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Jonas Rodrigo • Márcio Wesley • Otoniel Linhares • Rui Santos • Marcelo Andrade • Daniella Matos

Edgard Antônio Lemos Alves • Fabrício Wagner • Welma Maia • Racquel Barros • Ravan Leão

APOSTILA PREPARATÓRIA

“O que é uma apostila preparatória?


É uma apostila elaborada antes da publicação do edital, com base nos concursos anteriores, ou no último
edital, para permitir ao aluno antecipar seus estudos. Comece agora a se preparar”.

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CARREIRAS POLICIAIS
Conteúdo Comum para Todos os Cargos – Nível Superior
Atualizada até 07/2020 (AC04)

Língua Portuguesa • Atualidades • Raciocínio Lógico e Matemático • Noções de Informática


Noções de Direito Constitucional • Noções de Direito Administrativo • Noções de Direito Penal
Noções de Direito Processual Penal • Legislação Penal Extravagante • Caderno de Questões

Autores:
Jonas Rodrigo • Márcio Wesley • Otoniel Linhares • Rui Santos • Marcelo Andrade • Daniella Matos
Edgard Antônio Lemos Alves • Fabrício Wagner • Welma Maia • Racquel Barros • Ravan Leão

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CARREIRAS POLICIAIS

SUMÁRIO

Língua Portuguesa
Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados.............................................................................................. 3

Reconhecimento de tipos e gêneros textuais........................................................................................................................ 4

Domínio da ortografia oficial. Emprego das letras................................................................................................................ 6

Emprego da acentuação gráfica........................................................................................................................................... 11

Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição,
de conectores e outros elementos de sequenciação textual.......................................................................................... 5/13

Emprego/correlação de tempos e modos verbais............................................................................................................... 14

Domínio da estrutura morfossintática do período. Relações de coordenação entre orações e entre termos da
oração. Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração..................................................................... 18

Emprego dos sinais de pontuação........................................................................................................................................ 22

Concordância verbal e nominal............................................................................................................................................ 23

Emprego do sinal indicativo de crase................................................................................................................................... 29

Colocação dos pronomes átonos......................................................................................................................................... 32

Reescritura de frases e parágrafos do texto......................................................................................................................... 33

Substituição de palavras ou de trechos de texto................................................................................................................. 34

Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade......................................................................................... 34

Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República). Adequação da linguagem


ao tipo de documento. Adequação do formato do texto ao gênero................................................................................... 34
Língua Portuguesa
Jonas Rodrigo • Márcio Wesley

Jonas Rodrigo – O texto é coerente.


Gabarito: Errado.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Comentário: “Ambas” é gramaticalmente um numeral
Ao se analisarem as diversas possibilidades de se in- dual, ou seja, que indica dualidade, portanto, dois. O texto
terpretar um texto, deve-se entender que algumas bases é incoerente por trazer três nomes próprios.
nortearão tal entendimento.
Em primeiro lugar, é essencial saber que um texto tem Com os exemplos acima, você pode observar que é
duas características principais: as ideias que ele pretende possível se cobrar o entendimento de um texto, a partir do
transmitir e os recursos linguísticos que ele utilizará para quesito coerência, tanto com ênfase gramatical, como com
fazê-lo. ênfase semântica.
Nesse sentido, é que se percebem questões de Inter- Coerência: segue a lógica formal. Pauta-se na verdade
pretação em provas de concursos para cargos públicos, de inferência. Baseia-se em sólidas definições.
ora cobrando aspectos semânticos, ora avaliando aspectos Exemplo: “O Brasil tem muitas praias, por isso, não recebe
gramaticais, como ferramenta para o entendimento do texto. muitos turistas do exterior” incoerência.
Este material tem por objetivo oferecer recursos estilísti-
cos para o entendimento da primeira característica, ou seja,
de aspectos literários: sentido figurado, conotação, funções COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE
de linguagem, figuras de linguagem, semântica. TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS
A segunda característica principal da Interpretação de
Textos, que diz respeito aos aspectos gramaticais, é advinda É difícil conceituar a manifestação artística chamada Lite-
de um estudo contínuo acerca das regras gramaticais. ratura. Aristóteles (384 a.C. a 322 a.C.), na obra Arte Poética,
Vamos entender a seguir como podem ser cobradas as definiu o que hoje é conhecido como gêneros literários. Logo,
duas características em provas de concursos públicos.
convém reparar que a história da teoria dos gêneros pode
• Aspectos Semânticos da Interpretação de Textos ser contada a partir da Antiguidade greco‑romana, quando
surgiram também as primeiras manifestações poéticas da
Observe o texto a seguir. cultura ocidental.

Pedrinho era menino muito querido em sua cidade, tão Gêneros Literários
magrinho que mal conseguia carregar a bandeja com os
amendoins que ele vendia. Eles se caracterizam como divisões feitas em obras
Todos gostavam do garoto, pois ele era tido como alguém literárias de acordo com características formais comuns,
de muito bom coração, por suas atitudes de ajuda ao próximo agrupando‑as conforme critérios estruturais, contextuais e
quase que diariamente.
Ele auxiliava idosos a atravessarem as ruas movimentadas semânticos, entre outros.
do centro; cuidava dos animais de estimação, enquanto seus Os gêneros literários se constituem como categorias dos
donos visitavam estabelecimentos comerciais que não per- textos literários, classificados de acordo com a forma e com
mitiam a entrada de animais; fazia companhia para crianças, o conteúdo. Dessa forma, englobam o conjunto de carac-
na porta da escola municipal, até que os pais mais atrasados terísticas formais e temáticas das manifestações literárias.
chegassem para apanhá-las; entre outras coisas. O termo “gênero” vem do Latim (“​genus” e “eris”) e significa
Numa tarde chuvosa, Pedro presenciou um atropela- origem e nascimento.
mento de um rapaz bem corpulento, o qual não pode contar Nesse sentido, os gêneros literários reúnem um conjunto
com o socorro do causador do acidente, pois este fugiu em de obras que apresentam características análogas de forma
alta velocidade. e de conteúdo. Essa classificação pode ser feita de acordo
O vendedor de amendoins não pensou duas vezes, pediu com critérios semânticos, sintáticos, fonológicos, formais,
ajuda a um taxista amigo seu e carregou o jovem atropelado contextuais, entre outros. Eles se dividem em três categorias
até o carro, levando-o ao hospital.
básicas: gêneros épico (“palavra narrada”), gênero lírico (“pa-
Seu feito rendeu-lhe uma faixa no local do acidente com
a escrita: “Pedrinho, nosso herói! ”, além de uma medalha de lavra cantada”) e gênero dramático (“palavra representada”).
honra ao mérito, dada em cerimônia pública pelo prefeito. Convém salientar também que, na atualidade, os textos
literários se organizam em três gêneros: gênero lírico; gênero
A partir do texto acima, julgue o item a seguir. narrativo e gênero dramático.
Língua Portuguesa

– O texto é coerente. Dentro de um determinado gênero literário há o predo-


Gabarito: Errado. mínio de uma estrutura típica, que não corresponde à estru-
Comentário: como um menino magrinho que mal conse- tura de outro gênero literário, visto que cada um apresenta
guia carregar a bandeja de amendoins iria conseguir carregar características próprias.
nos braços um jovem corpulento.

• Aspectos Gramaticais da Interpretação de Textos


Gênero Lírico

Observe o texto a seguir. É escrito em verso, em primeira pessoa do discurso (eu);


expressa sentimentos e emoções; exterioriza um mundo
Ana, Bia e Marta são primas. Ambas estudam juntas. interior; apresenta um caráter subjetivo; usa palavras no seu
A partir do texto acima, julgue o item a seguir. sentido conotativo; recorre a muitas figuras de linguagem.

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O Gênero lírico apresenta textos em versos por inter- A classificação de gêneros literários sofreu algumas
médio de uma linguagem poética, de caráter sentimental alterações ao longo dos anos. Atualmente, é  entendida
com predominância da subjetividade do eu‑lírico (primeira como algo flexível, sendo possível a mistura de gêneros e
pessoa). O nome “lírico” surgiu de “lira” (Latim), instrumento a subdivisão em vários subgêneros. Apesar da divisão em
utilizado para acompanhar as poesias cantadas. Convém lírico, narrativo e dramático, há uma característica comum
ressaltar que o “eu‑lírico” se distingue do (a) autor (a), ou aos três gêneros: a literatura.
seja, o eu‑lírico pode ser masculino ou feminino, indepen- Sendo gêneros literários, apresentam aspectos comuns
dentemente de sua autoria. Alguns exemplos de textos líricos que definem a literatura como uma expressão artística que
são: soneto; poesia; ode; haicai; hino; sátira, elegia; idílio, possui funções recreativas, sociais e críticas. Assim, não só
écloga; epitalâmio (também conhecidos como subgêneros ocorre a manifestação de sentimentos e invenção de histórias
do gênero lírico). por parte do autor, como também ocorre a crítica à sociedade
Os textos do gênero lírico, os  quais expressam senti- e há referências a momentos históricos.
mentos e emoções, são permeados pela função poética da O texto literário, quer ocorra em verso ou em prosa, trans-
linguagem. Neles existe a predominância de pronomes e mite a noção artística do autor que trabalha com a função co-
verbos na 1ª pessoa, além da exploração da musicalidade notativa da linguagem, que utiliza uma linguagem mais poética
das palavras. e rebuscada, recorrendo ao uso de figuras de linguagem e que
respeita estruturas no estilo e forma, como a métrica e a rima.
Gênero Épico ou Narrativo O autor debruça‑se sobre a seleção e combinação de palavras,
para que transmitam o sentido pretendido contribuindo para
No gênero épico ou narrativo existe a presença de um a concretização da intenção do autor.
(a) narrador (a), responsável por contar uma história cujas
personagens atuam em um determinado espaço e tempo. RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS
Pertencem a esse gênero as seguintes modalidades: épico; TEXTUAIS
fábula; epopeia ou poesia épica; novela; conto; crônica;
ensaio; romance (também conhecidos como subgêneros Tipologia Textual
do gênero narrativo).
O gênero narrativo é escrito majoritariamente em prosa; • Texto Dissertativo: denotativo, objetiva provar uma
apresenta um(a) narrador(a) que conta a ação; narra uma tese, um posicionamento, possui introdução, desen-
sucessão de acontecimentos reais ou imaginários; apresenta volvimento e conclusão.
a estrutura básica de introdução, desenvolvimento e conclu- • Texto Argumentativo: usa argumentos e exemplos
são; desenrola‑se num tempo e num espaço; utiliza discurso para comprovar algo.
direto, indireto e/ou indireto livre. • Texto Narrativo: conta uma história (fato, tempo, lugar,
O gênero épico representa a mais antiga das manifes- personagens, detalhes etc.).
tações literárias e nele estão contidas as narrativas históri- • Texto Descritivo: descreve coisa, lugar ou pessoa, com
co‑literárias de grandes acontecimentos, com presença de muitos adjetivos.
temas terrenos, mitológicos e lendários.
Observe‑se que o termo “épico” vem da palavra “epo- Esquema do Texto Dissertativo
peia”, que, do grego (“épos”), simboliza a narrativa em versos
de fatos grandiosos centrados na figura de um herói ou de 1º parágrafo (introdução): tema e o objetivo na primeira
um povo. frase; citação dos argumentos na segunda frase.
Os elementos essenciais das narrativas épicas são: nar- 2º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do
rador (quem narra a história), enredo (sucessão dos acon- argumento 1 em pelo menos duas frases.
tecimentos), personagens (principais e secundárias), tempo 3º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do
(época dos fatos) e espaço (local dos episódios). argumento 2 em pelo menos duas frases.
4º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do
Gênero Dramático argumento 3 em pelo menos duas frases.
5º parágrafo (conclusão): tema e o objetivo na primeira
É feito para que haja a sua encenação; está dividido frase com outras palavras; soluções otimistas com verbos no
em atos e cenas; conta a história através da fala das per- infinitivo de preferência.
sonagens; apresenta indicações cênicas as quais auxiliam a
representação. Exemplo de texto dissertativo:
De acordo com a definição de Aristóteles em sua Arte Po- • Introdução
ética, os textos dramáticos são próprios para a representação Acredita‑se que Brasília se firmará como provável polo
e apreendem a obra literária em verso ou prosa passíveis de turístico do século XXI. Mesmo concorrendo com be-
encenação teatral. A voz narrativa está entregue às perso- líssimas praias na costa brasileira e com a evidente ex-
Língua Portuguesa

nagens, atores que contam uma história por intermédio de ploração turística nas cidades vizinhas, a capital federal
diálogos ou monólogos. Pertencem ao gênero dramático encanta brasileiros e estrangeiros por seu patrimônio
os seguintes textos: auto; comédia; tragédia; tragicomédia; histórico‑cultural, sua organização e segurança.
elegia; farsa (também conhecidos como subgêneros do • 1º argumento = 2º parágrafo
gênero dramático). Impossível não conceber que o litoral é um forte con-
O gênero dramático envolve a literatura teatral em prosa corrente da cidade sede do Brasil, já que é disputado na
ou em verso, aquela para ser apresentada e encenada. Do alta e baixa temporada por turistas do mundo inteiro.
grego, a  palavra “drama” significa “ação”. Por essa razão, Além disso, o cerrado constitui atração interessantíssima
o diálogo é um recurso muito utilizado de modo que a trí- por suas riquezas naturais, como as cachoeiras e que-
ade essencial dos textos literários dramáticos são: o autor, das d’água de várias cidades circunvizinhas como por
o texto e o público. exemplo: Pirenópolis e Alto Paraíso, as águas termais

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de Caldas Novas, bem como a beleza histórica de Goiás decorrente de relações de sentido que se operam
Velho. Tudo isso há poucos quilômetros de Brasília. entre elementos do texto. Muitas vezes a interpreta-
• 2º argumento = 3º parágrafo ção de um termo depende da interpretação de outro
No entanto, em seu gigantismo de inigualável beleza termo ao qual faz referência, ou seja, a significação
arquitetônica, a cidade do poder, desenhada por Os- de uma palavra vai pressupor a de outra.
car Niemeyer, surge majestosa causando curiosidade
latente aos turistas que a pretendem desvendar. Prova A avaliação da capacidade de expressão na modalidade
disso são os hotéis, com fluxo frequente de visitantes escrita tem como base a observação da norma culta padrão
de várias origens e etnias, que aqui encontram empatia da Língua Portuguesa. O uso das normas do registro formal
com este povo mesclado, migrante de todo o território culto da Língua Portuguesa pressupõem o domínio das regras
nacional, construtor da diversidade cultural e culinária da gramática normativa. Já a clareza, a precisão, a consis-
da jovem capital. tência e a concisão do texto produzido são qualidades que
• 3º argumento = 4º parágrafo agregam uma boa escrita a textos dissertativos.
Ressalte‑se, ainda, que ações, como a reforma do Centro
de Convenções, bem como as construções da Terceira [...] clareza, que torna o texto inteligível e decorre:
Ponte e do reservatório de água Corumbá IV, tornam‑na do uso de palavras e expressões em seu sentido co-
rota certa. A segurança – também respaldada pela pre- mum, salvo quando o assunto for de natureza técnica,
miação da ONU como a melhor cidade para uma criança hipótese em que se empregarão a nomenclatura
crescer, no quesito qualidade de vida – e a organização e terminologia próprias da área; da construção de
da capital federal, evidenciada pela exatidão dos ende- orações na ordem direta, evitando preciosismos,
reços facilmente encontrados pelo sistema inteligente de neologismos, intercalações excessivas, jargão técni-
transportes, dão ao visitante sensação única de conforto. co, lugares comuns, modismos e termos coloquiais;
• Conclusão do uso do tempo verbal, de maneira uniforme, em
Nesse sentido, há que se propagar toda essa atração todo o texto; do emprego dos sinais de pontuação de
da capital do país, evidenciando‑a como polo turístico forma judiciosa, evitando os abusos estilísticos [...]
do século XXI. Urge, entretanto, a garantia de condi- (BRASIL, 1999, p. 9)
ções favoráveis à execução plena de planejamentos
turísticos. Segundo o dicionário online de Língua Portuguesa (2012),
precisão é: “Substantivo Feminino. Qualidade do que é pre-
Esquema Narrativo ciso, exato, rigoroso. Exatidão na execução. Nitidez rigorosa
no pensamento ou no estilo. ” Ernani Terra e José de Nicola
(2001, p. 228-229) explicam sobre a coesão textual:
1º parágrafo: fato, tempo, lugar.
2º parágrafo: causa do fato, personagens.
A coesão também é resultante da perfeita relação de
3º parágrafo: detalhes do fato, discursos.
sentido que deve haver entre as partes de um texto.
4º parágrafo: consequências do fato.
Por isso, o  uso adequado de conectivos (palavras
que relacionam partes da oração ou orações de um
Discursos período) é importante para que haja coesão textual.
• Discurso Direto Simples Não há coesão em um texto quando, por exemplo,
Ela disse: empregam‑se de modo inadequado conjunções e
– Vamos ao cinema? pronomes, deixando palavras ou frases desconec-
Ele respondeu: tadas, quando a escolha vocabular é inadequada,
– Claro! quando há ambiguidades, regências incorretas, etc.
• Discurso Direto com Travessão Explicativo
– Vamos ao cinema? – disse ela. Conforme orienta Gonçalves (2015b, p. 14) acerca da
– Claro! – respondeu ele. produção coesa e concisa: “peque pela simplicidade, escre-
• Discurso Direto Livre va um texto simples, claro e objetivo, sem contorcionismos
Ela disse: “Vamos ao cinema? ” sintáticos.”
Ele respondeu: “Claro! ” Primar pela clareza, precisão, consistência, concisão
• Discurso Indireto Simples e aderência às normas do registro formal é fundamental.
Ela o convidou para ir ao cinema. Ele aceitou o convite. Deve‑se escrever de forma clara e precisa, com consistência
• Discurso Indireto Livre argumentativa para conseguir convencer o leitor de de-
Ela o convidou para ir ao cinema. Ele aceitou o convite. terminado ponto de vista. A concisão, arte de dizer muito
“Tomara que ele realmente vá! ” com poucas palavras, atentando ao padrão culto da língua
colaborará positivamente para o texto.
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO
Língua Portuguesa

TEXTUAL Concisão: Resultado. É o ato de dizer a mesma coisa


com um menor número de palavras. Usa recursos
Ernani Terra e José de Nicola (2001, p. 226-227) explicam coesivos para que esse objetivo seja atingido. Por
sobre a coesão textual: exemplo: usa‑se um menor número de palavras para
dizer a mesma coisa. (GONÇALVES, 2008, p. 98)
Assim como um osso liga‑se ao outro num esqueleto,
Informações implícitas são informações no campo da
as palavras, os termos da oração e as orações ligam‑se
inferência. Já as informações explícitas estão contidas no
para formar um texto. Essa ligação se dá pelo nexo
texto e podem ser constatadas pela simples leitura. Os pres-
estabelecido entre várias partes do texto, tornando‑o
supostos têm uma relação com a questão da coerência
coeso (nexo significa ‘ligação, vínculo’; daí expressões
textual. Entendamos melhor acerca da coerência, conforme
do tipo ‘Ficou falando coisas sem nexo’). A coesão é
Gonçalves e Silva (2017, p. 9-10).

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O critério da Coerência Argumentativa avalia a ordenação As letras k, w e y, que na verdade não tinham desapare-
e a sequencialização de argumentos. cido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas
em várias situações. Por exemplo:
Deve haver uma argumentação destinada a conduzir a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km
racionalmente a inteligência do leitor às conclusões (quilômetro), kg (quilograma), w (watt);
sintetizadas no ponto de vista ou opinião do autor. b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus
Daí a organização do texto dissertativo em parágrafos derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu,
coerentes. Cada parágrafo deve conter o seu desen- yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
volvimento (explicações, exemplificação, recursos
retóricos destinados a persuadir, etc.). O tópico frasal Emprego das Letras
pode estar no começo ou no final do parágrafo; pode
também ficar implícito. (ANDRÉ, 1988, p. 77) • Ortho = Correta.
Graphia = Escrita.
Ainda sobre a questão da coerência, não se pode deixar
• A Nova Ortografia, desde 2016, vigora como forma
de ressaltar a importância da sequência das ideias, concate-
obrigatória.
nando os argumentos na construção dos parágrafos.

A coerência é outra qualidade do parágrafo. Enquanto Emprego do “S”


a unidade seleciona as ideias central e secundárias,
escolhendo as mais importantes e cimentando‑as • O “s” intervocálico tem sempre o som de “z”:
através de um ponto comum, a coerência organiza a casa, mesa, acesa etc.
sequência dessas ideias (central e secundárias), de • O “s” em início de palavras tem sempre o som de “ss”:
modo que o leitor perceba facilmente “como” elas sílaba, sabonete, seno etc.
são importantes para o desenvolvimento do pará-
grafo. Mesmo que todos os períodos do parágrafo Usa-se o “S”
estejam relacionados entre si, ou deem suporte à
ideia principal, se faltar a organização dessas ideias, • Depois de ditongos:
o parágrafo será confuso, sem coerência. (FIGUEIRE- Neusa, Sousa, maisena, lousa, coisa, deusa, faisão,
DO, 1995, p. 34) mausoléu etc.

Na análise da coerência, no âmbito da ordenação, cabe • Adjetivos terminados pelos sufixos “oso”, “osa” (indi-
enfatizar que seguir uma ordem na apresentação das ideias cadores de abundância):
garantirá compreensão rápida e lógica por parte do leitor. cheiroso, prazeroso, amoroso, ansioso etc.
Selecionar ideias pertinentes constitui relevante estratégia
de ordenação do texto dissertativo. • Palavras com os sufixos “es”, “esa” e “isa” (indicadores
de títulos de nobreza, de origem, gentílicos ou pátrios,
[...] coerência, que implica a exposição de ideias bem cargo ou profissão):
elaboradas, que tratam do mesmo tema do início duquesa, chinês, poetisa etc.
ao fim do texto em sequência lógica e ordenada.
Isso significa que o texto deve conter apenas as • Nas palavras em que haja “trans”:
ideias pertinentes ao assunto proposto [...] (BRASIL, transigir, transação, transeunte etc.
1999, p. 10)
• Nos substantivos não derivados de adjetivos:
Entendida a questão da coerência, passemos a estudar marquesa (de marquês), camponesa (de camponês),
a questão das informações explícitas e implícitas. defesa (de defender).
Por exemplo, vamos supor que um texto fale de uma árvore
com folhas verdes e frutas vermelhas. Se a questão pergun- • Nos derivados dos verbos “pôr” e “querer”:
tar a cor das frutas ou das folhas, essas informações estão ela não quis; se quiséssemos; ela pôs o disco na estante;
explícitas, são constatáveis pela simples leitura do texto. compus uma música; se ela quisesse; eu pus etc.
Porém, se a questão cogitar a possibilidade da árvore ser
uma macieira (árvore de maçãs), logo, tem‑se uma ques- • Nos sufixos gregos “ese”, “ise”, “ose” (de aplicação
tão no âmbito da inferência, que tem por pressupostos as científica, ou erudita – culta):
informações implícitas, envolvendo, portanto, raciocínio e
trombose, análise, metamorfose, virose, exegese, os-
não mera constatação. mose etc.
Língua Portuguesa

Márcio Wesley • Nos vocábulos derivados de outros primitivos que são


escritos com “s”:
ORTOGRAFIA OFICIAL análise – analisar, analisado
atrás – atrasar, atrasado
O Alfabeto casa – casinha, casarão, casebre

Com a Nova Ortografia, o alfabeto passa a ter 26 letras. Porém há algumas exceções:
Foram reintroduzidas as letras k, w e y. catequese – catequizar
síntese – sintetizar
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ batismo – batizar

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• Nos diminutivos “inho”, “inha”, “ito”, “ita”: Note bem:
Obs.: Se a palavra primitiva já termina com “s”, basta O substantivo viagem escreve-se com “g”, mas viajem
acrescentar o sufixo de diminutivo adequado: (forma verbal de viajar) escreve- se com “j”:
pires – piresinho
casa – casinha, casita Dica:
empresa – empresinha Quando podemos escrever artigo antes (a, uma), temos
o substantivo “viagem”, com “g”.
• Usa-se o “s” nos substantivos cognatos (pertencentes A viagem para Búzios foi maravilhosa.
à mesma família de formação) de verbos em “-dir” e Quando podemos ter o sujeito e conjugar, então tere-
“-ender”. mos o verbo, escrito com “j”:
dividir – divisão Que eles viajem muito bem.
colidir – colisão
aludir – alusão • Nas terminações “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio”, “úgio”,
rescindir – rescisão “ege”, “oge”:
iludir – ilusão pedágio, relógio, litígio, colégio, subterfúgio, estágio,
prodígio, egrégio, herege, doge etc.
Emprego do “Z”
• Nos verbos terminados em “ger” e “gir”:
Usa-se o “z” corrigir, fingir, fugir, mugir etc.

• Nas palavras derivadas de uma primitiva já grafada Emprego do “J”


com “z”:
cruz – cruzamento – cruzeta – cruzeiro Usa-se o “j”:
juiz – juízo – ajuizado – juizado
desliza – deslizamento – deslizante • Nos vocábulos de origem tupi:
maracujá, caju, jenipapo, pajé, jerimum, Ubirajara etc.
• Nos sufixos “ez/eza” formadores de substantivos abs-
tratos e adjetivos com o acréscimo dos sufixos citados: Exceção:
beleza – belo + eza Mogi das cruzes, Mogi-guaçu, Mogi-mirim, Sergipe.
gentileza – gentil + eza
insensatez – insensato + ez • Nas palavras cuja origem latina assim o exijam:
majestade, jeito, hoje, Jesus etc.
• Nos diminutivos “inho” e “inha”:
Obs. 1: Se a palavra escrita primitiva já termina com “z”, • Nas palavras de origem árabe:
basta acrescentar o sufixo de diminutivo adequado: alforje, alfanje, berinjela.
juiz – juizinho
raiz – raizinha • Nas palavras derivadas de outras já escritas com “j”:
xadrez – xadrezinho gorja – gorjeio, gorjeta, gorjear
laranja – laranjinha, laranjeira, laranjeirinha
Obs. 2: Se a palavra primitiva não tiver “s” nem “z”; loja – lojinha, lojista
então se acrescenta: “zinho” ou “zinha”: granja – granjear, granjinha, granjeiro
sofá – sofazinho • Nas palavras de uso um tanto e quanto discutíveis:
mãe – mãezinha manjerona, jerico, jia, jumbo etc.
pé – pezinho
• A terminação “aje” é sempre com “j”:
Emprego do “G” ultraje, laje etc.
• Nas palavras que representam o mesmo som de “j”
quando for empregada antes das vogais “e” e “i”:
Emprego do “Ch”
gente, girafa, urgente, gengiva, gelo, gengibre, giz etc.
Obs.: apenas nesses casos, surgem dúvidas quanto ao O “ch” provém da evolução de grupos consonantais la-
uso. Nos demais casos, usa-se o “g”. tinos:
CI ‑ clave / Ch – Chave
• Nas palavras derivadas de outras que já são escritas FI – Flagrae / Ch – Cheirar
com “g”: PI – Plenu / Ch – Cheio
Língua Portuguesa

ágio – agiota – agiotagem PI – Planu / Ch – Chão.


gesso – engessado – engessar
exigir – exigência – exigível • Na palavra derivada de outra que já vem escrita com
afligir – afligem – afligido “ch”:
charco / encharcar, encharcado
• Nas terminações “agem”, “igem” e “ugem”: chafurda / enchafurdar
margem, coragem, vertigem, ferrugem, fuligem, chocalho / enchocalhar
garagem, origem etc. chouriço / enchouriçar
chumaço / enchumaçar
Exceção: cheio / encher, enchimento
pajem, lajem, lambujem. enchova / enchovinha

7
• Nas palavras após “re”: • Emprega-se “ex” quando seguido de vogal:
brecha, trecho, brechó exame, exército, exato etc.

• Nas palavras aportuguesadas, oriundas de outros idio- • Emprega-se “ex” quando se segue:
mas: PLI – exPLIcar
salsicha / do itálico “salsíccia” CI – exCItante
sanduíche / do inglês “sandwich” CE – exCElência
chapéu / do francês “chapei” PLO – exPLOrar
chope / do francês “chope” e do alemão “Schoppen”
Uso do “E”
• O “ch” provém, também, da formação do dígrafo “ch”
latino que se originou da evolução ao longo dos tempos: • Nos verbos terminados em “uar”, “oar”, nas formas do
cheirar, cheio, chão, chaleira etc. presente do subjuntivo:
continuar – continue – continues
Emprego do “X” efetuar – efetue – efetues
habituar – habitue – habitues
• O “x” representa cinco fonemas tradicionais: averigue – averigues
– “s” em final de sílabas seguido de consoante: perdoar – perdoe – perdoes
extático, externo, experiência, contexto etc. abençoar – abençoe – abençoes

– “z” em palavras com prefixo “ex”, seguido de vogal: • Palavras formadas com o prefixo “ante”:
exame, exultar, exequível etc. antecipar, anterior, antevéspera

– “ss” como “ss” intervocálico: Uso do “I”


trouxe, próximo, sintaxe etc.
• Nos verbos terminados em “uir” nas segunda e tercei-
– “ch” no início ou no interior de algumas palavras: ra pessoas do singular do presente do indicativo e a
xícara, xarope, luxo, ameixa etc. segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo:
constituir – constitui – constituis
– “cs” no meio ou no fim de algumas palavras: possuir – possui – possuís
fixo, tórax, conexão, tóxico etc. influir – influi – influis
fluir – flui – fluis
Obs.: Quando no final de sílabas o “x” não for prece- diminuir – diminui – diminuis
dido da vogal “a”, deve-se empregar o “s” em vez de instituir – institui – instituis
“x”: misto, justaposição etc.

• Em vocábulos de origem árabe e castelhana: Uso do “O” e do “U”


xadrez, oxalá, enxaqueca, enxadrista etc.
A letra “o” átono pode soar como “u”, acarretando he-
• Em palavras de formação popular, africana ou indígena: sitação na grafia.
xepa, xereta, xingar, abacaxi, caxumba, muxoxo, xa- Pode-se recorrer ao artifício da comparação com palavras
vante, xiquexique, xodó etc. da mesma família:
abolir – abolição
• Geralmente é usado após a sílaba inicial “en”, em pa- tábua – tabular
lavras primitivas: comprimento – comprido
enxada, enxergar, enxaqueca, enxó, enxadrezar, enxam- cumprimento – cumprimentar
brar, enxertar, enxoval, enxovalhar, enxurrada, enxofre, explodir – explosão
enxovia, enxuto etc.
Algumas Dificuldades Gramaticais
Exceções:
encher, derivada de cheio Notações sobre o uso de “mal” e “mau”:
anchova ou enchova e seus derivados etc.
• Usa-se “mal” nos seguintes casos:
Obs.: Se a palavra é derivada, dependerá da grafia da
primitiva. Como substantivo (opõe-se a “bem”)
Língua Portuguesa

charco – encharcar; chocalho – enchocalhar Assim varia de número (males) e, geralmente, vem
chafurda – enchafurdar; chouriço – enchouriçar precedido de artigo:
chumaço – enchumaçar (estofar) etc. “O chato da bebida não é o mal que ela nos pode trazer,
são os bêbados que ela nos traz.” (Leon Eliachar)
• Emprega-se o “x” após ditongos: “Para se trilhar o caminho do mal, é indispensável não
ameixa, caixa, peixe, feixe, frouxo, deixar, baixa, rou- se importar com o constrangimento.” (Fraga)
xinol etc.
Como advérbio (opõe-se a “bem”)
Exceções: Nesse caso, modifica o verbo, o adjetivo e o próprio
caucho, cauchal, caucheiro, recauchutar, recauchuta- advérbio:
gem etc. “Andam mal os versos de pé quebrado.” (Jaab)

8
“Varam o espaço foguetes mal intencionados.” (Cecília • Más
Meireles) Plural feminino de “MAU”
“Mendicância vai muito mal: falta de verba.” (Sylvio “Não tinha más qualidades, ou se as tinha, eram de
Abreu) pouca monta”. (Machado de Assis)
“Não há coisas, na vida, inteiramente más”. (Mário
Como conjunção Quintana)
Equivale a quando, assim que, apenas:
“Mal o Flamengo entrou em campo, foi delirantemente • Mais
aplaudido”. Advérbio de intensidade
“Mal colocou o papel na máquina, o menino começou “As fantasias mais usadas no carnaval são: homem
a empurrar a cadeira pela sala, fazendo um barulho vestido de mulher e mulher vestida de homem”. (Leon
infernal”. (Fernando Sabino) Eliachar)
Ele nunca está satisfeito. Sempre quer mais do que
• Usa-se “mau” nos seguintes casos
recebe.
Como adjetivo (opõe-se a bom)
Modifica o substantivo a que se relaciona: Notações sobre o uso do porquê (e variações)
“Um bom romance nos diz a verdade sobre o seu herói,
mas um mau romance nos diz a verdade sobre seu • Porque – Conjunção causal ou explicativa:
autor”. (Chesterton Apud Josué Montello) “Vende-se um segredo de cofre a quem conseguir abrir
“Quando a previsão diz tempo bom, isso é mau.” (Leon o cofre, porque o dono não consegue”. (Leon Eliachar)
Eliachar) “Os macróbios são macróbios porque não acreditam
em micróbios”. (Mário Quintana)
Como substantivo
Normalmente vem precedido de artigo: • Por que – Nas interrogações
“Por que não prender os maus para vivermos tranqui- “ – Diga-se cá, por que foi que você não apareceu mais
los?” lá em casa?” (Graciliano Ramos) (Interrogativa direta)
“O Belo e o Feio... O Bom e o Mau... Dor e Prazer”. “Não sei por que você foi embora”. (Interrogação indi-
(Mário Quintana) reta)
“... só que viera a pé e foi-se sentado, cansado talvez Como pronome relativo, equivalente a o qual, a qual,
de cavalgar por montes e vales do Oeste, e de tantas os quais, as quais.
lutas contra os maus”. (CDA) “Não sei a razão por que me ofenderam”.
“Contavam fatos da vida, incidentes perigosos por que
Notações sobre o uso de “a”, “há” e “ah” tinham passado”. (José Lins do Rego)
• Usa-se “há”
• Por quê – No final da frase.
Com referência a tempo passado:
“Mas por quê? Por quê? Por amor? (Eça de Queiroz)
“Estou muito doente. Há dez anos venho sofrendo de
mal súbito”. (Aldu) “Sou a que chora sem saber por quê”. (Florbela Espanca)
“Isso aconteceu há quatro ou cinco anos”. (Rubem Braga)
Quando é formado do verbo haver: • Porquê
“Já não há mais tempo. O futuro chegou”. É substantivo e, então, varia em número; normalmen-
“O garçom era atencioso, você sabia que há garçons te, o artigo o precede:
atenciosos?” (CDA) “Eu sem você não tenho porquê”. (Vinícius de Morais)
“Só mesmo Deus é quem sabe o porquê de certas von-
• Usa-se “a” tades femininas, se é que consegue saber.” (CDA)
Com referência a tempo futuro:
“... mas daí a pouco tinha a explicação”. (Machado de Notações sobre o uso de “quê” e “’que”
Assis)
“Fui casado, disse ele, depois de algum tempo, daqui • Quê
a três meses posso dizer outra vez: sou casado”. (Ma- Como interjeição exclamativa (seguida de ponto de
chado de Assis) exclamação):
“Quê! Você ainda não tomou banho?”
• Usa-se “ah”
Como interjeição enfatizante: No final de frases:
“Ah, ia-se me esquecendo: um escritório funcional deve
Língua Portuguesa

Zombaria de todos, mesmo sem saber de quê.


ter também uma secretária funcional”. (Leon Eliachar)
“Medo de quê?” (José Lins do Rego)
“Ah! Disse o velho com indiferença”. (Machado de Assis)
Como substantivo
Notações sobre o uso de “mas”, “más” e “mais” “Um quê misterioso aqui me fala.” (Gonçalves Dias)
“A arte de escrever é, por essência, irreverente e tem
• Mas sempre um quê de proibido...” (Mário Quintana)
É conjunção adversativa (dá ideia de oposição, retifi-
cação): • Que
“Sinto muito, doutor, mas não sinto nada”. (Aldu) Em outros casos usa-se a forma sem acento:
“O dinheiro não traz felicidade, mas acalma os nervos”. “Da igreja – exclamou. Que horror.” (Eça de Queiroz)
(Aldu) “E que sonho mau eu tive.” (Humberto de Campos)

9
Notações sobre o uso de “onde”, “aonde” e “donde” • A fim
Locução prepositiva; dá ideia de finalidade; equivale
• Onde a “para”:
É estático. Usa-se com os verbos chamados de repouso, Viajou a fim de se esconder.
situação, fixação, como o verbo “ser” e suas modali- “Metade da massa ralada vai para a rede da goma, a fim
dades (estar – permanecer) e outros (ficar, estacionar de se lhe tirar o excesso de amido”. (Rachel de Queiroz)
etc.); corresponde a “lugar em que” (ubi, em latim):
“Onde foi inventado o feijão com arroz? (Clarice Lis- Notações sobre o uso de “a par” e “ao par”
pector)
“Vende-se uma bússola enguiçada. Infelizmente não • A par
sei onde estou, senão não venderia a bússola”. (Leon Tem o significado de conhecer, saber, tomar conheci-
Eliachar) mento:
Estamos a par da evolução técnica.
• Aonde • Ao par
É dinâmico. Usa-se com os verbos chamados de mo- Tem o significado de igual, equilibrado, paralelo:
vimento, como ir, andar, caminhar etc.; corresponde O câmbio está ao par.
a lugar em que (quo, em latim):
“Tal prática era possível na cidade, aonde ainda não Emprego do Hífen
haviam chegado os automóveis.” (Manuel Bandeira) (Conforme a Nova Ortografia)
“Se chegares sempre aonde quiseres, ganharás”. (Paulo
Mendes Campos) a) Não será usado hífen quando o prefixo termina em
vogal e o segundo elemento começa com r ou s. Essas letras
• Donde
serão duplicadas. Observe as regras no quadro abaixo.
Equivale a “de onde” e apresenta ideia de afastamento;
corresponde a lugar do qual (unde, em latim):
“Tomás estava, mas encerrara-se no quarto, donde só Velha Regra Nova Regra
saíra...” (Machado de Assis) ante-sala antessala
“Às vezes se atiram a distantes excursões donde regres- anti-reumatismo antirreumatismo
sas com uma enorme lava.” (Manoel Bandeira)
auto-recuo autorrecuo
Notações sobre o uso de “senão” e “se não” contra-senso contrassenso
extra-rigoroso extrarrigoroso
• Senão infra-solo infrassolo
Conjunção adversativa com o sentido de “em caso ultra-rede ultrarrede
contrário”, “de outra forma”: ultra-sentimental ultrassentimental
“Cala a boca, mulher, senão aparece polícia”. (Rachel
de Queiroz) semi-sótão semissótão
Com o sentido de “mas sim” e com o sentido de “a não supra-renal suprarrenal
ser”: supra-sigiloso suprassigiloso
“Ele, a quem eu nada podia dar senão minha sincerida-
de, ele passou a ser uma acusação de minha pobreza”. Os prefixos hiper-, inter- e super- se ligam com hífen a
(Clarice Lispector) elementos iniciados por r.
hiper-risonho, hiper-realidade, hiper-rústico, hiper-regu-
Quando substantivo com o sentido de “falha”, “defei- lagem, inter-regional, inter-relação, inter-racial, super-
to”, “imperfeição”. Admite, então, flexão de número: -ramificado, super-risco, super-revista.
“Esfregam as mãos, têm júbilos de solteiras histéricas, dão
pulinhos, apenas porque encontram senões miúdos nas b) Passa a ser usado o hífen, agora, quando o prefixo
páginas que não saberiam compor”. (Josué Montello) termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento.
Lembremos que, nas regras anteriores ao acordo ortográfico,
• Se não os prefixos abaixo eram grafados sem hífen diante de vogal.
Quando conjunção condicional “se”: Observe o quadro:
‘’Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?”
(Mário Quintana)
Velha Regra Nova Regra
Quando advérbio de negação “Não” antiinflacionário anti-inflacionário
“Os ex-seminaristas, como os ex-padres, permanecem antiictérico anti-ictérico
ligados indissoluvelmente à Igreja. Se não, pela fé – antiinflamatório anti-inflamatório
Língua Portuguesa

pelo rito”. (Josué Montello)


arquiinimigo arqui-inimigo
‘’Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?”
arquiinteligente arqui-inteligente
(Mário Quintana)
microondas micro-ondas
Notações sobre “afim” e “a fim de” microônibus micro-ônibus
microorganismo micro-organismo
• Afim
Adjetivo com o sentido de parente, próximo: Exceção:
“... era meu parente afim, [...] interrogou-nos de cara Não se usa hífen com o prefixo co-, mesmo que o segundo
amarrada e mandou-nos embora.” (CDA) elemento comece com a vogal o:
Naquele grupo todos eram afins; por isso brigavam coordenação, cooperação, coocorrência, coocupante,
tanto. coonestar, coobrigar, coobrar.

10
c) Não será mais usado quando o prefixo termina em O que não muda no hífen
vogal diferente da que inicia o segundo elemento. Lem-
bremos que, nas regras anteriores ao acordo ortográfico, os Continua-se a usar hífen nos seguintes casos:
prefixos abaixo eram sempre grafados com hífen antes de • em palavras compostas que constituem unidade sin-
vogal. Observe o quadro: tagmática e semântica e nas que designam espécies:
ano-luz, azul-escuro, conta-gotas, guarda-chuva,
segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor,
Velha Regra Nova Regra erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi;
auto-análise autoanálise • com os prefixos ex-, sota-, soto-, vice-, vizo-:
auto-afirmação autoafirmação ex-mulher, sota-piloto, soto-mestre, vice-campeão,
auto-adesivo autoadesivo vizo-rei;
auto-estrada autoestrada • com prefixos circum- e pan- se o segundo elemento
auto-escola autoescola começa por vogal h e m ou n:
auto-imune autoimune circum-adjacência, pan-americano, pan-histórico;
extra-estatutário extraestatutário • com prefixos tônicos acentuados pré-, pró- e pós- se
o segundo elemento tem vida à parte na língua:
extra-escolar extraescolar
pré-bizantino, pró-romano, pós-graduação;
extra-estatal extraestatal • com sufixos de base tupi-guarani que representam for-
extra-ocular extraocular mas adjetivas: -açu, -guaçu, e -mirim, se o primeiro
extra-oficial extraoficial elemento acaba em vogal acentuada ou a pronúncia
extraordinário* extraordinário exige a distinção gráfica entre ambos:
extra-urbano extraurbano amoré-guaçu, manacá-açu, jacaré-açu, paraná-mirim;
extra-uterino extrauterino • com topônimos iniciados por grão- e grã- e forma ver-
infra-escapular infraescapular bal ou elementos com artigo:
infra-escrito infraescrito Grã-Bretanha, Santa Rita do Passa-Quatro, Baía de
infra-específico infraespecífico Todos-os-Santos, Trás-os-Montes etc;
infra-estrutura infraestrutura • com os advérbios mal e bem quando formam uma
unidade sintagmática com significado e o segundo
infra-ordem infraordem
elemento começa por vogal ou h:
intra-epidérmico intraepidérmico bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-
intra-estelar intraestelar -estar, mal-humorado.
intra-orgânico intraorgânico
intra-ósseo intraósseo Obs.: Os compostos com o advérbio bem se escrevem
neo-academicismo neoacademicismo sem hífen quando tal prefixo é seguido por elemento
neo-aristotélico neoaristotélico iniciado por consoante:
neo-aramaico neoaramaico bem-nascido, bem-criado, bem-visto (ao contrário de
neo-escolástica neoescolástico “malnascido”, “malcriado” e “malvisto”).
neo-escocês neoescocês
• Nos compostos com os elementos além, aquém, recém
neo-estalinismo neoestalinismo e sem:
neo-idealismo neoidealismo além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-
neo-imperialismo neoimperialismo -casados, sem-número, sem-teto.
semi-erudito semierudito
supra-ocular supraocular Hífen em locuções
* Observe que a palavra extraordinário já era escrita sem hífen antes
do novo acordo. Não se usa hífen nas locuções (substantivas, adjetivas,
pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjunti-
d) Não se usa mais o hífen em palavras compostas por vas), como em:  cão de guarda, fim de semana, café com leite,
justaposição, quando se perde a noção de composição e pão de mel, pão com manteiga, sala de jantar, cor de vinho,
surge um vocábulo autônomo. Observe o quadro: à vontade, abaixo de, acerca de, a fim de que.
São exceções algumas locuções consagradas pelo uso. É
o caso de expressões como: água-de-colônia, arco-da-velha,
Velha Regra Nova Regra cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à
manda-chuva mandachuva queima-roupa.
pára-quedas paraquedas
pára-lama, pára-brisa paralama, parabrisa ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Língua Portuguesa

pára-choque parachoque
Regras Básicas
Devemos observar que continuam com hífen: ano-luz,
arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, tio-avô, Importante! A nova ortografia não mudou estas regras
mato-grossense, norte-americano, sul-africano, afro-luso- básicas de acentuação.
-brasileiro, primeiro-sargento, segunda-feira, guarda-chuva.
Posição da Terminação Exemplos
e) Fica sendo regra geral o hífen antes de h: sílaba tônica
anti-higiênico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra- lúcido, anátema,
-harmônico, extra-humano, pré-histórico, sub-hepático, Proparoxítonas todas arsênico, paralele-
super-homem. pípedo.

11
Monossílabas lá, ré, pó, pás, mês, Regra Nova de Vogais Duplicadas
a(s), e(s), o(s)
tônicas cós. Perde acento a penúltima sílaba das terminações “ee” e
crachá, Irecê, trenó, “oo”.
a(s), e(s), o(s), ananás, Urupês, Verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados:
Oxítonas
em, ens retrós, armazém, Eles creem, eles deem, eles leem, eles veem.
parabéns. Eles descreem, eles releem, eles preveem.
fêmur, próton, fá- Lembrete: são verbos do CREDELEVER (crer, dar, ler, ver).
cil, látex, colégio, Verbos com final –oar, –oer: perdoar: eu perdoo; voar: eu
r, n, l, x, ditongo,
pônei, bíceps, júri, voo, o voo; moer: eu moo; roer: eu coo.
Paroxítonas ps, i, is, us, um,
lápis, bônus, álbum,
uns, ão(s), ã(s).
fóruns, acórdão, Regra Nova do Hiato
ímã, órfãs.
Perdem o acento o i e o u tônicos na penúltima sílaba, se
Obs.1: O que é um monossílabo tônico? Resposta: É mo- precedidos de ditongo. Lembre-se: só muda na penúlti-
nossílabo com sentido próprio. Continua com seu sentido ma sílaba. Veja:
mesmo que fora da frase. Geralmente, verbos, advérbios, Sau-í-pe (velha) Sau-i-pe (nova regra)
substantivos e adjetivos. Bo-cai-ú-va (velha) Bo-cai-u-va (nova regra)
Quando não possui sentido, o monossílabo é átono. Outros na nova regra: bai-u-ca, fei-u-ra.
Compare: Tenho dó do menino. Note que o acento dessas palavras desaparece da penúl-
dó: monossílaba tônica; tima sílaba após ditongo.
do: monossílaba átona (de + o). Atenção! Em Pi-au-í e tui-ui-ú, o acento está na sílaba
Os nomes das notas musicais são monossílabos tônicos: final. Não muda nada.
dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Apesar de serem todos tônicos, acen- Cuidado! Em fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo, pe-rí-o-do, conti-
tuamos apenas: dó, ré, fá, lá. nuamos tendo PROPAROXÍTONAS acentuadas. Não é regra
do hiato com “i” ou “u”.
Dica! O sistema de acentuação da Língua Portuguesa se
baseia nas terminações a(s), e(s), o(s), em, ens. Memorize! Regra Nova do Trema
As paroxítonas terão acento quando a terminação for
Trema está extinto das palavras portuguesas e aportugue-
diferente de a(s), e(s), o(s), em, ens.
samentos. Lembre que a pronúncia continua a mesma. O
Obs.2: O sinal til (~) não é acento. É apenas o sinal para acordo é só ortográfico.
indicar vogal com som nasal. Portanto: rã (monossílaba tônica Porém, é mantido o trema em nomes próprios estrangeiros
sem acento), sã (feminino de são = saudável), irmã (oxítona e seus derivados: Müller, mülleriano, Hübner, hübneriano,
sem acento), ímã (paroxítona com acento agudo e final ã). Bündchen.
Consequência: como o trema foi extinto, então perde
Obs.3: O único caso de palavra com dois acentos no Por- o acento o u tônico de formas verbais rizotônicas (com
tuguês é verbo no futuro com pronome mesoclítico: Cantará acento na raiz) quando parte dos grupos que e qui, gue e
o hino  Cantará + o  Cantar + o + á  Cantá-lo-á. Note gui: obliques, apazigue, argui, averigue.
a forma verbal oxítona em “cantará” e em “cantá”.
Regra Nova do Acento Diferencial
Regras Especiais Acento diferencial fica extinto na penúltima sílaba (pala-
vras paroxítonas homógrafas):
As regras especiais resolvem casos que as regras bási- Para (verbo) x para (prep.); coa, coas (verbo) x coa, coas
cas não resolvem. (com + a); pelo, pelos (subst.), pelo (verbo) x pelo, pelos
(per + o); pela, pelas (subst. ou verbo) x pela, pelas (per
Atenção! Estas regras mudaram com a nova ortografia. + a; arcaico); polo, polos [filhote de gavião], polo, polos
[extremidade](substantivos) x polo, polos (por + o; arcai-
Dica importante! Só muda na penúltima sílaba da pa- co); pera (subst.) x pera (= para; arcaico).
lavra. Entretanto, é mantido pôde e pôr. Além desses, também
Lembrete: a pronúncia não se altera. mantidos têm e tem, vêm e vem. Pôde (passado) x pode
Regra Nova dos Ditongos (presente); pôr (verbo) x por (prep.). Têm (eles), tem (ele),
Ditongos abertos tônicos ei, oi perdem o acento na penúl- vêm (eles), vem (ele).
tima sílaba. Veja:
i-dei-a, as-te-roi-de, joi-a, fac-toie, pla-tei-a, col-mei-a, es- Curiosidade!
Caso da Proparoxítona Eventual ou Aparente
Língua Portuguesa

-qui-zoi-de, E-ri-trei-a.
Cuidado! Continuam acentuados éi e ói de oxítonas e mo- Palavras paroxítonas terminadas em ditongo crescente
(semivogal + vogal) podem ser pronunciadas como se fosse
nossílabas tônicas de timbre aberto. Veja: Corrói, dói, fiéis,
hiato no final.
papéis, faróis, anéis, anzóis. Note que é a sílaba final. Não
Veja:
muda, continua acentuada.
Históriaduas pronúncias: his-tó-ria ou his-tó-ri-a
Lembre-se: só muda na penúltima sílaba da palavra. Vácuoduas pronúncias: vá-cuo ou vá-cu-o
Também se conserva o acento do ditongo de timbre aberto Cárieduas pronúncias: cá-rie ou cá-ri-e
éu. Veja: céu, véu, chapéu, escarcéu, ilhéu, tabaréu, mau- Colégioduas pronúncias: co-lé-gio ou co-lé-gi-o
soléu. Note que é a sílaba final. Não muda.
Atenção! Em “dêitico” temos proparoxítona. O acento E com hiato final, tais palavras são chamadas proparo-
deve-se à regra das proparoxítonas. Continua acentuado. xítonas eventuais.

12
As duas pronúncias são aceitas. A pronúncia como hiato A polícia conseguiu prender todos os ladrões, mas, po-
no final atende ao uso regional de Portugal. Note bem: são rém, as joias ainda não foram recuperadas.
duas pronúncias, mas apenas uma separação silábica correta A polícia conseguiu prendeu todos os ladrões, mas as
(como ditongo final). Interessante, não é mesmo?! joias, entretanto, ainda não foram recuperadas.
Subordinação concessiva. Articuladores: embora, muito
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO embora, ainda que, conquanto, posto que, que são con-
junções ou locuções conjuntivas concessivas, e também
TEXTUAL apesar de, a despeito de, não obstante, que são locuções
prepositivas.
Emprego de Elementos de Referenciação, Embora a polícia tenha conseguido prender todos os
Substituição e Repetição, de Conectores e Outros ladrões, as joias ainda não foram recuperadas.
Elementos de Sequenciação Textual
Emprego correto. As conjunções concessivas exigem o
Coesão consiste em articular palavras, conectar frases, modo subjuntivo nas orações que introduzem. As locuções
bem como fazer referir uma parte do texto a outra. Para prepositivas reduzem as orações que introduzem à forma
isso, empregam-se pronomes, conjunções, sinônimos etc. infinitiva:
Apesar de a polícia ter conseguido prender todos os la-
Processos Coesivos drões, as joias ainda não foram recuperadas.

A coesão referencial pode ocorrer em substituição, re- Articulação Sintática de Causa


petição e em referência. Pode ser:
Principais articuladores: conjunções e locuções conjunti-
• Anafórica: o elemento mais significativo é anterior no
vas: porque, pois, como, por isso que, já que, visto que, uma
texto.
vez que; preposições e locuções prepositivas: por, por causa
• Catafórica: o elemento mais significativo é posterior
de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência
no texto.
de, por motivo de, por razões de.
Não fui até Roma porque estava com pressa de regressar
Vamos analisar a coesão em um texto. ao Brasil.
Ele chegou cedo. Queria ver tudo: animais, palhaços, tra-
pezistas. Pedro encantou-se com a girafa e os leões. Aquela Emprego correto. Utilizando as conjunções e locuções
era gigante, mas não assustava como estes. conjuntivas, o verbo se mantém em seu tempo finito. Uti-
lizando, entretanto, as locuções prepositivas, o verbo da
Anafórico Elo Catafórico oração assume a forma do infinito:
(referido ou (antecipado) Não fui até Roma, em virtude de estar com pressa de
substituído) regressar ao Brasil.
Ele Pedro
Na articulação sintática de causa, a oração causal pode
Ele Queria Pedro preceder a oração principal:
Tudo Animais, palhaços, Porque estava com pressa de regressar ao Brasil, não
trapezistas fui até Roma.
Girafa Aquela Em virtude de estar com pressa de regressar ao Brasil,
Leões estes não fui até Roma.

Importante! Revisar o emprego de pronomes, sobretudo Articulação Sintática de Conclusão


nas referências dentro de um texto.
Principais articuladores: logo, portanto, então, assim,
A coesão sequencial consiste no emprego de conectores por isso, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), de modo
que, em vista disso.
para articular palavras, trechos, frases, orações e compor um
Sidney vendeu sua moto prateada, logo só poderá viajar
enunciado harmonioso. Vejamos o emprego de conectores
de carro.
na coesão sequencial.
Emprego correto. Logo e de modo que só se empregam
Articulação Sintática de Oposição antes do verbo. A conjunção pois só se emprega depois do
verbo. As outras podem ser empregadas antes ou depois
Coordenação adversativa. Articuladores: mas, porém, do verbo.
contudo, todavia, entretanto, no entanto. Agnaldo comprou um capacete, de modo que usará sua
A polícia conseguiu prender todos os ladrões, mas as
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moto com maior segurança.


joias ainda não foram recuperadas. Agnaldo comprou um capacete, usará, por isso, sua moto
A polícia conseguiu prender todos os ladrões, entretanto com maior segurança.
as joias ainda não foram recuperadas. Agnaldo comprou um capacete, usará, pois, sua moto
com maior segurança.
Emprego correto. Apenas o mas tem uma posição fixa,
no início da oração. Portanto: Sequências, entretanto, que inverterem a ordem dos ar-
A polícia conseguiu prender todos os ladrões, as joias ticuladores ou serão malformadas ou terão outros sentidos:
mas ainda não foram recuperadas. (errado) Agnaldo comprou um capacete, usará de modo que, sua
A palavra mas pode funcionar sintaticamente como arti- moto com maior segurança.
culador sintático de oposição e a palavra entretanto, apenas Agnaldo comprou um capacete, pois usará sua moto com
como reforço. maior segurança.

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Articulação Sintática de Condição Verbo
Articulador: se. É o único que leva o verbo ao futuro Verbo é palavra variável que expressa ação (estudar),
do subjuntivo, quando a oração principal está no futuro do posse (ter, possuir), fato (ocorrer), estado (ser, estar) ou
presente ou no presente do indicativo com valor de futuro: fenômeno (chover, ventar), situados no tempo: chove agora,
Se você viajar hoje à noite, poderá descansar mais ama- choveu ontem, choverá amanhã.
nhã.
Se você viajar hoje à noite, pode descansar mais amanhã. Conjugação é a distribuição dos verbos em sistemas
conforme a terminação do infinitivo:
Outros articuladores: caso, contanto que, desde que, a -ar → cantar, estudar: primeira conjugação;
menos que, a não ser que. Esses outros articuladores, na -er → ver, crer: segunda conjugação;
mesma condição, levam o verbo da oração que introduzem -ir → dirigir, sorrir: terceira conjugação.
ao presente do subjuntivo: As vogais “a, e, i” dessas terminações chamam‑se vogais
Caso você viaje hoje à noite, poderá descansar mais temáticas. Somente “pôr” e derivados (compor, repor) ficam
amanhã. sem vogal temática no infinito, mas têm nas conjugações:
põe, pusera etc.
Emprego correto. A menos que e a não ser que incorpo-
ram a marca de negação de uma oração condicional. Esses Radical é a parte invariável do verbo no infinitivo, retirada
a vogal temática e a desinência “-r”: cant-, cr-, dirig-
articuladores somente se aplicam em orações condicionais
negativas, portanto têm a propriedade de cancelar o advér-
Tema é a junção da vogal temática ao radical: canta-,
bio não. Uma sequência como: Se você não prestar atenção, cre-, dirigi-
vai errar. Com a condicional negativa iniciada pelo articulador
se, manifesta a negação por intermédio do advérbio não. Se Rizotônica é a forma verbal com vogal tônica no radical:
utilizarmos a menos que, por exemplo, teremos: A menos estUda, vIvo, vImos.
que você preste atenção, vai errar. Onde o não fica sendo
desnecessário. Arrizotônica é a forma verbal com vogal tônica fora do
radical: estudAmos, vivEis, virIam.
Articulação Sintática de Fim
Flexão verbal pode ser de número (singular e plural), de
A maneira mais comum de manifestar finalidade é utili- pessoa (primeira, segunda, terceira) ou de tempo e modo.
zando a preposição para, em sequências como
Os salários precisam subir para que haja uma recupera- Flexão de número: no singular, eu aprendo, ele chega;
ção do mercado consumidor. no plural, nós aprendemos, eles chegam.
Os salários precisam subir para haver uma recuperação
do mercado consumidor. Flexão de pessoa: na primeira pessoa, ou emissor da
mensagem, eu canto, nós cantamos; eu venho, nós vimos.
Outros articuladores: a fim de, com o propósito de, com Na segunda pessoa, o receptor da mensagem, tu cantas, vós
a intenção de, com o fito de, com o intuito de, com o ob- cantais; tu vens, vós viestes. Obs.: Quando “vós” se refere
jetivo de. a uma só pessoa, indica singular apesar de tomar a flexão
Emprego correto. Normalmente estes outros articula- plural: Senhor, Vós que sois todo poderoso, ouvi minha prece.
dores se utilizam em situação em que, na oração principal,
haja uma construção agentiva. Assim, uma sequência textual Flexão de tempo situa o momento do fato: presente,
como Ricardo promoveu Carlos, com o objetivo de angariar pretérito e futuro. São três tempos primitivos: infinitivo
mais votos. é perfeitamente aceitável. Já uma sequência impessoal, presente do indicativo e pretérito perfeito simples
como Os salários precisam subir com o objetivo de haver uma do indicativo.
recuperação do mercado consumidor. fica menos aceitável.
Derivações: 1) Do infinitivo impessoal, surge o pretérito
Ambiguidade do Gerúndio imperfeito do indicativo, o futuro do presente do indicativo,
o futuro do pretérito do indicativo, o infinitivo pessoal, o ge-
rúndio e o particípio. 2) Da primeira pessoa do singular (eu)
Em muitos dos casos anteriores, é possível estabelecer
do presente do indicativo, temos o presente do subjuntivo.
uma articulação sintática sem usar especificamente os ar- 3) Da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito simples
ticuladores, bastando para tanto deixar o verbo da oração do indicativo, obtemos o pretérito mais que perfeito do in-
subordinada no gerúndio. dicativo, o pretérito imperfeito do subjuntivo e o futuro do
subjuntivo. Os tempos podem assumir duas formas:
Articulação Sintática de Causa a) Simples: um só verbo: Estudo Francês. Terminamos
Língua Portuguesa

o livro. Faremos revisão.


Estando com pressa de regressar ao Brasil, não fui até b) Composto: verbos “ter” ou “haver” com particípio:
Roma. tenho estudado, tínhamos estudado, haveremos feito.
Articulação Sintática de Condição Flexão de Modo
Viajando hoje, você poderá descansar amanhã. Modo indica atitude do falante e condições do fato:
Articulação Sintática de Fim Modo Indicativo

Ricardo promoveu Carlos, objetivando angariar mais Traduz geralmente a segurança: Estudei. Não agi mal.
votos. Amanhã chegarão os convites.

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Tempos do Modo Indicativo 1. Em situações formais na escrita: Já explicara o con-
a) Presente: basicamente significa o fato realizado no teúdo na aula anterior.
momento da fala. Ex.: Ele estuda Francês. A prova está fácil. 2. Para substituir o imperfeito do subjuntivo: Compor-
Pode significar também: tou‑se como se fora (=fosse) senhora das terras.
1. Permanência: O Sol nasce no Leste. José é pai de 3. Em frases exclamativas: Quem me dera trabalhar no
Jesus. A Constituição exige isonomia. Senado.
2. Hábito: Márcio leciona Português. Vou ao cinema
todos os domingos. Forma‑se trocando o final  – ram (cantaram, viveram,
3. Passado histórico: Cabral chega ao Brasil em 1500. partiram) por: -ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram. Cantara,
Militares governam o Brasil por 20 anos. cantaras, cantara, cantáramos, cantáreis, cantaram. Vivera,
4. Futuro próximo: Amanhã eu descanso. No próximo viveras, vivera, vivêramos, vivêreis, viveram. Partira, partiras,
ano, o país tem eleições. partira, partíramos, partíreis, partiram.
5. Pedido: Você me envia os pedidos do memorando
amanhã. f) Pretérito mais que perfeito composto: O mesmo
O presente dos verbos regulares se forma com adição ao sentido da forma simples. Usado na língua falada e também
radical das terminações: na escrita, sem causar erro, nem diminuir o nível culto: Já
• 1.a conjugação: -o, -as, -a, -amos, -ais, -am. Canto, tinha explicado o conteúdo na aula anterior. Forma‑se com o
cantas, canta, cantamos, cantais, cantam. imperfeito de ter ou haver mais o particípio: havia explicado,
• 2.a conjugação: -o, -es, -e, -emos, -eis, -em. Vivo, vives, tinha vivido (=vivera), havia partido (partira).
vive, vivemos, viveis, vivem.
• 3.a conjugação: -o, -es, -e, -imos, -is, -em. Parto, partes, g) Futuro do presente simples: Fato posterior em relação
parte, partimos, partis, partem. à fala: Trabalharei no Senado em dois anos. E também:
1. Fatos prováveis, condicionados: Se os juros caírem,
b) Pretérito imperfeito: Passado em relação ao momento existirá mais consumo.
da fala, mas simultâneo em relação a outro fato passado. 2. Incerteza, dúvida: Será possível uma coisa dessas?
Pode significar: Por que estarei aqui?
1. Hábitos no passado: Quando jogava no Santos, Pelé
fazia gols espetaculares. Forma‑se com adição ao infinitivo das seguintes ter-
2. Descrição no passado: Ela parecia satisfeita. A estrada minações: -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão. Cantarei, cantarás,
fazia uma curva fechada. cantará, cantaremos, cantareis, cantarão. Viverei, viverás,
3. Época: Era tempo da seca quando Fabiano emigrou. viverá, viveremos, vivereis, viverão. Partirei, partirás, partirá,
4. Simultaneidade: Paulo estudava quando cheguei. partiremos, partireis, partirão. (Exceto fazer, dizer e trazer,
Estava conversando quando a criança caiu. que mudam o “z” em “r”.)
5. Frequência, causa e consequência: Eu sorria quando
ela chegava. Obs.: Locuções verbais substituem o futuro do presente
6. Ação planejada, mas não feita: Eu ia estudar, mas simples. Veja:
chegou visita. Pretendíamos chegar cedo, mas houve
• Com ideia de intenção: Hei de falar com ele até domingo.
congestionamento.
• Com ideia de obrigação: Tenho que falar com ele até
7. Fábulas, lendas: Era uma vez um professor que can-
domingo.
tava...
8. Fato preciso, exato: Duas horas depois da prova, • Com ideia de futuro próximo ou imediato: verbo “ir”
o gabarito saía no site da banca. mais infinitivo (exceto ir e vir): Que fome! Vou almoçar.
Corre, que o carro vai sair. (vou ir, vou vir – erros)
O imperfeito se forma com adição ao radical das termi-
nações a seguir (exceto ser, ter, vir e pôr): h) Futuro do presente composto: Indica:
• 1.a conjugação: -ava, -avas, -ava, -ávamos, -áveis, 1. Futuro realizado antes de outro futuro: Já teremos
-avam. Cantava, cantavas, cantava, cantávamos, can- lido o livro quando o professor perguntar.
táveis, cantavam. 2. Possibilidade: Já terão chegado?
• 2.a e 3.a conjugação: -ia, -ias, -ia, -íamos, -íreis, -iam. Forma‑se com o futuro do presente de ter (ou haver)
Vivia, vivias, vivia, vivíamos, vivíeis, viviam. mais o particípio: teremos lido, haveremos lido.

c) Pretérito perfeito simples: Ação passada terminada i) Futuro do pretérito simples:


antes da fala. Forma‑se, nos verbos regulares, com adição 1. Futuro em relação a um passado: Ele me disse que
ao radical das terminações: estaria aqui até as 17h.
• 1.a conjugação: -ei, -aste, -ou, -amos, -astes, -aram. 2. Hipóteses, suposições: Iríamos se ele permitisse.
Cantei, cantaste, cantou, cantamos, cantastes, cantaram. 3. Incerteza sobre o passado: Quem poderia com isso?
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• 2.a conjugação: -i, -este, -eu, -emos, -estes, -eram. Vivi, Ele teria 25 anos quando se formou.
viveste, viveu, vivemos, vivestes, viveram. 4. Surpresa ou indignação: Nunca aceitaríamos tal
• 3.a conjugação: -i, -iste, -iu, -imos, -istes, -iram. Parti, humilhação! Seria possível uma crise assim?
partiste, partiu, partimos, partistes, partiram.
5. Desejo presente de modo educado: Gostariam de
d) Pretérito perfeito composto: Indica repetição ou sair conosco? Poderia me ajudar?
continuidade do passado até o presente: Tenho feito o me-
lhor possível. Não temos nos prejudicado. Forma‑se com o Forma‑se com adição ao infinitivo de: -ia, -ias, -ia, -ía-
presente do indicativo de TER (ou HAVER) mais o particípio. mos, -íeis, -iam. Cantaria, cantarias, cantaria, cantaríamos,
cantaríeis, cantariam. Viveria, viverias, viveria, viveríamos,
e) Pretérito mais que perfeito simples: Fato concluído viveríeis, viveriam. (Exceto fazer, dizer, trazer, que trocam “z”
antes de outro no passado. Usa‑se: por “r”: faria, diria, traria.)

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• Futuro do pretérito composto: suposição no passado: Modo Imperativo
Se os juros caíssem, o consumo teria aumentado.
• Incerteza no passado: Quando teriam entregado as Expressa ordem, conselho, convite, súplica, pedido, a de-
notas? pender da entonação da voz. Dirige‑se aos ouvintes apenas:
• Possibilidade no passado: Teria sido melhor ficar. tu, você, vós, vocês.
• Quando o falante se junta ao ouvinte, usa‑se a primeira
Forma‑se com o futuro do pretérito simples de ter (ou pessoa plural (nós): cantemos, vivamos.
haver) mais o particípio: teria aumentado, teriam entregado. • O imperativo pode ser suavizado com:
a) Presente do indicativo: Você me ajuda amanhã.
Modo Subjuntivo b) Futuro do presente: Não matarás, não furtarás.
c) Pretérito imperfeito do subjuntivo: Se você falasse
Traduz incerteza, dúvida, possibilidade. Usado sobre- baixo!
tudo em orações subordinadas: Quero que ele venha logo. d) Locução com imperativo de ir mais infinitivo: Felipe
Gostaria que ele viesse logo. Será melhor se ele vier a pé. rasgou a roupa; não vá brigar com ele.
e) Expressões de polidez (por favor, por gentileza etc.):
Tempos do Modo Subjuntivo Feche a porta, por favor.
a) Presente: indica presente ou futuro: É pena que o f) Querer no presente ou imperfeito (interrogação),
país esteja em crise. (presente) Espero que os empregos ou imperativo, mais infinitivo: Quer calar a boca?
voltem. (futuro) Queria calar a boca? Queira calar a boca.
Forma‑se trocando o final “-o” do presente (canto, vivo, g) Infinitivo (tom impessoal): Preencher as lacunas
parto) por: com a forma verbal adequada.
• 1ª conjugação: -e, -es, -e, -emos, -eis, -em. Cante,
cantes, cante, cantemos, canteis, cantem. • O imperativo pode ser reforçado:
• 2ª e 3ª conjugação: -a, -as, -a, -amos, -ais, -am. Viva, a) Com repetição: Saia, saia já daqui!
b) Advérbio e expressões: Venha aqui! Repito outra
vivas, viva, vivamos, vivais, vivam.
vez, fique quieto! Suma‑se, seu covarde!
Exceção: dar, ir, ser, estar, querer, saber, haver. Dê, dês,
• O imperativo pode ser:
dê, demos, deis, deem; vá, vás, vá, vamos, vais, vão; seja...;
a) Afirmativo
queira...; saiba...; haja...
1. Tu e vós vêm do presente do indicativo, retiran-
do‑se “-s” final: deixa (tu), deixai (vós).
b) Pretérito imperfeito: ação simultânea ou futura: Duvi-
Exceção: “ser” forma sê (tu) e sede (vós).
dei que ele viesse. Eu queria que ele fosse logo. Gostaríamos Verbo “dizer” e terminados em “-azer” e “-uzir”
que eles trouxessem os livros. podem perder “-es” ou só “-s”: diz/dize (tu), traz/
Forma‑se trocando o final “-ram” do perfeito simples traze (tu), traduz/traduze (tu).
do indicativo (cantaram, viveram, partiram) por: -sse, -sses, 2. Você, nós e vocês vêm do presente do subjunti-
-sse, -ssemos, -sseis, -ssem. Cantasse, cantasses, cantasse, vo: deixe (você), deixemos (nós), deixem (vocês).
cantássemos, cantásseis, cantassem; vivesse...; partisse... Verbos sem a pessoa “eu” no presente indicativo
terão apenas tu e vós: abole (tu), aboli (vós).
• Pretérito perfeito: suposta conclusão antes do tempo b) Negativo
da fala: Talvez ele tenha chegado. Duvido que ela tenha Copia exatamente o presente do subjuntivo: não
saído sozinha. deixes tu, não deixe você, não deixemos nós, não
• Suposta conclusão antes de um futuro: É possível que deixeis vós, não deixem vocês.
ele já tenha chegado quando vocês voltarem. Verbos sem “eu” no presente indicativo não pos-
suem imperativo negativo.
Forma‑se com o presente do subjuntivo de ter (ou haver)
mais o particípio: tenha chegado, tenha saído. Formas Nominais
c) Pretérito mais que perfeito: passado suposto antes de Não exprimem tempo nem modo. Valores de substantivo
outro passado: Se tivessem lido o aviso, não se atrasariam. ou adjetivo. São: infinitivo, gerúndio e particípio.
Forma‑se com o imperfeito do subjuntivo de ter (ou a) Infinitivo é a pura ideia da ação.
haver) mais o particípio: tivessem lido. 1. Infinitivo impessoal: não se refere a uma pessoa,
nenhum sujeito próprio. Ex.: É agradável viajar. Posso falar
d) Futuro simples: suposição no futuro: Posso aprender com João. Usos:
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o que quiser. Poderei aprender o que quiser. • Como sujeito: Navegar é preciso, viver não é preciso.
Forma‑se trocando o final “-ram” do perfeito do indica- • Como predicativo: Seu maior sonho é cantar.
tivo (cantaram, viveram, partiram) por: r, res, r, rmos, rdes, • Objeto direto: Admiro o cantar dos pássaros.
rem. Quando/que/se cantar, cantares, cantar, cantarmos, • Objeto indireto: Gosto de viajar.
cantardes, cantarem. Quando/que/se viver, viveres, viver, • Adjunto adnominal: Comprei livros de desenhar.
vivermos, viverdes, viverem. • Complemento nominal: Este livro é bom de ler.
• Em lugar do gerúndio: Estou a pensar (=Estou pensan-
e) Futuro composto: futuro suposto antes de outro: Isso do).
será resolvido depois que tivermos recebido a verba. • Valor passivo: O dano é fácil de reparar. Frutas boas
Forma‑se com o futuro simples do subjuntivo de ter (ou de comer.
haver) mais o particípio: tivermos recebido. • Tom imperativo: O que nos falta é estudar.

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Duas formas do infinitivo impessoal: • Se apenas estado, trata‑se de adjetivo: A criança as-
• Simples (valor de presente). Ações de aspecto não sustada não dorme.
concluído: Estudar Português ajuda em todas as provas. • Pode ser substantivado: A morta era inocente. Muitos
Perder o jogo irrita. mortos são enterrados como indigentes.
• Composto (passado). Ações de aspecto concluído: Ter
estudado Português ajuda nas provas. Ter perdido o jogo Voz Verbal
irrita.
Verbos que indicam ação admitem voz ativa, voz passiva,
2. Infinitivo pessoal: refere‑se a um sujeito próprio. Ex.: voz reflexiva. A voz verbal consiste em uma atitude do sujeito
Não estudou para errar. Não estudei para errar. Não estu- em relação à ação do verbo. Lembrete! Sujeito é o assunto
damos para errarmos. Não estudaram para errarem. Usos: da oração. Não precisa ser o praticante da ação.
• Mesmo sujeito: Para nós sermos pássaros, precisamos 1. Voz ativa: o sujeito só pratica ação. O  governo au-
de imaginação. mentou os juros.
• Sujeitos diferentes: (Eu) Ouvi os pássaros cantarem. 2. Voz passiva: o sujeito só recebe ação. Os juros foram
(eu x os pássaros) aumentados pelo governo.
• Preposicionado: Nós lhes dissemos isso por sermos Note que o sentido se mantém nas duas frases acima.
amigos. Nós lhes dissemos por serem amigos.
• Sujeito indeterminado: Naquela hora ouvi chegarem. Há dois tipos de voz passiva:
a) Passiva analítica: com verbo ser (passiva de ação)
Duas formas do infinitivo pessoal: ou estar (passiva de estado): Os juros foram aumentados
• Simples (presente). Aspecto não concluído: Por chegar- pelo governo. O ladrão foi preso pelos guardas. O ladrão
mos cedo, estamos em dia. Por chegarmos cedo, obtivemos está preso.
uma vaga.
• Composto (passado). Aspecto concluído: Por termos Repare:
chegado cedo, estamos em dia. Por termos chegado cedo, • O agente da voz passiva (pelo governo, pelos guardas)
obtivemos uma vaga. indica o ser que pratica a ação sofrida pelo sujeito.
Preposição “por” ou “de”: Ele é querido de todos.
b) Gerúndio é processo em ação. Papel de adjetivo • Locuções na voz passiva analítica: temos sido amados.
ou de advérbio: Chegou com os olhos lacrimejando. Vi‑o Tenho sido amado. Estou sendo amado.
cantando. Usos:
b) Passiva sintética: a partícula apassivadora “se” com
1. Início da frase para: I) ação anterior encerrada (Ju-
verbo transitivo direto (não pede preposição): Não se revisou
rando vingança, atacou o ladrão.); II) ação anterior e
o relatório = O relatório não foi revisado.
continuada (Fechando os olhos, começou a imaginar
a festa.).
3. Voz reflexiva: o sujeito pratica e recebe ação. Ocorre
2. Após um verbo, para ação simultânea: Saí cantando.
pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos): Eu me
Morreu jurando inocência. lavei. Ele se feriu com facas. Nós nos arrependemos
3. Ação posterior: Os juros subiram, reduzindo o consumo. tarde.
Duas formas de gerúndio:
• Simples (presente): aspecto não concluído. Ex.: Sor-
Classificando Verbos
rindo, olha para o pai. Ignorando os perigos, continuou na
• Verbos conforme a função:
estrada. => Forma‑se trocando o “-r” do infinitivo por “-ndo”.
a) Principal é sempre o último verbo de uma locução
• Composto (passado): aspecto de ação concluída. Ex.: (verbos com o mesmo sujeito): Devo estudar. Comecei
Tendo sorrido, olhou para o pai. Tendo compreendido os a sorrir.
perigos, abandonou a estrada. b) Auxiliares são os verbos anteriores na locução. Servem
para matizar aspectos da ação do verbo principal: ser,
c) Particípio estar, ter, haver, ir, vir, andar. Devo estudar. Comecei
Com verbo auxiliar: a sorrir. O carro foi lavado. Temos vivido. Ando estu-
1. Ter ou haver, locução verbal chamada tempo com- dando. Vou lavar.
posto (não varia em gênero e número): A polícia tem 1. Ser: forma a voz passiva de ação. O livro será aberto
prendido mais traficantes. Já havíamos chegado pelo escolhido.
quando você veio. 2. Estar:
2. Ser ou estar, locução verbal (varia em gênero e nú- – Na voz passiva de estado: O livro está aberto.
mero): Muitos ladrões foram presos pela milícia. – Com gerúndio, ação duradoura num momento
Os corruptos estão presos. preciso: Estou escrevendo um livro.
Língua Portuguesa

3. Ter e Haver:
Sem verbo auxiliar: – Nos tempos compostos com particípio: Já
Estado resultante de ação encerrada: Derrotados, os sol- tinham (ou haviam) aberto o livro. Se tivesse
dados não ofereceram resistência. (ou houvesse) ficado, não perderia o trem.
Forma‑se trocando o “-r” do infinitivo por “-do”: – Com preposição “de” e infinitivo, sentido de
beber=>bebido, aparecer=> aparecido, cantar=>cantado. obrigação (ter) ou de promessa (haver): Tenho
de estudar mais. Hei de chegar cedo amanhã.
Atenção! 4. Ir:
• Vir e derivados têm a mesma forma no gerúndio e no – Com gerúndio, indicando:
particípio: Tenho vindo aqui todo dia. (particípio) Estou - ação duradoura: O professor ia entrando
vindo aqui todo dia. (gerúndio) devagar.

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- ação em etapas sucessivas: Os alunos iam Ex.: Psiu! Chuva, fogo, vento, neve, tudo de uma vez.
chegando a pé. (frases nominais) Choveu , ventou, nevou, tudo de uma vez.
– No presente do indicativo mais infinitivo, in- (frase verbal) O governo descobriu que mais sanguessugas
dicando intenção firme ou certeza no futuro havia. (frase verbal)
próximo: Vou encerrar a reunião. Corra! O avião
vai decolar! PERÍODO é frase com verbo, ou seja, é  frase verbal.
Sentido completo. Início com maiúscula, fim com ponto,
5. Vir: exclamação, interrogação ou reticências. O período é sim-
– Com gerúndio, indica: ples, quando tem só uma oração. Esta oração é chamada
– ação gradual: Venho estudando este fenômeno de oração absoluta.
há tempo.
– duração rumo à nossa época ou lugar: Os alunos Ex.: Entre as várias oportunidades de trabalho no mer-
vinham chegando, quando o sinal tocou. cado, destacam‑se as vagas em concurso público. (período
– Com infinitivo, sentido de resultado final: Viemos simples tem apenas um verbo ou locução, com o mesmo
a descobrir o culpado mais tarde. sujeito; a oração é absoluta)
O período é composto, quando tem mais de uma ora-
6. Andar, com gerúndio, sentido de duração, continui-
ção. Haverá oração principal, oração coordenada e oração
dade: Ando estudando muito. Ele anda escrevendo
subordinada.
livros.
• Verbos conforme a flexão: regular, irregular,
defectivo e abundante. Ex.: Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (período
a) Regular: o radical e as terminações do padrão composto tem dois ou mais verbos independentes. Orações
de cada conjugação não mudam letra e som. independentes são coordenadas)
Pode até mudar letra, mas o som permane- O governo descobriu que mais sanguessugas havia.
ce: agir=>ajo, agi, agirei; ficar=>fico, fiquei, (período composto. Uma oração tem função sintática para
ficarei; tecer=>teço, teci, tecerei. outra: uma é subordinada e a outra é principal)
b) Irregular: o radical e ou as terminações mu-
dam letra e som. Não basta mudar letra. Deve ORAÇÃO só precisa ter verbo. O  sentido não precisa
mudar também o som: fazer=>faço, fiz, farei. ser completo.

Obs.: Fazer é capaz de substituir outro verbo Ex.: Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (três ora-
na sequência de frases. Veja: Gostaríamos de ções, porque são três verbos independentes)
reverter o quadro do país como fez (=rever- O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (duas
teu) o governo anterior. (verbo vicário) orações, porque são dois verbos com sentidos próprios, inde-
pendentes, ou seja, não formam locução verbal)
c) Defectivo: não possui certas formas, em razão Entre as várias oportunidades de trabalho no mercado,
de eufonia ou homofonia. destacam‑se as vagas em concurso público. (uma oração
absoluta)
Grupo 1: impessoais e unipessoais, conju-
gados apenas na terceira pessoa. Indicam MORFOSSINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO
fenômenos da natureza, vozes de animais,
ruídos, ou pelo sentido não admitem certas • Oração Subordinada é parte da análise de outra ora-
pessoas. Ex.: chover, zurrar, zunir.
ção.
Grupo 2: verbos sem a primeira pessoa do
• Oração Principal tem outra que é parte de sua análise.
singular no presente do indicativo e suas
• Oração Coordenada é completa em si. Sempre tem
derivadas: abolir, jungir, puir, soer, demolir,
outra oração coordenada com ela na frase.
explodir, colorir.
Grupo 3: adequar, doer, prazer, precaver,
reaver, urgir, viger, falir. ANÁLISE PASSO A PASSO:
Passo 1. Encontre e marque todos os verbos e locuções
d) Abundante: possui mais de uma forma cor- verbais.
reta. Diz/dize, faz/faze, traz/traze, requer/ Passo 2. Separe as orações. Geralmente antes de con-
requere, tu destruis/destróis, tu construis/ junção ou de pronome relativo.
constróis, nós hemos/havemos. A  maioria Passo 3. Tente trocar uma das orações por ISSO. Deu cer-
possui duplo particípio: Tinha expulsado to? Essa oração trocada por ISSO recebe o nome de Oração
os invasores. Os invasores foram expulsos. Subordinada Substantiva.
Língua Portuguesa

A gráfica havia imprimido o livro. O livro está Passo 4. Não deu certo trocar por ISSO? Então procure
impresso. Tínhamos entregado a encomenda. pronome relativo. Tem? Então a oração com pronome rela-
A encomenda será entregue. Como regra: ter tivo recebe o nome de Oração Subordinada Adjetiva.
e haver pedem o particípio regular (-ado/- Passo 5. N.D.A.=Nenhuma Das Anteriores. Então
-ido); ser e estar pedem o particípio irregular. podemos ter Oração Subordinada Adverbial ou Oração
Coordenada.
FRASE, PERÍODO E ORAÇÃO
(Cespe/IRBr) “Queremos saber se ele é poeta mesmo.”
FRASE precisa ter sentido completo. Sem verbo, é frase Passo 1. Verbos: queremos saber (locução verbal), é (ser).
nominal. Com verbo, é frase verbal. Início com maiúscula, Passo 2. Oração 1: queremos saber. Oração 2: se ele é
fim com ponto, exclamação, interrogação ou reticências. poeta mesmo.

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Passo 3. Queremos saber ISSO. Então a oração 2 é oração CUIDADO COM PRONOME DEMONSTRATIVO REDUZIDO
subordinada substantiva. E a oração 1 é oração principal. “O = AQUELE, O = AQUILO”:
Ninguém sabe o que aconteceu.
(Cespe/MMA) “O carro que pode usar gasolina e álcool Passo 1. Verbos: sabe, aconteceu.
dominou o mercado.” Passo 2. Oração 1: ninguém sabe o (ninguém sabe aquilo).
Passo 1. Verbos: pode usar (locução verbal), dominou. Oração 2: que aconteceu.
Passo 2. Oração 1: o carro dominou o mercado. Lem- Passo 3. Ninguém sabe isso. (ERRADO) Repetir a oração 1,
bre‑se: um verbo para cada oração, e separamos antes do e só trocar por ISSO a oração 2: ninguém sabe o ISSO. Não deu
“que”. Oração 2: que pode usar gasolina e álcool. certo. Então não teremos oração subordinada substantiva.
Passo 3. O carro ISSO? Não deu certo. Não faz sentido. Passo 4. Procurar pronome relativo: Ninguém sabe AQUI-
Então não pode ser oração subordinada substantiva. LO o qual aconteceu. (trocamos QUE por O QUAL como teste
Passo 4. Procurar pronome relativo: que = o qual (o car- que mostra se tratar de pronome relativo) Então a oração 2
ro o qual pode usar gasolina e álcool dominou o mercado). será oração subordinada adjetiva.
Então a oração 2 é oração subordinada adjetiva. E a oração
1 é oração principal. Oração Subordinada Adjetiva (Desenvolvida)
• Tem pronome relativo.
(Cespe/BB) “Quando compartilha seu papel social, • Pode restringir (dizer parte) do termo referente ou
a empresa se valoriza.” explicar (dizer todo) sobre o termo referente.
Passo 1. Verbos: compartilha, valoriza.
Passo 2. Oração 1: quando compartilha seu papel social. Veja:
Oração 2: a empresa se valoriza. Os homens que são fiéis não mentem.
Passo 3. Quando compartilha seu papel ISSO? Não deu Passo 1. Verbos: são, mentem.
certo. (note que trocamos a oração 2 por ISSO) Vamos tentar Passo 2. Oração 1: os homens não mentem. Oração 2:
de novo: ISSO a empresa se valoriza? Não deu certo. Não fez que são fiéis.
sentido. (note que trocamos a oração 1, desta vez) Então não Passo 3. Os homens ISSO. Não deu certo. Então não será
pode ser oração subordinada substantiva. oração subordinada substantiva.
Passo 4. Procurar pronome relativo. Não apareceu: Passo 4. Procurar pronome relativo: os homens OS QUAIS
que, o qual, cujo, onde, quem. Então não pode ser oração
são fiéis não mentem. (testamos a troca de “que” por “os
subordinada adjetiva.
quais” para provar que se trata de pronome relativo). Deu
Passo 5. N.D.A. Note o sentido temporal próprio de ad-
certo. Então a oração 2 é oração subordinada adjetiva.
vérbios: quando compartilha seu papel social. Então a oração
Agora note o significado de PARTE dos homens (referente
1 recebe o nome de oração subordinada adverbial temporal.
da oração adjetiva na oração principal).
E a oração 2, o nome de oração principal.
Então: a oração 2 é oração subordinada adjetiva RES-
TRITIVA.
(Cespe) “A cidade lembra Dubai, porém está insulada
Regra: oração adjetiva restritiva NÃO PODE ficar entre
na estepe verde.”
sinais de pontuação.
Passo 1. Verbos: lembra, está.
Passo 2. Oração 1: a cidade lembra Dubai. Oração 2:
porém está insulada na estepe verde. VEJA MAIS:
Passo 3. A cidade lembra Dubai ISSO. (Atenção para fazer Já entrou em vigor o novo Código Civil, que retirou tal
a troca correta: trocar uma oração inteira. Trocamos a oração exigência.
2.) Não deu certo. Vamos tentar de novo: ISSO porém está Passo 1. Verbos: entrou, retirou.
insulada na estepe verde. (trocamos a oração 1) Também não Passo 2. Oração 1: Já entrou em vigor o novo Código Civil.
deu certo. Não fez sentido. Então não é oração subordinada Oração 2: que retirou tal exigência.
substantiva. Passo 3. Já entrou em vigor o novo Código Civil ISSO. Não
Passo 4. Procurar pronome relativo. Não aparece: que, deu certo. Então não será oração subordinada substantiva.
o qual, onde, cujo, quem. Então não é oração subordinada Passo 4. Procurar pronome relativo: Já entrou em vigor
adjetiva. o novo Código Civil, O QUAL retirou tal exigência. Deu certo.
Passo 5. N.D.A. Note que são oração independentes, Então temos oração subordinada adjetiva.
e note o sentido de contraste, oposição. Vamos ter oração Agora note o significado de TODO do Código Civil (refe-
coordenada adversativa: porém está insulada na estepe rente da oração adjetiva na oração principal).
verde. E a outra oração também coordenada. Então: a oração 2 é oração subordinada adjetiva expli-
cativa.
Muito Cuidado: não basta o sentido de tempo para ga- Regra: oração subordinada adjetiva explicativa DEVE ficar
rantir que uma oração será subordinada adverbial. Sempre entre sinais de pontuação (vírgulas, travessões, parênteses
Língua Portuguesa

devemos aplicar o passo a passo na ordem rigorosa. Veja: e variações).


O ofício informou quando o ministro viajará.
Passo 1. Verbos: informou, viajará.
Passo 2. Oração 1: o ofício informou. Oração 2: quando Oração Subordinada Substantiva (Desenvolvida)
o ministro viajará.
Passo 3. O ofício informou ISSO. (Trocamos a oração 2 • Trocar por ISSO.
por ISSO.) JÁ DEU CERTO, então vamos chamar a oração 2 de • Analisar ISSO.
oração subordinada substantiva. E nossa análise está pronta. • A função que ISSO tiver, será a mesma função da oração
Não podemos pensar mais em oração subordinada adverbial substantiva: sujeito, predicativo, objeto direto, objeto
temporal só porque vimos a palavra “quando” indicando indireto, complemento nominal, aposto, agente da
tempo. E a oração 1 será oração principal. passiva.

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Veja: Tenho esperança de que o trânsito melhore.
(Cespe/IRBr) “Queremos saber se ele é poeta mesmo.” Passo 1. Verbos: tenho, melhore.
Passo 1. Verbos: queremos saber (locução verbal), é (ser). Passo 2. Oração 1: tenho esperança. Oração 2: de que o
Passo 2. Oração 1: queremos saber. Oração 2: se ele é trânsito melhore.
poeta mesmo. Passo 3. Tenho esperança DISSO. Deu certo. Então, a ora-
Passo 3. Queremos saber ISSO. Deu certo. Então, a oração ção 2 é subordinada substantiva. Sujeito: eu (subentendido),
2 é subordinada substantiva. verbo transitivo direto (tenho), complemento nominal de
Analisando “ISSO”: “esperança” (de que o trânsito melhore).
Queremos saber ISSO. Sujeito = nós (subentendido). Então, a  oração 2 é subordinada substantiva comple-
Verbo principal transitivo direto (quem sabe, sabe algo) tiva nominal, ou simplesmente Complemento Nominal
= sabe. Oracional.
Objeto direto = ISSO = se ele é poeta mesmo (oração 2).
Então, a  oração 2 é subordinada substantiva objetiva É importante que todos colaborem.
direta, ou simplesmente Objeto Direto Oracional. Verbos: é (ser), colaborem.
IMPORTANTE! Chamamos de conjunções integrantes as Oração 1: é importante. Oração 2: que todos colaborem.
palavras “que” e “se”, quando INICIAM oração subordinada É importante ISSO. Sujeito: ISSO (o que é importante?),
substantiva. verbo de ligação (é), predicativo do sujeito (importante).
Então, a oração 2 é subordinada substantiva subjetiva,
RESOLVENDO A QUESTÃO: ou simplesmente oração Sujeito Oracional.

Relacione adequadamente a classificação das orações subor- Meu desejo é que sejas classificado.
dinadas substantivas às respectivas orações. Verbos: é, sejas.
1. Subjetiva. Oração 1: meu desejo é. Oração 2: que sejas classificado.
2. Objetiva direta. Meu desejo é ISSO. Sujeito = meu desejo. Verbo de liga-
3. Objetiva indireta. ção = é. Predicativo = ISSO.
4. Completiva nominal. ENTÃO, a oração 2 é subordinada substantiva PREDICA-
5. Predicativa. TIVA, ou simplesmente PREDICATIVO ORACIONAL.
6. Apositiva.
Lembrei‑me de que já estava errado.
( ) Cada situação permite que se aprenda algo novo. Verbos: lembrei‑me (verbo pronominal, transitivo indi-
( ) Só quero uma coisa: que tires a tua carteira. reto), estava (verbo de ligação).
( ) Tenho esperança de que o trânsito melhore. Oração 1: lembrei‑me. Oração 2: de que já estava errado.
( ) É importante que todos colaborem. Lembrei‑me DISSO. Sujeito = eu (sujeito subentendido),
( ) Meu desejo é que sejas classificado. verbo transitivo indireto = lembrei‑me.
( ) Lembrei‑me de que já estava errado. Então, a  oração 2 é subordinada substantiva objetiva
indireta, ou simplesmente Objeto Indireto Oracional.
A sequência está correta em
a) 1, 6, 3, 5, 2, 4. Gabarito: b
b) 2, 6, 4, 1, 5, 3.
c) 1, 2, 3, 4, 5, 6.
Veja mais:
d) 6, 5, 4, 3, 2, 1.
O pão foi comprado por quem precisava.
e) 2, 6, 4, 1, 3, 5.
Verbos: foi comprado (locução verbal na voz passiva),
precisava.
Comentário:
Oração 1: o pão foi comprado. Oração 2: por quem
Cada situação permite que se aprenda algo novo.
Passo 1. Verbos: permite, aprenda. precisava.
Passo 2. Oração 1: cada situação permite. Oração 2: que O pão foi comprado por ISSO. Sujeito: o pão. Locução
se aprenda algo novo. verbal na voz passiva analítica.
Passo 3. Cada situação permite ISSO. Sujeito = cada O pão foi comprado por ISSO. Agente da passiva:
situação. por ISSO.
Verbo transitivo direto (quem permite, permite algo) = Então, a oração 2 é subordinada substantiva agente da
permite. passiva, ou simplesmente Agente da Passiva Oracional.
Objeto direto = ISSO = que se aprenda algo novo.
ENTÃO, a oração 2 é subordinada substantiva objetiva Oração Subordinada Adverbial (Desenvolvida)
direta, ou simplesmente Objeto Direto Oracional.
Importante! Chamamos de conjunções integrantes as Conjunções Subordinativas e Locuções Prepositivas
Língua Portuguesa

palavras “que” e “se”, quando iniciam oração subordinada


substantiva. Causais: porque, pois, visto que, já que, na medida em
que, que, visto como, uma vez que, como (anteposto à oração
Só quero uma coisa: que tires a tua carteira. principal), porquanto. Exemplos: Os turistas desistiram da
Passo 1. Verbos: quero, tires. visita, visto que chovia. Já que o país não crescia, o investidor
Passo 2. Oração 1: só quero uma coisa. se retirava.
Passo 3. Só quero uma coisa: ISSO. Deu certo. Então a Concessivas: embora, ainda que, se bem que, mesmo
oração 2 é subordinada substantiva. Sujeito: eu (subenten- que, posto que, apesar de que, por mais que, por menos que,
dido), verbo transitivo direto (quero), objeto direto (uma apesar de, não obstante, malgrado, conquanto. Exemplos:
coisa), aposto = ISSO = que tires a tua carteira. Embora chova, sairei. Por mais que tente, não te entendo.
Então, a oração 2 é subordinada substantiva apositiva, A fé ainda move montanhas, posto que esteja abalada. Mal-
ou simplesmente Aposto Oracional. grado seja domingo, ela está trabalhando.

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Condicionais: se, caso, desde que, contanto que, a não Concluídas as formalidades legais, casaram‑se.
ser que, sem que. Exemplos: O amor não se rompe, desde ->oração subordinada adverbial temporal reduzida de
que sejam fortes os laços. Se viagens instruíssem homens, particípio.
os marinheiros seriam os mais sábios. A não ser que trabalhe,
não prosperará. Pafúncio trepava a fim de pegar mangas.
Consecutivas: tal que, tanto que, de sorte que, de modo ->oração subordinada adverbial final reduzida de infi-
que, de forma que, tamanho que. Exemplos: A fé era tama- nitivo.
nha que muitos milagres se operavam. Choveu tanto que a
ponte caiu.
Conformativas: conforme, como, segundo, consoante. ORAÇÃO COORDENADA
Ex.: Chorarão as pedras das ruas, como diz Jeremias sobre
as de Jerusalém destruída. Conjunções Coordenativas e Locuções
Comparativas: como, assim como, tal qual, que, do que,
(tanto) quanto/como. Exemplos: Janete estuda mais que Aditivas: e, nem ( = e não), mas também. Exemplos:
trabalha. Elias canta tal qual Zezé. Jesus crescia tanto em Astolfo não cantou nem dançou. Anita trabalhou e estudou.
estatura quanto em sabedoria. O povo não só exige respeito, mas também paga impostos.
Finais: para que, porque, a fim de que, para, a fim de. Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto,
Exemplos: O gerente deu ordens para que nada faltasse aos entretanto, não obstante. Exemplos: O país cresceu, mas
hóspedes. Estudei porque vencesse na vida. não gerou empregos.
Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...
que, quanto mais/mais, quanto mais/menos, quanto menos/ seja. Exemplos: Ou saio para ir com você ou fico em casa.
mais, quanto menos/menos. Ex.: Quanto mais conhecia os Conclusivas: logo, pois (após o verbo da oração e entre
homens, mais Pafúncio confiava em Deus. À  medida que
vírgulas), portanto, assim, por isso, por conseguinte, dessar-
enxergava, o ex‑cego se alegrava.
te/destarte, posto isso. Ex.: Mílvio estuda Português faz dois
Temporais: quando, enquanto, logo que, antes que, de-
pois que, mal, sempre que. Exemplos: Sempre que corríamos anos, portanto já sabe muito.
à janela, assistíamos ao pôr‑do‑sol. Mal as provas chegaram, Explicativas: pois (antes do verbo), que ( = porque),
os alunos se agitaram. porque, porquanto. Exemplos: Feche a porta, que está frio.
O país cresceu, porque o desemprego diminuiu.
Oração Subordinada Reduzida
FUNÇÃO SINTÁTICA DO PRONOME RELATIVO
É a oração subordinada com duas características neces-
sárias: O pronome relativo introduz a oração subordinada ad-
• Sem conjunção nem pronome relativo; e jetiva. Esse pronome exerce uma função sintática dentro da
• Com verbo no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. oração adjetiva.
Veja exemplos: Dicas:
Apesar de comer muito alho, possuía a boca cheirosa. • Onde => sempre função de adjunto adverbial de lugar.
->oração subordinada adverbial concessiva reduzida de • Cujo => sempre função de ajunto adnominal (posse).
infinitivo.
• Como => sempre função de adjunto adverbial
de modo.
Por quarenta anos, vagueou no deserto o povo de Israel,
purgando uma carga de transgressões. • Quando => sempre função de adjunto adverbial de
->oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de ge- tempo.
rúndio (equivale a: que purgava uma carga de transgressões). • Que, quem, o qual => várias funções.

Um arqueólogo alemão encontrou o palácio construído Observe os modelos de análise abaixo.


por Príamo na Troia antiga. Modelo 1:
->oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de O governo aprovou o projeto que apresentou à Câmara.
particípio (equivale a: que foi construído por Príamo na Oração 1: O governo aprovou o projeto. Sujeito = o go-
Troia antiga). verno. VTD: aprovou. Objeto direto: o projeto.
Oração 2: que apresentou à Câmara. Sujeito = o governo
Ana já provou ser a mais fiel das criaturas. (subentendemos o mesmo sujeito que apresentou o projeto
->oração subordinada substantiva objetiva direta redu- e aprovou). VTDI: apresentou (quem apresenta, apresenta
zida de infinitivo (Ana já provou ISSO.). algo a alguém). Objeto direto: que (o pronome relativo
substitui “o projeto” para assumir a função de complemento
Língua Portuguesa

Convém não nos iludirmos tanto. verbal na oração adjetiva). Objeto indireto: à Câmara.
->oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de
infinitivo (ISSO convém.).
Modelo 2:
O governo aprovou o projeto a que o repórter fez refe-
Agindo Deus, quem impedirá?
->oração subordinada adverbial condicional reduzida rência.
de gerúndio. Oração 1: O governo aprovou o projeto. Sujeito = o go-
verno. VTD: aprovou. Objeto direto: o projeto.
Todos se fartaram na festa a ponto de alguns vomitarem Oração 2: a que o repórter fez referência. Sujeito = o
no salão. repórter. VTD: fez. Objeto direto: referência. Complemento
->oração subordinada adverbial consecutiva reduzida nominal: a que (referência ao projeto, e o pronome “QUE”
de infinitivo. está no lugar de “o projeto” dentro da oração adjetiva).

21
Modelo 3: Não estuda; não quer, pois, a aprovação.
O governo aprovou o projeto em que se encontra a • Separa orações que já tem vírgula no seu interior.
nova regra. Ivo, sozinho, lutava; Ana, sem forças, rezava.
Oração 1: O governo aprovou o projeto. Sujeito = o go- • Separa coordenadas que formam um paralelismo ou
verno. VTD: aprovou. Objeto direto: o projeto. um contraste.
Oração 2: em que se encontra a nova regra. Sujeito pa- Muitos entendem pouco; poucos entendem muito.
ciente = a nova regra (Pergunte: o que se encontra? O que é • Aparece no final dos itens de uma enumeração.
encontrado). VTD: encontra (com a partícula apassivadora Há duas hipóteses para o seu gesto: a) não conseguiu
“SE”, o que seria o objeto direto virou o sujeito paciente). o emprego; b) saúde da filha pirou.
Adjunto adverbial: em que (o que se encontra, se encontra
em que lugar? =>o pronome “QUE” está no lugar de “o pro- Dois-pontos
jeto” como lugar onde se encontra a nova regra.)
• Antes de aposto (explicativo ou enumerativo) e de
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO oração apositiva.
Tem um sonho: viajar. Leu três itens: “a”, “c” e “i”.
• Antes de citações.
Aspectos Sintáticos, Semânticos, Estilísticos – Ana gritava: “Eu faço tudo!”.
Prática Aplicada • Antes de explicação ou esclarecimento.
Sombra e água fresca: as férias começaram.
Vírgula Festa no prédio: o síndico se mudou.
• Depois da invocação nas correspondências.
• Separa objeto direto ou indireto antecipado e com Cara amiga:
pleonástico. • Depois de exemplo, nota, observação.
Ao injusto, nada lhe devo. Nota: aos domingos o preço será maior.
• Separa adjunto adverbial longo e deslocado. • Depois de a saber, tais como, por exemplo.
Antes do início do mês, começam as obras. Combate doenças, tais como: dengue, tifo e malária.
• Separa predicativo do sujeito deslocado, com verbo
intransitivo ou transitivo. Aspas
Descrente, chorou. Ivo, aflito, pedia explicações.
• Separa aposto explicativo. • No início e no final das transcrições.
Salvador, minha cidade natal, tem muitas igrejas. O preso se defendia: “Não fui eu”.
• Separa vocativo. • Só aparecem após a pontuação final se abrangem o
Não diga isso, Mariana. período inteiro.
• Separa expressões explicativas e corretivas. “Fica, amor”. Quantas vezes eu te disse isso.
• Destacam palavras ou expressões nos enunciados de
Falei, quer dizer, explodi! São, aliás, somos felizes.
regras.
• Separa nome de lugar antes de data.
A preposição “de” não cabe aqui.
Brasília, 17 de janeiro de 1998.
• Indicam estrangeirismos, gírias, arcaísmos, formas po-
• Entre elementos enumerados. pulares etc. (tais expressões podem vir sublinhadas ou
Estão aí Júlio, Carlos, Maria e Sílvia. em itálico).
• Indica verbo oculto. Você foi muito “legal” com a gente.
O pai trabalha na capital; a mãe, no interior. Ortografia é o seu maior “problema”.
• Antes de subordinada substantiva apositiva. • Destacam palavras empregadas em sentido irônico.
Teve um pressentimento, que morreria jovem. Foi “gentilíssimo”: gritou comigo e bateu a porta.
• Antes de subordinada adjetiva explicativa. • Destacam títulos de obras.
Esta é a minha casa, que recebeu tanta gente. “Quincas Borba” é o meu livro preferido.
• Separa subordinada adverbial deslocada.
Se perder o emprego, vou para outra cidade. Reticências
• Entre coordenadas assindéticas.
Entrou no carro, ligou o rádio, ficou à espera. • Indicam interrupção ou suspensão por hesitação, sur-
• Separa conjunção coordenativa deslocada. presa, emoção.
Não se defende; quer a própria condenação, portanto. Você... Aqui... Para sempre... Não acredito!
• Antes de conjunção coordenativa. • Para realçar uma palavra ou expressão seguinte.
Decida logo, pois seu concorrente age rápido. Abriu a caixa de correspondência e... nada.
• Antes de e e nem só em oração com sujeito diferente • Indicam interrupção por ser óbvia a continuação da
do da anterior. frase.
A vida continua, e você não muda. Eu cumpro cada um dos meus deveres; já você...
Língua Portuguesa

• Antes de mas também, como também (em correlação • Indicam a supressão de palavras num texto transcrito.
com não só). Ficar ou fugir, “... eis a questão”.
Não só reclama, mas também torce contra nós. • Podem vir entre parênteses, se o trecho suprimido é
longo.
Ponto e vírgula “São onze jogadores: José, Mário (...) e Paulo”.

• Para fazer uma pausa maior que a da vírgula e menor Parênteses


que a do ponto.
A sala está cheia de móveis; o quadro cheira a mofo. • Separam a intercalação de uma explicação ou de um
• Separa coordenadas adversativas e conclusivas com comentário.
conjunção deslocada. Ativistas (alguns armados) exigiam reforma.

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• Separam a indicação da fonte da transcrição. A alegria e o contentamento rejuvenescem. Ou:
“Todo óbvio é ululante.” (Nelson Rodrigues). A alegria e o contentamento rejuvenesce.
• Separam a sigla de estado ou de entidade após seu Os EUA, a América, o mundo lembraram ontem o Onze de
nome completo. Setembro. Ou:
Vitória (ES). Programa de Integração Social (PIS). Os EUA, a América, o mundo lembrou ontem o Onze de
• Separam uma unidade (moeda, peso, medida) equi- Setembro.
valente a outra.
O animal pesaria 10 arrobas (150 kg). • Núcleos no infinitivo, verbo no singular.
• Separam números e letras, numa relação de itens, e Obs.: artigo e contrários, verbo no plural.
asterisco. Cantar e dançar relaxa.
(1), (2), (a), (b), (*). Obs.: O cantar e o dançar relaxam.
• Deslocado para a linha seguinte, basta usar o segundo Subir e descer cansam.
parêntese.
1), 2), a), b). • Sujeito = mais de, verbo de acordo com o numeral.
• Separa o latinismo sic (confirma algo exagerado ou Obs.: repetição ou reciprocidade, só plural.
improvável). Mais de um político se corrompeu.
Levava na mala US$20 milhões (sic). Mais de dois políticos se corromperam.
• O ponto sempre vem após o segundo parêntese, salvo Obs.: Mais de um político, mais de um empresário se cor-
se um período inteiro estiver entre parênteses. romperam. Mais de um político se cumprimentaram.
Todos votaram contra (alguns rasgaram a célula).
O perigo já passara. (A mão ainda tremia.) • Sujeito coletivo, partitivo ou percentual, verbo concorda
com o núcleo do sujeito ou com o adjunto.
Travessão Obs.: coletivo distante do verbo fica no singular ou no plural.
O bando assaltou a cidade (assaltar, no passado).
• É usado, duplamente, para destacar uma palavra ou O bando de meliantes assaltou ou assaltaram a cidade.
expressão. A maior parte das pessoas acredita nisso. Ou:
A vida – quem sabe? – pode ser melhor. A maior parte das pessoas acreditam nisso.
• Aparece, nos diálogos, antes da fala de um interlocutor A maior parte acredita.
e, depois dela, quando se segue uma identificação de Oitenta por cento da turma passaram ou passou.
quem falou. Obs.: O povo, apesar de toda a insistência e ousadia, não
– Agora? – indaguei. conseguiu ou conseguiram evitar a catástrofe.
– imediatamente! – explodiu Júlio.
• Liga palavras ou expressões que indicam início e final • Sujeito = pronome pessoal preposicionado
de percurso. a) núcleo singular, verbo singular.
Inaugurada a nova estrada Rio-Petrópolis. Algum de nós errou. Qual de nós passou.
• É usando duplamente quando um trecho extenso se b) núcleo plural, verbo plural ou com o pronome pessoal.
intercala em outro. Alguns de nós erraram ou erramos. Quais de nós
Vi Roma – quase me perdi pelas vielas – e Paris. erraram ou erramos.

Ponto • Sujeito = nome próprio que só tem plural


a) Não precedido de artigo, verbo no singular.
• Aparece no final da frase, quando se conclui todo o Estados Unidos é uma potência. Emirados Árabes fica
pensamento. no Oriente Médio.
Mudemos de assunto. O povo espera fortes medidas. b) precedido de artigo no plural, verbo no plural.
• É usado nas abreviaturas. Os Estados Unidos são uma potência. Os Emirados Ára-
Gen., acad., ltda. bes ficam no Oriente Médio.
• Estando a abreviatura no final da frase, não há outro
ponto. • Parecer + outro verbo no infinitivo, só um deles varia.
Comprou ações da Multimport S.A. Os alunos parecem gostar disso. Ou:
• Separa as casas decimais nos números, salvo os indi- Os alunos parece gostarem disso.
cativos de ano.
127.814; 22.715.810. Nasceu em 1976. • Pronome de tratamento, verbo na 3ª pessoa.
Vossas Excelências receberão o convite.
CONCORDÂNCIA VERBAL Vossa Excelência receberá seu convite.

• Sujeito composto com pessoas gramaticais diferentes. • Sujeito = que, verbo de acordo com o antecedente.
Língua Portuguesa

Verbo no plural e na pessoa de número mais baixo. Fui eu que prometi.


Carlos, eu e tu vencemos. Foste tu que prometeste.
Carlos e tu vencestes ou venceram. Foram eles que prometeram.

• Sujeito composto posposto ao verbo. Verbo no plural ou • Sujeito = quem


de acordo com o núcleo mais próximo. a) verbo na 3ª pessoa singular; ou
Vencemos Carlos, eu e tu. Ou: Fui eu quem prometeu. (prometer, passado)
Venceu Carlos, eu e tu. Foste tu quem prometeu. Foram eles quem prometeu.
b) verbo concorda com o antecedente.
• Sujeito composto de núcleos sinônimos (ou quase) ou em Fui eu quem prometi. Foste tu quem prometeste. Foram
gradação. Verbo no plural ou conforme o núcleo próximo. eles quem prometeram.

23
• Dar, bater, soar II – A legislação ambiental prevê que o uso de água para
a) Se o sujeito for número de horas, concordam com nú- o consumo humano e para a irrigação de culturas de
mero. subsistência são prioritários em situações de escassez.
Deu uma hora. Deram duas horas. III – A administração não pode dispensar a realização
Soaram dez horas no relógio. do EIA, mesmo que o empreendedor se comprometa
b) Se o sujeito não for número de horas. expressamente a recuperar os danos ambientais que,
O relógio deu duas horas. Soou dez horas no relógio. porventura, venham a causar.
IV – A ausência dos elementos e requisitos a que se
• Faltar, restar, sobrar, bastar, concordam com seu sujeito referem o CPC pode ser suprida de ofício pelo juiz, em
normalmente. qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não for
Obs.: sujeito oracional, verbo no singular. proferida a sentença de mérito.
Faltam cinco minutos para o fim do jogo.
Restavam apenas algumas pessoas. A quantidade de itens certos é igual a
Sobraram dez reais. a) 0.
Basta uma pessoa. b) 1.
Obs.: Ainda falta depositar dez reais. (note o sujeito ora- c) 2
cional) d) 3.
e) 4.
• Com os verbos mandar, deixar, fazer, ver, ouvir e sentir
a) seguidos de pronome oblíquo, o infinitivo não se fle- Obs.: 1
xiona. Depois que o primeiro núcleo do sujeito já está escrito,
Mandei-os sair da sala. Ele deixou-as falar. O professor o segundo que houver deve estar escrito ou representado
viu-os assinar o papel. Eu os senti bater à porta. por um pronome.
b) seguidos de substantivo, o infinitivo pode se flexionar O uso de água e o de combustível são prioritários. (dois
ou não. núcleos)
Mandei os rapazes sair ou saírem. Ele deixou as amigas Veja a repetição do “o”. O segundo é pronome. Sem
falar ou falarem. O professor viu os diretores assinar ou preposição. É núcleo.
assinarem. Mas em: O uso de água e de combustível é prioritário.
c) seguidos de infinitivo reflexivo, este pode se flexionar (um só núcleo = uso)
ou não.
Cuidado: Na locução verbal, o infinitivo é impessoal Obs.: 2
(sem variação). O pronome relativo pode exercer a função de sujeito,
Vi-os agredirem-se no comício. Ou: Vi-os agredir-se no de objeto, de complemento etc., sempre dentro da oração
comício. Ele prefere vê-las abraçarem-se ou abraçar-se. adjetiva.
Cuidado: Os números da fome podem ficar piores. (fi-
carem: errado) Cuidado!
O pronome relativo refere-se a um termo antes, mas
• Concordância especial do verbo ser. esse termo faz parte de outra oração. O termo referido pre-
a) se sujeito indica coisa no singular, e predicativo indica enche, supre apenas o sentido. Esse termo referido não é o
coisa no plural, ser prefere o plural, mas admite o sin- sujeito, o objeto etc. da oração subordinada adjetiva.
gular. A casa / que comprei / era velha.
Tua vida são essas ilusões. (presente). Ou: Tua vida é
essas ilusões. Oração principal: A casa era velha
b) se sujeito ou predicativo for pessoa, ser conforme a Sujeito = A casa
pessoa. Oração subordinada adjetiva: que comprei
Você é suas decisões. Seu orgulho eram os velhinhos. Sujeito = eu
O motorista sou eu. Ou: Eu sou o motorista. Objeto direto (sintático) = que
c) data, hora e distância, verbo conforme o numeral.
É primeiro de junho. (presente) São ou é quinze de maio. Atenção:
É uma hora. São vinte para as duas. É uma légua. São Somente o sentido é que nos leva a ver que: comprei a casa.
três léguas. Porém, o pronome relativo está no lugar da casa. O pronome
d) indicando quantidade pura, verbo na 3ª pessoa singular. relativo é o objeto sintático.
Quinze quilos é pouco. Três quilômetros é suficiente. Podemos chamar de objeto semântico o termo “A casa”,
mas apenas pelo sentido, jamais pela análise sintática. A aná-
EXERCÍCIOS lise sintática deve ser feita dentro de cada oração.
Língua Portuguesa

Regra Básica (TCU) “Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz,
creio que não poderemos escapar da conclusão de que o pro-
O núcleo do sujeito conjuga o verbo. cesso é totalmente coerente com as premissas da ideologia
econômica que têm se afirmado como a forma dominante
Dica: de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos,
Núcleo do sujeito começa sem preposição. aproximadamente.”
2. A forma verbal “têm” em “têm se afirmado” estabele-
1. (TRT 1ª R/Analista) Julgue os fragmentos de texto apre- ce relação de concordância com o termo antecedente
sentados nos itens a seguir quanto à concordância verbal. “ideologia”.
I – De acordo com o respectivo estatuto, a proteção 3. Qual é o sujeito sintático de “têm”?
à criança e ao adolescente não constituem obrigação 4. Qual é o sujeito semântico de “têm”?
exclusiva da família. 5. Qual é a função sintática de “as premissas da ideologia”?

24
(TCU) “Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens a se-
mês seguinte cinquenta e cinco; em março de 1877 contava guir quanto à concordância verbal.
quatrocentas e noventa.”
6. O verbo ter está empregado no sentido de haver, existir, 26. (TRT 9ª R) Na redação da peça exordial, deve haver indi-
por isso mantém-se no singular, sem concordar com o cações precisas quanto à identificação das partes bem
sujeito da oração – “vinte aranhas”. como do representante daquele que figurará no polo
ativo da eventual ação.
Obs.: Verbo sem sujeito chama-se verbo impessoal.
A regra é ficar na 3ª pessoa do singular. Ver verbo haver. (TCU) “O melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá
andando, até achar entrada. Há de haver alguma”.
“Novos instrumentos vêm ocupar o lugar dos instrumentos 27. Na expressão Há de haver verifica-se o emprego impes-
velhos e passam a ser utilizados para fazer algo que nunca soal do verbo haver na forma “Há”.
tinha sido imaginado antes.”
(DFTrans) “As estradas da Grã-Bretanha tinham sido cons-
7. É gramaticalmente correta e coerente com a argumen-
truídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por car-
tação do texto a seguinte reescrita para o período final:
ruagens romanas”.
Cada novo instrumento que vêm ocupar o lugar dos ins- 28. Devido ao valor de mais-que-perfeito das duas formas
trumentos antigos passam a ser utilizados para fazer algo verbais, preservam-se a coerência textual e a correção
que ainda não fôra imaginado. gramatical ao se substituir “tinham sido” por havia sido.
“Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar (PMDF) “Jamais houve tanta liberdade e o crescimento das
o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam, democracias foi extraordinário”.
temia que me abordasse para conversar sobre o filho.” 29. A substituição do verbo impessoal haver, na sua forma
8. A forma verbal “temia” concorda com o sujeito de tercei- flexionada “houve”, pelo verbo pessoal existir exige
ra pessoa do singular ele, que foi omitido pelo narrador. que se faça a concordância verbal com “liberdade” e
“crescimento”, de modo que, fazendo-se a substituição,
9. A substituição de “teria” por teriam não altera o sentido deve-se escrever existiram.
nem a adequação gramatical do trecho “o valor de suas
casas, que serviam de garantia para os empréstimos, (Abin) “Melhorar o mecanismo de solução de controvérsias
teria de continuar subindo indefinidamente”. é um dos requisitos para o fortalecimento do Mercosul, vide
as últimas divergências entre Brasil e Argentina”.
Regras Especiais 30. Mantém-se a obediência à norma culta escrita ao se
substituir a palavra “vide” por haja visto, uma vez que
Verbo haver com sujeito. as relações sintáticas permanecem sem alteração.
Eles haviam chegado.
Outros Verbos Impessoais
Verbo haver sem sujeito tem o sentido de existir, acon-
tecer ou tempo decorrido. Verbo fazer indicando tempo ou clima.

Regra: 31. (Metrô-DF) Assinale a opção correspondente ao período


Verbo sem sujeito (impessoal) fica no singular (3ª pessoa). gramaticalmente correto.
Aqui havia uma escola. → Aqui existia uma escola. a) Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas,
uma escola = objeto direto mas até agora eles não tem nenhum resultado con-
uma escola = sujeito clusivo.
b) Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas. En-
Aqui havia duas escolas. → Aqui existiam duas escolas. tretanto, até agora, eles não têm nenhum resultado
Cuidado: Aqui haviam duas escolas. (errado) conclusivo.
c) Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas,
Obs.: O verbo haver no sentido de existir é invariável. mas, até agora eles não têm nenhum resultado con-
clusivo.
Certo ou errado? d) Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas en-
10. ( ) Na sala, havia vinte pessoas. tretanto, até agora, eles não tem nenhum resultado
11. ( ) Na sala, haviam vinte pessoas. conclusivo.
12. ( ) Na sala, existiam vinte pessoas.
Sujeito com Núcleo Coletivo, Partitivo ou Percentual
13. ( ) Na sala, existia vinte pessoas.
14. ( ) No carnaval, houve menos acidentes.
Língua Portuguesa

Regra:
15. ( ) No carnaval, houveram menos acidentes. O núcleo conjuga o verbo, ou o adjunto adnominal
16. ( ) No carnaval, ocorreram menos acidentes. conjuga o verbo.
17. ( ) No carnaval, ocorreu menos acidentes.
18. ( ) Haverá dois meses que não o vejo. (Ibram-DF) “Um caso de amor e ódio. A maioria dos estudio-
19. ( ) Haverão dois meses que não o vejo. sos evita os clichês como o diabo foge da cruz, mas as frases
20. ( ) Jamais pode haver incoerências no texto. feitas dão o tom do uso da língua.”
21. ( ) Jamais podem haver incoerências no texto. 32. No segundo período do texto, a forma verbal “evita”, em-
22. ( ) Jamais podem existir incoerências no texto. pregada no singular, poderia ser substituída pela forma
23. ( ) Jamais pode existir incoerências no texto. flexionada no plural, evitam, caso em que concordaria
24. ( ) Haviam sido eleitos novos presidentes. com “estudiosos”, sem que houvesse prejuízo gramatical
25. ( ) Havia sido eleito novos presidentes. para o período.

25
(MPU) “A maioria dos países prefere a paz.” não algo que existe em si, independentemente da enun-
33. Está de acordo com a norma gramatical escrever “pre- ciação, e que envelopamos em um código também pronto.
ferem”, em lugar de “prefere”. Poderiam mudar muitas perspectivas: se o sentido nunca
é prévio, empregar ou não um estrangeirismo teria menos a
(PF) “Hoje, 13% da população não sabe ler.” ver com a existência ou não de uma palavra equivalente na
34. A forma verbal “sabe”, no texto, está flexionada para língua do falante. O que importa é o efeito que palavras es-
concordar com o núcleo do sujeito. trangeiras produzem. Pode-se dar a entender que se viajou,
que se conhecem línguas. Uma palavra estrangeira em uma
(PCDF) “Uma equipe de policiais está junta por dez anos e placa ou em uma propaganda pode indicar desejo de ver-se
aprenderam a investigar.” associado a outra cultura e a outro país, por seu prestígio.”
35. Está adequada à norma culta a redação do texto. 40. Para se manter o paralelismo com o primeiro e o último
períodos sintáticos do texto, o segundo período também
(TCU) “Os meus pupilos não são os solários de Campanela admitiria uma construção sintática de sujeito indeter-
ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que minado, podendo ser alterado para Poderia se mudar
não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares.” muitas perspectivas.
36. A forma verbal “formam” está flexionada na 3ª pessoa
do plural para concordar com a ideia de coletividade Atenção:
que a palavra “povo” expressa. Muito cuidado com as duas opções de análise! Em lo-
cução verbal com a palavra SE na função de partícula apas-
Cuidado com a exceção! sivadora, podemos analisar como sujeito simples nominal,
Quando o núcleo coletivo, partitivo ou percentual está (regra: o núcleo conjuga o verbo) ou como sujeito oracional,
após o verbo, somente o núcleo conjuga o verbo. (regra: o verbo fica no singular).
(Iema-ES) “Quando se constrói um transgênico, os objetivos 41. A flexão de plural em lugar de “Pode-se” respeita as
são previsíveis, bem como seus benefícios. Entretanto, os regras de concordância com o sujeito oracional “dar a
riscos de efeitos indesejáveis ao meio ambiente e à saúde
entender”.
humana são imprevisíveis, a não ser que se gere também
uma série de estudos para avaliar suas reais consequências.”
37. Seria mantida a correção gramatical do período caso a Regra:
forma verbal “gere” estivesse flexionada no plural, em Sujeito oracional pede verbo no singular.
concordância com a palavra “estudos”. Cantar e dançar relaxa. (certo) => O sujeito de “relaxa”
é oração: cantar e dançar.
Sujeito com Núcleos Sinônimos ou Quase Cantar e dançar relaxam (errado).

Regra: Atenção:
Os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo Caso os verbos do sujeito oracional expressem sentidos
próximo conjuga o verbo. opostos, teremos plural.
A paz e a tranquilidade descansam a alma. Subir e descer cansam. (certo) => Note os opostos: subir
A paz e a tranquilidade descansa a alma. e descer.
Subir e descer cansa. (errado)
(Abin) “A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin)
e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Verbo no Infinitivo
permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a atividade de
Inteligência.” Regra 1:
38. Como o sujeito do primeiro período sintático é formado Como verbo principal, não pode ser flexionado.
por duas nominalizações articuladas entre si pelo sentido Temos de estudarmos. (errado)
– “criação” e “consolidação” –, estaria também gramati- Temos de estudar. (certo)
calmente correta a concordância com o verbo permitir
no singular – permite. Observe:
Os países precisam investir em novas tecnologias e oti-
Sujeito Composto Escrito após o Verbo mizarem os processos burocráticos. (errado)
Os países precisam investir em novas tecnologias e oti-
Regra: mizar os processos burocráticos. (certo)
Os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo
próximo conjuga o verbo.
Note:
Subentendemos “precisam” antes de “otimizar”. Então,
Língua Portuguesa

“Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz


um livro, um governo, ou uma revolução”. “otimizar” é verbo principal. Forma locução verbal.
39. No trecho “assim se faz um livro”, a expressão “um livro”
exerce a função de sujeito. Dica:
O verbo principal é o último da locução verbal. O pri-
Atenção: meiro é auxiliar. Conforme o padrão da Língua Portuguesa,
Com a palavra se, o verbo de ação não tem objeto direto. só o verbo auxiliar se flexiona.
Quando temos a palavra se, o objeto direto vira sujeito pacien-
te. Então, chamamos a palavra se de partícula apassivadora. Regra 2:
Como verbo que complementa algum termo, o infinitivo
“Acho que se compreenderia melhor o funcionamento da lin- pode se flexionar ou não. É facultativo. Claro que precisa se
guagem supondo que o sentido é um efeito do que dizemos, e referir, pelo menos, a um sujeito semântico no plural.

26
(TRT 9ª R) “E a crise norte-americana, que levou investidores Regra:
a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos Flexionamos o verbo parecer, mas não o verbo no infini-
de hedge.” tivo; ou deixamos o verbo parecer no singular e flexionamos
42. No trecho “que levou investidores a apostar no aumento o verbo no infinitivo.
dos preços de alimentos em fundos de hedge”, a substi- Os meninos parecem brincar. (certo)
tuição de “apostar” por apostarem manteria a correção Os meninos parece brincarem. (certo também)
gramatical do texto.
Atenção:
(Iema-ES) “O Ibama tem capacitado seus quadros para au- Somente quando flexionamos apenas o verbo auxiliar é
xiliar as comunidades a elaborarem o planejamento do uso que se pode considerar de fato uma locução verbal.
sustentável de áreas de proteção ambiental, florestas nacio- Os meninos parecem brincar.
nais e reservas extrativistas.”
43. Se a forma verbal “elaborarem” estivesse no singular Portanto, não temos locução verbal em
elaborar, a correção gramatical seria preservada. Os meninos parece brincarem.
Trata-se de uma figura de linguagem de ordem sintáti-
ca que consiste em antepor a uma oração parte da oração
(HFA) “Essa fartura de tal modo contrasta com o padrão de
seguinte (prolepse).
vida médio, que obriga aquelas pessoas a se protegerem
Traduzindo: a oração subordinada substantiva subjetiva
do assédio, do assalto e da inveja, sob forte esquema de
tem seu sujeito escrito antes do verbo da oração principal,
segurança.” mas o predicado da oração subordinada substantiva subjetiva
44. Se o infinitivo em “se protegerem” fosse empregado, permanece após o verbo da principal.
alternativamente, na forma não flexionada, o texto man-
teria a correção gramatical e a coerência textual. Os meninos parece brincarem. É o mesmo que, na ordem
direta: Os meninos brincarem parece.
Regra 3: Oração principal: parece.
Muita atenção com os verbos causativos mandar, fazer, Oração subordinada substantiva subjetiva: Os meninos
deixar e semelhantes e os sensitivos ver, ouvir, notar, per- brincarem.
ceber, sentir, observar e semelhantes.
Esses verbos não são auxiliares do infinitivo, ou seja, não Regra especial do verbo ser.
formam locução verbal como verbo principal do infinitivo.
É simples: basta ver que o sujeito de um, geralmente,
Sujeito “Ser” varia Predicativo
não é o mesmo do outro. E verbos que formam locução
verbal devem possuir o mesmo sujeito sintático.
Coisa Singular Singular ou Plural Coisa Plural
Vejamos as regras em três situações diferentes:
Obs.: o plural é preferível.
a) O sujeito do infinitivo é representado por substantivo. Seu orgulho são os livros.
Regra: Seu orgulho é os livros.
A flexão do infinitivo é opcional.
Mandei os meninos entrar. (certo) Cuidado!
Mandei os meninos entrarem. (certo também) Se o plural vier primeiro, somente verbo no plural.
Os livros são seu orgulho.
b) O sujeito do infinitivo é representado por pronome.
Coisa Com a Pessoa Pessoa
Regra:
A flexão do infinitivo é proibida. Obs.: a ordem não importa.
Mandei-os entrar. (certo) Seu orgulho eram os filhos.
Mandei-os entrarem. (errado) Os filhos eram seu orgulho.
As alegrias da casa será Gabriela.
Observação: Gabriela será as alegrias da casa.
Note o pronome “OS” no lugar de “os meninos”. Sem Sujeito Com o Numeral Hora
Distância
c) O sentido do infinitivo é de reciprocidade. Data
Regra: São nove horas.
A flexão volta a ser opcional, mesmo que o sujeito Eram vinte para a uma da tarde.
do infinitivo seja representado por pronome. É uma e quarenta da manhã.
Mandei-os abraçar-se. (certo) Até lá são duzentos quilômetros.
Mandei-os abraçarem-se. (certo também)
Note que o sentido de “abraçar” é fazer ação um ao Obs.: nas datas, o núcleo do predicativo conjuga o verbo.
Língua Portuguesa

outro (recíproca). Hoje são 19.


Amanhã serão 20.
(MI) “A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o prêmio, É dia 20.
(núcleo = dia)
foi comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes
para a mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar Quantidade pura Singular Nada
vir da Europa alguns pássaros etc.” Pouco
45. Em “mandar vir da Europa alguns pássaros”, a forma Bastante...
verbal “vir” poderia concordar com a expressão nominal Dois litros é bastante.
“alguns pássaros”, que é o sujeito desse verbo. Vinte milhões de reais é muito.
Regra 4: Três quilômetros será suficiente.
Infinitivo após o verbo parecer. Quinze quilos é pouco.

27
(PMDF) “Antes da Revolução Industrial, um operário só pos- O penúltimo e o último discurso / discursos
suía a roupa do corpo. Sua maior riqueza eram os pregos O penúltimo e último discursos.
de sua casa.”
46. A flexão de plural na forma verbal “eram” deve-se à É bom, é necessário, é proibido
concordância com “os pregos”; mas as regras gramaticais Não variam com sujeito em sentido vago ou geral (sem
permitiriam usar também a flexão de singular, era. artigo definido, pronome...)
É necessário aprovação rápida do acordo.
GABARITO É necessária a aprovação rápida do acordo.

1. a 20. C Um e outro, nem um nem outro


2. E 21. E Substantivo seguinte no singular, adjetivo no plural.
3. que, pronome relativo 22. C Um e outro memorando foi encaminhado.
com função de sujeito 23. E O governo não aprovou nem uma nem outra medida
sintático. 24. C provisória.
4. As premissas da ideolo- 25. E
gia econômica, referen- 26. C Particípio
te do pronome relativo. 27. C Só não varia nos tempos compostos (com ter ou haver)
5. Complemento nominal 28. E – voz ativa.
do adjetivo “coerente”. 29. E O Ministério havia obtido informações.
6. E 30. E Informações foram obtidas. Terminada a conferência,
7. E 31. b procedeu-se ao debate.
8. E 32. C
9. E 33. C De + Adjetivo
7. C 34. E Adjetivo não varia ou concorda com termo a que se refere.
8. C 35. E Essa decisão tem pouco de sábio / de sábia.
9. E 36. E
10. C 37. E Meio, bastante, barato e caro
Variam quando adjetivos (modificam substantivo).
11. E 38. E
Não variam quando advérbios (modificam verbo ou ad-
12. C 39. C
jetivo).
13. E 40. E
Bastantes índios invadiram o Ministério. Reivindicações
14. C 41. E
de meias palavras, porém protestos meio confusos.
15. E 42. C
Atendê-las custa caro, pois não são baratos os prejuízos.
16. C 43. C
17. E 44. C
Possível
18. C 45. C O mais, o menos, o maior... + possível.
19. E 46. C Os mais, os menos, os maiores... + possíveis.
Quanto possível não varia.
CONCORDÂNCIA NOMINAL Haverá reuniões o mais curtas possível.
Haverá reuniões as mais curtas possíveis.
Regra Geral As reuniões serão tão curtas quanto possível.

Adjetivo concorda com substantivo Só


Acordo diplomático, relação diplomática, acordos diplo- Varia = sozinho.
máticos, relações diplomáticas. Não varia = somente.
Substantivos + Adjetivo Não estamos sós na sala.
Adjetivo concorda com substantivo mais próximo ou com Só nós estamos na sala.
todos. No plural, o masculino prevalece sobre o feminino.
Acordo e relação diplomática / diplomáticos Variam
Proposta e relação diplomática / diplomáticas • Mesmo, próprio
Relação e acordos diplomáticos Os membros mesmos / próprios ignoram a solução.
• mesmo = realmente ou até: não varia
Adjetivo + Substantivo A solução será mesmo essa.
Adjetivo concorda com substantivo mais próximo. Mesmo os membros criticaram.
Novo acordo e relação, nova relação e acordo. • extra
As horas extras serão pagas.
Língua Portuguesa

Substantivo + Adjetivos • quite


Artigo e substantivo no plural + adjetivos no singular. Os servidores estão quites com suas obrigações.
Artigo e substantivo no sing. + adjetivos no sing. (2º com • nenhum
artigo) Não entregaremos propostas nenhumas.
As embaixadas brasileira e argentina. • obrigado
A embaixada brasileira e a argentina. – Obrigada, disse a secretária.
O mercado europeu e o americano. • anexo, incluso
Os mercados europeu e americano. As planilhas estão anexas / inclusas.
Em anexo não varia
Ordinais + Substantivo As planilhas estão em anexo.
Ordinais com artigo => substantivo no singular ou no plural. • todo
Só o 1º ordinal com artigo => substantivo no plural. As regras todas foram estabelecidas.

28
Não variam Leia este livro.
• alerta Note: só temos este, sem preposição a. Então ficará sem
Os vigias do prédio estão alerta. crase com “aquele”:
• menos Leia aquele livro.
Essas eram nações menos desenvolvidas.
• haja vista Exercitando e fixando a regra prática de crase com pronome
Haja vista as negociações, os americanos não cederão. aquele(s), aquela(s), aquilo.
• em via de 3. Preencha as lacunas com aquele, aqueles, aquela, aque-
Os europeus estão em via de superar os americanos. las, aquilo, se não houver preposição a; ou então com
• em mão àquele, àqueles, àquela, àquelas, àquilo, se ocorrer a
Entregue em mão os convites. preposição a exigida pelo termo anterior regente.
• a olhos vistos a) A verba aprovada destinava-se apenas ________ des-
A reforma agrária cresce a olhos vistos. pesas inadiáveis.
• de maneira que, de modo que, de forma que b) Prefiro este produto __________.
Os ouvintes silenciaram, de maneira que estão do nosso c) As providências cabem ________ que estejam inte-
lado. ressados.
• cor com nome proveniente de objeto d) Submeterei _________ alunos a uma prova.
Papéis rosa, tecidos abóbora. Carros vinho. e) Nunca me prestaria a isso nem ____________.
f) Ficaram todos obrigados ____________ horário.
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE g) Já não amava __________ moça.
h) Ofereceu uma rosa _______ moça.
Crase é a contração de a + a = à. i) Reprovo _______ atitude.
j) Não teremos direito ______ abono.
O acento (`) é chamado de acento grave, ou simplesmen-
k) Não se negue alimento _______ que têm fome.
te de acento indicador de crase.
l) ___________ hora tudo estava tranquilo.
Gostei de + o filme. = Gostei do filme.
m) Deves ser grato _______ que te fazem benefícios.
Acredito em + o filho. = Acredito no filho.
n) Traga-me _____ cadeira, por favor.
Refiro-me a + o filme. = Refiro-me ao filme.
o) Diga _______ candidatos que logo os atenderei.
Refiro-me a + a revista. = Refiro-me à revista.
p) É isso que acontece ______ que não têm cautela.
q) Ofereça uma cadeira ______ senhora.
Exercitando e fixando a diferença entre a letra “a” como ar-
r) Abra ___________ janelas: o calor está sufocante.
tigo somente e a letra “a” como preposição somente.
s) Compareceste ________ festa?
1. Ponha nos parênteses P se o a for preposição, A se for
artigo:
Exercitando e fixando a regra prática de crase com a(s) =
a) A nave americana Voyager chegou a ( ) Saturno. aquela(s).
b) O Papa visitou a ( ) nação brasileira. Faça o exercício a seguir observando as comparações entre
c) Admirava a ( ) paisagem. parênteses. Onde tiver a + o no masculino, você usará crase
d) Cabe a ( ) todos contribuir para o bem comum. (a + a) no feminino.
e) Ele só assiste a ( ) filmes de cowboy. 4. Preencha as lacunas com a, as, quando se tratar do artigo
f) Procure resistir a ( ) essa tentação. ou do pronome demonstrativo; e com à, às, quando hou-
g) Ajude a ( ) Campanha. ver crase da preposição a com artigo ou o demonstrativo
h) O acordo satisfez a ( ) direção do Sindicato. a, as:
i) Falou a ( ) todos com simpatia contagiante. a) Estavam acostumados tanto ____ épocas de guerra
j) O acordo convém a ( ) funcionários e a ( ) funcionárias. quanto ____ de paz. (Compare: Estavam acostumados
tanto aos tempos de guerra quanto aos de paz.)
Exercitando e fixando a regra prática de crase com artigo. b) Confiava ____ tarefas difíceis mais _____ velhas
2. Complete as lacunas com a, as, à ou às junto dos subs- amizades do que _____ novas. (Compare: Confiava
tantivos femininos, observando as correspondências os trabalhos difíceis mais aos velhos amigos do que
necessárias: o = a; os = as; ao = à; aos = às. aos novos.)
Observe o paralelismo. c) ______ espadas antigas eram mais pesas que ___ de
a) Dava comida aos gatos e ____ gatas. hoje. (Compare: Os rifles antigos eram mais pesados
b) Estimava o pai e ____ mãe. que os de hoje.)
c) Perdoa aos devedores e ___ devedoras. d) _____ forças de Carlos Magno eram tão valentes como
d) Prefiro o dia para estudar; ela prefere ____ noite. ____ do Rei Artur. (Compare: Os soldados de Carlos
e) Terás direito ao abono e ____ gratificação. Magno eram tão valentes como os do Rei Artur.)
f) Confessou suas dúvidas ao amigo e ___ amiga. e) _____ forças de Bernardo deram combate ____ que
g) Nunca faltava aos bailes e _____ festas de São João.
Língua Portuguesa

defendiam Carlos Magno. (Compare: Os homens de


h) Sempre auxilio os vizinhos e __ vizinhas. Bernardo deram combate aos que defendiam Carlos
i) Tinha atitudes agradáveis aos homens e ___ mulheres. Magno.)
f) Esta moça se assemelha ____ que você me apresentou
Pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo ontem. (Compare: Este rapaz se assemelha ao que
você me apresentou ontem.)
Método prático g) ______ Medicina dá combate ____ doenças dos ho-
Entregue o livro a este menino. mens e ____ dos animais. (Compare: Os médicos dão
Note: a + este  a + aquele (veja que temos a + a). combate aos males dos homens e aos dos animais.)
h) Esta tinta não se compara ___ que usaram antes.
Então: (Compare: Este papel não se compara ao que usaram
Entregue o livro àquele menino. antes.)

29
i) Prestava atenção ___ palavras dos velhos, mas não Observação:
____ dos jovens. (Compare: Prestava atenção aos Locução prepositiva possui a seguinte estrutura:
ensinamentos dos velhos, mas não aos dos jovens.) Preposição + substantivo + preposição
à custa de
Importante: à maneira de
Precisamos enxergar situações em que o artigo defini- à beira de
do pode ser suprimido corretamente. Nesse caso, apenas à procura de
o sentido mudará.
Todo o país comemorou. Locução adverbial possui a seguinte estrutura:
Sentido: país definido.
Preposição + substantivo
Todo país comemorou.
Sentido: país qualquer. à vista
a prazo
Todo Brasil comemorou. (errado) a lápis
Todo o Brasil comemorou. (certo) à caneta

Conclusão: 3. Locução adjetiva


O artigo definido é necessário para acompanhar nomes Estrutura: preposição + substantivo
já definidos, únicos, específicos. Mas é facultativo, do ponto Relação: qualifica, especifica um substantivo.
de vista de correção gramatical, quando o nome não está Houve pagamento à vista.
definido, não é específico. Apenas o sentido se altera. Houve pagamento a prazo.
O risco à caneta não sai.
Casos Especiais de Crase O risco a lápis sai.

Sinal de Crase em Locuções Femininas 4. Locução conjuntiva


À proporção que / À medida que
1. Locuções adverbiais Ele enriqueceu à medida que investiu na bolsa.
Risquei o lápis. Foi grande a medida que ele investiu na bolsa. (Notemos
Risquei a caneta. aqui o sujeito: a medida foi grande)
Risquei a lápis. À proporção que estudava, surgiam dúvidas.
Risquei à caneta.
Os matemáticos estudam a proporção que existe entre
Regra: os números. (Note aqui o objeto direto de “estudam”: estu-
O sinal de crase distingue entre a locução adverbial fe- dam o quê? Resposta: estudam a proporção..., como alguém
minina e o objeto direto. estuda o limite e a derivada).
Vendo a prazo.
Vendo à vista. Sinal de Crase na Indicação de Horário
Vendo a vista.
Dobrei a direita. Regra:
Dobrei à direita. Ocorre crase somente se indicarmos a hora como horário
quando algo ocorre, ocorreu ou ocorrerá.
Nota: Não ocorre crase quando indicamos quanto tempo pas-
Será facultativo o sinal de crase somente com a locução sou ou passará.
adverbial feminina de instrumento, apenas no caso de não Nós vamos chegar lá às duas horas.
haver duplo sentido sem o sinal de crase. Compare com: Nós chegaremos lá ao meio-dia.
Risquei o muro a caneta. (certo) Nós vamos estar lá daqui a duas horas. (quantidade de
Risquei o muro à caneta. (certo) tempo que vai passar)
Perceba que se trata de locução adverbial de instrumen- Nós estamos aqui há duas horas. (quantidade de tempo
to, mesmo sem ter visto o sinal de crase.
que já passou, tempo decorrido)
2. Locuções prepositivas
A espera de vagas terminou. Sinal de Crase após a Palavra “Até”
Consegui matricular-me.
À espera de vagas, ficamos todos. Vou ao clube.
Ainda não nos matriculamos. Vou até o clube.
Vou até ao clube.
Regra:
O sinal de crase é necessário para indicar a locução pre- Nota:
Língua Portuguesa

positiva feminina. O sinal distingue entre a locução e outras Após “até”, será facultativa a preposição pedida pelo
estruturas. termo anterior.

Quais outras estruturas? Então:


Sujeito, objeto, complemento não constituem locução Vou à praia.
prepositiva. Vou até a praia.
Dica: Vou até à praia.
De modo geral, a locução prepositiva introduz locução
adverbial. Conclusão:
Os trabalhadores já concluíram a cata de cocos. Crase facultativa após “até”, desde que seja pedida pre-
Os trabalhadores saíram cedo à cata de cocos. posição pelo termo anterior.

30
Mas, cuidado! (MJ/Economista) Presente à entrevista de apresentação da
Vi o clube. (certo) pesquisa, o secretário de Educação Continuada, Alfabetiza-
Vi até o clube. (certo) ção e Diversidade do MEC, André Luiz Lázaro, admitiu que
Vi até ao clube. (errado) há um desafio de qualidade a ser superado no EJA.
Vi a praia. (certo) 6. A supressão do acento grave em “presente à entrevista”
Vi até a praia. (certo) manteria a correção gramatical e o sentido do texto.
Vi até à praia. (errado)
Sinal de Crase diante de Pronome Possessivo Feminino:
Sinal de Crase diante de Pronomes de Tratamento minha, sua, tua, nossa, vossa
Meu livro chegou. (certo)
Vossa Senhoria deve comparecer. (certo) O meu livro chegou. (certo)
A Vossa Senhoria deve comparecer. (errado)
Conclusão:
O artigo definido é facultativo antes de pronomes pos-
Regra: sessivos.
De modo geral, não se pode empregar artigo antes de Minha revista chegou. (certo)
pronomes de tratamento. A minha revista chegou. (certo)
Refiro-me a Vossa Senhoria. (certo) Aplicação (Como o artigo fica facultativo, então a crase
Refiro-me à Vossa Senhoria. (errado) ficará também facultativa):
Refiro-me a meu livro. (certo)
Observe também: Refiro-me ao meu livro. (certo)
O senhor deve comparecer. (certo) Refiro-me a minha revista. (certo)
Senhor deve comparecer. (errado) Refiro-me à minha revista. (certo)

Regra: Informação:
Exigem artigo os pronomes de tratamento: Senhor, Se- Artigo pressupõe substantivo escrito ao qual se refere
nhora, Madame, Senhorita. na sequência.
Refiro-me ao Senhor. O uso de água e o de combustível são prioritários.
Refiro-me à Senhora.
Note:
Mas, cuidado! Substantivo “uso”. Artigo “o”, que acompanha “uso”.
Visitarei o Senhor. Mas, em “o de combustível”, apenas subentendemos
Visitarei a Senhora. “uso”. Não está escrito. Então, não temos aqui artigo defini-
do. Trata-se de pronome demonstrativo “o = aquele”.
Atenção:
Observe ainda:
O artigo é opcional com o tratamento dona. Meu livro chegou e o seu não.
Dona Maria chegou. Note que o artigo é facultativo, porém o pronome “o”
A Dona Maria chegou. não é. O pronome é obrigatório para representar o termo
“livro” não repetido.
Então:
Refiro-me a Dona Maria. Aplicação (Onde o pronome “o” ou “a” for obrigatório,
Refiro-me à Dona Maria. então a crase também será obrigatória):
Refiro-me a meu livro e não ao seu. (certo)
Vamos analisar uma questão interessantíssima! Refiro-me a meu livro e não a seu. (errado)
(MI/Agente Adm.) A expressão nominal “D. Fortunata” é em- Refiro-me ao meu livro e não ao seu. (certo)
pregada, no texto, sem artigo. Por essa razão, caso a palavra Refiro-me ao meu livro e não a seu. (errado)
sublinhada em “deu joias à mulher” fosse substituída por “D.
Fortunata”, o acento grave sobre o a que sucede “joias” não Então:
deveria ser empregado. Refiro-me a minha revista e não à sua. (certo)
Resposta: certo. Refiro-me a minha revista e não a sua. (errado)
Refiro-me à minha revista e não à sua. (certo)
(MJ/Analista) “Às vezes faz bem chorar / E nas velhas cordas Refiro-me à minha revista e não a sua. (errado)
procurar / Notas e acordes esquecidos / Os dedos calejados
deslizar / Recordar, saudoso, um samba antigo”. 7. (MJ/Agente) “À margem das rodovias de grande movi-
5. A letra de Ivor Lancelllotti emprega adequadamente o mento...” Diferente do exemplo destacado, o único caso
em que o acento grave foi usado de forma errada, nas
acento de crase. Também está correto esse uso do acento
Língua Portuguesa

alternativas abaixo, é
em
a) Ficamos à vontade no evento.
a) Deixei o carro no lava à jato e fui à confeitaria escolher b) Refiro-me à minha irmã.
uns doces. c) Chegarei à uma hora, não ao meio-dia.
b) Quando saímos à cavalo estamos apenas à procura Nota:
de paz e sossego. Aqui temos o numeral “uma”. Só ele pode ter crase antes
c) Retiraram-se às pressas para não responderem às de si. Não há crase antes do artigo indefinido “uma”.
perguntas da mídia. d) Dirija-se à qualquer moça do balcão.
d) Daqui à uma hora e meia irei até à piscina para exa- Nota:
minar a água e o cloro. Proibido crase diante de palavras indefinidas. Lembre
e) Encaminhamos ontem à V. Sa. os convites para a re- que o artigo que a crase contém é definido.
cepção à família. e) À medida que os anos passam, fico pior.

31
8. (IBGE) Assinale a opção incorreta com relação ao empre- COLOCAÇÃO PRONOMINAL
go do acento indicativo de crase.
a) O pesquisador deu maior atenção à cidade menos Pronomes oblíquos átonos: me, nos, te, vos, se, o, a, os,
privilegiada. as, lhe, lhes.
b) Este resultado estatístico poderia pertencer à qual-
quer população carente. Regras básicas (não desobedecer):
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entre- 1. Não comece oração com tais pronomes
vista. Me ajuda! (Errado)
d) A verba aprovada destina-se somente àquela cidade Ajuda‑me! (Certo)
sertaneja. Nos trouxeram café. (Errado)
e) Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade. Trouxeram‑nos café. (Certo)

Sinal de Crase diante de Nomes Próprios de Lugar (To- 2. Não escrever tais pronomes após particípio (-ado,
pônimos) -ido, -to, -so)
Tenho ajudado‑te. (Errado)
Regra Prática: Tenho te ajudado. (Certo)  – preferência no Português
Se volto da, crase no a. Brasileiro.
Se volto de, crase pra quê. Tenho‑te ajudado. (Certo)  – preferência no Português
Europeu.
Saímos de Brasília, fomos a Fortaleza (voltamos de Forta-
leza), depois fomos a Natal (voltamos de Natal), descemos 3. Não escrever tais pronomes após verbo no futuro
Ajudarei‑te. (Errado)
à Bahia (voltamos da Bahia). Então retornamos a Brasília
Ajudar‑te‑ei. (Certo) – mesóclise ou pronome no meio
(voltamos de Brasília).
da estrutura verbal.
Mas:
Saímos de Brasília, fomos à Fortaleza dos sonhos (volta- Próclise: Posição do Pronome Oblíquo Antes
mos da Fortaleza dos sonhos), depois fomos à Natal dos do Verbo
holandeses (voltamos da Natal dos holandeses), desce-
mos à Bahia (voltamos da Bahia). Então retornamos à Paulo te ama! (certo, opcional)
bela Brasília (voltamos da bela Brasília). Paulo ama‑te! (certo, opcional)
Ele não te ama! (certo, obrigatório)
9. (IBGE) Assinale a opção em que o a sublinhado nas duas
Próclise obrigatória:
frases deve receber acento grave indicativo de crase.
Alguns termos escritos antes do verbo, ou mesmo certas
a) Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar
frases, vão exigir o pronome oblíquo escrito antes do verbo.
em voz alta. 1. Advérbios e negações:
b) Pedimos silêncio a todos. Pouco a pouco, a praça cen- Aqui se trabalha. Jamais te desobedeci.
tral se esvaziava.
c) Esta música foi dedicada a ele. / Os romeiros chegaram 2. Pronomes demonstrativos:
a Bahia. Isto me interessa. Aquilo te prejudica.
d) Bateram a porta! Fui atender. / O carro entrou a direita 3. Pronomes relativos:
da rua. O livro que lhe dei era novo.
e) Todos a aplaudiram. / Escreve a redação a tinta.
4. Indefinidos e interrogação:
GABARITO Tudo te é permitido. Alguns me chamaram.
Quem lhe permitiu entrar?
1. a) P 3. a) àquelas 4. a) às, às
b) A b) àquele b) as, às, às 5. Subordinação (que, como, quando, caso, se...):
c) A c) àqueles c) as, as Quando me chegar a notícia, vou divulgar.
d) P d) aqueles d) as, as Se te contarem, não espalhe.
e) P e) àquilo e) as, às
f) P f) àquele f) à 6. Exclamação:
g) A g) aquela g) a, às, às Deus te abençoe!
h) A h) àquela h) à
i) P i) aquela i) às, às Obs.: Não havendo casos de próclise obrigatória, então
j) PP j) àquele será próclise facultativa. Veja:
Língua Portuguesa

k) àqueles 5. c Os anúncios me interessam. (Certo)


2. a) às l) àquela 6. E Os anúncios interessam‑me. (Certo)
b) a m) àqueles 7. d
c) às n) aquela 8. b Ênclise: Posição do Pronome após o Verbo
d) a o) àqueles 9. d
e) à p) àqueles Ênclise obrigatória em dois casos:
f) à q) àquela a) Verbo no início de oração:
g) às r) aquelas Receberam‑me com alegria.
h) as s) àquela
i) às b) Verbo no modo imperativo afirmativo:
Vá ali e traga‑me os livros.

32
Mesóclise: Posição do Pronome no Meio da músicas de sucesso. Ocorrem paródias de textos consagrados
Estrutura do Verbo na Literatura, e até cartuns usam a paródia. Veja:

Mesóclise obrigatória somente com verbo no futuro no Canção do Exílio (texto original)
início da oração:
Ajudar‑te‑ei. (certo, mesóclise obrigatória) Minha terra tem palmeiras,
Ajudarei‑te. (errado) Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Eu te ajudarei. (certo, próclise facultativa)
Não gorjeiam como lá.
Eu ajudar‑te‑ei. (certo, mesóclise facultativa)
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Obs.: O verbo no infinitivo admite sempre próclise ou Nossos bosques têm mais vida,
ênclise, até quando ocorre caso de próclise. Veja: Nossa vida mais amores.
É hora de não se prejudicar o próximo. (Certo)
É hora de não prejudicar‑se o próximo. (Certo) Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
REESCRITURA DE FRASES E PARÁGRAFOS Minha terra tem palmeiras,
DO TEXTO Onde canta o Sabiá.

É preciso falar sobre alguns processos de reescritura e as Minha terra tem primores,
transformações que eles operam ou não nas frases. Que tais não encontro eu cá;
Em cismar sozinho, à noite
Paráfrase consiste em alterar a redação, sem alterar o Mais prazer eu encontro lá;
sentido, a informação do texto. Por meio da paráfrase, po- Minha terra tem palmeiras,
demos aprimorar vocabulário e adquirir valiosos conheci- Onde canta o Sabiá.
mentos. Como? Quando parafraseamos um texto, estamos
Não permita Deus que eu morra,
obtendo e fixando informações, bem como estamos trei-
Sem que eu volte para lá;
nando o uso de vocabulário. Vejamos alguns mecanismos Sem que disfrute os primores
de paráfrase: Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
• Sinonímia Onde canta o Sabiá.” (Gonçalves Dias, século XIX)
Ex. a) Na medida em que investe, o país cresce.
(nova redação) Uma vez que investe, o país cresce. Canção do Exílio (paródia do texto anterior)
• Inversão dos termos ou das orações Minha terra tem macieiras da Califórnia
Ex. 1. Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um onde cantam gaturamos de Veneza.
povo heroico o brado retumbante. Os poetas da minha terra
(nova redação) As margens plácidas do Ipiranga ouviram são pretos que vivem em torres de ametista,
o brado retumbante de um povo heroico. os sargentos do exército são monistas, cubistas,
Ex. 2. Por te cruzarmos, quantas mães choraram. os filósofos são polacos vendendo a prestações.
(nova redação) Quantas mães choraram, por te cruzar- A gente não pode dormir
mos. com os oradores e os pernilongos.
- Transformação de voz ativa em voz passiva e o con- Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
trário. Eu morro sufocado
Ex. Lula aprovou novos projetos. em terra estrangeira.
(nova redação) Novos projetos foram aprovados por Lula. Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
- Substituir oração subordinada pela classe gramatical mas custam cem mil réis a dúzia.
equivalente e o contrário
Ex. 1. Descobrimos que país necessita de investimento. Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade e
(nova redação) Descobrimos a necessidade de investi- ouvir um sabiá com certidão de idade!” (Murilo Mendes,
mento do país. século XX)
2. O aluno que se esforça vence.
(nova redação) O aluno esforçado vence.
3. Quando terminou a festa, voltamos.
(nova redação) Com o fim da festa, voltamos.
- Trocar oração desenvolvida por reduzida ou vice-versa
Língua Portuguesa

Ex. É preciso amar as pessoas.


(nova redação) É preciso que amemos as pessoas.
*Perífrase ou Antonomásia consiste em substituir um
nome próprio por característica do ser nomeado. Ajuda a
variar vocabulário no texto e valoriza conhecimentos prévios
do leitor. Antonomásia é a perífrase de pessoa.
Ex. 1. O rei do futebol chegou à cidade maravilhosa.
2. A cidade-luz recebeu o pai dos pobres.

*Paródia consiste em manter forma semelhante, mas


alterar o conteúdo. São comuns as paródias baseadas em Paródia da Mona Lisa: Beana Lisa.

33
Substituição de Palavras ou de Trechos de Texto Muito cuidado! A coerência não é a mesma coisa que
sentido.
Aqui é preciso tomar consciência dos processos de signi- Coerência vai além do mero significado das palavras e
ficação das palavras dentro dos textos. Então vejamos. frases.
É preciso observar a articulação das ideias no texto.
Significação das Palavras
Exemplo na Constituição Federal: Art. 7º São direitos dos
Significante  significado trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
• Significante é elemento concreto, um sinal que pode à melhoria de sua condição social:
gerar sentidos.
• Significado é elemento abstrato, mental, que é “apon- Notemos:
tado” pelo significante. • não ocorre artigo definido “os” diante de “direitos”;
• o texto constitucional não apresenta todos os direitos
Um mesmo significante pode ter mais de um significado: trabalhistas (veja “além de outros”).
• Ambiguidade ocorre acidentalmente quando o signifi-
cante pode ter mais de um significado em um mesmo contex- Conclusão
to. Veja: Visitamos a casa da vovó, que dava os fundos para o
É coerente (adequado) não empregar o artigo definido.
vizinho. (Acidentalmente, o pronome “que” pode referir-se
Sua ausência indica palavra em sentido geral. Se usarmos o
tanto a “vovó” quanto a “casa”)
artigo definido e escrevermos “são os direitos dos trabalha-
• Polissemia: um mesmo significante pode ter mais de
dores urbanos e rurais...”, seremos incoerentes. Mas não
um significado, em diferentes contextos. A polissemia ocor-
seremos incoerentes apenas porque mudou o sentido. Sere-
re com emprego consciente, intencional da linguagem. Ex.:
mos incoerentes porque o sentido definido não é adequado
O motorista procura o balão para fazer o retorno. (Sentido no texto constitucional.
intencional de rotatória.) A enfermeira foi ajustar o balão do
paciente. (Sentido intencional de balão de oxigênio.) O meni- Jonas Rodrigo
no estourou o balão na festa. (Sentido intencional de bexiga.)

Homônimos X Parônimos CORRESPONDÊNCIA OFICIAL


Homônimos A redação de correspondências oficiais se pauta nas
• Homógrafos (mesma escrita: o emprego, eu emprego. seguintes bases:
• Homófonos (mesma pronúncia): eu sinto, o cinto; ses- • impessoalidade;
são, cessão seção; sela, cela; acender, ascender; tachar, taxar; • clareza;
cerrar, serrar; concertar, consertar. • coerência;
• Homógrafos homófonos (homônimos perfeitos): • coesão e concisão;
Acordei cedo. Eu cedo a vaga. Menino são. Amigos são para • formalidade;
sempre. • uniformidade e padronização.
Tais bases se respaldam nos princípios que regem a Ad-
Parônimos: parecidos na escrita e na pronúncia, mas ministração Pública1:
significados diferentes: infligir, infringir; ratificar, retificar; L egalidade
flagrante, fragrante; absolver, absorver; comprimento, cum- I mpessoalidade
primento; descrição, discrição; imergir, emergir; inflação, M oralidade
infração; tráfego, tráfico; cavaleiro, cavalheiro; mandado, P ublicidade
mandato. E ficiência

Entendamos as bases da redação oficial aplicando o


Observe as frases abaixo e julgue como certa ou errada,
estudo da teoria em exercícios de concursos para cargos
conforme o emprego dos parônimos e homônimos.
públicos.
1. ( ) O mandado do deputado será suspenso.
2. ( ) O criminoso foi pego em fragrante.
3. ( ) Este é um perfume fragrante. a) Impessoalidade
4. ( ) Ele parecia passar mau com a notícia.
5. ( ) Peço-lhe retificar os erros apontados. O texto dos documentos oficiais deve ser impessoal, uma
6. ( ) Seus desfalques foram vultuosos. vez que quem comunica é sempre o Serviço Público; o que se
comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do
7. ( ) Ao iminente cientista, nossos comprimentos.
órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é
o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público,
Língua Portuguesa

GABARITO: E, E, C, E, C, E, E.
do Executivo ou dos outros Poderes da União.
Conforme o Manual de Redação da Presidência da Re-
Retextualização de Diferentes Gêneros e Níveis pública (MENDES et al., 2002, p. 4-5):
de Formalidade
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão
1

Aqui é preciso levar em conta o nível de adequação culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Funda-
(coerência) da linguagem e do vocabulário para cada tipo mentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo
37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos
e gênero de texto. Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obede-
Vejamos alguns exemplos. cerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
Coerência significa adequação entre os sentidos das eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamen-
tais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear
partes do texto. a elaboração dos atos e comunicações oficiais. (MRPR, 2002, p. 12)

34
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda,
deve ser dado aos assuntos que constam das comu- se ele será de fácil compreensão por seu destinatá-
nicações oficiais decorre: rio. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido
a) da ausência de impressões individuais de quem por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos
comunica: embora se trate, por exemplo, de um ex- assuntos em decorrência de nossa experiência profis-
pediente assinado por Chefe de determinada Seção, sional muitas vezes faz com que os tomemos como de
é sempre em nome do Serviço Público que é feita a conhecimento geral, o que nem sempre é verdade.
comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro- Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos
nização, que permite que comunicações elaboradas técnicos, o significado das siglas e abreviações e os
em diferentes setores da Administração guardem conceitos específicos que não possam ser dispensados.
entre si certa uniformidade; A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A
b) da impessoalidade de quem recebe a comunica- pressa com que são elaboradas certas comunicações
ção, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a quase sempre compromete sua clareza. Não se deve
um cidadão, sempre concebido como público, ou a proceder à redação de um texto que não seja seguida
outro órgão público. Nos dois casos, temos um desti- por sua revisão.
natário concebido de forma homogênea e impessoal; ‘Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados’,
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua inde-
se o universo temático das comunicações oficiais se sejável repercussão no redigir. (MENDES, 2002, p. 6)
restringe a questões que dizem respeito ao interesse
público, é natural que não cabe qualquer tom particu- c) Coerência
lar ou pessoal. Desta forma, não há lugar na redação
oficial para impressões pessoais, como as que, por Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe
exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de em todo texto de alguma complexidade: ideias fun-
um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto damentais e ideias secundárias. Estas últimas podem
literário. A redação oficial deve ser isenta da interfe- esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplifi-
rência da individualidade que a elabora. cá-las; mas existem também idéias secundárias que
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade não acrescentam informação alguma ao texto, nem
de que nos valemos para elaborar os expedientes têm maior relação com as fundamentais, podendo,
oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada por isso, ser dispensadas. (MENDES, 2002, p. 6)
a necessária impessoalidade.
Além da coerência semântica, ou seja, da concatenação
Como um servidor público fala, nas comunicações ofi- entre as ideias do texto, com progressão lógica do raciocínio,
ciais, em nome do serviço público, o uso da primeira pessoa há a coerência gramatical. A coerência gramatical envolve
não fere o princípio da impessoalidade: vários fatores da gramática normativa como, por exemplo,
“Encaminho a Vossa Senhoria o documento anexo.” o uso correto de conectores, termos anafóricos ou catafó-
“Dirijo-me a Vossa Excelência para [...]” ricos, concordância verbal e nominal, regência, pontuação,
“Consideramos oportuno destacar [...]” colocação pronominal, sintaxe etc.
Em um concurso público, questões de redação oficial
Já em uma prova discursiva em um concurso para cargo
podem abordar somente esses aspectos gramaticais, es-
público, sugere-se que o candidato faça assim:
senciais para a coerência em um texto que componha um
“Este órgão encaminha a Vossa Senhoria o documento
expediente oficial.
anexo.”
“Este departamento se dirige a Vossa Excelência para [...]”
“Considera-se oportuno destacar [...]” d) Coesão e Concisão

b) Clareza A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-


rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto transmitir um máximo de informações com um mínimo
oficial [...] Pode-se definir como claro aquele texto de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é
que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No fundamental que se tenha, além de conhecimento do
entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo
ela depende estritamente das demais características para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura
da redação oficial. Para ela concorrem: que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de inter- ou repetições desnecessárias de ideias.
pretações que poderia decorrer de um tratamento O esforço de sermos concisos atende, basicamente
personalista dado ao texto; ao princípio de economia linguística, à mencionada
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, fórmula de empregar o mínimo de palavras para
informar o máximo. Não se deve de forma alguma
Língua Portuguesa

de entendimento geral e por definição avesso a vocá-


bulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão; entendê-la como economia de pensamento, isto é,
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam não se devem eliminar passagens substanciais do tex-
a imprescindível uniformidade dos textos; to no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclu-
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os exces- sivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias,
sos linguísticos que nada lhe acrescentam. passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
É pela correta observação dessas características que (MENDES, 2002, p. 6)
se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispen-
sável releitura de todo texto redigido. A ocorrência, e) Formalidade
em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros
gramaticais provém principalmente da falta da re- As comunicações oficiais devem ser sempre formais,
leitura que torna possível sua correção. isto é, obedecem a certas regras de forma: além

35
das já mencionadas exigências de impessoalidade É dessa tradição que provém o atual emprego de
e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, pronomes de tratamento indireto como forma de
ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e ecle-
somente da eterna dúvida quanto ao correto empre- siásticas. (MENDES, 2002, p. 9)
go deste ou daquele pronome de tratamento para
uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a Os pronomes de tratamento concordam com a terceira
formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no pessoa. “Vossa Excelência sabe da importância [...]”. “Vossa
próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a Senhoria conhece o assunto.”
comunicação. Assim, os pronomes possessivos referidos a pronomes
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à de tratamento são sempre os de terceira pessoa. “Vossa
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se Excelência sabe da importância da participação de seus su-
a administração federal é una, é natural que as co- bordinados no evento.”
municações que expede sigam um mesmo padrão. O No que é pertinente aos adjetivos dirigidos aos prono-
estabelecimento desse padrão, uma das metas deste mes de tratamento, o gênero gramatical deve coincidir com
Manual, exige que se atente para todas as caracte- o sexo da pessoa a que se refere. Para um homem, portanto,
rísticas da redação oficial e que se cuide, ainda, da usar-se-á: “Vossa Senhoria está convidado a participar do
apresentação dos textos. (MENDES, 2002, p. 5-6) evento.” Para uma mulher, contudo, usar-se-á: “Vossa Se-
nhoria está convidada a participar do evento.”
Não se usa ilustríssimo nem digníssimo. Doutor é título
f) Uniformidade e Padronização acadêmico.
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes Como regra geral, empregue-o apenas em comunica-
para o texto definitivo e a correta diagramação do ções dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem
texto são indispensáveis para a padronização. (MEN- concluído curso universitário de doutorado. É costume
DES, 2002, p. 6) designar por doutor os bacharéis, especialmente os ba-
charéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos,
FORMAS DE TRATAMENTO POR CARGO o tratamento Senhor confere a desejada formalidade
às comunicações. (MENDES, 2002, p. 10)
Os pronomes de tratamento possuem grande tradição
na língua portuguesa. Por exemplo, vossa mercê evoluiu para A seguir, alguns exemplos de utilização de pronomes de
vosmecê e, depois, para você. tratamento no texto oficial.

Tratamento no
Autoridade Endereçamento Vocativo Abreviatura
corpo do texto
Presidente da República A Sua Excelência o Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência Não se usa
Senhor Presidente da República,
Presidente do Congresso A Sua Excelência o Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência Não se usa
Nacional Senhor Presidente do Congresso
Nacional,
Presidente do Supremo A Sua Excelência o Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência Não se usa
Tribunal Federal Senhor Presidente do Supremo
Tribunal Federal,
Vice-Presidente da República A Sua Excelência o Senhor Vossa Excelência V. Exa.
Senhor Vice-Presidente da
República,
Ministro de Estado A Sua Excelência o Senhor Ministro, Vossa Excelência V. Exa.
Senhor
Secretário- Executivo de A Sua Excelência o Senhor Secretário- Vossa Excelência V. Exa.
Ministério e demais Senhor Executivo,
ocupantes
de cargos de natureza
especial
Embaixador A Sua Excelência o Senhor Embaixador, Vossa Excelência V. Exa.
Língua Portuguesa

Senhor
Oficial-General das Forças A Sua Excelência o Senhor + Posto, Vossa Excelência V. Exa.
Armadas Senhor
Outros postos militares Ao Senhor Senhor + Posto, Vossa Senhoria V. Sa.

Senador da República A Sua Excelência o Senhor Senador, Vossa Excelência V. Exa.


Senhor
Deputado Federal A Sua Excelência o Senhor Deputado, Vossa Excelência V. Exa.
Senhor

36
Ministro do A Sua Excelência o senhor Ministro do Vossa Excelência V. exa.
tribunal de Contas da união senhor tribunal de Contas da
união,
Ministro dos tribunais A Sua Excelência o senhor Ministro, Vossa Excelência V. exa.
superiores senhor

Os exemplos acima são meramente exemplificativos. A Secretária-Executiva interina


profusão de normas estabelecendo hipóteses de tratamento técnica Administrativa
por meio do pronome “Vossa Excelência” para categorias Coordenadora Administrativa
especifícas tornou inviável arrolar todas as hipóteses.
PADRÃO OFÍCIO
Concordância com os Pronomes de Tratamento
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de
os pronomes de tratamento apresentam certas pecu- expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do
liaridades quanto às concordâncias verbal, nominal e pro- que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o
nominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e
(à pessoa com quem se fala), levam a concordância para diagramação únicas, que sigam o que chamamos de padrão
a terceira pessoa. Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa ofício.
Senhoria são utilizados para se comunicar diretamente com A distinção básica anterior entre os três era:
o receptor. a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de
Exemplo: estado, para autoridades de mesma hierarquia;
Vossa Senhoria designará o assessor. b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
c) memorando: era expedido entre unidades administra-
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a tivas de um mesmo órgão.
pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa.
Exemplo: Atenção: Nesta nova edição ficou abolida aquela distin-
Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não “Vossa ção e passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.
Senhoria designará vosso substituto”)
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício,
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o de acordo com a ordem com que cada elemento aparece no
gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que documento oficial.
se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.
Exemplos: Partes do Documento no Padrão O�cio
Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência
está atarefado. Cabeçalho
Se o interlocutor for mulher: Vossa Excelência está ata-
refada. O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do do-
cumento, centralizado na área determinada pela formatação
(ver subitem “5.2 Formatação e apresentação”).
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer refer-
No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos:
ência a alguma autoridade (indiretamente).
a) brasão de Armas da República2: no topo da página. Não
Exemplo:
há necessidade de ser aplicado em cores. O uso de marca da
A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil instituição deve ser evitado na correspondência oficial para
(por exemplo, no endereçamento do expediente) não se sobrepor ao Brasão de armas da república.
b) nome do órgão principal;
Signatário c) nomes dos órgãos secundários, quando necessários,
da maior para a menor hierarquia; e
Cargos Interino e Substituto d) espaçamento: entrelinhas simples (1,0).

Na identificação do signatário, depois do nome do cargo, é Exemplo:


possível utilizar os termos interino e substituto, conforme situa-
ções a seguir: interino é aquele nomeado para ocupar transito-
riamente cargo público durante a vacância; substituto é aquele
designado para exercer as atribuições de cargo público vago ou
no caso de afastamento e impedimentos legais ou regulamenta-
res do titular. Esses termos devem ser utilizados depois do nome
Língua Portuguesa

do cargo, sem hífen, sem vírgula e em minúsculo. [Nome do órgão] [Secretaria/Diretoria]


Exemplos: [Departamento/Setor/Entidade]
Diretor-geral interino
Secretário-Executivo substituto Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, ende-
reço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico oficial da
Signatárias do Sexo Feminino
2
O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas da República pode ser localizado
Na identificação do signatário, o cargo ocupado por pes- no sítio eletrônico da Presidência da República, na seção Símbolos Nacionais.
Disponível em: <http://www2.planalto.gov.br/acervo/simbolos- nacionais/
soa do sexo feminino deve ser flexionado no gênero feminino. brasao/brasao-da-republica>. no caso de documento a ser impresso, exclusiva-
Exemplos: mente quando o signatário for o Presidente da República, Ministro de Estado ou
Ministra de estado a autoridade máxima de autarquia, será utilizado timbre em relevo branco, nos
termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de novembro de 1977.

37
instituição, podem ser informados no rodapé do documento, Exemplo:
centralizados. Brasília, 2 de fevereiro de 2018.

Identificação do Expediente Endereçamento

Os documentos oficiais devem ser identificados da se- O endereçamento é a parte do documento que informa
guinte maneira: quem receberá o expediente. Nele deverão constar os se-
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, guintes elementos:
com todas as letras maiúsculas; a) vocativo: na forma de tratamento adequada para
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “nú- quem receberá o expediente (ver subitem “4.1 Pronomes
mero”, padronizada como No; de tratamento”);
c) informações do documento: número, ano (com quatro b) nome: nome do destinatário do expediente;
dígitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
menor para a maior hierarquia, separados por barra (/); e d) endereço: endereço postal de quem receberá o expe-
d) alinhamento: à margem esquerda da página. diente, dividido em duas linhas:
primeira linha: informação de localidade/logradouro
Exemplo:
do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão,
OFÍCIO Nº 652/2018/SAA/SE/MT
informação do setor;
segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação,
Local e Data do Documento
separados por espaço simples. Na separação entre
Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve cidade e unidade da federação pode ser substituída a
constar da seguinte forma: barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso de ofício
a) composição: local e data do documento; ao mesmo órgão, não é obrigatória a informação do
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido CEP, podendo ficar apenas a informação da cidade/
o documento, seguido de vírgula. unidade da federação; e
Não se deve utilizar a sigla da unidade da federação de- e) alinhamento: à margem esquerda da página.
pois do nome da cidade;
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro O pronome de tratamento no endereçamento das co-
dia do mês e em numeração cardinal para os demais dias do municações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Ex-
mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número que celência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor”
indica o dia do mês; ou “A Sua Excelência a Senhora”.
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula; Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e Senhoria, o endereçamento a ser empregado é “Ao Senhor”
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à mar- ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão
gem direita da página. “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A Sua Senhoria a Senhora”.

Exemplos:
A Sua Excelência o Senhor À Senhora Ao Senhor
[Nome] [Nome] [Nome]
Ministro de Estado da Justiça Diretora de Gestão de Pessoas Chefe da Seção de Compras
Esplanada dos Ministérios Bloco T SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I Diretoria de Material, Seção
70064-900 Brasília/DF 70070-030 Brasília. DF Brasília — DF

Assunto I – nos casos em que não seja usado para encaminha-


mento de documentos, o expediente deve conter a seguinte
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documen- estrutura:
to, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte maneira: a) introdução: em que é apresentado o objetivo da co-
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que municação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho
define o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos; o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo forma direta: Informo, Solicito, Comunico;
do documento deve ser escrita com b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se
inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos e sugere-se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas
utilizar de quatro a cinco palavras; devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive maior clareza à exposição; e
o título, deve ser destacado em negrito; c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o as-
Língua Portuguesa

d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e sunto.


e) alinhamento: à margem esquerda da página.
II – quando forem usados para encaminhamento de do-
Exemplos: cumentos, a estrutura é modificada:
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão ju-
a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente
lho/2018.
que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documen-
Assunto: Aquisição de computadores.
to não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação
Texto do documento do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando
a seguir os dados completos do documento encaminhado
O texto do documento oficial deve seguir a seguinte pa- (tipo, data, origem ou signatário e assunto de que se trata)
dronização de estrutura: e a razão pela qual está sendo encaminhado; e

38
Exemplos: a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado
Em resposta ao Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de em letras maiúsculas, sem negrito.
2018, encaminho cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de Não se usa linha acima do nome do signatário.
2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, re-
trata da requisição do servidor Fulano de Tal. digido apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que li-
guem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser
Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de 2018, do Presidente da centralizada na página.
Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi-
de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. natura em página isolada do expediente. Transfira para essa
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar
fazer algum comentário a respeito do documento que enca- Exemplo:
minha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. (espaço para assinatura)
Caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em NOME
expediente usado para encaminhamento de documentos. Ministro de Estado Chefe da Casa Civil
da Presidência da República
III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do
documento deve ser formatado da seguinte maneira: (espaço para assinatura)
a) alinhamento: justificado; NOME
b) espaçamento entre linhas: simples; Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas
c) parágrafos:
i espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada Numeração das Páginas
parágrafo;
ii recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir
esquerda; da segunda página da comunicação.
iii numeração dos parágrafos: apenas quando o docu- Ela deve ser centralizada na página e obedecer à seguinte
mento tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro formatação:
parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho; a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área
d) fonte: Calibri ou Carlito; de 2 cm da margem inferior; e
i corpo do texto: tamanho 12 pontos; b) fonte: Calibri ou Carlito.
ii citações recuadas: tamanho 11 pontos; e
iii notas de Rodapé: tamanho 10 pontos; Formatação e Apresentação
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes
indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings. Os documentos do padrão ofício devem obedecer à se-
guinte formatação:
Fechos para Comunicações a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da fi- c) margem lateral direita: 1,5 cm;
nalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destinatário. d) margens superior e inferior: 2 cm;
Os modelos para fecho anteriormente utilizados foram re- e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir
gulados pela Portaria nº 1, de 1937, do Ministério da Justiça, da margem superior do papel;
que estabelecia quinze padrões. f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do do-
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, este cumento;
Manual estabelece o emprego de somente dois fechos di- g) impressão: na correspondência oficial, a impressão
ferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as
a) Para autoridades de hierarquia superior a do reme- margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
tente, inclusive o Presidente da República: páginas pares (margem espelho);
Respeitosamente, h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia em papel branco, reservando-se, se necessário, a impressão
inferior ou demais casos: colorida para gráficos e ilustrações;
Atenciosamente, i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abu-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas so, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico,
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo,
próprios. bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a
O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte sobriedade e a padronização do documento;
maneira: j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página; grafadas em itálico;
Língua Portuguesa

b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem k) arquivamento: dentro do possível, todos os documen-
esquerda; tos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para
c) espaçamento entre linhas: simples; consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos
d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada análogos. Deve ser utilizado, preferencialmente, formato de ar-
parágrafo; e quivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de
e) não deve ser numerado. texto utilizados no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes
Identificação do Signatário dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira:
tipo do documento + número do documento + ano do
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem in- Exemplo:
formar o signatário segundo o padrão: Ofício 123_2018_relatório produtividade anual

39
Seguem exemplos de Ofício:
Língua Portuguesa

40
OFÍCIO-CIRCULAR AVISO
O Ofício-Circular constitui-se igual a um ofício, no entan- Aviso é o documento expedido por Ministros de Esta-
to, é multidirecional, ou seja, o mesmo teor do documento do para autoridades de mesma hierarquia. Vale ressaltar as
é enviado a vários destinatários. autoridades mencionadas como Ministros de Estado, além
Assim, não aparece no Ofício-Circular o campo “Endere- dos titulares dos Ministérios no art. 28, parágrafo único, do
çamento”, nem acima do assunto, nem no rodapé, uma vez Decreto nº 4.118/2002: Chefe da Casa Civil da Presidência
que este campo irá compor o envelope da correspondência da República, Chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
(quando ela for enviada por correio). Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Advo-
Vale ressaltar que, mesmo sendo dirigido a mais de um gado-Geral da União, Chefe da Corregedoria-Geral da União.
destinatário, o Ofício-Circular deve trazer o vocativo no sin-
gular, já que cada destinatário receberá o seu expediente
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
individualmente.
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é
que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros
OFÍCIO EM PROVAS DISCURSIVAS de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
passo que o ofício é expedido para e pelas demais au-
O Ofício é um documento externo, enviado de um órgão
toridades. Ambos têm como finalidade o tratamento
para outro ou para o mesmo órgão em cidades diferentes.
de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração
Quanto ao Ofício feito na prova discursiva, como não pode
haver marca identificatória na folha definitiva, o candidato não Pública entre si e, no caso do ofício, também com
deve colocar o timbre nem o endereçamento. Só se menciona particulares. (MENDES, 2002, p. 9)
o signatário quando a banca fornecer o nome e/ou o cargo.
Caso contrário, deve-se terminar o texto no fecho ou usar Exemplo de Aviso
como signatário: Fulano de Tal. Observe o esquema abaixo.

Exemplo

MEMORANDO
Língua Portuguesa

O Memorando é um documento interno, expedido en-


tre unidades administrativas de um mesmo órgão. Além de
estar no mesmo órgão, o destinatário deve estar na mesma
cidade, por isso, no campo “local e data” do padrão ofício,
no memorando se coloca “Em + data” (conforme exemplo a
seguir). É um expediente para assuntos de rotina, devendo
tramitar de maneira simples e rápida.

O memorando é a modalidade de comunicação entre


unidades administrativas de um mesmo órgão, que
podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou

41
em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma for- são alinhados à esquerda. O nome do órgão não aparece na
ma de comunicação eminentemente interna. primeira linha nem o local na segunda linha, pois o documen-
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser to é interno. O campo destinatário equivale ao vocativo do
empregado para a exposição de projetos, ideias, dire- Ofício antecedido pela contração “ao”.
trizes, etc. a serem adotados por determinado setor
do serviço público. MEMORANDO EM PROVAS DISCURSIVAS
Sua característica principal é a agilidade. A tramita-
ção do memorando em qualquer órgão deve pautar- Mesmo usando letra cursiva, não se esqueça de colocar
-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos as siglas em letra de imprensa, caixa alta (maiúsculas), sem
burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do pontos.
número de comunicações, os despachos ao memo- O documento pode ser circular, ou seja, multidirecional
rando devem ser dados no próprio documento e, no (a mesma comunicação recebida por vários destinatários).
caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse Neste caso, escreva assim: Memorando-circular. Use hífen
procedimento permite formar uma espécie de pro- obrigatório e letra minúscula em “circular”. Mesmo sendo um
cesso simplificado, assegurando maior transparência documento dirigido a várias pessoas, o Memorando-circular é
à tomada de decisões, e permitindo que se historie o recebido por cada um dos destinatários individualmente, por
andamento da matéria tratada no memorando. isso use o vocativo ou destinatário no singular, conforme orien-
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo ta o Manual de Redação do GDF (Governo do Distrito Federal).
do padrão ofício, com a diferença de que o seu des- Não se esqueça de citar a abreviatura dos pronomes de
tinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. tratamento apenas depois de já os ter citado por extenso.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos (MENDES,
2002, p. 17)

Exemplo de Memorando

Exemplo

Provas Discursivas
A prova discursiva dos concursos públicos segue a algu-
mas diretrizes apresentadas em planilhas de correção das
bancas examinadoras. Por isso, analisá-las é imprescindível.
Nesse sentido, apresentarei orientações quanto à realização
manuscrita de um texto oficial. Partir-se-á dos espelhos de
correção de redação como parâmetros da elaboração de uma
redação, no mínimo, aceitável.
Para facilitar a compreensão das planilhas de correção
de redação, há alguns anos venho utilizando em sala de aula
a divisão de uma redação em cinco partes, que costumo
chamar de critérios de correção:
• Estética: avalia a apresentação, legibilidade, respeito
às margens e indicação dos parágrafos.
Língua Portuguesa

• Estrutura: avalia a utilização dos famosos esquemas de


MEMORANDO-CIRCULAR redação, método seguro para aprovação em concursos
públicos; analisa a progressão lógica dos argumentos,
Assim como o Memorando, o Memorando-Circular é a progressividade textual, seleção e articulação dos
o documento utilizado entre unidades administrativas no argumentos.
mesmo órgão e na mesma cidade dirigido a mais de um • Conteúdo: avalia o teor do texto, a pertinência dos
destinatário. É, portanto, um documento interno, embora argumentos, a fuga ao tema, o posicionamento, a
multidirecional. Nele, o destinatário não deve ser tratado consistência da argumentação.
pelo nome do servidor, mas pelo cargo que ocupa. No Me- • Estilística: avalia a utilização da norma culta padrão,
morando – que pode ser abreviado por Memo. ou Mem. – o coesão e coerência, clareza, concisão e unidade, estilo,
destinatário aparece uma linha antes do assunto, e ambos propriedade vocabular.

42
• Gramática: avalia a ortografia, acentuação, pontua- A2. Margens: passar da margem, mesmo que seja por
ção, conectores, concordância. 0,1 cm; deixar um espaço superior a 0,3 cm entre
seu texto e a margem (direita ou esquerda); iso-
Cada critério acima é subdividido em quesitos. Conheça- lar vogal ao separar sílabas; separar palavras que
-os a seguir e observe a pontuação que eu gosto de sugerir começam com vogal; separar palavras dissílabas;
para avaliação. separar palavras que comecem por “h”; separar
substantivos compostos com hífen com traço abai-
A. ESTÉTICA (2,5) xo da última letra; separar as demais palavras uti-
1. Legibilidade (0,5) lizar traço lateral.
2. Margens (0,5) A3. Parágrafos: parágrafo sem, no mínimo, 2 cm e, no
3. Parágrafos (0,5) máximo, 4 cm da margem esquerda; espaço supe-
4. Fusão de Letras (0,5) rior a 0,3 cm entre a menor e a maior distância de
5. Rasuras (0,5) parágrafos; marcas antes do início dos parágrafos;
frases com mais de 60 palavras; parágrafos com
B. ESTRUTURA (2,5) apenas 1 frase.
1. Esqueleto/Seleção dos argumentos (0,5) A4. Fusão de letras: misturar letras (cursiva ou de im-
2. Introdução (0,5) prensa); utilização incorreta das letras maiúsculas
3. Desenvolvimento/Progressão lógica (0,5) e minúsculas.
4. Conclusão (0,5) A5. Rasuras: rasuras no texto; utilização incorreta de
5. Esquema/Gênero textual (0,5) traço anulatório, sem colocar parênteses ou utilizar
anulações não aceitas (como rabiscos ou mais de
C. CONTEÚDO (2,5) um traço); usar corretivo ou danificar o papel ao
1. Adequação ao tema (0,5) apagar.
2. Domínio de conteúdo (0,5)
3. Pertinência dos argumentos (0,5) B. ESTRUTURA: veja abaixo como se ganha a pontuação:
4. Consistência (0,5) B1. Seleção dos argumentos: transparecer organização
5. Originalidade (0,5) textual; abordar todos os tópicos dados pela banca
na mesma ordem.
D. ESTILÍSTICA (2,5) B2. Introdução: introdução correta, situando o leitor
1. Subjetividade (0,5) do documento oficial com objetividade.
2. Repetição vocabular (0,5) B3. Desenvolvimento / Progressão lógica dos argu-
3. Pouca Objetividade (0,5) mentos: desenvolvimento da argumentação com
4. Coloquialismo (0,5) adequação ao tema, sem fuga total nem parcial da
5. Conotação/estrangeirismo (0,5) problemática.
B4. Conclusão: conclusão correta, finalizando o assunto
E. GRAMÁTICA (NE_____ / TL_____) ali abordado.
1. Ortografia B5. Esquema / Gênero textual: utilizar corretamente
2. Acentuação a estrutura do expediente cobrado no comando
3. Pontuação do exercício; fazer uso da técnica dissertativa no
4. Conectores/Colocação pronominal corpo do texto oficial, sem figuras de linguagem
5. Concordância/Regência nem elementos de outras tipologias textuais; usar
pelo menos que 2/3 do máximo de linhas.
Os critérios Estética e Gramática seguem os mesmos
padrões avaliativos, independentemente do tipo de texto C. CONTEÚDO: veja abaixo como se ganha a pontuação:
que está sendo escrito. C1. Adequação ao tema: objetivo e argumentos, desen-
O critério Estilística funciona de maneira contrária, de
volvendo-os sem fugir do tema; com adequação ao
acordo com a tipologia, pois o que retira pontos em uma dis-
tema..
sertação ou redação oficial é bem visto e concede pontuação
C2. Domínio de conteúdo: com domínio de conteúdo,
em um texto literário como a narração, descrição ou crônica.
mostrar pleno conhecimento do tema e de seus
aspectos adjacentes.
Critérios de Correção C3. Pertinência dos argumentos: demonstrar pertinên-
cia e articulação dos argumentos.
A planilha tem a divisão em 5 critérios: A. Estética, B. Es- C4. Consistência da argumentação: usar argumentação
trutura, C. Conteúdo, D. Estilística, E. Gramática. Os critérios consistente.
A, B, C, D somam 10 pontos e valem 2,5 cada. No critério E, C5. Originalidade: usar argumentação original, sem
somam-se os erros gramaticais. Cada erro representa uma
Língua Portuguesa

transcrever trechos dos textos motivadores.


perda de 0,1.
Veja a seguir o que é apenado ou o que pontua em
cada código. Observação: as técnicas de tipos de desenvolvimento
só pontuam quando há domínio de conteúdo sem
A. ESTÉTICA: veja abaixo os erros que retiram pontos fuga ao tema.
A1. Legibilidade: letra cursiva sem unir; letra de im-
prensa unida; “i” e “j” minúsculas sem pingo; bola D. ESTILÍSTICA: veja abaixo os erros que retiram pontos
no lugar de pingo ou ponto; “ç” errado; til errado; D1. Subjetividade: usar a primeira pessoa (singular ou
“n” e “m” com aparência de “u”; pular linhas; letras plural).
menores sem metade do tamanho das maiores; le- D2. Incoerência ou repetição: repetir palavras das se-
tra menor que 2/3 da altura da linha; letra ilegível. guintes classes gramaticais com a mesma flexão:

43
substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, interjeição; do Presidente da República, sua estrutura segue o
trecho incoerente semanticamente; frase sem nexo modelo antes referido para o padrão ofício.
sintático.
D3. Pouca objetividade: utilizar verbos de ligação; fra- Já a exposição de motivos que submeta à considera-
ses na voz passiva analítica em lugar da sintética; ção do Presidente da República a sugestão de alguma
trechos sem coesão textual. medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto
D4. Coloquialismo: evidenciar características da fala na de ato normativo – embora sigam também a estru-
escrita; utilizar três vezes ou mais a primeira pes- tura do padrão ofício –, além de outros comentários
soa; utilizar três vezes verbos de ligação ou mais; julgados pertinentes por seu autor, devem, obriga-
utilizar mais de uma vez verbos no gerúndio na toriamente, apontar:
mesma frase; começar frase com gerúndio; usar ge- a) na introdução: o problema que está a reclamar a
rúndio com verbo auxiliar no Futuro (Gerundismo); adoção da medida ou do ato normativo proposto;
utilizar gírias, regionalismos ou termos coloquiais; b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medi-
usar contrações indevidas como “num”, “numa”. da ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar
D5. Conotação ou estrangeirismo: utilizar linguagem o problema, e eventuais alternativas existentes para
conotativa, com figuras de linguagem ou sentido equacioná-lo;
figurado; fugir da norma culta padrão da Língua Por- c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser
tuguesa; usar estrangeirismos ou termos técnicos. tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para
solucionar o problema.
E. GRAMÁTICA
E1. Ortografia Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à
E2. Acentuação/Crase exposição de motivos, devidamente preenchido, de
E3. Pontuação acordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II
E4. Conectores/Colocação Pronominal/Incoerência/ do Decreto nº 4.176, de 28 de março de 2002.
Falta de nexo sintático
E5. Concordância/Regência Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do
Ministério ou órgão equivalente) nº , de de
O Cespe/Cebraspe geralmente divide o número de erros de 20 .
gramaticais pelo número de linhas escritas e multiplica por
2. Subtrai esse resultado da NC (critérios A, B, C, D) para 1. Síntese do problema ou da situação que reclama
gerar a NF (nota final). Outras bancas calculam de maneira providências
diferente. Algumas não avaliam a Estética e computam 4
para o Conteúdo; 3 para a estrutura e 3 para a Gramática e
a Estilística juntas. De forma que esta planilha de correção
se aplica a qualquer concurso público que cobre redação 2. Soluções e providências contidas no ato normativo
oficial na prova discursiva. ou na medida proposta

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
3. Alternativas existentes às medidas propostas
Segundo Mendes (2002, p. 19-22):
Mencionar:
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao • se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
Presidente da República ou ao Vice-Presidente para: • se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
a) informá-lo de determinado assunto; • outras possibilidades de resolução do problema.
b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua consideração projeto de ato nor- 4. Custos
mativo. Mencionar:
• se a despesa decorrente da medida está prevista
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi- na lei orçamentária anual; se não, quais as alter-
dente da República por um Ministro de Estado. nativas para custeá-la;
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais • se é o caso de solicitar-se abertura de crédito
de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser extraordinário, especial ou suplementar;
assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, • valor a ser despendido em moeda corrente.
por essa razão, chamada de interministerial.
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
4.2. Forma e Estrutura somente se o ato proposto for medida provisória ou
Língua Portuguesa

Formalmente, a exposição de motivos tem a apre- projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência).
sentação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O
anexo que acompanha a exposição de motivos que Mencionar:
proponha alguma medida ou apresente projeto de • se o problema configura calamidade pública;
ato normativo, segue o modelo descrito adiante. • por que é indispensável a vigência imediata;
A exposição de motivos, de acordo com sua finalida- • se se trata de problema cuja causa ou agrava-
de, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma mento não tenham sido previstos;
para aquela que tenha caráter exclusivamente infor- • se se trata de desenvolvimento extraordinário de
mativo e outra para a que proponha alguma medida situação já prevista.
ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato
simplesmente leva algum assunto ao conhecimento ou medida proposta possa vir a tê-lo).

44
Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada
7. Alterações propostas cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União,
Texto atual Texto proposto no todo ou em parte.

8. Síntese do parecer do órgão jurídico Exemplo de Exposição de Motivos de caráter informativo


• Com base em avaliação do ato normativo ou da
medida proposta à luz das questões levantadas.

A falta ou insuficiência das informações prestadas


pode acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos
Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de
ato normativo para que se complete o exame ou se
reformule a proposta.
O preenchimento obrigatório do anexo para as ex-
posições de motivos que proponham a adoção de
alguma medida ou a edição de ato normativo tem
como finalidade:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema
que se busca resolver;
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas cau-
sas do problema e dos efeitos que pode ter a adoção
da medida ou a edição do ato, em consonância com
as questões que devem ser analisadas na elabora-
ção de proposições normativas no âmbito do Poder
Executivo;
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.

Dessa forma, ao atender às questões que devem


ser analisadas na elaboração de atos normativos no
âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de
motivos e seu anexo complementam-se e formam
um todo coeso: no anexo, encontramos uma avalia-
ção profunda e direta de toda a situação que está a
reclamar a adoção de certa providência ou a edição
de um ato normativo; o problema a ser enfrentado
e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
e seus custos; e as alternativas existentes. O texto
da exposição de motivos fica, assim, reservado à MENSAGEM
demonstração da necessidade da providência pro-
posta: por que deve ser adotada e como resolverá Segundo Mendes (2002):
o problema.
Nos casos em que o ato proposto for questão de pes- É o instrumento de comunicação oficial entre os Che-
soal (nomeação, promoção, ascensão, transferência, fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens
readaptação, reversão, aproveitamento, reintegra- enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
ção, recondução, remoção, exoneração, demissão, Legislativo para informar sobre fato da Administração
dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é ne- Pública; expor o plano de governo por ocasião da
cessário o encaminhamento do formulário de anexo abertura de sessão legislativa; submeter ao Congres-
à exposição de motivos. so Nacional matérias que dependem de deliberação
de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agra-
Ressalte-se que: decer comunicações de tudo quanto seja de interesse
• a síntese do parecer do órgão de assessoramento dos poderes públicos e da Nação.
jurídico não dispensa o encaminhamento do parecer Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
completo;
Ministérios à Presidência da República, a cujas asses-
• o tamanho dos campos do anexo à exposição de
sorias caberá a redação final.
motivos pode ser alterado de acordo com a maior
Língua Portuguesa

As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao


ou menor extensão dos comentários a serem ali in-
cluídos. Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, com-
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presen- plementar ou financeira. [...]
te que a atenção aos requisitos básicos da redação b) encaminhamento de medida provisória. [...]
oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalida- c) indicação de autoridades. [...]
de, padronização e uso do padrão culto de linguagem) d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-
deve ser redobrada. -Presidente da República se ausentarem do País por
A exposição de motivos é a principal modalidade de mais de 15 dias. [...]
comunicação dirigida ao Presidente da República e) encaminhamento de atos de concessão e reno-
pelos Ministros. vação de concessão de emissoras de rádio e TV. [...]

45
f) encaminhamento das contas referentes ao exer- usada devido ao desenvolvimento da Internet. É uti-
cício anterior. [...] lizado para a transmissão de mensagens urgentes e
g) mensagem de abertura da sessão legislativa. [...] para o envio antecipado de documentos, de cujo co-
h) comunicação de sanção (com restituição de au- nhecimento há premência, quando não há condições
tógrafos). [...] de envio do documento por meio eletrônico. Quando
i) comunicação de veto. [...] necessário o original, ele segue posteriormente pela
j) outras mensagens. [...] via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com
Exemplo de Mensagem cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel,
em certos modelos, se deteriora rapidamente.
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e
a estrutura que lhes são inerentes.
É conveniente o envio, juntamente com o documento
principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formu-
lário com os dados de identificação da mensagem a
ser enviada, conforme exemplo a seguir:

Correio Eletrônico (e-mail)


Definição e finalidade

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se


prática comum, não só em âmbito privado, mas também na
administração pública. O termo e-mail pode ser empregado
com três sentidos. Dependendo do contexto, pode significar
gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmis-
são de mensagem eletrônica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um
FORMAS DE ENVIO DOS EXPEDIENTES documento oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se
evitar o uso de linguagem incompatível com uma comuni-
Telegrama cação oficial.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores
Segundo Mendes (2002): públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a extensão
“.gov.br”, por exemplo.
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas,
os procedimentos burocráticos, passa a receber o tí- por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal
tulo de telegrama toda comunicação oficial expedida forma de envio e recebimento de documentos na adminis-
por meio de telegrafia, telex etc. tração pública.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa
aos cofres públicos e tecnologicamente superada, Valor Documental
deve restringir-se o uso do telegrama apenas àque-
las situações que não seja possível o uso de correio Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utili- agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor documental,
zação e, também em razão de seu custo elevado, esta isto é, para que possa ser aceito como documento original,
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão é necessário existir certificação digital que ateste a identi-
Língua Portuguesa

(v. Concisão e Clareza). dade do remetente, segundo os parâmetros de integridade,


Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e autenticidade e validade jurídica da Infraestrutura de Chaves
a estrutura dos formulários disponíveis nas agências Públicas Brasileira – ICP – Brasil.
dos Correios e em seu sítio na Internet. O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail
sem certificação digital ou com certificação digital fora ICP-
Fax -Brasil; contudo, caso haja questionamento, será obrigatório
a repetição do ato por meio documento físico assinado ou
Segundo Mendes (2002): por meio eletrônico reconhecido pela ICP-Brasil.
Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) aceitação de documento eletrônico que não atenda os pa-
é uma forma de comunicação que está sendo menos râmetros da ICP-Brasil.

46
Forma e Estrutura 1. Título – ATA. Em se tratando de atas elaboradas
sequencialmente, indicar o respectivo número da
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico reunião ou sessão, em caixa alta.
é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização 2. Texto, incluindo:
da mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar a) Preâmbulo: registro da situação espacial e tempo-
algumas orientações quanto à sua estrutura. ral e participantes;
b) Registro dos assuntos abordados e de suas deci-
Campo “Assunto” sões, com indicação das personalidades envolvidas,
O assunto deve ser o mais claro e específico possível,
se for o caso; e
relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem
irá receber a mensagem identificará rapidamente do que c) Fecho: termo de encerramento com indicação, se
se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a necessário, do redator, do horário de encerramento,
mensagem na caixa do correio eletrônico. de convocação de nova reunião, etc.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o
conteúdo completo da mensagem para que não pareça, ao Observações:
receptor, que se trata de mensagem não solicitada/lixo ele- 1. A ata será assinada e/ou rubricada por todos os
trônico. Em vez de “Reunião”, um assunto mais preciso seria presentes à reunião ou apenas pelo Presidente e Rela-
“Agendamento de reunião sobre a Reforma da Previdência”. tor, dependendo das exigências regimentais do órgão.
2. A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas,
Local e Data deve-se, em caso de erro, utilizar o termo “digo”, se-
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez que guida da informação correta a ser registrada. No caso
o próprio sistema apresenta essa informação.
de omissão de informações ou de erros constatados
Saudação Inicial/Vocativo após a redação, usa-se a expressão “Em tempo” ao
final da ata, com o registro das informações corretas.
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por
uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, Modelo
para receptores desconhecidos ou para particulares, deve-se
utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais,
ou seja, “Senhor” ou “Senhora”, seguido do cargo respectivo,
ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.

Exemplos:
Senhor Coordenador,
Prezada Senhora,

Fecho
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações
oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abre-
viações como “Att.”, e de outros fechos, como “Abraços”,
“Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são
fechos oficiais e, portanto, não devem ser utilizados em e-
-mails profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita uma
saudação inicial e um fecho menos formais. No entanto, a
linguagem do texto dos correios eletrônicos deve ser formal,
como a que se usaria em qualquer outro documento oficial.
CARTA
Bloco de Texto da Assinatura
Sugere-se que todas as instituições da administração pú- Segundo Freitas (2004):
blica adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura
do e-mail deve conter o nome completo, o cargo, a unidade, É a forma de correspondência emitida por particu-
o órgão e o telefone do remetente. lar, ou autoridade com objetivo particular, não se
confundindo com o memorando (correspondência
Exemplo: interna) ou o ofício (correspondência externa), nos
Maria da Silva
Língua Portuguesa

quais a autoridade que assina expressa uma opinião


Assessora
ou dá uma informação não sua, mas, sim, do órgão
Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
pelo qual responde. Em grande parte dos casos da
(61)XXXX-XXXX
correspondência enviada por deputados, deve-se
usar a carta, não o memorando ou ofício, por estar o
ATA parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação
Segundo Freitas (2004): de sua responsabilidade, e não especificamente da
Câmara dos Deputados. O parlamentar deverá assinar
É o instrumento utilizado para o registro expositivo memorando ou ofício apenas como titular de função
dos fatos e deliberações ocorridos em uma reunião, oficial específica (presidente de comissão ou membro
sessão ou assembleia. da Mesa, por exemplo).

47
Estrutura Modelo
1. Local e data.
2. Endereçamento, com forma de tratamento, desti-
natário, cargo e endereço.
3. Vocativo.
4. Texto.
5. Fecho.
6. Assinatura: nome e, quando necessário, função
ou cargo.

Observações:
1. Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá
numerá-las. Nesse caso, a numeração poderá apoiar-
-se no padrão básico de diagramação.
2. O fecho da carta segue, em geral, o padrão da
correspondência oficial, mas outros fechos podem
ser usados, a exemplo de “Cordialmente”, quando se
deseja indicar relação de proximidade ou igualdade
de posição entre os correspondentes.

Modelo

ATESTADO
Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo
do Distrito Federal (FREITAS, 2006):

É o documento pelo qual um servidor afirma a vera-


cidade de um fato ou a existência de uma situação de
direito da qual tem conhecimento em razão do cargo
que ocupa ou da função que exerce.

Estrutura:
1. cabeçalho
2. denominação do documento
3. exposição do assunto
4. local e data
5. nome do signatário
DECLARAÇÃO 6. rodapé

Segundo Freitas (2004): CERTIDÃO

É o documento em que se informa, sob responsabili- Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo
dade, algo sobre pessoa ou acontecimento. do Distrito Federal (FREITAS, 2006):
É o documento revestido de formalidades legais pelo
Estrutura qual a autoridade competente faz certa a existência
(ou a inexistência), nos arquivos de uma unidade
1. Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
administrativa, de registro referente a determinado
2. Texto: exposição do fato ou situação declarada,
ato ou fato.
com finalidade, nome do interessado em destaque
(em maiúsculas) e sua relação com a Câmara nos ca- Estrutura:
sos mais formais. 1. cabeçalho
3. Local e data. 2. denominação do documento
4. Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso 3. exposição do assunto
Língua Portuguesa

de autoridade, função ou cargo. 4. local e data


5. identificação do signatário
Observações: 6. rodapé
1. A declaração documenta uma informação prestada
por autoridade ou particular. No caso de autoridade, REQUERIMENTO
a comprovação do fato ou o conhecimento da situa-
ção declarada deve ser em razão do cargo que ocupa Segundo Freitas (2004):
ou da função que exerce.
2. Declarações que possuam características específi- É o instrumento por meio do qual o interessado re-
cas podem receber uma qualificação, a exemplo da quer a uma autoridade administrativa um direito do
“declaração funcional”. qual se julga detentor.

48
Estrutura sido submetido para análise e competente pronun-
1. Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ciamento. Visa a fornecer subsídios para tomada de
ou seja, da autoridade competente. decisão.
2. Texto, incluindo:
a) Preâmbulo, contendo nome do requerente (gra- Estrutura
fado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação: 1. Número de ordem (quando necessário).
nacionalidade, estado civil, profissão, documento de 2. Número do processo de origem.
identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins de 3. Ementa (resumo do assunto).
preferência na tramitação do processo, segundo a 4. Texto, compreendendo:
Lei 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja a) Histórico ou relatório (introdução);
servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à
b) Parecer (desenvolvimento com razões e justifica-
qualificação civil deve ser colocado o número do re-
gistro funcional e a lotação); tivas);
b) Exposição do pedido, de preferência indicando os c) Fecho opinativo (conclusão).
fundamentos legais do requerimento e os elementos 5. Local e data.
probatórios de natureza fática. 6. Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista.
3. Fecho:
“Nestes termos, Observações:
Pede deferimento”. 1. Além do Parecer Administrativo, acima conceitua-
4. Local e data. do, existe o Parecer Legislativo, que é uma proposi-
5. Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou ção, e, como tal, definido no art. 126 do Regimento
cargo. Interno da Câmara dos Deputados.
2. O desenvolvimento do parecer pode ser dividido
Observações: em tantos itens (e estes intitulados) quantos bastem
1. Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, ao parecerista para o fim de melhor organizar o as-
reivindicação ou manifestação, o documento utilizado sunto, imprimindo-lhe clareza e didatismo.
será um abaixo-assinado, com estrutura semelhante
à do requerimento, devendo haver identificação das Modelo
assinaturas.
2. A Constituição Federal assegura a todos, indepen-
dentemente do pagamento de taxas, o direito de pe-
tição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 5º, XXXIV,
“a”), sendo que o exercício desse direito se instrumen-
taliza por meio de requerimento. No que concerne
especificamente aos servidores públicos, a lei que
institui o Regime Único estabelece que o requerimen-
to deve ser dirigido à autoridade competente para
decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a
que estiver imediatamente subordinado o requerente
(Lei nº 8.112/1990, art. 105).

Modelo

RELATÓRIO
Segundo Freitas (2004):

É o relato expositivo, detalhado ou não, do funciona-


mento de uma instituição, do exercício de atividades
ou acerca do desenvolvimento de serviços específicos
Língua Portuguesa

num determinado período.

Estrutura
1. Título – RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE...
2. Texto – registro em tópicos das principais atividades
PARECER desenvolvidas, podendo ser indicados os resultados
parciais e totais, com destaque, se for o caso, para os
Segundo Freitas (2004): aspectos positivos e negativos do período abrangido.
O cronograma de trabalho a ser desenvolvido, os
É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal quadros, os dados estatísticos e as tabelas poderão
ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe haja ser apresentados como anexos.

49
3. Local e data.
4. Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) 4. Considerações finais
.........................................................................................................
relator(es).
.........................................................................................................

Observações:
Brasília, .....de .... de 200...
1. No caso de Relatório de Viagem, aconselha-se
registrar uma descrição sucinta da participação do Nome
servidor no evento (seminário, curso, missão oficial Função ou Cargo
e outras), indicando o período e o trecho compre-
endido. Sempre que possível, o Relatório de Viagem
deverá ser elaborado com vistas ao aproveitamento
efetivo das informações tratadas no evento para os DESPACHO
trabalhos legislativos e administrativos da Casa.
2. Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, Segundo Freitas (2004):
deve-se atentar para os seguintes procedimentos:
É o pronunciamento de autoridade administrativa
a) abster-se de transcrever a competência formal das em petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao an-
unidades administrativas já descritas nas normas in- damento do processo. Pode ter caráter decisório ou
ternas; apenas de expediente.
b) relatar apenas as principais atividades do Órgão;
c. evitar o detalhamento excessivo das tarefas exe- Estrutura
cutadas pelas unidades administrativas que lhe são 1. Nome do órgão principal e secundário.
subordinadas; 2. Número do processo.
d) priorizar a apresentação de dados agregados, gran- 3. Data.
des metas realizadas e problemas abrangentes que 4. Texto.
foram solucionados; 5. Assinatura e função ou cargo da autoridade.
e) destacar propostas que não puderam ser concre-
tizadas, identificando as causas e indicando as prio- Observação: O despacho pode constituir-se de uma
ridades para os próximos anos; palavra, de uma expressão ou de um texto mais longo.
f) gerar um relatório final consolidado, limitado,
Modelo
se possível, ao máximo de 10 (dez) páginas para o
conjunto da Diretoria, Departamento ou unidade
equivalente. CÂMARA DOS DEPUTADOS
ÓRGÃO PRINCIPAL
Modelo Órgão Secundário
Processo n. ...........
CÂMARA DOS DEPUTADOS Em..../..../200...
ÓRGÃO PRINCIPAL
Órgão Secundário
(Texto) ..............................................................................................
RELATÓRIO .........................................................................................................
Introdução .........................................................................................................
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas.
Em se tratando de relatório de viagem, indicar a denominação do
Nome
evento, local e período compreendido.
Função ou Cargo
Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
......................................................................................................... DESPACHO DECISÓRIO
.........................................................................................................
Tópico 1.1 Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo
Havendo subdivisões, os assuntos subsequentes serão apresenta-
do Distrito Federal (FREITAS, 2006):
dos hierarquizados à temática geral.
.........................................................................................................
É o meio formal por que uma autoridade decide so-
.........................................................................................................
bre solicitação recebida ou determina a adoção de
Língua Portuguesa

Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
providências sobre assunto.
.........................................................................................................
......................................................................................................... Estrutura
Tópico 3 1. cabeçalho
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado. 2. denominação do documento
......................................................................................................... 3. data
......................................................................................................... 4. referências
Tópico 3.1 5. assunto
......................................................................................................... 6. exposição do assunto
......................................................................................................... 7. identificação do signatário
8. rodapé

50
DESPACHO INTERLOCUTÓRIO • Objeto: é o efeito jurídico imediato produzido. É a
criação, a modificação ou a comprovação de situa-
Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo ções jurídicas concernentes a pessoas, a coisas ou a
do Distrito Federal (FREITAS, 2006): atividades sujeitas à atuação do Poder Público. Diz-se
que o objeto identifica-se com o conteúdo do ato. Por
É o meio formal por que uma autoridade administra- meio dele a administração manifesta o seu poder e a
tiva encaminha, à apreciação de outra, documento sua vontade ou atesta simplesmente situações pré-
que havia sido submetido a sua consideração. -existentes. Nesse sentido, o objeto deverá ser lícito,
possível, certo e moral.
Estrutura: • Forma: a forma em que a Administração Pública
1. expressão introdutória (quando pertinente) deverá exteriorizar o ato administrativo constitui
2. expressão de encaminhamento elemento vinculado e indispensável à sua perfeição.
A inexistência da forma induz à inexistência do ato
3. data
administrativo. Como regra, a forma do ato adminis-
4. identificação do signatário
trativo é a escrita, embora existam atos consubstan-
ciados em ordens verbais, e até mesmo em sinais con-
ATOS ADMINISTRATIVOS vencionais, como ocorre nas sinalizações de trânsito,
nas instruções momentâneas de superior a inferior
Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo hierárquico, nas determinações da polícia em casos
do Distrito Federal (FREITAS, 2006): de urgência. A rigor, ato escrito em forma legal não
se exporá à invalidade.
Administração Pública, em sentido subjetivo, compre- • Motivo: é a situação de direito ou de fato que deter-
ende as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos mina ou autoriza a realização do ato administrativo.
que exerçam a função administrativa e, em sentido O motivo, como elemento integrante da perfeição do
objetivo, a atividade administrativa exercida pelos ór- ato, pode vir expresso em lei ou pode ser deixado a
gãos do Governo do Distrito Federal. Para a execução critério do administrador.
desta função, deve-se observar o que dispõe a Carta Tratando-se de motivo vinculado pela lei, o agente
Magna, no caput do artigo 37 – “A administração da Administração, ao praticar o ato, fica na obrigação
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da de justificar a existência do motivo, sem o qual será
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- inválido ou pelo menos invalidável por ausência da
cípios obedecerá aos princípios de legalidade, im- motivação.
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.
Pode-se dizer que os atos praticados no exercício des- Ato administrativo normativo
sa função são atos da Administração, como esclarece Conceito:
Maria Sylvia Zanella Di Pietro em sua obra Direito Atos são determinações expedidas por autoridade
Administrativo: “todo ato praticado no exercício da administrativa competente que estabelecem normas
função administrativa é ato da Administração”. ou regras, com vistas à correta aplicação da lei.
Os atos da Administração podem ser classificados sob Atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter
diferentes aspectos e abrangem vários tipos, além normativos, ou estabelecem regras de conduta dos
dos conhecidos atos administrativos. Destacam-se cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos
as comunicações oficiais, que devem observar os públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração
preceitos norteadores de elaboração dos atos ad- for empregada na linguagem adequada.
ministrativos. Assim, são apresentadas as principais Segundo Hely Lopes Meirelles, “atos administrativos
características desses atos. normativos são aqueles que contêm um comando
geral do Executivo, visando à correta aplicação da
Segundo Di Pietro, tem-se que ato administrativo “é a
lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a
declaração do Estado ou de quem o represente, que
norma legal a ser observada pela Administração e
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância
pelos administrados”.
da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeito
Antes de ser exposta a padronização de cada um des-
a controle pelo Poder Judiciário”. ses atos e as respectivas conceituações, estruturas,
características e exemplificações, serão apresentados
Elementos do ato administrativo alguns aspectos da técnica legislativa adotada na Ad-
O direito positivo brasileiro, na Lei n° 4.717, de 29 de ministração Pública.
junho de 1965, dispõe, em seu art. 2º, que os atos
administrativos possuem cinco elementos para sua Sistemática dos atos administrativos normativos
formação, a saber: competência, finalidade, objeto, Assim como as leis, os atos administrativos normati-
forma e motivo.
Língua Portuguesa

vos deverão ser estruturados de modo que suas dis-


• Competência: é a faculdade atribuída por lei a posições se revelem coerentes entre si, organizadas
agente público para a prática do ato. A competência em um sistema harmônico, redigidas com precisão,
administrativa é intransferível e improrrogável pela clareza, concisão e coesão. É recomendável que eles
vontade dos interessados, entretanto, poderá ser se submetam, no que couber, às determinações da
delegada e avocada nos termos da lei. Lei Complementar nº 13, de 3 de setembro de 1996 –
• Finalidade: é o resultado que se quer alcançar com republicada no Diário Oficial do Distrito Federal de 22
a prática do ato. É o efeito mediato que o ato produz. de outubro de 1996 –, que dispõe sobre a elaboração,
Não se compreende ato administrativo sem fim pú- redação, alteração e consolidação das leis do Distrito
blico. A alteração da finalidade de interesse público Federal. Desse modo, destacam-se a seguir alguns cri-
caracteriza desvio de poder e o ato administrativo que térios de sistematização e algumas orientações gerais
não atinge o interesse público deverá ser invalidado. para a redação dos atos administrativos normativos.

51
Critérios de sistematização dos atos administrativos Agrupamentos de artigos
normativos • Os artigos de um ato administrativo normativo po-
Os atos normativos destinam-se a regulamentar derão reunir-se em unidades de agrupamento, de
grande variedade de situações e matérias e, como a acordo com a afinidade existente entre os assuntos
natureza de cada objeto condiciona – ao menos par- de que tratam.
cialmente – a organização de um ato, muitos são os • O agrupamento de artigos terá por base o capítulo.
critérios de sistematização dos atos administrativos • O capítulo poderá ser dividido em duas ou mais
normativos. No entanto, algumas regras básicas de- seções e cada seção, em duas ou mais subseções.
verão ser adotadas e poderão ser enunciadas, ainda • Os capítulos poderão ser agrupados em título.
que exista grande margem de discricionariedade para
a escolha dos critérios a serem empregados. Orientações gerais para a redação dos atos admi-
O ato administrativo normativo deverá ser sistema- nistrativos normativos
tizado de tal modo que: Apresentam-se abaixo algumas orientações para
• as matérias nele contidas estejam vinculadas umas auxiliar o servidor incumbido da redação de atos
às outras por afinidade, pertinência ou conexão; administrativos normativos.
• os procedimentos nele disciplinados o sejam se- Ao redigir um ato normativo, deve-se:
gundo uma ordem cronológica; • ter delimitado com precisão e clareza o objeto e o
• o critério adotado seja preservado ao longo de todo âmbito de aplicação do ato;
o ato; • ter definida a finalidade que o ato pretende alcan-
• o texto seja disposto em unidades básicas: os ar- çar;
tigos; • conferir se existe base legal para a expedição do ato;
• os institutos diversos sejam regulamentados se- • cuidar para que o texto esteja em harmonia com
paradamente; o ordenamento jurídico, evitando assim estabelecer
• as matérias afins ou conexas sejam disciplinadas normas que:
em dispositivos próximos uns dos outros; 1. contrariem a Constituição Federal, a Lei Orgânica,
• as matérias que guardem afinidade objetiva sejam as leis ou os princípios de direito,
agrupadas, segundo um mesmo critério, em títulos, 2. afrontem o direito adquirido, o ato jurídico perfeito
capítulos, seções ou subseções.
ou a coisa julgada,
3. disciplinem matéria reservada a lei, em sentido
Articulação do texto
formal,
• Os textos dos atos administrativos normativos de-
4. disponham sobre objeto diverso, ampliem ou re-
verão ser articulados e as unidades básicas dessa
duzam o âmbito de aplicação da norma legal que
articulação serão os artigos.
visa regulamentar,
• Os artigos poderão desdobrar-se em parágrafos ou
em incisos; os parágrafos, em incisos; os incisos, em 5. tratem de matéria suficientemente regulamentada
alíneas; as alíneas, em itens. por normas já existentes – redundância, ou
• Os parágrafos, os incisos, as alíneas e os itens de- 6. extrapolem a competência atribuída à autoridade
verão ser unidades de articulação complementar do expedidora;
artigo e não poderão existir independentes dele. • verificar a exequibilidade do ato normativo;
• O conteúdo de cada artigo deverá restringir-se a • regulamentar a matéria de modo que o objetivo
um único assunto ou princípio. almejado possa, de fato, ser alcançado com o ato
• Cada artigo poderá conter apenas uma regra, ex- normativo – eficácia;
pressa em uma única frase. • evitar restrições excessivamente burocráticas;
• O caput dos artigos não poderá ser desdobrado • identificar as normas já existentes que serão afe-
em incisos se já tiver sido complementado por pa- tadas;
rágrafos. • assegurar-se de que foram estabelecidas as me-
• Os parágrafos deverão explicar ou modificar – sem- didas necessárias à implementação das disposições
pre que possível, por meio de uma única frase – a normativas;
disposição principal de um artigo. • usar a norma culta da língua portuguesa;
• Os aspectos complementares e as exceções à regra • preferir o vocabulário jurídico consagrado pelo Di-
estabelecida no caput do artigo deverão ser expres- reito ao vocabulário comum;
sos por meio de parágrafos. • evitar as ambiguidades, os preciosismos e o empre-
• As discriminações ou enumerações deverão ser go de neologismos, de adjetivações desnecessárias
feitas por meio de incisos, alíneas ou itens. ou de vocábulos e expressões de línguas estrangeiras;
• Os incisos deverão complementar o sentido oracio- • empregar, quando a norma versar sobre assunto
nal do caput de um artigo (ou parágrafo) ou explicitar técnico, nomenclatura própria da área a que pertença
Língua Portuguesa

normas contidas em princípio ou termo do caput de o objeto regulamentado, salvo se vocábulos comuns
um artigo (ou parágrafo). puderem ser usados com precisão;
• As alíneas deverão complementar o sentido ora- • redigir por extenso quaisquer números indicado-
cional de um inciso – e jamais de um artigo ou de res de quantidade, fração, percentagem, medida ou
um parágrafo. valor, excetuadas as referências às datas, aos atos
• Os itens deverão complementar o sentido oracional normativos ou aos dispositivos de atos normativos e
de uma alínea – e jamais de um artigo, de um pará- aqueles números de cuja redação prejudique a com-
grafo ou de um inciso. preensão do texto;
• Os primeiros artigos dos atos administrativos nor- • expressar valores monetários em algarismos ará-
mativos extensos deverão indicar o objeto e o âmbito bicos, seguidos de sua indicação por extenso, entre
de aplicação desses atos. parênteses;

52
• manter a uniformidade do tempo verbal em todo • O texto de um artigo deverá iniciar-se com letra
o texto, dando preferência ao presente ou ao futuro maiúscula e terminar com ponto final, salvo se for
do presente do modo indicativo; desdobrado em incisos, caso em que deverá terminar
• preferir orações afirmativas às negativas e a ordem com dois-pontos.
direta dos termos à indireta;
• evitar definição de conceitos e expressões diversa Do parágrafo
da que constar de lei ou ato administrativo normativo • Os parágrafos de um artigo que contém apenas um
ainda vigente; parágrafo deverão iniciar-se com a expressão “Pa-
• cuidar para que seja guardada a coerência entre rágrafo único” – tendo apenas a inicial do vocábulo
as definições legais que se fizerem necessárias no “Palavra” em maiúsculo, – seguida de ponto final.
texto da norma; • Os parágrafos de um artigo que contém mais de
• expressar as ideias, quando repetidas no texto, por um parágrafo deverão iniciar-se com o símbolo “§”,
meio das mesmas palavras, evitando o emprego de seguido de algarismo arábico.
sinonímias com propósito meramente estilístico; • Os parágrafos de um artigo têm numeração própria
• explicitar, junto à primeira ocorrência, o significado e independente da dos parágrafos de outros artigos.
das siglas, das abreviaturas e dos sinais aos quais se • A numeração dos parágrafos de um artigo deverá
fizerem referência no texto; ser feita em ordem crescente e ininterrupta.
• indicar expressamente o dispositivo a que se faz re- • Os nove primeiros parágrafos de um artigo deve-
missão, evitando expressões muitas vezes imprecisas rão ser numerados por meio dos algarismos ordinais
como “anterior”, “seguinte” ou similares; “1º,” “2º”; “3º”, “4º”, “5º”, “6º”, “7º”, “8º” e “9º”; os
• evitar o uso de vocábulos, expressões ou frases demais, por cardinais.
explicativas, esclarecedoras ou exemplificativas, tais • Entre a numeração em ordinais e o texto normativo,
como: “isto é”, “ou seja” e “por exemplo”; não será colocado nenhum sinal; depois da numera-
• explicitar, ainda que minimamente, o conteúdo dos ção em cardinal, será colocado um ponto final.
dispositivos dos outros atos normativos a que se faça O texto de um parágrafo deverá iniciar-se com letra
remissão. maiúscula e 1. dois-pontos, se o parágrafo for desdo-
brado em incisos; ou 2. ponto-final, nos demais casos.
Diagramação dos atos administrativos normativos
Na diagramação dos atos administrativos normativos Do Inciso
do Governo do Distrito Federal, deverão ser obser- • A numeração dos incisos deverá ser feita com alga-
vados os seguintes padrões de formatação, exceto rismos romanos em maiúsculo.
quando houver ressalvas em contrário, apresentadas • O algarismo que enumera os incisos deverá estar
à esquerda do texto normativo e separado dele por
nas configurações específicas:
meio de um hífen.
• O hífen deverá ser separado do algarismo e do texto
Configurações gerais
normativo do inciso por meio de espaço em branco.
• O papel utilizado deverá ser branco e do tamanho
• Os incisos de um artigo (ou de um parágrafo) têm
A4.
numeração própria e independente da dos incisos de
• As margens superior, inferior e direita deverão ser
outros artigos (ou parágrafos).
de 2 cm, e a esquerda, de 3 cm. • A numeração dos incisos de um artigo (ou de um
• A fonte utilizada deverá ser Times New Roman de parágrafo) deverá ser feita em ordem crescente e
cor preta e de tamanho 12. ininterrupta.
• O uso de outras cores estará reservado apenas à • O texto de um artigo ou de um parágrafo não po-
impressão de emblemas, gráficos e ilustrações. derá desdobrar-se em um único inciso.
• O espaçamento entre linhas deverá ser simples. • O texto de um inciso deverá iniciar-se com letra
• O texto deverá estar com o alinhamento justificado. minúscula – exceto quando a norma culta da língua
• As linhas do texto não terão recuo da margem es- portuguesa exigir o emprego de letra maiúscula – e
querda. terminar com:
• O espaço entre títulos, capítulos, seções, subseções, 1. dois-pontos, se o inciso for desdobrado em alíneas;
artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens deverá ser 2. ponto e vírgula, se o inciso anteceder imediatamen-
de 0,5 cm. te outro inciso não for desdobrado em alíneas; ou
• A numeração das páginas de um documento ocor- 3. ponto final, nos demais casos.
rerá somente a partir da segunda. • Um dos conectivos “e” ou “ou” deverá ser utilizado
no penúltimo inciso, depois do ponto-e-vírgula, con-
Do artigo forme sejam os dispositivos da sequência cumulativos
• Os artigos deverão iniciar-se com a abreviatura ou disjuntivos, respectivamente.
Língua Portuguesa

“Art.” – tendo apenas a inicial em maiúsculo –, se-


guida de algarismo arábico. Da alínea
• A numeração dos artigos de um ato normativo • As alíneas deverão ser indicadas por meio de letras
deverá ser feita em ordem crescente e ininterrupta. minúsculas do alfabeto da língua portuguesa, segui-
• Os nove primeiros artigos de um ato normativo das do parêntese “)”.
deverão ser numerados por meio dos algarismos or- • A sequência de letras que indicam as alíneas de
dinais “1º,” “2º”; “3º”, “4º”, “5º”, “6º”, “7º”, “8º” e um inciso deverá seguir a ordem alfabética e ser
“9º”; os demais, por cardinais. ininterrupta.
• Entre a numeração em ordinais e o texto normativo, • As alíneas de um inciso seguem sequência de in-
não será colocado nenhum sinal; depois da numera- dicadores própria e independente da das alíneas de
ção em cardinal, será colocado um ponto final. outros incisos.

53
• A letra indicadora de uma alínea deverá estar à Das remissões
esquerda do texto normativo. • As remissões a dispositivo de ato normativo iniciam-
• O texto normativo de uma alínea deverá iniciar-se -se pelo artigo, que, quando seguido do respectivo
com letra minúscula – exceto quando a norma culta número, é indicado pela abreviatura “art.” ou “arts.”,
da língua portuguesa exigir o emprego de letra mai- conforme haja referência a um ou a mais de um arti-
úscula – e terminar com: go, respectivamente.
1. dois-pontos, se a alínea for desdobrada em itens; • Caso existam, as remissões a unidades de articu-
2. ponto e vírgula, se a alínea anteceder imediata- lação complementares do artigo deverão seguir-se
mente outra alínea e não for desdobrada em itens; ou ao número do artigo, devendo a da unidade mais
3. ponto-final, nos demais casos. abrangente preceder a da menos – emprega-se, en-
• Um dos conectivos “e” ou “ou” deverá ser utilizado tão, a vírgula como sinal de separação das remissões
na penúltima alínea, depois do ponto-e-vírgula, con- às diferentes unidades.
forme sejam os dispositivos da sequência cumulativos • Os parágrafos, quando seguidos do respectivo nú-
ou disjuntivos, respectivamente. mero, deverão ser indicados pela abreviatura “§” ou
• O texto de um inciso não poderá desdobrar-se em “§§”, conforme haja referência a um ou mais pará-
uma única alínea.
grafos, respectivamente.
Do item
Da ementa
• A numeração dos itens deverá ser feita com alga-
rismos arábicos. • O espaço entre a ementa e a epígrafe deverá ser
• O algarismo que enumera um item deverá estar à de 0,5 cm.
esquerda do texto normativo e ser seguido de ponto • A síntese do conteúdo ou da finalidade do ato admi-
final. nistrativo normativo deverá estar a 8 cm da margem
• Os itens de uma alínea têm numeração própria e esquerda.
independente da dos itens de outras alíneas. • A ementa deverá ser uma frase iniciada por um
• A numeração dos itens de uma alínea deverá ser verbo na terceira pessoa do singular do presente do
feita em ordem crescente e ininterrupta. indicativo.
• O texto normativo de um item deverá iniciar-se • A expressão “e dá outras providências” deverá ser
com letra minúscula – exceto quando a norma culta evitada.
da língua portuguesa exigir o emprego de letra mai- • O ato administrativo normativo cuja finalidade prin-
úscula – e terminar com: cipal seja a de alterar outro deverá incluir, em sua
1. ponto e vírgula, se o item anteceder imediatamen- ementa, a ementa do ato alterado.
te outro item, uma alínea, ou um inciso; ou
2. ponto-final, nos demais casos. Do preâmbulo
• Um dos conectivos “e” ou “ou” deverá ser utilizado • O espaço entre o preâmbulo e o campo anterior
no penúltimo item, depois do ponto e vírgula, confor- deverá ser de 0,5 cm.
me sejam os dispositivos da sequência cumulativos • O preâmbulo inicia-se com a denominação do ór-
ou disjuntivos, respectivamente. gão emitente (ou do cargo da autoridade signatária)
• O texto de uma alínea não poderá desdobrar-se do ato administrativo normativo, seguida da funda-
em um único item. mentação legal da competência para a emissão do
ato, e encerra-se com a apresentação da ordem de
Dos capítulos, das subseções, das seções e dos tí- execução.
tulos • A denominação do órgão emitente ou a da auto-
• A denominação das unidades de agrupamento de- ridade signatária do ato deverá ser completa e sem
verá conter: abreviações, escrita em caixa alta, precedida do artigo
1. o nome do tipo da unidade; definido a ela adequado e junto à margem esquerda.
2. o algarismo romano em maiúsculo, que enumera • O fundamento legal da competência para a emissão
a unidade; e do ato deverá separar-se por vírgula da denominação
3. o nome do assunto disciplinado na unidade.
do autor.
• As denominações das unidades de agrupamento
• A ordem de execução consistirá em apenas uma das
deverão estar centralizadas.
seguintes expressões, escrita em caixa alta e seguida
• O nome do assunto tratado em cada unidade de
agrupamento deverá ser iniciado pela preposição de dois-pontos:
“De”, contraída com o artigo apropriado: “o”, ”a”, •DECRETA” ou ‘‘RESOLVE’’; a primeira, se o ato for
”os”, ”as”. um decreto numerado; a segunda, nos demais atos
• O nome do tipo da unidade de agrupamento e o administrativos normativos.
Língua Portuguesa

algarismo que a enumera deverão estar separados


por um espaço em branco. Do texto normativo: cláusulas revogatória e de vi-
• O nome do assunto disciplinado na unidade de gência
agrupamento deverá estar na linha abaixo à do nome • O espaço entre o texto normativo e o preâmbulo
do tipo da unidade. deverá ser de 0,5 cm se o texto for articulado; caso
• Os nomes das unidades que sejam capítulo ou título contrário, não haverá espaço entre esses campos.
e os nomes dos assuntos nelas disciplinados deverão • O último artigo do texto normativo é, usualmente,
ser grafados em caixa alta. reservado para a apresentação dos atos ou das partes
• Os nomes das unidades que sejam seção ou subse- dos atos que, em face do novo regulamento, ficam
ção e os nomes dos assuntos nelas disciplinados de- revogados.
verão ser grafados com apenas as iniciais em maiús­ • A revogação deverá ser específica, isto é, indicar
culo, excetuadas a dos artigos e das preposições. precisamente os dispositivos que ficam revogados.

54
• A cláusula revogatória genérica – “Revogam-se as • A identificação do signatário jamais poderá iniciar
disposições em contrário.” – deverá ser evitada, uma uma página; havendo necessidade, transfere-se o
vez que desnecessária; a derrogação de um dispo- último artigo do texto normativo para junto dela.
sitivo anterior será tácita e decorrente da simples • Acima do nome, deverá constar a assinatura do
incompatibilidade com a nova disciplina conferida signatário.
à matéria. • Os nomes completos dos Secretários de Estado que,
• Caso não haja a revogação de nenhum dispositivo em cumprimento ao art. 105, parágrafo único, inciso
normativo, o ato administrativo normativo não pos- II, da Lei Orgânica do Distrito Federal, referendarem o
suirá cláusula revogatória. decreto ou o ato assinado pelo Governador deverão
• O início da vigência do ato administrativo normativo estar grafados a 3 cm do nome do Governador, sem
é, usualmente, disposto no penúltimo artigo do texto os efeitos de caixa alta e de negrito, com apenas as
normativo, antecedendo a cláusula de revogação. É iniciais em maiúsculo, excetuadas as dos artigos e das
recomendável que a expressão “entra em vigor na preposições.
data de sua publicação” seja utilizada apenas nos
atos normativos de menor repercussão; nos de maior, Apostila
sugere-se que seja estabelecido período de vacância
razoável para que deles se tenha amplo conhecimen- Segundo Freitas (2004):
to e que seja utilizada a cláusula “Este(a) nome do ato
administrativo normativo entra em vigor após decor- É o aditamento que se faz a um documento com o
ridos a quantidade de dias de sua publicação oficial.”. objetivo de efetuar retificação, atualização, escla-
recimento ou fixar vantagens, evitando-se assim a
Do fecho expedição de um novo título ou documento.
• O espaço entre o fecho e o texto normativo deverá
ser de 0,5 cm. Estrutura
• O fecho dos atos normativos deverá indicar, na 1. Título: APOSTILA, centralizado.
primeira linha, o local e a data e, na segunda, as 2. Texto: exposição sucinta da retificação, esclareci-
referências ao ano em que se estiver em relação à mento, atualização ou fixação da vantagem, com a
Proclamação da República e à inauguração de Brasília menção, se for o caso, onde o documento foi pu-
como Capital do Brasil. blicado.
• O local deverá ser composto apenas pelo nome da 3. Local e data.
cidade e separado da data por vírgula. 4. Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade
• Na indicação das datas, o dia e o ano deverão ser que constatou a necessidade de se efetuar a apostila.
expressos por algarismos arábicos; não se utilizará
zero à esquerda, nem ponto para separar a casa dos Observações:
milhares; o primeiro dia deverá ser grafado em or- 1. Não deve receber numeração, sendo que, em caso
dinal e o mês, por extenso, com inicial minúscula. de documento arquivado, a apostila deve ser feita
• A frase que expressa o local e a data deverá estar abaixo dos textos ou no verso do documento.
centralizada e encerra-se com ponto final. 2. Em caso de publicação do ato administrativo ori-
• Na linha abaixo a do local e da data, deverá constar ginário, a apostila deve ser publicada com a menção
os anos em que se esteja em relação à Proclamação expressa do ato, número, dia, página e no mesmo
da República e à inauguração de Brasília como Capital meio de comunicação oficial no qual o ato adminis-
do Brasil, centralizados e apresentados por meio de trativo foi originalmente publicado, a fim de que se
algarismos ordinais e da expressão “da República e preserve a data de validade.
de Brasília”.
• O número de anos de República será alterado anu- Modelo
almente no dia 1º de janeiro, o de Brasília, em 21
de abril.
• O fecho jamais poderá iniciar uma página; havendo APOSTILA
necessidade, transfere-se o último artigo do texto
normativo para junto dele.
O (função) ...........................................................................
Da identificação do signatário esclarece/declara que ...........................................................................
• Se o signatário for o Governador, o nome completo .............................................................................
da autoridade deverá ser grafado centralizado, em
caixa alta, sem o efeito de negrito e estar a 2 cm do
fecho. Brasília, em ...............................
Língua Portuguesa

• Se o signatário não for o Governador, o nome com-


pleto da autoridade deverá ser grafado centralizado, Nome
sem os efeitos de caixa alta e de negrito, apenas com Função ou cargo
as iniciais maiúsculas (excetuados os artigos e as pre-
posições), e estar a 2 cm do fecho.
• Na linha abaixo à do nome, deverá ser apresenta- Portaria
do, por extenso, o cargo ou a função do signatário
– salvo se este for o Governador do Distrito Federal Segundo Freitas (2004):
–, sem os efeitos de caixa alta e de negrito, apenas
com as iniciais maiúsculas, excetuados os artigos e É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabe-
as preposições. lece regras, baixa instruções para aplicação de leis ou

55
trata da organização e do funcionamento de serviços Modelo
dentro de sua esfera de competência.
CÂMARA DOS DEPUTADOS
Estrutura ÓRGÃO PRINCIPAL
1. Título: PORTARIA, numeração e data. Órgão Secundário
2. Ementa: síntese do assunto.
3. Preâmbulo e fundamentação: denominação da ORDEM DE SERVIÇO N. ......, DE ..... / ...... /200...
autoridade que expede o ato e citação da legislação
pertinente, seguida da palavra “resolve”. O (FUNÇÃO), no uso de suas atribuições e/ou tendo em
4. Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser vista o disposto (legislação), resolve ..................................................
dividido em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens. ...........................................................................................................
5. Assinatura: nome da autoridade competente e
indicação do cargo. Nome
Função
Observações:
1. Certas portarias contêm considerandos, com as
razões que justificam o ato. Neste caso, a palavra
“resolve” vem depois deles. Decreto
2. A Ementa justifica-se em portarias de natureza
normativa. Conforme o Manual de Comunicação Oficial do Governo
3. Em portarias de matéria rotineira, como nos casos do Distrito Federal (2006):
de nomeação e exoneração, por exemplo, suprime-
-se a ementa. Segundo Hely Lopes Meirelles, decretos “são atos
administrativos da competência exclusiva dos chefes
Modelo do Executivo, destinados a prover situações gerais
ou individuais, abstratamente previstas, de modo
expresso, explícito ou implícito, pela legislação”.
CÂMARA DOS DEPUTADOS . Decreto numerado
ÓRGÃO PRINCIPAL . Decreto não numerado (reservado para assuntos
Órgão Secundário de pessoal)

Estrutura do Decreto numerado:


PORTARIA N. ....., de.. ../ .... /200... 1. epígrafe
2. ementa
(Ementa) 3. preâmbulo
4. texto normativo
O (FUNÇÃO), no uso das atribuições que lhe confere o 5. fecho
(legislação), resolve: 6. identificação do signatário
7. referenda, se for o caso
Art. 1º ...............................................................................
Estrutura do Decreto não numerado:
Nome 1. epígrafe
Função 2. preâmbulo
3. texto normativo
4. fecho
Ordem de Serviço 5. identificação do signatário

Segundo Freitas (2004): Configurações específicas:


• o papel utilizado deverá ser o padrão para decreto,
É o instrumento que encerra orientações detalhadas com o Brasão do Distrito Federal impresso em alto
e/ou pontuais para a execução de serviços por órgãos relevo seco;
subordinados da administração. • a margem superior deverá ser de 7 cm, a inferior e
a direita de 2 cm e a esquerda de 3 cm;
14.1 Estrutura • a epígrafe deverá estar centralizada, grafada em
1. Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data. caixa alta e com o efeito de negrito;
2. Preâmbulo e fundamentação: denominação da au- • a denominação do ato deverá compor-se da expres-
toridade que expede o ato (em maiúsculas) e citação são ‘‘DECRETO’’, seguida: do número do ato e da data
Língua Portuguesa

da legislação pertinente ou por força das prerrogativas de expedição se o decreto for numerado, ou apenas
do cargo, seguida da palavra “resolve”. da data de expedição se o decreto não for numerado;
3. Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser • a data de expedição deverá separar-se do número
dividido em itens, incisos, alíneas, etc. do ato por meio de vírgula, nos decretos numerados;
4. Assinatura: nome da autoridade competente e • a epígrafe encerra-se com ponto final.
indicação da função.
Do texto normativo:
Observação: A Ordem de Serviço se assemelha à • o texto normativo deverá seguir as orientações e os
Portaria, porém possui caráter mais específico e de- padrões apresentados na seção Sistemática dos Atos
talhista. Objetiva, essencialmente, a otimização e a Administrativos Normativos deste manual, exceto por
racionalização de serviços. não ser articulado se o decreto for não numerado.

56
Observações: • a epígrafe deverá estar centralizada, grafada em
• Os decretos numerados, na maioria das vezes, dis- caixa alta e com o efeito de negrito;
põem sobre regras gerais e abstratas que se dirigem • a denominação do ato deverá compor-se da ex-
a todas as pessoas que se encontram numa mesma pressão ‘‘RESOLUÇÃO’’, seguida do numero do ato e
situação; os não numerados, sobre assuntos indivi- data de expedição.
duais, tais como nomeação, designação, exoneração,
punição, concessão de férias, dispensas etc. Do local e data:
• Nos decretos numerados, no final do texto cor- • o local e a data deverão estar centralizados e o espa-
respondente ao preâmbulo, vem escrito a palavra ço entre eles e texto normativo deverá ser de 0,5 cm;
“DECRETA”. • os demais padrões de formatação são os apresen-
• Nos decretos não numerados, no final do texto cor- tados na seção Diagramação, da Introdução deste
respondente ao preâmbulo, vem escrito a palavra manual.
“RESOLVE”.
• Quando o decreto é publicado com incorreção, de- Da identificação dos signatários:
verá ser remetido para republicação, contendo um • a resolução deverá ser assinada por todos os mem-
(*) do lado direito da epígrafe do decreto e com a bros do órgão colegiado;
seguinte observação abaixo: “Republicado por haver • a identificação de cada um dos signatários deverá
saído com incorreção do original, publicado no DODF seguir os padrões apresentados na seção Diagrama-
nº ...., de..... de ...... de 200... . ção, da Introdução deste manual, exceto por se ad-
mitir que uma esteja ao lado da outra, quando forem
Projeto de Lei muitos os signatários.
Segundo o Manual de Comunicação Oficial do Governo Observação!
do Distrito Federal (2006): Os padrões de formatação do cabeçalho e do roda-
pé são os apresentados na seção Diagramação, da
Instrumento utilizado para propor à Câmara Legis- Introdução deste manual.
lativa do Distrito Federal a criação, transformação e
extinção de cargos e a fixação dos respectivos venci-
mentos, bem como outros assuntos de interesse do
Governo do Distrito Federal.

Estrutura:
1. Título do documento, centralizado, em letras mai-
úsculas, negrito, formado pela expressão PROJETO DE
LEI ou PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR, conforme o
caso, seguida de espaços para o número sequencial
e para a data correspondente por extenso.
2. Ementa
3. Preâmbulo
4. Texto do projeto de lei, seguido da cláusula de
vigência e, se for o caso, da cláusula de revogação.
5. Local e data por extenso, centralizados.
6. Indicativos ordinais centralizados, referentes ao
total de anos decorridos desde a programação da
República e desde a inauguração de Brasília como
Capital do Brasil.

Resolução
Segundo Freitas (2004):

É o ato pelo qual órgãos colegiados estabelecem


normas, diretrizes e orientações para consecução
de certos objetivos.
1. cabeçalho
2. epígrafe
Língua Portuguesa

3. ementa
4. preâmbulo
5. texto normativo
6. local e data
7. identificação dos signatários
8. rodapé

Configurações específicas:

Da epígrafe:
• o espaço entre a denominação do ato e o cabeçalho
deverá ser de 1 cm;

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