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MEDICINA LEGAL
Lesões e Mortes. Asfixias
Sumário
Fernando Terra
Lesões e Mortes............................................................................................................................... 3
1. Lesões e Mortes por Ação Contundente, por Armas Brancas e por Projéteis de
Arma de Fogo Comuns e de Alta Energia.................................................................................... 3
1.1. Aspectos Gerais.. ........................................................................................................................ 3
1.2. Lesões e Mortes Produzidas por Ação Contundente........................................................ 4
1.3. Lesões e Mortes por Armas Brancas................................................................................... 11
1.4. Lesões e Mortes por Projéteis de Arma de Fogo Comuns e de Alta Energia.. ............. 17
2. Lesões e Mortes por Ação Térmica, por Ação Elétrica, por Baropatia e por Ação
Química............................................................................................................................................. 30
2.1. Lesões e Mortes por Ação Térmica.. .................................................................................... 30
2.2. Lesões e Mortes por Ação Elétrica......................................................................................31
2.3. Lesões e Mortes por Baropatias......................................................................................... 32
2.4. Lesões e Mortes por Ação Química.................................................................................... 33
2.5. Lesões e Mortes por Explosivos......................................................................................... 34
3. Asfixiologia Forense.. ................................................................................................................ 35
3.1. Aspectos Gerais....................................................................................................................... 35
3.2. Asfixias Puras.. ........................................................................................................................ 36
3.3. Asfixias Completas................................................................................................................ 38
Resumo.............................................................................................................................................42
Questões de Concurso.................................................................................................................. 45
Gabarito............................................................................................................................................ 72
Referências Bibliográricas. . ......................................................................................................... 73
Anexo................................................................................................................................................ 74
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Lesões e Mortes. Asfixias
Fernando Terra
LESÕES E MORTES
1. Lesões e Mortes por Ação Contundente, por Armas Brancas e por
Projéteis de Arma de Fogo Comuns e de Alta Energia
1.1. Aspectos Gerais
Caro(a) aluno(a): começaremos, agora, a abordagem e o estudo de um dos temas mais
abrangentes e relevantes da Medicina Legal, e que certamente é muito comum no dia a dia de
quem ocupa alguma das posições nas carreiras policiais: a Traumatologia Forense, que estu-
da, basicamente, os traumas, lesões, instrumentos e ações vulnerantes a fim de esclarecer, o
mais próximo possível, como se deu a dinâmica dos fatos.
Em conjunto com a Tanatologia Forense, que, sinteticamente, refere-se ao estudo da morte
das consequências a ela inerentes, formam os principais temas em Medicina Legal no estudo
para concursos.
Assim, como o próprio título principal propõe, estudaremos as lesões corporais do ponto
de vista jurídico, as energias causadoras do dano e os aspectos do diagnóstico, prognóstico e
suas implicações médico-legais.
TRAUMATOLOGIA FORENSE
estuda...
Diagnóstico
Lesões Corporais Energias Causadoras Prognóstico e
(no contexto jurídico) Consequências Médico-legais
TRAUMA LESÃO
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Por sua vez, o que causa as lesões ou os danos são as chamadas energias vulnerantes,
variando conforme sua origem. Conforme classificação de Borri (e também de Genival França):
a) mecânicas – perfurante, cortante, contundente, perfurocontundente, perfurocortante e cor-
tocontundente; b) física; c) química; d) físico-química; e) bioquímica; f) biodinâmica; g) mista
(FERREIRA, 2020).
Nesta aula, o estudo se concentrará nas lesões e mortes causadas por energias mecâni-
cas. Conforme Deltan Croce e Deltan Croce Júnior (2009), são aquelas que, “atuando mecani-
camente sobre o corpo, modificam, completa ou parcialmente, o seu estado de repouso ou de
movimento [e atuam] por pressão, percussão, tração, compressão, torção, sucção, explosão,
contrachoque, deslizamento e distensão” (p. 919). Podem ser por:
• armas naturais: mãos, pés, cotovelos, dentes, unhas;
• armas propriamente ditas: punhal, soco inglês, peixeira, arma de fogo;
• armas eventuais: navalhas, lâminas, facas, barra de ferro, bengala;
• maquinismos e peças de máquinas;
• animais: cães, gatos, onças;
• meios diversos: quedas, explosões, entre outros.
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Fonte: https://br.depositphotos.com/stock-photos/escoriações.html
Hematoma:
São coleções sanguíneas resultantes de sangue derramado. Isso é, como a pele possui
alguma resistência elástica, os hematomas ocorrem pelo rompimento dos vasos mais cali-
brosos (artérias e veias) localizados mais abaixo dela, causando o extravasamento de sangue
para o tecido subcutâneo que, por não conseguir se espalhar para os demais, permanece agru-
pado (Douglas; Greco, 2019).
Diferencia-se da equimose porque nestas o sangue está infiltrado, espalhado nas malhas
dos tecidos, enquanto nos hematomas os tecidos próximos se deslocam e são comprimidos
(Ferreira, 2020).
Fonte: https://www.radiocidadejundiai.com.br/2020/09/18/cronica-
manchas-roxas-na-pele-jose-carlos-brito/
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Rubefação:
Cuida-se da congestão de pouca intensidade (por exemplo, um tapa com a mão aberta)
que pode desaparecer em pouco tempo (minutos ou horas), por isso a necessidade de logo ser
examinado pericialmente a fim de caracterizar ou não infração (como vias de fato ou lesão, a
depender da intensidade), conforme registra Douglas e Greco (2019).
Não se confunde com o eritema de menor grau (vermelhidão) ou o eritema traumático, este
uma forma mais leve ou insignificante de lesão. Normalmente, nesses casos, não implica em
violação à integridade física.
A rubefação, porém, assemelha-se ao eritema traumático, porém em grau maior, pois desa-
parece em cerca de seis a 24 horas, dependendo da região atingida, da irrigação sanguínea e
da intensidade da ação contundente (idem).
Bossas (sanguínea e linfática):
A bossa sanguínea consiste no hematoma em que o derrame sanguíneo, inviabilizado de
se espalhar nos tecidos moles em geral e por planos ósseos subjacentes (como na cabeça),
coleciona e forma bolsas pronunciadamente salientes na superfície cutânea (Croce; Croce Jr.,
2009). No couro cabeludo, é conhecido popularmente como “galos”.
Por sua vez, a bossa linfática (derrame subcutâneos de serosidade de Morell-Lavellée) cons-
titui-se em coleções de linfa decorrentes de trauma em linfáticos por contusões tangenciais.
Equimose:
É o extravasamento, superficial ou profundo, de sangue que se infiltra e coagula em malhas
do tecido do corpo. A presença de equimoses permite não só a determinação da ação con-
tundente, como também se, no momento de sua ocorrência, havia vida ou não. Auxilia, ainda,
na verificação do tipo de agressão empregada, a cronologia da lesão (através de sua cor) e o
agente causador (objeto).
As equimoses podem ser classificadas em:
• Imediatas ou tardias;
• Superficiais ou profundas (nos órgãos internos);
• Intra vitam ou post mortem (que, em regra, não seriam equimoses verdadeiras, mas “fal-
sas equimoses”; no caso, a diferença será determinada pelo Índice de Verderau, isso é,
se houve reação inflamatória, é intra vitam, caso não, é post mortem);
• No local ou a distância; e
• Por rotura dos vasos sanguíneos ou por diapedese (quando ocorre a violação das pare-
des dos vasos sanguíneos pelas células sanguíneas).
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LEGRAND DU
TOURDES DEVERGIE
SAULLE
Cor da
SUBSTÂNCIA Tempo Tempo Tempo
Equimose
Vermelho-
Hemoglobina 1º ao 3º dia Recente 1º - 2º dia
violáceo
Violáceo- 2º ao 3º - 4º
Hemossiderina 3º - 6º dia 3º dia
azulado ao 6º dia
Hematoidina e Azul- 4º a 6º - 7º ao
7º ao 12º dia 5º - 6º dia
biliverdina esverdeado 10º dia
TIPO DESCRIÇÃO
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TIPO DESCRIÇÃO
10. Equimose
retrofaringeana de Indica constrição do pescoço.
Brouardel
11. Equimoses Indica agressão por enforcamento, esganadura, contusão local
resultantes de ou estrangulamento. Ocorrem nos tecidos moles subjacentes
enforcamentos à pele do pescoço.
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a) Errado. As víbices consistem em uma equimose que se apresenta pela forma de estrias, em
formato alongado.
b) Certo. Sugilação consiste em uma equimose que se apresenta na forma de pequenos grãos,
ex.: chupão; na verdade é um aglomerado de petéquias.
c) Errado. Seu estudo é considerado na análise das contusões.
d) Errado. Hematoma e equimose não são sinônimos. Hematoma advém de uma lesão con-
tusa, que consiste na dispersão de sangue nos tecidos superficiais ou profundos. Equimose
advém de uma lesão contusa, e consiste no extravasamento do sangue de vaso calibroso, não
havendo difusão pelos tecidos.
e) Errado. Aspecto Equimótico de Legrand du Saulle- evolução da tonalidade das equimoses
varia com o passar do tempo: a) vermelho-violáceo, 1º ao 3º dia; b) violáceo-azulado, 2º ao 6º
dia; c) azul-esverdeado: 4º ao 10º dia; d) amarelado, 12º dia. As equimoses tendem a desapa-
recer a partir do 15º dia ao 20º dia.
Letra b.
Feridas Contusas:
As chamadas feridas contusas consistem nas lesões abertas cuja ação contundente foi
capaz de superar a elasticidade dos tecidos moles (soluções de continuidade que extrava-
sam a pele).
Possuem várias graduações, desde lesões mais leves até lesões lacero-contundente (ca-
paz de comprometer tendões, músculos ou articulações), variando conforme a profundida-
de atingida.
Conforme Douglas e Greco (2019), as feridas contusas apresentam bordos de ângulos irre-
gulares, feridas escoriadas ou equimosadas; fundo da lesão “sujo” (desigual, irregular), e a pele
próxima ao ferimento se descola. Diferencia-se da ferida incisa, que é feita com instrumento
cortante e fica com cicatrização certa.
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Por fim, como o processo de regeneração envolve processo de cicatrização difícil, podem
gerar prejuízos funcionais e estéticos, algo que, eventualmente, possui implicações penais
(art. 129, do Código Penal).
Fraturas:
Representam soluções de continuidade, parcial ou total, dos ossos submetidos à ação de
instrumentos contundentes, seja por compressão, flexão ou torção. Podem ser:
FRATURAS
Luxação:
Dá-se pela perda definitiva, não irreversível, de contato entre superfícies articulares e, via de
regra, rotura de ligamentos. Pode ser completa (quando há efetiva separação das articulações)
ou incompletas (subluxação; quando o contato entre as peças envolvidas na lesão é mantido).
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Nas palavras de Croce e Croce Jr. (2009), instrumentos cortantes “são os que, agindo por
um gume afiado, por pressão e deslizamento, linear ou obliquamente sobre a pele os órgãos,
produzem soluções de continuidade chamadas feridas incisas” (p. 920, grifo nosso). É o caso
da navalha, do bisturi, da faca, lâminas de barbear, vidro, papel etc. Possuem como carac-
terísticas:
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LESÕES INCISAS
Características
Há, ainda, a tipologia das lesões incidas, que podem ser (Douglas; Greco, 2019):
1. Incisas simples: maior comprimento do que profundidade, bordas regulares e fundo liso e brilhan-
te, tegumentares (superficiais);
2. Em bisel: ou “bico de flauta”, também chamada de ferida “com retalho”, pois a ação é realizada de
modo oblíquo para destacar uma porção do tecido lesado; e
3. Mutilante: é a que “tira pedaço” (narizes, orelhas, genitálias etc.), uma vez que gera a perda de
substância pela ação de modo tangencial em relação ao ponto atingido.
Doutro giro, outros aspectos bastante relevantes acerca das lesões incisas dizem respeito
à sua ordem (primeira, segunda etc.) e sentido (esquerda/direita; cima/abaixo etc.), auxilian-
do em informações descritivas e determinativas. Nesse contexto, os referidos aspectos são
nomeados como sinais de Romanese e de Lacassagne, Gilvaz e Chavigny, com as seguintes
características:
SINAIS
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SINAIS
Ainda com relação à identificação das circunstâncias da ação cortante (ou mesmo con-
tundente), a divisão das lesões em lesões de defesa e lesões de hesitação se destaca para a
descoberta da causa jurídica do evento, pois pode auxiliar a indicar, com outros elementos
eventualmente encontrados, se os traumas foram causados porque a pessoa se defendia de
um agressor, ou se foram em razão de alguma hesitação em uma hipótese de suicídio.
As lesões de defesa são geralmente situadas em regiões do corpo como o antebraço e as
palmas da mão (até na parte externa das mãos). Já as lesões de hesitação se apresentam,
geralmente, múltiplas e nem sempre profundas.
a) Errado. O método de Richter consiste na injeção de vaselina líquida na base dos dedos, ob-
jetivando dar maior consistência e elasticidade.
b) Certo. Segundo o sinal de Chavigny, quando duas feridas se cruzam, a segunda lesão não
apresentará uma trajetória em linha reta.
c) Errado. Não há correspondência desse sinal no campo da medicina legal. A única corres-
pondência com “KNIGHT” seria a do estudioso Bernard Knight.
d) Errado. O sinal de Simonin ocorre nos disparos de arma curta e com cano encostado sobre
a roupa. Consiste em duas zonas concêntricas escuras separadas por uma clara, que circunda
o orifício produzido pela lesão.
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LESÕES PERFURANTES
Características
1. Raro sangramento;
2. Pouca nocividade na superfície e, por vezes, grande gravidade na
profundidade quando algum órgão é atingido;
3. Abertura estreita (e, quando há ferimento de saída, é geralmente mais
irregular e de menor diâmetro); e
4. Seu diâmetro é menor que o agente vulnerante em razão da
elasticidade e capacidade de retração dos tecidos cutâneos.
No contexto do estudo das lesões perfurantes, tema que merece cautela diz respeito às Leis
de Filhos e de Langer. As leis de Filhos se referem a Edouard Filhos (1833) e a de Langer a Karl
Ritter Von Langer (1861), autores responsáveis por estudos sobre lesões perfurantes provoca-
das por instrumentos de médio calibre.
LEIS
Lesões Perfurantes de Médio Calibre
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LEIS
Lesões Perfurantes de Médio Calibre
As Leis de Edouard Filhos e Karl Ritter Von Langer estão sempre associadas à instrumentos
perfurantes de médio calibre.
Letra a.
O instrumento perfurocortante é o que possui uma ponta (que permite a ação perfurante)
na extremidade de uma lâmina de um ou mais gumes (ação cortante; Douglas e Greco, 2019).
A ação vulnerante se dá pela ponta e pelo gume, respectivamente por pressão e por sec-
ção, de modo que, em razão desse formato, é comum as lesões serem profundas em exten-
são. Assim:
• Instrumento de um gume: as lesões serão mais profundas que extensas, com bordas
lisas e um ângulo agudo e outro arredondado. Tipo de instrumentos: faca de cozinha,
espada.
• Instrumento de dois gumes: os ferimentos produzem uma fenda de bordas iguais e ân-
gulos agudos. É o caso, por exemplo, dos punhais. Aqui se deve comparar adotando as
Leis de Filhos e de Langer.
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Prezado(a) aluno(a), cabe uma explicação preliminar sobre o tópico em questão. Como o edital
do concurso dispôs no conteúdo como matéria a ser abordada “lesões por projéteis de arma
de fogo comuns e de alta energia”, optei por classificar dessa maneira neste material. Ocorre
que o tema se refere às chamadas lesões causadas por instrumentos perfurocontundentes,
motivo pelo qual é preciso sempre ter em mente que, quando se tratar de lesões ou mortes por
arma de fogo está-se dos instrumentos de ação perfurocontundente.
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(2017) esclarece que, embora a esmagadora maioria os casos envolvam as armas de fogo,
essas espécies de lesões a elas não se restringem, podendo decorrer, excepcionalmente, de
ações com o emprego de um mero guarda-chuva ou de uma picareta, por exemplo.
Com efeito, os instrumentos perfurocontundentes são os que perfuram e contundem o alvo
com uma ação, como os projetis de arma de fogo, também indicados pela sigla PAF. Além do
PAF como instrumento vulnerante, a literatura médico-legal aponta que os grãos de chumbo
podem também se constituir como instrumento perfurocontundente nas armas de fogo (Dou-
glas e Greco, 2019).
INSTRUMENTO PERFUROCONTUNDENTE
Armas de Fogo
A balística é a ciência que estuda o movimento dos projéteis e os fenômenos conexos, divi-
dindo-se em: a) balística interna: estuda os fenômenos físicos e químicos e os elementos que
caracterizam o movimento do projétil desde a iniciação da carga de lançamento até a saída
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do cano da arma; b) balística externa: estuda a trajetória do projétil fora do cano da arma até
o alvo; e c) balística terminal: estuda os efeitos sobre o projétil e sobre o alvo após o impacto.
Logo, a assertiva está incorreta, uma vez que o correto seria a balística externa, a qual analisa
a trajetória do projétil desde o momento que saiu do cano da arma até atingir o alvo.
Errado.
(...)artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modifi-
cação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma.
Por sua vez, Ferreira (2020) traz como definição de arma de fogo
(...)o dispositivo construído a base de material resistente, geralmente metal, que tem finalidade de
disparar projéteis em direção a uma pessoa, objeto etc. Além disso, tal dispositivo deve conter um
mecanismo que tenha capacidade de iniciar o acionamento da espoleta da munição; uma câmara
de combustão (local em que ficará a munição, aguardando ser acionada), bem como um cano (que
será responsável por dar direção ao projétil) (p. 176; grifo nosso).
Por conseguinte, as armas e munições podem ser classificadas e apresentadas suas ca-
racterísticas da seguinte maneira (conforme Ferreira, 2020):
ARMAS E MUNIÇÕES
1. REVÓLVERES
Fonte: https://www.azdeespadas.com.br/revolver/revolver-taurus-86-ta-
oxidado
Instrumento com tambor giratório, número variado de câmaras
(compartimento para o armazenamento da munição de tiro), de cinco a seis.
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ARMAS E MUNIÇÕES
2. PISTOLAS
Fonte: https://www.1911brasil.com.br/armas-de-fogo/pistolas/pistola-taurus-
9mm-9217-5-info
Não possui tambor (difere do revólver), utilizando o chamado “carregador”,
em que são armazenadas as munições para tiro. Podem ser automáticas ou
semiautomáticas.
3. SUBMETRALHADORAS
Fonte: https://taurusarmas.com.br/pt/produtos/armas-longas/smt-40
Arma portátil de cano longo e internamente raiada, automáticas que
disparam projéteis do mesmo tipo que o das pistolas.
4. ESPINGARDAS
Fonte: https://www.tubaraocenter.com.br/fotos/pequena/26987fp1/
espingarda-pump-military-3-0-calibre-12-cbc.jpg
Com cano longo, alma lisa, de repetição (o atirador deve recarregar,
manualmente, a cada tiro), automática ou semiautomática.
5. CARABINA
Fonte: https://www.mundodacarabina.com.br/gerenciador/ídia/imagens/
produtos/arquivos_12412/IMG_3632-936x770.JPG
Portátil de cano longo e de alma raiada, dispara projéteis do mesmo tipo que
revólveres ou pistolas.
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ARMAS E MUNIÇÕES
6. FUZIL
Fonte: https://www.forte.jor.br/wp-content/uploads/2017/07/FUZIL-IA2-
850x274.jpg
Arma de fogo portátil, de cano longo e alma raiada. Deflagra cartuchos de uso
militar e formato específico.
Assim, se uma arma possui raiamento, diz-se que o cano possui “alma raiada”, cujas raias
representam sulcos, responsáveis por imprimir ressaltos no projétil de arma de fogo ressaltos.
Se o cano não possui raiamento, diz-se que o armamento apresenta cano de “alma lisa”. Por
sua vez, as cristas (também entendidas como “cheios”) imprimem nos projeteis os chamados
“cavados”.
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Fonte: https://www.casadotiro.com.br/sh-admin/editor/ckfinder/userfiles/images/Alma-Raiada-e-Lisa.png
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Pode ter formato que admite expansão ao atingir o alvo (hollow point),
4. Projétil jaquetado, semijaquetado, teflon ou com marcadores luminosos.
Vale saber:
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Pelo contrário, a lesões de entrada produzidas pelos projéteis de arma de fogo possuem as
seguintes características (gerais): diâmetro menor que o do projétil; apresenta orla de enxugo,
equimótica e de escoriação; e bordas invertidas (viradas para dentro). Vale ressaltar, todavia,
que, a depender da distância dos disparos, as características das lesões podem variar.
Errado.
Por fim, vale ressaltar que o formato de ferimentos em tiros a distância varia de acordo
com a inclinação do disparo. Se as orlas são concêntricas, estarão em sentido perpendicular
ao do disparo, possuindo a mesma espessura em todos os quadrantes. Se as orlas são excên-
tricas, estarão dispostas em sentido oblíquo, em que a ferida é arredondada ou ligeiramente
oblíqua, sendo mais escoriado do lado de maior atrito.
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MEDICINA LEGAL
Lesões e Mortes. Asfixias
Fernando Terra
c) Área de impregnação por grãos de pólvora incombustos que se fixam ao redor do ferimento
de entrada de projétil, em tiros de curta distância.
d) Área de depósito de fuligem que circunscreve a ferida de entrada, removível com a lavagem
do local, portanto, sem impregnação tecidual.
e) Área ao redor do orifício de entrada, caracterizada pela queimadura da pele ou pelos, decor-
rente da alta energia térmica dos projéteis de arma de fogo, característica de disparos a curta
distância ou à queima-roupa.
1. Orla de esfumaçamento.
2. Halo de enxugo.
3. Zona de chamuscamento.
4. Orla de escoriação ou contusão.
5. Halo de tatuagem.
A associação correta entre a definição e o elemento de uma ferida de entrada de projétil de
arma de fogo é vista, em ordem alfabética e corretamente, na alternativa:
a) A – 5; B – 1; C – 4; D – 2; E – 3.
b) A – 3; B – 4; C – 1; D – 5; E – 2.
c) A – 4; B – 2; C – 5; D – 1; E – 3.
d) A – 2; B – 5; C – 3; D – 1; E – 4.
e) A – 4; B – 3; C – 2; D – 5; E – 1.
A alternativa “c” relaciona corretamente as espécies de lesões produzidas por agentes perfuro-
contundentes com seus respectivos conceitos.
Letra c.
SINAIS
Disparo Encostado
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Fernando Terra
SINAIS
Disparo Encostado
O PULO DO GATO
Os sinais listados anteriormente sempre caem em provas de concursos. O mais recorrente é o
sinal de Puppe-Werkgaertner (ou só Werkgaertner). Por isso, recomenda-se o aprendizado ou
mesmo memorização desse sinal.
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Fernando Terra
Entende-se por “sinal de Benassi (Benassi-Cueli)” o que ocorre nos tiros encostados/apoiados,
como os dados no crânio ou nas escápulas, nos quais geralmente é encontrado um halo fu-
liginoso na lâmina externa do osso referente ao orifício de entrada. O sinal de Bonnet ocorre
também nos tiros encostados/apoiados, nos ossos díploe (normalmente encontrado no crânio
– trata-se de uma camada esponjosa) em que a incidência do projétil apresenta uma formata-
ção de um cone. Por fim, o sinal de câmara ou boca de mina de Hoffman em tiros encostados/
apoiados localiza-se entre a pele e o osso e decorre da expansão dos gases oriundos da quei-
ma da pólvora, gerando ruptura do tecido, sendo normalmente de forma estrelada.
Certo.
São projéteis de alta energia os que alcançam velocidade inicial de deslocamento acima de
600m/s (metros por segundo), sendo, portanto, supersônicos – acima da velocidade do som,
que é de 340m/s. É o caso, em geral, dos fuzis. Essa informação é importante porque quanto
maior a velocidade, maiores serão os danos (além de, é claro, outros aspectos, como a massa,
calibre e tipo de projétil utilizado, se expansível ou não).
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Fernando Terra
Segundo Ferreira (2020), a principal diferença entre os dois tipos de munição (comum e de
alta energia) se dá, além do calibre, pela energia cinética que podem transmitir (e, consequen-
temente, na capacidade do dano). A partir dessa informação e dos danos causados, pode-se
verificar o tipo de armamento, direção do disparo, identidade do atirador, número de disparos,
distância do tiro, reação vital e tempo de sobrevivência e causa jurídica da morte.
As lesões de entrada quando não houver anteparo ósseo ou rígido (colete balísticos, por
exemplo) serão ovalares, conforme o ângulo de penetração do projétil; bordas talhadas a pi-
que, com ou sem orla de escoriação, apresentando comumente microlacerações em torno
de 1mm. Tendem, ainda, a ter orifício de entrada de diâmetro menor que o do PAF, algo que,
a depender do aumento da velocidade do projétil, pode implicar aumento também do orifício.
Já no caso de existir anteparo ósseo ou rígido, por gerar uma instabilidade no projétil, pro-
duz a ampliação da ferida de entrada, causando, inclusive, dificuldade na diferenciação entre
as lesões de entrada e de saída.
Nesse contexto, tem-se o fenômeno da cavitação, em que, devido às ondas de pressão
causados pela energia cinética do projétil, podem gerar um deslocamento, temporário ou per-
manente, de uma cavidade ao atingir os tecidos, produzindo ou não lesões de saída. Por isso,
diz-se que a cavitação pode ser: a) temporária – a cavidade gerada é ampla e fugaz, pois dura
por um curto período de tempo; b) permanente – ocorrerá quando os resultados da cavidade
temporária cessarem e permanecerem os danos produzidos (França, 2017).
Fonte: https://cbc.org.br/wp-content/uploads/2019/10/WhatsApp-Image-2019-10-05-at-12.12.08.jpeg
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As lesões de saída em projéteis de arma de fogo de alta energia serão determinadas: a) com
base no tamanho trajeto; b) na velocidade; e c) na estabilidade do projétil. No caso, os projéteis
tendem a transfixar o segmento do corpo atingido, percorrendo todos os tecidos disponíveis.
Diferente se dá quando há fragmentação ou deformação do projétil, seja porque ele pró-
prio se partiu ou porque se chocou com algum anteparo rígido (como um osso), caso em
que a lesão de saída será maior e múltipla (até pela fragmentação, que gera maior cavidade
temporária).
2. Lesões e Mortes por Ação Térmica, por Ação Elétrica, por Baropatia
e por Ação Química
Consideram-se energias de ordem física aquelas que modificam o estado físico do corpo
ou parte de, consequentemente, causam lesões orgânicas ou a morte da vítima (Douglas; Gre-
co, 2019). Podem se constituir em:
• temperatura;
• pressão atmosférica;
• eletricidade;
• radioatividade;
• luz e som.
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Fernando Terra
Com relação às lesões provocadas pelo frio na forma difusa, tem-se a hipotermia, em que
se dá a diminuição da temperatura corporal abaixo de 35ºC (nesse caso, será leve se baixar até
32º; se até 28º, moderada; e grave se abaixo de 28ºC).
Pode apresentar sinais como (Ferreira, 2020):
Chama-se geladura as lesões provocadas pelo frio de forma direta. Podem ser causadas
por gelo seco (gás carbônico sólido) ou objetos metálicos em condições de baixa temperatura.
Da mesma forma que com as lesões por queimaduras, as geladuras se dividem em graus:
• primeiro grau, ou eritema/vasoconstricção periférica;
• segundo grau, ou flictenas;
• terceiro grau, ou necrose/grangrena.
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Fernando Terra
as vítimas sofrem pela eletricidade propriamente dita, como pela onda de choque do ar e da
luminosidade intensa, além das contusões por terem sido arremessadas.
Conforme Genival França (2017), quando atinge lentamente o ser humano, denomina-se
fulminação (eletrofulminação). Se provoca lesões corporais, chama-se fulguração (ou eletro-
fulguração). Há, ainda, o sinal de Lichtemberg que, especificamente causado pela eletricidade,
apresenta aspecto arboriforme ou de samambaia na pele, precisamente nos vasos sanguíneos.
As decorrentes de eletricidade industrial (ou eletroplessão) normalmente envolvem aciden-
tes, cuja intensidade das lesões dependerá da voltagem, do tempo de exposição e da proximi-
dade dos órgãos nobres, como o cérebro, coração, fígado, pulmão e rins. Denomina-se sinal de
Jellinek a lesão de entrada produzida por alguns tipos de correntes elétricas
No tocante às lesões e morte por ação elétrica, temos eletricidade natural (cósmica) e ele-
tricidade industrial (eletroplessão). A eletricidade industrial ou eletroplessão se destaca pela
apresentação da marca elétrica de Jellinek, sinal específico de uma lesão provocada por eletri-
cidade industrial. Trata-se de uma marca elétrica, no caso, uma forma especial de queimadura,
de aspecto circular, elíptica ou em roseta, que pode ou não existir.
Certo.
BAROPATIAS
Leis
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BAROPATIAS
Leis
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Lesões e Mortes. Asfixias
Fernando Terra
• Secundário: são os relativos aos efeitos dos fragmentos que se movem pela onda de
choque;
• Terciário: refere-se ao efeito do impacto do corpo quando este é projetado. Nesse caso,
pode acarretar lesões contusas ou cortocontusa.
3. Asfixiologia Forense
3.1. Aspectos Gerais
Compreende-se por asfixia a supressão da respiração, decorrente de energia físico-quí-
mica, e inviabilização da passagem do ar para as vias respiratórias, alterando a composição
bioquímica do sangue.
Denomina-se tríade asfíxica os sinais comuns às modalidades de asfixia, além de outros
elementos (conforme Douglas; Greco, 2019):
1. Sangue fluido escuro: dá-se pelo aumento do CO2, salvo no afogamento (em que o sangue é cla-
ro). Implica a redução da viscosidade do sangue;
2. Congestão polivisceral;
3. Equimose de Tardieu ou Macha de Tardieu, que surgem na região subpleural, subepicardia e sub-
conjutival.
Saliente-se, oportunamente, que autores como Ferreira (2020) indicam como terceiro ele-
mento da tríade asfíxica o escuro, que ocorre também pelo excesso de CO2. De qualquer sorte,
além dos que compõe a sobredita tríade, é possível indicar, com relação aos sinais em geral, a
classificação a seguir, dividindo-a em elementos externos e internos (França, 2017):
SINAIS GERAIS
Externos
Variam conforme a tonalidade por causa de monóxido
1. Manchas de hipóstase/ de carbono, podendo ser precoces, abundantes e
livores de hipóstase escuras. São comuns de estarem presentes.
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SINAIS GERAIS
Internos
Ou manchas de Tardieu, com formato arredondado e
6. Equimoses viscerais tamanho variável (cabeça de alfinete ou lentilha).
Com intuito didático, será adotada a divisão das espécies de asfixias a apresentada por
Genival França (2017), que, por sua vez, utiliza-se da elaborada por Afrânio Peixoto, isso é, em
termos gerais, asfixias se dividem em puras, complexas ou mistas.
Confinamento
Caracteriza-se pela permanência de um ou mais indivíduos em ambiente
restrito ou fechado e sem condições de renovação do ar, condições
em que o oxigênio é gradativamente consumido e substituído por gás
carbônico, que se acumula.
Por Monóxido de Carbono (CO)
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Sufocação Direta
Pode ser:
a) por obstrução da boca e das narinas – acidental ou criminosa, comum
em crimes como o de infanticídio; apresenta sinais como equimoses e
escoriações;
b) por obstrução das vias respiratórias inferiores – corpos estranhos
obstruem a laringe ou a faringe, normalmente ocorrendo em casos
acidentais; acontece também quando da broncoaspiração de sangue ou
vômito.
Sufocação Indireta
Dá-se pela compressão do tórax, e é também chamada de Congestão
Compressiva de Perthes. Pode ser homicida (muito incomum) ou
acidental. Apresenta como sinal mais comum a máscara equimótica de
Morestin (equimose cérvico-facial), produzida pelo refluxo sanguíneo da
veia cava superior (forma de hemorragia).
Denomina-se, ainda, Sinal de Valentin a congestão dos pulmões, que
foram distendidos, e com sufusões hemorrágicas subpleurais.
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É usual que sejam divididas em asfixias por constrição passiva (enforcamento) ou ativa do
pescoço (esganadura).
3.3.1. Enforcamento
Ocorre pela constrição do pescoço exercida por um laço, cuja extremidade se acha fixa em
um determinado ponto dado, tendo por força atuante o próprio peso do corpo da vítima (por
isso, é passivo); o ar é interrompido pela constrição externa (Douglas; Greco, 2019).
Denomina-se típico o enforcamento no qual o nó se localiza na parte de trás do cor-
po da vítima; atípico quando o nó está na parte frontal ou lateral do corpo, sendo hipótese
mais incomum.
Doutro digo, diz-se completo quando o corpo está totalmente suspenso, de modo que o
corpo não toca o solo; já o incompleto ocorre quando a vítima toca, de alguma forma, o solo
com qualquer parte do corpo (mais comum os pés e os joelhos).
Como lesões típicas, tem-se um sulco oblíquo, ascendentes, mais acentuado no nível da
alça e interrompido no nível do nó; não é contínuo e, em geral, único. A rigidez cadavérica é
mais tardia.
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É a forma de asfixia mecânica pela constrição do pescoço por um laço, tendo como agente
atuante a mão humana, que o traciona, ou qualquer outro elemento que não o peso da vítima
(por exemplo, um garrote). O laço obstaculiza a passagem de ar para os pulmões, interrompe a
passagem de sangue pelo pescoço e comprime os nervos da região. É mais comum em casos
de homicídios.
Possui como sinais característicos externos: face das pessoas estranguladas é sempre
tumefeita, vultuosa e violácea; lábios e orelhas arroxeados; e o sulco é na direção do enforca-
mento e profundidade uniforme por não haver descontinuidade.
Uma diferença do enforcamento para o estrangulamento consiste em que, no primeiro, o
sulco é único, alto (acima da laringe). No estrangulamento, o sulco é costumeiramente múltiplo
e sobre a laringe (baixo), fundo escoriado por causa do atrito entre o laço e a pele.
Já na esganadura, a constrição do pescoço é feita pelas mãos e obstrui a passagem do ar.
É sempre homicida. Por isso, pode vir acompanhada de outras lesões, como a de defesa nas
mãos e antebraços.
Identifica-se pela presença de estigmas ungueais (lesões semilunares, causadas pelas
unhas) ao redor do pescoço, bem como equimoses e escoriações. Pode-se, ainda, encontrar
petéquias pela face e pescoço, infiltrações hemorrágicas nos tecidos lesionados etc.
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a) Errado. Na esganadura utilizam-se as mãos, ou seja, não se utiliza um laço para a prática
do ato material para a prática do ato. No enforcamento é possível saber se o laço utilizado era
mole, mais firme, se foi utilizado mais de um laço, por exemplo.
b) Certo. Esganadura é um tipo de asfixia mecânica que se verifica pela constrição do pescoço
pelas mãos, ao obstruir a passagem do ar atmosférico pelas vias respiratórias até os pulmões.
É sempre homicida, sendo impossível a forma suicida ou acidental.
c) Errado. Trata-se da esganadura, que consiste em escoriações produzidas pelas unhas do
agressor, teoricamente de forma semilunar, apergaminhadas, de tonalidade pardo-amarelada,
conhecidas como estigmas ou marcas ungueais. Podem também ter a forma de rastros esco-
riativos. Se o criminoso usou a mão direita, aparecem essas marcas em maior quantidade no
lado esquerdo do pescoço da vítima.
d) Errado. Considera-se suspensão típica (ou completa) aquela em que o corpo fica totalmente
sem tocar em qualquer ponto de apoio; e suspensão atípica ou incompleta, se é apoiado pelos
pés, joelhos ou outra parte qualquer do corpo (abdômen, por exemplo).
e) Errado. Não é possível ser feita essa informação. Há inúmeros fatores que interferem na
prática do crime, tais como circunstanciais, pessoais, dentre outros.
Letra b.
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RESUMO
• A Traumatologia Forense estuda os traumas, lesões, instrumentos e ações vulnerantes a
fim de esclarecer, o mais próximo possível, como se deu a dinâmica dos fatos.
• Trauma a incidência de uma energia externa sobre o indivíduo capaz de causar uma
alteração da normalidade (física ou mental), com ou sem alteração da morfologia cor-
poral; já a lesão é entendida como sendo a alteração estrutural decorrente da agressão
ao organismo, macrocospica ou microscopicamente visualizável.
• Conforme Deltan Croce e Deltan Croce Júnior (2009), energias mecânicas são as que,
“atuando mecanicamente sobre o corpo, modificam, completa ou parcialmente, o seu
estado de repouso ou de movimento [e atuam] por pressão, percussão, tração, compres-
são, torção, sucção, explosão, contrachoque, deslizamento e distensão” (p. 919).
• Ação contundente é aquela causadora de dano de forma ativa (instrumento se choca
com o corpo), passiva (corpo choca-se com o instrumento) ou mista (biativa ou biocon-
vergente), resultante em lesões superficiais e profundas denominadas contusão e ferida
contusa.
• Contusão: é lesão fechada com comprometimento do tecido celular subcutâneo e inte-
gridade real ou aparente da pele e das mucosas. Ferida contusa: é a contusão aberta
decorrente de o organismo ter sofrido solução de continuidade pela ação traumática do
instrumento vulnerante.
• Escoriação: resultante da ação tangencial do agente vulnerante, consiste no arranca-
mento parcial ou total da epiderme com a exposição da derme.
• Hematomas: são coleções sanguíneas resultantes de sangue derramado. Diferencia-se
da equimose porque nestas o sangue está infiltrado, espalhado nas malhas dos tecidos,
enquanto nos hematomas os tecidos próximos se deslocam e são comprimidos.
• Rubefação: congestão de pouca intensidade (um tapa com a mão aberta) que pode de-
saparecer em pouco tempo (minutos ou horas.
• Bossas: sanguínea e linfática. A bossa sanguínea consiste no hematoma em que o der-
rame sanguíneo, inviabilizado de se espalhar nos tecidos moles em geral e por planos
ósseos subjacentes, coleciona e forma bolsas pronunciadamente salientes na superfí-
cie cutânea (“galos”). A bossa linfática constitui-se em coleções de linfa decorrentes de
trauma em linfáticos por contusões tangenciais.
• Equimose: é o extravasamento, superficial ou profundo, de sangue que se infiltra e coa-
gula em malhas do tecido do corpo.
• Fraturas: representam soluções de continuidade, parcial ou total, dos ossos submetidos
à ação de instrumentos contundentes, seja por compressão, flexão ou torção.
• Luxação: dá-se pela perda definitiva, não irreversível, de contato entre superfícies articu-
lares e, via de regra, rotura de ligamentos.
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QUESTÕES DE CONCURSO
014. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2020) Uma pessoa foi atingida por
um projétil de 7,62 mm × 51 mm, disparado por fuzil, que transpassou das costas para o peito,
percorrendo uma trajetória de mais de 200 metros, entre a saída do cano e o alvo. A respeito
dessa situação hipotética e de aspectos a ela relacionados, julgue o item a seguir.
Pela classificação das armas de fogo, a arma empregada nessa situação é portátil e longa, e a
estimativa de tiro é de um disparo distante.
Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se: (...) VIII - arma de fogo portátil - as armas
de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, podem ser transportada por uma pessoa,
tais como fuzil, carabina e espingarda;
Certo.
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Ao se saber que as lesões e mortes decorrentes de explosões podem acarretar lesões contu-
sas ou cortocontusa, entende-se a razão pela qual a questão indicou a maior probabilidade de
qual tipo ocorreu. Assim, pelas opções dadas, só poderiam ser cortocontusas. É interessante
abordar o que diz França (2017, p. 347), para o qual não são aceitas as:
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Lesões e Mortes. Asfixias
Fernando Terra
a) Errado. As feridas perfurocontusas são produzidas por um mecanismo de ação que perfura
e contunde ao mesmo tempo. Na maioria das vezes, esses instrumentos são mais perfurantes
que contundentes.
As demais alternativas estão corretas.
Letra a.
a) Certa. As armas portáteis são também conhecidas por sua individualidade (porte individual).
b) Certa. São automáticas quando disparam todos os projéteis sem que tenha que deixar de
ser acionado o gatilho.
c) Certa. A percussão consiste no golpe entre dois corpos. O percurso é a peça que atinge a
espoleta e a deflagra.
d) Certa. Consiste no verdeiro instrumento perfurocontundente, quase sempre é de chumbo,
níquel nu ou outra liga metálica.
e) Errada. Nas armas de antecarga o municiamento é feito na parte anterior do cano, local ou
sai o projétil, como nos mosquetes e bacamartes. Nas de retrocarga, o carregamento é feito na
parte posterior, próximo ao atirados, por exemplo: pistola, revólveres.
Letra e.
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a) Certa. Na aréola ou orla equimótica, o projétil rompe vasos de calibres médio e pequeno, o
que provoca infiltração hemorrágica que se traduz externamente por uma orla equimótica ao
redor do orifício. Caracteriza a reação vital na ferida.
b) Errada. As orlas apresentadas pelo tiro oblíquo são excêntricas, e não concêntricas como
dito na alternativa.
c) Errada. A assertiva está errada porque as características apresentadas não correspondem
aos efeitos secundários dos disparos a distância, e sim os primários. Além disso, nos tiros à
distância, o diâmetro do ferimento de entrada é menor que o projétil.
d) Errada. Nos tiros encostados, o ferimento possui forma estrelada, irregular.
e) Errada. O aspecto “cratera de mina” diz respeito aos tiros encostados (sinal de Hoffman).
Letra a.
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a) Errado. O sinal do rasgão de Nerio Rojas se verifica nos tiros a curta distância, em que a
roupa é rasgada apresentando um aspecto cruciforme.
b) Errado. O caso demonstra um caso de tiro encostado/apoiado.
c) Errado. Um tiro a curta distância não impediria a formação do cone de dispersão.
d) Errado. A lesão é perfurocontusa.
e) Certo. A questão descreve uma hipótese de boca ou câmara de mina de Hoffman, ocorrida
em tiros encostados/apoiados; localiza-se entre a pele e o osso e decorre da expansão dos
gases oriundos da queima da pólvora, gerando ruptura do tecido, sendo normalmente de forma
estrelada.
Letra e.
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d) Errado. A alternativa acerta ao dizer que as lesões foram causadas por instrumento perfuro-
contudente, mas erra ao falar que ambas são provenientes de ação a curta distância.
e) Errado. As lesões não são provenientes de projéteis de alta energia; um foi a curta distância
e o outro foi a longa distância.
Letra a.
a) Errada. O Sinal de Thoinot ocorre nos casos de asfixia por constrição passiva do pescoço
exercida pelo peso do corpo (enforcamento). No enforcamento, há sinais gerais existentes no
sulco, sendo um deles o Sinal de Thoinot (zona violácea ao nível das bordas do sulco).
b) Errada. O Sinal de Bonnet ocorre nos tiros encostados/apoiados, nos ossos díploe (nor-
malmente encontrado no crânio- trata-se de uma camada esponjosa) em que a incidência do
projétil apresenta uma formatação de um cone. A parte mais estreita (tronco do cone) indica a
sua entrada. Já a base do tronco, a sua saída.
c) Certa. O Sinal de Puppe-Werkgaertner Werkgaertner ocorre nos tiros encostados/apoiados,
resultando no desenho da boca e da massa da mira do cano.
d) Errada. O Sinal de Benassi-Cueli Benassi ocorre nos tiros encostados/apoiados, em tiros da-
dos no crânio ou em escápulas, em que geralmente é encontrado um halo fuliginoso na lâmina
externa do osso referente ao orifício de entrada.
e) Errada. O Sinal de Chavigny ocorre nas feridas pérfurocortantes, quando duas feridas se
cruzam, a segunda lesão produzida em cima da primeira apresentará bordas desalinhadas,
enquanto a primeira apresentará bordas alinhadas.
Letra c.
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c) uma ferida arredondada, com orlas de enxugo e escoriação, foi devida a um disparo efetua-
do a curta distância e sem anteparo.
d) nos disparos realizados na cabeça, com o cano da arma encostado à pele, a ferida apresen-
ta uma orla de tisnado.
e) nos tiros à queima-roupa, a ferida assume um aspecto estrelado, em boca de mina.
a) Certa. Nas lesões de entrada sem anteparo ósseo ou rígido verificamos nas lesões produzi-
das por projéteis de arma de fogo de alta energia, lesões circulares ou ovalares; bordas talha-
das à pique, com ou sem orla de escoriação; apresentando microlacerações radialmente em
toda a circunferência ou em parte.
b) Errada. A “rosa de tiro” de Cevidalli ocorre em disparo de projéteis múltiplos (ex.: balins); há
disposição em grupo, mais ou menos, circular das lesões produzidas pelos balins.
c) Errada. Orla de enxugo e escoriação são presentes nos tiros tanto à curta distância quanto
à longa distância.
d) Errada. Nas lesões de entrada produzidas por projéteis compreende a orla de esfumaça-
mento de tisnado (resíduos da combustão, cor cinza ou negra, sai com água e sabão).
e) Errada. Disparo curta distância/queima roupa não produzem a boca de mina. No caso, en-
contra-se a boca ou câmara de mina de Hoffman em tiros encostados/apoiados; localiza-se
entre a pele e o osso e decorre da expansão dos gases oriundos da queima da pólvora, gerando
ruptura do tecido, sendo normalmente, de forma estrelada.
Letra a.
( ) O enforcamento, de acordo com sua definição médico-legal, quando diagnosticado in-
dica a ocorrência de suicídio.
( ) O enforcamento, de acordo com sua definição médico-legal, necessita que o peso do
corpo da vítima acione o laço. Desta forma, os casos descritos como enforcamento,
mas nos quais a vítima não estava completamente suspensa (pés não tocando o solo)
devem ser classificados como “montagem” (tentativa de ocultação de homicídio).
( ) O enforcamento, de acordo com sua definição médico-legal, não necessita do peso do
corpo da vítima para ocorrer.
( ) A esganadura pode ser consequência de suicídio ou de homicídio.
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c) F – V – F – F.
d) F – F – V – V.
e) F – F – F – F.
Item 1 – FALSO. O enforcamento é mais comum nos suicídios, podendo, no entanto, ter como
etiologia o acidente, o homicídio e a execução judicial.
Item 2 – FALSO. As suspensões do corpo podem ser classificadas em: a) típica ou completa:
aquela em que o corpo fica totalmente sem tocar em qualquer ponto de apoio ou b) Atípica ou
incompleta: se é apoiado pelos pés, joelhos ou outra parte qualquer do corpo.
Item 3 – FALSO. O enforcamento é uma modalidade de asfixia mecânica que se caracteriza
pela interrupção do ar atmosférico até as vias respiratórias, em decorrência da constrição do
pescoço por um laço fixo, agindo o peso do próprio corpo da vítima como força ativa.
Item 4 – FALSO. Esganadura é um tipo de asfixia mecânica que se verifica pela constrição do
pescoço pelas mãos, ao obstruir a passagem do ar atmosférico pelas vias respiratórias até os
pulmões. É sempre homicida, sendo impossível a forma suicida ou acidental.
Letra e.
a) Errada. Soterramento é uma forma de asfixia mecânica motivada por obstrução das vias
respiratórias por terra ou substâncias pulverulentas. É, na sua maioria, acidental e, muito
raramente, homicida ou suicida, sendo a situação mais frequente o desmoronamento ou o
desabamento.
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a) Errado. A projeção da língua e exoftalmia (projeção do globo ocular para fora, proptose)
são comuns nas asfixias mecânica. No entanto, cadáveres putrefeitos na fase gasosa ou en-
fisematosa também apresentam exoftalmia e projeção da língua, mesmo sem ter nenhuma
relação com a morte por asfixia.
b) Errado. As equimoses das conjuntivas podem ocorrer nos casos de asfixia mecânica e por
afogamento.
c) Errado. Manchas de hipóstase não são raras nas asfixias, muito pelo contrário, são comuns
de se observarem.
d) Certo. Quando ocorre a sufocação por compressão do tórax (sufocação indireta), muito
comum em acidentes em que um peso cai sobre a vítima, impedindo-a de respirar, verificam-se
pulmões congestos e com hemorragia.
e) Errado. O cogumelo de espuma é formado de uma bola de finas bolhas de espuma que co-
bre a boca e as narinas e se continua pelas vias respiratórias inferiores. Muito comum em afo-
gados, mas pode surgir em outras formas de asfixias mecânicas, no edema agudo do pulmão
e nos casos de morte precedida de grandes convulsões.
Letra d.
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na parte da alça, apresentando direção oblíqua ascendente. Por sua vez, o estrangulamento
apresenta sulco quase sempre múltiplo, profundidade uniforme, contínuo, direção horizontal,
sobre a laringe, não apergaminha.
Assim, para se assegurar de qual hipótese se trata, necessário se ater à informação de que ha-
via escoriação linear, indicativo de resistência ao material empregado na asfixia (se uma corda,
ela escoriava a pele em razão da provável resistência da vítima), bem como pela profundidade
uniforme, de modo que só poderia ser hipótese de estrangulamento.
Letra a.
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I – A esganadura ocorre por laço tracionado ou por parte do corpo que atua de forma similar a
um laço (gravata, chave de braço, golpes de jiu jitsu), desde que a força empregada não seja o
peso da vítima.
II – O estrangulamento ocorre através da interrupção da passagem do ar atmosférico pelas
vias aéreas e é causado diretamente pela mão do agente, não havendo forma homicida ou
incidental da mesma.
III – É possível do ponto de vista pericial em medicina legal a distinção entre estrangulamen-
to e enforcamento, através da análise das características dos sulcos imprimidos no pescoço
da vítima.
IV – O enforcamento ocorre por um laço cuja extremidade se acha fixa a um ponto dado, agin-
do o próprio peso do indivíduo como força viva.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
A asfixia apresenta sinais gerais externos e internos. São sinais característicos, de valor relati-
vo, não são patognomônicos.
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1) Sinais Internos: a) sangue fluído (não coagula) e escuro; b) equimoses viscerais ou mancha
de Tardieu, que é encontrado nas regiões subconjuntival, subpleural e subepicárdica, ou ainda
manchas de Paltauf nos pulmões de vítimas de afogamento; c) congestão polivisceral.
2) Sinais Externos: a) cianose da face (cor arroxeada ou azulada); b) cogumelo de espuma; c)
projeção da língua para fora da boca; d) equimoses externas na pele e mucosas; e) livor cada-
vérico escuro e precoce.
Letra b.
Segundo a classificação adotada por Afrânio Peixoto, as asfixias se dividem em três grupos:
1) Asfixias Puras: a) asfixias em ambientes por gases irrespiráveis por confinamento, por mo-
nóxido de carbono ou por outros vícios de ambientes; b) asfixias por obstacularização de ar
nas vias respiratórias, de forma direta (obstrução da boca e narinas ou obstrução da laringe e
traqueia) ou indireta (compressão do tórax); c) asfixia por transformação do meio gasoso em
meio líquido (afogamento); d) asfixia por transformação do meio gasoso em meio sólido ou
pulvurulento (soterramento).
2) Asfixias Complexas: a) asfixias por constrição do pescoço exercida pelo peso do corpo
(enforcamento); b) asfixia por constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular (es-
trangulamento).
3) Asfixias Mistas: esganadura, com a constrição do pescoço com as mãos em que há impe-
dimento da passagem de ar.
Letra a.
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Enforcamento: geralmente apresenta sulco único, acima da laringe (no alto), de profundidade
variável, apergaminhado, tendo uma interrupção na proximidade do nó, sendo mais profundo
na parte da alça, apresentando direção oblíqua ascendente.
Estrangulamento: sulco quase sempre múltiplo, profundidade uniforme, contínuo, direção hori-
zontal, sobre a laringe, não apergaminha.
Esganadura: asfixia mecânica que provoca a constrição do pescoço com as mãos. É sempre homi-
cida. Apresenta equimoses puntiformes na face e pescoço, além disso, podemos verificar escoria-
ções produzidas pelas unhas no pescoço em formato semilunar (estigmas ou marcas ungueais).
Letra a.
a) Errada. O trajeto do projétil depende de inúmeros fatores, tais como: anteparos, estabilidade
do projétil, se o projétil atinge um osso ou determinado ponto do corpo em que há um desvio,
posição da vítima etc.
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b) Errada. A orla de enxugo é a orla de detritos que ficam retidos na pele quando há a passa-
gem do projétil. A orla de contusão é a pequena área milimétrica que circunda o orifício de
entrada. Possui forma concêntrica ou circular quando o tiro é perpendicular. Já quando o tiro
for de incidência oblíqua será ovalada ou fusiforme. No caso da questão, nem sempre haverá
a orla de enxugo.
c) Errada. O Puppe-Werkgaertner (ou só Werkgaertner) ocorre nos tiros encostados/apoiados,
representado pelo desenho da boca e da massa da mira do cano.
d) Certo. O sinal de Romanesi ocorre quando um projétil tenta sair do corpo e encontra um
anteparo de resistência dos tegumentos.
Letra d.
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De acordo com as alternativas dadas pela questão pode-se chegar à conclusão que a resposta
correta, por exclusão, é facilmente detectada pelo fato de ser uma ferida na região occipital
(região parte póstero-inferior do cérebro), com sinais de Benassi (a zona ou orla do esfumaça-
mento aparece ao redor do orifício de entrada, nos tiros encostados e impregnação de pólvora
na tábua óssea) e ainda os sinais de Werkgaertner (marca da boca do cano da arma de fogo
em tiro encostado).
Letra d.
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a) 5 dias.
b) 1 dia.
c) 3 dias.
d) 8 dias.
a) Errado. O revólver, em si, é um instrumento contunde. O projétil de arma de fogo que é per-
forocontundente.
b) Errado. O ferimento em “acordeão” ou “sanfona” de Lacassagne é o ferimento causado com
arma pequena, mas que faz um longo trajeto no corpo, produzido com violência pelo homicida
e que comprime a parede abdominal. Ocorre em regiões de depressibilidade dos tecidos su-
perficiais, como o ventre.
c) Certo. Segundo o contato, o modo de ação e as características que imprimem às lesões,
classificam-se os instrumentos mecânicos em: cortantes, contundentes, cortocontundentes,
perfurantes, perfurocortantes e perfurocontundentes.
d) Errado. Veja a classificação adequada: 1) armas naturais: mãos, pés, unhas; 2) armas pro-
priamente ditas: revólver, pistola, punhal, peixeira; 3) armas eventuais: navalha, lâmina de bar-
bear, canivete, tijolo; 4) maquinismos e peças de máquinas; 5) animais: cão, gato, leão; 6) meios
diversos: quedas, explosões, precipitações.
Letra c.
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a) Errado. As mortes causadas por descargas elétricas naturais são as fulminações, e não ful-
gurações. Falamos de fulguração quando a descarga elétrica natural tem êxito não letal.
b) Errado. A marca de entrada da eletricidade artificial (e não do raio) no corpo chama-se de le-
são de Jellineck. Constitui-se em uma lesão da pele, tem forma circular, elítica ou estrelada, de
consistência endurecida, bordas altas, leito deprimido, tonalidade branco-amarelada, fixa, in-
dolor, asséptica e de fácil cicatrização. Pode apresentar também a forma do condutor elétrico.
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c) Certo. O efeito Joule é um fenômeno físico no qual a passagem de corrente elétrica através
de algum meio resulta em seu aquecimento. Esse aquecimento surge em razão das diver-
sas colisões que ocorrem entre os elétrons e os átomos que constituem a estrutura cristalina
do material.
d) Errado. As lesões externas por eletricidade natural tomam aspecto arboriforme e tonali-
dade arroxeada, também denominadas de sinal de Lichtenberg. Ela não marca a saída do
raio no corpo.
Letra c.
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I – Errado. As armas brancas são assim denominadas por sua brancura e brilho de suas lâmi-
nas; apresentam gume afiado ou extremidade pontiaguda, necessitando do manejo da ação
humana (ex.: navalha, punhal, faca-peixeira etc.). A alternativa assevera que a faca de cozinha
não seria compatível com todas as lesões descritas, porém a faca de cozinha é um instrumen-
to perfurocortante, compatível com os ferimentos descritos nos Itens de 1 a 4 da questão.
Logo, o Item I é errado.
II – Certo. As escoriações apresentadas orientam o perito sobre a direção do meio ou instru-
mento lesivo, podem demonstrar se foram realizadas em vida ou depois da morte, a forma do
instrumento utilizado, a natureza da violência e, ainda, a sua gravidade e prognóstico.
III – Certo. A nitidez das bordas é característica da ação do fio ou gume do instrumento.
IV – Certo. A cauda de escoriação ou cauda de saída é produzida na epiderme no instante que
precede a ação final do instrumento sobre a pele. É encontrada na extremidade distal do feri-
mento inciso, onde o instrumento cortante foi afastado do corpo.
Letra e.
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a) bossa, empalhamento.
b) equimose, esgorjamento.
c) esquartejamento, entorse.
d) luxação, degolamento.
Lesões produzidas por ação contundente: hematoma, bossas, escoriação, ferida contusa, en-
torse, luxação, fraturas, rupturas viscerais, lesões provocadas por martelo, defenestração, en-
cravamento, empalamento, lesões por acidente aéreo. Lesões produzidas por ação cortante:
ação de defesa e hesitação, esgorjamento e degolamento. Lesões produzidas por ação corto-
contundente: espostejamento, decapitação e esquartejamento.
Letra a.
A ferida em sedenho se caracteriza pela ferida oblíqua provocada por projétil de arma de fogo,
somente atingindo a pele, sem as demais camadas.
Letra d.
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dade e profundidade do sangue extravasado, com a elasticidade do tecido etc. por isso esse
valor cronológico é relativo. Pelas informações das e com base na classificação de Du Saulle,
as lesões ocorreram entre 1 a 6 dias.
Letra c.
Considerando a imagem apresentada, assinale a alternativa que indica o melhor termo ou ex-
pressão para definir a lesão apresentada.
a) Decapitação.
b) Esgorjamento.
c) Sinal de Pantoja.
d) Ferida contusa cervical.
e) Degola.
Lesões e mortes por esgorjamento são produzidas por instrumentos cortantes (eventualmen-
te, cortocontundentes) na região anterior ou lateral do pescoço.
Letra b.
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atingir essa pessoa, causando a lesão denominada “falsa tatuagem”, deixando um aspecto
semelhante àquele verificado na zona de tatuagem causada por tiro direto.
d) A pesquisa de resíduos secundários de tiro deve ser feita nas vestes do suspeito, mas não
sobre a superfície dérmica, já que esta pode ser facilmente lavada.
a) Errada. No ato do disparo, são expelidos os resíduos primários (projétil) e os resíduos secun-
dários (resíduos sólidos), terciários (líquidos) e quaternários (gasosos).
b) Errada. Pelo contrário, o tipo de arma influi na forma de distribuição e na quantidade de re-
síduos secundários do tiro.
c) Certa. Fala-se em zona de falsa tatuagem porque, se lavada a região, os resíduos saem
(França, 2017). Na verdade, é a chamada zona de chamuscamento. Assim, os pequenos frag-
mentos de vidro projetados sobre a pessoa, embora se assemelhem a uma região em que
ficou marcada pelos efeitos secundários do disparo, por serem removíveis, apenas aparentam
coincidir com o conceito de zona de tatuagem. Portanto, é área em que a fuligem se deposita
e circunscreve a ferida de entrada.
d) Errada. A pesquisa de resíduos secundários de tiro deve ser feita nas vestes do suspeito,
mas não sobre a superfície dérmica, já que esta pode ser facilmente lavada.
Letra c.
53. Ao examinar um cadáver, o perito descobre que a lesão que ocasionou a morte foi pro-
vocada por golpe de machado, atingindo a coluna cervical, com fratura em toda extensão de
corpo. Ao elaborar seu relatório, o perito deverá informar que a ação ocorrida no cadáver foi
de natureza
a) corto-contundente.
b) cortante.
c) perfuro-contundente.
d) perfuro-cortante.
e) perfurante.
Justamente o machado é o exemplo de instrumento que tem ação corto-contundente, pois tem
um gume (parte cortante) e age pelo próprio peso ou força imprimida pelo agente (parte contun-
dente), tendo por elemento de ação tanto pelo deslizamento, pela percussão, ou pela pressão.
Letra a.
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c) química.
d) físico-química.
e) bioquímica.
As marcas ou sinais de Jellinek são típicas das lesões ou mortes por ação elétrica, que, por
sua vez, são energias de ordem física. Constitui-se em uma lesão da pele com formato circular,
elítica ou estrelada, de consistência endurecida, bordas altas, asséptica e de fácil cicatrização,
leito deprimido, tonalidade branco-amarelada, fixa e indolor.
Letra a.
Pela imagem, é possível perceber a orla de escoriação como o halo desepitelizado ao redor da
lesão de entrada (parte mais clara) e o halo de enxugo pelas impurezas deixadas no funil do
tiro (parte mais interna e escura).
Letra d.
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II – O orifício de saída não apresenta o halo de enxugo, as bordas são evertidas e, normalmen-
te, tem diâmetro maior do que o de entrada.
III – O orifício de entrada nos tiros a curta distância apresenta forma arredondada ou elíptica,
bordas invertidas, orla de escoriação, zona de tatuagem, zona de esfumaçamento zona de
queimadura, halo de enxugo, aréola equimótica e zona de compressão de gases.
IV – São componentes do orifício de saída a orla de escoriação, a orla de enxugo, a zona de
tatuagem e a zona de esfumaçamento.
a) Todas as afirmações estão corretas.
b) Apenas I, II e III estão corretas.
c) Apenas I, II e IV estão corretas.
d) Apenas I e IV estão corretas.
e) Apenas II e III estão corretas.
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GABARITO
1. b 37. d
2. c 38. c
3. b 39. d
4. d 40. b
5. a 41. a
6. E 42. c
7. C 43. b
8. E 44. c
9. c 45. b
10. C 46. e
11. C 47. d
12. d 48. a
13. b 49. d
14. C 50. c
15. c 51. b
16. b 52. c
17. a 53. a
18. e 54. a
19. a 55. d
20. e 56. e
21. a
22. c
23. b
24. a
25. e
26. d
27. d
28. c
29. a
30. c
31. c
32. b
33. a
34. a
35. a
36. d
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁRICAS
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raiva, 2012.
DOUGLAS, William; GRECO, Rogerio. Medicina Legal à luz do direito penal e do processual pe-
nal. 14. ed. Niterói: Editora Impetus, 2019.
FERREIRA, Wilson Luiz Palermo. Medicina Legal. 5. ed. Salvador, BA: Editora Juspodivm, 2020.
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan,
2017.
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Lesões e Mortes. Asfixias
Fernando Terra
ANEXO
1. Glossário, Decreto n. 10.030/2019.
ANEXO III
GLOSSÁRIO
Acessório de arma de fogo: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do
desempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do
aspecto visual da arma.
Acessório explosivo: engenho não muito sensível, de elevada energia de ativação, que tem
por finalidade fornecer energia suficiente à continuidade de um trem explosivo e que necessita
de um acessório iniciador para ser ativado.
Agente químico de guerra: substância em qualquer estado físico (sólido, líquido, gasoso
ou estados físicos intermediários), com propriedades físico-químicas que a torna própria para
emprego militar e que apresenta propriedades químicas causadoras de efeitos, permanentes
ou provisórios, letais ou danosos a seres humanos, animais, vegetais e materiais, bem como
provoca efeitos fumígenos ou incendiários.
Área perigosa: local de manejo de Produto Controlado pelo Exército (PCE) no qual são ne-
cessários procedimentos específicos para resguardar a segurança de pessoas e patrimônio.
Arma de fogo automática: arma em que o carregamento, o disparo e todas as operações
de funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado.
Arma de fogo de repetição: arma em que a recarga exige a ação mecânica do atirador so-
bre um componente para a continuidade do tiro.
Arma de fogo semiautomática: arma que realiza, automaticamente, todas as operações
de funcionamento com exceção do disparo, exigindo, para isso, novo acionamento do gatilho.
Arma de fogo: arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases,
gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara, normalmente solidária
a um cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, além de direção
e estabilidade ao projétil.
Arma de pressão: arma cujo princípio de funcionamento é o emprego de gases comprimi-
dos para impulsão de projétil, os quais podem estar previamente armazenados em uma câma-
ra ou ser produzidos por ação de um mecanismo, tal como um êmbolo solidário a uma mola.
Artifício pirotécnico: qualquer artigo, que contenha substâncias explosivas ou uma mis-
tura explosiva de substâncias, concebido para produzir um efeito calorífico, luminoso, sonoro,
gasoso ou fumígeno, ou uma combinação destes efeitos; devido a reações químicas exotérmi-
cas autossustentadas.
Bacamarteiros: grupo de pessoas que se apresentam em folguedos regionais dando salvas
de tiros com bacamartes em homenagem a santos católicos reverenciados no mês de junho.
Bélico: termo usado para referir-se a produto de emprego militar de guerra.
Blaster: elemento encarregado de organizar e conectar a distribuição e disposição dos
explosivos e acessórios empregados no desmonte de rochas.
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Calibre: medida do diâmetro interno do cano de uma arma, medido entre os fundos do
raiamento; medida do diâmetro externo de um projétil sem cinta; dimensão usada para definir
ou caracterizar um tipo de munição ou de arma.
Canhão: armamento bélico que realiza tiro de trajetória tensa e cujo calibre é maior ou igual
a vinte milímetros.
Carregador: acessório para armazenar cartuchos de munição para disparo de arma de
fogo. Pode ser integrante ou independente da arma.
Ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a
obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final.
Detonação: é o fenômeno no qual uma onda de choque autossustentada, de alta energia,
percorre o corpo de um explosivo causando sua transformação em produtos mais estáveis
com a liberação de grande quantidade de calor; ou prestação de serviço com utilização de
explosivos.
Designação: ato pelo qual se atribui competência nas hipóteses previstas neste regula-
mento a Organismo de Avaliação da Conformidade - OAC para coordenar o processo de avalia-
ção da conformidade e expedir certificados de conformidade.
Dignitário estrangeiro: pessoa que exerce alto cargo em representações diplomáticas de
países estrangeiros.
Equipamento de bombeamento: equipamento utilizado para injetar material explosivo em
receptáculos com fins de detonação, podendo ser móvel ou fixo.
Explosivo: tipo de matéria que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida, com
grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão.
Explosivos de ruptura ou altos explosivos: são destinados à produção de um trabalho
de destruição pela ação da força viva dos gases e da onda de choque produzidos em sua
transformação.
Explosivos primários ou iniciadores: são os que se destinam a provocar a transformação
(iniciação) de outros explosivos menos sensíveis. Decompõem-se, unicamente, pela detona-
ção e o impulso inicial exigido é a chama (calor) ou choque.
Fogos de artifício: é um artigo pirotécnico destinado para ser utilizado em entretenimento.
Grupo de produtos controlados: é a classificação secundária referente à distinção dos pro-
dutos vinculados a um tipo de PCE.
Homologação: ato pelo qual nas hipóteses e nas formas previstas neste regulamento reco-
nhece-se os certificados de conformidade.
Iniciação: fenômeno que consiste no desencadeamento de um processo ou série de pro-
cessos explosivos.
Iniciador explosivo: engenho sensível, de pequena energia de ativação, cuja finalidade é
proporcionar a energia necessária à iniciação de um explosivo.
Iniciador pirotécnico: engenho sensível, de pequena energia de ativação, cuja finalidade é
proporcionar a energia necessária à iniciação de um produto pirotécnico.
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Manuseio de produto controlado: trato com produto controlado por pessoa autorizada e
com finalidade específica.
Menos-letais: produtos que causam fortes incômodos em pessoas, com a finalidade de
interromper comportamentos agressivos e, em condições normais de utilização, não causam
risco de morte, incluidos os instrumentos de menor potencial ofensivo ou não-letais, nos ter-
mos da Lei n. 13.060 de 22 de dezembro de 2014.
Morteiro: armamento bélico pesado de carregamento antecarga (carregamento pela boca),
que realiza tiro de trajetória curva.
Munição de salva: munição de pólvora seca de canhões e obuseiros, usada em cerimônias
militares.
Obuseiro: armamento pesado, que realiza tanto o tiro de trajetória tensa quanto o de tra-
jetória curva e dispara granadas de calibres acima de vinte milímetros, com velocidade ini-
cial baixa.
Organismo de Avaliação da Conformidade (OAC) organismo que realiza os serviços de
avaliação da conformidade e emite o certificado de conformidade.
PCE de uso permitido: é o produto controlado cujo acesso e utilização podem ser autoriza-
dos para as pessoas em geral, na forma estabelecida pelo Comando do Exército.
PCE de uso restrito: é o produto controlado que devido as suas particularidades técnicas
e/ou táticas deve ter seu acesso e utilização restringidos na forma estabelecida pelo Comando
do Exército.
Produto de interesse militar: produto que, mesmo não tendo aplicação militar finalística,
apresenta características técnicas ou táticas que o torna passível de emprego bélico ou é utili-
zado no processo de fabricação de produto com aplicação militar.
Propelentes ou baixos explosivos: são os que têm por finalidade a produção de um efeito
balístico. Sua transformação é a deflagração e o impulso inicial que exigem a chama (calor).
Apresentam como característica importante uma velocidade de transformação que pode ser
controlada.
Proteções balísticas: produto com a finalidade de deter o impacto ou modificar a trajetória
de um projétil contra ele disparado.
Réplica ou simulacro de arma de fogo: para fins do disposto no art. 26 da Lei n. 10.826, de
22 de dezembro de 2003, é um objeto que, visualmente, pode ser confundido com uma arma
de fogo, mas que não possui aptidão para a realização de tiro de qualquer natureza.
Tipo de produtos controlados: é a classificação primária dos produtos controlados pelo
Exército que os distingue em função de características e efeitos.
Trem explosivo: nome dado ao arranjamento dos engenhos energéticos, cujas caracte-
rísticas de sensibilidade e potência determinam a sua disposição de maneira crescente com
relação à potência e decrescente com relação à sensibilidade.
Uso industrial: quando um produto controlado pelo Exército é empregado em um processo
industrial.
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Promotor de Justiça no Estado do Acre, aprovado em 4º lugar no último concurso realizado (2013).
Aprovado em 2º lugar para o cargo de Analista Ministerial também do Ministério Público do Estado do Acre
(2013). Aprovado na 2º colocação para o cargo de Analista Ministerial do Ministério Público do Estado de
Rondônia (2012). Aprovado para o cargo de Analista Processual do Tribunal de Justiça de Rondônia (2012).
Aprovado para o cargo de Oficial de Justiça do Tribunal do Estado do Acre (2011), além de aprovação em
outros concursos. Pós-graduado em Direito Constitucional e Processo Civil. Professor de Direito Penal e
Processo Penal.
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