Você está na página 1de 6

Filosofia do Direito

RIO DE JANEIRO
2021
Disserte sobre o que significa “relativismo axiológico” como
equivalência entre sistemas de valores éticos ou morais. Ao
responder, procure abordar a crítica que a teoria positivista realiza ao
ideal jusnaturalista
de BEM

Desde os primórdios, voltemos até os antigos gregos, existem pensamentos


e ideais cultuados por nós, seres humanos, que norteiam nossa vida em
sociedade e o modo em que a vivemos. Nascemos como uma folha em
branco e vão nos pintando e desenhando valores e morais. Os artistas de tal
pintura podem ser: sua religião, seus pais, sua escola etc. Somos ensinados
como agir, como não agir, aquilo que é certo e também aquilo que é errado.E,
assim, vamos aprendendo e nos encaixando no molde.
Ademais, é interessante pontuar que cada grupo tem seus próprios valores
e morais.Afinal, levam uma vida e acreditam em coisas distintas.E não é
preciso nem ir tão longe para ver essas diferenças.Dentro da minha família,
por exemplo, existe um lado judeu e um lado católico, cada um com suas
virtudes.
Nesse âmbito das diferenças, entra o importantíssimo conceito de
relativismo axiológico.Segundo o mesmo, cada sistema moral existente nas
diversas culturas e sociedades possui seus valores, não podendo ser
comparados entre si; impossibilidade de juízo de valor entre as culturas.
São equivalentes entre si. Isso é, não existem valores melhores ou piores,
todos são válidos e precisam ser respeitados (desde que não firam
terceiros).É o caso da minha família, tem valores diferentes (judaicos e
católicos) porém são incomparáveis, tratam de assuntos diferentes, mas são
igualmente válidos.
No que diz respeito ao direito, vale lembrar que esses valores dão origem
aos princípios do direito. O estudo surge com um caráter “natural”, vinculado
às regras de convivência e sobrevivência do grupo social que estava
inserido.Seria uma lei imposta pela natureza.
Essa corrente é chamada de jusnaturalismo.Um direito natural, isso é,
universal, imutável e inviolável.Tem como base os valores do ser humano, e
busca sempre um ideal de justiça.
Muito bonito na teoria mas, na prática, apresenta problemas. A moral e os
valores são coisas abstratas. Os valores são relativos ao sujeito. Numa
sociedade tão diversa, com grupos sociais diversos e virtudes diversas abre
espaço para inúmeras interpretações e tematização dos valores jurídicos. O
que é justiça?Quem define isso?E para quem?
Essa corrente jusfilosófica nos mostra que é preciso uma base concreta e
absoluta para o direito.É preciso de um sistema concreto, permanente e com
regras. Entra em cena o juspositivismo.
Nesse cenário de crítica da incerteza e mutação desse saber, se estabelece
a teoria positivista.Ela acredita que só pode existir o direito (e
consequentemente a justiça) através de normas positivadas, isso é normas
escritas, absolutas (separadas dos valores e morais que mudam de pessoa
para pessoa), concretas e criadas pelos homens por intermédio do Estado.O
direito positivo é prático e permite que o grupo delimite as ações
consideradas legais e ilegais de forma clara, lógica, cognoscível e exata.
Em resumo, num mundo com tantos sistema morais, diversas culturas e
sociedades com seus próprios princípios, como nos diz o relativismo
axiológico, é preciso um direito absoluto, concreto e separado da moral para
reger os; evitando, assim, os conflitos oriundos das diferenças de valores
existentes.
No quadro da distinção entre VERGONHA SIMPLES e VERGONHA
MORAL, como podemos definir a noção de AUTOESTIMA? Ao
responder, procure pensar
em como nossa identidade é formada pela opinião daqueles que
observamos e pelos
quais também somos observados em nossos desempenhos de papeis
sociais

Como exposto na questão anterior, existem vários grupos sociais com seus
valores próprios no mundo.Eles se diferem dos mais variados
jeitos.Entretanto, acho eu, que em todos eles cada indivíduo tem as suas
funções.Veja bem, a vida e sociedade é uma grande cooperação.Pensemos
em um formigueiro.Cada formiga faz a sua parte e tem o seu papel para que
a colônia funcione.Essa função que cada indivíduo possui é chamada de
papel social.Esse atributo, de certa forma, nos define; nossa identidade.Eu,
por exemplo, sou estudante.
E é claro que, com uma função vem responsabilidades.Existem ações que a
sociedade espera de uma pessoa que ocupa certa posição.Logo, o seu papel
social implica em comportamentos, normas, regras e deveres, de acordo com
os valores da estrutura social, a serem seguidos.Nessa perspectiva, pode-se
apontar que existe um padrão social a ser atendido.Por exemplo, eu que sou
estudante, é esperado que eu estude, vá para a faculdade, tire boas notas,
me forme, estagie, arrume um emprego etc.Esse é meu padrão estabelecido
pela sociedade.
Entretanto, se existe um padrão e uma moral a serem seguidos, também
existe aquilo que não deve ser.O errado.O imoral.O fora do padrão.Um
exemplo raso concreto para elucidar o pensamento: vivemos numa sociedade
que cultua a monogamia. Segundo a moral, o “normal” é ter um
relacionamento de duas pessoas que são exclusivas entre si.Logo, se você
trai o seu parceiro, que jurou amar e respeitar, está cometendo uma conduta
imoral.Será reprovado.
E é exatamente desse “erro”, desse desvio de padrão, dessa imoralidade
que vem a vergonha.A vergonha nada mais é do que um sentimento de se
sentir inferior do que um determinado ideal pregado, evidentemente
valorizado.Ou também que não estamos “à altura” de nossas pretensões
pessoais.
Pode-se dizer ainda que existem duas espécies de vergonha: a simples e a
moral.A simples implica num sentimento ruim por algo que você fez porém
que não causa nenhum prejuízo para os outros, não atinge a moral.Quando
você fracassa no seu papel social.Veja bem, podemos sentir vergonha
quando apresentamos “defeitos” que nos desvalorizam aos olhos dos outros
(ou de nós mesmos).Ou quando cometemos a famosa gafe, falhamos,
pagamos um mico etc.Seguindo no meu exemplo como estudante: digamos
que estudei para uma prova a qual a maioria da turma foi muito bem e eu me
arrasei; diante do meu fracasso vou ficar morrendo de vergonha, não vou
querer compartilhar minha nota com os colegas e ainda por cima vou ficar me
achando burra.Vou sentir vergonha de mim e do meu desempenho, o qual
esperavam que fosse bom.
Por outro lado, se existe a vergonha de fracassar também existe o
sentimento de êxito e missão cumprida.Esse sentimento é a
autoestima.Sentir e ter a certeza de que você é bom e exerce bem o seu
papel social.Eu, como estudante, que (por enquanto kkkkkkk) estou indo bem
e tirando boas notas nas matérias que faço, consegui arrumar um estágio,
estou conseguindo administrar meu tempo, tenho a autoestima de saber que
estou sendo boa nisso de ser universitária.
Em um outro plano, também tem a vergonha moral.Sentimento esse, que
como o próprio nome já diz, afeta a moral da sociedade.Diferente da simples,
que está atrelada ao fracasso, a moral está atrelada a coisas mais sérias
como a indignação e a censura.Você tem vergonha de algo que você fez pois
é uma conduta imoral que atinge não só você como os outros, causando
indignação, desaprovação geral.Trata-se de um sentimento com evidente
valor político e moral.Um exemplo claro e, infelizmente, recorrente na nossa
sociedade são os políticos corruptos que roubam e desviam verba pública de
diversos fins importantes para uso próprio e quando indagados por jornalistas
e emissoras de televisão, diante das câmeras, desviam e cobrem o rosto por
vergonha.Enquanto isso, o povo assiste completamente indignado.
Em todos os casos é interessante perceber que o sentimento bom ou ruim e
o nosso papel social está sempre atrelado aos outros.Isso é, precisa ser
comparado.Existe um padrão social criado conforme os valores e morais do
grupo e fatos observados no cotidiano.Esse padrão que acaba norteando
nossa vida e o que e como devemos fazer.É um formigueiro de expectativas.

Você também pode gostar