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Resumo
1 Compressores Industriais
Para compreendermos o que são compressores e as suas características gerais, como
suas classificações, precisamos saber, por exemplo, o que é um “compressor de ar”.
Basicamente, o compressor de ar é uma máquina que funciona a partir de um motor
elétrico ou a gás visando alimentar outro equipamento com ar comprimido (ar
atmosférico pressurizado pelo compressor); é destinado a elevar a pressão de um
volume definido de ar. A intenção dele é alimentar “redes de ar comprimido” em toda a
planta industrial ou em pontos “críticos” da planta. Ele é utilizado em processos fabris
por meio de compressores elétricos, e em grandes obras através de compressor diesel.
O ar comprimido do compressor tem como características principais: é de fácil
transporte por tubulações, redução dos custos da operação como um todo por conta do
aumento do ritmo de trabalho, facilidade de implantação por conta da disponibilidade de
ar comprimido, incremento da produção e robustez dos componentes pneumáticos; em
relação aos aspectos negativos no uso desse ar, temos que ele precisa de um bom
preparo para realizar o trabalho proposto (como a remoção de impurezas) e que é um
poluidor sonoro quando lançado para a atmosfera.
1.1 Classificações
Os compressores industriais se classificam, quanto ao tipo construtivo, em: compressor
alternativo, rotativo e turbocompressor.
1.1.1 Compressor Alternativo
Nos compressores alternativos a compressão do gás é feita em uma câmara de volume
variável (cilindro) por um pistão, ligado a um mecanismo biela-manivela similar ao de
um motor alternativo. Quando o pistão no movimento ascendente comprime o gás a um
valor determinado, uma válvula se abre deixando o gás escapar, praticamente com
pressão constante. Ao final do movimento de ascensão, a válvula de exaustão se fecha, e
a de admissão se abre, preenchendo a câmara à medida que o pistão se move.
Dentre esses tipos de compressores, temos: de êmbolo e de membrana.
1.1.1.1 Compressor de Êmbolo
Ele é apropriado não só para compressão a pressões baixas e médias, mas também para
altas pressões. O campo de pressão varia de um bar até milhares de bar.
Para a compressão a pressões mais elevadas são necessários compressores de vários
estágios. O ar aspirado será comprimido pelo primeiro êmbolo (pistão), refrigerado
intermediariamente e novamente comprimido pelo próximo êmbolo. Na compressão a
altas pressões faz-se necessária uma refrigeração intermediária, pois essa operação gera
alto aquecimento. Os compressores de êmbolo e outros são fabricados em execuções a
água ou a ar.
1.1.1.2 Compressor de Membrana
Ele é parecido com o de êmbolo, mas o ar não entra em contato com as partes móveis,
pois ele é separado por uma membrana, assim o ar não é contaminado com os resíduos
do óleo. Estes compressores são utilizados nas indústrias alimentícias, farmacêuticas e
químicas.
1.1.2 Compressor Rotativo
Nos compressores rotativos, os gases são comprimidos por elementos giratórios. Outras
das particularidades destes tipos de compressores são, por exemplo, as menores perdas
mecânicas por atrito, pois, dispensam um maior número de peças móveis, a menor
contaminação de ar com óleo lubrificante, e o fato de a compressão ser feita de um
modo contínuo e não intermitente.
Dentre os compressores rotativos, temos os rotativos de palhetas, de parafusos e de
lóbulos.
1.1.2.1 Compressor Rotativo de Palhetas
O compressor de palhetas possui um rotor ou tambor central que gira excentricamente
em relação à carcaça. Esse tambor possui rasgos radiais que se prolongam por todo seu
comprimento e nos quais são inseridas palhetas retangulares. Quando o tambor gira, as
palhetas deslocam-se radialmente sob a ação da força centrífuga e se mantém em
contato com a carcaça. O gás penetra pela abertura de sucção e ocupa os espaços
definidos entre as palhetas.
Devido à excentricidade do rotor e às posições das aberturas de sucção e descarga, os
espaços constituídos entre as palhetas vão aumentando na região de sucção e se
reduzindo na região de descarga, provocando a compressão progressiva do gás.
1.1.2.2 Compressores Rotativos de Parafusos
Esse tipo de compressor possui dois rotores em forma de parafusos que giram em
sentido contrário, mantendo entre si uma condição de engrenamento. A conexão do
compressor com o sistema se faz através das aberturas de sucção e descarga,
diametralmente opostas: o gás penetra pela abertura de sucção e ocupa os intervalos
entre os filetes dos rotores. A partir do momento em que há o engrenamento de um
determinado filete, o gás nele contido fica encerrado entre o rotor e as paredes da
carcaça. A rotação faz então com que o ponto de engrenamento vá se deslocando para
frente, reduzindo o espaço disponível para o gás e provocando a sua compressão.
1.1.2.3 Compressores Rotativos de Lóbulos
Esse tipo de compressor possui dois rotores em que giram em sentido contrário,
mantendo uma folga muito pequena no ponto de tangência entre si e com relação à
carcaça. O gás penetra pela abertura de sucção e ocupa a câmara de compressão, sendo
conduzido até a abertura de descarga pelos rotores.
1.1.3 Turbocompressores
Esta classificação engloba todos os tipos de compressores rotativos que não utilizam a
redução de volume como forma de aumentar a pressão, como ocorre nos compressores
alternativos e rotativos. Nesta categoria estão incluídos os compressores centrífugos
(também chamados de radiais) e os axiais. Os turbocompressores possuem dois órgãos
principais: impelidor (rotor) e difusor.
1.1.3.1 Compressores Centrífugos ou Radiais
Nos compressores centrífugos, também conhecidos como radiais, o gás é aspirado
continuamente pela abertura central do impelidor e descarregado pela periferia do
mesmo, num movimento provocado pela força centrífuga que surge devido à rotação.
1.1.3.2 Compressores Axiais
Os compressores axiais são dotados de um tambor rotativo em cuja periferia são
dispostas séries de palhetas em arranjos circulares igualmente espaçados. Quando o
rotor é posicionado na máquina, essas rodas de palhetas ficam intercaladas por arranjos
semelhantes fixados circunferencialmente ao longo da carcaça.
1.2 Campos de Trabalho de Compressores Industriais
No diagrama a seguir estão indicadas as capacidades, em quantidade aspirada e pressão
alcançada, para cada modelo de compressor.
Imagem 4 – Pás radias retas (a), pás inclinadas para trás (b) e pás inclinadas para frente (c).
3 Tubulações Industriais
3.1 Tubos e Tubulações
Tubos são condutos fechados, destinados especialmente ao transporte de fluidos; eles
possuem seção circular, apresentando-se como cilindros ocos. A grande maioria dos
tubos funciona como condutos forçados, com exceção das tubulações de esgoto, e às
vezes as de água.
Chama-se de “tubulação” um conjunto de tubos e de seus diversos acessórios. Usam-se
tubulações para o transporte de todos os materiais capazes de escoar, isto é, todos os
fluidos conhecidos, líquidos ou gasosos, assim como materiais pastosos e fluidos com
sólidos em suspensão, todos em toda a faixa de variação de pressões e temperaturas
usuais na indústria: desde o vácuo até cerca de 1000 MPa, e desde próximo do zero
absoluto até as temperaturas de metais em fusão.
3.2 Classificação das Tubulações Industriais
Para as tubulações industriais, pode se utilizar as classificações quanto ao emprego ou
quanto ao fluido conduzido.
3.2.1 Quanto ao Emprego
Podemos classificar as tubulações industriais nas seguintes classes principais de
emprego: tubulações dentro das instalações industriais e tubulações fora de instalações
industriais.
3.2.1.1 Tubulações Dentro de Instalações Industriais
Para esses tipos de tubulações, tem-se a seguinte classificação: tubulações de processo,
tubulações de utilidades, tubulações de instrumentação, tubulações de transmissão
hidráulica e tubulações de drenagem.
Chamam-se tubulações de processo as tubulações do fluido ou dos fluidos que
constituem a finalidade básica da indústria, nas indústrias cuja atividade principal é o
processamento, a armazenagem ou a distribuição de fluidos.
As tubulações de utilidades são as tubulações de fluidos auxiliares nas indústrias cuja
atividade principal é o processamento, a armazenagem ou a distribuição de fluidos, e
também as tubulações em geral em todas as indústrias que se dedicam a outras
atividades.
Tubulações de instrumentação são as tubulações para a transmissão de sinais de ar
comprimido para as válvulas de controle e instrumentos automáticos, e também as
pequenas tubulações, de fluidos diversos, para os instrumentos automáticos. As
tubulações de instrumentação não são destinadas ao transporte de fluidos.
As tubulações de transmissão hidráulica, que também não se destinam ao transporte de
fluidos, são as tubulações de líquidos sob pressão para os comandos e servomecanismos
hidráulicos.
As tubulações de drenagem são as redes encarregadas de coletar e conduzir ao destino
conveniente os diversos efluentes fluidos de uma instalação industrial.
3.2.1.2 Tubulações Fora de Instalações Industriais
Para esses tipos de tubulações, tem-se a seguinte classificação: tubulações de transporte
e tubulações de distribuição.
As tubulações de transporte são os troncos empregados para o transporte de líquidos e
de gases a longas distancias fora de instalações industriais. Estão incluídas nesta classe
as adutoras de água, as tubulações de transporte de óleos e de gases (oleodutos e
gasodutos) e os coletores de drenagem.
As tubulações de distribuição são as redes ramificadas fora de instalações industriais;
podem ser de distribuição propriamente dita (de água, vapor etc.) quando o fluxo se da
em direção as extremidades dos ramais, e de coleta (de drenagem, esgotos etc.) quando
a fluxo se dá em direção as linhas-tronco.
3.2.2 Quanto ao Fluido Conduzido
Quanto ao fluido conduzido, temos os seguintes casos mais importantes de emprego das
tubulações industriais: tubulações para água (que podem ser doce, salgada e outras
águas agressivas, de incêndio, e de irrigação), para vapor (que pode ser superaquecido,
saturado, exausto e condensado), para óleos (que podem ser de petróleo cru, produtos
intermediários e finais do petróleo, de óleos vegetais, e de óleos hidráulicos), para ar
(que podem ser para ar comprimido industrial e ar comprimido de instrumentação), para
gases (a exemplo do gás natural e de petróleo), para esgotos e drenagem (a exemplo do
esgoto industrial e drenagem de emergência), e para fluidos diversos.
3.3 Principais Materiais para Tubos
Atualmente, são utilizados vários materiais utilizados para a fabricação de tubos. De
acordo com esses materiais, temos que os tubos podem ser classificados como metálicos
(ferrosos e não-ferrosos), não metálicos, e de aço com revestimentos internos.
A seleção e detalhamento do material mais indicado depende principalmente da pressão
e temperatura de trabalho, do fluido conduzido, do custo, do maior ou menor grau de
segurança exigido, das sobrecargas externas que existirem, e também, em certos casos,
da resistência ao escoamento do fluido (perdas de carga).
3.4 Processos de Fabricação de Tubos
Há quatro grupos de processos industriais de fabricação de tubos: laminação, extrusão,
fundição e com costura. Os processos de laminação e de fabricação por solda são os de
maior importância (por eles são feitos mais de 2/3 de todos os tubos usados em
instalações industriais).
3.4.1 Fabricação de Tubos por Laminação
Os processos de laminação são os mais importantes para a fabricação de tubos de aço
sem costura; empregam-se para a fabricação de tubos de aços-carbono, aços-liga e aços
inoxidáveis, desde cerca de 80 até 650 mm de diâmetro.
Há vários processos de fabricação por laminação, e o mais importante deles é o
processo “Mannesmann”. A formação do tubo por esse processo é dada a partir de uma
barra circular maciça de aço, que é empurrada por dois cilindros oblíquos que o
rotacionam e transladam contra um mandril fixo; obtém-se um tubo bruto, o qual
sofrerá conformação de acabamento através de laminadores perfiladores.
Imagem 8 – Fabricação de tubos por laminação – Laminador oblíquo “Mannesmann”.
4 Válvulas Industriais
As válvulas são dispositivos destinados a estabelecer, controlar e interromper o fluxo
em uma tubulação; são os acessórios fundamentais das tubulações, e sua escolha deve se
dar sempre levando em consideração a seleção, especificação e localização.
4.1 Classificação das Válvulas
Existe uma grande variedade de tipos de válvulas, algumas para uso geral, e outras para
fins específicos. Os tipos mais importantes de válvulas são: de bloqueio, de regulagem,
que permitem o fluxo em um só sentido, que controlam a pressão de montante e que
controlam a pressão da jusante.
4.1.1 Válvulas de Bloqueio
Esses tipos de válvulas se destinam especialmente a apenas estabelecer (funcionando
completamente abertas) ou interromper o fluxo (funcionando completamente fechadas).
Elas geralmente contêm o mesmo diâmetro nominal da tubulação, tendo uma abertura
de passagem do fluido com seção transversal comparável com a da própria tubulação.
Dentre essas válvulas, as que se destacam são as de gaveta, de macho, de comporta e de
esfera.
4.1.1.1 Válvula de Gaveta
As válvulas de gaveta são as mais importantes e de uso generalizado; essas válvulas,
empregadas em quaisquer diâmetros, consistem no bloqueio de líquidos em, por
exemplo, tubulações de água, óleos e líquidos em geral, desde que não sejam muito
corrosivos nem deixem muitos sedimentos ou tenham grande quantidade de sólidos em
suspensão. São empregadas também em diâmetros acima de 8”, para bloqueio em
tubulação de ar e de vapor. Em qualquer um desses serviços, as válvulas de gaveta são
usadas para quaisquer pressões e temperaturas.
O fechamento nessas válvulas é feito lentamente (por ser impossível fechá-las
instantaneamente) e, com isso, se evita, no caso de líquidos, os “golpes de aríete”; esse
fechamento se dá pelo movimento de uma peça chamada de “gaveta” (ou de “cunha”)
em consequência da rotação da haste, sendo que a gaveta se desloca perpendicularmente
ao sentido de escoamento do fluido. Ao serem totalmente abertas essas válvulas, a
trajetória de circulação do fluido fica reta e inteiramente desimpedida.
As válvulas de gaveta dificilmente dão uma vedação absolutamente estanque;
entretanto, na maioria das aplicações práticas, tal vedação não é necessária.
Esses tipos de válvulas têm o fechamento de metal contra metal e, por conta disso, são
consideradas de segurança em caso de incêndio, desde que os metais empregados sejam
de elevado ponto de fusão (mais de 1.100 °C).