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Bombas de Vácuo
No caso de um pedaço de ferro que acabou de ser serrado ou limado, temos que alguns
dias depois aparece uma oxidação em sua superfície, é o que chamamos de “ferrugem”. Este
também é um processo de bombeamento de gás. Pois, parte do oxigênio da atmosfera fica
agora no produto da oxidação com o ferro, que é a reação química do ferro com o oxigênio
presente na atmosfera. Veja que o produto da oxidação, que é uma reação química bastante
estável, está no estado sólido. Assim, a pressão parcial do oxigênio irá diminuir. Vemos abaixo
uma tabela com uma classificação das bombas de vácuo conforme o seu mecanismo básico de
bombeamento.
conectada à atmosfera por meio da válvula à direita. Temos mostradas as três etapas de
bombeamento. Podemos chamar a primeira etapa de admissão, a segunda etapa de isolamento
e a terceira e última etapa de exaustão. Fazemos inicialmente que o êmbolo esteja posicionado
no início de seu curso, com as válvulas V1 (válvula à esquerda) e V2 (válvula à direita)
fechadas, e a câmara de vácuo à pressão atmosférica. Mantemos as válvulas V1 aberta e V2
fechada. Fazemos excursionar o êmbolo até o limite de seu curso. Esta é a etapa de admissão.
Fechamos a válvula V1. Esta é a etapa de isolamento. Com a válvula V1 mantida fechada,
abrimos a válvula V2. Em seguida excursionados o pistão até o seu início de curso, exaurindo o
gás para a atmosfera. Esta é a etapa da exaustão. Podemos repetir este procedimento várias
vezes e com isto remover parte do gás da câmara de vácuo e assim fazer vácuo.
Podemos concluir que a rapidez com que podemos fazer vácuo na câmara de vácuo é
dependente do volume disponível do êmbolo e do número de vezes por unidade de tempo que
realizamos o ciclo de movimentação do êmbolo. Veja que a bomba de vácuo não está sugando
o gás. O gás é que precisa chegar na bomba de vácuo – região do êmbolo – para ser bombeado!
Isso é possível devido a grande mobilidade que os gases e vapores têm. O que acabamos de
dizer não é um jogo de palavras. Deve ficar claro que é uma descrição da física do processo de
bombeamento para este tipo de bomba de vácuo, mas que guarda a essência do fenômeno de
transporte dos gases e vapores ao longo da tubulação que liga a câmara de vácuo à bomba de
vácuo, independentemente do princípio de funcionamento da bomba de vácuo.
Bomba de vácuo a partir da ação do pistão no êmbolo. Vemos que o aumento do volume na
câmara da bomba de vácuo faz com que os gases possam ocupar este volume. Assim temos a
possibilidade de diminuir a pressão na câmara de vácuo. Devemos ter em mente que sempre é
o gás que deverá chegar até a bomba de vácuo, esse aspecto é essencial.
A partir das duas figuras seguintes podemos analisar o seu princípio de funcionamento.
Na etapa de admissão o gás chega à bomba de vácuo e ocupa a região pintada em azul. Na
etapa de isolação o gás é mantido confinado entre as duas palhetas da bomba mecânica. Na
etapa compressão o gás inicia o processo de aumento de pressão devido a compressão e
finalmente, na etapa exaustão o gás é exaurido à atmosfera. Podemos ver mais uma vez o
papel da teoria sobre o comportamento dos gases decidindo no entendimento básico da bomba
de vácuo em estudo. O óleo na bomba mecânica de palheta tem quatro funções:
· Lubrificação.
· Vedação.
· Troca de calor.
A bomba de anel de líquido funciona com água, assim o fator que limita a pressão final
é a pressão de vapor da água, ao redor de 20 mbar a temperatura ambiente. Em geral este tipo
de bomba de vácuo é construída para grandes velocidades de bombeamento e muito utilizada
na indústria química. Para diminuir a pressão final da bomba de anel líquido podemos
utilizar água gelada, desta forma a pressão de vapor diminuirá. Em geral a água utilizada é
colocado em circuito fechado, caso contrário haveria muito consumo dela. Esta bomba de
vácuo é utilizada para bombear sistemas de vácuo em processos sujos.
A pressão final que pode atingir uma bomba roots é da ordem de 10-4 mbar. A bomba
roots deve ter sempre em sua exaustão uma bomba de pré-vácuo, que pode ser uma bomba
mecânica de palhetas, uma bomba de pistão, e até mesmo, uma bomba de anel líquido.
Como a bomba roots opera a partir da compressão dos gases, devemos nos preocupar
em não operar com esta bomba de vácuo em pressões próximas à pressão atmosférica até
pressões da ordem de 100 mbar. As bombas roots já têm proteções próprias para poderem
operar com pressões abaixo de 100 mbar. Se a pressão de bombeamento for superior a 100
mbar, ocorrerá o aquecimento do gás em bombeamento e conseqüentemente ocorrerá a
dilatação dos rotores podendo acarretar o travamento da bomba roots. Este tipo de bomba de
Vista em corte de uma bomba de vácuo roots mostrando os rotores na carcaça da bomba de
vácuo e a caixa de engrenagens e o motor e os eixos de transmissão mecânica.
Vemos a seguir curvas de velocidade de bombeamento para vários tamanhos de bomba roots.
Vemos que próximo à pressão atmosférica, a velocidade de bombeamento da bomba roots, é
praticamente a velocidade de bombeamento da sua bomba de pré-vácuo. Como dissemos, a
Câmara de vácuo sendo bombeada por bomba roots. Há duas bombas roots instaladas em
série e uma bomba de pré-vácuo do tipo de palhetas bombeando a primeira bomba roots.
A bomba difusora deverá iniciar a sua operação com uma pressão de no máximo 10-1
mbar em seu flange de entrada. Devemos também ter no máximo uma pressão de 10-1 mbar no
seu flange de saída, ou seja, na saída dos gases. Desta forma, para a bomba difusora iniciar o
bombeamento na câmara de vácuo, devemos nos certificar que o pré-vácuo na câmara de
vácuo foi feito. Isto é fundamental para o bom funcionamento da bomba difusora. Além de
sempre ter em mente que também uma pressão de no máximo de 10-1 mbar de ser conseguida
na saída da bomba difusora. O princípio de funcionamento da bomba difusora é descrito a
O jato de óleo a alta velocidade e a sua alta massa molecular faz com que o jato de óleo
tenha uma elevada intensidade de momento linear. As moléculas que compõem a atmosfera do
sistema de vácuo, uma vez encontrando o jato de óleo, sofrerá uma forte variação do seu
momento linear e as moléculas do gás que compõe o sistema de vácuo serão dirigidas para
baixo. O contínuo jato de óleo faz com que em seus vários estágios de saída de óleo da bomba
difusora os gases bombeados sejam comprimidos para as regiões próximas ao tubo de
exaustão da bomba difusora. Nesta região a pressão é da ordem de 10-1 mbar e a pressão na
entrada da bomba difusora é da ordem 10-6 mbar. Na figura abaixo vemos o flange de
entrada da bomba difusora conectada a um anteparo e em seguida a uma armadilha gelada.
Câmara de vácuo sendo bombeada por uma bomba difusora. A bomba difusora está sendo
bombeada (na saída da bomba difusora) por uma bomba roots que por sua vez está sendo
bombeada por uma bomba mecânica de palhetas.
PROBLEMAS E QUESTÕES:
1. Explique os dois grandes grupos de bombas de vácuo, ou seja, bombas de deslocamento de
gases e de aprisionamento de gases. Considere as forças de interação entre as partículas para
explicar o processo de bombeamento dos gases e vapores pelo processo de aprisionamento.
Explique fisicamente, à luz da hipótese atômica da matéria, os princípios de funcionamento dos dois
grupos de bombas de vácuo.
3. Sabemos que há bombas de vácuo que precisam trabalhar com outras bombas, por exemplo, a
bomba difusora precisa trabalhar com uma bomba mecânica. Qual o critério para dimensionamento
das bombas mecânicas uma vez conhecida a velocidade de bombeamento das bombas de alto –
vácuo?
4. O que é taxa de compressão? O que este número nos mostra? Esta grandeza depende do tipo de
gás? Este conceito é fundamental, por exemplo, na bomba de vácuo roots, sendo esta bomba muito
utilizada nos processos industriais que têm muita quantidade de gás a ser bombeada.
5. Nas bombas de vácuo do tipo mecânica de palhetas de um ou dois estágios explique o papel da
condensação dos vapores no processo de bombeamento e o efeito do gas ballast.
Sistema de vácuo para tratamento de óleo de transformadores elétricos de potência. Vemos a câmara
de vácuo, as bombas de vácuo, a linha de bombeamento e ainda partes relativas ao sistema de
circulação de óleo para uma maior eficiência na remoção de umidade.
Na fotografia, na qual podemos ver inúmeras peças, que nem todas fazem parte do sistema de vácuo.
No diagrama a seguir vemos o circuito de vácuo para o tratamento do óleo do transformador e
também o circuito de circulação do óleo para uma mais eficiente remoção de umidade. Se
deixássemos o óleo parado, a remoção da umidade por meio do vácuo seria muito demorada, devido
a dificuldade das moléculas de água precisarem percorrer toda extensão do tanque de óleo até chegar
à superfície e ter a chance de ser bombeada. Mais uma vez vemos a importância do conceito da
condutância. Por isso agitamos o óleo para ficar mais fácil a exposição da umidade à superfície a
baixa pressão e em seguida a possibilidade do bombeamento. Podemos identificar, grosso modo,
três partes do sistema de tratamento de óleo: o sistema de vácuo (à esquerda), a câmara de vácuo
com o óleo (quase no centro) e o circuito hidráulico para entrada, circulação e saída do óleo (à
direita).
Comentário: Esta lista é tão importante como trabalhosa. Com ela vemos cada vez mais que
estamos tomando contato com a instrumentação da área da tecnologia do vácuo. As bombas de
vácuo são responsáveis pela remoção dos gases e vapores da câmara de vácuo, mas veja os átomos
e moléculas precisam chegar às bombas de vácuo! Vemos também, como mencionado em várias
oportunidades, que os conceitos básicos são fundamentais para podermos entender o princípio de
funcionamento das bombas de vácuo. Temos vários livros sobre este assunto em nossa biblioteca e
há também os catálogos, que acompanhados dos livros são um complemento ao assunto.
BOM TRABALHO!!!
Disciplina de Tecnologia do Vácuo – FATEC-SP
Francisco Tadeu Degasperi