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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ

CAMPUS: PARNAÍBA
CURSO: LICENCIATURA EM QUÍMICA
DISCIPLINA: ANÁLISE QUÍMICA QUALITATIVA
PROFESSORA: Dra. JANICIARA BOTELHO SILVA
ESTUDANTE: WELLINGTON SILVA AGUIAR
RELATÓRIO- TESTE DE CHAMA
1 INTRODUÇÃO
Segundo a teoria de Bohr, quando átomos ou compostos são submetidos ao
aquecimento ou a uma descarga elétrica, eles absorvem energia que depois é emitida em
forma de radiação, a qual apresenta uma cor característica para o elemento analisado (LEE,
1999). Ademais, Skoog et al. (2010) aborda que pode-se obter informações sobre a identidade
de uma amostra pela interação do calor com a matéria, e inclusive, vários elementos já foram
descobertos a partir desse princípio.
Partindo-se desse conhecimento, é possível realizar testes qualitativos simples e úteis
por via seca (sem dissolver a amostra), como o teste de chama. Nesse teste, vários compostos
de metais podem ser volatizados na chama não luminosa (zona mais externa da chama) do
bico de Bunsen, os quais conferem à chama uma cor característica que varia de metal para
metal (VOGEL, 1981).
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
 Realizar o teste da chama para identificar os diferentes cátions de sais desconhecidos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Compreender a metodologia do teste de chama;
 Identificar o metal que constitui o sal a partir da cor da chama.

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1 REAGENTES, MATERIAIS E VIDRARIAS
REAGENTES MATERIAIS VIDRARIAS
Cloreto de potássio Bico de Bunsen Vidro de relógio
Cloreto de cálcio Alça de nicromo Béquer 100 mL
Cloreto de estrôncio Água destilada -
Cloreto de sódio - -
Cloreto de lítio - -

3.2 METODOLOGIA
Inicialmente, identificou-se as cinco amostras de sais, que estavam contidas em vidros
de relógio, como A, B, C, D e E. Logo após, ligou-se o bico de Bunsen. Em seguida, foi
inserida a alça de nicromo na água destilada contida em um béquer de 100 mL, depois,
introduziu-se a alça molhada na amostra de sal identificada como A e levou-se para aquecer
na chama do bico de Bunsen e com isso, foi observado a coloração resultante da chama.
Repetiu-se esse procedimento para as amostras B, C, D e E.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Primeiramente, antes de introduzir a alça de nicromo no composto em análise Vogel
(1981), orienta que insira a alça em ácido clorídrico concentrado e leve para aquecer na
chama do bico de Bunsen para se certificar que a alça está limpa, isso é verificado quando não
for conferido cor à chama. Ademais, importante observar que para o sal aderir a alça foi
utilizado água destilada, já Baccan (1988) e Vogel (1981) sugerem utilizar ácido clorídrico
concentrado devido à volatilidade dos cloretos de metais alcalinos, no entanto, se o sal for um
sulfato ou um nitrato não se usa o ácido clorídrico pois este os decompõem.
A seguir, no quadro 1 estão expostas as observações e as conclusões dos testes de
chama para as amostras A, B, C, D e E do experimento:
Quadro 1. Amostras, observações e conclusões.
AMOSTRAS OBSERVAÇÕES CONCLUSÕES
(Cor da chama) (Cátion metálico)
A Violeta K+
B Laranja e amarelo Ca2+
C Vermelho Sr2+
D Laranja amarelado Na+
E Magenta e vermelho Li+
Fonte: Aula virtual (2020).

Ao promover a interação dos sais com a chama do bico de Bunsen foram emitidas
radiações onde foi possível observar coloração. Segundo a teoria de Bohr os elétrons estão
circundando o núcleo dos elementos em orbitas definidas e com energia quantizada, além
disso, esses mesmo elétrons podem receber energia e pular para uma orbita mais energética
(processo de excitação), e após isso, ele libera a energia anteriormente recebida em forma de
luz com comprimento de onda que pode ser visualizado a olho nu (isso explica as cores da
matéria) e volta para a sua orbita fundamental (estado de relaxação), (LEE, 1999). Além
disso, verificou-se que a cor é diferente para os diferentes sais, para isso Baccan (1988),
explica que no teste de chama uma quantidade X de energia é absorvida pelos elétrons de
valência do elemento presente na amostra, que ao ser liberada vai apresentar um comprimento
de onda que depende da mudança de nível de energia, e como os elementos são ligeiramente
distintos um dos outros em termos de energia, sendo assim, cada elemento vai emitir radiação
em um comprimento de onda característico, o que implica uma cor diferente.
Ademais, foi verificado algumas variações dos resultados observados para as amostras
de cálcio, de sódio e de lítio com os resultados da literatura. Para o cálcio, Vogel (1981),
Baccan (1988) e Nunes et al. (2019), abordam que a coloração da chama é vermelha, nenhum
dos autores supracitados mencionam sobre a cor amarela. Vogel (1981) e Baccan (1988)
mencionam a cor amarela intensa para o sódio. Para o lítio, Vogel (1981) menciona a cor
vermelha, Lee (1999) a cor vermelho-carmim, apesar de observar o vermelho na amostra de
sal de lítio, também se observou a cor magenta. No entanto, os testes da literatura usaram
HClconc. para aderir o sal na alça, além disso, no vídeo experimental é possível observar que o
sal não é aquecido acima do cone de chama azul, mas sim dentro dele diferentemente do que é
descrito por Vogel (1981), dessa forma, esses detalhes possivelmente contribuíram para essas
variações.
5 CONCLUSÃO
Foi possível diferenciar os diferentes sais das amostras através do teste de chama, de
forma que o cloreto de potássio, cloreto de cálcio, cloreto de estrôncio, cloreto de sódio e
cloreto de lítio, emitiram as colorações violeta, laranja e amarelo, vermelho, laranja
amarelado, magenta e vermelho, respectivamente. Portanto, o teste de chama é um teste
qualitativo simples, porém útil para fazer análise de sais afim de identificar o cátion metálico
da amostra, sendo consideravelmente confiável, além disso, pode ainda ser utilizado como
metodologia para professores explicarem as transições eletrônicas na teoria atômica de Bohr.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACCAN, N. et al. Introdução à semimicroanálise qualitativa. 2 ed. Campinas:
UNICAMP, 1988.
LEE, J.D. Química inorgânica não tão concisa. 5.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1999.
SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de química analítica. 8 ed. Thomson, 2010.
VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. 5° Ed. São Paulo: Mestre jou, 1981.

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