• A literatura de viagens é um género literário que consiste na narração das experiên-
cias, descobertas e reflexões de um viajante, durante o seu percurso. • A obra intitulada História Trágico-Marítima é uma compilação efetuada no século XVIII, publicada por Bernardo Gomes de Brito, que se propusera reunir relatos de naufrágios ocorridos durante o século XVI e início do XVII. • A maior parte dos naufrágios resultava da ambição excessiva de lucro, ocasionando Contextualização histórico-literária a sobrecarga da embarcação. Para além da responsabilidade dos capitães e da tripulação dos barcos, também existiam os ataques frequentes de corsários, chi- neses, franceses e holandeses, que ocorriam, sobretudo, nas viagens de regresso. • De autorias diversas e anónimas, estes relatos não apresentam um estilo único, mas sim características comuns, nomeadamente a falta de erudição, pois eram narrativas de sobreviventes dos naufrágios ou de pessoas a quem eles tinham contado os factos.
AVENTURAS E DESVENTURAS DOS DESCOBRIMENTOS
• Na História Trágico-Marítima entrelaçam-se a brutalidade e a abnegação, a animalidade e a grandeza moral,
características próprias do ser humano que se vê na iminência da morte. • O herói Jorge de Albuquerque Coelho, por exemplo, é descrito como um homem valente, corajoso, deter- minado e capaz de aceitar desafios dignificantes. Não obstante as desventuras da sua viagem marítima, consegue regressar a Lisboa, mostrando-se resiliente e combativo. • A matéria trágico-marítima constitui parte integrante da aventura épica da nação portuguesa – o heroísmo e a glória são acompanhados pela desgraça e destruição.