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JOSÉ SARAMAGO, MEMORIAL DO CONVENTO (INTEGRAL)

Título: relato de pessoas memoráveis, o povo que realmente edificou o Convento


Memorial
de Mafra; homenagem a essa gente que o construiu, cuja memória é digna de ser
do Convento
perpetuada num memorial de A a Z.

LINHAS DE AÇÃO

«Era uma vez um rei que fez «Era uma vez um soldado
«Era uma vez um padre que
a promessa de levantar um maneta e uma mulher que
queria voar e morreu doido.»
convento em Mafra. Era uma tinha poderes.»
vez a gente que construiu esse
convento.»

A CONSTRUÇÃO DO CONVENTO: BLIMUNDA E BALTASAR: A CONSTRUÇÃO DA PASSAROLA:


A EPOPEIA DO TRABALHO A SUBLIMAÇÃO DO AMOR O ELOGIO DO SONHO

Núcleo narrativo agregador das Blimunda/Baltasar O sonho de voar do padre Barto-


outras ações • Casal transgressor dos códigos lomeu Lourenço de Gusmão – a
• A promessa do rei D. João V de estabelecidos: construção da passarola
mandar construir um convento > não são casados (apesar da sua • A realização plena do traba-
em Mafra, se a rainha lhe desse união ter sido abençoada pelo lhador em relação ao objeto do
um herdeiro. padre Bartolomeu Lourenço, trabalho, de harmonia entre o
• Cumprimento da promessa: o numa cerimónia matrimonial desejo e a realização do desejo,
início da construção. simbólica), não procriam e en- de acordo entre a coisa sonhada
• O alargamento do convento para tregam-se às carícias e aos jo- e o sonho realizado.
albergar 300 frades, contraria- gos eróticos, sem olharem a li- • A conjugação dos saberes: o
mente aos 80 iniciais, fruto da mites, lugares ou datas – vivem científico (padre Bartolomeu
megalomania do rei. um amor sem regras e sem Lourenço de Gusmão), o arte-
• Antecipação, por D. João V, da limites, instintivo e natural. sanal (Baltasar), o sobrenatural
data da sagração do convento, • O seu amor é físico e espiritual: (Blimunda) e o artístico (Do-
data do seu 41.º aniversário, por «dão-se um ao outro» com menico Scarlatti) – unidos pelo
temer morrer antes de inaugu- frequência e o «olhar é a sua mesmo objetivo, pelo mesmo
rar pessoalmente a «sua obra casa»; complementam-se, sendo sonho.
grandiosa». (re)batizados por Bartolomeu
Lourenço, como «Sete-Sóis» e
Repercussões económicas:
«Sete-Luas».
> a compra/venda de terras em
• Pertencem um ao outro, daí a
Mafra;
«vontade» de Baltasar de entrar
> o esbanjamento e a falta de
em Blimunda, resgatando-o
controlo financeiro.
simbolicamente da morte, numa
espécie de fecundação e perpe-
tuação do amor que os une.

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