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Módulo: Legislação e

Comercialização de
Energia
Curso: Geração de Energia Elétrica

Rogério de Almeida

Data: 23-05-2015

Neste módulo serão abordadas as principais


características da indústria da energia elétrica, a sua
evolução no mundo e no Brasil, os conceitos e a
forma de como ocorrem as operações no mercado de
curto prazo (mercado de liquidações de diferenças),
além dos conceitos e mecanismos do atual modelo
institucional, implementado no ano de 2004, que tem
no Ambiente de Contratação Regulada – ACR o
principal vetor de expansão para o Sistema
Interligado Nacional - SIN.
1
Módulo: Legislação e
Comercialização de
Energia
Curso: Geração de Energia Elétrica

Rogério de Almeida
Conceito Pontos
A ≥ 9 a ≤ 10
Critério de avaliação
B ≥7a<9
C ≥5a<7
Conceito Final = T1 + T2
D <5

 T1 e T2, Trabalho 1 e Trabalho 2 que devem ser encaminhados para o


e-mail almeida@cpfl.com.br até os dias 08/06 e 15/06,
respectivamente. Cada trabalho valerá 5 pontos.
 A cada dia de atraso na entrega de cada trabalho será descontado um
ponto.
 Os trabalhos poder ser feitos individualmente ou em grupos de até 6
pessoas.
 Os trabalhos podem ser feitos em Excel, Word ou Power Point,
contendo a identificação do (s) aluno(s) e o detalhamento do solução.
 Caso o aluno ou o grupo opte por apresentar os trabalhos de avaliação
em Excel, as pastas do mesmo devem estar formatadas em A4 para
que possibilitar a impressão do trabalho, podendo ser em retrato ou
paisagem.
 A forma de apresentação do trabalho também é um dos critérios de
avaliação.
 Conceito D, reprovação. 2
Sumário

Principais características da indústria da energia elétrica ............................................ 4

Nascimento e evolução da indústria de energia elétrica .............................................. 7

A indústria de energia elétrica no Brasil ........................................................................ 14

A atual organização institucional do Setor Elétrico no Brasil ........................................ 35

Geração de energia elétrica no Brasil ........................................................................... 42

Mercado de energia elétrica no Brasil .......................................................................... 45

Transporte de energia elétrica ...................................................................................... 60

Modelo institucional do Setor Elétrico ........................................................................... 63

Referências bibliográficas ............................................................................................. 101

Anexo 1 - Resumo da evolução da indústria da energia elétrica no Brasil ................... 104

Trabalho 1 – T1 ............................................................................................................. 109


3
Principais características da indústria da energia elétrica

Produto eletricidade

1 Não pode ser estocado.

2 Depende da existência simultânea de dois processos: geração e consumo.

Quando os processos de geração e consumo não são espacialmente contíguos, mais um processo passa
a existir, o transporte (transmissão e a distribuição).

Consumo
Transporte
Geração

Existe uma forte dependência temporal e espacial entre os processos.

4
Principais características da indústria da energia elétrica

Como a indústria da energia elétrica possui:

1 Produto não estocável.

2 Custos distintos em cada processo, sendo a geração a atividade mais intensiva em capital, com
investimentos de longo prazo.

3 Processos interdependentes, onde o funcionamento do sistema depende da interdependência


temporal e espacial dos processos.

1 Desta forma, a coordenação entre os processos é importante para garantir a estabilidade e a


confiabilidade do sistema (atender o consumo) e a redução dos custos envolvidos na cadeia
produtiva.

2 Estes fatos legitimaram a formação de uma organização industrial integrada verticalmente e


operando em regime de monopólio até a segunda metade do século XX.
5
Principais características da indústria da energia elétrica

Tipos de economia na indústria da energia elétrica

Consumidores
15MW 15MW
C
Consumidores
10MW 10MW
B

5MW 5MW
A B C A

0 às 8h 8 às 16h 16 às 24h 0 às 8h 8 às 16h 16 às 24h

Economia de escopo Economia de escala

1 A lógica repousa no fato da reunião de consumidores 1 A lógica repousa no fato da reunião de consumidores
com padrões temporais distintos. com os mesmos padrões temporais.

2 Uma vez que os usuários demandam energia elétrica 2 A reunião de consumidores com o mesmo padrão de
em diferentes momentos, a mesma capacidade de consumo permite intensificar a produção e o
geração e de transporte é utilizada para o atendimento transporte.
dos mesmos.
6
Nascimento e evolução da indústria de energia elétrica

A lâmpada incandescente

O sucesso de Thomas Alva Edison é fruto de sua capacidade de mobilizar os maiores


1
especialistas de sua época.

2 Francis Jehl testou sistematicamente todos os tipos inimagináveis de filamentos para a


primeira lâmpada, no total quase 6.000, do tungstênio ao simples cabelo.

3 Francis Robbins Upton projetava um dínamo de 100 volts, enquanto Charles W. Batchelor e
John Kruesi se dedicavam aos problemas mecânicos. Thomas Alva Edison

4 Com a coordenação de Thomas Alva Edison, em 21 de outubro de 1879, nas dependências do Menlo Park
Laboratory, em New Jersey, era criada a primeira lâmpada incandescente prática, viável e capaz de competir com
a iluminação a gás.

1 Os primeiros usos comerciais da energia elétrica foram nas comunicações, com o telégrafo, o telefone, na
metalurgia com a galvanoplastia, etc.

2 Com a invenção da lâmpada passa a existiri um demanda incalculavelmente grande, mas pulverizada, que
somente poderia ser atendida por um sistema centralizado de geração e distribuição.
7
Nascimento e evolução da indústria de energia elétrica

A cidade de Godalming

1 Em 1881, na cidade de Godalming, Inglaterra, foi a primeira cidade do mundo a contratar um empresa privada
para executar, manter e operar uma rede de energia elétrica destinada a iluminação pública em substituição ao
gás.

2 Inicialmente eram os irmão Calder & Barrett responsáveis pela rede de energia. Para gerar energia elétrica, eles
utilizaram um alternador (corrente alternada) e um dínamo (correte contínua), ambos de fabricação da Siemens,
acoplados em duas rodas d’água.

3 As condições do contrato eram que os custos da iluminação com energia elétrica seriam o mesmo do gás.

4 A rede era composta por dois circuitos. O primeiro de 250 volts que alimentava 7 lâmpadas de arco voltaico (1). O
segundo de 40 volts que alimentava 34 lâmpadas incandescentes.

5 Os irmãos Calder & Barrett retiraram-se do contrato que passou para a Siemens.

6 Em 1884 toda a cidade foi revertida para a iluminação a gás, pois a Siemens não conseguiu apresentar uma
proposta para o contrato de fornecimento de energia da cidade.

7 A eletricidade voltou em 1904.

(1) A lâmpada de arco voltaico foi inventada no início do século XIX por Humphry Davy. 8
Nascimento e evolução da indústria de energia elétrica

A Pearl Street Central Station

1 Em 4 de setembro de 1882, Thomas Alva Edison inaugurou uma central de serviço público de
geração e distribuição de energia elétrica em New York, a Pearl Street Central Station, que
iluminava o quarteirão de Wall Street com 400 lâmpadas instaladas em restaurantes, lojas e
escritórios, atendendo 59 consumidores a US$ 0,24/kWh. Para gerar a energia elétrica eram
utilizadas máquinas a vapor e dínamos. A Pearl Street Central Station foi construída e operada
pela Edison Electric Light Co., fundada por Thomas Alva Edison.

2 A Pearl Street Central Station foi crucial para o desenvolvimento da indústria da energia elétrica
moderna, pois reunia quatro elementos:

Geração Distribuição Consumo

1 Confiável. 3 Bem-sucedido.

4 Custo competitivo.
2 Eficiente.

9
Nascimento e evolução da indústria de energia elétrica

A batalha das correntes

1 Foi a disputa travada entre Thomas Alva Edison, que defendia a utilização da corrente
contínua (CC) para distribuição de eletricidade, e George Westinghouse Jr. e Nikola
Tesla, que defendiam o uso da corrente alternada (CA).

2 Edison era um experimentador voraz, mas não era matemático. A corrente alternada
necessitava de um conhecimento substancial de matemática e física, que Nikola Tesla
possuía. Além disso, Nikola Tesla havia trabalhado para Thomas Alva Edison, mas foi
George Westinghouse Jr.
subestimado. Quando Thomas Alva Edison soube das ideias de Nikola Tesla sobre a
transmissão de energia por corrente alternada, ele a recusou dizendo que “As ideias são
magníficas, mas não são nada práticas“.

3 Nikola Tesla trabalhou na Continental Edison Company em Paris em 1882 e, em 1884


mudou-se para New York para trabalhar com Thomas Alva Edison.

4 Em 1886, após um desentendimento com Thomas Alva Edison, em decorrência do


não pagamento de algumas aplicações, aprimoramentos e descobertas, Nikola
Tesla perde o emprego e passa por um período difícil, realizando trabalho braçal.
Nikola Tesla

10
Nascimento e evolução da indústria de energia elétrica

A batalha das correntes

5 Em 1886, George Westinghouse Jr. havia fundado a Westinghouse Electric & Manufacturing Company
interessado pelos avanços obtidos por Nikola Tesla na melhoria da eficiência dos dínamos da Companhia
Continental Edison. Em 1889 a Westinghouse Electric & Manufacturing Company foi renomeada para
Westinghouse Electric Company.

6 Em 1887, Nikola Tesla consegue realizar um contrato com um grande investidor e vende sua patente da corrente
alternada para George Westinghouse Jr., sendo contratado como consultor.

7 A proposta de Thomas Alva Edison, baseada na corrente contínua, identifica-se com o conceito de geração
descentralizada, pois o transporte da energia era realizado em baixas tensões, limitando as distâncias máximas
de atendimento em torno de 1 a 2 km. Este fato restringia a possibilidade de estender espacialmente os fluxos,
em outras palavras, essa limitação restringia o número de utilizações passíveis de serem conectadas a um
gerador, ocasionando um grande número de empresas para atender as demandas.

8 A proposta de George Westinghouse Jr., baseada na corrente alternada, identifica-se com o conceito de geração
centralizada, onde havia a possibilidade de se incorporar um número crescente de processos de utilização a um
determinado processo de geração. A flexibilidade da corrente alternada permitia gerar em média tensão,
transportar em alta tensão (reduzindo as perdas no transporte) e utilizar a eletricidade em tensão mais baixa.

11
Nascimento e evolução da indústria de energia elétrica

A batalha das correntes

9 Em 16 de novembro de 1896 entrava em operação um sistema que demonstrava de forma significativa as


vantagens da geração e transporte de energia elétrica em corrente alternada. Esse sistema concebido por George
Westinghouse Jr. e Nikola Tesla conectava uma central de geração nas cataratas do Niágara a cidade de Búfalo.
A energia era produzida na usina hidroelétrica Edward Dean Corporation, por geradores da Westinghouse Electric
Company, com a patente do sistema de corrente alternada de Nikola Tesla. O sistema operava com uma tensão
de 11.000 Volts e vencia uma distância de 32 km.

10 Thomas Alva Edison realizou uma campanha para desestimular


o uso da corrente alternada, divulgando notícias de acidentes
fatais e ao matar animais publicamente com o uso da corrente
alternada. Em 1903 ele filma a eletrocussão da elefanta Topsy,
do circo de Coney Island que já havia matado 3 homens.

11 Thomas Alva Edison para rebaixar a corrente alternada invetou


a cadeira elétrica. Harold Pitney Brown, pago em segredo,
construiu a primeira cadeira elétrica para o estado de Nova York.
Utilizada em 6 de agosto de 1890 para executar William
Kemmler na prissão de Aubum por ter assassinado sua companheira Tillie Ziegler a machadadas.
12
Nascimento e evolução da indústria de energia elétrica

O pioneirismo de Samuel Insull

1 Em 1892, Samuel Insull deixa a General Electric e muda-se para Chicago onde assume
a presidência da Chicago Edison Company. Na época Chicago contava com mais de 20
empresas de energia elétrica.

2 Utilizou os conceitos da economia de escala e escopo, buscando consumidores que


permitissem ocupar melhor a capacidade instalada do sistema, melhorando o fator de carga,
reduzindo as custos sem comprometer os lucros, além de atrair novos consumidores.

3 Explorou novas tecnologias na geração de energia, substituindo as máquinas a vapor por Samuel Insull
turbinas a vapor da General Electric que eram mais leves, compactas e simples. Assumindo
os riscos, encomendou uma turbina de 5 MW que começou a operar em 1903. Satisfeito,
encomendou uma turbina 12 MW que iniciou a operação em 1911.

4 Percebeu que a concorrência no fornecimento de energia elétrica nunca lhe permitiria explorar o potencial da
economia de escala existente nas turbinas a vapor e nos sistemas de transmissão e distribuição em corrente
alternada. Se muitas empresas dividiam o mercado de energia, nenhuma teria demanda suficiente para justificar tais
investimentos.

1 Desta forma, Samuel Insull adquiriu outras 20 empresas de energia elétrica e em 1907 criou a Commonwealth
Edison Co., e as economias de escala e escopo passaram a constituir os elementos básicos na estratégia das
empresas de energia elétrica ao longo do século XX.
13
A indústria de energia elétrica no Brasil

As primeiras iniciativas

1 Em junho de 1883 na cidade de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, é inaugurado o primeiro
serviço de iluminação pública com energia elétrica da América Latina. A energia era gerada por
uma usina termoelétrica a vapor com uma caldeira aquecida por lenha que acionava três dínamos,
gerando energia elétrica para 39 lâmpadas. A potência da usina era de 52 kW.

2 Em 1884 ocorre a inauguração da iluminação da cidade de Rio Claro, em São Paulo (a segunda do
Brasil e a primeira do Estado de São Paulo). Uma pequena termoelétrica movida a vapor, que a
partir de uma caldeira aquecida a lenha, acionava um dínamo que fornecia energia elétrica para 10
lâmpadas de arco voltaico.

3 Em 1887, em Porto Alegre, a usina da Sociedade Fiat Lux possuía uma máquina a vapor de 50 cv
de fabricação inglesa que acionava 3 dínamos (de corrente contínua) de fabricação alemã,
podendo fornecer energia elétrica para 800 lâmpadas. Dessa usina partiam 2 circuitos, um para
a Praça Conde d'Eu e a outra até o Hotel Lagache.

14
A indústria de energia elétrica no Brasil

As primeiras iniciativas

4 Em 1888, em Juiz de Fora, Minas Gerais, é criada a Companhia Mineira de Eletricidade por
Bernardo Mascarenhas e Francisco Batista de Oliveira, para atender não apenas as indústrias de
tecidos do empresário Bernardo Mascarenhas, mas também para fornecer eletricidade à
iluminação pública da cidade, antes alimentada a gás.

5 Em 5 de setembro de 1889, em Juiz de Fora,


entra em operação a Usina Hidroelétrica de
Marmelos no rio Paraibuna, a de maior porte
do Brasil e da América do Sul, idealizada por
Bernardo Mascarenhas e construída pela Turbina

Companhia Mineira de Eletricidade. A usina Usina hidroelétrica de Marmelos

dispunha inicialmente de uma capacidade de


atendimento de 0,25 MW (geradores
monofásicos de 125 kW cada, com tensão de
Gerador
100 Volts e frequência de 60 Hz), ampliada
para 0,375 MW, em 1892.
15
A indústria de energia elétrica no Brasil

As primeiras iniciativas

6 Em julho de 1893, é inaugurada a Usina Hidrelétrica Monjolinho, para fornecimento de iluminação


elétrica ao município de São Carlos, em São Paulo. Foi construída pela Companhia de Luz Elétrica
de São Carlos e foi a primeira hidroelétrica do Estado de São Paulo. A queda d’água para a usina
era de 33 metros, com canal de adução de 250 metros. A Companhia Elétrica de São Carlos
operou até 1907, quando foi incorporada pela Companhia Paulista de Eletricidade - CPE. No dia 5
de setembro de 1973, a Companhia Paulista de Eletricidade - CPE passou o controle acionário
para a Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL, então controlada pela Eletrobrás.

6 A cidade de Piracicaba possuía um dos serviços de energia elétrica


mais antigos do Brasil, inaugurado em 1893 por iniciativa do
empreendedor Luiz Vicente de Souza Queiroz. A energia era
fornecida pela usina Piracicaba, instalada no rio Piracicaba, que
contava com 2 turbinas com 250 cv e 3 dínamos, onde o maior era
Casa de força da usina Piracicaba
destinado a iluminação particular e os outros dois para a iluminação
pública. Em 1903, a família Souza Queiroz vendeu sua empresa de
geração para o empreendedor Silvério Ignarra Sobrinho.
16
A indústria de energia elétrica no Brasil

Algumas iniciativas de concessionárias estrangeiras no Brasil

1 À medida que o consumo de energia elétrica crescia, iniciava-se um movimento de constituição de


empresas de serviço público, relativamente independentes das economias regionais.

2 A constituição dessas empresas destaca-se com a chegada de empresários vindos do exterior


interessados na participação do processo de industrialização e modernização, principalmente em
cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.

3 Em 1899 ocorre a criação da empresa canadense da São Paulo Tramway, Light and Power
Company Limited, em São Paulo.

4 Em 1904 ocorre a criação da empresa canadense Rio de Janeiro Tramway, Light and Power
Company Limited, no Rio de Janeiro.

5 Em 1912 estas duas empresas canadenses foram unificadas na holding Brazilian Traction, Light
and Power Company Limited.

6 Em 1956 as duas empresas canadenses se fudem numa única razão social, chamada de Light –
Serviços de Eletricidade S.A.
17
A indústria de energia elétrica no Brasil

Algumas iniciativas de concessionárias estrangeiras no Brasil

7 A The Southern Brazil Electric Company Limited, uma empresa inglesa, tinha Albert Jackson
Byington como seu principal acionista (empreendedor americano radicado no Brasil). Em 1913,
Albert Byington comprou a empresa de geração de energia elétrica da cidade de Piracicaba, que
passou a pertencer à The Southern Brazil Electric Company Limited e recebeu o nome de Empresa
Elétrica de Piracicaba.

8 Em 27 de outubro de 1913 o governo de Pernambuco assinou contrato com a The Pernambuco


Tramways & Power Company Limited, uma empresa inglesa, para fornecimento de energia elétrica
residencial e iluminação pública.

9 A Rio Grandense Light & Power Syndicate Limited, uma empresa inglesa, instalou a iluminação
pública elétrica da cidade de Pelotas em 1914.

10 A Manaus Tramways & Light Company Limited, uma empresa inglesa, passou a explorar os
serviços de eletricidade e bondes na cidade de Manaus a partir de um contrato firmado em 1918.

18
A indústria de energia elétrica no Brasil

Algumas iniciativas de concessionárias estrangeiras no Brasil

11 Em 1929, a The Southern Brazil Electric Company Limited, foi vendida para a norte-americana
American & Foreign Power – AMFORP.

12 A American & Foreign Power – AMFORP, criada em 1923 tinha o objetivo de agilizar no exterior os
negócios da empresa americana Electric Bond & Share Corporation.

13 A American & Foreign Power – AMFOR desembarcou no Brasil em 1927.

14 Diante do monopólio da Brazilian Traction, Light and Power Company Limited em São Paulo e no
Rio de Janeiro, a American & Foreign Power – AMFORP concentrou sua estratégia de ocupação
no interior do Estado de São Paulo e nas capitais dos Estados do Nordeste e Sul, mediante a
incorporação de diversas concessionárias já existentes.

15 Para atuar no Brasil, em 1927, American & Foreign Power – AMFOR criou em junho do mesmo ano
a Companhia Brasileira de Força Elétrica, que atuava no interior de São Paulo, e em setembro, a
Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras – CAEEB.
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A indústria de energia elétrica no Brasil

Outras iniciativas

1 A Companhia Paulista de Eletricidade – CPE foi fundada em setembro de 1904 pelo empresário
Silvério Ignarra Sobrinho. Inicialmente, a Companhia Paulista de Eletricidade – CPE explorava os
serviços de energia elétrica da cidade de Limeira, onde estava sediada. Em junho de 1907, Silvério
Ignarra Sobrinho comprou a Companhia Luz Elétrica de São Carlos, que foi incorporada à sua
Companhia Paulista de Eletricidade - CPE.

2 Em 29 de outubro de 1909 a Companhia Luz e Força Santa Cruz – CLFSC foi fundada com o
objetivo de produzir e distribuir energia elétrica para o município de Santa Cruz do Rio Pardo,
através de uma pequena usina localizada no rio Pardo, no bairro do Dourado.

3 Outro fato nessa época, de grande repercussão no futuro do panorama da eletricidade no Estado
de São Paulo, foi a fundação, em 1912, da Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL, que
incorporou a geração e distribuição de diversas pequenas empresas no interior: Empresa Força e
Luz de Botucatu, Força e Luz de Agudos e Pederneiras, Força e Luz São Manoel e Companhia
Elétrica do Oeste de São Paulo, de Dois Córregos. A partir de 1927, a CPFL foi adquirida pela norte
americana AMFORP, e passou a ter forte atuação no interior de São Paulo.
20
A indústria de energia elétrica no Brasil

Principais características da indústria de energia elétrica até 1930

1 O nascimento da indústria da energia elétrica se desenha com uma articulação vigorosa entre os
processos de geração e utilização (consumo) ligados por uma rede de transporte, exigindo
coordenação entre os processos.

2 As primeiras iniciativas de geração de energia elétrica eram privadas, promovidas por empresários
cujas atividades agrícolas, industriais e comerciais, seriam beneficiadas com a introdução deste
novo serviço.

3 Em um primeiro momento existe uma relação de casualidade, em que o desenvolvimento


econômico de uma região determinava o acesso à energia elétrica. Somente depois que a energia
elétrica passa a ser imprescindível para o desenvolvimento de uma região.

4 Ausência de uma legislação específica.

21
A indústria de energia elétrica no Brasil

Principais características da indústria de energia elétrica até 1930

5 A Constituição de 1891 atribuía aos Estados amplo domínio sobre as águas públicas, embora não
houvesse uma cláusula específica dispondo sobre aproveitamentos hidrelétricos. As concessões
para prestação de serviços de eletricidade, especialmente no tocante ao segmento de distribuição,
continuariam na esfera dos municípios, cabendo aos governos estaduais o poder concedente com
relação ao aproveitamento e à utilização das quedas d’água de seu domínio.

6 Os serviços de geração e distribuição, eram regidos pelos contratos correspondentes assinados


entre os concessionários e o poder público, que poderia ser representado tanto pelo governo
federal, quanto pelos governos estaduais e municipais.

7 A indústria da energia elétrica desenvolveu-se sob a forma de sistemas independentes,


abrangendo, essencialmente, as grandes concentrações urbanas, por intermédio de
concessionárias privadas.

22
A indústria de energia elétrica no Brasil

Principais características da indústria de energia elétrica até 1930

8 Os contratos de concessão eram longos, de 80 a 90 anos, com a alegação do elevado custo do


investimento, que exigia um longo período de amortização, e do caráter inovador da tecnologia
aplicada, que tinha que ser importada.

9 Para que a desvalorização da moeda nacional não afetasse a rentabilidade das empresas de
capital estrangeiro, alguns contratos de concessão utilizavam a cláusula ouro, onde as tarifas eram
definidas parcialmente em papel-moeda e em ouro, em especial os contratos da canadense
Brazilian Traction Light and Power Corporation.

10 O primeiro movimento de regulamentação do Setor Elétrico Brasileiro se deu com a Lei nº 1.145, de
31 de dezembro de 1903, e com o Decreto nº 5.704, de 10 de dezembro de 1904, que
regulamentava o aproveitamento da força hidráulica para transformação em energia elétrica
aplicada aos serviços federais. As concessões passavam a ter prazo máximo de 90 anos, e as
revisões das tarifas eram inicialmente de 3 anos, passando depois para 5 anos.

23
A indústria de energia elétrica no Brasil

A intervenção do Estado e o Código das Águas

1 Em 1933, o Decreto nº 23.501, de 27 de novembro, proibia quaisquer tipos de contratos que


estipulassem pagamentos em tarifa ouro, em outra moeda que não a do país.

2 Decreto nº 24.642, de 10 de julho de 1934, conhecido como o Código das Águas, gerou um amplo
processo de reordenação da indústria da energia elétrica no Brasil.

3 O Código das Águas é considerado como o marco institucional-regulatório do Setor Elétrico


Brasileiro.

4 O Código das Águas regulamentava a propriedade das águas e sua utilização, dispunha sobre a
outorga das autorizações e concessões para exploração dos serviços de energia elétrica, inclusive,
sobre o critério de determinação das tarifas desses serviços públicos e a competência dos Estados
na execução do próprio Código.

24
A indústria de energia elétrica no Brasil

A intervenção do Estado e o Código das Águas

5 As tarifas passam a ser fixadas na forma de serviço pelo custo, a fim de garantir ao prestador do
serviço a cobertura das despesas de operação e das cotas de depreciação e a justa remuneração
do capital investido. A revisão das tarifas passou a ser trienal.

6 O prazo para as concessões foi fixado em 30 anos, podendo ser prorrogado até o máximo de 50
anos.

7 Os pedidos de concessão e autorização para utilização de energia hidráulica e para geração,


transmissão e distribuição de energia elétrica passaram a ser encaminhados à União.

8 O Código das Águas impedia as empresas estrangeiras de se tornarem concessionárias,


ressalvando os direitos adquiridos por aquelas já instaladas no País, através da determinação de
que as autorizações e concessões seriam dadas apenas a brasileiros ou a empresas organizadas
no Brasil.

25
A indústria de energia elétrica no Brasil

As consequências da intervenção do Estado

1 As empresas concessionárias reduziram seus investimentos, principalmente aquelas de capital


estrangeiro.

2 A Segunda Guerra Mundial, ao impor dificuldades para a importação de equipamentos elétricos,


também contribuiu para frear a expansão da capacidade instalada.

3 Expansão da demanda proveniente do acelerado processo de urbanização, da difusão do uso de


eletrodomésticos e da industrialização, não encontrava eco no suprimento de energia elétrica,
aumentando a incerteza quanto ao suprimento.

1 A solução começa a surgir ainda na década de 1940 com a criação das primeiras companhias
concessionárias estaduais. O Estado ampliou suas atribuições e passou a investir diretamente na
geração de energia elétrica.

26
A indústria de energia elétrica no Brasil

As principais intervenções do Estado no âmbito federal

1 Em 1943 o Decreto-Lei Estadual no. 328, de 1º de fevereiro, cria a Comissão Estadual de Energia
Elétrica – CEEE, cujo objetivo principal era estudar e sistematizar a utilização do potencial
hidrelétrico do Rio Grande do Sul, e também as suas reservas de carvão.

2 Com o objetivo de aproveitar o potencial energético da cachoeira


de Paulo Afonso no rio São Francisco, em 1945 o Decreto-Lei nº
8.031, de 3 de outubro, cria a Companhia Hidroelétrica do São
Francisco – CHESF.

3 Em 22 de maio de 1952, com base na Lei Estadual nº 828, de 14


Cachoeira de Paulo Afonso
de dezembro de 1952, é criada pelo governador de Minas Gerais,
Juscelino Kubitschek de Oliveira, a Centrais Elétricas de Minas
Gerais – CEMIG.

4 Em 1957 o Decreto-Lei nº 41.066, de 28 de fevereiro, cria a Central Elétrica de Furnas, com o


objetivo de realizar o aproveitamento do potencial hidráulico do rio Grande, no trecho das
corredeiras de Furnas, no estado de Minas Gerais.
27
A indústria de energia elétrica no Brasil

As principais intervenções do Estado no âmbito federal

5 Em 11 de junho de 1962, é criada as Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrás, com base na
Lei nº 3.890-A, de 25 de abril de 1961, com a atribuição de promover estudos, projetos de
construção e operação de usinas geradoras, linhas de transmissão e subestações destinadas ao
suprimento de energia elétrica do país. A nova empresa passou a contribuir decisivamente para a
expansão da oferta de energia elétrica e o desenvolvimento do país.

6 Em 1964, com a autorização dada pela Lei nº 4.428, de 14 de outubro, as Centrais Elétricas
Brasileiras S.A. - Eletrobrás, adquire as dez subsidiárias do grupo American & Foreign Power
Company – AMFORP.

7 As empresas da AMFORP integraram o quadro de subsidiárias da Eletrobrás entre 1965 e 1968,


quando foram incorporadas, em sua maioria, às concessionárias públicas estaduais.

8 Constituição, em 23 de dezembro de 1968, da Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A. - Eletrosul,


autorizada a funcionar pela Decreto nº 64.395, de 23 de abril de 1969, como subsidiária da
Eletrobrás, atuando, inicialmente, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

28
A indústria de energia elétrica no Brasil

As principais intervenções do Estado no âmbito federal

9 Em 1972 é criada as Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte pela Lei nº 5.824, de
14 de novembro. O Decreto nº 72.548, de 30 de julho de 1973, autorizava a Eletronorte a
funcionar como subsidiária da Eletrobrás. Inicialmente, a área de atuação da empresa abrangia os
estados do Amazonas, Pará, Acre, Norte do Mato Grosso e os então territórios do Amapá,
Roraima e Rondônia.

10 No final da década de 1970, o contrato de concessão da Light – Serviços de Eletricidade S/A com
o governo federal se encerra, com a entrega dos ativos investidos pela empresa ao governo
brasileiro. A Eletrobrás, adquire o controle acionário da Light – Serviços de Eletricidade S/A e a
estatiza.

11 Em 1981 o governo do estado de São Paulo adquiriu a parte paulista da Light – Serviços de
Eletricidade S.A. e cria a Eletropaulo.

12 A parte fluminense da Light – Serviços de Eletricidade S.A. se tornou uma empresa estatal federal
ligada a Eletrobrás, com a denominação de Light Rio ou simplesmente Light.

29
A indústria de energia elétrica no Brasil

A crise da década de 80

1
Até o final da década de 1970, em decorrência de condições favoráveis dos empréstimos e
financiamentos obtidos no exterior (juros baixos e prazos elevados), houve grande endividamento
das empresas estatais do setor elétrico.

2 A deterioração da saúde financeira das empresas do setor elétrico também é uma realidade, pois a
partir de 1975 suas tarifas passaram a sofrer constantes reduções em seu valor real, pois o
governo pretendia conter os índices inflacionários ou, no mínimo, retardar sua explosão.

3 Com a alta das taxas de juros no mercado internacional, empresas do setor elétrico começaram a
encontrar grandes dificuldades para concluir seus projetos, todos de longo prazo, e saldar o que
deviam.
4 Ao longo dos anos 80, o setor elétrico foi perdendo gradativamente a eficiência que caracterizou a
intervenção federal desde sua origem.

5 O parque gerador brasileiro era essencialmente hidráulico, baseados em grandes projetos que
exploravam as economias de escala. Com as taxas de juros elevadas, os encargos financeiros
comprometiam os benefícios gerados por tais economias.
30
A indústria de energia elétrica no Brasil

A reforma da década de 90

1 O setor elétrico entra na década de 90 em uma situação bastante delicada. O Estado não tem mais
condições de investir no setor, suas empresas se veem endividadas, sem poder dar continuidade
aos planos de expansão.

2 A possibilidade de falta de energia passa a ser também uma realidade.

3 A resolução dos problemas financeiros das empresas do setor elétrico passa por um ajuste
patrimonial, onde e a privatização se apresenta como uma alternativa.

4 A privatização tinha como objetivo buscar recursos para o caixa do tesouro nacional.

5 No entanto, para que o processo de privatização avançasse era de suma importância que o setor
de energia elétrica passasse por uma reforma, cujos objetivos eram basicamente:

a) Aumentar o nível de investimentos na geração e transmissão.


b) Introduzir a concorrência, gerando impactos sobre a redução dos custos e dos preços.
c) Melhora dos serviços.

31
A indústria de energia elétrica no Brasil

A reforma da década de 90

6 A partir de 1995 foram privatizadas mais de 20 companhias distribuidoras de energia elétrica.

7 Em 1995, a Lei nº 9.047, de 7 de julho, cria a figura do consumidor livre.

8 Em meados de 1995 foi iniciado o projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro – RESEB,
cuja ideia básica era implantar um modelo desverticalizado para a indústria da energia elétrica,
com competição nos segmentos de geração e comercialização, e forte regulação nos segmentos
de distribuição e transmissão.

9 Em 1996, a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL foi instituída pela Lei nº 9.427, de 26 de
dezembro de 1996 e constituída pelo Decreto nº 2.335, de 06 de outubro de 1997, cuja finalidade
era regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.

10 Em 1998 foi criado o Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS pela Lei nº 9.648, de 27 de
maio de 1998, e regulamentado pelo Decreto nº 2.655, de 2 de julho de 1998, com a função de
coordenação e controle da operação da geração e transmissão de energia elétrica nos sistemas
interligados .
32
A indústria de energia elétrica no Brasil

A reforma da década de 90

11 Em 1998, o Decreto nº 2.655, de 02 de julho, cria o Mercado Atacadista de Energia Elétrica – MAE,
cuja função principal era registrar as transações de compra e venda de energia elétrica decorrentes
de contratos bilaterais livremente negociados.

12 Para as distribuidoras de energia elétrica foi previsto um período de transição por meio dos
Contratos Iniciais (Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998 e Decreto nº 2.655, de 2 de julho de 1998.)
que previam redução de suas quantidades de energia na razão de 25% ao ano a partir de 2003. A
redução destes contratos seria compensada pela aquisição de energia no MAE, através de
contratos negociados livremente, que movimentaria o mercado de energia elétrica.

13 A Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998 determinava que a ANEEL estabelecesse os critérios para
limitar o repasse dos custos da compra de energia elétrica, bilateralmente negociada, para as
tarifas de fornecimento aplicáveis aos consumidores cativos, pelas distribuidoras.

14 Em 1999 a Carbocloro S.A. Indústrias Química, localizada em São Paulo, se torna o primeiro
consumidor livre atendido pela Companhia Paranaense de Energia – Copel). Na época, as
distribuidoras podiam atender consumidores livres, até mesmo na área de concessão de outras
distribuidoras. 33
A indústria de energia elétrica no Brasil

O racionamento de 2001

1 A reforma da década de 90 tinha como um de seus pilares a participação intensiva do capital


privado no Setor Elétrico. O ingresso de capital privado no setor não ocorreu com a velocidade
esperada.
2 Os agentes de mercado podiam firmar contratos de fornecimento com prazos relativamente
reduzidos, além de não terem a obrigatoriedade de atender à totalidade de sua carga (poderiam
ficar expostos em até 15%). Este tipo de contratação não incentivava a realização de novos
investimentos em geração.

3 Existia um descompasso entre investimentos e aumento do consumo de energia elétrica, que


associado às condições hidrológicas desfavoráveis, culminou na crise de abastecimento de energia
elétrica.

4 Diante da crise de abastecimento, o Governo Federal criou a Medida Provisória nº 2.147, de 15 de


maio, da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, onde uma de suas medidas foi o
racionamento de até 20% no consumo de energia elétrica, estipulado para as regiões SE/CO e NE
de 01/06/2001 a 01/03/2002.
34
A atual organização institucional do Setor Elétrico no Brasil

CNPE
CNPE - Conselho Nacional de Política Energética

Conselho Nacional de
Política Energética
O CNPE foi criado pela Lei nº 9.478, de 6 de agosto
de 1997.
CMSE MME EPE

Comitê de Monitoramento Ministério de Minas e Empresa de Pesquisa O CNPE é um órgão de assessoramento do


do Setor Elétrico Energia Energética
Presidente da República, presidido pelo Ministro de
Minas e Energia, para formulação de políticas
ANEEL
nacionais e diretrizes de energia, visando, dentre
Agência Nacional de outros, o aproveitamento natural dos recursos
Energia Elétrica
energéticos do país, rever periodicamente a matriz
ONS CCEE energética e estabelecer diretrizes para programas
específicos.
Operador Nacional do Câmara de Comercialização
Sistema Elétrico de Energia Elétrica

35
A atual organização institucional do Setor Elétrico no Brasil

MME – Ministério de Minas e Energia


CNPE

O MME foi criado em 1960, pela Lei n° 3.782, de 22


Conselho Nacional de
de julho de 1960. Anteriormente, os assuntos de
Política Energética
minas e energia eram de competência do Ministério

CMSE MME EPE da Agricultura.

Comitê de Monitoramento Ministério de Minas e Empresa de Pesquisa


Em 1990, a Lei n° 8.028, de 12 de abril, extinguiu o
do Setor Elétrico Energia Energética
MME e transferiu suas atribuições ao Ministério da

ANEEL
Infraestrutura.

Agência Nacional de O MME voltou a ser criado em 1992, por meio da Lei
Energia Elétrica
n° 8.422, de 13 de maio.
ONS CCEE

O MME é encarregado de formulação, do


Operador Nacional do Câmara de Comercialização
Sistema Elétrico de Energia Elétrica planejamento e implementação de ações do Governo
Federal no âmbito da política energética nacional.

36
A atual organização institucional do Setor Elétrico no Brasil

CNPE CMSE – Comitê de Monitoramento do Setor


Elétrico
Conselho Nacional de
Política Energética
O CMSE foi criado pela Lei nº 10.847, de 14 de
março de 2004 e regulamentado pelo Decreto nº
CMSE MME EPE
5.175, de 09 de agosto de 2004.
Comitê de Monitoramento Ministério de Minas e Empresa de Pesquisa
do Setor Elétrico Energia Energética
O CMSE é coordenado diretamente pelo Ministro de
Minas e Energia.
ANEEL

Agência Nacional de O CMSE está sob coordenação direta do MME, e


Energia Elétrica
tem como principal objetivo monitorar e avaliar
ONS CCEE permanentemente as condições de segurança e
continuidade do suprimento de energia no país.
Operador Nacional do Câmara de Comercialização
Sistema Elétrico de Energia Elétrica

37
A atual organização institucional do Setor Elétrico no Brasil

CNPE EPE – Empresa de Pesquisa Energética

Conselho Nacional de
A EPE foi Instituída pela Lei nº 10.847, de 14 de
Política Energética
março de 2004 e criada pelo Decreto nº 5.184, de 16
de agosto de 2004.
CMSE MME EPE

Comitê de Monitoramento Ministério de Minas e Empresa de Pesquisa A EPE tem como principal objetivo prestar serviços
do Setor Elétrico Energia Energética
na área de estudos e pesquisas destinadas a
subsidiar o planejamento do setor energético, tais
ANEEL
como energia elétrica, petróleo e gás natural e seus
Agência Nacional de derivados, carvão mineral, fontes energéticas
Energia Elétrica
renováveis e eficiência energética, dentre outras.
ONS CCEE

Operador Nacional do Câmara de Comercialização


Sistema Elétrico de Energia Elétrica

38
A atual organização institucional do Setor Elétrico no Brasil

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

CNPE
A ANEEL é uma autarquia sob regime especial
Conselho Nacional de vinculada ao MME. A ANEEL foi instituída pela Lei nº
Política Energética
9.427, de 26 de dezembro de 1996 e constituída pelo
Decreto nº 2.335, de 06 de outubro de 1997.
CMSE MME EPE

Comitê de Monitoramento Ministério de Minas e Empresa de Pesquisa A ANEEL tem como principal objetivo regular a
do Setor Elétrico Energia Energética
fiscalização, a produção, transmissão, distribuição e
comercialização de energia elétrica, em
ANEEL
conformidade com as políticas e diretrizes do

Agência Nacional de
Governo Federal.
Energia Elétrica

ONS CCEE
As alterações promovidas em 2004 pelo novo modelo
do setor estabeleceram como responsabilidade da
Operador Nacional do Câmara de Comercialização ANEEL, direta ou indiretamente, a promoção de
Sistema Elétrico de Energia Elétrica
licitações na modalidade de leilão, para a contratação
de energia elétrica pelos agentes de distribuição do
Sistema Interligado Nacional - SIN.
39
A atual organização institucional do Setor Elétrico no Brasil

CNPE ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico

Conselho Nacional de
Pessoa jurídica de direito privado, o ONS foi criado
Política Energética
pela Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, e
regulamentado pelo Decreto nº 2.655, de 2 de julho
CMSE MME EPE
de 1998, com as alterações do Decreto nº 5.081, de
Comitê de Monitoramento Ministério de Minas e Empresa de Pesquisa 14 de maio de 2004.
do Setor Elétrico Energia Energética

O ONS tem como principal objetivo executar as


ANEEL
atividades de coordenação e controle da operação de
Agência Nacional de geração e transmissão, no âmbito do Sistema
Energia Elétrica
Interligado Nacional - SIN.
ONS CCEE

Operador Nacional do Câmara de Comercialização


Sistema Elétrico de Energia Elétrica

40
A atual organização institucional do Setor Elétrico no Brasil

CNPE CCEE – Câmara de Comercialização de Energia


Elétrica
Conselho Nacional de
Política Energética
Pessoa jurídica de direito privado, a CCEE foi
instituída pela Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004
CMSE MME EPE
e criada pelo Decreto nº 5.177, de 12 de agosto de
Comitê de Monitoramento Ministério de Minas e Empresa de Pesquisa 2004, absorveu as funções do Mercado Atacadista de
do Setor Elétrico Energia Energética
Energia Elétrica - MAE e suas estruturas
organizacionais e operacionais.
ANEEL

Agência Nacional de A CCEE tem como principal objetivo viabilizar a


Energia Elétrica
comercialização de energia elétrica no Sistema
ONS CCEE Interligado Nacional – SIN, administrando os
contratos de compra e venda de energia elétrica, sua
Operador Nacional do Câmara de Comercialização
contabilização e liquidação.
Sistema Elétrico de Energia Elétrica

41
Geração de energia elétrica no Brasil

Matriz energética de geração elétrica

Empreendimentos em operação
Potência Participação
Tipo de empreendimento Quantidade N
instalada (kW) (%)
Central Geradora Hidrelétrica (1) 496 324.546 0,24 NE

Central Geradora Eolielétrica 266 5.966.761 4,3


Pequena Central Hidrelétrica (2) 477 4.827.148 3,52
Central Geradora Solar Fotovoltaica 317 19.179 0,01
SE/CO
Usina Hidrelétrica (3) 201 87.308.965 62,2
UHE Itaipu
Usina Termelétrica (4) 2.453 40.016.501 28,26
Usina Termonuclear 2 1.990.000 1,46
Total 4.212 140.453.100 100 S

Fonte: Banco de Informações de Geração - BIG, ANEEL (2014)

O Brasil está dividido em 4 mercados regionais interligados


(1) Potência inferior a 1 MW. (submercados), compondo o Sistema Interligado Nacional – SIN:
(2) Potência superior a 1 até 30 MW.
(3) Potência superior a 30 MW. 1 Norte – N (Pará, Tocantins e Maranhão).
(4) Usinas abastecidas por gás natural, biomassa, óleo diesel e óleo combustível, carvão mineral.
2 Nordeste – NE (exceto Maranhão).

3 Sudeste - Centro Oeste – SE/CO, Acre e Rondônia.

4 Sul – S.
42 42
Geração de energia elétrica no Brasil

Matriz energética de geração elétrica

Geração de energia em 2014 (1) Geração de energia em 2014 (1)


(538.145 GWh) (538.145 GWh)
15.378 6.561 3% 1%
Hidráulica Hidráulica
123.621
Térmica 23%
Térmica
392.585 Nuclear Nuclear
73%
Eólica Eólica

Geração de energia em 2014 (1) Geração de energia em 2014 (1)


(538.145 GWh) (538.145 GWh)
66.199 12%
69.090 SE/CO (2) 13%
SE/CO (2)
S S
300.607 56%
102.250 NE 19% NE
N N

(1) Fonte: Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS. (2) UHE Itaipu alocada no SE/CO. 43
Geração de energia elétrica no Brasil

Sistema Interligado Nacional - SIN

A principal caraterística do Sistema Interligado Nacional – SIN é a complementariedade, que torna o


sistema mais confiável e econômico (em tese).

Período chuvoso Período seco

120 MW 50 MW 0 MW
0 MW
Interligação
100 MW 70 MW

A usina termelétrica não necessitou


ser despachada para atender o
consumo (economia).
Consumo
20 MW Consumo

A principal característica do SIN depende do planejamento da expansão da oferta e da capacidade de


interligação. 44
Mercado de energia elétrica no Brasil

Agentes do mercado

Distribuidor
Geração
1 São dedicados à distribuição de energia elétrica aos Podem negociar energia elétrica por meio de
1
usuários finais (consumidores cativos) com tarifas e contratos bilaterais livremente negociados
condições de fornecimento regulados pela ANEEL. com geradores, comercializadores e clientes

2 O atendimento de seu mercado cativo ocorre livres.

obrigatoriamente por meio de contratos regulados pela 2 Podem vender energia elétrica para

ANEEL. distribuidoras de forma regulada pela ANEEL.

3 Monopólio natural. 3 Possuem livre acesso aos sistemas de


transmissão e distribuição de energia elétrica.
4 Opera sob regime de concessão.

Clientes livres
Comercializador
1 São consumidores que, atendendo aos
1 Negociam energia elétrica por meio de contratos bilaterais requisitos da legislação vigente, podem
livremente negociados com geradores, comercializadores escolher seu fornecedor de energia elétrica
e clientes livres. (geradores e comercializadores) por meio

2 Em casos específicos da legislação vigente podem vender de livre negociação.

energia elétrica para distribuidoras de forma regulada pela


ANEEL.
45
Mercado de energia elétrica no Brasil

O cliente livre

1 Consumidores ligados em tensão igual ou superior a 69 kV, com demanda igual ou superior a 3.000 kW podem
escolher o seu fornecedor de energia elétrica (Lei n°9.047, de 7 de julho de 1995).

2 Novos consumidores ligados em qualquer tensão, com demanda igual ou superior a 3.000 kW podem escolher o
seu fornecedor de energia elétrica (Lei n°9.047, de 7 de julho de 1995).

Após 8 anos de publicação desta Lei, o poder concedente poderá diminuir os limites de carga e tensão.

3 Os aproveitamentos de potencial hidráulico com potência superior a 1.000 kV e inferior a 30.000 kV, os
empreendimentos hidroelétricos com potência igual ou inferior a 1.000 kV, e aqueles com base em fonte solar,
eólica e biomassa, cuja potência injetada nos sistemas de transmissão ou distribuição seja menor ou igual a
50.000 kV, poderão comercializar energia elétrica com consumidor ou consumidores reunidos em comunhão de
interesse de fato ou de direito, cuja carga seja maior ou igual a 500 kW (Lei n°9.427, de 26 de dezembro de
1996). Estes consumidores são denominados de consumidores especiais.

Para os aproveitamentos de potencial hidráulico com potência superior a 1.000 kV e inferior a 30.000 kV, para os empreendimentos
1
hidroelétricos com potência igual ou inferior a 1.000 kV, e aqueles com base em fonte solar, eólica e biomassa, cuja potência injetada
nos sistemas de transmissão ou distribuição seja menor ou igual a 30.000 kV, a ANEEL estipulará percentual de redução não inferior
a 50% a ser aplicado nas Tarifas de Usos dos Sistemas de Distribuição e Transmissão (TUSD e TUST), incluindo na produção e no
consumo (Lei n°9.427, de 26 de dezembro de 1996). 46
Mercado de energia elétrica no Brasil

Relacionamento entre os agentes Todos os contratos de energia firmados entre os agentes devem ser
1
registrados na CCEE (contrapartes, vigência e quantidades).
Gerador
Gerador 2 A energia consumida e gerada por cada agente do sistema é
apurada através de sistemas de medição instalados em todos os
pontos de conexão da rede.
Transmissora

3 A CCEE confronta as informações do requisito (contratos de venda


e/ou consumo) com os recursos (contratos de compra, geração ou
garantia física) de cada agente.

4 As sobras e déficits são valorados ao Preço de Liquidação de


Diferenças – PLD.
Distribuidora
Cliente livre 5 Como a energia não é estocável, a geração é igual ao consumo
mais as perdas no sistema.

6 No Brasil, ao contrário de outros países, o mercado de curto prazo


não é na verdade um mercado, trata-se de uma câmara de
liquidação de diferenças.

Cliente livre Legenda:

Sistema de medição
Comercializador
Cliente cativo Agente comprador Agente vendedor
Contrato
47
Mercado de energia elétrica no Brasil

Cliente livre – CL1 Cliente livre – CL2


Apuração das relações contratuais e medição (1) Recurso (MWh) 40 Recurso (MWh) 48

C1-CL1 40 G3-CL2 48

G2 Requisito (MWh) 38 Requisito (MWh) 52


G1 Consumo 38 Consumo 52

Sobra/Déficit (MWh) +2 Sobra/Déficit (MWh) -4

Transmissora Gerador – G1 Gerador – G2


Recurso (MWh) 40 Recurso (MWh) 50
40 MWh 50 MWh Geração 40 Geração 50
Requisito (MWh) 50 Requisito (MWh) 40
52 MWh G1-D1 50 G2-D1 40
38 MWh
Sobra/Déficit (MWh) - 10 Sobra/Déficit (MWh) +10
48 MWh
50 MWh
40 MWh Gerador – G3 Comercializador – C1
D1 Recurso(MWh) 90 Recurso(MWh) 35
CL 2
Geração 90 G3-CL1 35

Requisito (MWh) 83 Requisito (MWh) 40

G3-CL2 48 C1-CL1 40
38 MWh G3-C1 35 Sobra/Déficit (MWh) -5
90 MWh
D1 40 MWh Sobra/Déficit (MWh) +7
(1) Assumindo que não há perdas no
sistema.
Distribuidora – D1
90 MWh CL 1 Recurso (MWh) 90
G3 G1-D1 40
35 MWh
G2-D1 50
C1 Requisito (MWh) 90
Cliente cativo Consumo 90
Sobra/Déficit (MWh) 0
48
Mercado de energia elétrica no Brasil

Cliente livre – CL1 Cliente livre – CL2


Conceito de contabilização (1) Recurso (MWh) 40 Recurso (MWh) 48

C1-CL1 40 G3-CL2 48

A contabilização baseia-se em um conceito Requisito (MWh) 38 Requisito (MWh) 52

Consumo 38 Consumo 52
fundamental que é determinar as diferenças e Sobra/Déficit (MWh) +2 Sobra/Déficit (MWh) -4

liquidá-las de forma a fechar o balanço energético Gerador – G1 Gerador – G2


Recurso (MWh) 40 Recurso (MWh) 50
e financeiro do Sistema Interligado Nacional – SIN Geração 40 Geração 50

e ocorre na CCEE. Requisito (MWh) 50 Requisito (MWh) 40


G1-D1 50 G2-D1 40
Sobra/Déficit (MWh) - 10 Sobra/Déficit (MWh) +10
Liquidação das diferenças
Sobra ou Déficit PLD Receita ou Gerador – G3 Comercializador – C1
Agente
(MWh) (R$/MWh) Despesa (R$) Recurso(MWh) 90 Recurso(MWh) 35
CL1 +2 50,00 +100,00 Geração 90 G3-CL1 35

CL2 -4 50,00 -200,00 Requisito (MWh) 83 Requisito (MWh) 40

G3-CL2 48 C1-CL1 40
G1 -10 50,00 -500,00
G3-C1 35 Sobra/Déficit (MWh) -5
G2 +10 50,00 +500,00
Sobra/Déficit (MWh) +7
G3 +7 50,00 +350,00 (1) Assumindo que não há perdas no
sistema.
C1 -5 50,00 -250,00 Distribuidora – D1

D1 0 50,00 0,00 Recurso (MWh) 90


G1-D1 40
Total 0 0,00
G2-D1 50

Requisito (MWh) 90
Consumo 90
Sobra/Déficit (MWh) 0
49
Mercado de energia elétrica no Brasil

Conceito de despacho por ordem de mérito


P – Potência instalada.
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 CVU – Custo Variável Unitário.

P = 10 MW P = 5 MW P = 20 MW
CVU = R$8/MWh CVU = R$12/MWh CVU = R$15/MWh

10 5 5

Demanda = 20 MW

A solução de mínimo custo = 10 x 8 + 5 x 12 + 5 x 15 = R$ 215


(despacho por ordem de mérito de custo)

CVU = CCOMB + CO&M.


CCOMB (R$/MWh): Custo com combustível (óleo diesel, óleo combustível, gás natural, carvão mineral, etc) para gerar 1 MWh.
CO&M (R$/MWh): Custo com operação e manutenção da usina para gerar 1 MWh.
50
Mercado de energia elétrica no Brasil

Custo Marginal de Operação - CMO


P – Potência instalada.
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 CVU – Custo Variável Unitário.

P = 10 MW P = 5 MW P = 20 MW
CVU = R$8/MWh CVU = R$12/MWh CVU = R$15/MWh

10 5 5 1

1MW
Demanda = 20 MW

A solução de mínimo custo = 10 x 8 + 5 x 12 + 5 x 15 = R$ 215


(despacho por ordem de mérito de custo)

Para despachar mais 1 MW, esse virá do Gerador 3, logo o CMO é igual ao CVU do gerador (R$ 15/MWh).

51
Mercado de energia elétrica no Brasil

Custo Marginal de Operação - CMO


P – Potência instalada.
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 CVU – Custo Variável Unitário.

P = 10 MW P = 5 MW P = 20 MW
CVU = R$8/MWh CVU = R$12/MWh CVU = R$15/MWh

10 5 20 1

Valores para 2015


1MW Patamar de déficit Custo do déficit
Demanda = 35 MW (% de corte de carga) R$/MWh
De 0% a 5% 1.420,34
De 5% a 10% 3.064,15
Custo = 10 x 8 + 5 x 12 + 20 x 15 = R$ 440
De 10% a 20% 6.403,81
Acima de 20% 7.276,40
Para despachar mais 1 MW, e esse não puder ser atendido pelas usinas O custo do déficit, representa o quanto custa
do sistema, o mesmo se encontra em déficit, logo o CMO é igual ao custo para a sociedade a insuficiência de oferta de

do déficit. energia elétrica.

52
Mercado de energia elétrica no Brasil

Custo Marginal de Operação - CMO


P – Potência instalada.
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 CVU – Custo Variável Unitário.

P = 50 MW P = 5 MW P = 20 MW
CVU = R$12/MWh CVU = R$15/MWh

20

Demanda = 20 MW

A solução de mínimo custo = R$ 0


(não há despacho termoelétrico)

53
Mercado de energia elétrica no Brasil

Custo Marginal de Operação - CMO


P – Potência instalada.
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 CVU – Custo Variável Unitário.

P = 50 MW P = 5 MW P = 20 MW
CVU = R$12/MWh CVU = R$15/MWh

1
20

1MW
Demanda = 20 MW

A solução de mínimo custo = R$ 0


(não há despacho termoelétrico)

Para despachar mais 1 MW, esse virá do Gerador 1 (hidroelétrico), logo o CMO é R$ 0/MWh.

54
Mercado de energia elétrica no Brasil

Custo Marginal de Operação - CMO


P – Potência instalada.
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 CVU – Custo Variável Unitário.

P = 50 MW P = 5 MW P = 20 MW
CVU = R$12/MWh CVU = R$15/MWh

50 1

1MW
Demanda = 50 MW

A solução de mínimo custo = R$ 0


(não há despacho termoelétrico)

Para despachar mais 1 MW, esse virá do Gerador 2, logo o CMO é igual ao CVU do gerador (R$ 12/MWh).

Desta forma, uma usina termoelétrica será despachada quando CVU ≤ CMO.
55
Mercado de energia elétrica no Brasil

Incertezas da hidrologia no cálculo do custo de operação

Condição hidrológica futura


(incerteza)
Resultado na operação do
Decisão quanto a utilização sistema e impacto no custo
Período chuvoso
dos reservatórios
Vertimento de água
(desperdício)

Custo imediato de operação: Elevado


Período seco
Custo futuro de operação: Baixo

Operação adequada
Armazenar água
Turbinar menos água gerar Custo imediato de operação: Baixo
energia e utilizar geração
Período chuvoso
térmica Custo futuro de operação: Baixo

Operação adequada

Custo imediato de operação: Baixo

Período seco Custo futuro de operação: Baixo

Não armazenar água Despacho térmico ou déficit


Turbinar mais água para
gerar energia e utilizar Custo imediato de operação: Baixo
menos geração térmica
Custo futuro de operação: Elevado

56
Mercado de energia elétrica no Brasil

Custo futuro e custo imediato de operação 1 O CMO deve ser definido de tal forma que o sistema opere com um
menor custo, tanto imediato quanto futuro.

2 O acoplamento temporal do custo (imediato e futuro) é necessário,


Custo total
pois as decisões tomadas no presente trazem consequências no
futuro.
Custo de operação ( R$)

3 A solução ótima de operação (de menor custo) é um equilíbrio entre


o benefício presente do uso da água e o benefício futuro de seu
Ponto ótimo
armazenamento, medido em termos da economia esperada dos
combustíveis das usinas termoelétricas.

4 Para se armazenar mais água nos reservatórios, há a necessidade


Custo imediato Custo futuro de uma maior geração térmica, logo o custo imediato é mais

0% 100% elevado e o custo futuro é menor, pois haverá menos necessidade


Armazenamento (% do Volume Útil) de geração térmica.

5 O deplecionamento dos reservatórios, gerando mais nas usinas


hidroelétricas, conduz a um custo imediato menor, pois evita-se o
despacho térmico, mas em compensação o custo futuro é maior,
pois haverá a necessidade de geração térmica.

57
Mercado de energia elétrica no Brasil

Preço de Liquidação de Diferenças - PLD

Como a geração de energia elétrica no Brasil é predominantemente de usinas Para 2015


1
Limites do PLD R$/MWh
hidrelétricas (sistema hidrotérmico), o CMO pode variar de 0 (zero) ao custo do
Mínimo 30,26
déficit.
Máximo 388,48
O Preço de Liquidação de Diferenças - PLD é baseado no CMO limitado a valores
2
máximo e mínimo, definidos pela ANEEL.

3 O PLD mínimo é representado pelo valor da Receita Anual de Geração – RAG dos geradores que tiveram suas
concessões renovadas. A RAG representa o valor mínimo para disponibilização da energia, cobrindo os custos
necessários para manter e operar os empreendimentos hidrelétricos .

4 O PLD máximo (2) é representado pelo custo da usina térmica mais cara a gás natural em operação comercial
contratada no Ambiente de Contratação Regulada – ACR (UTE Mário Lago, potência instalada de 923 MW). O
conceito possui uma lógica de operação do sistema, que prioriza o bloco de térmicas à gás natural como forma de
preservar os reservatórios, considerando aspectos econômicos e ambientais.

5 O CMO é calculado por modelos computacionais de otimização matemática (NEWAVE e DECOMP), que
fornecem seus valores para cada submercado nos patamares (horários) de carga pesada, média e leve.

(1) Anteriormente o PLD mínimo é baseado na estimativa do custo variável de operação da hidrelétrica de Itaipu, considerando o rateio da energia cedida pelo Paraguai ao Brasil, valorado pela
média geométrica diária das Cotações de Fechamento PTAX do dólar americano, publicadas pelo Banco Central, no período de 1º de dezembro do ano anterior até 30 de novembro do ano
do cálculo.
(2) Anteriormente o PLD máximo é o menor valor entre o PLD máximo do ano anterior, corrigido pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna - IGP-DI, e o preço estrutural da
termelétrica com mais de 65MW mais cara incluída no Programa Mensal de Operação Eletroenergética - PMO do Operador Nacional do Sistema – ONS . 58
Mercado de energia elétrica no Brasil

Preço de Liquidação de Diferenças - PLD

Em virtude do PLD ser baseado no CMO, cuja formação é baseada na trajetória da operação do SIN, o PLD é influenciado
pelas condições do sistema (armazenamento nos reservatórios das usinas hidrelétricas, entrada em operação e/ou atraso
de novas usinas, demanda, custo variável das usinas termelétricas) e pela vazão afluente aos reservatórios, que vincula o
seu comportamento aos fenômenos climáticos.

PLD do SE/CO
1.000

PLD SE/CO PLD máximo


823
800 780
728
689
633 622
600 570
516 534
R$/MWh

505

388
400

200

0
mar/05
jan/05

mai/05

set/05

set/06

set/08
jul/05

nov/05

mar/06
jan/06

mai/06
jul/06

nov/06

mar/07
jan/07

mai/07

set/07
jul/07

nov/07

mar/08
jan/08

mai/08
jul/08

nov/08

mar/09
jan/09

mai/09

set/09

mar/10

set/10
jul/09

nov/09
jan/10

mai/10
jul/10

nov/10

mar/11
jan/11

mai/11

set/11
jul/11

nov/11

mar/12
jan/12

mai/12

set/12

mar/13

mar/14
jul/12

nov/12
jan/13

mai/13

set/13
jul/13

nov/13
jan/14

mai/14

set/14

mar/15
jul/14

nov/14
jan/15
59
Transporte de energia elétrica

Com relação aos agentes


1 Os transmissores atuam na expansão,

Gerador
operação e manutenção da Rede Básica
Gerador
(Tensão ≥ 230 kV) e Demais Instalações de

Transmissora Transmissão – DIT (instalações de 138 kV e


algumas operadas em 88 kV).

2 Os geradores e consumidores livres podem


estar conectados diretamente a rede básica,

Distribuidora a DIT ou a rede de distribuição.


Cliente livre

3 Os distribuidores prestam serviço público de


distribuição de energia elétrica, por
delegação da União na área em que lhe foi
dada a concessão. Os distribuidores são
Cliente livre
responsáveis pela manutenção, operação e
expansão da rede de distribuição.
Cliente cativo

60
Transporte de energia elétrica

Pagamento pelo uso da rede 1 Os agentes conectados à Rede Básica ou


DIT pagam a Tarifa de Uso do Sistema de
Gerador
Gerador Transmissão – TUST ao ONS que é
repassado às transmissoras.
Transmissora

TUST TUST 2 Os geradores e consumidores livres


conectados à rede de distribuição pagam a
Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição –
TUST TUSD à distribuidoras.
Distribuidora
Cliente livre
3 Os consumidores cativos pagam tarifa de
fornecimento às distribuidoras.
TUSD
TUSD

4 A tarifa de fornecimento deve cobrir os


Tarifa de fornecimento
Cliente livre custos envolvidos em toda a cadeia,
envolvendo a produção, transmissão e
distribuição.
Cliente cativo

61
Transporte de energia elétrica

Perda de energia elétrica

Transmissora Distribuidora

Cliente cativo
Gerador Transmissora

DIT

Rede Básica Rede de distribuição

Perdas de rede básica Perdas nas DIT Perdas de distribuição

Perdas técnicas que ocorrem no Perdas técnicas que ocorrem no Perdas que ocorrem na rede de
1 1
transporte da energia elétrica na transporte da energia elétrica na distribuição, compostas por:

rede básica. DIT.


1 Perdas técnicas.

2 Toda a perda de Rede Básica é rateada 2 Toda a perda na DIT é rateada


2 Perdas comerciais (furto de energia).
entre os agentes geradores e os agentes entre os agentes conectados na

de consumo conectados na Rede Básica mesma.


62
Modelo institucional do Setor Elétrico

Objetivos e marcos regulatórios

Objetivos do modelo (Ministério de Minas e Energia, Brasília, 17 de dezembro de 2003):

1 Garantir a segurança de suprimento de energia elétrica.

2 Promover a modicidade tarifária por meio da contratação eficiente de energia para os


consumidores regulados.

3 Promover a inserção social no Setor Elétrico em particular pelos programas de universalização


de atendimento.

1 Medida Provisória nº 144, de 10 de dezembro de 2003.

Principais marcos regulatórios: 2 Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004.

3 Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004.


63
Modelo institucional do Setor Elétrico

Como estão segmentadas as atividades

1 Desverticalização das atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização.

2 Estado produtor passa a exercer o papel de Estado regulador (este conceito já vem desde a
reforma de 1999).

3 Regulação mínima nos segmentos competitivos e forte regulação nas atividades que constituem
monopólio natural.

Competição Monopólio natural Competição

Transmissão Distribuição Comercialização


Geração

Regulação mínima Forte regulação Regulação mínima

64
Modelo institucional do Setor Elétrico

Principais mecanismos para garantir a expansão

1 A contratação dos agentes de distribuição está restrita aos leilões regulados promovidos pela
ANEEL de forma a estimular a competição no segmento de geração.

2 Obrigação dos agentes de distribuição: garantir o atendimento à totalidade de mercado mediante


contratos registrados na CCEE (apuração anual – ano civil).

O não atendimento à totalidade do mercado implica em penalidades aplicadas ao agente de distribuição

Leilões de energia elétrica

1
Leilões de energia existente, decorrentes de empreendimentos de geração existente, onde são
firmados contratos de fornecimento de energia elétrica com durações de 1 a 15 anos.

2
Leilões de energia nova, decorrentes de novos empreendimentos de geração, onde são firmados
contratos de fornecimento de energia elétrica com durações de 15 a 35 anos. A expansão da oferta
de geração se dá por meio deste tipo de leilão.
65
Modelo institucional do Setor Elétrico

Ambientes de contratação

1 Ambiente de Contratação Regulada – ACR:

Segmento de mercado no qual se realizam as operações de compra e venda de energia


elétrica entre agentes vendedores e agentes de distribuição, precedidas de licitação,
ressalvados os casos previstos em lei.

2 Ambiente de Contratação Livre – ACL:

Segmento de mercado no qual se realizam as operações de compra e venda de energia


elétrica, objeto de contratos bilaterais livremente negociados.

66
Modelo institucional do Setor Elétrico

Ambientes de contratação

1 O consumo do ACR representou 75% do consumo total do Brasil no ano de 2014.

2 O ACR é o vetor de expansão do Sistema Interligado Nacional – SIN.

Consumo de energia elétrica nos ambientes de contratação (MW médios).


Fonte: CCEE (INFOmercado e Relatório de Informações ao Público)

43.186 44.250 46.235


40.608 41.646
37.068 38.438

13.657 12.155 14.061 14.844 15.433 16.049 15.436

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

ACL ACR
67
Modelo institucional do Setor Elétrico

Ambientes de contratação e agentes envolvidos

Ambiente de Contratação Regulada Ambiente de Contratação Livre


(ACR) (ACL)

Agente de distribuição Cliente livre


Agente de geração

Agente de comercialização

Agente de distribuição

Cliente livre

Agente de comercialização

Contratos bilaterais (negociados livremente). Leilões regulados de energia.

Contrato de Comercialização de Energia Elétrica do Ambiente Regulado – CCEAR (decorrente dos leilões).
68
Modelo institucional do Setor Elétrico

Relacionamentos no Ambiente de Contratação Regulada - ACR

Leilão de energia nova Leilão de energia existente A contratação de energia entre os agentes
1
Geradores vencedores do certame
vendedores (agentes de geração e
Geradores vencedores do certame
comercialização) e os agentes compradores
Gerador 1 Gerador 2 Comercializador Gerador (distribuidores) é realizada através de leilões
regulados promovidos pela ANEEL.

2 Os agentes de distribuição são obrigados a


contratar energia para o atendimento da

CCEAR totalidade de seu mercado composto


CCEAR CCEAR
exclusivamente por consumidores cativos
CCEAR
(mais as perdas de energia)

3 Os agentes de distribuição são passivos no


Distribuidora 1 Distribuidora 2
leilão, fornecendo somente a sua necessidade
de compra para atendimento de seu mercado.

4 Os agentes de comercialização podem


participar somente dos leilões de energia
existente.
Clientes cativos Clientes cativos

69
Modelo institucional do Setor Elétrico

Leilões de energia elétrica

1 Os agentes compradores (agentes de distribuição), informam ao MME as suas necessidades de


compra de energia elétrica para o atendimento à totalidade de seus mercados.

2 Os agentes vendedores (agentes de geração) ofertam preços, a cada lance do leilão.

Lance final
Lance inicial Necessidade total de compra (Total de 90 MWh negociados)
Gerador 4 Gerador 2
dos agentes de distribuição
P4 = R$91/MWh
participantes do leilão. P2 = R$86/MWh

Gerador 3 20 MWh Gerador 4


P3 = R$89/MWh
30 MWh P4 = R$85/MWh 50 MWh
87 MWh
20 MWh
Gerador 2 P2 = R$87/MWh
Gerador 3 P3 = R$83/MWh
50 MWh Distribuidor 1
57 MWh 30 MWh

P1 = R$80/MWh
Gerador 1 P1 = R$81/MWh 40 MWh 30 MWh Distribuidor 2 Gerador 1 40 MWh

Energia ofertada
dos geradores
Vencedores do leilão

70
Modelo institucional do Setor Elétrico

Leilões de energia elétrica

1 Ao final do leilão, os agentes vendedores (agentes geradores) celebram CCEARs com todos
agentes compradores (agentes de distribuição) que declararam necessidade de compra de energia
elétrica.
2 As quantidades dos CCEARs são proporcionais às declarações de necessidade de cada agente
comprador.

Agentes vendedores
Resultado do leilão Gerador 4 Gerador 3 Gerador 1
Vencedores do leilão (Total de 90 MWh negociados)

Gerador 4
P4 = R$85/MWh
CCEAR CCEAR CCEAR
87 MWh
20 MWh CCEAR CCEAR
Gerador 3 P3 = R$83/MWh CCEAR
30 MWh 57 MWh Distribuidor 1

P1 = R$80/MWh
Gerador 1 40 MWh 30 MWh Distribuidor 2

Distribuidor 1 Distribuidor 2
Necessidade total de compra dos
agentes de distribuição
Agentes compradores
participantes do leilão. 71
Modelo institucional do Setor Elétrico

Leilões de energia elétrica


Agentes vendedores
Resultado do leilão
Vencedores do leilão (Total de 90 MWh negociados) Gerador 4 Gerador 3 Gerador 1

Gerador 4
P4 = R$85/MWh
87 MWh CCEAR CCEAR CCEAR
20 MWh
Gerador 3 P3 = R$83/MWh CCEAR CCEAR
CCEAR
30 MWh 57 MWh Distribuidor 1

P1 = R$80/MWh
Gerador 1 40 MWh 30 MWh Distribuidor 2

Distribuidor 1 Distribuidor 2
Necessidade total de compra dos
agentes de distribuição
Agentes compradores
participantes do leilão.

MWh

1 Da necessidade total de compra do Leilão, a declaração do CCEAR Gerador 1 26


Distribuidor 1 CCEAR Gerador 3 20
Distribuidor 1 representa 66% e a do Distribuidor 2 34%. CCEAR Gerador 4 13
Total recebido de CCEAR 59

Do total de energia negociada no Leilão, o Gerador 1 representa MWh


2 CCEAR Gerador 1 14 90 MWh
44%, o Gerador 3 33% e o Gerador 4 22%. Distribuidor 2 CCEAR Gerador 3 10
CCEAR Gerador 4 7
Total recebido de CCEAR 31 72
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de leilões de energia elétrica

Tempo de maturação de novos projetos


Tipo: Estruturantes
Energia nova (duração de 15 a 35 anos)
Hidroelétricos (4 a 5 anos)

Termoelétricos (2 a 3 anos) Energia nova (duração de 15 a 35 anos)

Tipo: Fontes alternativas (biomassa, eólica, etc.)

Energia existente ou nova (duração de 15 a 35 anos)

Tipo: A-5

Ano corrente Energia nova (duração de 15 a 35 anos)


Tipo: A-3

Energia nova (duração de 15 a 35 anos)


Tipo: A-1

Energia existente (duração de 1 a 15 anos)

Tipo: Ajuste
Energia existente
(duração até 2 anos)

Ano AA
Ano A+1
A+1 A+2
A+2 A+3
A+3 A+4
A+4 A+5
A+5 73
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de leilões de energia elétrica

Ano corrente
Leilões de ajuste
1 Contratação de até 5% da carga contratada.

2 Repasse dos custos para os consumidores finais pelo maior valor entre a
média do PLD para o período de suprimento e a média móvel de 5 (cinco
anos) do Valor Anual de Referência – VR atualizado monetariamente.
Tipo: Ajuste
Energia existente
(duração até 2 anos)

Ano AA
Ano A+1
A+1 A+2
A+2 A+3
A+3 A+4
A+4 A+5
A+5 74
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de leilões de energia elétrica

Leilões A-1

1 Contratação entre 96% e 100% do Montante de Reposição – MR.

Ano corrente
2 Caso a contratação seja inferior a 96% do MR (limite mínimo), haverá
penalidade no repasse dos custos de aquisição de energia nova (A-3
e/ou A-5) às tarifas dos consumidores finais.

Tipo: A-1

Energia existente (duração de 1 a 15 anos)

Ano AA
Ano A+1
A+1 A+2
A+2 A+3
A+3 A+4
A+4 A+5
A+5 75
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de leilões de energia elétrica

Leilões A-3
1 Contratação até 2% da carga do ano A-5.
2 Para a parcela da contratação que exceder aos 2%, o repasse dos custos de
aquisição às tarifas dos consumidores será o menor valor entre os preços dos
leilões A-3 e A-5.

3 O repasse dos custos aos consumidores finais será limitado ao Valor de Referência
da Energia Existente - VRE (valor médio ponderado de energia existente) caso não
seja respeitado o limite mínimo de contratação nos leilões A-1 (96% do MR).
Ano corrente

Tipo: A-3

Energia nova (duração de 15 a 35 anos)

Ano AA
Ano A+1
A+1 A+2
A+2 A+3
A+3 A+4
A+4 A+5
A+5 76
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de leilões de energia elétrica

Leilões A-5

1 Não há limite de contratação estabelecido na legislação.

2 O repasse dos custos aos consumidores finais será limitado ao Valor de


Referência da Energia Existente - VRE (valor médio ponderado de energia
existente) caso não seja respeitado o limite mínimo de contratação nos leilões
A-1 (96% do MR).

Tipo: A-5

Ano corrente Energia nova (duração de 15 a 35 anos)

Ano AA
Ano A+1
A+1 A+2
A+2 A+3
A+3 A+4
A+4 A+5
A+5 77
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de leilões de energia elétrica

Tipo: Fontes alternativas (biomassa, eólica, etc.)

Energia existente ou nova (duração de 15 a 35 anos)

Ano corrente
Leilões de fontes alternativas

1 Incentivar os projetos de geração com base em fontes alternativas,


além de promover ajustes no nível de contratação do agente de
distribuição. Não há limite de contratação estabelecido na legislação.
2 Repasse integral dos custos de aquisição aos consumidores finais.

Ano AA
Ano A+1
A+1 A+2
A+2 A+3
A+3 A+4
A+4 A+5
A+5 78
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de leilões de energia elétrica

Tipo: Estruturantes
Energia nova (duração de 15 a 35 anos)

Energia nova (duração de 15 a 35 anos)

Leilões de projetos estruturantes

1 Projetos de geração indicados por Resolução do Conselho Nacional de


Política Energética – CNPE e aprovada pelo Excelentíssimo Senhor
Ano corrente Presidente da República.

2 Geralmente estes leilões são associados aos Leilões A-3 e A-5.

Ano AA
Ano A+1
A+1 A+2
A+2 A+3
A+3 A+4
A+4 A+5
A+5 79
Modelo institucional do Setor Elétrico

Resumo dos leilões de energia elétrica

Leilões de energia existente

Em função da duração e da limitação da quantidade contratada, seu principal objetivo é de ajustar o


1 Leilão de ajuste
nível de contratação do agente de distribuição em função do risco de variação de sua carga.

Como a sua contratação está limitada ao Montante de Reposição - MR, o seu principal objetivo é criar
2 Leilão A-1
uma reserva de mercado para a energia existente, evitando assim que o agente de distribuição
contrate energia nova, sinalizando uma expansão desnecessária do parque gerador.

Leilões de energia nova


Como não há limitação para sua contratação, seu principal objetivo é atender o crescimento de carga
1 Leilão A-5
dos agentes de distribuição.

Em função da limitação da quantidade contratada, seu principal objetivo é ajustar o nível de


2 Leilão A-3
contratação do agente de distribuição após a contratação de seu crescimento de carga.

Seu principal objetivo é a viabilização de projetos estratégicos para a expansão do SIN (exemplo: UHE
3 Estruturante
Santo Antônio, Jirau e Belo Monte).

Leilões de Fontes Alternativas (podem ser de energia nova ou existente)


Seu principal objetivo é incentivar os projetos de geração com base em fontes alternativas, além de promover ajustes no nível de
contratação do agente de distribuição.

80
Modelo institucional do Setor Elétrico

Valor Anual de Referencia - VR

VR (R$/MWh)
Ano VR (R$/MWh)
VL5 x Q5 + VL3 x Q3 (base: jan/2015)
VR = Fonte: ANEEL
Q5 + Q3
2008 207,23

2009 204,58
VL5

Valor médio de aquisição nos leilões de compra de energia elétrica 2010 195,64

proveniente de novos empreendimentos de geração realizados no ano A-5, 2011 192,07


ponderado pelas respectivas quantidades adquiridas (R$/MWh). 2012 193,16
Q5 2013 183,73
Quantidade total, em MWh, adquirida nos leilões realizados no ano A-5. 2014 118,79
VL3 2015 104,13
Valor médio de aquisição nos leilões de compra de energia elétrica 2016 111,71
proveniente de novos empreendimentos de geração realizados no ano A-3,
ponderado pelas respectivas quantidades adquiridas (R$/MWh).

Q3

Quantidade total, em MWh, adquirida nos leilões realizados no ano A-3.


81
Modelo institucional do Setor Elétrico

Resumo dos leilões de energia elétrica (sem cancelamentos e atrasos)

Energia adicionada ao sistema (MWmed) Participação da energia adicionada ao sistema


(Fonte: CCEE) (Fonte: CCEE)

4.673
14% 16% 23%
35% 0,1% 36%
3.241 3.269 45%
58% 35%
2.637 71% 74% 69% 1%
2.583 2.601 79% 82%
2.180 2.327 2.138 2.234
1.909
89% 23%
73%
7% 71%
1.147 0,2% 46% 60%
632 51%
42% 35%
29% 26% 31% 18%
11% 11% 18%
4% 8% 4% 6%
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Hidráulica Estruturante (1) Térmica (2) Eólica


Energia adicionada acumulada ao sistema (MWmed)
(Fonte: CCEE)

30.423 31.570 Preço médio ponderado da energia nova (R$/MWh)


27.155
25.246 (base: abr/15) (Fonte: CCEE)
22.608
20.375
17.774
15.636 217 214 210
10.963 208 206 202
8.636 De 2008 a 2020 foi adicionado em média 193
6.456 mais de 2.400 MWmed por ano,
182 176
3.215 169 167 169 173
632 aproximadamente 5% da carga do ACR do
ano de 2014

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

(1) Projetos das UHEs Santo Antônio, Jirau e Belo Monte.


82
(2) Usinas abastecidas por gás natural, biomassa, óleo diesel e óleo combustível, carvão mineral.
Modelo institucional do Setor Elétrico

Montante de Reposição - MR

O Montante de Reposição – MR é a quantidade de energia elétrica decorrente:

1 Do vencimento de contratos de compra de energia elétrica no ano A-1.

2 Da redução, com previsão contratual, da quantidade contratada no ano A-1.

O agente de distribuição deverá contratar toda sua necessidade no leilão de energia nova?

Realização do Leilão A-5


140
113 116
120 106 109
100 103 Necessidade de contratação.
100
53
Parcela de energia descontratada.
80 43 46 49 63
40
GWh

60

40 40 40 40 40 40 Requisito energético é a quantidade de energia


33
necessária para atendimento dos mercado do
20
20 20 20 20 20 20 agente de distribuição e cobertura de suas perdas
-
2015 2016 2017 2018 2019 2020 (Rede Básica, DITC e distribuição).

Cotas (1) Contratos bilaterais CCEAR


MR A-5 A-3
Requisito energético (1) Itaipu, PROINFA e Garantia Física. 83
Modelo institucional do Setor Elétrico

Montante de Reposição - MR

O Montante de Reposição – MR é a quantidade de energia elétrica decorrente:

1 Do vencimento de contratos de compra de energia elétrica no ano A-1.

2 Da redução, com previsão contratual, da quantidade contratada no ano A-1.

Realização do Leilão A-1 A contratação no Leilão A-5 tem por objetivo


cobrir o crescimento de carga do agente de
Realização do Leilão A-5
distribuição.
140
113 116
120 106 109
103
100 3 A-5 = 8 (crescimento de carga).
100
46 49 53 60
80 40 43 A-1 ≤ MR = 40 + (53-33) = 60.
GWh

60 A-1 ≥ 96% x MR = 57,60 (LI).


40 40 40 40 40 40 33 LI – Limite Inferior de Recontratação

20 A limitação de contratação no Leilão A-1 tem por


20 20 20 20 20 20
- objetivo evitar que o agente de distribuição
2015 2016 2017 2018 2019 2020 realize a substituição de energia existente por
Cotas Contratos bilaterais CCEAR energia nova, sinalizando uma expansão
MR A-5 A-3 equivocada para a oferta do SIN.
Requisito energético 84
Modelo institucional do Setor Elétrico

Contratação nos leilões de energia nova A-3

Definida a contratação no Leilão A-5, o agente de distribuição poderá realizar o ajuste de sua
contratação por meio do Leilão A-3.

Realização do Leilão A-1


Realização do Leilão A-3
Realização do Leilão A-5

140 117
A-3 ≤ 0,02 x 100 = 2
113 1
120 106 109
103
100 3 A-5 = 8 (crescimento de carga).
100
46 49 53 60
80 40 43 A-1 ≤ MR = 40 + (53-33) = 60.
GWh

60 A-1 ≥ 96% x MR = 57,60 (LI).


40 40 40 40 40 40 33 LI – Limite Inferior de Recontratação

20
20 20 20 20 20 20 Até 2% da carga do ano A-5, sendo o ano A, o
-
2015 2016 2017 2018 2019 2020 ano de início do suprimento.

Cotas Contratos bilaterais


CCEAR MR A contratação no Leilão A-3 tem por objetivo
A-5 A-3 ajustar a contratação realizada no ano A-5.
85
Requisito energético Nova projeção em 2017
Modelo institucional do Setor Elétrico

Mecanismos de repasse dos custos de aquisição de energia elétrica

O objetivo do Montante de Reposição – MR é gerar uma reserva de mercado para a energia


existente, evitando assim, uma sinalização equivocada de expansão do parque gerador.

Parcela de energia existente descontratada


60
que, em tese, estará livre para o mercado.
140
113 116
120 106 109
103
100 Se o agente declara toda sua necessidade
100
49 53 de contratação no Leilão A-5, o sistema terá
80 40 43 46 63
GWh

uma sinalização equivocada de expansão,


60
pois parte de sua energia descontratada está
40 40 40 40 40 40 33
disponível no sistema.
20
20 20 20 20 20 20
-
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Cotas Contratos bilaterais CCEAR
MR A-5 A-3
Requisito energético 86
Modelo institucional do Setor Elétrico

Mecanismos de repasse dos custos de aquisição de energia elétrica

A parcela de energia nova equivalente que violar do limite mínimo do MR terá seu custo limitado
VRE, evitando que o agente de distribuição contrate toda sua necessidade nos leilões de energia
nova.

Limite de contratação em A-1:


Realização do Leilão A-1
 A-1 ≤ MR = 40 + (53-33) = 60.
Realização do Leilão A-5  A-1 ≥ 96% x MR = 57,60 (LI).
140
113 116 A-5
120 106 109
100 103 3 5,4
100 10
53 4,6 A-1
80 40 43 46 49 60
57,6
GWh

53
60

40 40 40 40 40 40 33 Violação do limite mínimo de contratação 96% x MR.


20
20 20 20 20 20 20 Supondo que se contratou 10 GWh no Leilão A-5 e
-
2015 2016 2017 2018 2019 2020 53 GWh no Leilão A-1, e que o preço no leilão A-5

Cotas Contratos bilaterais CCEAR seja R$130/MWh e o VRE R$100/MWh, a perda do

MR A-5 A-3 agente de distribuição será de R$30MWh aplicada


Requisito energético sobre a parcela dos 4,6 GWh. 87
Modelo institucional do Setor Elétrico

Mecanismos de repasse dos custos de aquisição de energia elétrica

Supondo o preço do leilão A-3 maior que o do Leilão A-5, o agente de distribuição perderá no
repasse dos custos a diferença entre o preço do Leilão A-3 e do VRE aplicada a parcela que
exceder do limite mínimo do Montante de Reposição - MR.

70
Contratação correta Contratação realizada
60
Energia nova A-5 = 8 Repasse integral do custo do A-5
10
2
50 Repasse integral do custo do A-3
1,2 A-3 = 12
8,8 Repasse limitado ao preço ao VRE
40
GWh

30 MR 30 96% x MR = 28,8
30 A-1 = 20 Repasse integral do custo do A-1

20

10 20 20 20

0 Exemplo: Preço A-3 > Preço A-5


Ano A Ano A+1 Ano A+1
88
Modelo institucional do Setor Elétrico

Mecanismos de repasse dos custos de aquisição de energia elétrica

1 O limite de repasse será aplicado nos três primeiros anos após o leilão de compra, proveniente de
empreendimentos existentes em que o limite mínimo de recontratação não tenha sido atingido.

2 O limite de repasse deverá ser aplicado à parcela de energia elétrica proveniente de novos empreendimentos,
adquirida nos leilões realizados nos anos A-3 ou A-5 com CCEARs de maior preço.

70
Contratação correta Contratação realizada
60
Energia nova A-5 = 8 Repasse integral do custo do A-5
10
2
50 Repasse integral do custo do A-3
1,2 A-3 = 12
8,8 Repasse limitado ao preço ao VRE
40
GWh

30 MR 30 96% x MR = 28,8
30 A-1 = 20 Repasse integral do custo do A-1

20

10 20 20 20

0 Exemplo: Preço A-3 > Preço A-5


Ano A Ano A+1 Ano A+1
89
Modelo institucional do Setor Elétrico

Mecanismo que evita a condição de subcontratação do agente de distribuição

1 O agente de distribuição possui a obrigação de atender à totalidade do mercado por intermédio de


contratos registrados na CCEE.

2 A verificação do atendimento da totalidade de mercado é realizada no ano civil. No repasse dos


custos com compra de energia do agente de distribuição a ANEEL deverá considerar até 105% do
montante total de energia elétrica contratada em relação ao requisito energético.

1 1Penalidade por falta de lastro da CCEE (não atendimento do mercado):

Déficit (MWh) x Máximo [PLD (R$/MWh), VR (R$/MWh)]


PLD Preço de Liquidação das Diferenças.
VR Valor Anual de Referência.

Penalidade no repasse dos custos do Mercado de Curto Prazo para as tarifas dos
2
consumidores finais:

Déficit (MWh) x Mínimo [PLD (R$/MWh), VR (R$/MWh)]


90
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de contratos dos leilões do Ambiente de Contratação Regulada - ACR

CCEAR por quantidade:

1 Este tipo de contrato é aplicado aos empreendimentos de geração hidráulica.

2 O agente vendedor (gerador) se compromete com o fornecimento de uma quantidade de


energia elétrica Q (MWh), em um determinado submercado, por um determinado período de
tempo, a um dado preço P (R$/MWh).

3 Os contratos são registrados na CCEE pelo agente vendedor em seu submercado, que pode
ser distinto do agente comprador (distribuidor). Desta forma, as eventuais diferenças de PLD
entre submercados é assumida pelo agente comprador.

4 Existe a opção de sazonalização da energia contratada pelo agente comprador.

Gerador Distribuidor

Receita (R$) = Q x P Despesa (R$) = Q x P

91 91
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de contratos dos leilões do Ambiente de Contratação Regulada - ACR

CCEAR por disponibilidade:

1 Este tipo de contrato é aplicado aos empreendimentos de geração termoelétricos.

2 O agente vendedor se compromete com o fornecimento de uma quantidade de energia elétrica Q (MWh),
associada à disponibilidade de sua capacidade de geração. Para isso o agente vendedor recebe
mensalmente do agente comprador uma Receita Fixa – RF (R$).

3 O risco hidrológico (despacho da usina) é assumido pelo agente comprador.

4 Caso ocorra o despacho da usina termoelétrica, o agente comprador se compromete com o Custo Variável
Unitário – CVU (R$/MWh) da geração G (MWh) do agente vendedor. Desta forma, o agente comprador
também assume o risco associado ao preço do combustível da usina.

Os contratos são registrados na CCEE pelo agente vendedor em seu submercado, que pode ser distinto do
5
agente comprador. Desta forma, as eventuais diferenças de PLD entre submercados é assumida pelo
agente comprador.

6 Não existe a opção de sazonalização da energia contratada pelo agente comprador. A sazonalização é flat.

92
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de contratos dos leilões do Ambiente de Contratação Regulada - ACR

CCEAR por disponibilidade:


2

1 Quando a usina não despachar: 2 Quando a usina despachar:

CMO < CVU CMO >CVU


CVU – Custo Variável Unitário CVU – Custo Variável Unitário
CMO – Custo Marginal de Operação CMO – Custo Marginal de Operação

Gerador Gerador

Receita (R$) = RF Receita (R$) = RF + G x CVU

Distribuidor Distribuidor

Despesa (R$) = RF + Q x PLD Despesa (R$) = RF + G x CVU + (Q – G) x PLD

93
Modelo institucional do Setor Elétrico

Tipos de contratos dos leilões do Ambiente de Contratação Regulada - ACR

CCEAR por disponibilidade:

1 O agente comprador troca o fluxo de caixa estável do contrato por quantidade por um fluxo variável, porém
com o benefício de aquisição de energia barata durante os períodos de PLD baixo.

2 Foram criados para viabilizar os empreendimentos termelétricos, pois os riscos hidrológicos e do preço do
combustível são transferidos para o agente comprador. Se o contrato fosse por quantidade, o agente
vendedor termelétrico cobraria um preço elevado para compensar as incertezas de preços futuros de
combustível e as incertezas associadas à sua geração.

1.000
PLD SE/CO CVU
800
O agente comprador
está protegido contra
600
O agente comprador preços extremos.
R$/MWh

adquire energia a um
400
preço menor.

200 CVU do agente vendedor

0
mar/05
jan/05

mai/05

set/05

set/06

set/08
jul/05

nov/05

mar/06
jan/06

mai/06
jul/06

nov/06

mar/07
jan/07

mai/07

set/07
jul/07

nov/07

mar/08
jan/08

mai/08
jul/08

nov/08

mar/09
jan/09

mai/09

set/09

mar/10

set/10

mar/11

set/11

mar/12

set/12
jul/09

nov/09
jan/10

mai/10
jul/10

nov/10
jan/11

mai/11
jul/11

nov/11
jan/12

mai/12
jul/12

nov/12

mar/13
jan/13

mai/13

set/13
jul/13

nov/13

mar/14
jan/14

mai/14

set/14
jul/14

nov/14

mar/15
jan/15
94
Modelo institucional do Setor Elétrico

Índice de Custo Benefício - ICB

1 O Índice de Custo Benefício - ICB é utilizado nos leilões de energia nova, por disponibilidade, como critério de
decisão para o investimento em empreendimentos de geração.

2 O cálculo do ICB tem como base os 2000 cenários de CMO e geração (do empreendimento em análise)
fornecidos pelo programa NEWAVE (estocástico).

RF R$/ano + COP R$/ano + CEC (R$/ano)


ICB (R$/MWh) =
GF MW médio × 8760

> RF: Receita fixa requerida pelo investidor de forma a cobrir o custo total de implantação do empreendimento, incluindo
os custos socioambientais, os juros durante a construção, e a remuneração do investimento, além de todos os custos
fixos (custos de conexão a rede básica, uso do sistema de distribuição, etc.).

> COP: Custo de operação do empreendimento em uma situação de despacho energético.

> CEC: Custo econômico resultante das diferenças mensais apuradas entre o despacho efetivo do empreendimento
e sua garantia física.

> GF: Energia assegurada ou garantia física do empreendimento.


95
Modelo institucional do Setor Elétrico

Índice de Custo Benefício - ICB

RF R$/ano + COP R$/ano + CEC (R$/ano)


ICB (R$/MWh) =
GF MW médio × 8760

 m: Mês (1 a 60).
DISPm = POT x FC x (1 - TEIF) x (1 – IP) x NHm
 c: Cenário hidrológico (1 a 2000).
0 ≤ Gc,m ≤ DISPm
 DISP: Disponibilidade ou geração máxima (MWh).
Gc,m ≠ 0 → CMOc,m ≥ CVU
 G: Geração (MWh).
Gc,m = 0 → CMOc,m < CVU
 TEIF: Taxa média de indisponibilidade forçada (> 0 e ≤ 1).
COPc,m = CVUc,m x Gc,m
 IP: Taxa de indisponibilidade programada (> 0 e ≤ 1).
CECc,m = CMOc,m x (GF – Gc,m)
 GF: Garantia física ou energia assegurada (MWh).
CVU = CCOMB + CO&M
 CVU: Custo Variável Unitário (R$/MWh).

 CMO: Custo Marginal de Operação (R$/MWh).


Liquidação no mercado  NH: Número de horas.
de curto prazo Compra no mercado
de curto prazo  CEC: Custo econômico (R$).

 COP: Custo de operação em despacho (R$).

GF G GF  CCOMB: Custo com combustível (R$/MWh).


G  CO&M: Custo com operação e manutenção (R$/MWh).

 FC: Fator de capacidade (> 0 e ≤ 1).


96
Modelo institucional do Setor Elétrico

Índice de Custo Benefício - ICB

RF R$/ano + COP R$/ano + CEC (R$/ano)


ICB (R$/MWh) =
GF MW médio × 8760

 m: Mês (1 a 60).
DISPm = POT x FC x (1 - TEIF) x (1 – IP) x NHm
 c: Cenário hidrológico (1 a 2000).
0 ≤ Gc,m ≤ DISPm
 DISP: Disponibilidade ou geração máxima (MWh).
Gc,m ≠ 0 → CMOc,m ≥ CVU
 G: Geração (MWh).
Gc,m = 0 → CMOc,m < CVU
 TEIF: Taxa média de indisponibilidade forçada (> 0 e ≤ 1).
COPc,m = CVUc,m x Gc,m
 IP: Taxa de indisponibilidade programada (> 0 e ≤ 1).
CECc,m = CMOc,m x (GF – Gc,m)
 GF: Garantia física ou energia assegurada (MWh).
CVU = CCOMB + CO&M
 CVU: Custo Variável Unitário (R$/MWh).

 CMO: Custo Marginal de Operação (R$/MWh).


∑2000 60
COP= c=1 ∑m=1 COPc,m ×12  NH: Número de horas.
60 × 2000
Valor esperado anual:  CEC: Custo econômico (R$).

 COP: Custo de operação em despacho (R$).


∑2000
c=1 ∑60
m=1 CECc,m ×12
CEC=  CCOMB: Custo com combustível (R$/MWh).
60 × 2000
 CO&M: Custo com operação e manutenção (R$/MWh).

 FC: Fator de capacidade (> 0 e ≤ 1).


97
Modelo institucional do Setor Elétrico

Exposição de submercado do agente de distribuição

Gerador
Balanço energético do agente de distribuição

Balanço energético no submercado SE/CO

Q Q
Valorado ao PLDSE/CO

0 (despesa)

Requisito Recurso (1) Déficit

Balanço energético no submercado N


Distribuidor
Q Q
Valorada ao PLDN

0 (receita)
Exposição de submercado
Requisito Recurso (1) Sobra
Q x PLDN – Q x PLDSE/CO = Q x (PLDN - PLDSE/CO)

(1) Contratos de compra de energia e cotas (Itaipu, PROINFA e Garantia Física). 98


Modelo institucional do Setor Elétrico

Agentes de distribuição com mercado anual inferior a 500 GWh

Os agentes de distribuição com mercado anual inferior a 500 GWh (±57 MW médios) poderão adquirir
energia elétrica para o atendimento à totalidade de seu mercado:

1 Por meio dos leilões de compra de energia realizados no ACR.

2 De geradores distribuídos (Geração Distribuída - GD).

3 Com tarifa regulada do seu atual supridor.

4 Mediante processo de licitação pública promovido pelo agente (transparência no processo).

Os agentes de distribuição que optarem por adquirir energia elétrica conforme o item 3, deverão informar
o montante de energia a ser contratado, em até quinze dias antes da data em que seu atual agente
supridor esteja obrigado a declarar sua necessidade de compra para o leilão de energia proveniente de
empreendimentos de geração existentes, com entrega de energia prevista para o ano subsequente
(Leilão A-1).

99
Modelo institucional do Setor Elétrico

Visão qualitativa dos paradigmas do planejamento no Ambiente de Contratação Regulada - ACR

No atual modelo institucional do Setor Elétrico a tomada de decisão é sob incerteza, restrita a regras e
limites de repasse.

Nível de incertezas

1 Longo prazo (5 anos).


1 Livre negociação ou contratação via licitação Imprevisibilidade do cenário macroeconômico.
2
promovida pela ANEEL (possibilidade de
exposição ao mercado atacadista de 5%). 3 Alteração do perfil de consumo.

Regulação por incentivo. Preço teto (Valor Curto e médio prazo.


2 1
Normativo – VN).
2 1 a 2 anos.

Horizonte de planejamento
1 Compra em leilão regulados.

2 Introdução de novos riscos

Complexidade regulatória
Fonte: Adaptado de Zanfelice (2007).
100
Referências bibliográficas

1 Economia da Energia: Fundamentos econômicos, evolução histórica, e organização industrial.


Helder Queiroz Pinto Júnior … et al. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

2 ZANFELICE, F. R. Estratégia de contratação ótima na comercialização de energia elétrica.


Campinas, SP, 2007. Orientador: Paulo Sergio Franco Barbosa. Dissertação de mestrado.
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Mecânica.

3 LORENZO, H. C. Setor Elétrico Brasileiro: Passado e Futuro. Perspectiva, Revista das Ciências
Sociais, São Paulo, v. 24-25, p. 147-170, 2001-2002.

4 GOLDENBERG, J.; PRADO, L. T. S. Reforma e crise do setor elétrico no período FHC. Tempo
Social, São Paulo, v. 15, p. 219-235, 2003.

5 PIEDADE, S. C.; MORAIS, J. L. A eletricidade em São Paulo: registros históricos. Engenharia


Elétrica, v. 576, p. 83-88, 2006.

6 PEREIRA, R. B. O Setor Elétrico Brasileiro no período de 1930 a 1964 e o desenvolvimentismo.


Florianópolis, SC, 2006. Orientador: Marcos Valente. Monografia de conclusão de curso.
Universidade Federal de Santa Catarina.

101
Referências bibliográficas

7 GASTALDO, M. M. Histórico da regulamentação do setor elétrico brasileiro. O Setor Elétrico, v.


36, p. 36-42, 2006.

8 NETO, J. C. C. As Concessões em energia elétrica: uma história de sucesso. José da Costa.


Eletrobrás, 2012.

9 SANTANA, R. M. B. Iluminação pública: uma abordagem gerencial. Salvador, 2010. Orientador:


Kleber Freire da Silva. Dissertação de mestrado. Universidade de Salvador.

10 CORREIA, L. Contribuição para uma história da regulamentação do setor de energia elétrica no


Brasil: o Código de Águas de 1934 e o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica. Politica e
Sociedade., v. 6, p 255-291 , 2006.

11 AXT. G. Participação da iniciativa privada nacional no setor elétrico gaúcho: uma perspectiva
histórica das maiores empresas (1887-1928). História em Revista, Pelotas, v.4, p. 63-94, 1998

12
FAGUNDES, M. A. A. P. S. Evolução da regulação nos contratos de energia elétrica. Revista do
Direito da Energia, v. 10, p. 8-28, 2010.

102
Referências bibliográficas

13 LIMA, F. A. A regulação por contratos no setor elétrico brasileiro: o Contrato de Comercialização


de Energia Elétrica no Ambiente Regulado – CCEAR e os leilões de energia. Orientador: Victor
Carvalho Pinto. Monografia de conclusão de curso. Centro Universitário de Brasília.

14 FILHO, F. L. A. Modelo institucional do Setor Elétrico Brasileiro: análise da capacidade de atração


de capital privado para investimentos em geração de energia elétrica. Orientador: Cláudio Tavares
Alencar. Dissertação de mestrado. Universidade de São Paulo.

15 BARROS, D. P. A (des)construção dos modelos regulatório no setor de energia elétrica do Brasil:


instabilidades, incertezas e a reforma institucional de 2004. Orientador: Istvan Kasznar.
Dissertação de mestrado. Fundação Getúlio Vargas, Escola Brasileira de administração pública
de empresas.

16 Modelo institucional do setor elétrico. Ministério de Minas e Energia, Brasília, 2003.

17 Índice de Custo Benefício (ICB) de Empreendimentos de Geração Termelétrica. Metodologia de


Cálculo. No: EPE-DEE-RE-023/2005-R2. Empresa de Pesquisa Energética – EPE. 2006

103
Anexo 1 – Resumo da evolução da indústria da energia elétrica no Brasil

O Decreto nº 5.704, de 10 de
Thomas Alva Edison dezembro de 1904 foi o primeiro
inaugurou uma central de marco regulatório para as
serviço público de geração e concessões em âmbito federal.
distribuição de energia As concessões passavam a ter
Thomas Alva Edison cria elétrica em New York, nos prazo máximo de 90 anos, e as
a lâmpada incandescente Estados Unidos, a Pearl Inauguração da iluminação
revisões das tarifas eram
nas dependências do Street Central Station. da cidade de Rio Claro, em
inicialmente de 3 anos,
Menlo Park Laboratory, Considerada como um dos São Paulo (a segunda do
passando depois para 5 anos.
em New Jersey, nos marcos da indústria de Brasil e a primeira do
Estados Unidos. energia elétrica. Estado de São Paulo).

1879 1881 1882 1883 1884 1889 1904


Em Godalming, Inglaterra, foi Em Campos dos Goytacazes, Em Juiz de Fora, entra
a priimeira cidade do mundo a Rio de Janeiro, é inaugurado o em operação a Usina
contratar um empresa privada primeiro serviço de iluminação Hidroelétrica de
para executar, manter e pública com energia elétrica da Marmelos no rio
operar uma rede de energia América Latina. Paraibuna, a de maior
elétrica destinada a porte do Brasil e da
iluminação pública em América do Sul.
substituição ao gás. ‘

Principais iniciativas no mundo Principais iniciativas no Brasil


104
Anexo 1 – Resumo da evolução da indústria da energia elétrica no Brasil

É publicado o Decreto nº 24.642, de 10 de julho de


1934, conhecido como o Código das Águas. É
considerado como o principal marco institucional-
regulatório do Setor Elétrico, onde:
Criação das empresas
canadense São Paulo  O prazo das concessões foi fixado em 30 anos,
Tramway, Light and Power podendo ser prorrogado por 50 anos.
Company Limited, em São  Impedia as empresas estrangeiras de se tornarem
concessionárias.
Paulo e Rio de Janeiro
 Pedidos de concessão e autorização passaram a Com base na Lei Estadual nº
Tramway, Light and Power
ser encaminhados para a União. 828, de 14 de dezembro, é
Company Limited, no Rio de  As tarifas passam a ser fixadas na forma de
Janeiro. criada a Centrais Elétricas de
serviço pelo custo. Fim da cláusula ouro. Minas Gerais – CEMIG.

1899 e 1904 1927 1934 1945 1952 1957


A American & Foreign Power O Decreto-Lei nº 8.031, de O Decreto-Lei nº 41.066, de
– AMFOR desembarcou no 3 de outubro, cria a 28 de fevereiro, cria a
Brasil, atuando no interior de Companhia Hidroelétrica do Central Elétrica de Furnas.
São Paulo, Nordeste e Sul. São Francisco – CHESF.

Chegada das empresas Inicia-se a intervenção do Estado e a criação das


estrangeiras no Brasil principais empresas Federeis e Estatais
105
Anexo 1 – Resumo da evolução da indústria da energia elétrica no Brasil

Intervenção do Estado e a criação das principais empresas Federeis e Estatais

É criada as Centrais As Centrais Elétricas do Sul do


Elétricas Brasileiras Brasil S.A. - Eletrosul, é É criada as Centrais Elétricas do
S.A. - Eletrobrás, com autorizada a funcionar pela Norte do Brasil S.A. - Eletronorte
base na Lei nº 3.890-A, Decreto nº 64.395, de 23 de pela Lei nº 5.824, de 14 de
de 25 de abril de 1961. abril. novembro de 1972.

1962 1964 a 1968 1969 1970 1972 1981


A Eletrobrás adquire as A Eletrobrás, adquire o O governo do estado de
subsidiárias do grupo AMFORP, controle acionário da Light – São Paulo adquiriu a
que posteriormente são Serviços de Eletricidade S/A. parte paulista da Light –
incorporadas às concessionárias Serviços de Eletricidade
públicas estaduais. S.A. e cria a
Eletropaulo.

106
Anexo 1 – Resumo da evolução da indústria da energia elétrica no Brasil

Com a crise econômica da década de 80 e o endividamento dos governos Estaduais e Federias,


reformas eram necessárias ...

É criada Agência Nacional de Energia


Elétrica – ANEEL, instituída pela Lei nº A Medida Provisória nº 2.147, de 15 de maio,
9.427, de 26 de dezembro, e constituída instruiu a Câmara de Gestão da Crise de Energia
pelo Decreto nº 2.335, de 06 de outubro de Elétrica, onde uma de suas medidas foi o
1997, com a função de regular e fiscalizar a racionamento de até 20% no consumo de energia
produção, transmissão, distribuição e elétrica, estipulado para as regiões SE/CO e NE
comercialização de energia elétrica. de 01/06/2001 a 01/03/2002.

Descompasso entre os investimento e


crescimento do consumo.
1995 1996 1998 2001
 Privatização de mais de 20 companhias distribuidoras de  É Criado o Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS pela Lei nº
energia elétrica. 9.648, de 27 de maio, com a função de coordenação e controle da
 Inicia o projeto de Reestruturação do Setor Elétrico operação da geração e transmissão de energia elétrica nos sistemas
Brasileiro – RESEB, propondo um modelo desverticalizado interligados.
para a indústria, com competição nos segmentos de  O Decreto nº 2.655, de 02 de julho, cria o Mercado Atacadista de
geração e comercialização, e forte regulação nos Energia Elétrica – MAE, cuja função principal era registrar as
segmentos de distribuição e transmissão. transações de compra e venda de energia elétrica decorrentes de
 Publicação da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro, Lei Geral contratos bilaterais livremente negociados.
das Concessões, onde toda concessão de serviço público  Para as distribuidoras de energia elétrica foi previsto os Contratos
é objeto de licitação pública. Iniciais (Lei nº 9.648, de 27 de maio e Decreto nº 2.655, de 2 de
 Lei nº 9.047, de 7 de julho, cria a figura do Consumidor julho) que previam redução de suas quantidades de energia na razão
Livre, do Produtor Independente de Energia Elétrica – PIE, de 25% ao ano a partir de 2003. A redução destes contratos seria
além de estabelecer normas para a outorga e prorrogação compensada pela aquisição de energia no MAE, através de contratos
de concessões. negociados livremente, que movimentaria o mercado de energia
elétrica. 107
Anexo 1 – Resumo da evolução da indústria da energia elétrica no Brasil

Com a Medida Provisória nº 579, de 11 de setembro,


Publicação a Medida Provisória nº 144, de convertida na Lei nº 12.783, de 11 de janeiro de 2013, as
10 de dezembro, determinando que as concessões de geração com vencimento em 2015 poderiam
distribuidoras de energia deveriam atender ter sua renovação antecipadas para 2013, sendo a energia
100% de seus mercados por meio de destes empreendimentos destinadas as distribuidoras do
contratos oriundos de processo licitatório Sistema Interligado Nacional – SIN sob o regime de cotas,
públicos (leilões). com tarifa calculada pela ANEEL.

2003 2004 2012


Novo modelo institucional

 Publicação do Decreto nº 5.163, de 30 de julho, para regulamentar a da Lei nº


10.848, de 15 de março, criando o Ambiente de Contratação regulada – ACR e o
Ambiente de Contratação Livre – ACL, estabelecendo a obrigatoriedade de a partir
de 1º de janeiro de 2005 as distribuidoras atenderem 100% de seus mercados por
meio de contratação regulada efetuada por meio de leilões públicos realizados pela
ANEEL no ACR, além de estabelecer as suas regras de contratação.
 A Lei nº 10.847, de 14 de março instituiu a Empresa de Pesquisa Energética - EPE,
criada pelo Decreto nº 5.184, de 16 de agosto.
 A Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004 instituiu a Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica – CCEE, criada pelo Decreto nº 5.177, de 12 de agosto, absorvendo
as funções do MAE.
 O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE foi criado pela Lei nº 10.847,
de 14 de março, regulamentada pelo Decreto nº 5.175, de 09 de agosto.

108
Trabalho 1 – T1

1 Primeira questão (1,0 ponto)


Os 3 (três) pilares do atual modelo institucional do Setor Elétrico Brasileiro são: 1) Garantir a segurança de suprimento de energia elétrica; 2)
Promover a modicidade tarifária por meio da contratação eficiente de energia para os consumidores regulados; e 3) Promover a inserção
social no Setor Elétrico em particular pelos programas de universalização de atendimento. No que diz respeito à garantia de suprimento de
energia elétrica, discorra sobre os principais mecanismos presentes na legislação, e como eles garantem que os investimentos necessários
nos novos projetos de geração sejam aportados no Setor?

2 Segunda questão (1,5 ponto)

Você está fazendo a avaliação da contratação de uma distribuidora e observou que o Montante de Reposição - MR para o ano de 2015 é de
438.000 MWh (50 MWmed). Esta mesma distribuidora solicitou e recebeu no Leilão A-1, realizado no final do ano de 2014, para inicio de
suprimento a partir de 1º de janeiro de 2015, o valor de 306.600 MWh (35 MWmed). No ano de 2015, além das cotas de Garantia Física,
Itaipu e Angra I e II, a distribuidora possui as seguintes quantidades de energia elétrica contratada em leilões de energia nova, 87.600 MWh
(10 MWmed) em leilão A-5 e 43.800 MWh (5 MWmed) em Leilão A-3. Estes leilões foram realizados em 2010 (A-5) e 2012 (A-3) e seus
preços na base atual são de R$ 130/MWh para o Leilão A-5 e R$ 127/MWh para o Leilão A-3. Sendo de R$ 105/MWh o VRE desta
distribuidora para o ano de 2015, pergunta-se: a) A contratação de energia existente no ano de 2015 está atendendo os critérios previstos
na legislação vigente? Justifique (0,5 pontos). b) A distribuidora irá incorrer em perdas no repasse dos custos com aquisição de energia nova
em 2015? Justifique (0,5 pontos). c) Caso a distribuidora incorra em perdas, quais são os valores em R$? (0,5 pontos)

109
Trabalho 1 – T1

3 Terceira questão (2,5 pontos)


Você é responsável pela definição da estratégia de contratação de uma empresa de distribuição de energia elétrica. Na Figura 01 é
apresentado o atual portfólio de contratos da distribuidora e o requisito energético projetado para os próximos 5 (cinco) anos. O requisito
energético projetado, denominado de requisito energético de referência, foi baseado em premissas macroeconômicas que representam a
atual conjuntura do país e do mundo, podendo-se assumir uma variação de ±2%, gerando cenários extremos (otimista e pessimista).
Assumindo que para o horizonte de 5 (cinco) anos ocorrerão os leilões conforme apresentados na Tabela 01, pede-se, definir a contratação
de energia elétrica nos leilões do ACR relacionados na Tabela 01, evitando que a distribuidora incorra em penalidades por subcontratação e
no repasse dos custos da energia comprada, ficando dentro do limite regulatório de até 105% do requisito energético. Como pode-se
observar na Figura 01, a empresa de distribuição está subcontratada a partir de 2016.

Tabela 01 – Cronograma de leilões. Figura 01 – Portfólio de contratação e requisito energético (MWmed).


419
Ano de Ano de 394 402
Duração 371 385
Leilão início de realização 360
(anos)
suprimento do leilão
2016 5 2013 120 120 80 80 60
2017 5 2014 70 70 70
40 50 65
A-1 2018 5 2015
2019 5 2016 75 75 75 75 75 75
2020 5 2017 20
15
20
15
20
15
20
15
20
15
20
15
2018 20 a 30 2013
100 100 100 100 100 100
A-3 2019 20 a 30 2014
2020 20 a 30 2015
A-5 2012 20 a 30 2013 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Cota de Itaipu Cota do PROINFA
Para auxiliar na contratação dos leilões A-3 de 2018 e 2019 os Cota de ANGRA I e II Cotas de Garantia Física
requisitos energéticos nos anos de 2013 e 2014 são de 338 MW CCEAR Energia Nova CCEAR Energia Existente
médios e 349 MW médios, respectivamente Requisito energético projetado 110

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