Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 06
Aula 06
Dever de comando
Dever de fiscalização
Dever de obediência
Poder de revisão
Poder de delegação
Poder de avocação
O dever de obediência revela que as ordens emanadas dos superiores deve ser cumprida,
sob pena de responsabilidade funcional (insubordinação). Apenas as ordens manifestamente ilegais ou
inconstitucionais não merecem o cumprimento pelo agente inferior. Carvalho Filho, aponta o art. 22 do
Código Penal como dispositivo aplicável por analogia.
O poder de revisão está relacionado com o princípio da autotutela, já que o superior pode
rever o ato administrativo vinculado ou discricionário, seja a pedido ou ex officio.
PODER DISCIPLINAR
2
É de suma importância ressaltar que esse poder não abrange as sanções impostas aos
particulares, já que eles não estão sujeitos à disciplina interna da Administração e, nesse caso, as medidas
punitivas encontram seu fundamento no Poder de Polícia.
Vale ressaltar que uma mesma conduta pode caracterizar, ao mesmo tempo, ilícito de
diversas naturezas, não podendo confundi-los. É possível que o ilícito esteja descrito como infração
funcional no estatuto dos servidores, portanto, um ilícito administrativo, o que deve ser investigado e
punido via processo administrativo disciplinar, caracterizando Poder Disciplinar, sendo admitida, ainda,
sua previsão como crime no Código Penal.
Sendo assim, diante do fato concreto, é possível a tipificação dos três ilícitos, isto é, uma
mesma conduta pode configurar ilícito civil, administrativo e penal, admitindo-se, dessa forma, a
instauração dos três processos com competências diferentes, os quais se submetem à regra da
independência das instâncias, que em regra admite decisões diferentes, salvo em casos excepcionais
(absolvição penal por inexistência do fato ou negativa de autoria – art. 126 da lei 8.112/90).
Portanto, de acordo com o posicionamento daqueles que lhe dão um sentido mais amplo,
o poder normativo, além do decreto, se expressa por meio de portarias, resoluções, deliberações,
instruções, etc.
Anote-se que a Administração não pode exorbitar os limites impostos pelo princípio da
legalidade. É possível apenas a regulamentação das leis, não sendo possível invadir a competência do
Legislativo. Em razão disso, o art. 49, V da CF permite a sustação de atos exorbitantes do Executivo no
Poder Regulamentar.
3
Interessante! Qual a diferença entre regulamento e decreto? Um regulamento é um ato
normativo que é veiculado por um decreto. Assim, o presidente da república regulamenta uma lei,
explicando como ela deve ser aplicada, e o faz por meio de um decreto (ex: “Decreto X” do
“Regulamento Y).
O poder regulamentar não pode ser exercido contra legem, isto é, os regulamentos e
decretos devem se amoldar ao texto legal que o antecede. Aliás, disso decorre o seguinte: os atos
regulamentares não podem criar direitos e obrigações, já que o indivíduo não é obrigado a fazer ou deixar
de fazer algo senão em virtude de lei (art. 5º, II da CF).
Regulamento Autônomo
4
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;”
Enfim, temos uma divergência acirrada na doutrina sobre essa possibilidade, ou não, do
Executivo editar os denominados regulamentos autonômos.
OBS* - Caso o ato regulamentar que venha a substituir a lei seja diretamente ofensivo à
CF, caberia em tese ADIN (posição do STF na ADI 1396-3). Entretanto, e se o ato regulamentar for
subordinado à lei, mas não ofender diretamente à CF, o ato não poderia ser atacado na via concentrada.
Para isto teríamos a ADPF (art. 102, § 1º da CRFB e Lei 9.882/99).
PODER DE POLÍCIA
Zanobini: “a idéia de limite surge do próprio conceito de direito subjetivo: tudo aquilo
que é juridicamente garantido é também juridicamente limitado”.
Competência
5
O ato administrativo que veicula o poder de polícia deve ser editado pelo ente federativo
que possui competência para a regulação da matéria no plano legislativo. Isso porque o poder de polícia
deve sempre estar calcado na lei.
Julgado interessante:
6
2. No que tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido amplo, poder de polícia pode ser
conceituado como o dever estatal de limitar-se o exercício da propriedade e da liberdade em
favor do interesse público. A controvérsia em debate é a possibilidade de exercício do poder de
polícia por particulares (no caso, aplicação de multas de trânsito por sociedade de economia
mista).
6. No que tange aos atos de sanção, o bom desenvolvimento por particulares estaria,
inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação de multas para aumentar a
arrecadação.
O exercício do poder de polícia pode ser verificado em duas vertentes: atos normativos (gerais) e atos
concretos.
Os atos normativos denotam os atos com grande círculo de abrangência, em razão de seu
conteúdo genérico e impessoal. Exs.: decretos, regulamentos, portarias, resoluções, instruções, etc.
(horário de boates, venda de bebidas alcoólicas)
É importante ressaltar que o poder de polícia deve ser exercido nos limites da legalidade,
sob pena que desvio de poder ou abuso de poder.
É importante ressaltar que a administração pública pode impor multas, mas estas devem
ser cobradas na via judicial, não sendo lícito ao Estado constranger o penalizado por medidas oblíquas
(retenção de mercadorias, etc). Esta retenção só é admitida se estiver prevista em lei (por exemplo:
retenção de veículos – art. 262, §2º da Lei 9.503/97 e a firme orientação do STJ).
Alguns autores anotam que o poder de polícia tem como característica a coercibilidade,
tendo esta vertente a nuance da imperatividade dos atos administrativos. Isto se aproxima muito da
autoexecutoriedade.
Além disso, o ato que exara o poder de polícia deve estar atrelado ao princípio da
razoabilidade (adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito).