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Neste mês de Natal, nossos pensamentos se tornam para o nascimento de
Nosso Senhor, Jesus Cristo. Lemos na Santa Bíblia, no Capítulo 2 do Evan­
gelho de S. Lucas:
“ Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no
campo e guardavam durante a noite o seu rebanho.
E eis que o anjo do Senhor veio sôbre êles e a glória do Senhor
os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
E o anjo lhes disse: “ N ão temais, porque eis aqui vos trago
novas de grande alegria que será para todo o povo:
Pois, na cidade de David, vos nasceu hoje o Salvador, que é
Cristo, o Senhor.
E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos
e deitado numa mangedoura.
E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma m ultidão dos
exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo:
G lória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa
vontade” .
A vida do Salvador é um exemplo para todos e Sua ressurreição foi a
primeira certeza dada à hum anidade de que nós também ressurgiremos do
túmulo. Todos nós desejamos paz e felicidade eternas, mas estas só podem
ser gozadas mediante o cumprimento das condições estabelecidas pelo Senhor.
O preço da paz é a retidão.
Tendo os pensamentos centralizados no nascimento do Messias, nós, da
presidência da Missão, extendemos a todos nosso amor e gratidão pelo apôio
que recebemos durante todo o ano que ora se finda. Enviamos nossos cum pri­
mentos e votos de alegre Natal e feliz Ano Novo.
Que os seus lares sejam plenos de paz e de gozo, através do serviço pres­
tados ao próximo, para que o espírito do Salvador possa irradiar paz e boa
vontade a todos os homens, é a nossa sincera oração.
Sinceramente, os irmãos,
Presidência da Missão Brasileira

242 A L IA H O N A
Orgão Oficial da Missão Brasileira
da Ig reja d e Jesus Cristo dos
Santos dos Últim os Dias

SU M ARIO
DIRETORES:
N o ite F e liz ..................................................................................... 241
A s AEI. T. S jR ENSEN
E d ito ria l ....................................................................................... 242
M y r ia m B. M . d e C astro
S e ja henvindo ao B rasil o apóstolo de Jesus C risto,
M a r k E. Peterson ............................................................. 245

A H is tó ria do N atal ................................................................. 246

Agradecim entos .......................................................................... 248 O Tem plo dc A/besta, no

U n ia O b ra M a rav ilh o sa (C a p . V I I ) ................................. 21 C a n ad á, que vemos no m e­


Façam os um inventário do ano que passou .................... 249
d alhão, fo i dedicado pelo
Id a M . Sorensen c K am o na H unscn
25Q 1’residente tle b e r J. G ra n i
P a ra a M ú tu o ...............................................................................
E xistem grandes sacrifícios? ................................................ 251 a 26 de agosto de 1923.
Pelo lild e r Theron P . M itchell
Escola D o m in ic al ...................................................................... 252

O cam in ho da alegria ............................................................... ® AOS LEITORES


F oi escolhido o novo Conselheiro da M issão .................. 255 , , ,
G uarde cuidadosamente as
A F é em D eus .............................................................................. — suas I . I A U O K A S para en-
O N a ta l na C h i n a ........................................................................ 257 eaderná-his anualm ente. Ti-
Temas F ilo sóficos .................................................................... 258 cará um livro bonito, econô­
mico e útil.
A u x ílio Técnico de G eraldo Tressoldi

P R E Ç O S D A S A S S IN A T U R A S M E N S A I S :
P a ra o B r a s i l ......................................................................................................... Cr$ 50,00
E x t e r i o r .................................................................................................................. U S$ 1.50
Preço por e x e m p l a r ....................................................................................... Cr$ 5,00

M issão B ra sile ira : R u a Itapeva, 378 - Bela V is ta - C a ix a Postal, 862 - F o n e : 33-6761 - S. P aulo
244 A L IA H O N A
SEJA BENVINDO A O BRASIL O APÓSTOLO
MARK E. PETERSON
O Elder Mark E. Petersen, apóstolo da Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias e membro do Quorum dos Doze Apóstolos che­
gou ao Rio de Janeiro no dia 2 de Dezembro, viajando a bordo do S. S. Ar­
gentina, da Moore McCortnack. O Elder Petersen, representando as auto­
ridades Gerais da Igreja visitará três missões sul-americanas, Brasil,
Uruguai e Argentina. Durante sua estada no Uruguai o Apóstolo Peter­
sen dedicará uma capela recém construída em Montevidéo. Acompanhado
de sua espôsa, visitará vários ramos da Igreja, estabelecidos em muitas
cidades destes países.

O Elder Petersen é um dos grandes líderes espirituais da Igreja e


seus membros e amigos no Brasil aguardam com grande interesse a men­
sagem que deixará como Apóstolo do Senhor nestes últimos dias. O após­
tolo permaneceu no Brasil somente três dias, mas regressará no próximo
dia 14, devendo então visitar vários ramos e pronunciar várias confe­
rências.

Em 1920 o Elder Petersen serviu em missão no Canadá. Durante os


dois anos que lá passou, viveu muitas experiências que fortaleceram sua
fé e evidenciaram seu espírito de escol, merecedor da inspiração do E spí­
rito de Deus.
Ao regressar à sua pátria, após completar sua missão, começou a
trabalhar no departamento editorial do jornal “ Deseret News” , como re­
pórter. Sua capacidade como escritor e jornalista o conduziram ao ponto
máximo de sua profissão. Tornou-se sucessivamente redator, editor de
notícias, editor da cidade, editor gerente e, em 194 i , tornou-se gerente
geral do jornal “ Deseret News Telegram” em Salt Lake City, Estado de
Utah, nos Estados Unidos.
Além de ser muito ativo no trabalho da Igreja, êle tem emprestado
sua colaboração a muitas organizações cívicas. Foi vice-presidente do
Club Kiwanis de Salt Lake City, serviu na diretoria do Club “ Knife and
Fork” de Bonneville, da Associação Visitadora de Enfermagem de Salt
Lake e da Associação dos Industriais de Utah. É membro da Câm ara de
Comércio de Salt Lake City e de outras associações comerciais e cívicas.
O Elder Petersen tem viajado grandemente para a Igreja, como
Testemunha Especial do Salvador. É um homem de grande carater, fé,
sinceridade, amigo e de inexcedível lealdade à sua responsabilidade como
Apóstolo do Senhor Jesus Cristo.

Dezembro de 1954 245


A HISTÓRIA DO NATAL
Há muito o mundo esperava por um redentor, um governador que traria
uma nova forma de vida aos milhares de seus habitantes que arcavam sob a
carga da opressão. A escravidão, aceita pela maioria do mundo, condenava
desde o nascimento um grande número de seres humanos a uma servidão abjeta.
As guerras, fomes, pragas e pestes ceifavam vidas e causavam sofrimento.
Ainda maior que a necessidade física de melhores condições, era a neces­
sidade de um redentor da alma, que levantasse o homem de sua pobreza espi­
ritual para um conceito mais elevado de amor a Deus e ao próximo. Êles neces­
sitavam de luz e verdade com que orientarem suas vidas. O abismo que os
separava do reino dos céus era grande e acima de tudo êles necessitavam de
um Salvador que os transportasse para o outro lado.
Êle havia sido prometido há muito e era aguardado em cada instante.
Alguns esperavam um rei que seria glorioso aos olhos do mundo, pois o pro­
feta havia dito: “ . . . o principado está sôbre os seus ombros; e o seu nome
será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz.
Do incremento deste principado e da paz não haverá fim . . . ”
Poucos olhavam com maior discernimento ao advento de um reino que
faria mais do que aliviar os males físicos e os sofrimentos da fam ília humana.
Esperavam alguém que trouxesse a redenção maior, o renascimento espiritual.
De tudos os que olhavam para o futuro, quasi nenhum podia compreen­
der a forma pela qual seu desejo deveria se cumprir. Alguns
haviam lido nas escrituras: " . . . o Senhor mesmo vos dará
um sinal: Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho
e será o seu nome Em m anuel” . O local ha­
via assim sido designado: “ E tu Belém
Efrata, posto que pequena entre milhares
de Judah, de ti me sairá o que será Senhor
em Israel, e cujas saídas são desde os tem­
pos antigos, e desde os dias da eternida­
de” . Deveria ser em Belém da Judéia. Po­
rém, pouco mais sabiam, não porque o acon­
tecimento não tivesse sido bastante anuncia­
do, mas sim porque os homens eram vagaro­
sos para ouvir, para dar atenção, mas rápidos
para duvidar. O tempo era chegado. A promessa
do Salvador não mais deveria ser retida. Em cum pri­
mento à sua palavra, o Senhor enviou um anjo “ a uma
cidade da Galilea, chamada Nazaré, a uma virgem des-
posada com um varão cujo nome era José, da casa de Da-
vid; e o nome da virgem era M aria. . . Disse-lhe então o anjo: “ Maria, não
temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conce-
berás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus” . E êste será grande
e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de David,
seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacob, e o seu reino não terá fim.
E disse Maria ao anjo: “ Como se fará isto, visto que não conheço varão?”
E, respondendo, o anjo disse-lhe: “ Descerá sôbre ti o Espirito Santo, e a
virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o
Santo que de ti há de nascer será chamado Filho de Deus. . E aconteceu
naqueles dias que saiu um decreto da parte de Cesar Augusto, para todo o
mundo se alistasse. . . e subiu também José da G alileia da cidade de Na-
zareth à Judea, à cidade de D avid, chamada Belém, ......... com Maria,
sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando êles alí se cum­
priram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho pri­
mogênito, e envolveu-o em panos e deitou-o numa mangedoura, porque
não havia lugar para êles na estalagem” . Assim foram cumpridas as pa­
lavras dos profetas. Sinais e maravilhas anun­
ciaram Sua vinda, para alguns favorecidos
entre os sábios e os humildes. Orientados
por uma estrela, os magos vieram a Jeru­
salém procurá-lo. Eram príncipes da
terra para adorar o Príncipe dos Ho­
mens recém nascido. Aos humildes
pastores, maravilhas maiores
ainda foram mostradas pois
“ havia naquela mes­
ma comarca pas­
tores que
estavam no campo e guardavam duran­ o anjo uma m ultidão dos exércitos ce­
te as vigílias da noite o seu rebanho. lestiais, louvando a Deus, e dizendo:
E eis que o anjo do Senhor veio sôbre G lória a Deus nas Alturas e paz na ter­
êles, e a glória do Senhor os cercou de ra, boa vontade para com os homens.”
resplendor, e tiveram grande temor. O Redentor prometido havia che­
E o anjo lhes disse: N ão temais, por­ gado.
que eis aqui vos trago novas de grande E agora, ao tornarem os nossos pen­
alegria que será para todo o povo. Pois, samentos em direção aos céus, com a
na cidade de David, vos nasceu hoje o vinda do Natal, regozijamo-nos naque­
Salvador, que é Cristo, Senhor. E isto la velha e santa história. Com os anjos,
vos será por sinal: Achareis o menino os corações humanos podem entoar num
envolto em panos e deitado numa man- grato louvor “ G lória a Deus nas altu­
gedoura. ras”. Para aqueles que procuram-no, o
E, no mesmo instante, apareceu com Rei, é chegado o Redentor!

od-çkadeciwi&ttlfrii
qA o recebermos a “Liahona” em cada mês, ta lvez não
nos ocorra que na sua confecção muito trabalho foi realizado
não só por parte daqueles que a escrevem e que nela colabo­
ram, mas também por parte do pessoal que a nnprime. TS(este
cantinho queremos deixar os nossos agradecimentos a êsses cola­
boradores sem cujo trabalho a “Liahona” não poderia existir.
Jazem os especial menção aos que fabricam os nossos cli­
chês e aos que os imprimem, e que são:
Gráfica Irmãos Canton Lida.
Rua Ribeiro de Lima, 332 - .5. Paulo
e
Clicheria Modelo
Rua dos Gusmões , 242 - S, Paulo
oA êsses bons amigos e colaboradores, além do nosso mais
sincero agradecimento, aqui deixamos os nossos votos de um
oAlegre N a ta l e de um <iAno N ovo próspero e feliz.

248 A L IA H O N A
CAPÍTULO VI I
O L IV R O DE M O R M O N C U M P R E P R O F E C IA S B ÍB L IC A S

A s p o ssiveis razões para o c o n c e ito errô n eo de que não surgirão outras escrituras

Q u a n d o as placas que haviam sido entregues a Josepli S m ith pelo a n jo M o ro n i fo ram


traduzidas e publicadas com o o L iv r o de M o rm o n , sua d is trib u ição encontrou severa oposição,
especialmente por parte dos m in istros que h av ia m naquela época, que preveniram seus segui­
dores contra a sua leitura. O fato em si parece absurdo pois, se fosse a obra de um homem,
com o êles diziam , seus seguidores poderiam até m esm o ser aconselhados a lê-lo e ve rificare m por
si mesmos a sua falsidade. Foi-lhes dito que o canon das escrituras estava co m p le to ; que nunca
deveriam os ter m ais do que o contido na S anta B íblia. M encio navam frequentem ente:

Porque eu testifico a todo aquele que o u v ir as palavras da profecia deste


livro que, se alguém lhes acrescentar alg u m a coisa D eus fa r á v ir sóbre êle as
pragas que estão escritas neste livro.
H, se alguém tira r quaisquer palavras do livro desta p rofecia Deus tira rá
a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro.
(A p o c . 22: 18-19).

À p rim e ira vista, talvez se ju s tifiq u e a idéia de que o A pósto lo Jo ã o estava dizendo que
nenhum a outra escritura deveria ser acrescentada à B iblia, especialmente em vista do fato de
isto se encontrar no ú ltim o capitulo da B ib lia, com o a temos agora, fi fác il de compreender,
entretanto, que esta interpretação é errônea, quando se sabe que, de acôrdo com os estudiosos
da B ib lia, ( I ) o livro da A pocalipse foi escrito entre 64 e 96 A . D . ; (2 ) que o p róp rio Jo ão
escreveu o seu evangelho ( O E v an g e lh o Segundo S ão J o ã o ) n u m a data m u ito posterior em
É fe s u s ; ( 3 ) que naquele tem po os livros da B ib lia não se achavam na ordem em que estão
agora. Deve-se, portanto, com preender, que Jo ã o se re feria ao acréscim o ou decrescimo das
revelações que êle h av ia recebido e escrito enquanto em ex ílio na Ilh a de Patm os, o que não
evita, entretanto, que o Senhor acrescente algo m ais ao que já h av ia revelado.
Referindo-nos às palavras de M oisés, encontram os evidência de que nenhum a o u tra con­
clusão é possível pois, caso co ntrário, seriam os obrigados a negar todos os livros da B íb lia que
fo ra m escritos depois de O e tite r o n ô m io :

“ N ã o acresceutareis à p alavra que vos m ando, nem d im in u ire is dela, p ara que
guardeis os m an dam entos do S enhor vosso Deus, que eu vos m a n d o ” . (D e u t. 4 : 2 ) .
“T udo o que vos ordeno, observareis; nada lhe acrescentarás nem d im in u i'
rá s ” . (D e u t. 1 2 :3 2 ).

,A s p ro fecias d o Sen h o r a re sp eito de outras escrituras

O Senhor com preendeu que S a tã instilaria nos corações dos hom ens negar êste novo v o ­
lume de escrituras, o T.ivro de M o rm o n , e assim declarou-se através do seu pro fe ta am erica­
no, N e p h i:

E no dia em que ttu com eçar a fazer 11111 trab alho m aravilh oso entre êles, para
recordar os meus convênios feitos com os filh os dos homens, e em que possa
pela segunda vez estender a m in h a m ão para restabelecer o M eu povo, que é da
casa de Is r a e l;
E, tam bém , para que E 11 M e possa lem brar das promessas que te fiz, N e fi,
e tam bém da que fiz a teu P a i, de que M e lem b raria de teus descendentes; e de
(pie as palavras de teus descendentes sairiam de M in h a bôea para teus descen­
dentes; e M inhas palavras soarão até as extrem idades da te rra ; como 1 1 111 estan­
darte para o M e u povo, que é o da casa de Is ra e l;


22 UMA OBR \ M A R A V I L H O S A

E porque M in h a s palavras h ão de ressoar, m uitos dos gentios c la m a rã o : U m a


B ihlia, um a B íb lia ! Tem os um a B ib lia e não pode haver nenhum a o utra Bíblia.
M as assim d iz o S enhor D e u s ! O to lo s! tereis u m a B íb lia ; e v irá dos judeus,
m eu an tig o povo escolhido. E (|ue agradecim ento deram aos judeus pela B ib lia <|ue
receberam deles? S im , p que sig n ifica m os gentios?

Ó gentios, vós vos lem brais dos judeus, M e u an tig o povo escolhido? X ã o ,
m as os tendes am aldiçoado, e aborrecido, e não haveis procurado restabelecê-los.
M ais eis que devolverei tôdas as coisas sòbre vossas cab e ças; porque Eu, o Se ­
nhor, não M e esqueci de M eu povo.
Tu, tolo, tu dirás : U m a B íb lia, temos um a B íb lia e não necessitamos mais de
B íblia. T erias obtido um a B íb lia se não fôsse pelas m ãos dos ju de u s?
N ã o sabeis que há m ais que u m a naiffc)? N ã o sabeis que Eu, o Senhor vosso
Deus, criei todos os hom ens e que não me esqueço dos que h ab ita m as ilhas do
m a r ; e que governo alto, nos céus e em b aix o 1 1 a te rra ; e levo M in h a p alavra
aos filh os dos homens, jsto é, a tôdas as nações da te rra?
P orque m u rm u ra is por ter de receber m ais palavras M in h a s ? N ão sabeis
que o depoim ento de duas nações é o testem unho de que Eu sou Deus, que M e
recordo tanto de um a com o de o utra n a ç ã o ? E, portanto, E u d ig o as mesmas
palavras tanto a um a com o a outra nação. E, quando as duas nações se ju ntare m ,
o testem unho delas se ju n ta r á tam bém .
E isso E 11 o faço para p rovar a m uitos que sou sempre o mesmo, tanto ontem
como hoje e para sem pre; que pronuncio M in h a s palavras segundo o M eu pra-zer.
E porque falei um a palavra, não suponhais que n ão poderei dizer o u tra s; porque
M eu trab alho ainda nãp está te rm in a d o ; e não estará êle até o fim do hom em,
e ja m a is estará term inado.
E, portanto, porque tendes u m a B íblia, não eleveis supor que ela contém tó-
das as m in has p ala v ra s; e nem deveis supor que E u não perm iti que se escre­
vesse mais.
P orque ordenei a todos os hom ens, tanto 1 1 0 leste com o no oeste, tanto no
norte com o no sul e nas ilhas do m ar, que escrevessem as p alavras que lhes fa le i;
porque pelos livros que fo ra m escritos, ju lg a re i o m undo, cada 11111 de acôrdo com
as suas obras e de acôrdo com o que esta escrito.
P ois eis que o que E 11 fa la r aos judeus, êles o escreverão; e o que E 11 fa la r
aos nefitas, êles escreverão; e fa lare i tam bém a outras trib us da casa de Israel,
que espalhei, e elas o escreverão; e tam bém falare i a tôdas as nações da terra
e elas o escreverão.

E acontecerá que os judeus receberão as palavras dos nefitas, e os ne fitas


receberão as palavras dos ju d e u s ; e os ne fitas e os ju de us receberão as palavras
das tribos perdidas de Is ra e l; e as tribos perdidas de Israel receberão as palavras
dos nefitas e dos judeus.
E acontecerá que o M e u povo, que é a casa de Israel, será reunido 1 1 a sua
p ró p ria te rra ; e M in h a s palavras tam bém serão reunidas num a. E m ostrarei aos
que com batem a M in h a p alavra e o M eu povo, que é da casa de Israel, que E u
sou Deus, e que prom eti a A b ra ã o lem brar-me para sempre de seus descenden­
tes. ( I I N e fi, capítulo 2 9 ).

Perante esta revelação, estamos ju stifiç ad o s em acreditar que não há outras escrituras
além das contidas na B íb lia e no L iv r o de M o rm o n . Jesus nos ilu m in a aind a m ais sóbre êste
a s s u n to :
O LIVRO DL MORM ON CUMPRI ' ' . P R O F L C I A S B I B L Í C A S 23
A in d a tenlio outras ovelhas (|iie não são deste a p ris c o ; tam bém me convém
ag regar estas, e elas o u v irão a m in h a voz, e h averá um rebanho e um pastor.
(J o ã o 10: 16).

Certo h isto riad o r da vida de Cristo, disse que não podia encontrar qualquer ju s tific a tiv a
p ara esta passagem das escrituras, pois n ão sabia da existência de outras ovelhas além daque­
las a quem Jesus m inistrou . A lg u n s e x plicaram que êle estava se referindo aos gentios, mas
Jesus mesm o disse: “eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da Casa de Israel.” ( M a ­
teus 15 : 2 4 ).

Jesu s V is ito u as O u tra s O ve lh a s

Deve-se notar que Jesus não m in istro u aos gentios, apesar de ter enviado seus A póstolos
para fazê-lo, após a sua crucificação . Lste fa to deixa sem resposta a seguinte questão, no que
concerne a B íb lia : Q u e m eram as outras ovelhas que êle prom eteu visitar ? P a ra obter esta
resposta, devemos p ro cu rar na restauração do evangelho e no aparecim ento do L iv ro de M o rm o n.
D epois que Jesus foi cruc ific ad o e subiu ao seu P a i, êle visitou suas “outras ovelhas” na
A m érica, conhecidas como os N e fita s e lá escolheu doze discípulos e org anizo u sua Ig re ja ,
como h av ia feito entre os judeus. N o T erceiro L iv ro de N e fi do L iv ro de M o rm o n, m uitas
vezes m encionado com o o Q u in to L vang e lho , encontram os u m relato do acontecimento, como
transcrevem os a b a ix o :

K, então, aconteceu que, após haver Jesus dito estas palavras, dirigiu-se aos
doze que h av ia m sido escolhidos e prosseguiu :

\ ós sois meus discípulos : e sois u m a luz para êste povo, que é um resto da
casa de José.
K eis (pie esta é a te rra da vossa h e r a n ç a ; e o P a i vo-la deu.

K ja m a is M e deu o P a i qualquer m an dam ento p a ra que E u o transm itisse a


vossos irm ãos de Jerusalém .

N em ja m a is M e deu o Pai qualquer m andam ento para que E u vos tran s m i­


tisse a respeito das outras tribos da casa de Israel, que o P a i conduziu para fora
do país.
l i m ais M e ordenou o P a i que vos transm itisse :
T enho tam bém outras ovelhas que não são dêste r e d il; a estas tam bém M e
convém trazer e elas o u v irã o a M in h a voz e haverá nelas um rebanho e um
pastor.
E, então, por causa da obstinação e incredulidade, êles não com preenderam
M in h a s p ala v ra s; portanto, E u tive ordem do Pai para nada m ais dizer-lhes a
respeito destas coisas.
M as em verdade vos dig o que o P a i M e ordenou e E u vos transm ito que
fòstes separados dêles em virtude da sua in iq ü id a d e ; portanto, é em virtude da
sua iniqüidade que êles não sabem de vós.
E em verdade vos digo, o utra vez, que as outras tribos fo ra m deles separa­
das pelo P a i; é por c a u s a d a sua iniq üid ad e que delas nada êles sabem.

E em verdade vos digo que sois aqueles de quem falei : T enho tam bém outras
ovelhas que não são dêste r e d il; a estas tam bém M e convém trazer, e elas ouvi­
rão a M in h a voz e h averá nelas 11111 rebanho e um pastor.
E não M e com preenderam , porque pensaram que E u M e re feria aos g e n tio s ;
pois não com preenderam que, por m eio de sua pregação, os gentios se converteriam .
UMA OBRA M ARAVILHOSA

E não M e com preenderam quando E u disse que as outras ovelhas o u v iria m


M in h a voz e não M e com preenderam quand o disse que os gentios não haveriam
de o uv ir nunca M in h a voz — que a êles nunca E u M e m an ife staria, salvo se o
fizesse pelo E sp írito Santo.
M as eis que vós ouvistes M in h a voz e M e vistes; e sois os M eus cordeiros
e sois contados entre os cordeiros que o P a i M e deu.

P o r esta passagem ficam os sabendo quem eram as outras ovelhas que Jesus disse aos
seus discípulos que êle visitaria, e que eram os remanescentes da casa de Joseph. Jesus explica
m ais que tem ainda outras ovelhas “que não são <lesta terra, nem de Je ru s a lé m ” (v e ja I I I X e fi
16: I ) a quem lile visitaria. Com o ainda não sabemos quem eram ou onde estavam, preocupar-
nos-emos ag o ra com o remanescente da casa de José, e veremos o que a B íb lia tem a dizer a
respeito deste ram o da casa de Israel.

A Casa de Ju d á e a Casa de Jo s é

O estudo das promessas do Senhor a A b raão , Isaac e Jacob (Is r a e l) e aos seus doze f i­
lhos, que consideram os as cabeças das doze tribus da casa de Israel, ind ica claram ente que as
m aiores promessas fo ra m feitas a J u d á e a José. X a m ente de m uitos existe co nfu são e m al
a p licação a respeito do uso do nom e Israel. M esm o hoje em d ia m uitos pensam nele com o se
re ferindo aos judeus ou à casa de Ju d á , esquecendo que J u d á foi apenas um dos doze filh os
de Israel. Ruben era- o filh o m ais velho, m as em virtude de sua transgressão sua p rim o g e nitu ra
lhe foi tira d a e dada aos filh os de José.

“Q u a n to aos lilh o s de Ruben, o prim o g ênito de Is ra e l; — porque êle era o


p rim ogênito, m as porque p ro fa n ara a cam a de seu pai, deu-se a sua p rim o g e n itu ra
aos filh o s de José, filh o de Is ra e l; para assim não ser contado na genealogia da
prim o g e nitu ra.
P o rque J u d á fo i poderoso entre seus irm ãos, e dele provém o p rín cip e ; po
rém a p rim o g e n itu ra fo i de Jo s é ” . ( I C ron. 5:1-2).
Referindo-se à im po rtanc ia relativa de J u d á a José, P a ulo disse:
“ V isto ser m an ife sto que nosso Senhor procedeu de J u d á e concernente a essa
tribu nunca M oisés falou de sacerdócio” . (H e b . 7: 14).

Q u a n d o se compreende estas bênçãos e promessas, é claro que as bênçãos de José, que


recebeu a prim o g e nitu ra, deu-lhe preferencia sêibre todos os filh os de Israel, inclusive Ju d á.
É p ro vive lm e n te devido ao fa to de que J u d á e seus descendentes (os ju d e u s ) se m antiveram
unidos que êles vieram a ser considerados com o os únicos Israelitas. X o s dias antigos, Israel
foi div id id a, com preendendo J u d á o gru po menor, sendo o gru po m aio r cham ado “ Isra el”.

“ E Jo a b deu ao rei a soma1 do núm ero do povo co ntado : e havia em Israel


oitocentos m il hom ens de guerra, que arrancavam espada; e os hom ens de Ju d á
eram quinhentos m il hom ens” ( I I Sam . 2 4 :9 ).
E disse o S e n h o r: “T am b ém a J u d á hei de tira r de diante de m in h a face,
com o tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Je ru salém que elegi, com o tam bém
a casa de que disse: E stará alí o m eu n o m e ” . ( I I Reis 23 :27).

C o n d u zid a por E p h ra im , Israel foi conduzida ao norte quando o R e in o de Israel foi ven­
cido pelos A ssírios, cerca de 721 A . I). e ja m a is voltou. F o ra m esparram ados entre as nações:

" . . . X ã o destruirei de todo a casa de Jacob, diz o Senhor. P o rq ue eis que


darei ordem e sacudirei a casa de Israel entre tôdas as nações, assim com o se
sacode o g rão no crivo, sem que caia na terra um só g r ã o ”. (A m ó s , 9 :8 - 9 ).

E n tã o A m ó s prom eteu que após êste esparram ento êles seriam reunidos novam ente. (V e ja
A m ó s 9:14-15). Considerem os m ais adiante a reunião de Israel nos ú ltim o s dias, com o p ro ­
m etido pelos profetas.

f
O LIVRO 1>L M O R M O X CUMPRE PROFECIAS WBLÍCAS

M o is é s a b e n ço o u Jo s é

Considerarem os ag o ra em seus detalhes, as promessas feitas a José e sua semente. V ere ­


mos as suas promessas n ão só fo ra m m aiores que as feitas a Ju d á, m as tam bém que José e Judá
fo ra m separados em duas grandes divisões, com o já m encionám os. José, após a dispersão de
Israel, deveria receber um a nova terra separada e d istinta da terra prom etida ocupada p rin c i­
palmente por Ju d á .
M oisés “abençoou os filh o s de Israel antes da sua m o rte ” (v e ja D eut. capítulo 3 3 ). R eco ­
menda-se aos leitores o relato das bênçãos, sugerindo-se a sua leitura cuidadosa, notando p a r­
ticularm ente a im po rtanc ia e sig nifica d o da bênção de José com parada com a dos seus irmãos-
Considerem os de fo rm a específica a bênção de Jo s é :

E de José disse: “ B em dita do S enhor seja a sua terra, com o m ais excelente
dos céus, com o orvalho, e com o abism o <|ue ja z abaixo.
E com as m ais excelentes novidades do sol e com as mais excelentes p ro ­
duções da lua.
E com o m ais excelente dos m ontes antigos e com o m ais excelente dos o utei­
ros eternos.
E com o m ais excelente da terra e com a sua plenitude, e com a benevolência
daquele que h ab itava na sarça, a bênção venha sobre a cabeça de José e sôbre o
alto da cabeça do que foi separado de seus irm ãos.
Lie tem a g ló ria do p rim o g ên ito do seu boi e as suas pontas são pontas de
u n ic ó rn io : com êles fe rirá os povos ju nta m e nte até as extrem idades da te rra :
êstes pois são os dez m ilhares de E p h ra im , e êstes são os m ilhares de M anassés.”
(D e u t. 33: 13-17).

A o ser esta bênção pro nunciad a por M oisés, o patriarca, é claro que tin h a em mente,
cm prim e iro lugar, a nova terra que seria dada a José e que seria abundantem ente abençoada
pelo senhor para pro du zir fruto s preciosos da terra e as coisas preciosas dos outeiros eternos
e dos m ontes antigos.
Q u a n d o os descendentes de José fo ra m conduzidos a esta terra da A m é ric a cerca de 600 B.C.,
foi-lhes dito que seria um a terra escolhida entre tôdas as outras. A leitura da bênção de M oisés
a José indica que M oisés estava im pressionado com êste fato e tentou assim descrevê-lo. Indicou
ainda que seria nos “m ontes a n tig o s ” e nos “outeiros eternos” .
A terra a que fo ra m conduzidos m ^ í t t e a n . » m —jratrr-jMMflpni-.il c|;l A m érica do Sul,
Central e do N orte, nas M o ntan ha s Rochosas, o que corresponde exatam ente à descrição de
M oisés.
M oisés indicou ain d a que a benevolência daquele que habitava na sarça (referindo-se ao
D eus de Israel que h ab itava na sarça ardente (v e ja Ê x o d o 3 :2 ) estaria sôbre José que foi
separado de seus irm ãos. Refere-se então à sua g ló ria como a do “p rim o g ên ito do seu b o i” ou
o p rim o g ênito ou herdeiro de seu pai, e já m encionám os com o José tornou-se o herdeiro da
p rim o g e nitu ra. M oisés considerou aind a o poder e autoridade que seriam dados à semente de
losé e acrescentou: “ Êle fe rirá os povos ju nta m e nte até as extrem idades da te rra : êstes pois
são os dez m ilhares de E p h raim , e êstes são os m ilhares de M anassés” . ( V e ja D eut. 33 :1 7 ).
Isto parece referir-se ao estabelecimento do reino de D eus sôbre a terra nestes últim os dias,
como já descrevemos anteriorm ente, e à reunião de Israel que considerarem os m ais adiante.

Ja c o b (Is ra e l) a b en ço o u Jo s é

O grande patriarca Jacob cham ou seus filh o s a êle e os abençoou pouco antes de sua m o rte:

“D epois cham ou Jacob a seus filhos, e disse: A juntai-vos, e anunciar-vos-hei


o que vos h á de acontecer nos derradeiros d ia s ;
A juntai- v o s e ouvi, filh o s de Ja c o b ; e ouvi a Israel vosso p a i”. (G en. 49:1-2).

O leitor deve estudar todo o capítulo, notando a gran de d ife re nça entre as respectivas
bênçãos.
Considerarem os agora, cuidadosam ente, a bênção especial que José recebeu de seu p a i:
2ti UMA OP.RA M ARAVILHOSA

“José é um ram o fru tífe ro , ram o fr u tífe ro ju n to à fo n te ; seus ramos correm


sòlire o m uro.
O s freoheiros lhe deram am a rg ura, e o frecliaram e aborreceram .
O seu arco, porém susteve-se no forte e os braços de suas m ãos fo ra m fo r ta ­
lecidos pelas m ãos do V alente de Jacob ( d ’onde é o pastor e a pedra d ’ Is ra e l).
l ’elo D eus de teu pai, o qual te a ju d a r á e pelo Todo-poderoso, o qual te
abençoará com bênçãos dos céus de cim a, com bênçãos dos peitos e da m adre.
A s bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais, até a extrem idade
dos outeiros eternos; elas estarão sôbre a cabeça de José e sôbre o alto da cabeça
do que foi sepaTado
de seus irm ã o s ” . (G e n. 4 9 :2 2- 2 6).

lis ta bênção j m u ito sem elhante à que foi dada por M oisés e começa referindo-se à terra
à qual a semente de José haveria de ir : “ U n i ram o fr u tífe r o ju n to à fo n te ; seus ram os correm
sôbre o m u ro ". Parece consistente d eduzir que o oceano era considerado com o o m uro sôbre
o qual os raivos de José deveriam correr “até a extrem idade dos outeiros eternos” . Jacob então
disse ([tie J o .é seria abençoado com “as bênçãos dos céus de c i m a . . . com bênçãos dos peitos
e da m ad re ” indicando que sua posteridade seria grande e que suas bênçãos excederiam as
bênçãos do seus p ais” .

O sig n ifica d o do So n ho d e Jo s é

Acrescentem os àquelas duas bênçãos o sonho de José em que êle viu os m olhos de seus irm ãos
inclinarem-se aos seu m olho. S o nh o u então que o sol e a luz e as onze estrelas lhe prestavam
obediência. ( V e ja Gênesis 37 :5 - 1 0 ; 44: 14). Perguntem -nos então o seguinte:
1. A B íb lia registra promessas a qualquer outro hom em , iguais a estas promessas, excepto
a feita a J u d á de que C risto v iria ao m u n d o através de sua semente?
2. A B íb lia registra o cum p rim e nto destas prom essas? O n d e ?
3. Concorda-se em geral que a B íb lia seja um registro dos Judeus, mas onde está o
registro de José e sua semente?
4. É razoável p resum ir que Deus fa ria m aiores promessas a José e sua semente do que a
qualquer outro gru po dos onze filh os de Jacob (Is r a e l) e sua semente e então não faze r com
que fosse m an tid o um registro do cum p rim e nto daquelas prom essas?

A V a ra de Jo s é — O L iv ro de M o rm o n

O Senhor não negligenciou êste assunto m u ito im portante, m as fez com que fosse m antido
um registro de suas relações com José e com sua semente com eçando com seus dois filhos,
K fr a in i e M anassés:

“ K veio a m im a palavra do Senhor, d ize n d o : T u, pois, ó filh o do homem ,


tom a um pedaço de m adeira e escreve nele. P o r lu d a h e pelos filh o s de Israel,
seus com panheiros. E tom a outro pedaço de m ad e ira e escreve nele: P o r José,
vara de E fr a im e por tôda a casa de Israel, seus com panheiros.
E a ju n ta um ao outro, para que se unam e se tornem um só na tua m ão.
I quando te falare m os filh os do teu povo. dize n d o : X ã o nos d eclararás o
que s ig n ifica m estas coisas?
T u lhes d irás : A ssim diz o Senhor le h o v a h . E is que eu tom arei a v a ra de
losé, que esteve na m ão de E f r a im e as tribus de Israel, suas com panheiras, e as
aju n ta re i à vara de Ju d ah , e farei delas um a só vara e elas se fa rão u m a só na
m in h a m ão.
O LIVRO I)K M O R M O N C U M P RE PROFECIAS BIBLÍCAS 27
E os pedaços de m adeira, sobre que houveres escrito, estarão na tua m ão,
perante os olhos deles." (E ze q . 37: 15-20).

N os tempos antigos era costume escrever em p e rgam in ho e enrolá-lo nu m a vara. Portanto,


quando esta ordem foi dada, foi o m esm o (|ue dizer que dois registros fossem mantidos- U m a
leitura cuidadosa ind icará que deveria v ir nas gerações fu tu ras (versículo 18) quando seus
filh os perguntassem o sig nifica d o deste m andam ento quando o S enhor tomasse a “ vara de
Tosé, que esteve na m ão, que esteve na m ão de E f r a im e as tribus de Israel suas com panheiras
e as aju n tare i à vara de Juclah e farei delas um a só vara e elas fa rão u m a só na m in h a m ã o ” .
N ote que o Senhor disse que faria isto e que as to rn aria um a em sua m ão. A g o ra , concor­
dando que a B íb lia seja a vara de Ju d á , onde está a vara de Jo s é ? P o d e rá alguém responder?
D eus m andou que fosse g uard ad o para registrar o cu m p rim e nto de suas m aiores promessas
feitas a José Seria, naturalm ente, um registro m an tid o nu m a outra terra, pois José deveria ser
“ separado de seus irm ã o s ” . P e la le itura desta escritura, é claro que o registro de Ju d ah , ou a
S anta B ib lia, perm aneceria com o povo e que o registro de Tosé seria acrescentado a ela e que
os dois se to rn ariam um.

A lg u é m poderá se opor a que D eus proceda exatam ente com o prom eteu a E zequiel que o
fa r ia ? P oderia esta promessa ser cu m p rid a de fo rm a m ais simples e p erfeita do que o foi a tr a ­
vés do aparecim ento do L iv r o de M o rm o n ? D eus conduziu u m ram o da. casa de José à A m érica
e ordenou que m antivessem registros de tôdas as suas atividades. O rd e n o u então que seu pro-
fefft M o ro n i, escondesse o sagrado registro no M onte C u m orah na parte ocidental do Estado
de N o v a Y o rk , nos Fritados U nido s da A m érica. Séculos m ais tarde êle enviou M o ro n i de
volta para entregar o registro a Josepli S m ith e deu-lhe poder para traduzi-lo com o au x ilio do
U r im e T u m im . Os livros fo ra m reunidos, con stitu ind o o com pleto cum p rim e nto de outra
g rande profecia. Q u e m deve se opor a que D eus faça o que prom eteu fa z e r? A té que alguém
possa explicar onde se encontra o registro de losé, o L iv ro de M o rm o n perm anecerá inegável
em sua a fir m a ç ã o de ser “a vara de Jo s é ”.

"U m a V o z do P ó "

Isaias viu o aparecim ento deste registro com o u m a voz de um feiticeiro, m u rm u ra n d o do p ó :


“ A i d 'A rie l, da cidade de A rie l, em que D a v id assentou o seu a r r a ia l! acres­
centai ano a ano e sucedam-se as festas.

C ontudo porei a A rie l em aperto, e h av erá pranto e tristeza : e ela será para
m im como A riel.
P orque te cercarei com o m eu a rra ia l e te sitiarei com baluartes e levantarei
tranqueiras contra ti.
E n tã o serás abatida, fa larás de debaixo da terra, e a tua fa la desde o pó
sairá fraca e será a tua voz d e ib aix o da terra com o a d'u m feiticeiro, e a tua
fa la assobiará desde o p ó ” . (Is a ia s 29: 1-4).

Isaias viu a queda de Ariel ou Jerusalém , n u m a época aind a m u ito fu tura, “acrescentai ano
a an o ” . Êle então parece ter sido levado em visão a testem unhar u m a destruição semelhante
das cidades de José “e ela será por m im com o A r ie l” . Êle então descreve com o êles seriam
cercados e como os baluartes seriam levantados contra eles. Êles seriam abatidos e fa la ria m do
chão. S u a fa la seria frac a d e ln ix o da te rra ; sua voz com o a de um feiticeiro, do sólo, m u rm u ­
ra ria desde o pó. Ê ób v io que a única m an eira que as pessoas m o rtas poderiam fa la r “debaixo
da te rra ” ou “ fraca desde o p ó ” seria pela palavra escrita, o que foi feito por êste povo a tra ­
vés do L iv ro de M o rm o n .
28 UMA OBRA M ARAVILHOSA

O P ro fe ta N e fi descreve êste acontecim ento nas seguintes p ala v ra s:

“ D epois <|ue meus descendentes e os descendentes de meus irm ãos tiverem


caido na incredulidade, e forem feridos pelos g e n tio s ; sim, depois <|iie o Senhor
D eus os h a ja cercado e sitiado com um m onte, e de haver levantado fortalezas
contra êles e depois de haverem sido arrastados na poeira e até depois que d e ix a ­
rem de existir, certam ente as palavras dos justos serão escritas e as orações dos
fié is serão ouvidas e todos os que degeneraram em incredulidade não serão es­
quecidos.
Porque os que serão destruídos lhes fa la rã o da terra, e suas palavras serão
com o um m u rm ú rio da poeira e sua voz será com o a de alg u ém que tem espírito
fa m ilia r ; porque o S enhor D eus lhe d ará o poder de sussurar sóbre êles, como
se saísse do solo ; e sua voz será um sussuro que sai da poeira.
P orque assim diz o S enhor D e u s : Êles escreverão as coisas que se hão de
passar entre êles, e serão escritas e seladas num livro e os que caíram 11 a incre­
dulidade n ão as terão, pois que procuram destruir as coisas de D e u s ” ( I I N e fi,
26: 15-17 - com pare com Isaias 29: 1-4).

Isaias não somente viu a destruição do seu p ov o ; que seriam a b a tid o s; que fa la ria m de­
b aix o da te rra ; que sua fala seria com o a de um feiticeiro, assobiando desde o pó, m as ta m ­
bém viu que tôda esta visão era representada por um liv ro selado:

“ Pelo que tôd a a visão vos é com o as palavras d ’um liv ro selado que se dá
ao que sabe ler, d ize n do : O ra , lê isto ; e êle d ir á : N ã o posso, porque está selado” .
(Is a . 29-11).

A pó s ter se encerrado esta visão, a voz do Senhor retornou a Isaias, dando-lhe a conhecer
da obra m aravilh osa e do assom bro que êle traria :

“ Porque o Senhor disse: Pois que êste povo se a p ro x im a de m im e com a


sua bòca e com os seus lábios me h on ra m as o seu coração se afasta para longe
de m im e o seu tem or para com igo consiste só em m andam entos de homens, em
que foi instruído.
Eis-que continuarei a faze r um a obra m aravilh osa no m eio deste p ov o ; um a
obra m arav ilh o sa e um assombro, porque a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o
entendim ento dos seus prudentes se esconderá”. (Is a ia s 29: 13: 14).

O aparecim ento do L iv ro de M o rm o n é a “obra m arav ilh o s a e o assom bro” e os hom ens


sábios e prudentes do m u nd o não podem d ar a êle nenhum a o utra e x plica ção além da relatada
por loseph S m ith que não a obteve e nem poderia fazê-lo, apenas pela le itu ra da B íb lia . Êle a
recebeu por revelação do Senhor, através do a n jo M o ro n i.

*
J-açamo-ú um inineirtdúa da a n a que ftad-dou

() 1im cie um ano é unia boa ocasião para fazermos um


inventário de nossas atividades. A o olharm os para o ano
que ae foi, será que nos veremos atravessando-o pelo cam inho
certo? R e alizám o s os objetivos a que nos propu ze m o s?
V is itám o s os doentes e os pobres em nosso ram o, sob a
direção da Presidencia do m esm o? L evám os conforto aos a fli­
tos ^ lis ta m o s cuidando de nossa fam ília, de nosso m a rid o e
de nossos lilhos?
E n s in a m o s o evangelho por exemplo e por preceito? A j u ­
dám o s a increm entar o a m o r pela religião, educação, cultura
e m aneiras?
Se puderm os dar u m a resposta a iir m a t iv a a tôdas estas
perguntas, teremos então um bom alicerce sôbre o cpial con
tin u a rm o s a edificar e a m elhorar a o rg a n iz a ç ão da Sociedade
de Socorro em nossos ramos. Se a nossa resposta não nos sa­
tisfizer, precisaremos então nos esiorçar u m pouco mais para
aproveitar ao m á x im o as o po rtu nid ade s de todos os dias. Exa-
minemo-nos e talvez to m em o s u m a resolução para o A n o N ovo
— -para cumpri-la.
C om o m em bros da Ig re ja sabemos que o objetivo p r in ­
cipal de nossas vidas é o de co nqu istarm o s na terra a nossa
salvação, para que a lg u m dia possamos reconquistar o nosso
lu g ar na presença de Deus e g ra d a tiv a m e n te nos aperfeiçoar­
mos, para nos to rn a rm o s perteitos «com o é perfeito o nosso
Pai que está nos céus».
Expressam os nossa sincera apreciação a tôdas vocês, nos
sas boas irm ãs da Sociedade de Socorro em tô d a a M issão B r a ­
sileira. N ós as estim am os m u ito e agradecemos pelos seus es­
forços. E n v ia m o s a tôdas, nossas sinceras saudações e votos
de Feliz N a ta l e de m u ito sucesso no ano que entra.

Dezembro de 1954 249


A. M. M.

PARA O MÚTUO
Se você foi escolhido para ser presi­ lições não se desempenhar a contento de
dente, conselheiro, ou secretário da M ú­ suas atividades, deverá ser desobriga­
tuo, uma grande responsabilidade pesa da, porém, de maneira adequada, com
sôbre seus ombros, carga que se torna­ amor e tato, para que não se ofenda e
rá leve e agradável se você aprender a para evitar danos desnecessários. É tam­
desempenhar-se de suas atividades com bém conveniente que escolha substitu­
amor e a procurar o conselho e a inspi­ tos para tomarem o lugar do instrutor
ração do Pai. regular quando êste não puder estar pre­
Se for presidente da M útuo, você é o sente. Os professores devem conhecer o
responsável pela excelência de tudo o programa a ser ensinado, e serem esti­
que for feito, seja para dar uma lição, mulados e encorajados a permanecerem
seja na direção de uma festa, ou qual­ em seu cargo por tempo suficiente para
quer outra atividade recreativa. De for­ que possam realizar um trabalho efici­
ma especial foi nomeado guardião do ente. Além de tudo, devem ler todo o
“ rebanho” da Mútuo, devendo fazer manual que for adotado.
com que tôdas as pessoas capazes, ati­ Haverá sempre um grande número
vas ou inativas, agressivas ou acanha­ de problemas vários para serem resolvi­
das, boas ou más, se tornem membros dos. Resolva-os com o conselho dos ou­
da sua M útuo, e recebam as bênçãos que tros membros da Presidência da Mútuo,
promanam deste inspirado program a. para que suas resoluções sejam sempre
É preciso que você anime e estimule os tomadas em harmonia com êles e que
seus auxiliares a organizarem suas ati­ possam agir como um unidade.
vidades, de forma que ninguém seja ne­ Enfim , caro presidente da Mútuo,
gligenciado. Esta responsabilidade cai você é o encarregado de tudo o que se
diretamente sôbre os hombros do Pre­ relacionar com a M útuo e de todos os
sidente da Mútuo. Finalmente, você tem jovens de seu ramo, quer venham à M ú ­
a tarefa de melhorar a si mesmo e de tuo, quer não, pelo seu bem estar espi­
aumentar suas aptidões como lider. Des­ ritual, na noite em que se realizar a M u­
ta maneira você crescerá em poder e efi­ tuo e em tôdas as outras. Proteja-os e
ciência e seu cargo será uma fonte ine- defenda-os contra os males, seja um
xaurível de novas e inesquecíveis expe­ campeão de suas causas, aconselhe-os
riências. Lembre-se de que os líderes e os dirija; dê a êles uma oportunidade
não nasceram líderes mas se tornaram para obterem recreação, instrução, e de­
líderes. Talvez você pense que a tarefa senvolvimento. Procure conhecer tôdas
seja muito grande. Tem razão! A tare­ as suas possibilidades, todo o material
fa é grande, mas não grande demais. de que dispõe e compreender bem a po­
O Senhor prometeu que “aquele dentre sição da M útuo dentro da nossa Igreja.
vós que for fraco daqui em diante será Neste fim de ano, é a nossa sincera
feito forte” (D .C . 50 :1 6 ). oração que a Mútuo, sob a orientação
É preciso que você se rodeie de pro­ de sua presidência, possa alcançar gran­
fessores capazes de se desempenharem des realizações. Acima de tudo, deseja­
sua tarefa. Se a pessoa encarregada das mos que possam encontrar alegria e sa-

250 A L IA H O N A
GENEALOGIA

Existem grandes sacrifícios?


Pelo Elder T H E R O N D. M1TCHELL

“ Nesta Igreja não existem grandes possa acontecer na terra hoje. Suponha­
sacrifícios. Pode haver grandes respon­ mos que nossos pais tivessem inocente­
sabilidades, mas elas são acompanhadas mente sido lançados numa prisão. Não
de grandes bênçãos” . Estas poucas pa­ seria grande o nosso sofrimento? Supo­
lavras, pronunciadas pelo Bispo Thorpe nhamos agora que poderiamos libertá-
B. Isaacson, contém muita verdade. As­ los mediante certas provas e documen­
sumem um significado especial para nós tos e que assim poderiamos tê-los no­
quando as relacionamos às revelações vamente ao nosso lado, gozando liber­
do Senhor e aos ensinamentos do Pro­ dade. N ão nos empenharíamos com tô­
feta Joseph Smith. Um dos ensinamen­ da a nossa capacidade para conseguir
tos mais importantes que dele recebemos os documentos necessários e libertá-los?
nos veio em Abril de 1844, quando o Nenhum de nós descançaria até que ti-
profeta pronunciou o que tem sido con­ vessemos feito tudo o que estivesse ao
siderado por alguns como o seu maior nosso alcance. E quão felizes seriamos
sermão, perante vinte mil santos reuni­ se pudessemos saber com certeza que
dos em Nauvoo. Êle apresentou alguns estavam libertos e se pudessemos abra­
dos princípios mais adiantados de ver­ çá-los ouvindo seus agradecimentos vin­
dade eterna jam ais transmitidos à Igre­ dos do âm ago do seu coração.
ja. No auge do seu fervor, êle fez a se­
D a mesma forma, muitos dos nos­
guinte afirmativa que para nós tem
sos queridos pais e ancestrais, que fa­
grande significado:
leceram sem a glória do reino de Deus
“A maior responsabilidade que sentem a insuportável carga de um Sa­
Deus colocou sôbre nós neste m un­ tanás tirano, uma angústia muito maior
do é a de buscar os nossos mor­ que a sofrida na pior das prisões, até que
tos” . nós completemos nossa genealogia, e
Considerando que as grandes res­ consigamos as informações pelas quais,
ponsabilidades trazem grawdes bênçãos, por intermédio do meio previsto pelo Se­
e que a nossa maior responsabilidade é nhor, nos Templos Santos, êles serão
a de buscar os nossos mortos, podemos libertos e verão assegurada a sua en­
divisar as grandes bênçãos e a alegria trada no reino de Deus. Então nós, e
que poderão nos advir ao completarmos aqueles cujo trabalho foi realizado, re­
nossas genealogias. Examinemos por ceberemos as maiores bênçãos, pois se­
um momento as formas pelas quais a remos merecedores das maiores respon­
busca aos nossos mortos poderá nos sabilidades. Q uão grande será a satis­
acarretar alegria. Imaginemos algo que fação de todos nós no Reino dos Céus.

tisfação em sua obra e que estejam de­ de mediocridade, todos os líderes da


sejosos de caminhar a milha extra a ser­ M útuo possam manter a excelência e os
viço da mocidade. Finalmente, expres­ altos padrões dos quais a organização
samos nosso desejo de que nesta época sempre foi 11111 símbolo.

Dezembro de 1954 251


E S C O L A D O M I NI CA L
J> I SC I P L I N A
E A ESCOLA DOMINICAL EXEMPLAR

Várias pessoas têm nos pedido su­ classe no próximo domingo como os
gestões a respeito da disciplina, espe­ pescadores no Mar da Galilea pescavam
cialmente nas classes. e como lançavam suas redes, o que o
Alguns professores consideram a menino fez.
disciplina como uma espécie de regra 0 professor havia se utilizado das
de ferro, de autoridade repressiva que coisas em que o menino estava interes­
garante a ordem para o ensino. A dis­ sado, para atrair a atenção e interesse
ciplina é inherente ao bom ensino. Um através de participação ativa da classe
professor bem preparado dirige os inte­ nas lições. A classe melhorou em fre­
resses e energias dos seus alunos de for­ quência e não mais houve o problema
ma tal que é impossível haver desordem. de disciplina.
A mente humana é constituída de ma­ Manter disciplina não consiste de
neira que é impossível ela dar atenção constantemente se dizer não ao aluno
a duas coisas ao mesmo tempo. Uma li­ pois isto poderá arruinar a sua boa von­
ção bem preparada, atrai a atenção e tade.
interesse do aluno. E qual aula não pode A disciplina, entretanto, consiste na
ser feita interessante se preparada dili­ orientação de atividades produtivas, que
gentemente por um professor compreen­ possam criar uma atmosfera de esforço
sivo? A motivação pode assegurar a intelectual em que todos os alunos do
atenção do aluno, fascinando-o. Entu­ grupo possam seguir com proveito seus
siasma-se em responder uma pergunta próprios interesses e ao mesmo tempo
que o faça pensar. permitir que outros façam o mesmo li­
Houve certa vez uma classe tão in­ vres de interferência.
subordinada que havia pràticamente ex­ Procure interessar os alunos com
pulso os seus três professores anterio­ elementos que lhes despertem interesse.
res. O quarto professor notou a indisci­ É preciso que o bom professor volte pa­
plina no primeiro dia e observou quem ra a idade dos alunos e procurem agir
era o causador e resolveu cultivá-lo. Le­ à altura da classe. É inútil usar pala­
vou-o para pescar. Foi o menino que vras complicadas e difíceis para as cri­
apanhou mais peixes. O professor então anças da Escola Dom inical.
pediu ao menino que fosse à escola do­ Se todos os professores se dedica­
minical no domingo seguinte para con­ rem profundamente à sua tarefa de edu­
tar à classe sôbre a pescaria e como êle car, preparando suas lições com ante­
havia fisgado maior número de peixes cedência e apreciando realmente o seu
que o professor. Naquele domingo hou­ trabalho, não haverá nunca o problema
ve muito menos indisciplina na classe. da disciplina.
A seguir o professor pediu ao menino Neste fim de ano, congratulamo-nos
que no domingo seguinte fosse contar com os professores da Igreja, pelo óti­
que espécies de peixes existiam nos rios mo trabalho que executaram durante o
das redondezas e quais os métodos uti­ ano que se finda e fazemos votos para
lizados para a sua pescaria. Naquele que o Senhor os inspire sempre na ele­
domingo a aula também foi um sucesso. vada missão de educar as crianças no
A classe estava estudando a vida de caminho estreito que conduz à salvação,
Cristo. O professor então pediu ao me­ que é o mesmo caminho que conduz à
nino que se preparasse para contar à verdadeira felicidade na terra.

252 A L IA H O N A
"Eis aqui vos trago novas de grande alegria que será para lodo o p o v o "

O caminho da alegria
Quantos de vocês já partilharam da meios pelos quais os homens poderão
alegria da manhã de Natal de uma cri­ atingi-lo. N ão nos poria num mundo on­
ança? Pode se lembrar da expressão an- de o conhecimento e a experiência sem­
ciosa e excitada em sua face ao correr pre crescente nos trouxessem capacida­
para o local onde deixara os sapatos pa­ de cada vez menores para experimentar
ra receberem os presentes do Papai a alegria, tendo a resignação como ún i­
Noel? Nenhum pai ou mãe perderia ca alternativa à miséria. Nem esperaria
tal cena. A alegria de um pequenino é Êle que construíssemos uma vida ale­
tão completa que transborda para en­ gre sôbre frágil alicerce de ilusões in­
cher os corações daqueles que chegaram fantis.
à idade em que não mais são visitados Apesar das crianças parecerem na­
por Papai Noel. turalmente mais felizes do que os adul­
Uma das fases mais tristes do cres­ tos, isto não é verdade em todos os ca­
cimento é a perda aparentemente inevi­ sos. Alguns mais afortunados parecem
tável da habilidade de apreciar tão com­ ter encontrado a fórm ula de uma vida
pletamente muitas coisas que trouxeram verdadeiramente feliz. O fato de existi­
alegria suprema na infância. Um adulto rem tantos que aprenderam a ser feli­
raramente sente, mesmo por um momen­ zes, é encorajador. O que êles fizeram,
to, a alegria pura que em ocasiões como outros também poderão fazer.
as do Natal êle em outros tempos go­ Analisemos as qualidades que tais
zou. As responsabilidades cada vez pessoas possuem. Um dos seus atribu­
maiores em contato com o mundo de tos característicos, é a sua capacidade
hoje, não podem deixar de revelar a dis­ de esquecerem-se de si próprios. Consi­
paridade entre o real e muitas das ilu­ deremos o homem que gosta de ver o
sões infantis. As ilusões precisam par­ jogo de futebol tôdas as semanas. Che­
tir mas, infelizmente, muito da capaci­ ga em casa dizendo: “ O jôgo hoje foi
dade de gozar o que a vida pode tra­ form idável!” Por que êle o apreciou tan­
zer parte com elas. Uma criança morde to? Porque durante tôda a tarde êle es­
uma maçã com certeza de que está boa queceu-se de si mesmo. Associou-se aos
até o caule. N ão é assim com um ad ul­ jogadores no campo e viveu as suas
to. Apesar dele apreciar a maçã, a ale­ emoções. Se êle tivesse passado a tarde
gria de mastigá-la é dim inuída pelo pen­ tôda pensando como a chuva caia inter­
samento sempre presente de que a pró­ mitentemente ensopando-o, como os
xima mordida poderá mostrar um bicho seus irriquietos vizinhos lhe davam co­
que nela se oculta. toveladas nas costelas, chegando mes­
“ Os homens existem para que tenham mo a derrubar o seu chapéu; como esta-
alegria” . Esta é uma conhecida afirm a­ vam frias as suas orelhas, ou como seus
tiva do profeta Lehi. Se for verdadeira, pés estavam cansados, sua tarde estaria
como o professam os Santos dos Últi­ longe de agradável. Tôdas estas coisas
mos Dias, deve ser propósito do homem foram esquecidas porque êle projetou
aumentar sempre e não dim inuir a sua seu interesse além do seu próprio bem
capacidade de se alegrar. Além disso, se estar.
o próprio Senhor disse através de seu Para contrabalançar tôdas as influ­
servo que a felicidade é um gol para o ências que se opõem aos esforços do ho­
indivíduo, Êle deve ter providenciado mem para encontrar a felicidade, a ale­

Dezembro de 1954 253


gria momentânea de um jogo de fute­ uma fé satisfatória, um propósito moti­
bol é insignificante. N ão obstante, o ho­ vador e um incentivo para servir os ou­
mem que assim aprendeu a se afastar de tros e portanto não encontram a verda­
si mesmo está em melhor condição do deira alegria de viver. De tempos em
que o eterno pessimista que nada pode tempos suas vidas podem ser iluminadas
ver de bom na vida. por prazeres momentâneos, mas ao dis­
Contudo, há um outro meio de se sipar-se a nuvem passageira de felici­
afastar de si mesmo, e que traz alegrias dade a vida em si mesmo não é mais ale­
mais nobres e mais duradouras. É a boa gre do que fora antes. O que êles bus­
vontade expressa em serviços prestados cam parece desaparecer sempre como
uma miragem.
ao próximo. Pode ser somente o esforço
Apesar de parecer um paradoxo, a
de um sorriso consciente; pode ser a
verdade é que muitas pessoas empenha­
simples cortesia de abrir uma porta; po­
das na procura da felicidade não podem
de ser o esforço de horas gastas traba­
encontrá-la porque seus corações e suas
lhando num grupo para promover o bem mentes estão voluntàriamente fechadas
estar da comunidade; pode ser o esfor­ para a resposta verdadeira e total ao
ço dirigido de milhares de formas dife­ seu dilema. Aquela resposta é encontra­
rentes para o bem de outrem. Qualquer da nas simples palavras faladas há dois
que seja o serviço, se for prestado com mil anos atraz por um mensageiro en­
tôda sinceridade e alegria de coração, viado da presença do Senhor que possui
não pode deixar de trazer alegria ao as chaves de tôda a felicidade dos ho­
prestador. mens: “ N ão temais, porque eis aqui vos
Não obstante, apesar da prontidão trago novas de grande alegria que será
para auxiliar outrem abrir um caminho para todo o povo” . Aquelas novas anun­
excelente em direção à felicidade, não é ciavam o nascimento de Jesus Cristo
em si suficiente para trazer aquela ale­ cujos ensinamentos trazem a mais pode­
gria que 6 o objetivo eterno do homem. rosa combinação de fé, propósito e in­
Há outras qualidades às quais deve ser centivo para servir, que o homem jam ais
acrescentada: propósito inteligente e fé recebeu. Em tôdas as idades, nada se
na grande possibilidade na vida de feli­ equiparou à mensagem de Jesus Cristo
cidade para todos os homens que estão em trazer alegria à hum anidade. Hoje
desejosos de recebe-la. Os três andam em dia aquela mensagem ainda é o úni­
de mãos dadas. A falta de fé é futilida­ co e completamente satisfatório guia pa­
de; a falta de propósito é am bigüidade; ra a felicidade.
a falta de utilidade é estagnação. Jun­ Os homens existem para que tenham
tos êles podem preparar um homem para alegria, e para isto lhes foi dado o Evan­
fazer da sua uma vida de crescente ale­ gelho de Jesus Cristo. Sob a influência
gria, de dia a dia e de ano em ano. de seus princípios, a alegria de uma m a­
É fácil falar de prontidão para ser­ nhã de Natal poderá ser apenas um pre­
vir, de propósito inteligente e de fé, mas lúdio para maior felicidade à medida
há milhões de pessoas sôbre a terra que que os anos passam em direção à eter­
não as possuem. Êles não conquistaram nidade.

Quem enxuga lágrimas alheias nao tem tempo para chorar.


Fernando de ^Magalhães

254 A L IA H O N A
K kler M K R R I L I ’. F R O S T

Foi escolhido o novo Conselheiro da Missão


0 Elder Merrill F. Frost foi escolhi­ Q uando recentemente teve que esco­
do para substituir o Elder W illiam V. lher entre permanecer no Brasil e termi­
Larsen como segundo conselheiro do nar sua missão ou regressar mais cedo
Presidente Asael T. Sorensen na Presi­ ao seu país para que pudesse gozar as
dência da Missão Brasileira. vantagens do auxílio financeiro para sua
O Elder Frost foi chamado para ser­ educação universitária, que lhe seria
vir como missionário quando pertencia concedido pelo govêrno por ser vetera­
à Primeira Ala de Denver, onde seus pa­ no da Coréia, o Elder Frost orou ao
rentes residem. São seus pais John F. Pai e decidiu permanecer, afirm ando:
Frost e Mabel Vincent. Após formar-se “outros puderam estudar sem o auxílio
na escola, êle serviu durante quatro anos do govêrno e estou certo de que o Se­
na marinha americana e durante aquele
nhor me abrirá tôdas as portas” . Pouco
tempo foi o lider do seu grupo de San­
tempo depois o Congresso dos Estados
tos dos Ültimos Dias a bordo, e tambem
Unidos aprovou uma lei extendendo
assistente do capelão do navio. Ao vol­
tar a Denver, após ter dado baixa, o E l­ por mais um ano o prazo para o apro­
der Frost informou ao seu Bispo que de­ veitamento de tal auxílio financeiro.
sejava servir como missionário e que No dia 4 de novembro último, o E l­
para tal fim havia enconomizado seu der Frost foi abençoado para a sua no­
dinheiro. va posição.
I
Dezembro de 1954 255
Lição para os mestres visitantes do Ramo
Lição I J a n e iro 1955
l A r t i g o de Fé: “ Cremos em Deus, o P ai Eterno, e em Seu filho Jesus
Cristo, e no Espírito Santo .”

FÉ EM DEUS
Em Deus se concentra toda a fé religiosa. Portanto é de grande im ­
portância possuir um conhecimento de sua existência, personalidade e
atributos. Há, de um modo geral, três métodos pelos quais a hum ani­
dade obtem o conhecimento da D ivindade: Tradição, Raciocínio e Re­
velação.
As tradições são transmitidas de geração em geração, anteriormente
à época dos registros históricos escritos, os quais, por sua vez, são prova
da existência da Divindade e dos seus convênios com os homens. A Bíblia,
o mais antigo de todos os registros, menciona Deus como o criador de
todas as coisas (Genesis l : l ) . Antigamente, Êle se revelou aos nossos
primeiros pais mortais, Adão e Eva. Eles, por sua vez ouviram a Sua voz
no Jardim do Eden (Moisés 4 :1 4 ), e após a transgressão, continuaram
a pedir o Seu auxílio. Por conseguinte, levaram consigo, após a expulsão
do Jardim, o conhecimento pessoal da sua existência. Veja Genesis, C a p í­
tulo 1; Pérola de Grande Valor, Moisés, Capítulo 4. Portanto, desde os
primórdios do mundo a humanidade conseguiu obter o conhecimento de
Deus e seus atributos por intermédio das tradições e história.
O Raciocínio confirma a Sua existência. O homem está impressio­
nado com a ordem e sistema existentes na criação; a seqiiencia das esta­
ções, o ciclo da água do mar às nuvens e das nuvens à terra, a ordem do
universo, o mecanismo e perfeição do corpo humano. “Como a casa é
construída por um homem, quem cria todas as cousas é Deus.” (He-
breus 3 :4 ). E ’ a Revelação, todavia que dá ao homem a certeza inaba­
lável da existência da Divindade. Tanto a Bíblia como o Livro de M or­
mon contêm numerosas revelações da existência de Deus e da Sua apa­
rição aos seus servos e profetas. Mas a dispensação atual foi altamente
favorecida com uma das mais gloriosas revelações jam ais dadas ao mun­
do. No início da Primavera de 1820, num bosque, no Estado de Nova
York, José Smith viu Deus e o seu filho Jesus Cristo. Ele tanto ouviu a
sua voz como sentiu a impressão e o poder da sua divina presença. Ja­
mais um ente mortal recebeu uma visão tão gloriosa como a que o jovem
José recebeu naquela ocasião. Q uando êle surgiu do bosque naquela m a­
nhã de Primavera, tinha um conhecimento mais perfeito de Deus e seu
Filho Bem Amado do que qualquer outra criatura. No dia 16 de Feve­
reiro de 1832, José Smith e Sidney Rigdon viram o salvador do mundo
e com êle conversaram numa visão celestial. Ver D. & C. 76: 19-24. Mais
uma vez, no dia 3 de Abril de 1836, no Templo de Kirtland, o Salvador
apareceu a José Smith e Oliver Cowdery. Leia o que eles dizem — D. & C.
110:2-4. Todos os membros da Igreja merecem um testemunho indivi­
dual da existência de Deus, dos seus atributos, e da sua relação a Ele.

256 A L IA H O N A

9
O NATAL NA CHINA

O N atal na China é o climax


de muitos dias de preparação. N a
noite da véspera de N atal, o povo
veste seus costumes mais colori­
dos, traz suas melhores lanternas
e passeia pelas ruas tortuosas can­
tando canções de N atal acom pa­
nhado por um bandolin. Os can­
tos são interrompidos pelo pipo­
car dos jogos de artifício anun­
ciando a meia noite. As crianças
chinesas chamam sua árvore de
árvore da luz e não de Natal, como
nós o fazemos. Sua árvore não tem
velinhas mas é decorada com flo­
res de papel de cores vivas, cor­
rentes de papel colorido e flocos
de neve de algodão.
GEMAS FILOSÓFICAS
Todo o meu saber consiste em saber que nada sei.
Sócrates
• -------

N ão é o que oferecemos, mas o modo pelo qual oferecemos que de­


termina o valor do presente.
IVeech

Sempre considerei o ateismo como grande prova de razão avariada,


pois é tão ridículo afirm ar que a form ação do mundo não presume a exis­
tência de um arquiteto supremo, como seria impertinente sustentar que
um relógio não presume a existência de um relojoeiro.
Voltaire
o

Gargalhadas estrondosas são o prazer da multidão, que so se en­


canta com coisas tolas; pois o verdadeiro espirito ou bom senso nunca
excitou um a gargalhada, desde a criação do mundo. Por isso se vê um
homem de talento sorrir, mas nunca se lhe ouve gargalhar.
Lord Cliesterfield

E X P E D ID O PELO E D IT O R TAXA PAGA


«A LIAHONA»
N ão sendo reclamado dentro dc 30 dias,
roqa-se devolver à
C A IX A P O S T A L , 862
SAO PAULO — B R A S IL

_______________ i
G r á fic a Irm ã o s C a n to n Ltcla. - R ib e iro de L im a , 332 - F one 34-2342

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