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Agradecimentos
Apresentação: Na boca da mina
O ESPÍRITO DO LUGAR
1
Chegada
Temei, penhas
O trem-monstro mineiro
A esfinge
2
Mapa-múndi
A guerra nas ruas
Os garanhões ganhantes
O império das mercadorias importadas
Estilo tardio
Genius loci
MAQUINAÇÕES MINERAIS
3
A compra
Braço de ferro
Batismo de fogo
Projeto Cauê
A visão
4
Lanterna mágica
Destino mineral
Construção em ruína
A campanha
Rescaldo
Segredo egípcio
A MÁQUINA POÉTICA
5
Vale
Ainda Moebius
O funcionário faustiano
A badalada da dor
Caderno de imagens
Notas
Créditos das imagens
Agradecimentos
MAPA-MÚNDI
LANTERNA MÁGICA
O ESPÍRITO DO LUGAR
Jangada e Bracuhy Falls C. também em Bonfim. The St. John d’El Rey Mining
Company compra jazidas que se estendiam do pico do Itabirito até a serra do
Curral, em Belo Horizonte. Idem, ibidem, p. 154.
13. José Paulo Paes, “Cambronniana”, em A poesia está morta mas juro que
não fui eu (São Paulo: Duas Cidades, 1988), p. 32.
14. “Sorriso crispado ou O depoimento do homem de Itabira”. Ver nota 6 e,
adiante, p. 99.
15. Maria Cecilia de Souza Minayo, De ferro e flexíveis, op. cit., p. 51.
16. Antonio Candido, “Poesia e ficção na autobiografia”, em A educação pela
noite e outros ensaios, op. cit., p. 56.
17. CVRD, A mineração no Brasil e a Companhia Vale do Rio Doce, op. cit., p. 157.
18. Ver CVRD, Debates parlamentares sobre mineração no Brasil: 1889-1945 (coord.
geral do projeto: Renato Feliciano Dias, Rio de Janeiro, s.d., Companhia Vale do
Rio Doce — Memória), p. 463. Para discussão do contrato Itabira Iron, ver página
221.
19. Lira Neto, Getúlio: Do governo provisório à ditadura do Estado Novo (1930-
1945) (São Paulo: Companhia das Letras, 2013), p. 383.
20. Uma análise clara e abrangente da atuação empresarial de Percival
Farquhar no Brasil encontra-se em Paul Singer, “O Brasil no contexto do
capitalismo internacional — 1889-1930”, em O Brasil republicano, v. 1 Estrutura de
poder e economia (1889-1930), sob a direção de Boris Fausto, História Geral da
Civilização Brasileira, tomo III (São Paulo: Difel, 1975), em especial pp. 377-89.
21. Artur Bernardes tinha Clodomiro de Oliveira, professor de mineralogia da
Escola de Minas de Ouro Preto, como seu braço direito. O de Epitácio Pessoa era
seu ministro da Viação e Obras Públicas, José Pires do Rio. O projeto da Itabira
Iron era defendido pelos deputados Cunha Machado, Aristides Rocha, Heitor de
Sousa, José Lobo e José Gonçalves, entre outros; pelo presidente da Estrada de
Ferro Vitória-Minas; e por industriais importantes como Deodato Vilela dos
Santos, Álvaro Mendes de Oliveira Castro e Pedro Nolasco da Cunha. Mesmo não
atuando unidos por uma base programática comum, esses industriais e políticos
rejeitavam a intervenção do Estado na economia.
22. A posição de Farquhar à frente da Itabira Iron coleciona, além disso, um
enxame de potenciais interesses contrariados: os proprietários de pequenas
metalúrgicas mineiras, que temem o monopólio da companhia; as demais
companhias estrangeiras instaladas no Brasil, afetadas pela perspectiva do
monopólio dos meios de transporte; as empresas carboníferas do Sul,
ameaçadas pela vinda de carvão estrangeiro nos navios da Itabira; os
fornecedores estrangeiros de máquinas e ferragens, insatisfeitos com a
concorrência da siderúrgica a ser instalada pela Itabira Iron. A crise de 1929
acrescenta aos impasses político-burocráticos e às disputas pelo mercado um
agravante econômico decisivo, inviabilizando financiamentos estrangeiros e,
com eles, a própria empreitada.
23. A informação encontra-se na preciosa edição crítica preparada por Júlio
Castañon Guimarães, Carlos Drummond de Andrade: Poesia 1930-62: De Alguma
poesia a Lição de coisas (São Paulo: Cosac Naify, 2012), p. 73.
24. “Vila de Utopia”, em Confissões de Minas, op. cit., pp. 119-27.
25. CVRD, A mineração no Brasil e a Companhia Vale do Rio Doce, op. cit., p. 173.
26. José Murilo de Carvalho, A Escola de Minas de Ouro Preto, op. cit., p. 123.
27. “O contrato da Itabira Iron”, Revista Acadêmica, n. 38, ago. 1938. Fundada
por Murilo Miranda, a revista tinha na sua direção Moacyr Werneck de Castro,
Lúcio Rangel e Carlos Lacerda. Participavam do conselho Mário de Andrade,
Graciliano Ramos, Erico Verissimo e Portinari, entre outros nomes da cena
artística e literária.
28. No mesmo ano, Percival Farquhar associava-se a empresários brasileiros
(condição sine qua non na nova legislação) e fundava a Companhia Brasileira de
Mineração e Siderurgia S.A., da qual detinha 47% das ações.
29. O poema foi publicado originalmente na Revista do Brasil, 3a Fase, Rio de
Janeiro, ano II, n. 13, jul. 1939.
30. José Maria Cançado, Os sapatos de Orfeu, op. cit., p. 161.
31. O chamado geral ao engajamento político dos intelectuais, que se deu na
década de 1930, com a ascensão do nazifascismo e a influência da Revolução
Russa, traz junto a imperiosa necessidade de compromisso social e de
superação do individualismo por parte do gauche negador do mundo. Na
“Autobiografia para uma revista”, escrita para o número 54 da Revista
Acadêmica, em julho de 1941, Drummond avaliava que seu primeiro livro, Alguma
poesia, “traduz uma grande inexperiência do sofrimento e uma deleitação
ingênua com o próprio indivíduo”. No segundo, Brejo das almas, “o
individualismo será mais exacerbado, mas há também uma consciência
crescente da sua precariedade e uma desaprovação tácita da conduta (ou falta
de conduta) espiritual do autor”. “Penso”, diz ele, “ter resolvido as contradições
fundamentais da minha poesia num terceiro volume, Sentimento do mundo. Só
as elementares […]”. Ver “Autobiografia para uma revista”, em Confissões de
Minas, op. cit., pp. 67-9.
32. Ver, adiante, a seção “O funcionário faustiano”, na parte “A máquina
poética”.
33. “Anta”, em Boitempo: Menino antigo.
34. Cf. anotações de Júlio Castañon Guimarães em Carlos Drummond de
Andrade: Poesia 1930-62, op. cit., p. 207.
35. Cf. CVRD, A mineração no Brasil e a Companhia Vale do Rio Doce, op. cit., p.
194.
43. “O Rio Grande do Norte passara a abrigar uma importante base aeronaval
dos Estados Unidos em território brasileiro, ponto de escala e trampolim para
aeronaves e vasos de guerra que partiam do hemisfério Norte com destino à
África.” Lira Neto, Getúlio: Do governo provisório à ditadura do Estado Novo (1930-
1945), op. cit., p. 425.
694 em 1945. CVRD, A mineração no Brasil e a Companhia Vale do Rio Doce, op. cit.,
p. 201.
52. Maria Cecilia de Souza Minayo, De ferro e flexíveis, op. cit., p. 105.
53. Idem, ibidem, p. 29.
54. Idem, ibidem, p. 20.
55. Idem, ibidem, p. 149.
56. “Câmara e cadeia”, em Contos de aprendiz. A boca da mina do Cauê
remonta ao período, durante o século XIX, em que se escavou ouro até topar com
lençóis freáticos que inviabilizaram a exploração, dada a falta de técnicas de
bombeamento àquela altura.
57. Anúncio da Companhia Vale do Rio Doce, O Globo, 20 nov. 1970, Arquivo
Carlos Drummond de Andrade — AMLB; Fundação Casa de Rui Barbosa. Foto
reproduzida em João Camillo Penna, Drummond, testemunho da experiência
humana (Brasília: Abravídeo, 2011), p. 10.
58. Uma pedra no meio do caminho: Biografia de um poema, sel. e
montagem de Carlos Drummond de Andrade, Rio de Janeiro: Editora do Autor,
1967. Ver a primorosa segunda edição ampliada por Eucanaã Ferraz para o
198-201.
5
1. Esta seção e mesmo o capítulo 5 como um todo incorporam com novos
desdobramentos e consequências alguns trechos de meu ensaio “Drummond e
o mundo”, publicado em Poetas que pensaram o mundo, op. cit., pp. 19-64.
2. Curiosamente, há um duro mundo empedrado no sobrenome Drummond,
fato que ele mesmo glosou num poema lúdico-jocoso, ao tratar o camoniano
desconcerto do mundo como “mal-drummundo”. “Em a/grade/cimento — Ao
ensaio ‘Camões e Drummond: A máquina do mundo’, de Silviano Santiago,
professor em New Jersey (USA)”, em Viola de bolso.
3. Antologia poética, publicada em 1962 e ampliada em 1970.
4. O poema, dentro da tônica político-social d’A rosa do povo, converge para
uma frase contundente na qual se condensa o desafio maior do projeto
drummondiano, àquela altura: “Tal uma lâmina,/ o povo, meu poema, te
atravessa”.
5. A passagem confirma a observação de Sérgio Buarque de Holanda de que
muitas imagens corporais na poesia de Drummond são mais minerais que
orgânicas, com destaque para unhas, dentes, pestanas, bigodes, que se
associam metonimicamente, aqui, a anéis e lanternas (em outros casos, a gilete
e relógios). “O mineiro Drummond — I”, em O espírito e a letra: Estudos de
crítica literária (1947-1958), v. II, op. cit., p. 561.
6. Immanuel Kant, “Analytique du sublime”, em Critique de la faculté de juger
(trad. e introd. de Alexis Philonenko, Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, 2000), p.
127. A tradução para o português é minha.
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