en-

reflexivamente
do
reflexivamente essa
do revelado.
revelado. Pelo
percepção do
essa percepção
menos, uma
Pelo menos,
do da-
uma parte
da-
pârte
nesse contexto.
nesse Não éé oo historiador
contexto. Não historiador ciso superar esta situação. Mas,
está situação. es¬ pode ser considerada
pode ser como produto
considerada como produto dessas
dessas mediações,
mediações, através
através dasdas quais
quais
quem, individualmente,
quem, individualmente, decide
decide aa tou igualmente convencido
tou igualmente convencido de que su¬
de que su¬ socialmente situado daquele
socialmente situado daquele proces- proces- se faz toda teologia, são mediações
se faz toda teologia, são mediações
sorte de
sorte de seus textos: éé oo historiador
seus textos: historiador perar
perar os exige transformar
conflitos exige
os conflitos transformar produto so-
dizer, como o produto
so, quer dizer, sociais, mediações
sociais, próprias do
mediações próprias do con¬
situado socialmente em um contexto as condições de produção dos mes¬ etai de um processo situado em um texto social concreto no qual se ela-
histórico-concreto. mos. E este último implica reconhe¬ contexto específico. bora cada reflexão teológica parti-
Podemos, sem dúvida, negarmo-nos cer os conflitos, assumindo — até Certamente, um processo “x” pode cular.
a optar teológico-politicamente. Pode¬ suas últimas consequências teóricas estar situado num contexto “y” Sem Esta hipótese dè que toda teolo-
mos, igualmente, negarmo-nos a optar e práticas — o caráter radicalmente que o contexto afete o processo e vi- gia é produção de um trabalho so-
teórico-epistemologicamente. Podemos conflitivo da situação sócio-eclesial ce-versa. Todavia, quando aqui falo
latino-americana contemporânea. Ne¬ cialmente situado e que esta situa-
rechaçar a inevitabilidade de escolher da teologia como produto de um tra- çã0 compõe cada teologia em sua es-
um projeto de Igreja e um projeto de gá-lo, em vez de assumi-lo, me pare¬ balho socialmente situado, quero di- pecificidade, não é uma hipótese de
sociedade. Claro que podemos. Contudo, ce tão-só a maneira mais cômoda de zer com isso - precisa e explicita- modo algum inócua> indiferente, pa-
esta ausência de opção está igualmente
situada em um contexto sócio-ecle-
contribuir para perpetuar os confli¬
tos, lavando, simultâneamente, as
mente - que a teologia atmge-o, e ra Q estudo da história da teologia.
é atingida pelo contexto social con- Ao contrário< esta hipótese implica
! sial objetivo, tanto mais independen¬
te de nossa vontade quanto renun¬
mãos de toda responsabilidade nos
mesmos.
ereto no qual a teologia (em cada
caso especifico) e produzida. Em ou-
qUe> para entender um texto teoló-

ciarmos a discernir criticamente sua Por isto, insisto: escrever histó¬ gico em sua dimensão exata, faz-se
tros termos, quando digo que a teo- necessário conhecer o contexto so-
foi í contextura e suas implicações. E, ria do pensamento çristãó na e a logia e o produto social de um pro-
partir da América Latina contempo¬ dal de sua produçâo c diVulgação.
(fo i ademais, esta "ausência de opção” cesso social de produção, quando di- Q COnhecimento do contexto é Con¬
i se traduzirá geralmente em uma iden¬ rânea implica em optar entre várias t go que a teologia e um produto de di ao necessária - embora de modo
í \
tificação — ignorada e por isto mais
sólida — com o projeto atualmente
alternativas teológico-políticas e teó¬
rico-epistemológicas em conflito.
um processo socialmente situado, algum suficiente — para se entender
quero dizer com isto que o contexto o texto. Então, se partimos desta hi¬
predominante de Igreja e com o pro¬
jeto dominante de sociedade. Dito
iK social específico no qual se produz
JK toda a teologia forma parte integran-
pótese, uma história da teologia exi¬
5. O objeto: um pensamento situado girá tanto um conhecimento do con¬
mais simplesmente: negar-se a optar ;U|i te, constitutiva, substancial da pró¬ texto social da produção teológica
é optar pela ordem estabelecida e re¬ te§| pria teologia. Dito de outro modo: quanto um re-situar a produção teo¬
nunciar a transformá-la. Assim como propus considerar o j®' nfio se pode entender um texto teo¬ lógica no seio de tal contexto.
Nesta ordem de idéias, talvez va¬ escrever história como uma tarefa í lógico fora do contexto social de sua
lha a pena explicitar uma questão situada, quero ir, agora, mais adian- I ; produção e difusão. As condições so¬
mais profunda antes de fechar este te, para referir-me ao objeto da histó- | ciais de produção de toda teologia
ponto. Notar-se-á que minhas refle¬ ria, mais especificamente ao objeto ;| reduzem esta teologia em partes do 6. Complexidade e conflito do
xões estão marcadas por uma per- da história da teologia e do pensa- | > que ela é. contexto da produção teológica
cepção conflituosa da sociedade. Por mento cristão, quer dizer, à teologia I j§ A teologia não é simplesmente o
exemplo, disse que o historiador se e ao pensamento cristão enquanto rd trabalho imediato, livre, direto, es-
situa, dentro e fora da Igreja, em objetos de estudo histórico. >9 pontâneo e unívoco de reflexão so¬ Sendo assim, para contribuir no
uma posição social em conflito com À hipótese que quero propor a li bre 0 dádo revelado. Não. Toda teo- aperfeiçoamento da hipótese apresen-
esse respeito é a seguinte: a teologia ti logia é um trabalho mediato (media- tada anteriormente, proponho a con-
[ outras, em um projeto de Igreja em
oposição a outros, etc. É exato, e isto é o produto de um trabalho social¬
I;d0, condicionado, indireto e ambí- sideração dos aspectos do contexto
forma a parte medular de minhas mente situado. Tanto este trabalho ||U0) de reflexão sobre um dado re- sócio-eclesial latino-americano, aspec-
1 m
f
ff
! tivos
são da
são
que considero
tos que
tos

da teologia
ses dois
ses
teologia em
aspectos são
dois aspectos
bastante significa¬
considero bastante significa¬
produção ee compreen¬
para aa produção
tivos para compreen¬
região. Es¬
nossa região.
em nossa
são aa complexidade
complexidade
Es¬
produção
interior.
compreender
teológica elaborada
produção teológica
Por isso,
interior. Por
oo significado
significado e as
e
elaborada em em seu
igualmente, para
isso, igualmente,
génese, aa elaboração,
compreender aa génese,
seu
para
elaboração,
implicações de
as implicações de
"
e’ fora da
é!'fora
sere
sere
'v .
tit!
da Igreja
esta
esta
Igreja
mesma
mesma —

produção.
produção.
se in¬
quais se
nos quais
nos in¬ mesmo
quando oo idioma
mesmo quando foi
idioma foi perfeita¬
perfeita¬
mente compreensível para seus des¬
mente compreensível para Seus des¬
tinatários.
tinatários. Há
Há enfoques
enfoques teológicos
teológicos que
que
provocarão aa proibição
provocarão por
proibição por parte dos
fíi ; conflito do
ee oo conflito
latino-americano
latino-americano ee do
contexto sócio-eclesial
do contexto sócio-eclesial
contexto de
do contexto de
uma produção
uma
conhecer
teológica, éé necessário
produção teológica, necessário
contexto macro-social
conhecer oo contexto macro-social es¬es¬ 7. tríplice relação
7. AA tríplice relação texto /contexto
texto! contexto governos de
governos
que
de uma
provocarão
umaconflitos
parte dos
sociedade; outros
sociedade; outros
1 J produção
produção da da teologia
teologia na América La¬
na América La¬ pecífico no qual esta produção
pecífico no qual esta produção foi foi que provocarão conflitos Igreja/Es¬
Igreja/Es¬
tado; outros, enfim,
tado; outros, enfim, que não terão
tina.
tina. realizada. Para terminar
Para terminar de aperfeiçoar, de
de aperfeiçoar, que não terão
I :! Com efeito, aa teologia
Com efeito, não éé sim¬
teologia não sim¬
realizada.
Por outro lado,
Por outro tanto oo contexto
lado, tanto contexto precisar
precisar esta hipótese interpretativa
esta hipótese
de
interpretativa
acolhida
acolhida nenhuma,
negativa.
nenhuma, nemnem positiva nem
positiva nem
negativa. Certas
Certas idéias
idéias teológicas re¬
ii plesmente
plesmente produzida
produzida no no seio
seio dede uma
uma eclesial como o contexto macro-social
eclesial como o contexto macro-social para
para uma da teologia
história da
uma história na Amé¬
teologia na Amé¬ teológicas re¬

.
sociedade
logia
determinada. Não.
sociedade determinada.
logia éé produzida
produzida no
Igreja situada
Igreja situada em
Não. AA teo¬
no seio
seio de de uma
uma sociedade,
em uma
teo¬
uma
sociedade, oo
latino-americano
latino-americano são
racterizadas pela
racterizadas
dência
são realidades
realidades ca-
dominação, depen¬
pela dominação,
conflito de
pelo conflito
dência ee pelo
ca-
depen¬
de interesses
interesses
rica Latina, pretendo
rica Latina, pretendo agora
simples aproximação do
simples aproximação
propor à consideração três
propor à consideração
agora
— ——

do problema
nesta
problema
nesta

pontos ca-
três pontos ca-
forçarão
forçarão aa dominação,
midos, outras, enfim,
midos, outras,
outras revigo¬
dominação, outras revigo¬
rarão as lutas de libertação dos opri¬
rarão as lutas de libertação dos opri¬
enfim, não repercuti¬
não repercuti¬
ri i
M! que
que nãonão éé indiferente
indiferente nem nem secundá¬
secundᬠopostos. produção teológica
opostos. AA produção teológica se
se rea¬
rea¬ racterísticos da relação da produção
racterísticos da relação da produção
rão nos conflitos sociais. Porém, em
rão nos conflitos sociais. Porém, em
qualquer
if i rio
rio para produção teológica
para aa produção teológica (e (e tam¬
tam¬ liza no meio
liza no meio de uma situação
de uma situação dede do¬
do¬ do texto teológico
do texto teológico com suas condi¬
com suas condi¬ qualquer umum desses
desses casos,
casos, aa reação
reação
>í suscitada pela
suscitada pela produção teológica
produção re¬
pouco
pouco parapara entender
entender estaesta produção).
produção). minação ee de
minação de conflito
conflito que atinge di¬
que atinge di¬ sociais de produção.
ções sociais de produção. Ou, se
ções Ou, se pre¬
pre¬ teológica re¬
percutirá, novamente, na ulterior re-
Para mim, aí reside a complexida¬ reta e/ou indiretamente a elaboração, ferem, destacarei três relações signi¬
a difusão, a interpretação e as fun¬
elaboração, difusão, interpretação, des¬
de das condições de produção da ficativas da produção do texto teo¬
ções sociais da teologia. Atinge, pois,
tino e consequências da mesma. No-
teologia na América Latina. Em pri¬ lógico com seu contexto social. ta-se que, em uma sociedade de clas¬
tj meiro lugar, a produção teológica a forma e o conteúdo, a génese e o Estas três relações são as seguin¬

destino de toda produção teológica. ses, a dominação social se exerce tam¬


está situada em um contexto eclesial, tes: 1) determinação estrutural do
em uma Igreja visível com suas tra¬ Não podemos esquecer que em uma bém sobre a produção teológica; por¬
texto pelo contexto; 2) autonomia re¬
tanto, toda produção teológica tende
dições, suas normas, sua organiza¬ sociedade de classes, em uma socie¬ lativa da produção do texto com re¬
a ser utilizada em função dos inte¬
H ção, seus grupos, seus códigos e lin¬ dade dominada e dependente como a lação ao contexto; e 3) eficácia espe¬
latino-americana, a dominação não atin¬ resses dominantes, embora nem sem¬
guagem, seus recursos e limitações, cífica do texto sobre o contexto. Co¬
suas exigências e suas possibilidades, ge somente a vida material das pessoas. pre isso ocorra. Neste sentido, pois,
mo se verá, estas três relações são
seus interesses e orientações. Esta Não. Também os esquemas de inter¬ o contexto exerce uma determinação
estreitamente interdependentes e histo¬ estrutural, objetiva, sobre a génese,
i realidade social da Igreja — que ul- pretação da realidade (e, por isso
mesmo, os esquemas de interpretação
ricamente se influenciam umas às ou¬
estruturação, difusão e funções da
trapassa o âmbito de uma sociedade tras.
nacional particular — estabelece um do dado revelado) estão submetidos produção teológica.
Quando dizemos que há uma de¬
conjunto concreto (e historicamente aos valores, às idéias, aos interesses terminação estrutural do texto pelo Quando dizemos que há uma au¬
variável) de limites e tendências que e às atitudes dos grupos poderosos. contexto, queremos dizer que a ela¬ tonomia relativa da produção teoló¬
tocam a produção teológica elabora¬ Não podemos esquecer, tampouco, boração, a difusão, a interpretação e gica em relação ao contexto de sua
da em seu seio. Por isto, para com¬ que não há dominação sem conflito, as consequências de um texto teoló- produção, queremos dizer com isto
j preender a génese, a elaboração, o sem luta dos dominadores para man¬ gico são parcialmente independentes que a produção de um texto teoló-
sentido e as repercussões de certa ter seus privilégios, nem sem luta dos da vontade de seu autor: dependem gico é parcialmente independente do
|
produção teológica, é preciso conhe¬ dominados para libertarem-se da da estrutura objetiva das relações so¬ contexto macro-social no qual se rea¬
cer o contexto eclesial específico em opressão. E esta luta não atinge tão- ciais preexistentes fora da Igreja. Es¬ liza esta produção : depende, signifi¬
que tal produção se realizou. Mas -somente a vida material das pessoas, sa estrutura impõe possibilidades, li¬ cativamente, também, das condições
não basta. Porque, em segundo lu¬ mas também seus esquemas de in¬ mites e tendências que determinam específicas da teologia nessa conjun¬
gar, a Igreja está situada em um terpretação da realidade, segundo a certas características possíveis (ou- tura particular, assim como das con¬
contexto social específico mais am¬ posição social, o projeto de socieda¬ ;B| tras impossíveis e outras prováveis) dições internas da Igreja nessa mes¬
plo, em uma sociedade com suas tra¬ de, o momento histórico e a corren¬ da produção teológica, de sua elabo¬ ma conjuntura. Há limites internos
dições, normas, organização, classes te de pensamento em que cada um ração, difusão, interpretação, destino próprios do discurso bíblico, da tra¬
i1 sociais, códigos, linguagem, recursos se situa, e isto repercute, também, dição e do Magistério eclesiástico, as¬
e consequências. Do mesmo modo
e limitações, exigências e possibilida¬ na interpretação do dado revelado. que há obstáculos objetivos (do tipo sim como das relações institucionais
k':'
des, interesses e orientações. Esta Por isso, pois, para compreender a sócio-linguístico) para a difusão de internas da própria Igreja, que fa¬
realidade macro-social — que ultra¬ génese, a elaboração, a significação uma teologia escrita em chinês em zem com que certas necessidades so¬
passa o âmbito de uma Igreja — e as consequências de determinada í um contexto quéchua, há limites ob- ciais — mesmo as de grupos podero¬
estabelece igualmente um conjunto produção teológica, é conveniente co¬ I jetivos de outro caráter para a di- sos — não encontrem eco na teolo-
concreto (e historicamente variável) nhecer as relações de dominação e
II fusão de certos temas e enfoques teo- gia católica. Em tais condições, há
de limites e tendências que afetam a os conflitos de interesses dentro i lógicos
— em certos contextos — iniciativas teológicas que — em certas

'
1
!
í :
circunstâncias provocarão a ex¬
clusão de seus promotores; outras
que provocarão conflitos internos na
ou simplesmente, tornarão pa¬
Igreja, ou
tentes certas contradições latentes;
outras que suscitarão adesões crescen-
crescen¬
tes dentro da Igreja; e outras, por úl¬
uma produção teológica qualquer con¬
dicionarão, sem dúvida, as reações di¬
ferenciadas dos diferentes grupos so¬
ciais perante a Igreja e, portanto, o
desenvolvimento posterior da teologia
nessa sociedade.
Pode-se dizer então que na rela¬
rela-
vimentos teológicos em conflito, em
avanços e retrocessos desiguais.
con-
ta de contribuir para resolver tais con¬
flitos reconhecendo sua existência, i.e.,
fazendo uma história dos diversos mo¬

Logo, trata-se de fazer história da


indi-
teologia considerando-a criação indi¬
de ser de um pensamento teológico
se encontra nas intenções conscien-


conscien¬
tes, manifestas, de seu criador? ou

tentaremos descobrir — além da von¬
tade do teólogo — o jogo de interes¬
ses microssociais e macrossociais que
o conduziram na produção desse
timo, que não terão vez. No entanto, ção que toda produção teológica man¬ vidual separada e inspirada? ou, de pensamento teológico?
em qualquer caso, não serão nem uni¬uni- tém com o contexto social complexo perceber a teologia como fruto social Perpetuaremos a en-
a identificação en¬
camente as condições macro-sociais, e conflituoso que a condiciona, essa de um complexo e ambíguo conjunto tre objetivos conscientes e resultados
tre
! nem exclusivamente as limitações e produção é, às vezes, resultado, terre¬ interaçõés?
de interações? efetivos? ou concordaremos com uma
exigências internas da produção teo¬ no relativamente autónomo e fator apre-
Além disso, vamos continuar apre¬ análise das funções pro-
junções sociais da pro¬
lógica dentro da Igreja, senão a arti¬ ativo da complexidade e dos confli¬
confli- sentando o pensamento oficial da obje-
dução teológica como realidade obje¬
rti tos daquele contexto social. Igreja numa conjuntura determinada pro-
tiva, independente da vontade do pro¬

i
í : 1! :
:
culação complexa de ambos os fato-

desenvolvimento de certo movimento


fato¬
res, o que facilitará ou dificultará o —
como Teologia — no singular e com
maiúscula — ? ou, vamos, por fim,
estudar o pensamento teológico mar¬
dutor?
Em resumo, continuar fazendo o
que já é quase tradição, quer dizer,
: teológico. 8. Algumas perguntas-chave
ginalizado, silenciado e rebelde de ca¬ uma história da dominação, subme¬
Quando, em terceiro lugar, dizemos
da época? tida aos interesses dominantes, e, por,
H que há uma eficácia específica do tex¬ A partir do ponto de vista da hi¬
Prosseguiremos a tradição de apre¬ isso mesmo, destituída de qualquer
to sobre o contexto, queremos dizer
ils
1 que não só o texto é parcialmente
pótese proposta, não é possível ain¬
da fazer uma história da teologia que
sentar a história do contexto social
da teologia como um marco — um
referência direta à dominação? ou
começar a fazer uma história crítica
dependente do contexto; tampouco é eluda o caráter constitutivo do con¬
'

o texto parcialmente independente do texto social com respeito à produção


puro formalismo retórico — cuja evo¬
lução é percebida como linear e con¬
da teologia no meio das lutas de li¬
beração, capaz de conhecer e reco¬
contexto, senão que as transforma¬ teológica. Não é possível ainda, pois,
i tínua? ou acaso concordaremos com nhecer o caráter constitutivo das lu¬
ções do contexto social dependem em fazer história da teologia evitando o
uma visão da história como processo tas de libertação dos oprimidos no
parte da produção teológica realiza¬ estudo das relações da teologia com
da em seu seio. Toda sociedade e to¬ conflituoso de dominação/libertação, futuro teológico?
o contexto social. É necessário, ao
processo abrupto e descontínuo co¬ Eis aí o dilema.
do grupo social, do mesmo modo que contrário, considerar as consequên¬
qualquer pessoa, necessita de elabo¬ mo poucos, e enormemente condicio¬
cias da complexidade e dos conflitos
nante da produção teológica?
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rar uma imagem da realidade para de cada sociedade — em cada caso
Vamos seguir expondo como his¬
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poder atuar em e sobre seu ambien¬
te. Em uma sociedade predominan¬
histórico específico — sobre a produ¬
ção, difusão, interpretação e conse¬
tória a história dos resultados dos
9. Conclusão: uma alternativa
teológica?
temente religiosa — como a latino- conflitos sociais, aludindo a estes úl¬
!: quências da teologia. Faz-se necessário,
-americana — todo grupo social pre¬ timos de passagem? ou vamos nos
neste sentido, analisar a determinação Fazer história da teologia é fazer
1 cisa de certa visão teológica do mun¬ concentrar na história dos processos
estrutural, a autonomia relativa e a teologia. Mas, que teologia? "A úni¬
do para poder se orientar e atuar em complexos e conflituosos que levaram
eficácia específica de cada produção
a tais resultados? ca", poder-se-á responder, “quer di¬
seu contexto. Assim, a presença de teológica no contexto concreto de seu zer, a verdadeira”. No entanto, que
certas elaborações teológicas, por ou¬ padrão social peculiar. Trilharemos de novo os caminhos há várias teologias está demonstra¬
tro lado, pode converter-se em sério Por isso, para começar a encerrar da história como narração dos acor¬ do, exaustivamente, no fato de coe¬
r obstáculo para a libertação dos opri¬ esta aproximação epistemológica do dos impostos? ou avançaremos até xistirem (nada pacificamente, por cer¬
midos. Porém, assim mesmo, certas problema de uma história da teologia uma história das lutas subjacentes e to) várias correntes de pensamento
elaborações teológicas servirão para na América Latina, proporei algumas
i silenciadas que se escondem atrás da¬ teológico dentro e fora da Igreja ca¬
fortalecer as lutas de libertação dos perguntas a fim de contribuir para queles acordos? tólica. E dificilmente poderia ser de
oprimidos e debilitar o apoio aos in¬ uma prolongação profícua destas re¬ Repetiremos o esquema segundo o outro modo: se não houvesse neces¬
teresses dos poderosos. Em todos os flexões. qual as idéias são filhas de outras sidade da teologia, porque o signifi¬
casós, as teologias presentes e ausen¬ Perguntemo-nos, em primeiro lu¬ idéias, e nada mais? ou lançaremos cado das Escrituras é tão óbvio e
i tes são freqiientemente decisivas pa¬ gar, se se trata de perpetuar o ocul- a hipótese segundo a qual as idéias unívoco que toda interpretação é re¬
ra determinar o surgimento de obs¬ tamento da heterogeneidade e dos con¬
s são filhas do contexto social no qual dundante — e tal é a (anti) teologia
táculos ou o desenvolvimento das flitos teológicos no seio da Igreja com foram produzidas? de algumas seitas, então não haveria
transformações sociais sempre possí- uma história da teologia una, "evolu¬ Seguiremos reproduzindo a atitu¬ simplesmente teologia alguma, nem
vefSr E as repercussões sociais de tivamente” considerada, ou se se tra¬ de ingénua segundo a qual a razão sequer uma. Se há teologia, é por-
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