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M O IS E S R E C E B E O S D E Z M A N D A M E N T O S

M A I O DE 195 4
IDEAIS DO EVANGELHO
Pres. DAV1D MCKAY

Alguém o ofendeu na Igreja? Você pode guardar algum res­


sentimento se assim o desejar, não lhe dizer nada, e deixar que o
ressentimento mortifique sua alma. Se assim proceder, você será
o injuriado, e não o que injuriou. Você se sentirá melhor e será bem
mais feliz por seguir a injunção d iv in a : Se tens alguma coisa con­
tra teu irmão, reconcilia-te com êle. (Ver Mateus 5:23-24).

Muitos homens pensam que o mundo lhes deve uma existên­


cia e não se esforçam esperando que êle atire seus prazeres em
seu caminho. Tarde demais êles ficam sabendo que a terra recom­
pensa ricamente só aquêles que se esforçam.

A ordenança do batismo é uma lei de Deus, que uma vez obe­


decida com sinceridade, pureza e simplicidade, trás, inevitavelmen­
te, as bênçãos prometidas do Confortador, um Guia divino, a quem
elas nunca podem conhecer, que altera as ordenanças e transgri-
de a lei». Ainda que os homens possam zombar dela,' ridicularizá-la
e duvidar de sua eficácia, o batismo sempre permanecerá, mesmo
em sua simplicidade, não só um dos mais bonitos símbolos conhe­
cidos, mas também uma das mais eficientes leis que opera para
a salvação da humanidade.

Para os membros da Igreja de Jesus Cristo, entretanto, o dí­


zimo é tão uma lei de Deus quanto o batismo. Ninguém é forçado
a obedecer a um mais do que ao outro; e ninguém recebe a bênção
de qualquer dêles sem obediência a isto. Aquêles que rejeitam a lei
do dízimo se colocam na mesma classe dos «Fariseus e advogados»
que nos dias de João Batista, «rejeitaram o conselho de Deus con­
tra si próprios».

Não pensem que não há uma significação espiritual no pe­


queno princípio do jejum. Não pensem, pois, que favorecem seus
filhos quando, por compaixão dizem : «Oh, dá-lhe sua refeição . . .
o pequeno é muito criança para sair sem comer». Por certo não
sabem o que estão fazendo ao proceder assim. Desejo dizer-lhes
que às crianças de nossa Igreja poder-se-á ensinar êsse princípio
de abnegação que elas darão dignos exemplos aos seus pais na sua
xoh„servância.

98 A LIAHONA
São Paulo MAIO DE 1954
Rua Itapeva, 378
Tel.: 33-6761 ANO VII — N.9 5

‘Um guia nas tre v a s " 0 L iv ro de M orm on - Alm a 3 7 :2 8-3 0

O R G A O O F IC IA L D A M IS S Ã O B R A S IL E IR A D A IG R E J A D E JE S U S C R IS T O D O S
S A N T O S D O S Ü L T IM O S D IA S

Guarde cuidadosamente as S U M Á R IO
suas L IA H O N A S para en­
caderná-las anualmente. F i­ Nossa Capa — Moisés Recebe os Dez Mandamentos
cará um livro bonito, econô­
mico e útil. Ideais do E vangelho.................................................................... 98
• Pres. David O. M cKay
D iretor: E D I T O R I A L ........................................................................... 100
A sa el T. S o ren sen Pres. Asael T. Sorensen
Redatores: M A R C O S , o Evangelho de A ç ã o ............................................. 101
W m. V. L arsen Por Doyle L. Green
G a i l I. T e r r y
G e r a ld o T r e s s o ld i Se eu Fosse Novamente um M e n in o ......................................102
• Por Oscar A . Kirkham
Editada pela Missão B ra­ C o m u n i c a ç ã o ........................................................................... 104
sileira da Igreja de Jesus Por Dr. Henry Eyring
Cristo dos Santos dos Ülti-
mos Dias. É sublime Ser um Santo dos Últimos D i a s .............................. 105
• Por LaRue C. Longden
Caixa Postal, 862
Minha M ã e ...................................................................................106
São Paulo, Brasil
• Por Casimiro de Abreu
Preços da assinaturas: O Plano está se cum prindo?.................................................... 108
Cada exemplar . Cr$ 5,00 Sociedade de S o c o r r o ............................................................110
Por A n o ........... Cr$ 50,00
Exterior . . . . $1.50 dolar Escola D o m i n i c a l ................................................................... 111
• Associação de Melhoramentos M ú t u o s .............................. 112
R eg istrad o sob N .° 93 do L iv r o
“ B ” n .° 1, de M a tríc u la de O fi­
G e n e a lo g ia .................................................................................. 114
cin as Im p resso ras, Jo r n a is ePe- P r i m á r i a ...................................................................................115
riódicos, co n fo rm e D ecreto N .°
4857, de 9 -11-19 3 9 . Auxílio Técnico de Geraldo Tressoldi

Endereços dos Ramos da Igreja no Brasil


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R IO D E J A N E IR O Frederico Hubner).
T ijuca: Rua Camaragibe, 16 Ipom éia: Estrada para Videira
EDITORIAL
Qual é o Proposito da Oração
“ Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz”
0 fato de orarmos não indica que tudo o que pedimos será recebido
imediatamente ou que tudo aquilo contra o que oramos, desaparecerá ime­
diatamente. Os pais, não obstante serem amigos e amarem seus filhos, nem
sempre satisfazem a vontade de seus filhos, nem mesmo se puderem fazê-lo.
Isto porque os bons pais sabem que as crianças precisam fazer as coisas por
seu próprio esforço. Um bom pai pode nos mostrar outras maneiras de con­
seguirmos o que pedimos; ou poderá ainda mostrar-nos o que devemos espe­
rar ou se seria conveniente mudarmos de idéia. Por motivos óbvios os homens
todos não podem (e não devem) receber tudo aquilo pelo que ora. isto porque
muitas vêzes as pessoas pedem coisas completamente opostas, como, por exem­
plo, numa corrida em que todos os contendores querem vencer; num tribunal
onde duas pessoas disputam a mesma coisa; ou quanto ao tempo, quando um
homem ora pela chuva para suas colheitas, enquanto outro ora para que o
tempo esteja bem firme para que fosse fazer o pic-nic planejado. E se alguma
vez nos desapontamos com a oração, é porque não entendemos bem o seu pro­
pósito (ou talvez porque não compreendemos bem o propósito da vida).
O propósito da oração não é o de nos servir como uma lâmpada de Aladin,
■),''acendo a fácil realização de todos os nossos caprichos. A vida não é um
eterno feriado e nem, obviamente, deveria sê-lo. É antes um período de treina­
mento, provações, educação e esforço. Muitas vêzes o propósito da oração é o
de nos dar fôrças para fazer o que precisamos fazer, sabedoria para vermos a
maneira de resolvermos nossos problemas e habilidade para agirmos da me­
lhor maneira possível e fé para enfrentar o que às vêzes temos que enfrentar
— pois, como o Salvador, orou “todavia não se faça a minha vontade, senão
a tua”. A oração também é feita somente de petições. Não deve ser sempre
como a mão posta de um mendigo. É também parte apreciação e parte uma
petição para os outros e para todo o mundo, como também para o “ego”. É
comunicação entre o homem e seu Criador, como entre um filho e seu pai, e é
uma fonte infalível de energia, compreensão e conforto. Maior número de rea­
lização são conseguidas por intermédio da oração do que jamais o mundo
poderá imaginar.
Alguns homens vivem abençoada e ricamente por muito anos. Outros são
levados mais cedo. Mas não importa a quantidade de tempo em que vivemos
nesta vida, sempre enfrentamos incertezas e nenhum de nós está livre de atri-
bulações, alguns dissabores, alguns problemas e desapontamentos. Mas, feliz­
mente, ao enfrentarmos a vida, não precisamos fazê-lo sósinhos. Podemos con­
tar com o auxílio, conforto e conselho de amigos e família; e felizmente há o
auxílio que vem de além das mãos humanas. Quando por nossos corações
atribulados, mentes perturbadas, por nossas ansiedades e dores, precisamos
de auxílio mais elevado, há sempre o P O D E R encorajador da oração. Por ela
nos aproximamos dÊle que nos deu vida e cujo poder e propósito infinitos nos
deram certeza inabalável de que a vida, o tempo e a verdade são ilimitadas e
eternas, e que a despeito de todo desencorajamento, todos os problemas e tôdas
as nossas dificuldades, não estamos sósinhos na vida. (Continua na pg. 116)

100 A LIAHONA
Mnroos, o Evangelho da Ação
por D O Y LE L. G RE EN
Trad. de Geraldo Tressoldi.

Nestes dias de aviões a jato, bom- berrantes, é mesmo mais difícil para al­
bas-H, foguetes, televisão, e cinemas guns de nós crer que as descrições da­
3-D, é difícil para alguns de nós imagi­ queles importantes eventos, escritos há
nar que os maiores eventos na história tanto tempo e agora condensados den­
do mundo se verificaram há quase vin­ tro das simples capas de nossas Bíblias
te séculos atrás. E quando pensamos nos e Testamentos, devem ainda ser consi­
milhares e milhares de volumes de livros derados como a maior literatura do
nas nossas grandes livrarias, e vemos as mundo.
prateleiras de nossas lojas apinhadas de Todos os quatro livros que chama­
revistas infantis, cômicas e dos chama­ mos de “evangelhos” no Novo Testa­
dos livros de bôlso com suas côres bri­ mento, são clássicos. Todos contam a
lhantes, ilustrações sensacionais, títulos ( Continua na pág. seguinte)

Maio de 1954 101


história de nosso Salvador, Jesus Cris­ teus, 80 A.D.; Lucas, 90 A.D.; e João,
to. Dêstes quatro livros, o único que in- 100 A.D.
dubitàvelmente faz o mais forte apêlo Durante seus últimos anos, o após­
aos jovens, é o livro de Marcos. tolo Pedro esteve em Roma. Não conhe­
E realmente êle faz um apêlo a to­ cendo a língua Grega, êle teria pregado
em Aramaico, e um intérprete teria tra­
dos. Êle relata a maior história que já
duzido suas palavras para o grego para
foi escrita desde que êste mundo é mun­
a Congregação Romana. Marcos, segun­
do, sôbre o mais importante Ser que já
do nos dizem os historiadores, foi com
viveu sôbre a terra. Fala sôbre côr e mi­
freqüência aquêle intérprete, e provàvel-
lagre. É provável que nenhum autor es­
crevendo fatos ou ficção, jamais tenha mente ouviu as histórias dos lábios de
Pedro muitas vêzes. O Dr. Goodspeed,
juntado tanta ação em dezesseis curtos
escreve: “É um fato certo que tudo em
capítulos como o fêz o autor do livro
de Marcos — e todo êle contado de ma­ Marcos deve ter sido obtido de Pedro,
neira dramática, clara e realística. O e muito da aspereza e obscuridade do
livro deve ser explicado na teoria de sua
livro pode ser lido e compreendido fà-
origem” . Êle diz que Marcos provàvel-
cilmente por todos, com exceção das cri­
mente experimentou escrever as histó­
anças menores, e isso no espaço de uma
rias como êle as tinha ouvido, sem qual­
hora, ou quando muito, numa noite.
quer intenção de acrescentar trechos ou
Existem, também, outras razões por ornamentar os testos. Segue-se, pois,
que o livro de Marcos faz um apêlo po­ que dos evangelhos nenhum é mais au­
pular. Aqui estão algumas delas: 1) Os têntico que o de Marcos.
entendidos nos dizem que o livro de Embora o livro de Marcos apresente
Marcos foi o primeiro dos evangelhos algumas falhas na história do Salvador
escritos, e deve, portanto, ter sido a base e dê a impressão de que foi feito princi­
para os outros três. 2) É o mais curto palmente de uma série de incidentes iso­
dos evangelhos. Seus dezesseis capítu­ lados, ainda assim alguns autores pen­
los se comparam com os vinte e oito de sam que êle seja o mais correto de todos
Mateus, os vinte e quatro de Lucas, e os os evangelhos em sua disposição crono­
vinte e um de João. 3) Seu intento pri­ lógica. Seja como fôr, poucas palavras
mordial parece ser o de demonstrar a são “gastas” sôbre o passado, e peque­
divindade do Salvador e procurar trans­ no espaço é reservado a matérias tais
mitir o entusiasmo com que Êle empre­ como sermões orais e ensinamentos. São
endeu a obra do Pai. 4) Foi escrito por os atos do Salvador que são descritos
um homem, que, após a morte dos após­ tão dramática e realísticamente.
tolos, sabia provavelmente tanto ou mais No primeiro capítulo, Jesus é batiza­
que qualquer outro vivente a história de do por João no Jordão, passa quarenta
Jesus. dias no deserto em meio a animais bra-
A literatura Cristã mais primitiva, vios, é tentado por Satanás e ministrado
sabemos, consiste das cartas de Paulo. pelos anjos, chama Pedro, André, Tia­
Sua primeira carta aos Tessalonicenses go, e João para segui-lo, repele o demô­
foi escrita cêrca de 50 A.D. Mas dos nio, cura os enfermos, e limpa o leproso!
evangelhos, embora Mateus venha em Dificilmente pode-se programar uma
primeiro lugar no Novo Testamento, moderna novela ou uma historieta, uma
Marcos é talvez o mais velho, tendo sido peça de rádio ou um programa de TV
escrito não muito tempo depois da mor­ com comêço mais dramático.
te do grande apóstolo Pedro, entre 64- E assim, a ação de Jesus é delineada
67 A.D. As datas prováveis aproxima­ através do resto do livro: repreende os
das da confecção dos outros evangelhos, espíritos impuros, amaina a tempestade,
de acôrdo com alguns autores, são: M a­ ( Continua na pág. 118)

102 A LIAHONA
Se eu fosse novamente um menino
por OSCAR A. KIRKHAM

Se eu fôsse novamente um menino, teria de me dar encorajamento mais sin­


gostaria que algum homem como meu cero e auxílio prático real. Teria espe^
pai entrasse cedo em minha vida. Meu i ança de que êsse bom exemplo fôsse tão
pai era um homem digno e de grande fé real e forte, para me impelir a fazer
espiritual. Certa vez, o fogo destruiu aquilo que fôsse bom — e me sentisse
seu equipamento agrícola quando o trigo feliz. O grande Emerson disse: “O que
estava prestes a ser ceifado. Em seu mais precisamos é de alguém que nos
campo, orou com fervor para que o Se­ faça realizar o que podemos”.
nhor o abençoasse, a fim de que êle Se eu fôsse novamente um menino,
pudesse, por algum meio, encontrar au­ gostaria que um homem como êste esti­
xílio para fazer sua colheita. Nem bem vesse a meu lado e me orientasse e me
terminara a oração, um vizinho seu ami­ abençoasse e me dirigisse. É uma gran­
go, que ocasionalmente passava, disse a de oportunidade, para um menino, en­
meu pai: “Tiago, pelo que vejo seu tri­ contrar cedo na vida um Cristão real que
go está bom para ser colhido. O meu se interesse por êle, estabelecendo um
também está, mas como sei que você bom exemplo e prestando um auxílio
perdeu todo ou quase todo seu equipa­ real.
mento, avise-me quando quizer que eu Se eu fosse novamente um menino,
venhar para cortar o trigo”. A oração de desejaria ter amigos para me divertir.
meu pai foi ouvida. Todos nós estáva- Gostaria de viajar com gente responsá­
mos felizes e agradecidos. vel, com amigos que me ajudassem a ser
Gostaria que êsse homem que apa­ correto: amigos com quem eu pudesse
receu cedo em minha vida acendesse em ter alguma aventura; grandes aventuras
mim uma chama que nunca se apagas­ como escalar as Montanhas Rochosas, os
se: uma chama de inspiração, uma cha­ Timpanejos, os Tetons, o Monte Whit-
ma de retidão, que estimulasse minha ney, e acender nossas fogueiras, juntos,
imaginação e me desse fé para fazer o num lugar como os Lagos Wateston ou
possível pelo direito, e ine sentisse feliz o Lago Tahoe. Desejaria permanecer na
com isso! Êle devia ser um lider de quo­ trilha do escotismo até que me tornasse
rum ou de Escola Dominical, um chefe um verdadeiro escoteiro. No meu 12.9
de escoteiro, ou qualquer outra coisa. aniversário, gostaria de reunir meus
Desejaria que êle me causasse tal im­ amigos leais e ser ordenado diácono e
pressão para que eu pudesse seguir al­ continuar com êles na obra do sacerdó­
gum curso digno e segui-lo com um no­ cio até que fôssemos merecedores de
bre fim. Desejaria que êle estivesse tão uma chamada para uma missão de nos­
sinceramente interessado em mim de sa Igreja.
modo a que se ajoelhasse comigo em Sim, êstes seriam.meus amigos para
orações ocasionais. Desejaria sentir que me alegrarem. É um grande privilégio
êle fôsse tão sincero e estivesse tão perto “crescer” com amigos de verdade.
do Senhor, para que eu sentisse a neces­
Se eu fôsse novamente um menino,
sidade de ser como êle. Queria que êle
estudaria grandes personalidades, para
fôsse paciente e fizesse com que a pe­
que me igualasse a êles, e entre êstes
quena fagulha que se acendera em mim
estaria Nefi do Livro de Mormon. Êle,
se tornasse sempre e sempre mais forte
que quando seus irmãos comentaram e
e mais brilhante.
Pela minha situação, saberia que êle ( Continua na pág. 118)

Maio de 1954 103


COMUNICAÇÃO
por DR. HENRY EYR1NG
Trad. de Geraldo Tressoldi.

Quando uma pessoa recebe inteli­ — porque não possuo o dom da pala­
gência do Senhor e tem a disposição de vra” (Ver Ex. 4:10). Aí está Miss Kel-
comunicá-la em benefício do povo, ser- ler, exemplificando, em grau superlati­
lhe-á aumentada essa inteligência”. (Lo- vo, a conquista dessa barreira da comu­
renzo Snow, Journal of Discourses nicação! Há pouco tempo atrás, a revis­
5:14). ta “Life” trazia o retrato de Miss Keller,
Os sêres humanos nascem neste de setenta e três anos de idade, com
mundo com grandes poderes mas sem sua mão sôbre a face do Presidente
conhecimento. Êsse conhecimento, que Eisenhower, seguindo as reações faciais
estabelece a diferença entre o homem ci­ pelo tacto. Há setenta anos ela se tornou
vilizado e o ignorante selvagem, vem pa­ cega. Pode alguém imaginar sequer iso-
ra nós procedente de outros, numa inter­ lação mais completa? Entretanto, com
minável sucessão desde o nascimento o auxílio de sua professora, Ann Sulli-
até a morte. Todos nós estamos envolvi­ van, e outras como ela, Miss Keller fêz o
dos nesse processo de comunicação, e impossível e aprendeu a comunicar seus
pelo bem-estar da sociedade mede-se de pensamentos melhor do que muitos que
modo direto, o quanto êste processo está não têm essa enorme desvantagem.
sendo bem feito. A comunicação de informação envol­
ve tanto o remetente como o receptor.
O mundo industrial em que vivemos
ficaria à parte, não fôsse a intensa inter- O evangelho flui do Criador do mundo
que vê o fim desde o princípio. E flui de
comunicação de informações através da
todos os que são capazes de recebê-lo.
propaganda. Assim, o padrão america­
Muitos daqueles que são cegos e surdos
no de vida, excede aos mais extrava­
a êsse fluxo de informação negam tola­
gantes sonhos de nossos ancestrais pio­
mente a existência do Criador. Quão
neiros. Poderosa maquinaria nos prove
mais sábios seriam êles se, como Helen
com o trabalho de quarenta escravos. A
Keller, pudessem conquistar a cegueira
produção em massa, tornada possível
e a surdez e alcançá-Lo e tocá-Lo!
pela publicidade que promove o consu­
mo em grande escala, criou êsse mundo Escritas em muitas línguas do mun­
mágico onde o americano vive melhor do do existem tôdas as espécies de mensa­
que os antigos reis. gens que nos escapam completamente,
por desconhecermos os idiomas que as
O evangelho, em toda a sua beleza
contêm. Não encontramos a apropriada
e perfeição, é eficiente, também, somen­
Pedra Rosêta. O Criador do Universo
te quando êle é propagado. Em cada ge­
implantou uma mensagem em cada
ração, o evangelho necessita de pessoas
coisa.
como o Apóstolo Paulo, para procla­
mar todos a lerem-no e ouvirem-no. Suas Os geólogos procuram ler nas cama­
das de terra o seu significado e os his­
epístolas trouxeram a fé e a esperança
toriadores a procuram nas páginas dos
a milhões, que vibraram com a fé e ardor
antigos manuscrito. Os astrônomos pro­
de seu grande Apóstolo. De nossos
curam as respostas às suas perguntas
grandes líderes religiosos, nem todos,
nas profundezas do espaço. Ainda ou­
foram abençoados com êsse dom de co­
tros homens se concentram nas escritu­
municação. Quantos de nós, como Moi­
ras somente. O homem inteligente pro-
sés, quando incumbidos de libertar Is­
rael da escravidão, diz, “É bem difícil (•Continua na pág. 117)

104 A LIAHONA
É sublime ser um Santo dos Últimos Dias
por LA RUE C. LO N G D E N

Há muitos anos atrás, quando eu le pequenino ente, para que êle ou ela
tinha meus 15 anos (sim, lembro-me seja saudável e forte, para que cresça
muito bem daqueles dias), desejei fa­ um homem ou uma mulher e seja ver­
zer um vestido por mim mesma. Eu era dadeiro ao ensinamento do evangelho.
muito impetuosa e decidi começá-lo ime­ Prestem bem atenção à bênção de
diatamente — sem um modêlo ou outra confirmação sobre a cabeça dos meni­
qualquer orientação. Minha mãe disse nos e meninas de oito anos: “ Recebei o
que se eu usasse um modêlo, os resul­ Espírito Santo” — guia e protetor de
tados seriam bem mais satisfatórios. íôdas as nossas vidas mortais. Ambas
Mas eu pensava que sabia o que estava são orações de homens que possuem o
fazendo, prossegui com meu trabalho, sacerdócio e que procuraram o auxílio
cortei o vestido, costurei-o na máquina divino.
c provei-o. Imaginem o que aconteceu! Queridos jovens, construam suas vi­
Êle estava muito curto e muito largo — das em oração. Estejam conscientes do
as listas das costas não combinavam e fato de que em muitos casos as orações
pelo menos havia uma dúzia de outras foram oferecidas em seu benefício desde
coisas erradas. Faria um bonito guarda- que vocês nasceram. Boas famílias de
pó para a mobília. Parecia aquela peça Santos dos Últimos Dias fazem orações
de roupa que nunca se usa por cima do em família, onde cada criança terá opor­
vestido. Lá estava êle sempre a me lem­ tunidade de oferecer a oração. Vocês
brar da minha tolice! Minha querida também fariam suas próprias orações
mãezinha disse-me: “Você seria bem muitas vêzes. Quantas vêzes por dia?
mais inteiigente se tivesse usado um mo­ Tôdas as vêzes que implorarem o auxí­
dêlo, não é?” lio divino — tantas vêzes devem orar.
Aquêle pequeno e tolo incidente fi­ Procurem a verdade. Hoje, em mui­
cou comigo a vida tôda. Por êle vim a tos lugares, a sabedoria dos homens está
saber como é sublime ter um modêlo de confundindo a nossa mocidade. Dêem à
vida! É sublime ser um Santo dos Últi­ sabedoria de Deus e de seus líderes uma
mos Dias! Os Santos dos Últimos Dias chance igual e vocês saberão a verdade
têm um belo padrão de vida. Uma certa — a verdade que os conservará livres
noite fiz essa declaração na reunião das de tôdas as armadilhas forjadas por Sa­
mães e filhas. Alguns dias mais tarde tanás.
uma adorável jovem e seu namorado vie­ Assistam regularmente às reuniões
ram perguntar-me se eu poderia auxi­ sacramentais, o quorum do sacerdócio,
liá-los em seus planos de vida. Êles sa­ e as reuniões das auxiliares. Prestem
biam muito bem em que acreditavam e o atenção com a mente aberta e suplican­
que ensinávamos, mas êles queriam estar te. Nosso Pai nos céus os abençoará com
certos de qué êles não haviam cometido o coração compreensivo.
nenhum deslize. Eis aqui alguns dos con­
selhos que lhes dei: Em suas vidas cotidianas procurem
Quando vocês estiverem presentes na eventos que fortalecerão seus testemu­
próxima reunião do jejum, atentem bem nhos. Vocês verão profecias que serão
para as orações dos jovens e orgulhosos cumpridas. Testemunharão o poder do
nais quando abençoarem seus filhos e sacerdócio. Ouvirão os sábios conselhos
lhes deram um nome. Quase todos de nossos atuais líderes. Tudo isso au-
pedem a proteção divina para aquê- (Continua na pág. 117 )

Maio de 1954 105


O P la n o está se cum prindo ?
Durante o longo tempo entre a vinda trem passasse. Começaram a imaginar
do homem sôbre a terra e o nascimento quais as mudanças que se verificariam
de Jesus Cristo, haveriam alguns indí­ — onde poderiam desenvolver minas,
cios de que o Plano já estava sendo apli­ onde poderiam surgir cidades, e quais
cado? Ou estava o povo da terra intei­ as novas indústrias que poderiam surgir
ramente entregue à escuridão? com a construção da estrada. Alguns,
Mais ou menos no ano de 1900, um que eram mais sábios que outros, com­
grupo de homens acampou num vale de­ praram terras que posteriormente se tor­
serto de Utah, lá permaneceu alguns naram muito valiosas; outros fizeram
dias e então continuou sua viagem dei­ contrato para ajudar a construir a estra­
xando algumas bandeiras brancas em da, outros ainda montaram armazéns e
algumas das colinas mais elevadas do outros estabelecimentos comerciais onde
vale. Entre essas bandeiras êles haviam novas cidades poderiam se desenvolver.
enterrado pequenas estacas no solo, ca­ Assim, aquêles que viram os primeiros
da qual trazendo um número. Por quilô­ sinais, que observavam cuidadosamente
metros e quilômetros estendiam-se as cada progresso, e os que, em lugar de
estacas, quase escondidas pela vegeta­ se oporem à estrada de ferro e as mu­
ção do deserto. Para os que não olha­ danças que ocasionaria, procuravam
vam cuidadosamente, o deserto era exa­ ajudar da melhor maneira possível o
tamente como sempre tinha sido e, ao progresso do país, estavam prontos para
seu modo de ver, como sempre seria. o grande acontecimento.
Mas aquêles que viram as estacas Na longa história do homem antes
começaram a procurar outros sinais — da vinda do nosso Salvador, certos si­
e não tiveram que esperar muito. Logo nais foram mostrados, para que os ho­
vários grupos de homens vieram e co­ mens que, diligentemente buscavam sa­
meçaram a procurar pequenas fontes de ber tôdas as coisas, pudessem conhecer
água nas montanhas desertas ou nos va­ o plano que estava começando e se de­
les mais baixos. Essas fontes eram lim­ senvolver sôbre a terra. Consideremos
pas e levadas para tanques de armaze­ algumas dessas bandeiras e estacas que
nagem. Êsses campos eram localisados foram dispostas no mundo.
perto dêsses lugares onde havia água e
Quando a terra foi criada e tôdas as
os homens, com o auxílio de cavalos, co­ coisas que nela haviam, preparadas, o
meçaram a roçar o lugar e remover as
Senhor colocou Adão e Eva no Jardim
outras obstruções ao longo das estacas.
do Eden. Deu-lhes certas instruções
Foram trazidas grandes máquinas quanto aos seus deveres, privilégios e
para cavar através das colinas e os ho­ obrigações. Ensinou-lhes também os
mens começaram a construir pontes e princípios do Grande Plano. Uma das
bloquear as aberturas por onde as en­ mais importantes instruções dadas aos
chentes de verão pudessem escoar. nossos primeiros pais era que deveriam
Naturalmente, começou a tornar-se oferecer sacrifícios como símbolo da
bem claro para os rancheiros que haviam morte do Filho de Deus, o maior sacri­
nas imediações e para os nagociantes fício de todos. Assim, o povo da terra
que passavam por aquêle caminho, que soube que um dia Jesus viria, de acôrdo
estava sendo construída uma estrada de com o plano que havia sido estabelecido
ferro e começaram então a calcular antes da existência da terra.
quanto tempo levaria para que os trilhos Enquanto Adão e Eva estavam ain­
fôssem colocados e para que o primeiro da no Jardim do Eden, estavam no es­

106 A L1AHONA
tado imortal e não precisavam de ne­ disse aos nefitas exatamente o tempo
nhum Redentor para mostrar-lhes o ca­ da vinda de Cristo.
minho de volta à presença do Pai. Con­ Qual teria sido o propósito de Deus
tudo, êles partilharam do fruto sagrado ao informar tão cuidadosamente ao seu
e trouxeram a morte sôbre o mundo; e povo, como o Plano estava sendo cum­
em virtude de sua transgressão, foram prido?
expulsos do Jardim do Eden. Esta é
Sabemos que Deus jamais deixa seu
parte da história do homem, conhecida
povo sem um conhecimento do Seu
como a Queda de Adão, pois Satanás
Evangelho. Há sempre profetas e mes­
tentou nossos primeiros pais e êles ce­
tres que podem revelar Sua palavra e
deram, perdendo assim o direito de per­
que podem se lembrar de Seus ensina­
manecerem em estado imortal. A única
mentos para aquêles que se sentem in­
maneira pela qual êles e seus descen­
clinados a se rebelarem. Aquêles que são
dentes poderiam recuperar a bênção per­
fiéis e oram sempre procurando saber o
dida, e voltarem novamente à presença
que o Senhor gostaria que êles fizessem,
do Pai, era por intermédio de um Re­
podem encontrar a verdade; os maus
dentor que viesse e mostrasse a êles
“que amam as trevas mais que a
como viver de acôrdo com o Evangelho.
luz” não terão nenhuma desculpa. Não
Após sofrer a morte pelos pecados dos poderão dizer: “Não sabíamos o que
homens no mundo, Êle ressurgiria, esperar”. Não fomos avisados”. O Se­
abrindo assim o caminho para que obti- nhor tem algumas palavras importantes
vessemos corpos imortais.
para dizer a respeito dessa atitude. Leia-
Um dos netos de Adão, Enoch, era as em Doutrinas e Convênios, secção
tão correto que a êle foi revelado em 101, versos 93-95.
uma visão tudo o que havia acontecido Os sinais do plano de Deus e da
e mostrado o grande plano. Muitos anos vinda do Salvador eram tão claros aos
mais tarde, o patriarca Abrão recebeu judeus que eles ensinavam seu povo a
uma visão semelhante. Aprendemos no aguardar sempre a vinda do Messias.
Velho Testamento que Abrão recebeu Sabiam até mesmo onde devia nascer.
uma grande promessa. Parte daquela Acreditavam que algum dia o Redentor
promessa diz que através dêle tôdas as nasceria de uma jovem de sua raça. Pro­
famílias da terra seriam abençoadas. Po­ curavam, portanto, convencer as moças
demos agora ver que essa promessa foi de que, se fôssem puras e santas talvez
inteiramente cumprida pois foi através a grande honra seria sua. Algumas vê­
da linhagem de Abrão que Jesus Cristo zes os anos parecem ser longos demais
nasceu. e ficamos imaginando se Deus esque­
Outras pessoas também sabiam da ceu-se de Seu grande Plano. Mas Êle
vinda do Salvador. No Livro de Mor- não se esquece e nem será o Plano mo­
mon, lemos que o irmão de Jared viu dificado.
realmente e falou com Jesus, muitos e
muitos anos antes de nascer a Maria,
em Belem. Leia no Livro de Mormon Sê ávido de saber e serás sábio — Isócrates.
essa notável e interessante visão, em * * *
Ether 3:1-17. Nephi, Alma, Samuel e
outros testificaram o grande aconteci­ Os filhos tornam-se para os pais segundo a
mento e mesmo previram sinais que o educação que recebem : uma recompensa ou um
acompanhariam. Samuel, o Lamaníta, castigo. — Jcan Petit Senn.

Maio de 1954 107


(£ )
Himiha A l t
Da patria formosa distante e saudoso,
Chorando e gemendo meus cantos de dor,
Eu guardo no peito a imagem querida
Do mais verdadeiro, do mais santu a m o r!
— M inha m ã e ! —
Nas horas caladas das noites de estio,
Sentado sozinho co;a face na mão,
Eu choro e soluço por quem me chamava
O filho querido do seu coração:
M inha m ã e !
No berço, pendente dos ramos floridos,
Em que eu pequenino feliz dormitava,
Quem é que esse berço com todo o cuidado
Cantando cantigas alegre embalava?
— M inha mãe ! —
De noite, alta noite, quando eu já clormia,
Sonhando esses sonhos dos anjos dos ceus,
Quem é que meus labios dormentes roçava,
Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?
— M inha m ã e ! —
Feliz o bom filho, que pode contente
Na casa paterna, de noite e de dia,
Sentir as caricias do anjo de amores,
Da estrela brilhante que a vida nos g u ia :
— M inha mãe ! —
Por isso eu agora, na terra do exilio,
Sentado sozinho co’a face na mão,
Suspiro e soluço por quem me chamava
O h ! filho querido do meu coração!»
— M inha m ã e !
C A S IM IR O D E A B R E U

108 A LIAHONA
~ 9

Maio de 1954 109


S o c ie d a d e de So co rro

“Jóias do L iv ro de M orm o n ”
“ Portanto, irmãos, não tenteis dar conse­
lhos ao Senhor, mas sim recebei conselhos
de Sua mão. Pois que vós mesmos sabeis
que Êle aconselha com sabedoria, justiça
e grande misericórdia em tôdas as suas
obras” . (Jaca, 4:10).

Muitas vêzes tentamos dar conselhos Ao vermos os maravilhosos traba­


ao Senhor, embora não cheguemos a lhos do Senhor, reconhecemos seu poder
compreender que o fazemos. Dizemos ao supremo. Reconhecemos a ordem e pre­
Senhor que nos dê, rogamos, implora­ cisão com que Êle governa as fôrças do
mos, quase exigimos certas bênçãos, ou universo. Como, então, podemos nós du­
auxílio especial para as dificuldades em vidar que Êle conhece as necessidades
que nos vemos, sem nos lembrar de que de seus filhos?
êle sabe, muito melhor que nós, o que Arguir contra as determinações do
melhor nos convém.
Senhor ou procurar desculpas para não
Em Mosias, capítulo 4, versículo 9, o segui-las, não é muito prudente. Alguns
Rei Benjamim diz: “O homem não en­
poderão dizer: “Acho que poderei guar­
tende tôdas as coisas que o Senhor pode
dar o domingo passeando entre as bele-
compreender” . Se tivermos sempre êste sas da natureza, da mesma maneira co­
fato em mente, então, quando pedirmos
mo o faria se estivesse presente a reu­
bênçãos ou auxílio ao Senhor, diremos
niões. Mas o Senhor aconselhou e mes­
a Êle “Pai Celestial, gostaríamos muito
mo ordenou o seguinte “irás à casa de
de receber esta bênção, mas tu sabes o
oração e oferecerás os teus sacramentos
que para nós é melhor. Aceitaremos tua
no Meu dia santificado”. Deveria haver
decisão e tua vontade”.
completa aquiescência de seus filhos e
Uma jovem foi certa vez gravemente um grande sentimento de gratidão por
ferida num acidente de automóvel. terem sido assim instruídos.
Quando seus amigos a visitaram para
expressar sua vontade de que ela saras­ Aceitar o conselhor da mão do Se­
se, seu pai, disse: “Pedimos ao Pai Ce­ nhor, é aceitar o conselho de seus repre­
lestial que ela se restabeleça, mas incli- sentantes autorizados. O Senhor não
nar-nos-emos ao seu julgamento que vem a cada um de nós pessoalmente dar
será o melhor”. seu conselho, mas dá instruções através
Nosso dever ao procurar o auxílio de seus servos autorizados. Em Doutri­
divino, é pedir com sinceridade e fé as nas e Convênios, Êle nos diz: “ Seja
coisas que desejamos e que sentimos em pela Minha própria voz ou pela de Meus
nosso coração serem para nosso bem, e servos, não importa”.
então deixar a decisão para o Pai. O A boa vontade para aceitar o conse­
Elder Mathew Coley disse: “Vivamos lho das autoridades reconhecidas, não é
merecedores das coisas pelas quais ora­ um sinal de fraqueza? Ao contrário, é
mos e oremos pelas coisas que merece­ um sinal de grande compreensão e sa­
mos” . Também deve ser considerada a bedoria. “ . . . 0 obedecer é melhor que
questão de merecimento. o sacrificar” (1 Samuel 15:22).

110 A LIAHONA
ESCOLA DOMINICAL

A C rian ça e o P a i
Tomei uma criança pelas mãos. Ela em seus ouvidos tôdas as histórias que
e eu deveríamos andar juntos por algum deveria saber, mas fomos muitas vêzes
tempo. Era meu dever levá-la ao Pai. interrompidos pela ventania, cuja ori­
A tarefa era dificílima para mim e ven- gem precisavamos descobrir. Ao escure­
ceu-me, tão grande era a minha respon­ cer, encontramos o Pai. A criança me­
ramente olhou para Êle e seu olhar va­
sabilidade. E assim, eu só falei com a
gou por muitas direções. O Pai esticou
criança a respeito do Pai. Pintei-o com
sua mão. A criança não estava interes­
austeridade em sua fisionomia se a cri­ sada em tomá-la. A febre queimava seu
ança fizesse algo que o desagradasse. rostinho. Caiu exausto ao chão e ador­
Falei da bondade da criança como se meceu. Eu estava novamente entre o Pai
fôsse algo que pudesse aplacar a ira do e a criança. Admirei-me, pois pensei que
Pai. Caminhamos sob altas arvores. Dis­ havia ensinado tantas coisas a ela.
se que o Pai tinha poder para esmagá-
las com seus raios. Andamos pelo sol.
Disse-lhe da grandeza do Pai, que fêz
o sol ardente e brilhante. E, ao escure­ Tomei as mãos de uma criança nas
cer, encontramos ò Pai. A criança es­ minhas, para levá-la ao Pai. Meu cora­
condeu-se atrás de mim. Estava ame­ ção estava pleno de gratidão pelo grato
drontada. Não queria olhar para aquela privilégio. Caminhamos vagarosamente.
face amiga que estava diante de nós. Procurei acompanhar seus passinhos.
Lembrava-se da maneira como o descre­ Falei das coisas que a criança notava.
vi e não quis segurar as mãos do Pai; eu Algumas vêzes apanhavamos as flores
estava entre a criança e o Pai. Amirei- do Pai, acariciávamos suas pétalas e
me. Havia sido tão concienciosa, tão amávamos suas belas cores. Algumas
séria. vêzes era um pássaro do Pai. Nós nos
detíamos a observar a pequena ave cons­
truir seu ninho. Vimos os ovos que fo­
Tomei as mãos de uma criança nas ram postos. Muitas vêzes eu lhe contei
minhas. Teria que conduzi-la ao Pai. histórias do Pai.
Sentí-me responsável com a multiplici­ Contei-as à criança e ela as repetiu
dade das coisas que deveria ensiná-la. a mim. Nós as contamos e recontamos
Não hesitamos. Corremos de um ponto muitas vêzes. Algumas vêzes nos detía­
para outro. E, determinado momento, mos para descançar, recostando-nos
comparamos as fôlhas das diferentes ár­ contra as árvores do Pai, refrescando-
vores. Logo depois estavamos exami­ nos com seu ar puro e silentes. Então,
nando o ninho de um pássaro. Enquan­ ao anoitecer, encontramos o Pai. Os
to a criança me fazia perguntas a res­ olhos da criança brilharam. Olhou cheia
peito dele, levava-a a apanhar borbole­ de confiança e anciosamente para a face
tas. Quando adormeceu acordei-a para do Pai.
que não perdesse alguma coisa que eu Colocou suas mãos nas mãos do
queria que ela visse. Falei-lhe do Pai Pai. Por um momento eu fui esquecida.
muitas vêzes e ràpidamente. Derramei Estava contente.

Maio de 1954 111


A. M. M.

V ocê sabe como fazer uma apresentação ?


Muitas vêzes nos vemos diante da você sente prazer em estar diante delas.
necessidade de fazer apresentações e O repetir o nome da pessoa apresentada
estas poderão nos conduzir a situações é um detalhe de muito bom gôsto. Por
embaraçosas se não soubermos exata­ exemplo: “Muito prazer, Sr. Maga­
mente como fazê-las. Se seguirmos as lhães”. Os homens e os rapazes sempre
regras corretamente, serão muito fáceis trocam um aperto de mão ao serem apre­
de fazer. sentados. Quando um homem é apre­
Lembre-se de que ambas as pessoas sentado a uma mulher, ela poderá es­
não estão sendo somente apresentadas tender a mão se assim o desejar.
uma à outra. Procure fazê-las amigas e Quando se aperta a mão não se deve
sentirem-se à vontade. fazê-lo muito forte e nem tão pouco sa­
A forma correta de se apresentar cudir demasiadamente a mão. Nunca se
uma pessoa a outra pode parecer con­ limite a tocar os dedos da outra mão de
fusa a princípio. É o seguinte o proce­ uma maneira artificial e pouco cordial,
der correto: Forma de apresentar ho­ quando se estende a mão e nem tão pou­
mens a mulheres: “Senhorita Inês, que­ co ofereça a sua mão como uma coisa
ro apresentá-la ao Sr. Alfredo”. Segue- sem vida. Use um aperto firme e agra­
se êsse proceder, excepto quando se tra­ dável. Lembre-se de que sua personali­
ta de ministros, governadores e persona­ dade se reflete em seu aperto de mão.
gens reais. Nesse caso, a forma de apre­ É importante saber quando se deve
sentação é inversa: “Governador Lucas, levantar ou sentar, ao ser apresentado a
quero apresentar-lhe a Sra. Mendes”. alguém. Os homens e os moços devem
Jovens a pessoas mais velhas: “Sra. se levantar em tôdas as apresentações.
Lopes, quero apresentar-lhe a Srta. Mar­ As moças devem se levantar quando lhe
garida”. são apresentadas senhoras mais velhas
Mulheres solteiras a casadas: “Sra. ou personagens de relêvo. Uma hóspede
Martins, apresento-lhe a Srta. Furtado”. se levanta para receber tôdas as espé­
Meninos a homens: “ Sr. Silva, êste cies de apresentações. Não é necessário
é o Eduardo Oliveira”. levantar-se quando uma apresentação é
Moços a Moças: “Marina, quero feita quando a pessoa está sentada à
apresentá-la ao Roberto Cantão”. mesa comendo, porque o levantar-se po­
Um senhor a moça: “Alicia, vou deria incomodar os demais.
apresentá-la ao Sr. Esteves” . Cumprimente a pessoa que lhe é
Maneira de apresentar os amigos e apresentada, pronunciando seu nome
colegas à mãe: “Mamãe, êstes são meus corretamente. Não murmure seu nome
companheiros João Martins e Vitor Fur­ entre dentes, e se não entender o nome
tado”. da pessoa apresentada, é melhor pedir
Maneira de apresentar os hóspedes desculpas e perguntá-lo novamente pa­
a uma visita recém-chegada: “Sra. Gue­ ra evitar futuras indelicadezas. Olhe pa­
des, quero apresentá-la às Sras. . . . ”. ra a pessoa que lhe é apresentada e ofe­
Em regra geral a resposta é “Muito reça-lhe seu melhor sorriso. Seja amis­
prazer” e nada mais é necessário dizer toso e sincero em seus modos, lembre-se
em resposta a uma apresentação. Seja das maneiras boas e corretas, e o mo­
amável e mostre-se amigo, para que a mento da apresentação criará uma im­
pessoa a quem foi apresentado saiba que pressão favorável que será duradoura.

112 A LIAHONA
Loud voices and hollow echoes
There is something about the clamor of the day in
which we live wich rcminds us that a quietly spoken truth
is much more convincing than the shouted declaration
of half-truth or untruth. There is a technique peculiar to
a wellknown type of individual who believes that it he
shouts loud enough and long enough, no matter vvhat he
says, some of it will be believed. But he who is the bearer
of truth has no need to shout. The verity of his message
carries its own conviction, and penetrates ali barriers —
ultimately even the barrier of m an’s unwillingness to be-
lieve it. But he who is trying to establish that which is
less than truth has no power except the shear force of his
own voice — and the hollow echoes begotten by it. The
great example of quiet and penetrating speech was the
Savior of mankind. O f one multitude to whom He spoke,
it is said: «And it came to pass that while they were thus
conversing one with another, they heard a voice as if it
came out of heaven; and they cast their eyes round
about . . . and it was not a harsh voice, neither was it a
loud voice, nevertheless, and notwithstanding it being a
small voice, it did pierce them that did hear to the center,
insomuch that there was no part of their frame it did not
cause to quake; yea, it did pierce them to the very soul
and did cause their hearts to burn». Because truth ulti­
mately carries its own conviction there is no point, by
loud and overbearing displays of speech, to attempt to
drown out the quiet voice of that which cannot be denied.
There is no point, even for an earnest crusader, to make
a loud noise about his views, no matter how stronglv he
may feel them. «And let your preaching be the warning
voice, every man to his neighbor, in mildness and in
meekness». If it is truth, and you feel that you know it
to be so, speak quietly, and often, and on ali proper occa-
sions, tolerantly, sincerely, undestandingly, and fear not
for its ultimate establishment.
Richard L. Evans

Maio de 1954
GENEALO GIA

Porque todos deveriam se ioteressar pela Genealogia


Desde que as buscas, a elaboração liam Jennings Bryan: “Se o Pai toca
de registros e o trabalho no templo em com poder divino o coração frio e sem
grande parte são concernentes ao povo pulsações de um guiso de carvalho, e
que ora vive na mortalidade, bom seria faz com que se liberte das paredes de
determinarmos qual a extensão da im­ sua prisão, deixará Êle esquecida na ter­
portância dêsse trabalho pelos mortos. ra a alma do homem, feito à imagem de
A existência continua sem interrup­ seu Criador? Se Êle dá à roseira cujas
ção, pelo mundo espiritual. Por sua pró­ flores já murcharam e flutuam levadas
pria natureza, os espíritos são imortais; pela briza do outono, a certeza de outra
foram assim criados na pré-existência. primavera, recusaria Êle as palavras de
Na imortalidade, recebemos corpos físi­ esperança aos filhos dos homens quan­
cos. Na morte, os tabernáculos físicos do chega o frio do inverno? Se a maté­
são temporàriamente postos de lado. ria, muda e inanimada, apesar de trans­
Mas a identidade continua numa exis­ formada pelas fôrças da natureza numa
tência mesmo após a morte. Um nasci­ multidão de formas, jamais pode mor­
mento na mortalidade, é a passagem de rer, sofrerá o espírito do homem destrui­
um estado de existência a outro — uma ção, após ter feito uma breve visita, co­
espécie de morte do estado precedente. mo um hóspede real, a esta habitação de
Da mesma forma, o nascimento na vida a r g ila ? .. . Tenho tanta certeza de que
próxima é a passagem dêste estado é viveremos novamente, como tenho de
também uma morte. estar vivendo hoje”.
Quando as pessoas deixam de lado A comunicação formal entre vivos e
o seu corpo mortal, nós as chamamos mortos foi feita no passado e ainda o é
“mortas”. Num sentido mais significa­ — em raras ocasiões e por motivos mui­
tivo, não estão mortas se o espírito con­ to importantes. A necessidade de tal co­
tinua a existir num novo período de municação ainda existe apesar do tra­
progressão. Se o estado de morto não é balho de Deus estar se tornando bem
caracterizado pela perda de Consciência, estabelecido na terra e ter Êle autoriza­
por que deveríamos acreditar que a vida do servos para representá-lo aqui. Esta
próxima nos destina a inatividade? A é, então, uma distinção real entre os vi­
alma humana parece constar de existên­ vos e os mortos: um fino véu separa as
cia e atividade contínuas. Num sentido duas esferas; estávamos lá ontem e aqui
mais verdadeiro, não deveríamos pen­ hoje, ou aqui hoje e lá amanhã. Uma vi­
sar em nossos bem amados que já fa­ são maravilhosa concedida a José Smith
leceram, como “mortos”. Muitas pes­ e Olivio Cowdery em 3de Abril de 1836,
soas a quem conhecemos como mortas penetrou êsse véu. Podemos ver um re­
estão sem dúvida muito mais “vivas” e lato desta visão, na sentença: “O véu
ativas do que algumas com as quais foi retirado de nossas mentes e abertos
vivemos. Isto é verdade especialmente os olhos de nosso entendimento.” Na­
com respeito a atividade mental e mo­ quela ocasião, quatro seres imortais apa­
ral. Estão inteiramente vivas e ativas no receram com mensagens importantes.
próximo estágio de existência e pro­ Algumas das necessidades dos mor­
gresso. tos podem ser atendidas pelos vivos.
A seguinte afirmativa sôbre a imor­ Nesse ponto, êles dependem de nós.
talidade da alma, é de autoria de Wil- ( Continua na pág. 116)

114 A LIAHONA
Diversões de Maio na Inglaterra
por NELSON W H IT E
O Dia de Maio, celebrado na “Ve­ Movendo-se entre a multidão de ale­
lha e Alegre Inglaterra”, como se cos­ gres e barulhentas crianças, a carrua­
tumavam chamar, sempre foi um dia de gem da rainha é levada através do verde
vivas dansas e risos alegres, fitas multi- da vila, para onde um mastro ornado
coloridas e guirlandas de flores que per­ de fitas multicoloridas levanta-se em tô-
fumam o ar com seu hálito primaveril. da sua beleza. Um verdadeiro símbolo
De cada cidade ou vilarejo da In­ primaveril de um dia de alegria. Cor­
glaterra, vêm candidatas ao ambiciona­
tam-se os grandes bolos assados que são
do título de “ Rainha de Maio”. Trazen­
distribuídos a tôda a garotada que se
do vestidos originais muito antigos, sur­
aglomera no local. Barris cheios de li­
gem as meninas de olhos azuis e cabelos
monada contribuem para adoçar as gar­
dourados, as belezas de olhos castanhos
com suas tranças escuras, de formas di­ gantas sedentas, cansadas de cantar e
ferentes e variadas, mas tôdas com uma gritar.
canção em seu coração. Tôdas pensan­ Sim, o Dia de Maio na Inglaterra é
do: “Talvez eu seja a escolhida para mesmo muito alegre.
P o rq ue todos . . . gresso na existência futura. Nossa exal­
tação está presa à sua e para nos aper­
( Cont. da pág. 114) feiçoar necessitamos de sua cooperação.
Na vida futura esperamos estar juntos
Certas ordenanças que a Igreja de Je­ de nossos parentes mais próximos. Se­
sus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ria uma falha em nossa felicidade que
crê serem necessárias para um alto grau tivéssemos uma glória menor. Isso é
de salvação, devem ser realizadas nesta verdadeiro especialmente em relação aos
terra, pois envolvem o corpo físico. Se que, nesta vida. reconhecem as relações
qualquer dessas ordenanças deixar de de família como stndo possíveis e ideais.
ser realizada na vida mortal da pessoa, Os membros de uma grande família aqui
precisam ser feitas por intermédio de na vida mortal, podem esperar associa­
um ser vivo. Daí, nosso “trabalho pelos ção contínua na vida futura. O evange­
mortos” e a necessidade de templos para lho de Jesus Cristo torna possível tais
êstç propósito como tambem para o associações.
“trabalho” pelos vivos. A obrigação de Além disso 0 trabalho pelos mortos
que esse trabalho seja realizado, é prin­ auxilia o aperfeiçoamento de nossas vi­
cipalmente dos parentes vivos; e quando das. A devoção demonstrada pelo gasto
mais perto o parentesco com o que par­ de tempo e meios nas buscas, elabora­
tiu, maior a obrigação. Desde que, como ção de registros e a realização das orde­
préviamente dito, tais ordenanças são nanças no templo (por aquêles que são
consideradas necessárias para o pro­ substitutos para os que oficiam) são
gresso para um grau mais alto de sal­ grandes meios de desenvolvimento de
vação, que maior trabalho poderia ser caráter. Para a maioria dos que reali­
feito pelos mortos do que realizar a ne­ zam aquêle trabalho, é caridade — um
cessária busca ou ordenanças para uni- verdadeiro trabalho de amor, um servi­
los a nós no próximo mundo? Que maior ço muito importante para aquêles que
trabalho poderia uma pessoa render a não podem ajudar a si mesmos.
outra do que contribuir para sua eterna A identificação dos mortos nos cien­
salvação? tifica de que essas pessoas um dia vive­
O trabalho pelos mortos glorifica ram; temos a oportunidade de conhecê-
tanto a nós mesmos, como a êles. Por­ las e nos interessar por elas; cremos es­
tanto, nosso auxílio não é unicamente tar realizando por elas um trabalho ne­
uma questão de caridade para os que cessário à sua exaltação. Esta devoção
morreram. “Pois nós não podemos ser e sacrifício cria amor por êles; promove
perfeitos sem êles e nem podem êles sem felicidade e desenvolvimento espiritual.
nós ser perfeitos” . Quando mais próxi­ Esta satisfação é maior se aquêles pe­
mos estiverem de nós,mais precisaremos los quais nos preocupamos, são nossos
de sua felicidade em nosso próprio pro­ parentes. Nossa própria carne e ossos.

Editorial -. . (Cont. da pág. 100)


' “E quando orares não sejas como os hipócritas pois jse comprazem em
orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos ho­
mens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta,
ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai que vê secretamente, te compensará.
E orando, não useis de vãs repetições como os gentios, que pensam que
pqr muito falarem serão ouvidos”. (Matheus 6:5-7).
Pres. ASAEL T. SOREN SEN

116 A LIAHONA
É sublim e . . . blicará anúncios de fumo e de bebidas
alcoolicas porque os médicos não podem
(Cont. da pág. 105) dizer com certeza se êles são ou não no­
mentará a fôrça de seu crescente teste­ civos para o nosso corpo. Nosso Pro­
munho. feta disse-nos isso há mais de um sé­
Nunca se envergonhem do evange­ culo atrás. Abram o Livro de Doutrinas
lho de Jesus Cristo. Pelo contrário, te­ e Convênios na Secção 89 e vejam que
nham sempre orgulho da sua participa­ gloriosa promessa nos é oferecida se
ção no corpo de membros da Igreja de obedecermos os ensinamentos dessa
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Secção. Enquanto vocês estiverem lendo
Dias. êsse livro, vejam também a Secção 88,
Nunca permitam que caia a primeira versículos 118 a 126. Se houvesse am­
barreira da transgressão dos manda­ biente eu os citaria, mas talvez vocês
mentos de nosso Pais nos céus. aproveitem mais se vocês mesmos os
Mas, por falar de modelos, nós os procurarem e lerem.
Santos dos Últimos Dias temos um pa­ Nosso Pai nos céus os amam, jovens;
drão de vida física, temporal e espiri­ seus pais da terra os amam; e nós tam­
tual Temos uma lei de saúde que nos foi bém os amamos. Procurem a verdadeira
legada há mais de 120 anos atrás. É felicidade que está reservada àqueles
uma satisfação para mim que hoje em que amam nosso Pai nos céus e conser­
dia os grandes homens da ciência este­ vam seus mandamentos. Então todos se­
jam começando a concordar com nos­ remos felizes, porque todos saberemos
sos ensinamentos. Êste ano na América o quanto é sublime ser um Santo tíos
uma grande revista médica não mais pu­ Últimos Dias.

Comunicação .. . que o da velocidade da luz. De fato, a


idéia de que a matéria e a energia, como
(Cont. da pág. 104) as conhecemos, nunca viajam mais velo­
zes que a luz, é construída na teoria da
cura tôdas estas e outras fontes, saben­
relatividade.
do que tôdas são comunicações da mes­
ma origem divina e certo de que se se­ Considere agora que o universo seja
guidas com proficiência, elas o levarão tão grande que os maiores telescópios
à Presença divina. nos capacitem a ver as estréias pela luz
As escrituras nos dão uma nítida que começou a ser dirigida a nós há tan­
compreensão da atenção do Pai eterno to tempo atrás. A história subseqüente
para com seus filhos. Tanto nas escritu­ dessas estréias é completamente desco­
ras modernas como nas antigas, o ho­ nhecida. Elas podem ter deixado de exis­
mem recebe a divina comunicação, que tir há muito tempo. Parece não haver
estabelece o exemplo religioso para alternativa razoável para a conclusão
aquêles que a observam. Quando con­ de que o Criador tem métodos de comu­
templamos a imensidade do espaço, não nicação que viajam por outros meios e a
podemos deixar de nos maravilhar com velocidades desconhecidas e talvez in­
os esplêndidos métodos de comunicação concebíveis ao mortal. Por êsse meio, o
que ainda estão para serem descobertos. universo é coordenado e regulado pelas
Assim, os físicos mais sábios não conhe­ influências que transcendem às conhe­
cem meios mais rápidos de transmissão cidas leis da física.

Maio de 1954 117


Se eu fosse . . . A vida das experiências e ensina­
mentos de José Smith foi uma grande
(Cont. da pág. 103) inspiração para mim. Se eu fôsse nova­
mente um menino, gostaria de ser como
disseram que seria difícil retornar a Je-
êle. Quando êle orou ao Senhor para
rusalem para obter as placas, mostrou
pedir sabedoria e orientação e obteve a
sua fôrça e fé de caráter e disse: “ Eu
resposta — “ Se algum de vós tem falta
irei e cumprirei as ordens do Senhor,
de sabedoria, peça-a a Deus, que a dá
pois sei que o Senhor nunca dá ordens
liberalmente, e o não lança em rosto, e
aos filhos dos homens sem antes prepa­
rar o caminho pelo qual Suas ordens po­ ser-lhe-á dada”. (Tiago 1:5), êle não
derão ser cumpridas”. (1 Nefi 3:7). hesitou. Foi a um bosque de belas árvo­
Gosto da história de Moisés, o gran­ res e com verdadeira fé pediu ao Senhor
de lider de Israel, que levou seu povo, que o orientasse. A resposta veio e “êle
da escravidão para a terra prometida. obedeceu ao Senhor”. Gostaria de ser
Êle tinha bastante coragem e muita fé abençoado pelo Senhor como êle o foi.
— fé suficiente para abrir as águas do Então o Senhor seria minha fôrça e
mar, fé suficiente para trazer o maná minha canção, e êle se tornaria minha
dos céus, fé suficiente para fazer bro­ salvação. Sua mão direita seria glorio­
tar água de uma rocha. Se eu fôsse no­ sa de poder. Sim, se eu fôsse novamente
vamente um menino, gostaria de saber um menino, procuraria conhecer essas
mais sôbre Moisés. Gostaria de ter a coisas e me esforçaria para torná-las
sua coragem, a sua fé. reais.

Marcos . . . citar e elevar-se acima de todos os pla­


(Cont. da pág. 102) nos do homem e de Satanás.
Existem, naturalmente, outras coisas
ressuscita os mortos, anda sôbre as
águas, cura os enfermos e os aflitos, de­ no livro, mas são constituídas essencial­
clara ser o próprio Cristo, o Filho de mente de ação.
Deus, — é transfigurado, abençoa as O que faz a explanação bem mais
criancinhas, perdoa os pecadores arre­ fascinante é a imaginação de que tudo é
pendidos, caminha através das multi­ verdadeiro. Esta, sem dúvida, é a mais
dões rejubilantes em Jerusalém, amaldi­ importante história já escrita, sôbre o
çoa uma figueira, expulsa os mercado­ maior Ser que já viveu sôbre a terra. Os
res do templo, é vítima de conspiração acontecimentos são da maior significân-
e traição, e finalmente é condenado e cia em tôda a história, e a história de
crucificado na cruz, para depois ressus- maior significância em tôda a literatura.

“Não julgueis para que não sejas julgados. do vosso Pae que está nos céus; porque faz que
Porque com o juizo com que julgardes sereis o seu Sol se levante sôbre os maus e os bons, e a
julgados, e com a' medida com que tiverdes me­ chuva desça sôbre os justos e os injustos. Pois,
dido hão de medir para vós”. (Matheus 7: 1-2). se amardes os que vos amam, que galardão ha-
vereis? não fazem os publicanos também o mes­
* * *
mo? E, se saudardes unicamente os vossos
“Eu vos digo, porém: Amae a vossos inimi­ irmãos, que fazeis de mais? Não íazem os pu­
gos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem blicanos também assim? Sêde vós pois perfeitos,
aós que vos odeiam, e orae pelos que vos mal­ como é perfeito o vosso Pae que está nos céus”
tratam e vos perseguem. Para que sejais filhos (Matheus 5: 44-48).

118 A LIAHONA
À Conferência realizada em 21 de Março, em Ipoméis, estiveram presentes, entre outros, o
Presidente Asael T. Sorensen, os Elderes Emmanuel Ballstaedt e J. Roberts, e também as Irmãs
Ilse Otto e Ramona Hansen. Vemos no “clichê” um grupo formado pelos presentes, após a
conferência.

De passagem por São Paulo, estiveram em breve visita à Casa da Missão Brasileira1 , o Presidente
Harold Rex e sua distinta família, que regressam ao Paraguai e que vemos no clichê acima.
N a impossibilidade de abraçar todos os santos do Brasil, pessoalmente, o Presidente Rex envia
a todos o seu mais saudoso abraço.

Maio de 1954 119


Os dez Miiuthtmenies
1 Então falou Deus tôdas estas palavras, dizendo:
2 Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito, da
casa da Servidão.
3 Não terás outros deuses diante de mim.
4 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança
do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra.
5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu o Senhor
teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos
filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me abor­
recem.
6 E faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam
os meus mandamentos.
7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Se­
nhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9 Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra;
10 Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: não farás
nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu
servo, nem a tua serva, nem o teu cnin\al, nem o teu estrangeiro,
que está dentro das tuas portas.
11 Porque em seis dias fêz o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo
que nelas há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o
Senhor o dia do sábado, e o santificou.
12 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus
dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
13 Não matarás.
14 Não adulterarás.
15 Não furtarás.
16 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
17 Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher
do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu
pai, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
18 E todo o povo viu os trovões e os relâmpagos, e o sonido da
buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso, retirou-se
e pôs-se de longe.

Êxodo 2 0 : 1- 18.

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