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Comida como cultura.

Introdução
(AQUI UM PARAGRAFO DO QUE FALTA)
Os campos do saber histórico, nos tempos atuais, podem ser considerados
amplos e diversos, mas a importância dada a cada um é sentenciada pela época e lugar
onde o saber histórico é produzido, trabalhado e estudado. Entre os anos 1950 e 1970 a
então chamada História Econômica foi a modalidade historiográfica com o maior
destaque dentro da História. Incluso nesse período, últimas décadas do século XX,
outros campos do saber histórico também teve uma grande ascensão entre eles a
História Cultural, vertente da História já considerada antes por outros pensadores e
praticada na Alemanha, há mais de dois séculos e sendo chamada de kulturgeschichte.
A História Cultural – a kulturgeschichte pode ser caracterizada pelo diálogo e
interligações entre a História e outros campos do saber como a Antropologia, a
Linguística, Literatura etc. Segundo Karl Lumprecht, historiador alemão, as fronteiras
para uma definição da História cultural ficam cada vez mais difíceis por existir uma
grande ligação entre o kulturgeschichte e outros diversos saberes. Pode-se considerar
que a História Cultural é um novo olhar as tradições da cultura e interpretações culturais
da vivência humana. Dedicando-se as dissemelhanças, debates e conflitos das tradições
compartilhas por culturas inteiras. Dentro da historiografia da História Cultural o
destaque1 é o historiador inglês Peter Burke; Para Burke, no seu livro: O que é História
Cultural, o autor trabalha não somente a redescoberta da História Cultural nos anos 70
como também o que a História Cultural e o fazer do historiador cultural; Segundo
Burke, o seu livro é uma “reabordagem” a tentativas anteriores de tentar estudar o
passado, porém os historiadores nunca conseguiram captar coisas complexas ao
entendimento. Nas palavras de Burke:
De acordo com esse ponto de vista, o historiador cultural abarca artes do
passado que outros historiadores não conseguem alcançar. A ênfase em
“culturas” inteiras oferece uma saída para a atual fragmentação da disciplina
em especialistas de história de população, diplomacia, mulheres, ideais,
negócios e assim por diante. (BURKE, 2005, P. 8)
Ao longo do tempo a História teve diferentes componentes associados, dependendo da
abordagem e do viés vigente, do local e do período de sua produção. Como por
exemplo, na vertente marxista da História a Ciência Política, a Sociologia e a Economia

1
Outros nomes importantes também, como Clifford Guertz e Marshall Sahlins, também o alemão Carlo
Ginzburg responsável pela associação entre História Cultural e a Micro História.
são parceiros e entram em diálogo com a História2. Com o avanço da História Cultural,
novos parceiros foram agregados a produção histórica, conforme a necessidade da
temática e objetos de estudo. Houve também uma renovação nas correntes da História e
nos campos de pesquisa, multiplicando os temas e as fontes de estudo. Mas agora pode-
se mesmo falar de um novo enfoque, que joga a História nas fronteiras do
conhecimento. PESAVENTO, 2005, P. 107
Para Michel de Certeau e Pierre Bourdieu um aspecto relevante da história
cultural são os aspectos simbólicos da vida sociocultural, Certeau dá ênfase maior para
sujeitos produtores e receptores de cultura. Para historiadora Sandra Jatahy Pesavento o
fazer História Cultural não se trata de fazer História do Pensamento ou de uma História
Intelectual, ou ainda mesmo de pensar uma História da Cultura nos velhos moldes, a
estudaras grandes correntes de ideias e seus nomes mais expressivos. Trata-se, antes de
tudo, de pensar a cultura como um conjunto de significados partilhados e construídos
pelos homens para explicar o mundo. (PESAVENTO, 2005, PÁG.15)
Desse modo as atividades corriqueiras, aplicadas como habituais, são
representações. Essas atividades refere-se as matrizes geradoras de condutas e práticas
sociais, com aspecto de integração, as representações são também portadoras de
símbolos, ou seja, dizem mais do que aquilo que mostram ou enunciam, carregam
sentidos ocultos, que construídos socialmente e historicamente, se internalizam no
inconsciente coletivo e se apresentam como naturais. (PESAVENTO, 2005, P.41)

2
Tendo em vista que é apenas uma tendência, não é possível conter toda a produção história de um
período apenas em uma vertente.

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