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FUNCIONALIDADE DA TURBINA T 200D PARA UTILIZAÇÃO

NO LABORATÓRIO DE SISTEMAS TÉRMICOS


Leonardo Pegoraro Bilia- leonardopbilia@outlook.com
Paulo Cesar Carbone Assmann Das Graças- paulocesarcarbone1@hotmail.com
Jorge Alexandre Onoda Pessanha (Orientador) – jorgealexandre.pessanha@mackenzie.br

RESUMO

As experiencias práticas são de suma importância para a formação de profissionais competentes, por
isso se viu necessário este trabalho, com o propósito de viabilizar o funcionamento da turbina a gás
T 200D, para assim os alunos terem uma perspectiva prática, podendo observar as teorias assimiladas
em aula complementando assim a experiencia do aluno e auxiliando-o na consolidação da matéria
ensinada em aula. Iniciou-se uma apuração com o objetivo de entender o motivo da turbina não estar
em funcionamento, analisando as condições do laboratório de onde se encontra, também analisando
as condições adequadas presentes no manual da máquina, para que assim se possa chegar no problema
ou nos problemas reais que impedem o funcionamento.
Palavras-chave: Modelo de resumo. Metodologia. Diretrizes para a elaboração do resumo

ABSTRACT
Practical experiences are of paramount importance for the training of competent professionals, so this
work was necessary, with the purpose of enabling the operation of the T 200D gas turbine, so that
students have a practical perspective, being able to observe the assimilated theories. in class, thus
complementing the student's experience and helping him to consolidate the material taught in class.
An investigation was started with the objective of understanding the reason for the turbine not being
in operation, analyzing the conditions of the laboratory where it is located, also analyzing the
appropriate conditions present in the manual of the machine, so that the problem or the real problems
that prevent it from working.
Key-word: Turbine, operation, learning,

1 INTRODUÇÃO

Com os crescentes desenvolvimentos sociais e tecnológicos, as necessidades humanas se


alteraram e cada vez mais, se faz necessário a produção de novas tecnologias. Um grande avanço
tecnológico, foi conseguir produzir e utilizar a energia elétrica nas simples tarefas do cotidiano.
Dentre as fontes de energia disponíveis atualmente, pode-se mencionar o gás que, por meio de ciclos

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de potência, como o ciclo de Brayton, é capaz de gerar grande quantidade de energia elétrica, segundo
Mouram 2018.

Em 1791 John Barber desenvolveu um princípio de turbina a gás que possuía vários elementos
em comum com as das turbinas modernas, como por exemplo, o gás e o ar eram comprimidos em um
cilindro para então serem bombeados até a câmara de combustão, que aumentaria a temperatura da
mistura e por fim está mistura seria levada contra as palhetas de uma roda de pás, porém o compressor
que era utilizado era tipo alternativo, outros equipamentos semelhantes foram concebidos na mesma
época, porém não podem ser consideradas turbinas a gás, pois utilizavam vapor em alguns pontos do
processo. O primeiro desenho de uma turbina a gás foi desenvolvido em 1872 por Franz Stolze, o
equipamento possuía expansão em vários estágios com fluxo axial.

A forma como a energia elétrica é produzida em um ciclo a gás é descrita, sinteticamente, por
Kawasaki como:

“Em primeiro lugar, o ar é comprimido por um compressor, e esse ar comprimido


é levado para a câmara de combustão. Na câmara de combustão, o combustível é
continuamente queimado para produzir gás em alta temperatura e pressão. A
turbina a gás industrial faz com que o gás produzido na câmara de combustão seja
expandido na turbina (um rotor de pás feito conectando diversas lâminas a um disco
redondo) para a produção de energia rotacional, que faz com que o compressor
funcione na fase anterior. A energia restante é fornecida com um eixo de saída.”.
(Global Kawasaki) (2014).

Além dos componentes citados anteriormente, existe também um tanque de óleo conectado
ao sistema que o lubrifica diminuindo os desgastes ocasionados pelo atrito no eixo.

“[...]é retirar as partículas resultantes do processo de fricção dos mancais e dos


anéis labirintos. Assim, essas partículas são mantidas em suspensão no óleo,
evitando que se depositem no fundo do tanque de óleo e provoquem incrustações.
“(Pedro. Hernandes) (2018).

As turbinas a gás mencionadas, são estudadas no Componente Curricular da Matriz Curricular do


Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), na qual a utilização
de laboratórios para exemplificar o funcionamento de importantes componentes de ciclos de geração

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de potência é fundamental para maior entendimento do conteúdo tratado nas aulas teóricas. Assim
sendo, ter os equipamentos do laboratório em funcionamento é muito importante.

PROBLEMA DE PESQUISA

Esse trabalho tem-se como objetivo tornar a turbina a gás do Laboratório de Sistemas
Térmicos III da Universidade Presbiteriana Mackenzie operacional. A turbina apresenta problemas
desde que foi deslocada para o prédio onde se encontra atualmente e por isso os alunos não podem
utilizá-la e ter uma visão prática de uma turbina a gás limitando, assim o seu desenvolvimento. A
turbina deverá ser novamente deslocada. Dado o fato de a turbina apresentar problemas desde a
alteração do lugar onde estava instalada, faz-se necessário além de analisar o funcionamento do
aparato experimental, dar atenção às diferenças entre o local de instalação inicial da turbina, atual e
o próximo, sendo o atual local o laboratório de Sistemas Térmicos III (STIII) da Universidade.
Ademais, é necessário que se faça a devida inspeção nos equipamentos presentes na máquina, para
que se possa certificar que não existe nenhum problema nos seus diversos componentes. Esse
provimento é fundamental para que se garanta a segurança de quem irá utilizá-la, sem qualquer risco
para os alunos e os professores. Caso exista algum componente defeituoso deverá ser feita a troca
deste, para que tudo possa operar normalmente.

É importante destacar que o local atual da turbina também contempla uma caldeira que possui
suas regras especificas para o funcionamento, seguindo a mesma norma regulamentadora que turbinas
a gás, a NR 13. Abaixo pode ser encontrado detalhes da planta que demostram a proximidade dos
equipamentos mencionados.

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Após analisar os componentes da turbina e fazer sua devida manutenção, se for preciso, caso
a turbina continue apresentando problema, deve-se analisar por meio de testes, cálculos o motivo
adicional, não mencionado nesse trabalho. Uma vez evidenciado o problema, será necessário fazer as
devidas alterações para a máquina tornar-se operacional.

1.3 JUSTIFICATIVA

Todos os objetivos têm como foco colaborar para que se possa fazer com que a turbina a gás
do laboratório de Sistemas Térmicos III da UPM volte a seu funcionamento. O sucesso desse trabalho
reverterá em significativo benefício aos alunos do curso de Engenharia Mecânica da UPM. Isso
acontece, pois é de grande importância que alunos de engenharia tenham acesso aos equipamentos
que compõem sistemas de geração de potência.

O uso de laboratórios para o ensino, auxilia o aprendizado do aluno e auxilia no trabalho


docente melhorando o ensino em geral, pois além da matéria ser explicada apenas em sala, com teoria,
também é apresentada na prática com tudo realmente funcionando. Portanto, ocorre um aumento no
entendimento dos fenômenos, decorrente do fato de tornar toda a matéria ensinada mais palpável,
aumentando também o interesse do assunto pelos alunos, pois eles participariam da aula não só
escutando o professor, mas visualizando os fenômenos descritos, o uso de laboratórios não auxilia
apenas no ensino, assim como para sua formação de um profissional, apresentando situações mais
próximas das encontradas no mercado de trabalho, criando uma experiencia “profissional” para os
alunos, fazendo com que os alunos se tornem mais completos e preparados para os desafios
profissionais.

Portanto se faz necessário a manutenção desta turbina o quanto antes, pois é a única turbina a
gás na UPM e os alunos de Sistemas Térmicos III, não possuem as aulas práticas que auxiliariam na
compreensão de referida matéria. Dessa forma tendo seu ensino prejudicado devido à falta de aulas
práticas.

Segundo GUILLERMO, OSCAR 2016, A Disciplina de mecânica dos fluidos apresenta um


índice de repetência muito alto, que varia entre 20% e 27%, este índice é maior que a soma de todas
as matérias do departamento, estás disciplinas tem como pré-requisitos materiais da educação básica
como, física e matemática, que por sua vez apresentam alto índice de reprovação. Devido a isso é
necessário ter atividades práticas, para aguçar o desejo e curiosidade dos alunos pela matéria de
mecânica dos fluidos, melhorando o ensino e reduzindo o índice de reprovação influenciando na
evasão.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A importância de laboratório na engenharia

A fundamentação para ressaltar a importância de laboratórios no ensino de engenharia pode


encontrada em artigos científicos dedicados ao assunto. Segundo o Raia Fabio, Pekelman Hélio,
Silva, Alcides (2012), a mudança na carga horária do curso de engenharia, definida pelo MEC,
impactou na compreensão e entendimento dos alunos em relação aos componentes curriculares.
Testes foram realizados com quatro alunos, em que os mesmos, teriam aulas práticas extracurriculares
e teriam seus rendimentos acadêmicos comparados com os outros quatro que não passaram pelas
atividades extracurriculares. O resultado desse experimento foi, um maior rendimento dos alunos que
tiveram acesso aos experimentos, fortalecendo, empiricamente, o valor das aulas práticas para o
desenvolvimento no curso de engenharia.

Segundo pesquisas feitas por Magin Pathipillai, foi montado um grupo com 32 alunos do
terceiro ano matriculados em uma disciplina de laboratório de dois semestres, foram efetuadas
algumas perguntas sobre suas experiencias laboratoriais, com a finalidade de que os próprios alunos
dissessem, o que pensam sobre as aulas práticas.

A primeira pergunta foi: “vocês já haviam estado em um laboratório ou conduzido um


experimento no qual havia uma diferença significativa, entre os resultados experimentais e os
resultados teóricos?”, a maioria dos alunos respondeu que sim e como explicação citaram as
limitações da teoria e que as equações são resultadas de milhares experimentos, portanto é possível
chegar a uma solução diferente, se o experimento é feito uma vez. Outro motivo pode ser que a suas
próprias conclusões foram possíveis pela participação apenas nos experimentos. A maioria dos alunos
respondeu, que por estar lidando com o lado concreto da engenharia, os seus resultados podem ser
um pouco diferentes, por não levar em conta as limitações da realidade apresentada e foi importante
para levar uma percepção diferente para os estudantes.

Segundo Magin; Pathipillai: “há uma necessidade urgente de os alunos em seus dois primeiros
anos formativos de estudo terem algum envolvimento com experimentação genuína”, com a
finalidade de testar a teoria ensinada em aula, mostrando as dificuldades e singularidades dos
experimentos, podendo apresentar resultados um pouco diferentes da teoria, desenvolvendo assim o
apreço dos alunos pelos testes empíricos e a confirmação pelos próprios alunos sobre a teoria.

2.2 A Turbina a gás

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Um artigo do Departamento de Engenharia Mecânica da UNESP, apresenta os ciclos da Comentado [JAOP1]: Aqui menciona somente a
referência não precisa mencionar o local
turbina, e a funcionalidade de cada um dos elementos presentes no ciclo. O compressor é constituído
por um rotor e um difusor, e tem como função comprimir o gás aumentando sua pressão e sua
temperatura. No caso da utilização de mais de um compressor é necessário utilizar um resfriador
intermediário entre os compressores, a fim de aumentar a eficiência deles. Após a passagem pelo
referido compressor o gás é deslocado para a câmara de combustão, na qual é injetada a uma
velocidade constante, o gás possa chegar a uma temperatura de até 1200º C após a combustão, antes
de ser dirigido para a turbina. No interior da turbina os gases de combustão passam pelo processo de
expansão movendo o rotor da turbina fazendo com que, além de gerar energia, por meio de um
gerador elétrico, acione o compressor.

Para melhor entendimento da turbina utilizada no laboratório de STIII da UPM, foi feito um
estudo aprofundado de seu manual. Nele, encontram-se todos os elementos constituintes da turbina,
todas as suas funcionalidades também suas limitações. No trecho abaixo está uma citação do próprio
manual que explica sobre um ciclo de operação:

“O ciclo de operação mais simples de uma turbina de pressão constante, é


conhecido como ciclo Joule ou Brayton, é composto por um estágio de compressão,
que traz o gás da pressão de entrada do tanque para a pressão de entrada da
turbina, um estágio de aquecimento a pressão constante, que aumenta a temperatura
e portanto o volume de massa de gás e um estágio de expansão na turbina, que
retorna o gás à pressão inicial do ciclo”

Caso de um sistema aberto o combustível é injetado na fase de aquecimento, na câmara de


combustão, podendo ocorrer algumas diferenças dos cálculos comparando com a real eficiência da
turbina, um dos motivos é que a massa muda durante o ciclo, e isto não é considerado nos cálculos,
mas a alteração é muito baixa, pois a quantidade de combustível adiciona fica em torno de 2%.

3 METODOLOGIA

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3.2 DESCRIÇÃO DETALHADA DOS PROCEDIMENTOS NECESSÁRIOS PARA A
INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA TURBINA

3.2.1 Fazer um estudo aprofundado da turbina a gás.

Nesse processo será estudado a fundo todo o funcionamento da turbina T200D da empesa
Didacta Italia, por meio de seu próprio manual e por entrevistas com professores que trabalharam no
laboratório no tempo de sua transposição para o local atual.

3.2.2 Fazer uma comparação entre o manual e os componentes físicos para conhecer melhor a
máquina.

Nessa etapa será realizada uma minuciosa comparação entre os desenhos encontrados no
manual e a turbina montada no laboratório. Todas as diferenças encontradas serão anotadas e a
influência da mudança será analisada;

3.2.3 Capacitar-se para operar a turbina

De modo a operar a turbina, por ser esse um equipamento que opera a altas pressões e
temperaturas, faz-se necessário capacitação, baseado em normas de segurança como a Norma
Regulatória N° 13, cujo título é “Vasos sob pressão”. Abaixo é transcrito um trecho da própria norma
NR13:

“Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece requisitos mínimos para gestão da


integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de pressão, suas tubulações de
interligação e tanques metálicos de armazenamento nos aspectos relacionados à

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instalação, inspeção, operação e manutenção, visando à segurança e à saúde dos
trabalhadores.” (Grifos nossos, (Redação ada pela Portaria MTb n.º 1.082, de 18
de dezembro de 2018)”

Como pode ser observado a capacitação para a operação da turbina deve ser feita por todos os
envolvidos no funcionamento do equipamento.

3.2.4 Instalar a turbina em um local adequado

O local deve seguir todos os requisitos estabelecidos pela NR 13.

3.2.5 Verificar se todos os elementos da turbina funcionam de acordo com o projeto

Verificar se todos os componentes não apresentam falhas em sua estrutura ou funcionalidade.

3.2.6 Componentes funcionando normalmente?

Caso os componentes não apresentem falhas estruturais ou operacionais, deve-se seguir para
as próximas etapas. No entanto, se algum dos referidos componentes apresentem quaisquer
problemas, será executada a troca para o melhor funcionamento possível, focando também na
segurança do processo.

3.2.7 Testes com a turbina ligada

Realizar testes com a turbina ligada para verificar sua funcionalidade.

3.2.8 Em caso de falha, discutir resoluções para o problema revelado pelos testes

Discutir a partir dos resultados dos testes como solucionar o problema apresentado pela
turbina.

3.2.9 Executar a resolução do problema

Executar tudo que foi planejado na etapa anterior para tornar a turbina completamente
operacional.

3.2.10 Testes

Depois de todos os equipamentos instalados, a turbina será ligada e serão feitos alguns testes
de performance, e se necessário os ajustes finais para funcionamento com a máxima potência
possível.

4 resultados

Para entendermos as condições necessárias para a alteração de local da turbina em questão é


importante entendermos tanto o seu funcionamento, importância dos principais componentes e
também a norma que regula a mesma.

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Um dos principais componentes compressor capta o ar ambiente, comprimindo-o, fazendo
com que a pressão do mesmo se eleve e consequentemente a temperatura também, posteriormente o
ar é levado a uma câmara de combustão, onde o combustível é queimado para produzir gás em alta
temperatura, este gás em alta temperatura é direcionado para a turbina, onde o gás se expande e
fazendo com que o rotor presente na turbina se movimente gerando energia que é utilizada
diretamente para a operação do compressor. Após a expansão o ar é direcionado para o sistema de
exaustão da planta.

O esquema teórico não leva em consideração sistemas de segurança essenciais, pois está
máquina trabalha em condições de temperatura e pressão muito elevadas, portanto, é necessário ter

diversos meios de garantir a segurança de quem a manuseia, por isso a turbina estudada T 200D,
apresenta inúmeras válvulas de segurança e sistemas automáticos de desligamento da máquina caso,
algum dos parâmetros não estejam sendo atendidos, caso a temperatura ou a pressão fiquem fora da
pré-estabelecida pelo fornecedor, o sistema de segurança força a parada da turbina, evitando assim
eventuais acidentes, que pudessem acontecer caso não tivesse esses sistemas de segurança.

É importante verificar se todos os equipamentos estão de acordo com o manual, para garantir
assim o pleno funcionamento da turbina e a segurança de quem a manuseia, é essencial que os
suprimentos de energia, água e gás estejam devidamente conectados, o tanque de óleo tem de estar
cheio, a válvula de redução da pressão do gás deve estar em modo baixa pressão, a válvula de ajuste
do fluxo de gás precisa estar fechada, a entrada de ar do regulador de pressão tem que estar ajustado
na posição ventilador, o reostato deve estar em modo frenagem, a câmara de combustão deve
permanecer fechada.

É de suma importância que além de garantir que as instalações e conexões foram feitas de
maneira correta, a máquina opere em condições seguras, especificadas pela empresa que a fabricou.

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Sendo uma dessas condições a temperatura máxima que no caso do equipamento em questão é 850
°C. Caso referida temperatura seja ultrapassada o termostato irá parar o funcionamento da turbina,
cortando o alimento de gás. O funcionamento da turbina é condicionado à velocidade do compressor
que deve estar entre 30.000 e 32.000 RPM. Outras informações fundamentais sobre o funcionamento
da turbina quando o compressor atinge uma velocidade de 38.000 RPM e a turbina uma velocidade
de 16.000 RPM, deve-se girar no sentido horário o botão indicado pelo número 10, para assim colocar
os ventiladores em modo entrada de ar, para interromper isto basta pressionar o botão indicado pelo
número 9.

Caso a temperatura do óleo exceda 90°C a eletroválvula abrirá automaticamente, para

permitir que a água resfrie o óleo no trocador de calor, caso isto aconteça basta cortar o
fornecimento de gás, ligar novamente o ventilador e deixá-lo funcionando com a bomba de óleo por
cerca de 10 minutos até que a temperatura do óleo diminua para uma temperatura segura, feito isso
a máquina pode ser desligada totalmente ou iniciá-la, é recomendável evitar o funcionamento

continuo da unidade por mais de 20 minutos, caso qualquer dispositivo apresente problema
é necessário interromper o fornecimento de gás.

A norma reguladora responsável pela utilização, manutenção e conformidade do local de


instalação da turbina é a NR13, que é a norma de segurança reguladora que trata de todas maquinas
e equipamentos que operam acima de 1 bar, em altas pressões, segundo Lima, Tomás as normas
regulamentadoras tem como objetivo preservar a segurança e saúde dos trabalhadores, proibir a
execução de atividades em condições precárias, evitando colocar os trabalhadores em risco.

A norma é imposta tanto à empresa contratante como também ao trabalhador, mas o


responsável pelo cumprimento da norma são os empregadores. Caso estas normas não sejam seguidas
a empresa responsável poderá ser punida, por meio de pagamento de multas, responder a processos
judiciais podendo até ocasionar na interdição do estabelecimento, das máquinas e equipamentos.

Segundo Lima, Tomás seguir rigorosamente as regras descritas pela NR13 é benéfico não só
para o empregado, minimizando os riscos do mesmo atuando na operação de vasos de pressão, como
também é benéfica para a empresa, pois evita tomar multas caso a empresa seja vistoriada e também
reduz significativamente o risco de ações indenizatórias, que podem chegar a mais de um milhão de
reais.

O órgão responsável pela fiscalização do cumprimento das normas NRs é a Secretaria de


Segurança e Saúde no Trabalho (SSST), Secretaria pertencente ao Ministério do Trabalho e
Previdência, este órgão que é responsável pela fiscalização e ações corretiva de empresas em caso de
não cumprimento das normas, podendo impor penalidades por não as cumprir, tendo o poder também
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de embargar estabelecimentos e equipamentos caso necessário e também pode notificar empresas que
descumpram estas normas.

Algumas regras são obrigatórias para o funcionamento de vasos de pressão e essas


regras estão descritas na Norma Regulatória 13 O trecho que explica sobre a documentação necessária
para a instalação de vasos de pressão está transcrito abaixo:

“13.5.1.6 Todo vaso de pressão deve possuir, no estabelecimento onde estiver


instalado, a seguinte documentação devidamente atualizada:
a) prontuário do vaso de pressão a ser fornecido pelo fabricante, contendo
as seguintes informações:
código de projeto e ano de edição;
especificação dos materiais;
procedimentos utilizados na fabricação, montagem e inspeção final;
metodologia para estabelecimento da PMTA;
conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da
sua vida útil;
pressão máxima de operação;
registros documentais do teste hidrostático;
características funcionais, atualizadas pelo empregador, sempre que
alteradas as originais;
dados dos dispositivos de segurança, atualizados pelo empregador sempre
que alterados os originais;
ano de fabricação;
categoria do vaso, atualizada pelo empregador sempre que alterada a
original;
b) Registro de Segurança em conformidade com o subitem 13.5.1.8;
c) projeto de alteração ou reparo em conformidade com os subitens 13.3.3.3
e 13.3.3.4;
d) relatórios de inspeção em conformidade com o subitem 13.5.4.14;
e) certificados de calibração dos dispositivos de segurança, onde aplicável.”

Esse trecho destaca os principais documentos para que se possa manter a turbina regularizada,
aumentando a segurança e protegendo a instituição em possíveis penalidades.

Sobre o local de instalação de vasos de pressão a Norma Regulatória N° 13 diz o seguinte:

“13.5.2.2 Quando os vasos de pressão forem instalados em ambientes


fechados, a instalação deve satisfazer os seguintes requisitos:
a) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente
desobstruídas, sinalizadas e dispostas em direções distintas;
b) dispor de acesso fácil e seguro para as atividades de manutenção,
operação e inspeção, sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem
ter dimensões que impeçam a queda de pessoas;
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser
bloqueadas;
d) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;

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e) possuir sistema de iluminação de emergência.”
As medidas citadas no trecho acima, são fundamentais para garantir a segurança de todos que
manipulam ou assistem o funcionamento da turbina, sejam alunos, técnicos ou professores.
Na Nr 13 também são citadas algumas obrigações relacionadas ao manual de instruções da
turbina em questão, obrigações transcritas abaixo:

“13.5.3.1 Todo vaso de pressão enquadrado nas categorias I ou II deve


possuir manual de operação próprio ou instruções de operação contidas no
manual de operação de unidade onde estiver instalado, em língua
portuguesa, em local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo:
a) procedimentos de partidas e paradas;
b) procedimentos e parâmetros operacionais de rotina;
c) procedimentos para situações de emergência;
d) procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do meio
ambiente.“

Como foi mencionado anteriormente existe no mesmo laboratório que a turbina uma caldeira. Sendo
assim é necessário também que o novo laboratório siga todas as normas referentes à instalação de
caldeira. Referidas normas estão descritas na NR 13, no trecho transcrito abaixo:

13.4.2.4 Quando a caldeira estiver instalada em ambiente fechado, a casa de


caldeiras deve satisfazer os seguintes requisitos:
a) constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo,
podendo ter apenas uma parede adjacente a outras instalações do
estabelecimento, porém com as outras paredes afastadas de, no mínimo, 3,0
m (três metros) de outras instalações, do limite de propriedade de terceiros,
do limite com as vias públicas e de depósitos de combustíveis, excetuando-se
reservatórios para partida com até 2.000 L (dois mil litros) de capacidade;
b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente
desobstruídas, sinalizadas e dispostas em direções distintas;
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser
bloqueadas;
d) dispor de sensor para detecção de vazamento de gás quando se tratar de
caldeira a combustível gasoso;
e) não ser utilizada para qualquer outra finalidade;
f) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da
caldeira, sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter
dimensões que impeçam a queda de pessoas;
g) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado,
provenientes da combustão, para fora da área de operação, atendendo às
normas ambientais vigentes;
h) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes e ter sistema de
iluminação de emergência.

5 discussões

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No mesmo laboratório em que a turbina se encontra, também se localiza uma caldeira gás
natural, portanto é necessário atender as normas não só da turbina como também da caldeira, caso
elas continuem alocadas no mesmo ambiente, deve ser necessário seguir as seguintes normas:
Em um laboratório que tem uma caldeira, é permitido ter apenas uma das paredes adjacentes
a outras instalações, considerando que as outras estejam afastadas de no mínimo três metros de outras
bancadas experimentais pressurizadas, o que não está sendo feito, O não cumprimento desta norma
pode ocasionar acidentes caso a caldeira apresente algum problema, portanto se faz necessário a
regularização do laboratório. O laboratório deve dispor de duas portas amplas, o que não acontece.
O laboratório apresenta apenas uma porta ampla, e nenhuma com acesso direto ao exterior do prédio.
O laboratório não apresenta nenhuma ventilação permanente, portanto é mais uma
irregularidade apresentada, a norma diz que é fundamental dispor de ventilação permanente, é
importante seguir estas normas pois elas têm como objetivo minimizar danos e reduzir ao máximo o
risco de qualquer acidente.
A principal discussão gira em torno dos cuidados necessários para o funcionamento da turbina.
Sendo eles, a manutenção dos equipamentos, o local de instalação, forma de instalação.
O maior indicio do motivo pelo qual a turbina não está operacional é, que o sistema de escape
dos gases não está de acordo, a saída dos gases podem estar muito alta, impedindo assim que os gases
sejam descartados, impedindo o pleno funcionamento da máquina, relatos de pessoas que viram a
máquina funcionando corrobora com está probabilidade, foi relatado que a turbina funcionava, porém
depois de alguns instantes dela ligada, o sistema de segurança da turbina forçava seu desligamento.

Segundo o manual da Turbina T200D-T200D/C, para uma instalação ideal da turbina é


preciso ter alguns equipamentos específicos de alimentação e de descargas, como: um cooler de água
de 2 bar com vazão de 20 litros por minuto, fonte de alimentação de aproximadamente 1.5 kw,
alimentação de gás, o suporte deve estar predisposto para uma alimentação trifásica de 380 V, com
fio neutro e fio de terra, a 50 Hz, salvo especificação em contrário e descarga de gases para a
atmosfera.

É fundamental que os tubos utilizados para transportar os gases sejam adequados, evitando
qualquer tipo de vazamentos e derretimento, pois em algumas partes do processo a temperatura está
elevada, também é necessário considerar a utilização de um exaustor caso necessário

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É recomendado também que durante o funcionamento da turbina o ambiente esteja bem
ventilado, com amplas janelas abertas o tempo inteiro, devido as altas temperaturas com que a turbina
trabalha e também aos gases utilizados.

Durante o transporte da turbina o silenciador no escape dos gases não queimados deve ser
retirado, portanto deve ser desmontado e recolocado depois da turbina já estar acomodada em outro
laboratório que deve seguir as normas NR13.

Para a instalação da turbina é necessário seguir as normas da NR13 citadas anteriormente,


analisando as condições do laboratório atual em que a turbina está instalada, foi evidenciado que
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algumas normas não estavam sendo seguidas, podendo ser considerado falhas de segurança, podendo
ocasionar acidentes em eventuais casos de falha, segundo a norma devem existir duas saídas amplas,
porém o laboratório não as possui.

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O laboratório deve possuir ventilação permanente, mas o local onde a turbina está instalada
atualmente não dispõe de nenhuma saída de ar permanente, e possuindo apenas algumas grades
pequenas. Sem essas saídas de ar podem acontecer acidentes, pois a turbina trabalha a temperatura

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muito elevadas, podendo aumentar a temperatura ambiente, a uma temperatura acima da
recomendável aos operadores.

O laboratório deve possuir sistema de iluminação de emergência, no entanto o laboratório não


apresenta esta iluminação,” foto do teto”, as únicas iluminações de emergência são da própria turbina,
não sendo suficiente para a utilização da máquina.

A Turbina se localiza no prédio 33 do Mackenzie, no laboratório de Sistemas Térmicos III,


onde se localiza também laboratórios de outras matérias e cursos, como o laboratório de geologia,
mineralogia, de estruturas. O laboratório de estruturas é separado do laboratório de Sistemas Térmicos
3 apenas por uma porta ampla, e não apresenta saída direta para fora do prédio.

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Planta do 1° andar do prédio 33

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho deixa claro deixa claro durante seu desenvolvimento a importância do laboratório
para o estudo acadêmico, principalmente quando nos referimos ao estudo da engenharia. Por isso é
fundamental que a turbina T200D da empresa Didacta Italia, da UPM tenha seu funcionamento
reestabelecido, fazendo com que os alunos possam ter uma visão pratica nos componentes
curriculares relacionados à produção de energia por meio de sistemas térmicos.

Os principais componentes da turbina devem ser revisados para que ela possa ser ligada sem
riscos de acidentes, visto que a turbina trabalha em alta pressão e alta temperatura podendo ser um
grande risco para as pessoas e estruturas próximas. Além dessa revisão é importante verificar a
exaustão do gás e também a alimentação do mesmo.

Outra revisão importante é verificar se cumpre todos as obrigações impostas pelo Norma
regulamentadora 13, seguindo as regras de documentação e de instalação da turbina, garantindo a
segurança de todos os envolvidos.

REFERÊNCIAS

Turbina T200D-T200D/C, User Manual and Exercise Guide

18
T200D-T200D/C Two Shaft Gas Turbine Unit, User’s Manual and Exercise Guide. Didacta Italia.
p 118.

Departamento de Engenharia Mecânica, [Trabalhos apresentados]. São Paulo: Universidade Estadual


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http://www.dem.feis.unesp.br/intranet/capitulo12.pdfhttp://www.dem.feis.unesp.br/intranet/capitulo
12.pdf

ANTUNES, J.S. CÓDIGO COMPUTACIONAL PARA ANÁLISE DE SISTEMAS DE


COGERAÇÃO COM TURBINAS A GÁS. 1999, Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) -
Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 1999.

Dr. Andrade, S.A. Máquinas Térmicas. Turbinas a gás. Universidade Federal do Paraná Curso de
Engenharia Industrial Madeireira. Paraná.

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SEGURANCA/

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Universidade Presbiteriana Mackenzie, por tudo que foi ensinado e por
disponibilizar os documentos necessários para a construção deste trabalho, e mais especificamente ao
Felipe Moreno pelo tempo disponibilizado em encontros com o grupo e auxiliando com informações
e documentação.

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Agradecemos também o professor Edvaldo Angelo por ter auxiliado no trabalho, dando um
diferente ponto de vista, sugerindo que o trabalho se torna-se mais teórico, tornando-o um guia para
a manutenção e funcionamento da turbina. contribuindo efetivamente com a construção do trabalho.

[1]
Artigo do Trabalho de Conclusão de Curso, Graduação em Engenharia Mecânica, EE, UPM, São Paulo, 2020.

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