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UNINASSAU - CAXANGÁ

CURSO DE DIREITO

ROGÉRIO FELIPE BARRETO BRAGA

QUESTIONÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL III:


Estado de defesa, estado de sítio, impostos, taxas, contribuições, fiscalidade,
parafiscalidade, extrafiscalidade e decretos Garantia da Lei da Ordem.

Recife
Setembro/2021
1. ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO
Os estados de defesa e de sítio, embora constituam medidas excepcionais
passíveis de serem decretados em situações de crise, são inconfundíveis.
Disserte sobre as distinções entre estes institutos tendo por base o teor das
medidas adotadas, a abrangência e o alcance das restrições passíveis de serem
impostas e o momento do controle político e jurisdicional.

Estado de defesa:
● conceito
● teor
● abrangência
● alcance
● momento de controle político
● momento de controle jurisdicional
Estado de sítio:
● conceito
● teor
● abrangência
● alcance
● momento de controle político
● momento de controle jurisdicional

Resposta:

No comparativo entre o estado de defesa e o estado de sítio, antecipadamente é


preciso destacar o que há em comum entre eles, portanto, trata-se do plano da
segurança interna de competência do chefe do executivo nacional.

O estado de defesa trata-se de medida excepcional, emergencial que tem por


objetivo a recomposição da ordem pública ou paz social, ameaçadas ou atingidas
por calamidade ou grave perturbação, ao passo que o estado de sítio é cabível
sobre duas hipóteses, a primeira é em caso de comoção grave, como a própria
redação do artigo constitucional explica, e em caso de repercussão nacional ou
ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada no estado de
defesa, a segunda ocorre na nos casos de declaração de estado de guerra ou
resposta a agressão armada estrangeira, nos termos do art. 84, XIX e 49, II, CF.

O estado de defesa, pode ser preventivo ou repressivo, e, diferente do estado de


sítio, deve especificar quais as regiões em que as medidas serão aplicadas.

Embora seja competência do Presidente da República, o art. 136 pondera que o


Conselho da República deve ser ouvido assim como o Conselho de Defesa
Nacional, ambos previstos nos art. 89 a 91 da CF.

Ainda sobre o estado de defesa, em 24 horas, o decreto deve ser submetido à


apreciação do Congresso Nacional com a respectiva justificação que decidirá por
maioria absoluta.
Ambas as medidas devem ter tempo de duração definido nos termos dos seus
respectivos artigos, salvo no caso do estado de defesa gravíssimo que pode durar
por todo o tempo da guerra ou da agressão armada.

Medidas coercitivas, no caso do estado de defesa, são efeitos previstos no decreto e


podem ser suspensos direitos como o de reunião, ainda que no seio das
associações, sigilo de correspondência, sigilo de comunicação telegráfica e
telefônica, ocupação de uso de bens públicos, bem como a prisão por crime contra o
Estado, sem os requisitos constitucionais tradicionais, já as medidas prevista no
estado de sítio podem ser a obrigação de permanência em localidade determinada,
detenção em edifício não destinado a acusados não condenados por crimes
comuns, restrições relativas à inviolabilidade da correspondência e sigilo das
comunicações, restrições relativas à prestação de informações e a liberdade de
imprensa, suspensão da liberdade de reunião, busca e apreensão em domicílio,
intervenção nas empresas de serviços públicos e requisição de bens.

O controle político como já vimos, pode ser imediato, concomitante ou posterior,


assim com o controle jurisdicional, quanto a este de competência absoluta do
Supremo Tribunal Federal por meio do Mandado de Segurança para o estado de
defesa e o habeas corpus para o estado de sítio nas prisões irregulares.

2. IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES - FISCALIDADE,


EXTRAFISCALIDADE E PARAFISCALIDADE
Explicite os aspectos distintivos entre impostos, taxas e contribuições, bem
como as diferenças entre as funções de fiscalidade, extrafiscalidade e
parafiscalidade dos tributos, exemplificando-as.

Distinção
● impostos
● taxas
● contribuições

Resposta:

O Imposto é um encargo financeiro que incide sobre todos os bens de consumo,


renda e patrimônio, taxas são cobradas vinculadas a uma prestação de serviço
público, seja federal, estadual ou municipal, na qual uma não pode interferir na
competência da outra.
Existem duas espécies de contribuição: as Contribuições de Melhorias estão
relacionadas a uma ação do governo que resulta em um benefício ao cidadão e
contribuinte, um exemplo é o caso de asfaltamento de rua. Devido a essa melhoria,
o imóvel será valorizado e o proprietário se beneficiará.
A segunda espécie é a Contribuição Especial ou Parafiscal, instituída pelo Governo
Federal e destinada a uma intenção ou demanda específica. No caso das
contribuições sindicais e contribuições sociais como o PIS/PASEP, por exemplo. Ela
pode ser destinada também à manutenção de atividades sociais e de interesse
público exercido por instituições privadas, como por exemplo, SEBRAE, SENAC e
SESC.
Distinção:
● fiscalidade
● extrafiscalidade
● parafiscalidade

A fiscalidade tem por objetivo arrecadar valores, a fim de custear as atividades do


Estado, sejam elas específicas ou gerais, tributos extrafiscais têm o fim além da
mera arrecadação, eles buscam direcionar comportamentos, com a intenção de
atingir objetivos sociais, políticos ou econômicos.
As contribuições parafiscais são tributos devido a entidades paraestatais em razão
de atividades públicas especiais por elas desenvolvidas e as classifica em
contribuições sociais ou assistenciais, econômicas ou de intervenção na ordem
econômica, corporativas ou profissionais.

3. GARANTIA DA LEI E DA ORDEM


O decreto de garantia da lei e da ordem, pode ser qualificado como uma espécie
de intervenção? Justifique a sua resposta a partir da demonstração das
características específicas dos dois institutos.

● Garantia da lei e da ordem é intervenção?


● O que é intervenção?

Resposta:
A GLO pode ser considerada uma intervenção federal diferente de uma intervenção
militar, o que difere os dois institutos pode ser inicialmente entendido ao se estudar a
redação do art. 34, CF, que elenca em seus incisos os critérios para intervenção da
União nos estados e municípios.

Quanto à conceituação de intervenção militar, caracteriza-se pela tomada do poder


ou controle de outro órgão com o uso da força em situação de crise, seja externo
pela invasão de outro Estado ou interno a exemplo do golpe militar.

A GLO diferentemente da intervenção militar, é prevista em lei, tem suas regras


definidas em alguns casos no decreto que o institui as vezes sequer a palavra
"intervenção" é utilizada, o que nos leva a concluir que pode ou não ser uma
intervenção.

A título de comparação observemos o decreto 9.288/18 que institui a intervenção


federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro, teve em seu art. 1º, § 2º,
teve pela primeira vez a menção da palavra “intervenção”, diferente do decreto
10.730 de 28/06/2021 que autoriza o emprego das forças armadas na GLO em
terras indígenas.

O art. 2º disciplina que o objetivo é realizar ações preventivas e repressivas contra


delitos ambientais, em especial o desmatamento ilegal, já o art. 3º define que as
forças militares atuarão em coordenação com o Conselho Nacional da Amazônia e
buscando articulação com os órgãos e as entidades de proteção ambiental e os
órgãos de segurança pública sem que haja determinação de qualquer tipo de
intervensão ao sobreposição de poderes.

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