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O CORDÃO DE TRÊS DOBRAS –

ORAÇÃO PELA FAMÍLIA

Que nenhuma família comece em qualquer de repente

Que nenhuma família termine por falta de amor

Que o casal seja um para o outro de corpo e de mente

E que nada no mundo separe um casal sonhador

Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte

Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois

Que ninguém os obrigue a viver sem nenhum horizonte

Que eles vivam do ontem, do hoje em função de um depois

Que a família comece e termine sabendo onde vai

E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai

Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor

E que os filhos conheçam a força que brota do amor

Abençoa, Senhor, as famílias. Amém

Abençoa, Senhor, a minha também

Abençoa, Senhor, as famílias. Amém

Abençoa, Senhor, a minha também

Que marido e mulher tenham força de amar sem medida

Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão

Que as crianças aprendam no colo, o sentido da vida


Que a família celebre a partilha do abraço e do pão

Que marido e mulher não se traiam, nem traiam seus filhos

Que o ciúme não mate a certeza do amor entre os dois

Que no seu firmamento a estrela que tem maior brilho

Seja a firme esperança de um céu aqui mesmo e depois

Que a família comece e termine sabendo onde vai

E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai

Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor

E que os filhos conheçam a força que brota do amor

Abençoa, Senhor, as famílias. Amém

Abençoa, Senhor, a minha também

Abençoa, Senhor, as famílias. Amém

Abençoa, Senhor, a minha também

A Bíblia diz em Eclesiastes 4.9-12 que “melhor é serem dois do que um”, mas termina
falando sobre o cordão de três dobras e revelando que é melhor serem três do que dois. Fica
implícito que a conta de uma terceira dobra no cordão está mostrando que o “time”
aumentou.

“Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras
não se rebenta com facilidade.” (Eclesiastes 4.12)
Salomão afirma que se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão. Isto
mostra que um cordão dobrado oferece maior resistência. Porém, ao acrescentar-se uma
terceira dobra, ele fica ainda mais resistente! Se há benefícios em ser dois, há muito mais
em ser três!

Como já afirmamos, Salomão não fez esta afirmação direcionada exclusivamente ao


casamento; ele fala de relacionamento de um modo geral. E, em qualquer relacionamento, a
terceira dobra poderia ser mais uma pessoa. Porém, quando examinamos a revelação bíblica
acerca do casamento, descobrimos que, no modelo divino, deve sempre haver a participação
de uma terceira parte. E isto não fala da presença de algum filho e nem tampouco de um
(abominável) triângulo amoroso! Fala da participação do Senhor no casamento.

A presença de Deus é a terceira dobra e deve ser cultivada na vida do casal. Adão e Eva não
ficaram sozinhos no Éden, Deus estava diariamente com eles e, da mesma forma como
idealizou com o primeiro casal, Ele quer participar do nosso casamento também!

Vemos esta questão do envolvimento de Deus na união matrimonial sob três diferentes
perspectivas:

1. Deus como parte do compromisso do casal;


2. Deus como fonte de intervenção na vida do casal;
3. Deus como modelo e referência para o casal.
UMA DUPLA ALIANÇA
Como já afirmamos no primeiro capítulo, o casamento é uma aliança que os cônjuges
firmam entre si e também com Deus. O Senhor, através do profeta Malaquias, referiu-se ao
casamento como sendo uma aliança entre o homem e a sua mulher:

“Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com
a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança”.
(Malaquias 2.14)
A esposa foi chamada por Deus como “a mulher da tua aliança”, o que deixa claro qual é o
enfoque bíblico do casamento. Esta aliança matrimonial não é apenas uma aliança dos
cônjuges entre si, mas do casal com Deus. O matrimônio, portanto, é uma dupla aliança.
Malaquias diz que Deus se faz presente testemunhando a aliança do casal. O mesmo
conceito também nos é apresentado no livro de Provérbios:

“Para te livrar da mulher adúltera, da estrangeira, que lisonjeia com palavras, a qual
deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus”. (Provérbios
2.16,17)
Novamente as Escrituras condenam o abandono ao cônjuge, pois neste texto, assim como
em Malaquias, a infidelidade é abordada. Nesta situação, é a mulher quem foi infiel ao
amigo de sua mocidade e é chamada de alguém que se esqueceu da aliança do seu Deus. A
palavra “aliança”, neste versículo de Provérbios, fala não apenas da aliança entre os
cônjuges, mas da aliança deles com Deus. Fala da obediência que alguém deve prestar à Lei
do Senhor e também se refere ao matrimônio como uma aliança da qual Deus quer
participar.
No Antigo Testamento vemos Deus, por intermédio de Moisés, seu servo, entregando a
Israel dez mandamentos que se destacavam de todos os demais. Eles foram chamados de
“as palavras da aliança”:

“E, ali, esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem
bebeu água; e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras”. (Êxodo
34.28)
Um destes mandamentos mostra que preservar o casamento não é apenas uma obrigação da
aliança contraída entre os cônjuges; é parte da aliança firmada com o próprio Deus: “Não
adulterarás” (Êx 20.14). As ordenanças do Senhor foram escritas (incluindo a ordem de não
adulterar) e o livro onde foram registradas passou a ser chamado de “o livro da aliança”:

“Moisés escreveu todas as palavras do Senhor… E tomou o livro da aliança e o leu ao


povo; e eles disseram: Tudo o que falou o Senhor faremos e obedeceremos. Então,
tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da
aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras.” (Êxodo
24.4a,7,8)
Portanto, o casamento é uma dupla aliança; é uma aliança dos cônjuges entre si, mas
também é uma aliança de ambos com Deus. Logo, o Senhor está presente na aliança, no
compromisso do casamento. Esta é uma das formas em que Deus pode ser a terceira dobra
no relacionamento conjugal.

EDIFICAR COM A BÊNÇÃO DE DEUS


Outra forma como Deus pode e quer participar no casamento é podendo intervir, agir em
nossas vidas e relacionamento conjugal. Não temos a capacidade de fazer este
relacionamento funcionar somente por nós mesmos; aliás, temos que admitir nossa
dependência de Deus para tudo, pois o Senhor Jesus Cristo mesmo declarou: “sem mim
nada podeis fazer” (Jo 15.5). A Palavra de Deus nos ensina que precisamos aprender a
edificar com a bênção de Deus, e não apenas com nossa própria força e capacidade:

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não
guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” (Salmo 127.1)
“Edificar a casa” é uma linguagem bíblica para a construção do lar, não do prédio em que se
mora. Provérbios 14.1 declara que “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com
as próprias mãos, a derriba”. Isto não quer dizer que temos uma mulher “pedreira” e outra
“demolidora”, pois o texto fala do ambiente do lar e não de um edifício físico.
Há ingredientes importantes para edificação da casa (Pv 24.3), mas o essencial é cultivar
diária e permanentemente a presença de Deus.

PARECIDOS COM DEUS


Uma outra maneira como Deus se torna parte em nosso casamento é como modelo e
referência para nossas vidas. O Senhor é o padrão no qual devemos nos espelhar!

“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.” (Efésios 5.1)


O Novo Testamento revela com clareza que o plano divino para cada um de nós é
conformar-mo-nos com a imagem do Senhor Jesus Cristo:

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem


conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos
irmãos.” (Romanos 8.29)
As Escrituras declaram que fomos “predestinados” (destinados de ante-mão) para sermos
conformes à imagem de Jesus! Cristo é nosso referencial de conduta; o apóstolo João
declara que “aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele
andou” (1 Jo 2.6). O apóstolo Pedro afirmou que devemos seguir os Seus passos, o que
significa: caminhar como Ele caminhou (1 Pe 2.21). A transformação que experimentamos
na vida cristã é progressiva (a Bíbia chama “de glória em glória) e tem endereço certo:
tornar-nos semelhantes a Jesus (2 Co 3.18).

O Senhor Jesus atribuiu ao “coração duro” o grande motivo da falência do matrimônio (Mt
19.8). As promessas de Deus ao Seu povo no Antigo Testamento eram de um transplante de
coração (Ez 36.26); o Senhor disse que trocaria o coração de pedra (duro, da natureza
humana decaída) por um coração de carne (maleável, com a natureza divina). A nova
natureza deve afetar nosso casamento. Se Deus passar a ser o modelo ao qual os cônjuges
buscam se conformar, certamente se aproximarão um do outro e viverão muito melhor!

Pense em dois cônjuges cristãos manifestando as nove características do fruto do Espírito


(Gl 5.22,23): “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio”. Se manifestarmos a natureza de Deus, andaremos na plenitude
do propósito divino para os relacionamentos.

Cresci ouvindo meu pai dizer (e aplicar em relação ao casamento) o seguinte: “Quando duas
coisas se parecem com uma terceira, forçosamente serão iguais entre si”. Ele dizia que se o
marido e a mulher vão se tornando parecidos com Deus, então eles ficam mais parecidos
um com o outro. No ano de 1995, quando eu era ainda récem-casado, eu vi num curso do
“Casados Para Sempre”, ministrado pelo Jessé e Sueli Oliveira (hoje presidentes nacionais
do MMI – Marriage Ministries Internacional), uma ilustração interessante: um triângulo que
tinha na ponta de cima palavra “Deus” e nas duas de baixo as palavras “marido” e “esposa”.
Nesta ilustração eles nos mostraram que quanto mais o marido e a esposa subiam em
direção a Deus, mais próximos ficavam um do outro. Nunca mais eu a Kelly esquecemos
este exemplo.

Quero falar de apenas três (entre muitos) valores que encontramos na pessoa de Deus e que
deveríamos reproduzir em nossas vidas. Certamente muitos casamentos podem ser salvos
somente por praticar estes princípios: amar, ceder e perdoar.

Amar
Se Deus será parte de nosso casamento como modelo e referência, então temos que
aprender a andar em amor, uma vez que as Escrituras nos revelam que Deus é amor (1 Jo
4.8). A revelação bíblica de que Deus é amor não foi dada apenas para que saibamos quem
Deus é, mas para que nos tornemos imitadores d’Ele:

“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também
Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em
aroma suave.” (Efésios 5.1,2)
Há diferentes palavras usadas no original grego (língua em que foram escritos os
manuscritos do Novo Testamento) para amor: “eros” (que retrata o amor de expressão
física, sexual), “storge” (que fala de amor familiar), “fileo” (que aponta para o amor de
irmão e/ou amigo), e “ágape” (que enfoca o amor sacrificial). Quando a Bíblia fala do amor
de Deus, usa a palavra “ágape”; este é o amor que devemos manifestar! Ao escrever aos
coríntios, o apóstolo Paulo ensina como é a expressão deste amor:

“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se
ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se
exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a
verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13.4-7)
Se imitarmos a Deus e manifestarmos este tipo de amor, as coisas certamente serão bem
diferentes em nosso matrimônio!

Ceder
A grande maioria das brigas e discussões gira em torno de quem está certo, de quem tem a
razão. Muitas vezes, não vale à pena ter a razão; há momentos em que a melhor coisa é
ceder, quer isto seja agradável, quer não! Observe o que Jesus Cristo nos ensinou a fazer:
“Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face
direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica,
deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.
Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.” (Mateus
5.39-41)
Se seguirmos a Deus, como nosso modelo e referencial, e aos seus princípios, o casamento
tem tudo para funcionar. O matrimônio não é um desafio por causa da pessoa com quem
convivemos, e sim porque este convívio suscita nossa carnalidade e egoísmo e mostra quem
nós somos! A dificuldade não está no cônjuge e sim em nossa inaptidão em ceder. Se
amadurecermos nesta área, nossa vida conjugal definitivamente colherá os frutos.

Perdoar
Se imitarmos nosso modelo e referencial, que é Deus, e perdoarmos como Ele perdoa –
como um ato de misericórdia e não de merecimento, incondicional e sacrificialmente –
levaremos nosso relacionamento a um profundo nível de cura, restauração e intervenção
divina. A instrução bíblica é muito clara em relação a isto:

“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.” (Efésios 4.32)
Concluindo, sem Deus (presente, intervindo e como nosso referencial) no casamento será
impossível viver a plenitude do propósito divino para o matrimônio. Mesmo um casal que
nunca se divorcie, viverá toda sua vida conjugal aquém do plano de Deus; por melhor que
pareça sua relação matrimonial aos olhos humanos, ainda estará distante do que poderia e
deveria viver.

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