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O O b r e i r o Ap r o va d o

Ma rc o s d e So uz a Bo rg e s
( Co ty)

Digitalizado por: guerreira


"Procu ra ap res enta r-te fort e a Deus, aprovado,
como ob rei ro que não tem de que se en ve rgonha r,
que maneja b em a Palavra da verdade." (II T m
2:15)

AP RESENTAÇÃO

Pr. Marco s de Souza Borges, o Cot y e sua espo sa Pr a.


Raqu el t ê m um casa l de filho s, Gabr ie l e Bár bara. E le s s ão
membro s do Minist ér io Ágape e t raba lham at ualment e co mo
diret ores de uma base missio nár ia de JOVENS COM UM A
MISS ÃO em Almira nt e T amandaré na grand e Cur it iba.
Est ão no campo missio nár io desde ja neiro de 1986,
qua ndo fu ndar a m o Min ist ér io Ágape em C ur it iba, e vê m
at uando nacio nalment e e int er nac io nalme nt e co m int ercessão ,
t reiname nt o, aco nselha ment o, mo bilização missio nár ia,
impact o s de e vangelis mo e co nquist a de cidades, ed ifica ção e
implant a ção de igr e jas e t ambém de mu it as out ras fo r ma s
co nt inua m ser vindo int erdeno minac io nalme nt e o co rpo de
Cr ist o.
E le s t ambém t êm de sempenhado um expr essivo
minist ér io na área de cura e libert ação , invest indo na
rest auração de famílias e igreja s be m como na fo r mação de
co nselhe iros e libert adores.

Pr. Marco s é t ambé m a ut or dos livros: "A Face o cu lt a do


Amo r ", "O Aviva me nt o do Odre Novo" e "A Ora ção do Just o ".
SUMÁRIO
AP RESENTAÇÃO .......... ......... ......... .......................... 2
SUMÁRIO .................... ......... ......... ................... ....... 3
PREFÁCIO .......... ......... ......... ......... ................... ....... 3
Introdução .................... ......... ......... ....... ................... 7
"Procura aprese nt ar-t e a Deus"... e não aos ho mens ..... 20
"Procura aprese nt ar-t e ... aprovado, co mo o breiro ... ... . 31
Ent endendo a provação ... ......... ......... ........................ 51
Diagnost icando o estado de reprovação ....... ............... 68
Responde ndo as prova s de Deus ........ .................. ...... 83

PREFÁCIO

Exist em t rês t ipo s de p essoas que a Bíblia afirma que


Deus est á const ant ement e à pro cura. Deus est á procurando po r
int ercesso res:

"E busquei d ent re eles u m ho mem que le vantasse


o mu ro, e se pu sesse na b recha perant e mi m por
esta terra, para qu e eu não a de st ruís se; po rém a
ninguém ach ei. " (Ez 22:30)

E le t ambém procura adoradores:

"Mas a hora vem, e agora é, em que o s


verdadei ro s adoradore s ado rarão o Pai e m
espí rito e em verdad e; porque o Pai pro cu ra a
tais que assi m o adorem. " (Jo 4:23)

A escassez de int erc essores dest rói a t erra, enquant o a


escassez de ado radores ent r ist ece os céus. E po r fim, o pró prio
Jesus afir ma a neces sidade de o breiros:

"Então disse a seu s dis cípu los: Na v e rdade, a


sea ra é grand e, mas os ob rei ros sã o pouco s.
Rogai, pois, ao Senhor da seara que mand e
trabalh adores para a sua seara. " (M t 9:38, 39)

A escassez de o bre iro s deter mina o fracas so da igr eja e m


relação à grande co lheit a. Qua ndo a igr eja deixa de co lher,
Sat anás o faz, a larga ndo as port as do infer no e asso lando a
sociedad e.
Est e t ext o apresent a o cla mor que sobrecarreg ava o
co ração de Jesu s. Med iant e um mundo de necessidad es, ele se
depara co m a demanda de obr e iros, pesso as qu e est ão não
apenas d ispo stas, mas leg it ima me nt e a finadas co m a vo nt ade
de Deus para desemp enhar em o mais nobre serv iço a qu e u m
ser humano pode se envo lver. Pesso a s que vão transfo r mar o
dest ino et erno de t antas outras.
Uma import ant e questão é que a mo biliz ação dest e t ipo
de cont ingent e é prec edida por u m processo de qualificação
que poucos correspondem ou se pro põe a su bmet er. Jesus
desfecha est a co nclu são d izendo :

"Muitos são os chamado s, mas poucos os


esco lhidos. " (Mt 22:14)
Há uma lo nga dist ância ent re ser chamado e ser
esco lh ido . A abo rdag e m dest e mat er ial se resume e m per co rrer
este est reit o caminho, ond e t ant o s t em fr acassado.
Est a afir mat iva de Jesus r evela um efeit o fu nil. De
mu it os sobram poucos. Ist o most ra co mo o mu ndo esp ir it ual
impõe um proces so de seleção . Ou seja, muit os são cha mado s,
todos são provados, po rém, po uco s são os aprovado s.
Não é d e qua lquer jeit o, ou do nosso jeit o que vamo s
caminhar no chamado de Deu s. É import ant e ent end er, que
apes ar de nós ser mo s os c hamados, o chamado é de Deus e não
nos so.
Apesar de t udo que envo lve o t rat ament o de Deus,
pessoas chamadas est ão d iant e da man e ira mais su blime e
sig nificat iva de viverem as sua s vida s. Aceit ar o chamado de
Deus sig nifica concordar co m a gra nde realidade qu e não
sabe mos a me lhor for ma de viver mo s noss as pró pr ias vid as,
mas o Senhor sa be.
A procura de Deus deve se e ncontrar co m a no ssa
procura, e a no s sa pro cura deve se enco nt rar com a pro cura de
Deus. Dest a int ercessão e merge um genuíno min ist ér io qu e
pode, at é mesmo, a fet ar toda uma g eração. Est e fo i o grande
apelo do mais incans ável o breiro do reino de Deus:

"Procu ra ap re senta r-te a Deus, ap rovado, como


obrei ro qu e não tem de que se enve rgonha r que
maneja bem a Palav ra da verdade. " (II Tm 2:15)

Est e livro, a lém de possuir um c arát er cirúrgico , ir á


prover u ma radio grafia da p ersona lidade so b um ângu lo mu it o
pouco o bser vado, que re velará suas deficiência s bás icas e
mo t ivac io nais, apo nt ando para u ma erradicação de t udo aqu ilo
que sust ent a o s mais graves qua dros de reprovação .
Nos ba st idores da sua alma, uma gr ande r e vo lu ção
espir it ual est á prest es a ro mper. Uma muda nça pro fu nda q ue
certa ment e será perc ebida por quem mais int eres sa: O Deu s a
que m a ma mo s. E ntre ne st a leit ura co m os o lho s a bert o s,
ouvidos at ent os e acima de t udo um co ração respo nsivo !

Pr. Marcos de So uza Borges


Introdução

Antes de ser ob reiro ...

"Procu ra ap re senta r-te a Deus, ap rovado, como


obrei ro qu e não tem de que se enve rgonha r que
maneja bem a Palav ra da verdade. " (II Tm 2:15)

Ant es de Paulo me ncio nar sobre a po st ura de obreiro s,


ele aborda duas s it uaçõe s funda menta is que não po de m ser,
em hipó t ese alguma, negligenciadas. E le fala so bre "pro curar"
at ender est as co ndiçõ e s: "Procura apresentar-t e a Deus ( 1 ),
apro vado ( 2 )... ". Isto é o que vamo s t rat ar, respect iva me nt e,
nos do is pr ime iro s cap ít u lo s.
O objet ivo pr imár io de alguém que " pro cura" é
simplesment e encont rar. A quest ão é que algumas co isas est ão
mais es co ndidas do que imag ina mo s. També m, po de-se le var
um t empo maior qu e o esperado para serem o bt idas. Co mo
veremo s, só depo is de vint e anos no des erto e m Pad ã Arã é
que Ja có at ing iu est as cond içõ es, rest aurando seu s
relacio nament os e redimindo sua ide nt idade.
Na verdade, indispensavelment e, ant es de fazer qualq uer
co isa par a D eus prec is amos de u m encont ro co m est as
realidades. Est e processo va i at é os po rõ es da alma
elimina ndo a vergonha e t o das as dema is impur eza s qu e
blo queia m o fluir do E spír it o Sant o.
Surge, e nt ão, u ma capacid ade divina de ma neja r bem a
palavra da verdade que se expre ssa at ravés de u m est ilo de
vida que prevaleceu sobr e cada est ado crônico de repro vação .
Sob est a perspe ct iva, a Pala vra d e Deus não é a "espad a
do pregador", poré m, co mo Pau lo afir ma, ao mencio nar a
ar madura de Deus, é a "esp ada do Esp ír it o Sant o ", que apenas
co rt a at ravés de nós na me sma profundidade qu e co rt o u a nó s
mes mo s:

"Porque a pa lavra de Deus é viva e eficaz, e mai s


cortante do que qu a lquer espad a de doi s gu me s, e
penet ra até a divi são de alma e espí rito, e d e
juntas e medu las, e é apta para di scerni r o s
pensamentos e intenções do coração." (Hb 4:12)

ENTEN DENDO O JUÍZO D E DEUS

"Vede ent re as naç ões, e olhai, e ma ravi lhai-vo s, e


admi rai-vos: po rque rea li zo em vos sos dias u ma
obra, que vós não c re rei s, quando vos for
contada. " (Hc 1:5)

Qua nt o s podem d izer u m grande aleluia para e st a


t remenda mens age m pro fét ica? Quant o s acredit am ne st a o bra
ina credit ável que Deus, de repent e, est á por realizar na sua
própria vida? Algo de maravilhar, de admirar e espa nt ar a
todos. Uma obra, t ambém, de proporçõ es tão grand es que ser ia
percebid a ent re as nações.
O que Deus realizar ia que qu ando a lguém fo sse no s
co ntar ser íamo s incapazes de a creditar que t al co isa pudess e
estar acont ecendo? A que t ipo de milagre, pro mess a o u
int er venção d ivina o profet a se refer e?
À pr ime ir a vist a, t udo ist o parece algo mu it o dese jáve l.
As expect at iva s inc it adas aqui t ornam est e vers ícu lo u ma
realidade ainda ma is assust adora. Est a é a grande surpresa de
Deus para pesso as, minist ér io s, cidades e nações.
Na verdade, po ucos discer nem est e t exto . Ou seja, a
maio r ia at é crê nest e ver sícu lo, po rém de u ma maneir a
tot alme nt e equ ivo cada e desa linhada e m rela ção ao seu
co ntext o o rigina l. Na verdade, est a é uma das pro fe cias mais
dist orcid as d a Bíb lia pelo s crent es. Ser ia, po rt ant o, de
extrema rele vância, se co mpreend êssemo s melho r o s
bast ido res dest a promessa e m p alco.
Depo is de um t empo de mu it a e xcelênc ia e prosper idad e
que cu lminou no reinado de Davi e Salomão, a nação , ao s
poucos, no deco rrer das ger açõ es, vai ent rando e m e xpr essiv a
decadênc ia e co meç a a ser advert ida de muit as fo r ma s e po r
mu it os pro fet as. Vê m, então, uma t err ível fase, o nde p arece
que a ido lat r ia e a impiedad e definit iva ment e t riu nfar ia m.
Est a fo i, ent ão , a respost a que Deus deu à o ração
desesperada do profet a Habacuque, quando este clamava e
reclamava do silênc io div ino e da sua aparent e insensib ilid ade
med iant e t ant o pecado e injust iça prat icados impunement e
pela "nação sant a" (Hb 1:1-4).
Só as pesso as que vê em o pecado co m os o lho s de Deus
podem ente nder de fat o est e t exto . Na verdade, o que est á em
pauta, é uma fo rt e int er venção divina at ravés de u m gr ande
juízo que surpreend er ia a t odos, o que se cu mpr iu qu ando
Jeru salém fo i arrasada e o povo levado e m cat iveiro para
Babilô nia.
Normalment e, o pecado , não apenas t rás u ma d inâ mica de
escrav idão, como t ambém um t erríve l pro cesso de
inse nsib ilid ade mo ra l, dur eza de coração, segu ido pela
caut er izaç ão da co nsciência. Ist o torna ainda mais d ifíc il,
rad ical e desafia nt e o ofíc io pro fét ico .

Dois desafio s pro féticos


1. Levar o povo a crer na obra do juízo de Deus,

destruindo as falsas con vicções

Invar iave lment e, as pessoas re lig io sas est ão à cat a de


profecias abençoada s. E las não est ão int eressadas e m o uvir e
entender o coração de Deus e por isso não toleram a pa lavr a
profét ica quando são advert idas.
Seus ouvidos est ão programados par a não o uvir aqu ilo
que contrar ia seus int ere sses e des ejo s.
Qua nt o mais ins ist imo s nest a po sição , t ant o mais
ace ler amos e int ens ificamo s o juízo de Deus, e o p io r, menos
cremo s nest e juízo vindouro e maior ment e ser emo s
surpreend idos po r ele.
Qua l ser ia, de fat o, est a obra t ão admirável, refer ida po r
Ha bacuque, que ning uém crer ia? A respost a não é o ut ra senão
um t err ível te mpo de ju lga me nt o divino. A nação ser ia
dest ruída e exilada! Um duro processo para t rat ar co m as mais
profundas ra ízes da apost asia e ido lat ria. E ste pr incípio
t ambém e nsina e ad vert e qu e t emos uma fo rt e t endê nc ia p ara a
incr edu lidade quando a quest ão é o juízo de Deu s!
M ilagres não t ransfor mam nosso caráter, o ju ízo de De us
sim. O ju ízo se mpr e co meça pe la casa de Deu s. Est e é u m
pr incípio de ação do re ino moral. No pr imeiro cap ít ulo de
Ha bacuque I srael é julgado , no segundo , Babilô n ia é ju lgada e
no t erceiro a s nações são julgadas. Começo u po r Israel e
at ingiu todo o mundo .
Ant es dos avivamento s de o rdem mu nd ial causado s pelo s
t est emu nhos de Mesaque, Sadraqu e e Abde nego na fo r nalha, e
t ambém de Da nie l r evela ndo o so nho de Nabuco do no so r,
decifrando a mensage m para Belt essasar e depo is na co va dos
leõ es, Israel e xper ime nt o u o ma io r julg ame nt o da sua hist ór ia,
at é ent ão . Fo i num co nt ext o de ju ízo e pur ificação que o Deu s
de Israe l fo i glor ific ado e conhecido, po r vár ias veze s, em
todas as nações do mu ndo!
C heg a uma ho ra e m que Deu s t rat a severame nt e co m
nos so o rgulho, nossa obst inação, no ssas t rad ições, nosso s
pecados co st umeiros, por mais que aparent eme nt e est amo s
"bem" esp ir it ua lment e. Todo t ipo de segurança que desc art a o
que brant amento e a humilda de é uma armad ilha que
co nst ruímos par a nó s mesmo s.
Deus estava cha mando o po vo a uma pur ificação , po rém
fo i igno rado . Vez após vez os pro fetas t ent ara m avisar u m
povo ensurdec ido e obst inado . A cla sse re ligio sa est ava t ão
segura e m si mesma que qualquer profecia nest e sent ido era
tot alme nt e a bsurda. Desprezar am os verdadeiro s pro fet as.
Est avam t ão acomodados co m seu est ilo d e vida pe camino so e
religio so que ser ia m inevit a velme nt e pego s de surpresa !
Isto sempre aco nt ece qua ndo se prat ica u ma
"esp ir it ualidade" que t oler a a imo ra lidade e a co rrupção . O
juízo t arda, ma s não falha, co mo Deus d is se a Ha bacuq ue:

"Pois a visão é ainda pa ra o tempo determinado, e


se ap ressa rá até o fi m. Ainda que se demo re,
espe ra-o; porque certamente vi rá, não t a rda rá."
(Hc 2:3)

Pensando be m, a obra maravilho sa de Deus fo i, na


verdade, mar a vilho samente ho rr ível. U m ju lgamento de
espant ar a t odos. O povo fo i saqueado, o te mplo q ue er a t ido
co mo u m amulet o que garant ia a prot eção d ivina fo i
arruinado , os filho s fora m levados cat ivos, o s muro s e as
portas da cidade queimados e de st ruídos.
Ninguém a credit ava que t amanha dest ruição e escravid ão
poder ia m sobrev ir. T odo povo exilado nu ma t erra est ra nha,
co m uma língua est ranha e co m d euses aind a mais est ranho s.
Ap e nas d est a for ma é que Israel apr end eu a abo minar a
ido lat r ia que prat icaram po r t ant o t empo.
O pr imeiro t ipo de incr edu lidade que Deus quer quebrar
nas noss as vid as é em rela ção ao seu juízo .
Aque la v isão ot imista e ro mânt ica da nossa relig io sid ade
que nos torna inse nsíve is ao nosso pecado precisa ca ir po r
t erra. Nosso co nceito de prosper idade no rmalme nt e é fa lido .
São at alhos que muit as vezes nos levam a perder a d ir eção de
Deus.
Gost amos das so luções ráp ida s, milagreir as, no est ilo
microondas. Mas, isto cont rar ia nos sa pró pria nat ureza, que
exige um pro cesso para se de senvo lver.
Qua nt o mais a s pesso as se concent ram nest as so luçõ es
mo ment âneas p ara re so lver os pro blemas a gudo s e aliv iar a
dor, mais est a at it ude co nt r ibui para piorar o carát er crô nico
da sit uação .
Qua nt o mais pensa mo s que t udo t em que dar do no sso
je ito , mais surpreend idos ser emos pelo t rat ament o de Deu s.
Não é fác il qu ebrar aquela falsa convicção de que Deus est á
co nosco quando na verdade e st amos é obst inado s.
Ninguém acr edit ava que Jerusa lé m fo sse ent regue ao s
inimigo s e levados para a "t erra da confu são ": Babilô nia.
Ninguém suport ava a idéia que o t emplo pud esse ser
profanado e dest ru ído, e os s eus va sos roubado s. A cidad e
sant a humilhada, fer ida e cat iva.
Qua ndo Jeremia s pro fet izava co nt ra Jeru sa lém, ist o era
int erpret ado pe los lídere s da nação como sa cr ilég io , u m
t errível a bsurdo . Mas simplesment e, par a surpresa de t odo s,
fo i o que aco nt eceu!
Poucos ho me ns, co mo J eremias, Habacuque, Ezequ ie l,
acredit aram ne st a obra ad mir á vel. O povo inte iro est ava
enganado ! Os líder es da na ção est avam d ist raído s! O s
sacerdo t es est ava m errado s! É t err íve l pe nsar qu e Deus est á
co nosco de u ma for ma, qua ndo e le est á de outra tot alment e
opo st a!
Est e é o maior t rau ma qu e algué m po de so frer. Ir para
uma t erra est ranha. Per manecer num lugar que não é o lugar
onde as pro me ssas vão se cumpr ir. Aprender a ser um p eixe
fo ra d'água não é fác il.
O processo de De us mudar det er mina das co nvicções
erradas que t emos é e xt re mament e do loroso , mas necessár io .
Envo lve mu it as de silu sões. O problema é que a lgu ma s
desilusõ es mat am não ape nas as fa lsas co nvicçõ es, co mo
t ambém as verdadeiras.
Mes mo após o t empo prescr it o para o cat ive iro ter minar,
os exilado s ainda per manecia m na inércia gerada po r t ant a
decepção e so fr iment o. Aqu i ent ra o segundo desafio
profét ico .

2. Levar o povo a acreditar n a restauração

Ago ra os profet as de Deus t inha m um no vo desafio : fazer


o po vo acreditar na rest aura ção de Deus. Est a fo i u ma t are fa
t ão difíc il quant o a de fazer o povo acredit ar no ju ízo.
Bast a ler Nee mias, Ageu, Zacar ia s, para ent end er mo s o
esfo rço que é necess ár io s er empr ee ndido para rest aurar a fé
de pesso as abat idas e desiludidas pe lo julgament o divino .
Toda pessoa e ministér io te m seu mo ment o de
pert urbaç ão, desilu são e incredu lidade. Est e t empo mu it as
veze s é lo ngo. U m bo m e xemp lo dest a realida de acont eceu
co m João Bat ist a, o apóstolo do avivame nt o. Ele est ava t ão
depr imido e pert urbado de nt ro daquela pr isão que t o das as
sua s convic ções vacilaram.
Mes mo d epo is de t er vist o o Espír it o S anto em fo r ma
co rpórea de po mba descer so bre J esus, co nfir mando su a
ident idade mess iân ica, e de haver declarado abert amente a
todos que est avam diant e do Cordeiro de Deu s que t ira o
pecado do mu ndo, ve ndo cumpr ido o que Deus lhe falar a ( Jo
1:33), ainda ass im, ele hav ia perd ido a fé na sua missão ma io r
que er a ser o precur sor do Mess ias. Sua vid a p arecia vazia e
sem sent ido naquela pr isão. É como você, t alvez, est eja se
sent indo agora!
A verdade é que t o dos nós passamo s po r sit uaçõ es e
provas co mo est as. Porém, aqu i est ão as maior es
opo rt unidades de sa lt ar mo s na fé, co rrendo nas pega das das
gaze las, co nquist ando lugare s aind a mais e levado s. O
problema é po ucos conseguem p erceber est as opo rt unidad es
que t em o poder de nos lançar para o to po da depend ência d e
Deus.

Algumas lições acerca do ju ízo divino

- Deus sempr e t em u m plano de resgat e que é ela bo rado


antes de ser mo s ent regue s ao cat iveiro. Ant es da dest ru ição do
t emp lo d e S alo mão, no capít ulo quare nt a do livro do pro fet a
Ezequie l, Deus já havia dado a pla nt a do novo te mp lo a ser
rest aurado.
Aqu i ent endemo s o pr incíp io onde o Cordeiro de Deus fo i
imo lado ant es da fundação do mu ndo. Deus nu nca ag e
irrespo nsavelme nt e. E le e st á pro nto para lidar co m o s desvio s
da raça humana. O objet ivo fina l do ju íz o não é dest ru ir, mas
reconst ru ir de aco rdo com o propó sit o o rig inal.

- Todo juízo que e xper iment amos é u m at est ado do


inve st ime nt o de Deus. Depo is que Deus julga alguém, o
próximo passo é qu e ele vai usar est e alguém. A ide nt idad e, a
co nsciê ncia e o propósit o ganham c lareza e pro fu nd idad e e
podemos edificar so bre o alicer ce adequado . Ent end emo s
melhor quem so mos e m D eus e onde devemo s chegar.
Co mpreendemo s que as t r ibulaçõ es são impo rt ant es no
dese mpenho da nos sa miss ão. Aquele ot imis mo e ro mant is mo
ego íst ico s são su bst it uídos por uma mo t ivação inego ciável de
t ão soment e glo r ific ar mos a Deus, não import a se é pela vid a
ou pela mort e, pela a bundância ou pe la escassez, pe lo sucesso
ou pelo "fracasso ". A cruz t em o s seus par ado xo s.

- Reco nst ruir é mais difícil que const ruir, po rém e xist e
um out ro princ íp io aqu i. O que você reco nstró i é se mpr e
melhor que o que vo cê const ruiu. A e xper iênc ia é a mest ra da
sabedo r ia. A gló r ia da segu nda casa é sempre ma io r que a da
pr imeir a. t udo que vo cê aprendeu co m a dest ru iç ão será usado
na reconst rução.

- "O just o viver á pe la fé" (Hc 2:4). Est a é t alvez a


pr incipa l lição que aprendemo s quando somos t r ilhado s pelo
t rat ame nt o divino . Apr endemo s a t emer e tremer d iant e da
palavra qu e procede da boca de Deus.
Apr ende mo s que únic a fo nt e de dir eção e segura nça é a
palavra de Deu s. E la est á acima de t odas as circu nst ânc ias,
pres sões, opressões e s it uaçõ es.

"Mil cai rão ao teu lado e d ez mi l à t ua di reita,


mas tu não se rás atingido. " (Sl 91:7)

Qua nt o s podem confiar nest a verdade apesar de viver mo s


num t empo o nde t ant os est ão abalados e at ing ido s pe la
incr edu lidade e desist ência?
Exist e um lu gar de prot eção. Alguns tem achado est e
lugar. São os que se submet em ao t rat ament o de Deus co m
fidelidade. Homens co mo Daniel, Nee mias, Ezequ ie l,
Sadraque, Mesaque, Abdine go e t antos out ro s, que me smo no
cat iveiro mant ivera m a sua fidelidade e exp er imentaram o
poder manifesto de Deus.
E le s prevaleceram mediant e a s co nd içõ es ma is
desfavo rá veis. Ent e nder am a just iça divina, co nfessar am as
cu lpas da nação e a s iniq üidades dos pais. Se co mp adeceram
daquela g eração e int erce deram pela re st auração do po vo que
se encont rava em t o tal asso lação. Fizeram to da a difer e nça!

O CONHECIMENT O DINÂM ICO DE D EUS

Est e t exto expressa uma v isão apr imorada, nu a e crua,


sem ilusõ es, d e co mo Deus age co nosco, para qu e po ssamo s,
realment e, conhecê- lo :

"Vinde, e to rn emos para o Senho r porqu e e le


despeda çou e nos sa ra rá; fez a ferida, e a li ga rá.
Depois d e dois di as nos da rá a vida: ao te rcei ro
dia nos ressu scitará, e viveremos diante dele.
Conheçamos, e p rossiga mos em conhecer a o
Senhor; a sua saída, como a alva, é ce rta; e ele a
nós vi rá como a chu va, como a chu va serôdia qu e
rega a terra. " (Os 6:1-3)

O Deus que fere e que cura

O gra nde drama da cura de Deus é que ela, na maio r ia


das vezes, é precedida po r uma fer ida, t ambé m d e Deu s. Ant es
de u m c irurgião remo ver um t umo r, e le p recisa u sar o bist ur i
para co rt ar. Não se pode curar sem operar e não se po de
operar sem fer ir. Est a é uma le i óbvia para q uem t rat a
responsa velment e das raíze s dos problemas das pesso as.
Precisamos co nhecer a Deus nest e se nt ido . É co mu m
pular mo s os do is pr ime iro s ver sículo s do t exto mencio nado ,
fugindo do seu co nt ext o e t eorizar ou racio nalizar o
co nhecime nt o divino. Poré m, co nhecer a Deus na ess ênc ia, é
exper ime nt ar o que Oséia s exper iment ou. O co nheciment o de
Deus co meça co m as fer idas qu e e le me s mo abr e em no ssas
vidas: "... ele despeda çou, e nos sarar á, f ez a ferida, e a
ligará."
Toda pessoa e ministér io po derosa ment e usado s po r Deu s
precisa po der dizer o que Paulo d isse: "Trago no meu corpo a s
marc as de Cri sto". Da me sma for ma, Isaía s descre ve o
Mess ias co mo "fer ido de Deus ". Jacó, também, fo i at ing ido
pela espad a do anjo do Senhor.
Deus sa be co mo nos fer ir no po nt o certo . Ele t em a
per ícia de um exímio cirurgião.
Exist e, po rém, u ma diferença ent re a fer ida e a cicat riz.
A cicat r iz nada ma is é que a fer ida curada. A mar ca e a
le mbr anç a e xist em, porém, a dor, a vergo nha, a
vulnera bilidade foram t ot alment e superado s.
É import ant e me ncio nar, não apenas a s "fer id as d e Deu s",
mas as " cicat r izes de Deus". Acima de t udo Deus é u m Deu s
de cicatr izes. A essê ncia da unção mess iân ica é rest aurar a
cana que br ada e reacender o pavio qu e fumega. Cada cicatr iz
de Deu s represent a uma t remenda gama d e exper iências
profundas que redunda nu m co nheciment o div ino leg ít imo e
palpáve l. Ist o po de ser perfeit a ment e t raduz ido pe las palavras
de Jó após todo o seu so fr iment o :

"Eu te conhecia só de ouvi r mas ago ra os meu s


olhos te vêem. Por isto me ab omi no, e me
arrep endo no pó e na cinza". (Jó 42:5, 6)

Co nhecer a Deus não é mera ment e s er u m exp ert e m


B íblia e t eo logia. Na verdade, na me sma pro po rção que
alguém t orna-se u m e xímio defe nsor de suas dout rinas, po de
t ambém a ssimilar u ma t endência de t ornar-se não ens inável,
independe nt e, fechado para a diversidade e a nt i-sinér g ico .
Est e t ipo de blo que io e ngessa o cre scime nt o e pec a
co ntra a progressividade da revelação d ivina. Est e é o do ent io
processo de t rad icio nalização da mente.
É crucialme nt e necessár io mant er uma po st ura de
flexibilidad e capaz de não desprezar o "velho " co mo ta mbém,
não no s fechar para o "no vo" de Deus:

"E disse- lhes: Por i sso, todo e scrib a que se fez


discípu lo do reino dos céu s é seme lh ante a um
homem, p rop rietári o, que ti ra do seu tesou ro
coisas nova s e velhas". (Mt 13:52)

Segu ndo Osé ias, conhecer progressivame nt e a Deu s é o


processo o nde Deus fer e, t rat a da fer ida, cicat r iza, viv ifica e
ress uscita. E m cada proces so cirúrgico , Deus vai re mo vendo
t udo aquilo que impede no ssa fé e m relação ao seu caráter.
Qua nt o ma is est a fé cr esce, t ant o meno s valor iza mo s as cr ises
cir cunstanc iais. A adoração e uma perspect iva só lida d a
grandeza de Deu s bro t am po derosa ment e em nossas vid as.

O cântico de Habacuq ue: o espírito d o verdadeiro


adorador

"Ainda que a figu ei ra não floresça, nem haja


fruto na s vide s; ainda que falhe o p roduto da
oliv ei ra, e os campos não p rodu zam mantimento;
ainda que o rebanho s eja e xtermin ado da ma lhad a
e nos cu rrai s não haja gado. Todav ia eu me
alegrarei no Senhor, exu lta rei no Deu s da minha
salvação. O S enhor Deus é a minha fo rça, e le fa rá
os meu s pés c omo o s da c orç a, e me fa rá anda r
sob re os meus lugares altos." (Hc 3:17-19)

Est e é o espír ito do cânt ico de Ha bacuque! Ainda que não


esta mos vendo as pos sibilidades de crescime nt o e frut ific ação ,
ainda qu e não sent imo s a unção, ainda que esta mo s sendo
co nfro ntados co m a esca ssez de recursos e res ultado s, ainda
que muit os est e jam nos a bando nando, to davia, Deu s
per mane ce fiel e digno da nossa fidelidade! Ist o , realment e, é
adoração !
Est e é o proces so pe lo qual vamo s conhecer a Deu s e
co locar e m Deus e em mais nada ou ning uém a no ssa
co nfiança e sat isfação. E nt ão o Senhor será no ssa fo rça, no s
fará saltar e caminhar por lugar es a lt o s, ac ima do s mais
elevado s o bst áculos. O livro de H abacuque co meça co m u ma
int errogação e t ermina co m uma exc lamação . Deus deseja
t ransfor mar t odas as nossas perguntas e m respo st as
surpreendent es de fé !
Fid elidade deve exist ir, não apena s qu and o t udo va i bem,
mas quando t udo va i mal. Tem u m ditado que d iz: "qu ando o
navio afunda os rato s caem fora". É assim que Deus prova e
co nhece quem é quem. Que m é você?
Só nos mo ment o s de prova é que você saberá!
Ado ração é o saldo posit ivo de fé de ixado pelas pro va s
de Deu s. Aqui nasce não ap enas uma nova ca nção , mas é o nd e
o espír it o de um verdadeiro adorador é fo r jado . Est a fo i a
post ura profét ica de Habacuque.
Só pesso as que co mpreende m o poder do t rat ame nt o de
Deus alc ançam est e nível de fé e ad oração . São pesso as
curadas, que t em cicat r izes de Deu s em suas vidas, pesso as
sadias que adqu ir ir a m a int egridade necessár ia p ara ser vir a
Deus e suport ar as pressões de um verdadeiro reavivame nt o !
"Eu ouvi, Senho r a tua fama, e te mi ; aviva, ó
Senhor a tua ob ra no meio dos an os; fa ze que ela
seja conh ecida no meio do s anos; na ira lemb ra-te
da misericórdia. " (Hc 3:2)

No círcu lo eva ngélico, a vivament o é uma das pa lavr as


que est ão na moda, em alta. Porém, percebe mo s qu e a ma io r ia
das pessoas não ent endem bem as imp licações pes so ais de u m
avivament o. Se você realment e dese ja e asp ira o avivame nt o ,
se você quer a vinda de Deus para sua vid a, igr e ja e
sociedad e, você precisa respond er a esta pergu nt a que o
profet a Malaqu ias faz:

"Mas quem suporta rá o dia da sua vinda? E quem


subsi stirá, quando ele aparecer? Poi s e le se rá
como o fogo do ou riv es e co mo o sabão de
lavandei ro s. " (Ml 3:2)

Você vai supo rt ar a purifica ção de Deus? Vo cê vai


subsist ir diant e da sua correção? Vai agüent ar o fo go
pur ificado r e a limpeza que ele quer fazer ? Qu ando ele
co meçar a lavar t o da a roupa su ja, dese ncardindo no ssa alma ,
será q ue vamo s supo rt ar? Vo cê ainda quer u m a vivame nt o ?
Um que co me ce por você???

Capítulo 1

"Procura apresentar-te a Deus"... e não aos


homens

Est a pr imeir a sit uação fundament a-se pr incipalme nt e no


aspect o mot ivacio nal do serviço. A ação int encio nal do
co ração é t ão import ant e quant o o desempenho e a t arefa
minist er ia l exercida.
O "para quem" est amo s fazendo é t ão releva nt e co mo "o
que" est a mo s faze ndo. A qu est ão não é só fazer. É vit al
fo calizar e d isciplinar a mot ivação do nosso dese mp enho
minist er ia l em agradar a Deus ant es mes mo que ser vir ao s
ho mens.
Est a é u ma quest ão de alicerce. O crescime nt o apare nt e
se fundamenta numa ba se que ninguém pode ver porque
enco nt ra-se ent errada. E st a é uma import ant e le i da
ed ificação . Quando pensamos e m alic erces, ent e nd emo s qu e
t ambém é neces sár io cres cer p ara baixo. Ist o apo nt a para o
t rabalho de Deus nas no ssas mo t ivações. Sem est e funda ment o
aquilo que est amos co nst ru indo fica co mpro met ido .
Deus é capaz de avaliar a int enç ão de cad a esfo r ço
prat icado . Deus vê alé m daq uela impress ão ext erna qu e
caus amo s nas pesso as. Obvia ment e, ele co nhece no ssas
int enções mais ínt imas.

"Deus não vê como o ho mem vê, pois o homem v ê


o que está diante do s olho s, po rém o S enho r o lh a
para o co ração. " (I Sm 16:7)

Est a fo i u ma ad vert ência feit a a um pr o feta qu e t inha


profunda sensibilidade à vo z de Deus e uma depurada
capa cidade de discer nimento . Até Samuel e st ava deixando -se
enganar pela s aparê ncias. E st e, porém, é um erro que Deu s
ja ma is co met e. Na verdade, é tão fác il enga nar as pesso as,
qua nt o imposs íve l enganar a Deus. E le so nda e d iscer ne
nos sas int ençõ es ma is pro fundas.
É dest a fo r ma que at est amos para Deus no sso fracasso
mo ra l e o ado ec ime nt o emo cio na l. Uma mot ivação co rro mp ida
já cond ena uma obra ant es me smo de ser co meç ada. É u ma
casa sem alicerces o u co m alic erce s subd imens io nado s. Por
um lado as co isas a co nt ece m, ma s po r outro vão to rnando -se
cada vez mais inst áveis e vulnerá veis.
C heg ará o mo ment o em qu e a frág il re sist ência do
alicerce exibirá sua insu fic iênc ia se ndo esmag ada pelo
peso pró pr io da obra. Est a é u ma quest ão "mat emát ica". De
fat o, apesar da s co is as no mundo e spir it ual não fu ncio narem
de fo r ma imediat a, e las func io nam
co m e xt re ma precisão .
Sempre que u ma co nst rução desaba muit a ge nt e mo rre e
mac huca. Da mes ma fo r ma, to do invest iment o min ist er ial
at ravés de mot ivaçõ es do ent ias e obscuras não apenas é
suic ídio , co mo pode dest ruir a mu it os.
Nossa mo t ivação é cruc ial no que t ange a ser mo s
qua lificados co mo o breiro s. O que ins p ira no s sas açõ es e
mo t iva no sso ser viço é t ão releva nt e quanto a pró pria ação e o
ser viço em si. Na verdade, t odo esforço ínt imo no sent ido de
impress io nar ho mens nos desqua lific a per a nt e Deus.
Qua ndo valor izamo s ma is a op inião humana do qu e a
apro vação divina, exibimo s uma mot ivação esp ir it ualment e
co rro mp ida que co mpro met e nosso ser viço.

A LEI DOS DO IS ALTARE S

E m vár ias ocasiões na B íblia, percebe mo s a necessidad e


de se leva nt ar do is t ipos de alt ares: u m escond ido o u ínt imo e
o out ro público ou t est emunhal; um para Deus e o ut ro para as
pessoas. O pr ime iro alt ar fala do t est emunho que De us d á
acerca d e nós e o s egu ndo a lt ar fala do t est emunho qu e d amo s
acerca de Deu s.
Exist e, porém, u ma import ant e seq üê ncia a ser
obedecida. O alt ar ínt imo se mpre precede o altar do
t est emu nho. Est a é a lei dos do is altar es. Ou se ja, ant es de
ser mo s apres ent ado s aos ho mens, precis amo s no s apresent ar
diant e de Deus.
A a fir mação do s ho mens não va le mu it a coisa q uando não
t emo s a aprovação d ivina. A vida ínt ima co m D eus sempre
precede a vid a públic a co m os ho mens.
Sempre que invert e mo s est a seqüência transgred imo s est a
le i. Aqu i, ent endemo s porque t ant as pessoas, da mesma fo r ma
que se levanta m co m uma aparê ncia que impres sio na,
subit ame nt e "de saparecem".
Sem uma vid a ínt ima co m Deus, agregamo s u ma
inco nsistê ncia que mais c edo o u mais t arde no s far á vít ima s
da vida púb lica e da imagem que t ent a mo s sust ent ar perant e as
pessoas, E st a fo i a t err ível t ransgre ssão de Sau l que o
desqualificou co mo rei. Me smo depo is de desobedecer a Deu s,
ele ainda co nt inua va mais preocupado co m su a imag em
púb lica, do que
co m a sua sit uação diant e de Deus:

"Ao que disse Sau l: Pequei; hon ra-me, poré m,


ago ra diante dos anciãos do meu povo, e diante de
Israel, e volta co migo, para que eu ado re ao
Senhor teu Deus." (I S m 15:30)

A Bíb lia no s adverte que não po demos basear nossa v ida


numa aparê nc ia se m consist ência. I mpr essões su per ficiais qu e
co nvencem a opinião pública duram muito po uco. Po rt ant o,
não se pode evit ar a dest ruição daquilo que é aparent e. É
co mo a er va e a sua flor so b o impacto caust icant e do "So l da
Just iça":
"Pois o so l se levanta em seu a rdor e fa z s eca r a
erva; a sua flo r cai e a beleza do seu aspecto
perece... " (Tg 1: 11)

Aparent e ou per manent e? E ste é o grande d ile ma


mo t ivac io nal. A receit a da co nsist ê ncia e sp ir it u a l é u m
co mpro misso pessoa l, ínt imo e const ant e co m a
vont ade revelada de Deu s:

"... aquele que faz a vontade de D eus, permanec e


para semp re. " (I Jo 2:17)

Motivações e princípio s

Sacr ificando no a lt ar ínt imo nós revela mo s nossas


mo t ivaçõ es e s acr ificando no alt ar público e xpre ssamo s
nos sos va lor es e pr incípio s. Mo tivações por nat ureza te m u m
carát er o cult o, enqua nt o que no ssos valo res e pr inc íp io s t em
um carát er evident e, compo rt ament al.
Da mesma fo r ma que é fácil perce ber o s valo res e
pr incípio s de uma ação, pode s er extremame nt e d ifíc i l
desco br ir a mo t ivaç ão .
Do aju st amento sinérg ico e nt re as mo t ivaçõ es
sant ificadas do coração e os pr inc ípios divino s prat icado s
depende a co nsist ência da per sona lidade e a int egr idade
espir it ual.
Por ma is que nossas mot iva çõ es seja m cert as, se o
pr incípio é errado, o result ado será mo rt e. Igualme nt e, po r
mais que ag imo s co m o pr incíp io co rreto , porém se a
mo t ivaç ão é errada e co rro mpida, o resu lt ado t ambém ser á
mo rt e.
Da vi t eve uma mot ivação co rret a ao t razer de vo lt a a ar ca
para Jerusalé m, porém ag iu co m o pr inc ípio errado co lo ca ndo -
a nos lo mbo s de bo is e não nos o mbro s dos sa cerdo t es.
O pr incíp io ens ina que o sacerdot e car rega o peso da
responsa bilid ad e de co nduz ir a presença de Deus.
Est e pr inc ípio fo i quebr ado. No primeiro t ropeço do s
bo is, Uzá co locou sua mão na arc a par a que est a não caísse.
Est ava te nt ando ajud ar. Novame nt e ve mo s algu é m mu it o be m
int encio nado, porém, quebr a ndo u m pr inc ípio. E le não est ava
auto rizado a t ocar na arca.
Por ma is bem int enc io nado que D avi e Uzá est ivessem,
Uzá morreu fulminado.
De o utra sort e, ou azar, Anania s e Safira o fereceram ao s
apóst olos uma grande o fert a de uma pro priedade que
venderam. Est avam prat ic ando o princ ípio de dar. O princíp io
esta va t otalment e corret o.
Porém, eles não est avam da ndo livr ement e. E les quer ia m
em t roca reco nheciment o público. Quer iam t ant o impr essio nar
a to do s que não t iveram a sincer idade de co ração de dizer que
precisava m de part e daque le d inhe iro . Ent ão eles falara m q ue
esta vam da ndo t udo , quando na verd ade ret ivera m part e do
preço da propriedade. Ment ir am não só ao s ho me ns, mas ao
Esp ír it o Sant o. Ambos morrera m. Fico imagina ndo quant o s
Ana nias e Sa fira já est ão mo rtos o u morrendo dent ro de
nos sas igr ejas.

O ALTAR ES CONDIDO E O ALTAR PÚBLICO

O altar sec reto d o quarto e a recompensa pública


que vem de Deus
"Mas tu, quando orares, ent ra no teu qua rto e,
fechando a po rta, ora a teu Pai qu e está e m
secreto; e teu Pai, qu e vê em secreto, t e
recompen sará publi ca mente, " (Mt 6:16)

O quart o pode ser d efinido co mo qua lq uer lugar ond e


rot ineir a ment e desfrut amos de u ma pr ivacidade co m Deus.
De nt ro do quarto , somos nós me smo s, exercita mo s t ot al
t ransp arência e po demo s derra mar nosso co ração co m
sinc er idade.
Alt ar é o lug ar o nd e nossa vo nt ade é quebrantada e
simplesment e da mos a Deus t udo que e le est á pedindo . É u m
lugar de sacr ifício s, onde o fer ecemos a Deus algo qu e no s
cust a e que lhe é agr adáve l e verdadeiro.
A p a lavr a "sa cr ifíc io" em lat im sign ifica "t o rnar santo ",
To do alt ar é u m local o nde so mos po dero sament e t o cado s e
t ransfor mados pela voz de D eus, Est e é o ma is e levado
pr incípio de sant ificação pes soal, No "a lt ar do quart o "
oferecemo s uma part e do nosso dia, do no sso t e mpo , e,
portant o , da nossa vida, bus cando a face de Deu s e
examinando as Escr ituras.
Est e alt ar secret o não se const ró i na igreja, ou at ravés d a
co mu nhão co m os ir mãos, mas no quarto, a sós co m Deu s,
Jesus e stá explicando o po der de uma vid a devocio na l e do
relacio nament o pessoa l co m o Pa i.
É no quart o que va mos t er as ma is fo rt es e ínt imas
revelaçõ es e exper iê ncias. No quart o aprendemo s a apo iar a
nos sa fé numa dependênc ia t ot al de Deu s e não de pessoas.
A consciência pessoal q ue Deus é a no ss a fo nt e
ine sgot áve l det er mina a linha da mat ur id ade. Mu it a s vez es
aliment amos u ma e xpect at iva nas pe sso as que d ever ia ser
cana lizada apenas par a Deus.
Isto é ace it ável dura nt e u m espaço de t empo co mo recém-
co nvert idos, po rém se perdura, podemos no s co ndenar a uma
vida esp ir it u a l imat ura e que oscila de aco rdo co m as
cir cunstanc ias, Sempre que depe ndemo s mais de pesso as do
que de D eu s no s expo mos a mu it as de cepçõ es que t endem a
nos fr ag ilizar a inda mais.
Uma vida min ister ia l "pú blica" be m sucedid a nada ma is é
que o e fe it o e spir it ual do relacio na ment o pesso al e da vida
secret a co m De us,

O campo das ovelhas e o campo de batalha

"Disse mai s Davi: O Senhor que me liv rou das


garras do leão, e da s garras do u rso, me livra rá
da mão deste fi li steu. Então dis se Sau l a Davi:
Vai, e o Senhor seja contigo, " ( l Sm 17: 37)

Aqu i t e mos o alt ar so lit ár io do c amp o das o velhas


precede ndo o t est emunho no campo de bat alha, qu ando o heró i
de guerra dos filist eu s, que afro nt ava o exércit o de Israel, fo i
pub licament e derru bado . Ant es de vencer Go lia s, Davi, no
anonimat o, ve nceu as garras de um leão e de u m urso . Ant es
de s e impress io nar co m a prese nça int imid ado ra do giga nt e,
Da vi havia se impressio na do com a gr andeza de Deu s. Na
verdade, quem venceu Go lias não fo i Davi, mas o
relacio nament o que ele t inha co m Deus.
Da vi sabia co mo fazer da so lidão do campo u ma
opo rt unidade const ant e de desfrut ar da presença d iv ina. Ist o
fez dele um verdade iro ado rador. Não havia ningué m ma is ao
redo r para querer impr essio nar ou que pudesse co rro mp er su a
mo t ivaç ão . Sua vida de ado ração era pura e legít ima.
Ant es de t omar a es pada de Go lias, Davi re cebeu u ma
harpa d e Deus. A harpa de Deus recebe mos no alt ar o cu lt o e a
espada do giga nt e recebemo s no alt ar do t est emu nho , quando
Deus nos reco mpensa publicame nt e.
Est a é a unção de D avi; a harpa de Deus nu ma mão e a
espada do giga nt e na out ra. Dest a forma ele r epreendeu e
venceu o pr incipado demo níaco que vinh a pert urbando o rei e
o go ver no da na ção por t anto t empo:

"E quando o espí rito ma ligno da part e de Deu s


vinha sob re Sau l, Davi to mava a harp a, e a to cava
com a sua mão; então Sau l sentia alívio, e se
achava melhor e o espí rito maligno se reti ra va
dele. " ( l Sm 16:23)

Depo is de Dav i t er ve ncido a Go lias, e xpo ndo sua ca beça


à mu lt idão, o rei impr essio nado com o feito t ent o u se info r mar
sobre que m era aque le rapa zinho que sur preender a a to dos. O
mais int eressante é que ninguém sabia ou pod ia d izer qu e m
era Davi:

"Quando Saul viu Davi sai r e encontrar- se co m o


fi li steu, perguntou a Abner, o chefe do exército:
De quem é fi lho es se jovem, Abne r? Respond eu
Abne r: Vive a tua alma, ó rei, que não sei. Di sse
então o rei: Pe rgunta, pois, de quem ele é fi lho, "
( I Sm 17: 55, 56)

Da vi er a um desco nhecido , u m "Zé Ningu ém" para o s


ho mens. Porém, apes ar de não ser conhecido pelos ho mens era
mu it o bem conhecido de Deus!
Qua ndo Go lias de safiou t o do o exércit o ped indo: "... dai-
me um homem, para que n ós dois pel ejemos " ( I Sm 17:10),
Deus o uviu a oração de Go lia s e deu- lhe D avi. Ap esar d e
t ambém t er sido desprezado pelo giga nt e, era a ar ma secret a
de Deus.
Est a é a bênção do Va le do Car va lho, o alt ar do
t est emu nho, o nde D eu s reco mpe nsa nosso relacio na ment o co m
ele, e no s e nt rega pu blic ament e o s nos sos inimigo s. Est e va le
é muit o est rat égico por que a part ir dele é qu e mu it as
opo rt unidades surge m.
O t est emunho u ngido que vem de u ma vid a secr et a co m
Deus t em o poder de a mp liar as no ssas front eir as.
Apó s venc er o heró i dos filist eus, a vida de Davi t o mo u
out ro rumo que o conduziu ao go verno da nação.

O altar escondido dentro do Jord ão e o memorial


fora do Jordão

O Jordão é o limit e da mudança. É quando vo cê sai do


desert o e pass a a co nqu istar e d es frut ar de um t err it ór io o nde
as pro messas de Deus vão se cumpr ir. Do desert o, o u vo cê sai
apro vado , ou vo cê não sai, morre!
O Jordão é para aqueles que não só sa íram do Eg it o , mas
que t ambé m abando naram a ment alida de de escr avo s. O Jo rdão
t ambém co mun ica o se nt ido real do arrependime nt o.
Arrependimento não é ape nas vo cê re co nhecer que erro u,
não é apenas você admit ir e co nfessar os fracasso s mo rais, não
é ap enas você dizer: rea lment e eu fiz est as co isas que não
dever ia t er feito e sint o mu it o.
Na verdade, nenhuma dest as sit uaçõ es definem o
arrepend iment o. Confundir co nfissão co m arrepe nd ime nt o é
um grave erro.
Co mo vo cê já deve saber, arrepend ime nt o é t raduz ido
origina lment e da palavra grega "met anó ia" qu e s ig n ifica
mudança de ment e e propósito . É qua ndo vo cê reso lve
ment alme nt e e co m a bso lut a det er minação: est e erro que eu
fazia, não vo u fazê- lo mais! As t ent ações à que eu ced ia
minha vont ade, não vou ced er ma is! Nem qu e t enha qu e s uar
sangue! Mude i minha mot ivação, dispo sição , d ire ção e
ment alid ade! Est a é a genu ína d imensão do arrepend iment o .
Est a decis ão int er na de mudança est abele ce u ma no va
direção que nos reconcilia co m a verd ade e o pro pó sit o de
Deus. A inco nst â ncia é su bst it uída pela fir meza e
deter mina ção. Um no vo po sicio namento que co nco rda co m a
vont ade div ina é fir me me nt e est abele cido. Somo s conduz ido s
a vit ór ias inesper adas e surpree ndent es ! É aqui que o pecado
e a corrupção se ajoe lham diant e do poder do Esp ír it o Sant o .
A part ir de u m arrepe ndiment o genu íno, "não é vo cê que va i
deixar o pecado", "é o pecado que va i t e de ixar".
O alt ar do Jordão é u m do s pr incipais ma rco s de Deu s na
vida de u ma pe ssoa. Est e bat is mo de arr ependiment o t ambém
fo i celebr ado por do is alt ar es: um e scond ido no leit o do
Jordão e o outro fora do Jo rdão com pedras t irad as do leit o do
r io.
O a lt ar escondido fala da e xper iência ínt ima, d a mud ança
de co ração e ment alidade, a que o próprio Deus t est emu nho u
que acont eceu conosco:

"Amontoou Josu é també m doze ped ras no meio do


Jordão, no luga r em que parara m os pés do s
sacerdotes que levavam a arca do pacto; e a li
estão até o dia de hoje. " (Is 4:9)

Est e alt ar é só par a aquele s que p is aram o leit o seco do


Jordão. Depo is que a s águ as vo lt ara m a perco rrer o le it o do
r io, ninguém ma is podia ver aque le a lt ar, senão Deu s.
O a lt ar público, po r sua ve z, é o t este munho que damo s
do que Deus fe z, de co mo ele rea lizou o milagre da mud ança
em nossas vid as. É simp lesment e o frut o de uma exper iê ncia
pessoal e ínt ima co m Deu s:

"Ti rai daqui, do meio do Jo rdão, do lug a r em qu e


estiveram pa rados os p és dos sacerd otes, do ze
ped ras, levai-as conv osco para a out ra b anda ... "
(Js 9:3)

Toda t ravessia na vida, toda mudança esp ir it u al d e


endereço e ment alid ade é mar cad a por est es do is alt ares. Tudo
co meça co m o t est emunho que Deus dá acerca de nó s e se
co mp let a co m o t est emunho qu e damo s acerca dele. E st a é,
portant o , a prime ir a parc ia l do pr inc ípio de no s apresent ar
diant e de Deus.

Capítulo 2

"Procura apresentar-te ... aprovado, como


obreir o ...

Ant es de ser um obr eiro , é t ambé m n ece ssár io est ar


apro vado . Co mo obser va mos no t ítu lo acima, a p alavr a
"aprovado" precede a pa lavra "o breir o". Obedecer est a
seqü ênc ia é esse ncia l. Uma pesso a que não est á apro vada po de
co mpro met er não apenas sua vida, co mo t ambém a o bra qu e
realiza.
Est a segunda s it uação a borda a necess idad e de u ma
qua lificação. Obviament e que a pr imeira situ ação , t rat ada no
cap ít ulo a nt er io r, é u m pré-req uisit o para est a.
O pont o de part ida da o bra de Deus são as no ssas
mo t ivaçõ es. E m pr ime iro lugar precis a mos alin har no sso
per fil mo t ivac io nal co m o t emor de Deus, e m segu ndo lugar
estar mos apro vados e, só e nt ão, desempenhar no sso ser viço ao
Senhor.
A r igor, ant es de ma is nad a, é impo rt ant e ent e nder qu e
nós so mo s a o bra de Deus. Esta mos em const rução . So mo s o
t emp lo que o Esp ír it o Sant o est á edific ando. O lug ar que Je su s
está preparando na et ernid ade para nós ( Jo 14:2 ) est á d ent ro
de nós mesmo s : é o nosso ho mem inter ior que se e xt er io r iz ará
em glór ia num corpo celest ial ( I Co 15:40-54).
Aque la "mansão " que vo cê e spera mor ar no céu est á
sendo inv is ivelme nt e co nst ruída de nt ro de vo cê mesmo ,
at ravés d a vis íve l obr a e transfo r mação que o Espír it o Sant o
está fazendo e m sua vida, em v irt ude da sua ma leabilidade,
que brant amento e submiss ão à vont ade divina.
E m se t rat ando de ser vir a Deus, o mais impo rt ant e não é
fazer, mas de ixar Deus fazer em nós. Quando E le faz e m nó s,
certa ment e t ambém fará o me smo at ravés de nó s. De fat o ,
exist e uma eno r me d ifer e nça entre você fa zer a o bra de Deus e
Deus fazer a obra de le at ravés de você. Po r ist o é t ão
import ant e o princ íp io da cooperação.

" Porque nós somos cooperado res de Deus; vó s


sois lavou ra d e Deu s e edi fí cio de Deu s. " (I Co
3:9)

A questão básica d a aprovação


Gost aria de propor uma pergunta: Qua l é a pr ime ir a co isa
que t emo s que fazer para ser mos apro vados diant e de Deu s?
Dê uma paradinha na leit ura e tent e respond er...
Invar iave lment e, qu ando pergunto às p esso as o que t emo s
que fazer para ser mo s a provados d iant e de Deu s, qua se
sempre, ouço mu it as respo st as redunda nt es.
Alguém logo responde: obed iência ! Out ro s asseguram:
t emo s que t emer ao Senhor! Ainda outros a fir ma m co m
certeza: para .ser mo s aprovados t emos que andar e m s ant id ade
! Viver por fé! ...e assim vamo s ouvind o respo st as cad a vez
mais " esp ir it uais", mas que fogem da simp lic idad e da
pergunt a.
Algu ns se apro xima m ma is dizendo que é necessár io
passar na pro va. Po rém, ant es d e passar na pro va prec isamo s
fazer a prova. Ent ão , a pr ime ir a co isa a fazer p ara ser mo s
apro vado s é simple sment e: a p rova ! N ingué m po de ser
apro vado numa prova que não fez! Só exist e um ca minho par a
a "apro vação": a provação, t est es, t ent ações, et c. !

"Bem-aventu rado o ho mem que su po rta a


provação; po rque, dep ois d e ap rovado, receb e rá a
coroa da vida, que o Senhor p romet eu aos que o
amam. " (Tg 1:12)

Qua nt as vezes fa zemo s pro mess as e votos para Deu s qu e


não cumpr imo s? Fa lamos: Deus, eu vo u crer em t i! ... E u vo u
obedecer meu c ha mado minist er ia l! . ...
Eu vou ser fie l a t i co m minhas finanças! ... Vo u ganhar
mu it as a lmas para o t eu reino! .. .
Porém, quando a prime ira necessid ade surge, ent ramo s
em co lap so. A pr ime ira d ificuld ade no chamado ve m, e já
pensamos em desist ir: "t alvez não seja be m ist o o que Deus
t enha para mim". Quando as pesso as que no s a judam
financeira ment e se esquecem de nós, ou o salário e nco lhe,
esmorecemo s e fica mo s fer idos e desa nima dos. Ao s po uco s,
nos aco moda mos ao r it ual da igreja , ao s cu lt o s, ao s
seminár io s e co ngr es sos e no s esquec emo s dos que se perdem.
Cada vez que so mo s provados em rela ção aos pro pó sit o s que
esta belecemo s, simp lesmente fr acassamo s.
A verdade é que mu it as provas vão aco nt ece ndo de
mane ira nat ural e sut il no decorrer da nossa vida. Porém, cad a
respost a insufic ient e o u inadequa da que damos a est as pro vas
impõe a marras esp ir it uais que, paulat ina ment e, no s dist anc iam
da po ssibilidade de conquist ar o so nho de Deus e cu mpr ir o
seu propó sit o.
Se, de fat o , alme jamo s ser um o breiro no Reino de D eu s,
precisamo s no s mat ricular na esco la do Esp ír it o Sant o, t endo a
disposiç ão de ser mo s t rat ados e edificado s pela Palavra d e
Deus. Est a esco la d ura a vida int eira e o Esp ír it o Sant o t êm
um curr íc ulo especia l, dinâ mico e apro pr iado para cada um de
nós.
Nossas mot ivações mais ínt imas, nossa fé e per sever ança,
nos sas co nvic ções e sent imentos, nosso conheciment o , no sso
chamado e min ist ério serão provados me diant e t oda so rt e
cir cunstânc ias especifica me nt e co nt rár ias. Deu s nu nca é
super ficia l banaliz ando no s sas falhas de carát er e as
dist orçõ es que ainda t emo s na no ssa per so nalidad e. Ac ima de
t udo, a fé é u ma musculat ura que não po de de ixar de ser
exercit ada.

"E sabemos que todas as coisas contribu e m


juntamente pa ra o bem daque les qu e ama m a
Deus, daqueles que são chamado s por seu decreto.
" (Rm 8:28)

Est e t ext o apo nt a para a nec essida de de quebr ar u m


so fisma que mu it os t ent am sust ent ar. Ou se ja, quando
at endemos ao cha mado de Deus, mesmo a ndando em
obediênc ia, não quer dizer que só aco nt ecerão co isas po sit ivas
e animado ras. O centro da vo nt ade de Deus não no s isenta d as
provas, das d ificu ldades e da s resist ências o ferecidas pelo
mu ndo espir it ual.
Qua ndo Paulo fa la: "... mas em to das est as co isas so mo s
mais que venc edores, por aquele que no s amou " (R m 8:37), o
que ele qu is dizer realmente co m ist o ?
E le est ava se refer indo a vencer o que? O qu e ser ia m
"t o das est as co isas" ? S ig nifica a resist ência qu e est á po r vir,
aquilo que va i no s t est ar co nsiste nt ement e.
Gost amos da idéia de que so mos venc edores sem t er que
lut ar, o u de ser mo s apro vados sem ao menos fa zer a pro va.
Porém ist o não é corret o e não funcio na dest a fo r ma. Pau lo ,
então, exp lica:

"... quem nos separará do amor de Cri sto? a


tribu lação, ou a angústia, ou a persegu ição, ou a
fome, ou a nudez, ou o p erigo, ou a esp ada?" (Rm
8:35)

Se você est á passando po r algu ma dest as situa çõ es, ent ão


você est á diante da t remenda opo rt unidade de não duv idar do
amor de Deus e t ornar-se u m vencedor.
A at it ude certa de co ncordar co m o carát er de Deus e m
cada prova func io na co mo u ma senha que dest ranca po rt as e
romp e as no ssas fro nt eir as. A vit ór ia de Jesus prec isa ser
endossada em cada lut a que passa mos at ravés de u ma
ident ifica ção co m o seu carát er.
Bas icament e, é necessár io u m desprend iment o par a
enfrent ar qua lquer s ituação . Encarar t udo co mo u m acr ésc imo ,
ou seja, saber abso rver a parte boa de to da e qua lqu er
ad vers idad e. Sem est e ent end ime nt o abort a mo s a real
possibilidade de ser mos "aprovado s".

A desintegração do caráter - A sín drome da


debilidade moral crônica

Vive mo s num mundo debilit ado e degenerado


mo ra lment e. A decadência e st á e m alt a. O moral re lat ivo u- se a
pont o de tolerar e ser confu ndido co m o imo ral.
Faceamos uma aguda inversão de valores que,
absurda me nt e, é t ida co mo avanço cu lt ural e mo der n idade.
O p ior é que ist o est á ent rando para a igre ja e
co nta minando-a. Pessoas que aceit a m a debilid ade mo ra l
crô nica se amo lda m às c ir cu nst ânc ias imo rais que
rot ineir a ment e a s afront am. Ac abam s e co nfor mando co m o s
valores iníquo s do present e século.
E m muita s igre jas o cresciment o t em sido acomp anhado
pela mu nda niza ção. A ét ica da perso nalidade e m detr iment o
da ét ica do carát er, o nde os pr incíp ios básico s qu e regem o
mu ndo espir it ua l são igno rados e vio lados, de ixando t ant os
crent es à mercê da s at aduras sat ânicas. O pro blema é q ue a
igno rânc ia não no s isent a das conseq üência s e puniçõ es da
que bra da lei.
Um est ilo de vida e mba lado pela igno rânc ia mo ral d á
lugar ao caos soc ial. É quando so mos ind u lgent es co m
pecados c hamando-os de " fraquezas". Começa p e la t o lerância
ao pecado, segue a conivê ncia, vem a insensib ilid ade e po r
fim u ma consc iência danific ada, que co mpromet e o alicer ce d a
vida. O pecado torna-s e, co nfort avelment e, ur na ro t ina
natural.
Nest a geração o nde as verdade iras leis e va lo re s est ão
sendo re lat ivados, a conivê ncia co m a fr aqueza mo ra l t em sido
um cheque- mat e na mensagem e na int egr idade da igr eja. A
avalanche d e male s emocio na is que est á debilit ando a
sociedad e at ua l, nada ma is é que um efeit o co lat era l
sint o mát ico da desint egra ção mo ral e d e uma "pro sper idad e"
per miss iva.
Algu ns pe nsam q ue cert as debilidades fazem part e da su a
persona lidade. Muit a s pessoas, de nt re e las, obreiro s, líd eres e
past ores, t êm abr açado sua fraqueza mo ral co mo u m víc io
evangélico , e est ão t ent ando convencer a Deu s que já
nascera m mora lment e débe is, que eles s ão assim mesmo e não
t em je it o .
Porém, na verdade, e st a debilidade de esp ír it o pro duz
impiedad e e ma ldad e, Est a falt a de força mo ral d á lugar ao
diabo, pro fana ndo a obra de Deus e t razendo e scândalo s e
dest ruição .

Definindo a derro ta

O que é derrot a? Sob a perspect iva da apro vação ,


podemos abreviadament e definir derrot a como sendo : "uma
vida cíclica de rep rovaçõe s" (Fig, 01). Ciclo é algo viciant e
onde nos vemos obr ig ado s a vo ltar sempre no mesmo pont o .
Qua ndo algué m e nfrent a um pont o de pr o va e su cu mbe,
obr igat o riament e t erá que ret ornar a e st a me sma q uest ão . Cada
vez que faze mo s u ma prova e não somo s apro vado s,
precisamo s fazê- la de no vo .
Est a sit uação o br igat ória de vo lt ar ao ponto do fracasso
define a le i da prova, da qual ninguém escapa.
Do confro nt o com est a lei emerge u m carát er de
obediênc ia ou uma a lter nat iva de falê ncia moral.
Port ant o, a desga st ant e dinâ mica de passar
rot ineir a ment e por uma mes ma s it uação, que vez apó s vez, no s
subjuga, co nstrói um quadro de derrot a. Ou seja; é qua ndo
fazemo s a prova e to ma mo s bo mba! E nt ão faze mo s a pro va
nova ment e e t o mamo s mais uma bo mba! Repet imo s a pro va e
de repent e u ma no va reprovação! Cada vez, vamo s s endo
vencidos mais fac ilment e por aquele po nt o de pro va e
co nvenc idos po r um sent iment o de fr aca sso. Co mo Jesus
rep licou:

"Em verdade, em verdad e vos digo que todo


aquele que comet e pecado é esc ravo do pecado. "
(Jo 8:34)

Sent imo- no s vencidos e se m esper ança. I sto t em sido u ma


dízima per ió dica na vida d e muitos, leva ndo -o s à
desint egração espir it ual, apat ia e apost asia.
Dest a for ma e st es po nt o s espec ífico s d e pro va t o rnam- se
gigant es int er nos que no s subjugam, const ruindo fo rt aleza s
que acred it amo s sere m int r ansponíve is.
Precisamos apre nder co m Davi a salt ar est as muralha s e
vencer e st es inimigo s.
A B íblia nos cont a co mo Golias, o mais famo so heró i do s
filist eus, desa fio u a qualqu er ho mem do exér cit o de Israel a
enfrent á- lo num co mbat e pessoa l. Cada d ia e le vinha no
mes mo ho rár io e fixa va sua a fro nt a hu milhando e esmag a ndo
psico lo gicame nt e a to dos:

"Chegava- se, pois, o filisteu pela manhã e à


tard e; e ap resentou-se por qua renta dia s. " ( l S m
17:16)

Est a é u m est rat égia fr ia e calc ulist a, o nde o in imigo


implant a uma ment a lidade de derrot a. Cada guerre iro de Israel
t inha que "engo lir" duas repro vações po r dia. Eram d errot ado s
pela manhã e pela t arde a cada d ia! Go lias impô s u m pro cesso
cíclico de reprovação pesso al e co let iva s imult ane ament e.
Mediant e as t err íveis afro nt as do giga nt e, d ia após d ia,
cada guerreiro, t inha que a ceit ar o fracasso, se a co vard ando .
Aq u ilo t ornou-se u ma ro t ina d e humilhação, dest ru indo a
auto -est ima de cada um do s ho me ns do exércit o de Saul. I st o
represe nt ou mais que uma d errot a; fo i um massacr e!

"E todos os h omens d e Israel, vendo aque le


homem, fugia m, de diante dele, tomados de pavo r
" ( l Sm 17:24)

Cada afro nt a pública d e Go lias impunh a um pro fu ndo


sent ime nt o de impo t ência que imo biliz ava a t o do s. Já
esta vam, não apenas, co nfo r mados co m a s it uação de derro t a,
mas t ot alment e int imidado s, desesperados e ap avo rado s. Ist o
perduro u quarent a d ias inint errupt os, at é que Da vi fo i envia do
por Deus. Temos aqui u m verdadeiro quadro de derrot a
espir it ual.
Est e episó dio r evela a sit uação de mu it os, que qu ando
estão na igr eja, junt o com t odos, most ram-se d ispo st o s a t udo .
Oram, lo u vam, prega m e t est e munham co m ardo r. Porém,
pessoalment e, sozinho s dia nt e do s gig ant es int ernos d a ir a, da
impaciênc ia co m o cônjug e, da porno grafia, d as d ív id as, ...
não podem se cont rolar, encont ra m- se desacred it ado s e
vencidos.

Definido o trauma

Na d inâmica dest a vida cíc lica d e reprovaçõ es reside o


verdadeiro pont o o nde se co nce nt ram as nos sas e nfer midades.
É impos sível fa lar de derro t a sem falar e m t rau ma. Ár eas d e
derrot a são áreas t raumat izadas.
Cada repro vação sig nifica uma mac hucadura. So b e sta
perspect iva, podemos d efinir o t rauma co mo sendo: "o
resu lt ado de fer idas e reprovações co ncent radas no mesmo
pont o".
Qua ndo era cr iança, uma d as minhas d ive rsões pred ilet as
era and ar de carr inho de ro limã s. Havia u ma gra nde lad eira
onde d es cíamo s apo st ando co rrida. Os acid ent es eram
ine vit áveis. De repe nt e joelho s e cot ovelos est a vam e m car ne
viva. Era respirar fundo , segurar a dor e desc er de no vo
acredit ando no sucesso.
Porém, um t ombo, mais cedo ou mais t arde, acabava
aco nt ece ndo novame nt e. O mes mo co tove lo ra lado , est ava
agora, sem a c asca e do loro sament e fer ido.
Uma fer id a e m cima de o ut ra fer ida ... A do r e o medo ,
imed iat ament e, supera va o prazer pela d iversão !
Est a é uma for ma bem pr át ica de definir u m t rau ma: é
qua ndo você machuc a em c ima de um ma chucado que já havia
sido mac hucado ! Só de pensar, em alguém encost ar nest e lo ca l
sobre-at ingido , já dó i! Um t err ível medo de ser no vame nt e
fer ido se inst a la, co mo um mecanis mo aut omát ico de defesa.
Psico logicament e, e st e ponto va i so frendo u ma
fragilizaç ão co nst a nt e, tornando -se cada vez mais sus cept ível
a co lapsos ond e a pró pr ia est rut ura po de se ro mper, co mo u m
osso que se quebra, pro duzindo danos per mane nt es, o u d e
recuperação ma is demor ada.
Temo s vist o pessoas que d epo is de fazer cinco
vest ibulares mal sucedidos, des ist em de vez do s seu s so nho s
profissio nais. O mesmo acont ec e em muit as o ut ras s it uaçõ es
onde nossas habilidades são t est adas.
Tudo isto t a mbém descreve co mo se enco nt ra a vida
mo ra l e e mocio nal da ma ior ia d as pessoas. Na verdad e, o que
podemos co nstat ar, é que todos já lut aram ou est ão lut ando
co m áreas de t rauma e d errot a.
O processo do ap rofun damento d a ferida

Reit era ndo, cada cic lo de repro vaç ão impõ e u m no vo


golpe so bre a fer id a. O nível d a do r va i int ensific ando e
apro fu ndando cada vez que o mesmo per fil de pro va no s
subjuga. Vai-s e fer indo o que já est ava fer ido . Est e quadro de
derrot a fu ncio na at ravés de um t ipo de "efeito para fu so"
apro fu ndando a do r e as r aízes do estado de repro vação (Fig.
02).
Mo ralment e falando, pode mos definir a pro fu nd id ad e do
t rauma co nt o sendo a "vergonha". A int ensidad e dest a
vergonha e const rang ime nt o espir it u al po de ser det erminad a
pela dist ância ent re a pr imeir a e a últ ima r eprovação , co mo
demo nst ra o diagrama.

[Milindrosidade - Retraime nt o - Vulnerabilid ade]


Exist e u m t ipo de vergonha que é saudável e pro move a
decê ncia, poré m exist e est a o ut ra vergonha q ue é u m
escrav izant e s ent ime nt o que vem como resu lt ado dest e
processo crônico de d ebilita ção moral, abuso s so fr ido s, perda s
t atuadas por u m se nt ime nt o de injust iça, infer io r id ade e
amargura. Po r ma is que t ent a mos fugir, aque la mesma co isa
sempre nos per segue e repet e.
Invar iave lment e, o nde ex ist e est e t ipo de vergo nha
espir it ual t ambé m ex ist e muit o medo, culpa e do r. A vergo nha
mo ra l qu e at o rment a nossa me mór ia e st abe lece a pro fu nd idad e
que est e ciclo de repro vaçõ es crô nicas t em cavado na no ssa
alma.
Pau lo ins ist e que é necessár io est ar mos diant e de Deu s
não apenas co mo obreiro, mas "co mo o breiro que não t em d e
que se e nvergo nhar. " É fu ndamenta l lidar mo s co m est a
vergonha da a lma. Precisamo s aprese nt ar est a mes ma po s ição
e dispos ição de co ns ciênc ia co m a qual Jesu s encara va e
co nfro ntava to da habilidade acusadora de Sat anás:

"... aí vem o prín cipe deste mundo, e ele nada tem


em mi m. " (Jo 14:30)

Dimensionan do a profundidade do trauma

O trauma, invar iavelme nt e, fr agiliza a perso na lid ade,


co mpro met endo t ambém a for mação do caráter.
Podemos especificar ist o dize ndo que quant o mais
profundo o trauma, t anto ma ior é a milindro sidad e, o
ret raiment o e a vulnerabilid ade.
Est a seqüência e st abe lece uma est ratégia de at aque o nd e
emoc io nalmente so mos lançado s num abis mo .
Essa aspiral da repro vação nos suga co m a fo rça de u m
tornado.

1. Milindrosidade

Qua ndo est amos co m uma região do corpo t raumat izada


qua lquer esbarrãoz inho po r me nor que seja é ext remament e
dolo roso. Depois de so frer vár io s imp act o s na mes ma reg ião
ou vár ias reje ições numa mesma área, a milindro sid ade se
inst ala e co me ça a "fazer part e" da per sonalidade.
A pe sso a t orna-se propr iet ár ia de uma área hip ersensíve l,
o que afet a seus relacio na ment os, tornando-os inst áve is. Estas
áreas hiper se nsíveis t ambém desequilibram o hu mo r e o
t empera ment o da p es soa, fazendo dela algué m de d ifícil
co nvivênc ia.
Algu mas pesso as são t ão melindrosas que é nec essár io
uma ginást ica t remenda par a co nseguir u ma apro ximaç ão
maio r e tocar no seu problema. Uma correção bem
int encio nada pode ser drast icament e int erpret ada co mo
rejeição e agressão.
Dest a for ma, a milindro sida de pode co mpro met er
espir it ualment e a pessoa ainda ma is, conduz indo -a a u m ma io r
níve l de ret raiment o, o que só piora e t orna a sit uação ainda
mais per igo sa.

2. Retraimento

O ret raiment o engessa a pe ssoa nu m co mp ortamento o nde


a fer ida p assa a ser o eixo da vid a. Você sa be co mo ist o
func io na: qua ndo alguém a meaça encost ar no "ma chucado e m
cima do machucado que já t inha sido ma chucado ", a t endênc ia
é se a fa st ar a brupta ment e da possibilid ade do to que. A
t endênc ia nat ura l é ret rair, fugir, a fast ar, inib ir...
M inha esposa co nt a u m episódio da sua infância quando
ao ser le vada no dent ist a, na pr imeira d ist ração de s ua mã e,
ela fug ia e vo lt ava so zinha par a c asa. A do r ap avo ra as
pessoas, le vando -as a fugir.
Certa vez, meu amigo Salo mão Cut r im, me fa lo u a lgo que
ja ma is po der ia ima ginar: Co t y, você só pode ser co nsid erado
um missio nár io aprovado na Rú ssia depois d e ir ao dent ist a!
Porquê? Logo pergunt e i. Co m um sorr iso sem gra ça ele
relat ou suas do lorosas exper iênc ias de t er que t rat ar de algu m
dente po r dent ist as, um t a nt o quant o indelic ado s, e sem t o mar
nenhum t ipo
de a nestesia! Não é fác il se expor a algo assim, mas
algumas vezes, simp le sment e, não há out ra opção.
Alguém já d isse que Deus opera "sem anest es ia".
per mit a- me cont ar u ma piad inha de cre nt e: Um ho mem passo u
em fr ent e uma igr eja pent ecost al e co meço u a ouvir o s gr it o s
das pessoas lá de nt ro . Era uma reunião a portas fec hadas e su a
cur iosidade au ment o u aind a ma is. E le fico u parado po r uns
inst ant es o uvindo o s berros, o choro e o clamo r do po vo , at é
que t omou coragem e s e aproximou do diácono à po rt a:
Mo ço ! O que est á acontecendo aí dent ro ? O d iáco no
pront ament e re spo ndeu: De us est á operando ! E le,
cur iosame nt e quest io nou: Mas, E le não dá anest esia ???
Pode parecer que não , ma s a do r emo cio na l é aind a ma is
co ntund ent e que a do r fís ica. A pe sso a co me ça a se iso lar. Os
relacio nament os obr ig at o ria ment e t o rnam-se su per ficiais . A
mo t ivaç ão preponderant e é não deixar ninguém se aproximar.
Algu ns jur am dent ro de si mesmo s : ninguém vai se aproximar
suficiente ment e para poder fer ir- me no vament e!
O medo de ser fer ido, o pavo r de uma no va reje ição , a
vergonha do t rauma e da c ulpa, acaba leva ndo a p esso a par a
uma jur is dição de t revas, ocu lt amento de pecado s e so lid ão
espir it ual.
Tenho at endido muit as pe ssoas q ue est ão lit eralme nt e e m
pr isões espir it uais por causa de abu so sexual, pr át ica de
aborto, t ent at ivas de suicíd io, casos de adu lt ér io , prát ica d e
ho mossexualis mo, po rnografia, ho micídios e a í po r dia nt e.
S ituaçõ es em que as pessoas recusam- se a expo r.
Um dos piore s t ipos de ocu lt ismo é o "o cu lt ismo
evangélico ", onde acredit amos q ue de vemo s encobr ir nosso s
pecados e vergonhas. O proble ma é qu e Sat anás é qu e m reg e
esta jur isdição. E le é o pr ínc ipe da s t revas. Todo pecado e
t rauma quando não são submet idos à luz fic am so b o po der de
uma imp iedosa e xplo ração demoníaca.
Port ant o, o ret raime nt o, ao mes mo t empo que t rás u m
certo "co nforto emocio nal", t ambém impõe u ma t err íve l
vulnera bilidade. Est e passa a ser nosso pont o fraco predileto
pelo inimigo sempre que e le dec ide nos at ing ir.

3. Vulnerabilidade

O t rauma, por definição, passa a ser u m po nt o cada vez


mais fr aco. É um a lvo cr esce nt e que o d iabo só enco nt rará
facilidad es em acert á- lo!
E m mu it os aconselha ment os quando fazemo s u ma "linha
do t empo" e m relação à vid a da pe ssoa, perce bemo s go lp es
que se repet e m o bedece ndo u m mesmo padrão de ataque e
objet ivo .
Podemos perc eber qu e se mpre há det erminada ár ea que
fo i dura ment e perseguida e go lp eada repet idament e. Algu ns
desd e cedo fo ram per segu idos co m discr iminação racial,
out ros co m abuso sexual e imo ra lidade, out ros co m abandono
e t raição, et c. De t empo em t empo, co m pe sso as e sit u açõ es
difer ent es, a mesma agressão ve m para aprofund ar a fer id a.
Sob o aspect o da bata lha espir itu al, o t rau ma o bedece a
um s ent ido rot ineiro de at aque. É co mo uma lut a de bo x.
Depo is que u m dos lut adores co nsegu iu abr ir o supercílio do
seu opo ne nt e, ele p assa a acert á- lo ape nas naqu ele po nt o.
Mais do is go lpes so brepo st os na me sma reg ião fer ida, e o
ad versár io é fu lmina nt emente nocaut eado . To rno u-se
vulnerá vel.

O processo de espiritualização da ferida

Aind a qu e a super fície da sit uação po de ser e ncobert a, e


os o ut ro s ne m imag inem o que est á acont ecendo , dent ro da
pessoa, a dor se apro funda cada vez que e la co nvive co m o
fracasso diant e da pro va.
A fa lênc ia da alma impõe t ambém um pr o cesso de mo rt e
espir it ual lent a. Ist o explica a apat ia e depressão e sp ir it ua l
que asso la a vida de mu it o s. O t rauma t em um t err ível po der
de penet ração na alma ca da vez que e le se repet e.
Na mes ma pro porção que a dor se apro fund a e e nra íza,
mu it as t e ndênc ias co mpo rt ament ais noc ivas se manife st am. É
só uma quest ão de causa e efeit o, raiz e frut o . Dist o po de
emergir um sut il processo de espir it ua lização da fer ida.
I magine u ma pessoa envo lvida co m alco o lis mo , dro gas,
imo ralid ad e, et c. que aca bou de se co nvert er. Junt o co m a
co nver são a Jesus, e la acaba t ambém inco rpo rando o rót ulo de
crent e.
Mu it as pessoas na igr eja define m super ficia lment e o
crent e co mo a lguém que não bebe, não fuma, não vai mais ao s
bailes e bo at es, não prat ica imoralidade, etc. Ló gico que est as
co isas são inconvenient es, mas a abst inência de las é impost a
para sat isfazer o no vo padrão relig ioso adot ado, porém, se m
co nsiderar as suas raízes c ausadoras e sust ent ado ras.
Por exe mp lo , supo nhamo s qu e esta pesso a recém-
co nvert ida t enha so fr ido um do loro so pro cesso de t raição
co njugal, o u fo i vio lent a ment e a busada se xualment e na sua
infância. Est a dor residual alo jada na sua memó r ia fer ida
nut re não só as cade ias pec amino sas, como t ambém as
influênc ias de mo níacas que aflo ra m no seu compo rt amento .
Enqu ant o est a vergonha não for remo vida at ravés de u m
t rat ame nt o adequado e su fic ie nt ement e pro fundo , a pessoa
co nt inua sujeit a a var iados t ipos de mecanismo s de defesa e
co mpensação e m bu sca de a lívio par a a d or emo cio nal e mo r a l
que sent e, o que só reforça o problema esp ir it ual qu e a
co nfro nta.
Co mo est a pes soa, agora, t orno u-se crent e, sent indo -se
obr igada a abando nar os co mpo rta ment os mu nda nos, a
t endênc ia é migrar do " vício munda no " para u m "vício
gospel", e vangé lico. Algumas s e refug iam na mú s ica, outras
nas at ivid ades da igreja, o ut ras em est udos t eoló g ico s, et c.
Co met emo s um grave erro de discipu lado quando
t rat amos ape nas dos pecados e víc ios das pessoas se m lid ar
co m a do r emoc io na l e a vergonha mo ral que e st a pes soa
carrega. Cort amos a plant a e deixamo s a raiz.
Certa mente o pro blema vai r et ornar e se manifest ar, só
que, ago ra, de for ma mais "eva ngélic a", "espir itua l", po rém a
seiva pro cede de uma raiz co nt amina da.
Dest a raiz de vergo nha e dor po de e mergir u m int enso
at ivis mo relig io so. Apesar de t ornar-se u ma p essoa
t remenda ment e prest at iva, sua insp ir açã o vem d a car ência
emoc io nal e da t ent at iva angust ia nt e de comp ensar o u maquiar
a vergo nha que sent e. Ao mesmo t empo em qu e a pe sso a ser ve
ao s pro pósit o s de Deus, t a mbém enco nt ra-se so b fo rt e
persegu ição demo nía ca.
Na verdad e, est e at ivismo re lig ioso é esp ir it u alme nt e
passivo. É o d is farce da fer id a. Po r ma is que a pesso a
impress io na p elo que faz, espir it ualment e falando, t udo ist o
produz u m re sult ado mínimo no mundo espir itua l. A
mo t ivaç ão doent ia dest ró i a eficiência espir it ual da pessoa.
Por mais que a pessoa ga lgue posições devido ao seu at ivis mo ,
sua vida est á minada e sua obra co mpro met id a.
Est e quadro de derrot a e fragilid ade func io na co mo u ma
ar ma dorment e que pode ser at ivada caso a pesso a co mece a
reagir e a meaçar o esquema impo st o pelo inimigo . Enquant o a
pessoa fica quiet inha, nas t revas, t udo bem. O in imigo at é
per mit e u m cert o cresciment o. Porém, quando est a p esso a
reage e co meça a fazer a lgo que r epr esent a u ma ameaça,
sata nás at iva s ua fo rta leza at ingindo seu po nt o vulnerável.
Qua nt o s caso s co mo est e t emos prese ncia do ? Pesso as são
le vant adas de for ma ráp ida e c ar ismát ica e d e rep ent e u m
grande escândalo de st rói t udo. Muit os que igno ram est e sut il
esquema de espir it ualizaç ão da fer ida fica m se m ent ender:
Co mo pô de aquela pesso a t ão esp ir it ual, t ão at iva, cair nu m
erro t ão grave e absurdo como est e?

As fortalezas espirituais da mente

Est as área s de derro ta são o alicerce sobr e o qual Sat anás


co nst rói int er na ment e suas fort ificações em no ssas vida s.
Normalment e est as fort alezas ma lignas alo ja m- se no s
pensament os e manifest am- se at ra vés de me nt alid ades.
Uma das defin ições lit erais para est as "fo rt alezas"
espir it uais da ment e pode ser ilust rada da seguint e fo r ma:
"u ma cas a const ruída por pens ament os, a qual abr iga esp ír it o s
de nat ureza correspondent e".
As fort alezas es p ir it uais são feit as de pens ament o s o u
ment alid ades que s e apó iam no fr acasso , na impo t ência e
desespera nça que sent imo s e m r e lação à pecado s que
prat icamo s. É quando per mit imo s argume nt os que se base iam
na incapacidade de evit ar aqu ilo que sabemo s, clarament e, ser
co ntra a vont ade de Deus.
Cada vez, que a t ent ação nos enc ara, a baixa mo s a g uarda,
nos despimo s de cada pe ça da ar madura, deixando o peca do
entrar. Tornamo- nos inde fe sos, co mo u ma cidad e sem muro s
perant e o que parece ser uma só lida e irresist ível ação do
inimigo infilt rado e m nossa mente.
Dest a fo r ma, algu ns est ão co m a vida se nt iment a l
t raumat iz ada, co lecio nando pr incípios quebrado s e
relacio nament os fer idos; out ros co m a vida financeira
acu mulada de dívidas, fr audes e defraudações; o ut ro s, ainda,
co m a vida co njuga l impedida por adu lt ér io s o cu lt o s o u
sit uações sexua is nu nca reso lvida s; et c.
Ou seja, cada vez que aque le t ipo de t ent ação aborda a
pessoa, a pesso a cede e aquele apelo vai se to rnando cada vez
mais fo rte, co nst ruindo u m co ndic io nament o esp ir it ual qu e
pode ser t raduzido por cadeias pecamino sas e cat iveiro s
espir it uais.
Reit era ndo, uma forta le za espir it ua l da ment e po de ser
definida co mo um est ado espir it ual pro fundo de de sesperança
e incre dulidade o nde sust ent amos argume nt os que sa bemo s
sere m c lar ament e co nt rár ios à vo nt ade e ao co nhecimento de
Deus.
Insta la- se u ma cr ise existe ncia l ent re o saber e o viver,
entre o conheciment o e a pr át ica, ou seja, u ma incap ac idade
de ad ic io nar à verdade, a fé e o bediê ncia. Prevale ce, apenas,
uma pro funda se nsação de infer ior id ade esp ir itu al e
depressão , que nos co nfor ma co m a derrot a. Isto precisa ser e
pode ser supera do!
O ponto d a d or - o p rin cípio da cura

O pont o da dor é exat ament e aquela s it uação que fer iu


profunda me nt e noss a memór ia, a qua l nos lembr amos co m
angust iant e vergonha, e ao me smo t empo, com indescr it íve l
raiva o u ind ife rença, onde não quere mos que ningu é m se
apro xime. E ste é o pont o mais pro fundo do c iclo d e
repro vações crôn icas.
Tent amos nos prot eger de todas as fo r mas e de t o das as
pessoas, at é mesmo de De us. Mas é exat ament e nest e po nt o
onde não querer mo s que ningué m c hegue é que Deus quer
chegar. Est e é o ponto da cura.
No pont o da dor é que res ide o princíp io e o ponto da
cura! Sem expo r est e po nto é impossível um arrep end iment o
ou uma muda nça de pensament os e m r elação à s fo rt alezas
espir it uais da ment e que no s apr is io na m.
O gra nde go lpe redent ivo so bre a culpa e a vergo nha é
simplesment e expô- las em co nfissão a pesso as que t enha m a
unção d iv ina p ara o rar por nós. Todo arrepend iment o , to do
dese jo ge nuíno de mudanç a é aco mpa nhado pe la co nfissão ,
reconcilia ção e rest it u ição.

Capítulo 3

Entendendo a provação

Já que o caminho da aprovação são as provações, é


alta ment e import ante ent ender o pape l da s provas d iv inas e m
nos sas vidas. E m cada pro va resid e a o portunidade de revert er
sit uações de derrot a e const ruir não só hábito s, ma s u m
carát er de o bed iência e m pont os onde desenvo lveu-se uma
rot ina de fracasso s.
À medida que a deso bediê ncia dá lugar à o bed iênc ia, a fé
é ed ificada e a s deficiências espir it ua is são supr id as po r u m
senso sobrenat ural d e segur ança qu e vem da de pendê ncia
divina.
Gost aria de menc io nar pelo meno s t rês objet ivo s
pr incipa is das provas divina s que, o bviament e, t ambém t raze m
benefício s esp ir it ua is de c arát er pessoal:

1. Nos e xpor eliminando as impurezas

"Ti ra da p rata a escóri a, e sairá u m vaso pa ra o


fundido r. " (Pv 25:4 )

O fo go tem o poder de ma nifest ar as imp urezas para que


elas possa m ser eliminada s. Pr imar ia mente, u ma pro va ve m
para t razer à luz o que est á e m t re vas, libe rt ando - no s da
hipo cr isia e o rgu lho , gerando humildade, t ransparência e
co erênc ia. As máscaras c ae m e co meça mo s a desco br ir o po der
e a sat is fação libert ado ra que exist e na t ransparência.
Não t emos que carregar o exce ss ivo peso de pecado s
secret os e fraquezas o cult as que no s apavoram co m a
possibilidade de r e jeiçõ es. Quant o mais t ent amo s pro t eger
nos sas fer idas e vergo nhas, mais nos afast a mos da verdade, da
liber dade e da felicidade. O medo de ser no va me nt e fer ido
ace nt ua-se e a a lma t o rna-se encarcerada. To mamo s um
caminho o posto à vereda do just o que é como a luz da auro ra
que vai br ilhando ma is e ma is até ser d ia per fe it o .
A rea lidade é que Deus co nhece mu it o bem a gro ssa
casca de r elig io sidad e e ju st iça pró pr ia que u sa mo s para no s
relacio nar co m as pessoas, impo ndo um ambiente de t revas e
cegueir a espir it ual.
E le t ambém co nhec e a pes soa dé bil e fer ida que est á lá
dentro dest a cas ca, e sabe co mo nos t irar dest a pr isão e deste
co ndicio nament o e mocio nal o nde já no s vic ia mo s nu m
relacio nament o hipócr it a, super ficial e at é mesmo ment iroso .
Freqüent e ment e t enho enco nt rado pesso as que c heg am a
acredit ar nas própr ia s me nt iras. Aqu i ent ra o eficiente pape l
das prova s qu e vem para desmoro nar a falsa aparência que t ão
habilido samente const ru ímo s.
Invar iave lment e est e processo é do loroso e mu it as veze s
humilhant e. Porém, Deus vai t ratar co m as no ssas vergo nhas.
Isto é a lgo com o qual E le não negocia.
O o bjet ivo é que ve nha mo s a ser: "...como o br eiro que
não t em do que se envergo nhar.. "
Onde há vergo nha t a mbém exist e culpa, me do e do r. Est e
t ipo de vergo nha é sint o ma de pecado s, t raumas e mald içõ es
não reso lvidos. O objet ivo é produzir u ma in iciat iva
vo lu nt ár ia de t ransp arênc ia e humilda de onde o estado de
derrot a começa a ser subvert ido.
O níve l de acusação e condenação de mo níaca qu e
so fremo s é proporcio na l à vergonha que aind a nut r imo s
int er ior ment e. A Bíb lia garant e que qu ando no s expo mo s,
qua ndo andamo s na luz, o s rela cio na me nt o s são rest aurado s e
tornam- se sign ificat ivos. O est ado crônico de pe cado e
repro vaç ão é subjugado pelo po der do sangue de Jesu s:

"Se andarmos na lu z, como ele na lu z está, temo s


comunhão uns com os out ros, e o sangu e de Je su s
seu Fi lh o nos pu ri fica de todo pecado. " ( l Jo 1:7)
Nossos re lac io namento s bem co mo a pur ificação do s
nos sos pecados est ão condicio nados a um est ilo de v ida
responsá vel e t ransparent e.

2. Testar as nossas reações instantâneas

"Sabendo que a ap rovação do vossa fé p rodu z a


perseve rança; e a pe rseverança tenh a a sua ob ra
perfeita, para qu e sejais perfeito s e comp letos,
não faltando e m coisa algu ma. " (Tg 1:3,4)

Um out ro objet ivo das provas é gerar pro at ivid ade e


domínio própr io naq uelas área s em que so mo s vu lnerá veis.
Mu it os d e nós desenvo lve mo s u ma incapacidade de amort ecer
choques. Torna mo- no s duros de alma e reativos.
Qua ndo a lguém nos bate, t ambém bat emo s; qu ando
alguém nos xing a t a mbém xinga mo s ; quando algué m no s t rat a
bem, ent ão o trat amos bem ...
Est a dureza de coração peca co nt ra a mat uridade e é o
pr incípio de ação do d ivó rcio que nos le va a co lecio nar
relacio nament os frust rado s e dest ru ídos.
Dest a for ma nos amo ldamo s às t ent açõ es, no s
co nfor ma mo s co m est e séc ulo e no s t o rnamos escravo s d as
cir cunstânc ias.

Agindo n o espírito oposto

"Eis que vos envio como ovelhas ao mei o de lobo s;


portanto, sede p rudentes como as serpentes e
simp les como as pombas. " (M t 10:16)
Est a dec laração de Jesus e xpress a um dos mais e levado s
pr incípio s de bat alha espir it ual. E le ensina o grande segredo
de não reagir, mas de agir no es pír it o opo sto ao at aque
oferecido cont ra nós.
Só venceremo s sit u ações de ódio e in imizad e co m
perdão, sit uações de avareza agindo co m ge nero sidad e,
sit uações de impureza demo nst rando pureza e r et idão ,
sit uações de ma ledicê ncia co m pa lavras abe nçoado ras e assi m
por diante...
Dest a fo r ma, amo nt oamos brasa s so br e a ca beç a da
pessoa, discer nindo e desar mando a inspiração ma lig na que a
man ipula. Caso contrár io, t udo que co nseguimo s é infer n izar
ainda mais a sit u ação.
Est a disc ip lina d e alma, que co nce it uamo s de do mín io
próprio, é o frut o produz ido pe lo Esp ír ito Sant o em no s sas
vidas, med ia nt e u m est ilo de vida marcado pelo
que brant amento e renú ncia.
Para ser prudent e co mo as serp ent es, que é u m símbo lo
do próprio Sat anás, é necessár io ser u ma ovelha, e não u m
lo bo , no meio de lo bos. Não po de mo s pisar no t erreno do
inimigo aceit ando suas provocaçõ es e lut a ndo co nt ra carne e
sangue. É necessár io do mínio próprio. Sat anás se mpre ent ra
pela brec ha do desco nt role.

"Irai-vo s, e não pequeis; não s e ponha o so l sob re


a vossa i ra; nem d eis lu gar ao Diabo. " (Ef
4:26,27)

Podemos ir ar e não pecar. A ira não é pecado. A ira é u m


sent ime nt o que dese mpenha o important e papel de quebrar a
nos sa ind ifere nça em rela ção à injust iça.
Porém, est e p ico emo c io nal, cogit a, t ambém, co m a
possibilidade de desco nt role e pecado.
Qua ndo a lguém invad e nossa pr ivacidade o u prat ic a u ma
inju st iça e pre senc iamo s ist o , aut o mat ic ament e no s iramo s.
Porém, ist o de ve nos co nduzir não mais que ao exer cício de
um zelo equilibr ado e justo .
A ir a, t ambém, deve durar mo ment aneame nt e. E la não
deve ser conser vada além do limit e de t e mpo suficie nt e p ara
produzir em nó s u ma ação just a que aquela sit uação requer.
Ninguém deve dormir irado, senão o resse nt iment o se
inst ala, pro duzindo ações inju st as. É o que Pau lo quer d izer
co m: "não se ponha o sol so bre a voss a ira ".
Cada dia que passa, cada vez que o so l se põ e sem
vencer mo s a ir a, o coração resse nt e, o corpo adoece e a alma
desco nt rola, exibindo at it udes implacáve is.
A ira, co mo qua lquer outro sent imento ou desejo , prec isa
estar esp ir it ua lment e so b cont role. O exercício dest e
co mport amento faz frut ificar o domín io pró prio . Qua ndo ist o
não aco nt ece, o u se ja, qua ndo ao invés de do minar mo s a ir a
ou qualquer s ent ime nt o que se ja, so mos do minado s, ent ão,
abr imos a porta do descont ro le dando lugar ao pecado e ao
diabo.
O do mín io pró pr io precis a ser exerc it ad o med ia nt e u ma
diversific ada gama de pro vas. Est e é o caminho para u ma vid a
livre e u ma perso na lidade est ável.
A lei do do mín io própr io ass egura que s e não dominamo s
a nó s mes mo s t ambém não do minaremo s as ad ver sidades, e se
não do minamo s as adver sidades não dominaremo s as
pot est ades.
At ravés dest as prova s onde nossas reaçõ es inst ant âneas
são pro vadas lida mo s co m as brechas de d es co nt ro le
co nst ruindo uma ar madura espir it ual que nos t o rna incó lu me s
nos co nfro nt os e co mbat es, Nossa ar madura é tão vu lneráve l
qua nt o o nosso domínio própr io!
Aqu i ent ra a pro at ividade, que é a capacid ade d e
co nst ruir uma ação de aco rdo co m os valo res que acredit a mo s,
independe nt ement e da provo caç ão recebida. Na verdad e,
mo ra lment e fa lando, ninguém pode nos fer ir se m o no sso
próprio consent imento !

3. Testar a nossa disposi ção de obediência a l ongo


prazo

"E te lemb ra rá s d e todo o caminho p elo qua l o


Senhor teu Deu s tem te condu zido du rante estes
quarenta anos n o de sert o, a fi m d e te humi lha r e
te p rova r para saber o que estava no teu co ração,
se guardarias ou não os seu s mandamentos. " (Dt
8:2)

A pro vação incorpora um o ut ro propós it o o nde o fat o r a


ser ress alt ado é o t empo. Est e é um a spect o fu nd ame nt al par a
gerar perse verança e car át er.
Persevera nça pro duz carát er e carát er produz
perseverança. Desta int egraç ão emer ge a co ns istê ncia
espir it ual de u ma pessoa. Port ant o, em t er mos de carát er, o
t empo desempenha u m papel indispensável no pro cesso de
apro vação da fé.
Persevera nça é a mat ér ia-pr ima do carát er. Aqui ent ra o
co nceit o de pac iênc ia que é a base do carát er e o baluart e da
per fe ição . A per feição divina nunc a est eve ligad a co m r ig ide z,
int o lerânc ia e per feccio nismo, mas co m a pac iência e se us
der ivado s.
O mais impo rt ant e de qualqu er vit ória o bt ida é a
capa cidade de mant ê- la, o u seja, de pa ssar a viver de aco rdo
co m est a no va realid ade, mant endo o t erritório co nquist ado .

LIDA NDO COM A PREVENÇÃO

Qua ndo falamo s de pro vas, a no ssa t end ênc ia nat ural é
t emer e stas circu nst â ncias que ir ão lidar com a do r e o t rau ma
das nossa s d errot as, faz endo subir t oda e scó r ia da alma.
Aut o mat icame nt e, u ma fort e "muralha de prevenção " se
man ifest a qua ndo percebemo s a vulnerabilidade das no ss as
fer idas. A t end ência é ser mo s facilme nt e subjug ado s ao medo
e à fuga embarre irando a alma.
A maior causa de r eprova ção é o própr io medo de ser mo s
provado s, bem co mo a ind ispo nib ilidade de lid ar mo s co m
áreas ínt imas de derrot a. Quant o mais nos fec hamos, ma is
so mos su focados po r est as barreiras. Quanto ma is t ememo s e
evit amo s as pro vas, t ant o mais a raiz da derrot a se fo rta lece e
apro fu nda, apr is io nando a alma.

Lidand o com o medo d as provas

Pes soas apro vad as sempre encaram as pro vaçõ es co m


abert ura, grat idão , sabedo r ia e ousadia. E m cad a pro va
podemos exercit ar est es e lement os menc io nado s em
detriment o do medo. Est a pred ispo s ição po de afet ar
tot alme nt e o a mbie nt e esp ir it ua l, onde, ao invés de ser mo s
int imid ado s, passa mo s a int imidar.
A B íblia narra quando Paulo est ava e m Cesaré ia e u m
profet a de Deus chamado Ágabo , faz um at o pro fét ico em
alusão ao seu fut uro . Não era o t ipo de profe cia que as
pessoas gost am de ouvir. Pegando o cint o de Paulo e
amarrando suas pró prias mãos, e le pro fet iza:

"... Isto di z o Espírito Santo: Assim os jud eu s


liga rão e m Jerusalé m o home m a quem pertenc e
esta cinta, e o ent regarão nas mãos dos gentios."
(At 21: 11)

Aqu ilo deixo u t odo s apavorado s, E les co meçar am a


int erced er co m Paulo para que ele des ist iss e do seu int ent o de
ir a Jerusalé m, Porém, conscie nt e da presenç a de Deu s,
sabendo que e st a ser ia a est rat égia para t est emunhar d iant e
dos governant es, ele re spo nde:

"... Que fazeis chorando e magoando-me o


coração? Porque eu estou p ronto não só a se r
preso, ma s ainda a morrer em J eru salém p elo
nome do Senhor Jesus. " (At 21:13 )

Que est upend a mane ir a de encar ar u ma pro vação , Pau lo


não deixo u espaço a lgum para o medo e int imid ação, pelo
co ntrár io , ele c hega a dar um xequ e- mat e na mo rt e expo ndo -se
a tudo por causa de Jesu s.
Est e nível de ousadia desmo nt a qua lquer argu ment o
demo nía co , Isto chega a dar t erremoto no infer no e at aque do
co ração e m Sat anás! I st o deixa o diabo "endemo niado ", nu m
estado de choque e perplex idade. Co mo parar u ma pesso a qu e
simplesment e não acredit a mais nas int imidaçõ es d emo níacas
e que e ncont ra-se p lenament e consc ient e da so breexcelent e
grandeza do po der de Deus sobre sua vida?
Dest a for ma, Paulo demo nst ra a grande vant agem qu e
podemos t er so bre Sat anás, me smo enfr ent ando s it uaçõ es o nde
sua própr ia vida co rr ia r isco .

Faceando t erríveis provas e gra ndes conflit o s, mediant e


todas as possibilidade de fugir de Deus, Davi a cabo u
desco br indo que, na verda de, não eram possib ilid ades de fuga,
mas impo ssibilidades de fug a.
A preocup ação cent ral d e Davi não era a pro va que o
co nfro ntava, o u a capacid ade do inimigo at ing i- lo , mas s eu
co ração d iant e de D eus. E le mes mo se exort a a não fug ir e
enfrent ar a sit u ação:

"Para onde me i rei do teu Espí rito, ou para ond e


fugi rei da tua p re sen ça? Se subi r ao céu, tu aí
está s; se fi ze r no S eo l a minha cama, eis que tu ali
está s também. Se to mar a s asas da alva, se
habitar nas ext remidad es do mar ainda ali a tua
mão me guiará e a tua dest ra me sust e rá. Se eu
disser: Ocu ltem-me as t revas; to rne- se em noite a
lu z que me circunda; n em ainda as trevas s ão
escu ras pa ra ti, ma s a noite re sp landece co mo o
dia... " (Sl 139: 7-11)

Da mesma for ma, qua ndo Jacó em t oda sua "es pert eza",
enganou o ir mão, ludibr io u o pai, que era cego e se pô s a
fugir. D eus de ixou bem c laro que ele poder ia fug ir de t o do s,
poré m não dEle:

"Eis que estou contigo, e t e gua rdarei po r onde


que r que fores, e te farei tornar a esta terra; poi s
não te deixarei até que haja cump rido aquilo de
que te tenho falado. " (Gn 28:15)
Est a é uma liç ão que, ma is cedo ou mais t arde, t o do
ho mem de Deus aprende. É impre scindível a d ispo sição
natural de enfrent ar co m u ma at it ude t ranqü ila e po sit iva a s
provas. Quando você se apresent a aprovado d iant e de Deu s,
Deus apresent a vo cê aprovado diant e dos ho mens.
A no vid ade de vida e a d inâ mica de uma vida esp ir it ua l
abundante part em dest e pr incíp io. Porém, o que mais se vê
ho je, de nt ro das igreja s, são pe ssoas co m u ma v ida esp ir it ual
gast a, bu scando desculpas para fugir dos desafios de Deus o u
desist ir. Pesso as passivas, venc idas pelo medo e ind ispo st as a
co rrer riscos pelo r eino de Deus. Ge nt e int imidada e
derrot ada.
Asse ver a-se que no vent a por cent o das pesso as estão
apenas procura ndo desculp as, enq ua nt o ape nas dez por cent o
estão det erminadas a pagar o preço da respo nsabilid ade e
perseverança. Fala-se demais sobre "prosperar " e d e meno s
sobre "per severar". Não se enga ne, não e xist e pro sper idade
sem aprovação e não exist e apro vação sem per se verança!
Port ant o, uma pe ssoa cont inuamen t e repro vad a,
certa ment e va i ca ir na est agnação, na insensib ilid ad e, no
desânimo , no so no espir itu al. Assim sendo, co nst it u i- se u m
"su ic ídio espir it ual" quando nós t ent amo s ig no rar cert as
derrot as e passa mo s a fug ir das provas de Deus.

O medo emo cional e a preven ção

A B íblia ensina um pr incípio que rege u ma at it ude de


medo emocio na l e pre venç ão:

"O temo r do ímpi o vi rá sob re ele. " (Pv 10:24)


Podemos defin ir o medo emo cio nal at ravés d e u m
co mport amento exagerada ment e preve nt ivo . Isto ind ica que,
de a lguma for ma, co nvive mo s co m uma fo rt e do r o u decepção
que ainda não co nseguimo s superar.
O medo emo cio nal gera vulnerabilid ade e a
vulnera bilidade gera medo , desequilibr ando a per so nalid ad e.
A liberd ade é t rocada por uma post ura defensiva, at ra vés d a
qua l const ruímo s mu it os blo queio s.
A t endência é que e st as pr evençõ es passem a reger t o do
nos so comport ame nt o, mes mo que não admit amo s. De re pente,
nos pegamos deixa ndo de ir a algu m lugar s imp les ment e
porque a lguém co m quem fica mo s ma goado s est á ali. J esu s
deixa de ser o cent ro, e es ses bloqueio s pas sam a ser o eixo de
cada co mport ament o, manipulando no ssas vid as.
Mu it as ve zes teremo s que e nfr ent ar e reso lver sit uaçõ es
do pass ado que sust ent am u m sa ldo espir it u al negat ivo em
deter mina dos relac io nament os. É necessár io no s flex ib ilizar
desar ma ndo est es bloqu eio s at ravés das co nfissõ es e
rest it u içõ es que se fazem ne cess ár ias.
Freqüent e ment e digo para as pessoas nest es lab irint o s da
vida que é me lhor ficar "ver me lho" um pouqu inho do que
"amar elo" a vida int eira.
Le mbro- me d e um diá logo que t ive co m u m quer ido
ir mão. Sua mãe, a vida int eira o t ratou de u ma fo r ma horr íve l,
le vando-o a dese nvo lver um gr ande ódio que alé m de
co nta minar seu s re lacio namento s, o cegou e m rela ção à
rebelião e desonr a que ele prat icava.
Qua ndo dis se qu e dever ia part ir d ele u ma retrat ação co m
a mãe para que aquele bloqu eio fo sse vencido , ele reluto u
irredut ive lment e. Aquilo ser ia de masia dament e vergo nho so e
"in just o " para seu orgulho .
Ent ão parafr aseei: é me lhor você ficar "ver me lho " u m
pouqu inho do que "a marelo " a vid a int e ir a. Sua respo st a
imed iat ament e fo i: " mas ... amarelo é uma cor bo nit a". Go sto
de amarelo ! É minha cor pred ileta !
Fiquei s urpree nd ido e ao mesmo t empo cho cado ,
imag ina ndo co mo alguma s barreiras podem t o rnar-se t ão
res ist entes e ap arente ment e impossíve is de serem superadas.
R indo da sua respost a, argume nt at iva me nt e int elig e nt e, po rém
emoc io nalmente burra, finalment e arremat ei: o grande
problema, é que o infer no est á cheio de ge nt e "a mar ela"!
A pre venção é u ma for ma d e ido lat rar os ress ent ime nt o s,
as d ecepções e as r e jeiçõ es. É u ma dec la ração emo cio nal que
t emo s fra cass ado med iant e a responsabilidade d e p erdo ar. Isto
faz ger minar o medo de ser no vament e fer ido o u re jeit ado ,
impo ndo barreir as e dific uldades que inv iab iliza m a
capa cidade de rela cio nar, enge ssando o temperament o numa
post ura espinho sa.
O medo emoc io nal abre uma br echa no mundo esp ir it ua l
para ser mo s at ac ado s, o u seja, onde te mos medo e preve nção ,
sere mo s atacados. Jó exper imento u est a realidad e d izendo : "O
que eu mais t e mia, ist o me so breve io". Est es po nto s to rna m- se
áreas de pro funda d ebilidade espir it u al que no s
vulnera bilizam.
Agindo dest a for ma, t udo que co ns egu imo s, é t o rnar
ainda mais convidat ivos o s at aques demo níacos.
At ravés das pre vençõ es co nst ruímo s uma s it uação só lid a
de derrot a, fort ale ce ndo as cadeia s espir it u ais que no s
prendem. Quando o medo reca lca a fé é s ina l que est amo s
dando o uvidos à s ment iras de Sat anás.
Cada pre venção que est abele ce mo s em no ssa s vidas
torna-se não apenas um alvo, mas o pont o de part ida do
t rat ame nt o de Deus. Cada barre ir a precisa ser d erru bada, cad a
muro dest ruído ! É exat ament e ne st es pont os que est ão
enraiza dos o quadro de derrot a o nde sust ent amo s a d inâ mica
de uma vida cíc lica d e reprovaçõe s.

A nossa "Alemanha"

Há muit o s anos at rás ouvi uma mensagem so bre perdão


minist rada po r Loren Cuning ha m, fund ado r da Jo cu m. E le
co nto u um forte t este mu nho sobre sua amiga Co ren Tem Bo o m
que nu nca mais me esqueci.
Mu it os d e nó s conhecemo s a t rágica hist ó ria da Co re n
at ravés do seu livro e filme, "O Refú gio Secret o ". Ela e sua
família foram vít imas dos campos de concent ração nazista s
durant e a Segunda Guerra porque abr iga vam o s judeu s
persegu idos pelo nazismo sa lvando suas vidas.
Seu pai e ir mã morreram no campo de co ncent ração ,
poré m ela fo i so brenat uralment e liberada nu ma data
prev iame nt e pro met ida por Deus. Obvia me nt e qu e as
at rocidad es vividas durant e ano s naque le campo de
co ncent ração nunca a bando naram sua memó r ia.
Na mensage m, o Pr. Loren cont a co mo Deus,
estranhament e, falo u par a e le co mprar uma mala d e via gens e
le vá- la de pre sent e para a Coren. E le s imp les me nt e obedeceu,
e quando visit o u sua amiga ent regando- lhe o present e fico u
surpreso que aquele era exat ame nt e o dia de seu an iver sár io .
O mais int eressant e eram os p lanos que Deu s vinh a
co mpart ilhando com a Coren: "Min ha filha, eu vo u te levar
por mu it as nações do mundo para vo cê co nt ar o seu
t est emu nho e mu it os s erão salvo s e abençoados".
Co mo confir ma ção , ela r ecebe de present e u ma mala,
logo do Loren, um past or que já est eve, lit eralme nt e, em t o do s
os países do mundo.
Porém, quando Deu s a chamou p ara e st a no va fa se de sua
vida, ela co lo co u uma condição diant e de Deus:
"Se nhor, eu ire i para qu alquer lugar do mu ndo que o
Senhor me enviar, meno s para a Ale ma nha! "
Pro nt ame nt e a vo z de Deus ve io fort eme nt e ao seu
co ração : A Alemanha é o prime iro pa ís para onde eu esto u t e
enviando ! Aquilo a deixo u angust iada e co m medo . Sua
prevenção est ava sendo diret ament e confro nt ada, e,
certa ment e, precisava ser eliminada.
Algu ma vez você já t ravou u ma queda de braço s co m
Deus? Ad vinha quem sempre ganha e quem sempr e perde ?
Depo is de refut ar mu it o, obviament e, ela acabo u cedendo .
Feit os o s contat os, as port as se abr ira m fac ilment e para
que e la est ivesse na Ale manha. Após a pr imeir a minist ração
numa grande igre ja, ela fo i pro curada por um senho r já ido so .
Aque le ho mem a abordou e repent ina ment e ela o
reconhece co mo um dos exat ores do campo de conce nt ração .
Um clima pesado to mou cont a da sit uação. Ele co m o s o lho s
em lágr imas, agora, co mo um ir mão em Cr ist o , co meça a
pedir- lhe perdão por tant o sofr iment o causado .
A vida de la, vo lt a co mo num filme, d iant e de lembranças
dema siada ment e do lo rosas. Raiva, vergonha, medo , tudo se
mist ura o vem à t ona. Enquant o o ho mem espera va seu perdão
co m a mão est endid a, ela par ecia não t er fo rças para ve ncer
sua s emo ções t raumat izada s.
De repente, a voz d e Deus ret umba no seu esp ír it o: "fo i
para ist o que eu t e t rouxe aqui! Fa ça a e scolha c ert a, que eu t e
ajudo!" Numa at it ude d e fé, reneg ando seus t raumas, ela
este ndeu a mão para o seu a lgoz, perdoando-lhe e recebendo -o
co mo ir mão !
Instant anea me nt e ela sent iu co mo que u ma descarg a
elét r ica pa ssando pe lo seu corpo e alma arrancando to das as
pr isões! O campo de co ncent ração que ainda per manec ia
dentro dela já não exist ia mais! A vo z de Deu s veio
nova ment e: "minha filha , agora você est á apro vada e pro nt a
para as nações"!
Eu não sei qua l é a sua "Alemanha", mas, pro vavelme nt e,
você sabe, e, co m cert eza, Deus t ambé m sabe.
A verdade é que Deus quer de struir nossa s preve nçõ es.
Est a é uma pr ior idad e inegociá vel em r elação ao seu p la no
para cad a um de nós.
Deus quer nos fazer pessoas livres, po r mais que ist o seja
dolo roso para nós me smo s. A plena liber dade em Cr ist o , uma
disponibilidad e irre st r it a, um coração sem barreiras são
fundament ais par a desfrut ar mos da verdadeira auto rid ade
divina, co mo t ambém viver mo s segundo o curso do rio da su a
unção.

Manejan do bem a palavra da verd ade

"E maravi lhav am- se da sua dout rina, porqu e o s


ensinava como tendo autoridade, e não como o s
escribas. " (M c 1:22)

O que sig nifica mane jar bem a palavra da verdade ?


Ser ia isto você t er uma língua de prat a e u ma o rató ria
requ int ada? Será que bast a apena s u ma habilid ade de
exposição bíblic a co m mu it a in for mação, boa int erpret ação
t extual, grandes ilust rações e u ma exce lent e homilét ica ?
Obv iament e, c ada uiva dest as co isas t êm o seu grau de
import ância, ma s est ão lo nge de d efinir o que realmente
sig nifica manejar be m a palavr a da verdade.
A quest ão maio r aqu i não é apena s mane jar bem "a
palavra", porém, ma nejar be m "a palavra da verdad e".
A difere nça ent re est es do is ter mos é equ iva lent e à
discrepânc ia que exist e e nt re a hipocr is ia e a coerência.
Mes mo pregando o Evangelho , pode mos est ar ment indo
em rela ção às nossas própr ias vidas. Cada vez qu e u samo s o
Eva ngelho co mo uma capa de sant idade que d isfarça no ss a
incoerênc ia e o cult a no ssos pecados, t enta ndo pro var o que
não somos, prat icamo s a me nt ir a, e não a verdade.
Qua ndo min istro ou escrevo todas est as co isa s para vo cê,
por cert o, t enho sido e co nt inuo sendo profundament e provado
e e xamina do po r cada pa lavr a e pr inc ípio revelado . Isto no s
apro xima não apena s da verd ade, como t ambém d e u m
relacio nament o genu íno co m Deus, cons truindo co nfia nça e
co nfiabilidade.
Na verdad e, só manejare mos bem "a palavra da verd ade",
se est a mesma pala vra t iver t ransfor mado as no ssa s vid as.
Qua ndo min ist ramo s u ma pa lavra que no s pro vo u e
t ransfor mo u, d iant e da qua l fo mos aprovados, est a palavra,
co m cert eza, vai t ransfor mar out ros!
Est a é a palavra de poder e sabe do r ia que assu me u ma
co not ação profét ica, fazendo com que a reve lação d ivin a
penet re como uma espada no coração das pe sso as. Est a
palavra é ma is que a mens agem de u m pregado r: é a "espada
do Espír it o" que no s t ransfor ma e t ransfo r ma a o ut ro s pela
reno vação da ment e. É a verdade d it a co m verdade que
desencade ia o pr inc íp io da u nção e da reve lação .
Não impo rt a quant os curso s e seminár ios vo cê já fez,
qua nt o s t ít ulos você co lec io na, qu al é o tama nho da su a igreja
..., apenas pessoas aprovadas est ão espir it ua lme nt e apt as a
"mane jar bem a pala vra da verd ade ".
Mu it as pe sso as t êm algum t ipo de po der. Po der ve m de
uma posição o u de um t ít ulo, poré m, aut or idad e vem do
carát er. A legít ima aut oridade é confer ida por Deus a pesso a s
apro vad as. Isto muit as vezes ve m de um pro cesso lo ngo e
profundo de t rat ament o. Por isto , Deus prova o quant o for
nece ssár io uma pes soa:

"... pois tu, ó justo Deus, provas os corações e o s


rins. " (Sl 7:9)

Enqu ant o o co ração é a sede da s no ssas mot ivaçõ es, o s


r ins sig nificam a s ede do no sso d iscer nime nt o.
Enqu ant o o coração bo mbe ia o sa ngue, q ue é a vida, o s
r ins filt ra m o sangu e, gara nt indo a saúde do corpo.
Pro var t em uma forte co not ação de pur ificar. É de o nd e
vem a pa lavr a cast igo, que apesar de ser u ma pa lavra
amedront ado ra, no lat im sig nifica "pur ificar pelo so fr iment o ",
embut indo um se nt ido de co rreção.
Deus não negoc ia seu padrão de sant idade. O c aminho
para o conhec iment o de Deus se baseia nu ma vida se m
barreir as. Nossas mot ivações e o nosso d iscer niment o
precisam ser cada vez mais provados e refinados :

"... conhece o Deu s de teu pai e s erve-o com u m


coração perfeito e com alma vo luntári a." ( I Cr
28:9)

Capítulo 4

Diagnosticando o estado de reprovação

Uma pessoa reprovada não é uma pe ssoa que Deus vai


desprezar e jo gar fo ra, mas ant es de t udo é uma pe sso a que e le
quer aprovar. Obviament e, Deus é a pe sso a que mais no s ama
e e le est á dispost o a invest ir de t odas as for mas necessár ias
em nossas vid as. A palavr a reprovaç ão , por mais do lo ro sa que
seja, t a mbém embut e a perspect iva de uma no va chance.
Porém, o pr imeiro pas so para ser mo s apro vados é
reconhecer que est amos ou t emo s sido repro vados. É
indisp ensável ser mo s sincero s conosco mes mo s. Sem
humildad e e q uebrant ament o seremo s quebrado s, o que alé m
de piorar a sit uação , pode lit eralment e nos dest ru ir.
Pau lo de ixou u m import ant e co nselho que se enca ixa
nest a rea lidade:

"Exa minai-vos a vó s mesmos, se perm anecei s na


fé; p rovai-vo s a vó s mesmo s. Ou n ão sabei s
quanto a vós mesmos, que Jesu s está em vós? S e
não é que já estais rep rovad os. " (II Co 13:5)

Obedecendo est e conselho vamo s t ent ar t raçar a


rad iografia e spir it ual de uma pessoa repr ovada, evid enciando
os sint o mas mais co mu ns que qualificam uma pesso a nesta
sit uação.

S INTOMAS DE UMA PE SSOA REPRO VADA

1. Desconfiança crônica e generalizada

Invar iave lment e, uma pesso a reprovada deixo u-se at ing ir


t anto pela s de cepções da vida que não consegu e mais co nfiar
nas out ras pes so as. Uma desco nfiança generaliz ada passa a
reger os relacio nament os.
Aque le velho dit ado : "gato escaldado t em medo at é de
água fr ia". Todos que representa m aquela classe de p esso as
co m que m e la se decepc io nou, passam a ser
discr iminadame nt e uma ame aça.
Na época do apóst olo Paulo havia m muito s impo st ores,
t anto no juda ís mo co mo no cr ist ianis mo que aca bara d e
nascer. Sob est a mesma perspect iva é que ele prec iso u
co nfro ntar e a lert ar a igr e ja em Cor int o em re lação a ele
mes mo :

"Posto que buscai s p rova de que e m mi m Cri sto


fala, o qual não é fraco para conv osco, antes é
poderoso em vós. " ( lI Co 13:3)

Aind a que Deu s est ava usando Paulo com po der, mu it as


pessoas não conseguia m confiar ne le. S imp les mente
desco nfiavam te merar iament e. Fo ram facilment e enve nenado s
pelos p erseguido res de Paulo . E les, então, quer iam mais
provas de que Paulo era legit ima me nt e um ho me m d e Deus.
Ha via t ant a desconfiança in fund ada, qu e Paulo apr esenta est e
fat o, como um sint o ma de um possíve l est ado de repro vação
daquela s pessoas que o estavam ju lga ndo.
Qua ndo t emos uma at it ude co nt ínu a de repro var e
desco nfiar levianament e da s pessoas, ist o é um fo rt e ind ício
de que o problema est á em nós. Muit as co isas na no ssa
persona lidade enco nt ram-s e dist orcidas.
A própr ia infid elidad e é a pr incip al ra iz d a de sconfiança!
Qua ndo não so mos fiéis em alguma co isa, a te ndê ncia é
t ransfer ir ist o para os out ro s. Vemos os outros como so mo s.
Cada vez que julgamo s alguém ou uma s it u ação se m
co nhecime nt o de causa, o único padrão que na verdade u samo s
para t al ju lga ment o é o no sso próprio coração . Nest e ca so ,
t udo que consegu imos é re velar que m so mo s. No sso
julg ame nt o fr ívo lo e pre cipit ado apenas pro vê u m ret rat o do
nos so ho mem int er ior. Co m certeza, exist e m abuso s e
inju st iças ainda não reso lvidos.
Naquilo que fo mo s fer idos passamo s a fer ir e a
desco nfiar ge neralizadame nt e, o que só reforça e reve la a
sit uação de reprovação em que nos e nco nt ramos.

2. Estagnação e Desâni mo

Isto vem co mo resulta do de um st ress espir it ual.


Obv iament e uma pessoa reprovada, co mo já defin imo s, é
alguém que não fo i apro vado e por ist o va i ser su bmet ida a
uma no va prova.
Depende ndo de co mo nos po sicio na mo s, ist o pode se
repet ir t a nt o que va i provocar e m nós u m profu ndo est ado de
desg ast e, que po de ser t raduzido nest as p alavra s: desistê ncia,
estagnação e desânimo. Invar iave lment e, o pro cesso, de vez
após vez, faz er a pro va e ser de saprovado, impõe u ma situação
int er na de st ress esp ir it ua l que adoece a e sperança e e sma ga a
auto -est ima.
A part ir dist o, qualquer esfo r ço es p ir it ual é
dema siada ment e pesado, d ifíc il, cansat ivo e at é mesmo
insuportável. U m grão zinho de are ia passa a pes ar u ma
tonelada. Não agüenta mo s mais cinco minut o s co m a Bíb lia
abert a ou dois minut o s de o ração já no s fat ig a.
Perdemos t ot alment e o int ere sse pe los perd ido s. E st a
esma gant e carga d e desincent ivo esp ir it ua l sempre co existe
co m sit ua çõ es s ér ias de reprovação.
De vido à falt a de maleabilidade, infer io r idade e ac ima d e
t udo orgulho, nos esq uiva mo s do t rat ament o de De us. I st o no s
t ira do curso da vo nt ade divina e em co nseqüência a v ida
espir it ual t orna-se u m t err ível fardo. Nada va i flu ir. A u nção
esgot a! Vár ias sit uaçõ es co meça m a travar .
Podemos at é agüent ar ist o por um t empo , po rém a
desist ência e a apat ia aca bam se inst alando . To do est ado de
repro vaç ão crô nica a doece a co nsc iência e aba la a fé. O
resu lt ado fina l é a e stagnação.
A apost as ia mu it as vezes aco nt ece de u ma maneir a
passiva e sut il. Apesar de muit os fre qüent arem u ma igreja, já
desist iram a mu it o t empo de u ma vida compro met ida co m a
vont ade e a verdade d e Deus.
Est e me canis mo sut il de ap at ia e de sânimo é t ambém o
estágio preliminar da s mais t err íveis apo stasia s que pesso a s
prat icam. A palavr a profét ica nos alert a que est es ú lt imo s d ias
ser iam marcado s pr incipa lme nt e pela apost asia.
Não deve mo s menosprezar est a po ssibilidade que co meça
desp erce bidament e atravé s de um est ado de repro vação que
vai ga nhando força at ravés d est e proces so crescent e de
estagnação e mo rt e espir it ua l.

3. Ressenti mento e Prevenção

Est as duas co isa s nor malment e anda m junt as e


co ntr ibue m decis iva ment e para no s obst inar mo s na no s sa
vont ade própr ia. Todo ressent iment o cr ia barreir as. Est as
prevençõe s e barre ir as, por su a vez, acabam co nstru indo
sér io s co nflito s co m o dis cer niment o da vo nt ade d e Deu s.
Uma co nfusão int er na e mu it as dúvidas exist enc iais se
esta belecem.
A pessoa não consegue t er uma genu ína co nvic ção da
vont ade e d a d ir eção divina. De repent e, a pesso a percebe qu e
só sabe o que e la não quer para si, po is est á do minada pelo
ress ent ime nt o e prevenção.
Co mu me nt e o uvimo s uma confis são t ípic a que retrat a a
prevenção : "Eu não sei bem o que Deus t e m par a mim, só se i
que ir para det er minado lugar, ou fazer det erminad a co isa, o u
falar co m t al pessoa, jama is!" A pesso a esco lhe a vo nt ade de
Deus para ela.
Acaba fazendo da própr ia vo nt ade a vo z de Deus. É
induzida pelas preve nções que const ruiu no co ração a esco lhas
erradas na vida que podem acabar cust ando um preço mu it o
alto. Na verdade, e la est á se ndo guiada pelas sua s fer idas, as
qua is ido lat ra e ins ist ent ement e defende com u nha s e dent es e
mil razõ es!
Para cada razão que just ifica no ssa mágo a, Sat anás no s
acrescent a out ras t ant as, e co m ist o muit os conseguem a
façanha de e spir it ualizar suas fer idas e barreir as. De algu ma
fo r ma, est as pessoas vêm falhando em reso lver mu it o s
co nflit os.
Na c aminha da espir it ual acont ecem mu it o s
"Guet sêmanis" e "Calvár io s" onde so mo s t raído s e
abando nados, quando precisamo s enfre nt ar mu it as d ecep ções.
Um peso de angú st ia e mort e co meça a nos esmagar.
Acont eceram muit a s co isas que não esper á vamo s e que
ning uém gost aria que t ives se aco nt ecido. Ma s, simp lesment e,
não exist e co mo vo lt ar o t e mpo e prec isamo s ago ra t o mar u ma
decisão .
É aqui que mu it os faze m a pior esco lha de não superar o s
acident es de percur so e pro ssegu ir sem barre iras par a o
prê mio da soberana vocaç ão em Cr ist o.
Cada vez que sonegamo s o perdão, que falha mo s em
renu nciar para Deus o sent iment o de injust iç a e perda, d e
alguma for ma, nossas vidas tornam-se t err ivelmente
apr isio nadas, o que denuncia um fort e est ado de repro vação .
4. Atitude de Fuga

Pes soas fer id as t endem a fug ir. Fugir é u ma das mais


fo rt es t ent açõ es para alg uém qu e se e ncont ra nu m est ado de
repro vaç ão.
Qua lquer sit ua ção de do r, seja ela de cunho fís ico ,
emoc io nal ou moral, invar iavelment e imp õe uma d inâ mica d e
fuga. A t endê ncia é buscar alívio e confo rto . Apesar d ist o ser
um mec anis mo natural de de fesa, po de se t o rnar algo
per igo so, princ ipalme nt e, quando evit amo s que a fer ida se ja
t rat ada, passando a viver irrespo nsave lment e de su bt er fúgio s e
paliat ivo s.
Por mais que a dor é t emporar iament e amen izada nest as
escapadas, o foco da fer ida só piora, apont ando apena s par a
doses cada vez ma io res dos nar cót icos emo cio nais. Desta
fo r ma mu it os se torna m viciado s e cond icionado s à fug a.
Aparent ement e é muit o mais fá cil s air pe la ta ngente,
evit ando qualquer t ipo de aproximação que ameace co nfro nt ar
o trauma. O caminho largo é t ambém o caminho que po de s er
et ernament e lo ngo e penoso.
Va mo s evit ando o processo de cur a e ist o só pro longa o
estado de enfer midade e exploraç ão de moníaca.
Medo e fuga se unem, est a bele ce ndo u ma dinâmica qu e
nos e nclausura no est ado de derrot a. A fuga é o lado o po sto da
so lução. É o princíp io da ant ir eso lução de co nflito s. Quant o
mais fugimo s mais no s dist anciamos da so lução . Fugir é
afast ar-se da reso lução da nossa própr ia vida e sit u ação
espir it ual.
Freqüent e ment e at endemo s pessoas que vêm de u ma
peregr ina ção numa s ér ie de igre jas. Cada vez que u m
problema a s a flige, ao invés de agirem co m hu milda de e
mat ur idad e, elas fo gem deixando um rast ro de fer idas,
relacio nament os dest ruído s e port as fechadas. Quando Deu s
co meça a levá- las ao pont o onde ela s pr ecisam ser t rat adas, a
grande te nt ação é desist ir e fugir. Abo rtam as opo rt unidades
de cresc ime nt o .
Ass im sendo, nu nc a p erse veram e m nada e est ão sempr e
evit ando o s desafio s que po der ia m t ornar a vida vit o rio sa e
sabo rosa. Muit as de las mudam o "chamado" de aco rdo co m as
sua s pró pr ias conveniência s, o que não passa de u ma fo r ma
sut il de espir it ualiz ar o pro cesso de reprovação e fug a.
Para elas é mais fác il e cô modo mudar de igreja do que
encarar e reso lver de u ma vez por t odas o fo co daqu ilo qu e as
aflige. O bvia me nt e que em cada uma dest as mudanças, e la s
carregam co nsigo u ma bag agem espir it ua l cont aminada que é a
profecia de no vas e maiores d ificuldades. É impo ss ível sair
mal de u m lugar se m e nt rar ma l em out ro . O pro ble ma não
está nos lugar es por o nde tê m passado , ma s nelas mesmas.
Certa mente, ma is cedo ou mais t arde, par a s e realinhar e m
co m os benefíc io s de uma vida livre, est as pe sso as precisar ão
vo lt ar e m cada uma dest as sit uações e reso lver o que não fo i
reso lvido .

Um e xemp lo c lássico de u m fugit ivo fo i Mo isés. No seu


zelo irrac io nal de prot eger seu povo, abr iu uma terr ível fer id a
em sua vida ao assassinar um ho mem egípcio . Esco ndeu o
negócio e co meçou a andar em trevas. Não duro u mu it o e fo i
at acado no va me nt e no mesmo po nt o, ago ra por u m
co mpat r io t a. Aquilo o t rau mat izo u de t al for ma que o fez
desist ir de t udo, trans for mando-o num fugit ivo.

"Mas o que fazia inju stiça ao seu pró xi mo o


repetiu, di zend o: Quem te constituiu senhor e jui z
sob re nós ? Ac aso queres tu matar- me como ont e m
mataste o egípci o? A esta palav ra fugiu Moisés, e
tornou- se peregrino na terra de Mi diã, onde
gerou dois fi lhos. " (At 7:27-29)
Ant es de libertar o povo de Israel, Mo isés precis ava ser
livre. Qua ndo Deus, depo is de quar e nt a a nos ped e qu e e le
vo lt e ao Egit o, não era ape nas por cau sa de Israel, ma s po r
caus a dele mesmo.
A vo lt a de Mo isés para libert ar o povo de Israel do
cat iveiro do Eg it o det ermino u sua cur a. Mes mo já t endo
passado quarent a anos sendo profunda me nt e t rat ado po r Deus
no "Seminár io do Past or Jet ro", prec isou vo lt ar nest e po nt o e
deixar de ser um fug it ivo.

Out ro fug it ivo na B íblia fo i Caim. Temo s aqu i u ma t r iste


cena que demo nst ra a at it ude de um fugit ivo .
São aque les que não quere m de for ma a lg u ma nego ciar a
possibilidade de se abr ire m, qu ebra nt ar, admit ir o erro e
co rrigir o que precisa ser co rr ig ido.

"Eis que hoje me lanças da face da te rra; també m


da tua presen ça fi carei e scondido; serei fugitivo e
vagabundo no terra; e qua lque r que me encont ra r
matar- me-á. O Senhor porém, lh e disse: Po rtanto
quem matar a Cai m, set e ve zes sobre ele cai rá a
vingança. E pôs o Senho r u m sinal e m Caim, pa ra
que não o ferisse quem qu er qu e o en contra sse. "
(Gn 4:14,15)

Caim, depo is de t er sua o fert a rejeit ad a, se ndo reprovado


por Deus, ince ndiou-s e de inveja em re lação ao ir mão que fo ra
ace it o. Ad vert ido sobre as mot ivações sombr ia s qu e asso lavam
seu coração acabo u assa ssinando o próprio ir mão po r não
supo rt ar o seu sucesso. Porém, fr ia me nt e, nego u o feito , amo u
as t reva s. Por mais que Deus t ent ou t razê- lo p ara a luz, ele
pre fer iu a vida de ment ir as !
O per fil de Caim reflet e u m alt o percent ual de pesso as
dentro da igre ja q ue vive m no ocult is mo, fugindo da verdad e.
Ao ser pro vado e repro vado po r Deu s, Caim t o rnou-se u m
fugit ivo , se co lo cando ago ra co mo vít ima. Ao invé s de t emer
ao Senho r, se aco vardo u diante das responsabilid ades que
dever ia a ssumir.
Por desconhecer o coração de Deus, acha ndo que E le
ser ia mu it o duro, dec idiu fugir. É dest a for ma que mu it o s
abando na m o p lano div ino p ara suas vidas e co meçam a
vagabundear pe la t erra! A part ir d isto não co ns egue m mais
perseverar em nada. Caem facilment e na aut oco ndenação : não
se perdo am e perdem a capacid ade de confiar no car át er
perdoador de Deus. T ornam-se de sno rt eados na vida.

Da mesma for ma, podemo s menc io nar o pro fet a Jo nas, o


ho mem que fugiu mais rápido na B íblia. No cap ít ulo u m,
vers ículo s um e do is t emos o c hama do de Deus p ara Jo nas
le var u ma mensagem ao povo de Nínive. Já no terceiro
vers ículo , ele foge:

"Fugiu Jona s da fac e de Deu s. " (Jn 1:3)

"Co incide nt ement e", uma t empest ade açoit o u o navio e m


que fugia. Daqu ele lug ar cô mo do onde do rmia no porão do
navio, fo i lançado ao mar, engo lido por u m grand e peixe e
le vado para o coração dos mares.
Só ent ão, ele reso lve orar! Se flexibiliza d iant e da t arefa
recebida e mud a de idéia ret o mando seu dest ino o rig inal.
Depo is de t rês dias, o peixe o vo mit a e m Nín ive, ond e,
finalment e, ele cumpre s ua missão .
I magine co mo ele c hegou na t erra do seu cha mado ,
vo mit ado por um pe ixe, co m um cheiro insuport áve l!
Est e é o tipo de submar ino que ningué m quer via jar !
Espero que você não t enha que ir para o seu cha mado de
"peixe".
Fug ir de Deus nunca é uma bo a idéia. P o r mais que no s
dist anciamo s do que nos fere o u enver gonha, t eremo s qu e
cedo ou t arde, vo lt ar na quele po nt o, o nde ficamo s alge ma do s
pela repro vação.

5. Ingrati dão e Críti ca

A grat idão é o t ermô met ro que mede no ssa saúd e


espir it ual. Qua ndo não exist e grat idão é porque exist em ár eas
infeccio nadas que precis am ser t rat adas.
A grat idão é a linha que precisa ment e d ist ingue a
pobreza d a misér ia. A B íblia fala que o pobre, Deus o fez,
poré m, quem faz o miserá vel é a ingrat id ão! Nest e mesmo
sent ido é que a misér ia do r ico po de ser t err ivelment e p io r qu e
a pobreza do po bre.
A grat idão é um dos maio r es segredo s da prosper idad e.
To da pessoa mur muradora e ingrat a est á no caminho o po sto ao
caminho da prosper idad e. Muit as p essoas são la nçad as na
misér ia e ruína porque paga m o bem co m o mal, a bênção co m
mald ição e co spem no prato que comer am. Ag e m co m
descarad a ingrat idão. Este é u m do s p iores sint o ma s qu e
deter mina um quadro de reprovação.
Exist em a lgu mas pesso as, que quase sempre, e st amo s
carregando-as nas co st as. São fracas e depende nt es e u sam
estas plat afor mas para ma nipular. Sempr e est ão precisa ndo de
algumas co isa e no s desdo bra mo s par a at endê- las d e bo a
vont ade. Po rém, nu ma única sit uação, onde nos vemo s
impossib ilit ado s de ajudá- las, elas se reve lam vo mit ando a
ingr at idão : "você nunca me ajuda! Vo cê está falha ndo co migo
!" ...
Pes soas, at é mesmo , mat er ia lme nt e, são lançadas na
misér ia po r causa de ingrat idão e t raição. Le mbro - me de u m
evangelismo nu ma praça no ce nt ro de Be lo Ho r izo nt e, no
iníc io da minha vida cr ist ã.
Fizemo s uma ro da e co meça mo s um te mpo de lo uvo r e
adoração quando uma mend iga de rua se apro ximo u p ed indo
uma aju da. Tudo que eu t inha era algumas moeda s no bo lso ,
que pront ament e co lo quei em sua mão. Fiquei cho cado quando
ela o lhou para as mo eda s, e m seguida olhou para mim e
vo mit ou sua insat isfação: só isso ?!
Uma ind ig nação me sobre veio , e, nu m la nce d e inst int o ,
arranque i o d inheiro da mão dela, d izendo: se ist o não ser ve
para você, para mim co m cert eza ser vir á! Passe i a e nt ender
co mo a ingrat id ão sust ent a o espír it o de misér ia.
Mu it as p es soas est ão t endo suas v idas dest ru íd as pe la
ingr at idão e depo is querem destruir a vid a do s o ut ro s pela
cr ít ica. Toda pessoa ingrat a t o rna-se cr ít ica e t o da pe sso a
cr ít ica é t ambém ingrat a.
Na verdade, se mpre que uma pe ssoa não é apro vada nu ma
cir cunstânc ia, mais cedo ou mais tarde va i ext ravasar ist o
at ravés de mur muração e cr ít ica. A cr ít ica irr espo nsável é o
vô mit o da ingrat id ão .
Uma pes soa ingrat a é alg uém q ue e st á cega p ara o be m
que t em re cebido. Não consegue perce ber o esfo rço que out ro s
t em fe it o para abenço á- la. Na verdade, a ingrat idão t ransfo rma
a pes soa num "saco sem fu ndo".
Nada é su fic ient e e por isto est á sempre insat isfeit a.
Qua ndo a ênfase à cr ít ica é maior qu e a ênfase ao
inc ent ivo t emo s o sint o ma da fer ida e r eprovaç ão . A pesso a
não enxerga so luçõ es, apenas defe it os. Os o lho s est ão
entravado s. Quando uma pessoa co meça a ver só problema s e
defeit o s num lugar o u nas pesso as co m quem ela co nvive, a
le itura que se faz e o d ia gnóst ico esp ir it ua l a que se chega é
que ela mesma é que m est á repro vada.

6. Vanglória ou Isolamento

Temo s aqui do is pecados sér io s que t êm u m alt o


pot encia l para afast ar as pe sso as e de st ruir a co munhão . E stas
pessoas, lit eralment e, est ão cea ndo sem discer nir o co rpo de
Cr ist o e por ist o muit as d elas, co mo Paulo d isse, vive m
doent es e out ras at é morrem premat urament e.
Va nglór ia e iso lame nt o são reações em ext re mo s o posto s
que conso lid a m o fra ca sso espir it ual. Estas at it udes,
inva r iave lment e, são t entat ivas est rat ég icas co m int u it o de
"d isfar çar" ou "enco br ir" o quadro int er no de reprovação .
Dest a for ma, os rela cio na me nt o s t ornam- se insupo rt áve is
devido à asquerosidade da vang lór ia, ou serão lit er alme nt e
decepados pela so lidão do iso lament o.
O pr incip al mo t ivo que sust enta est es co mport ament o s
ment iro sos é a vergo nha moral e o orgulho.
Algu mas pesso as esco lhem o caminho da o bscur id ad e
tornando-se irreco nciliáveis. Pio r que qualquer p ecado , é a
sit uação de ocult á- lo ou dis farçá- lo.
Le mbro- me de uma exce lent e pes soa que trabalho u
co nosco. Apesar de t o do pot encial e car is ma, infe lizme nt e, e la
havia des envo lv ido ta mbém u ma vida de le sbian is mo. Ape sar
de t odas as cha nces que ela t eve para se e xpor e ser ajudada,
ela cont raiu ur na capacidade demo níaca de enco br ir a
sit uação, conc iliando uma do se cert a de iso lame nt o e at ivis mo
espir it ual.
Obv iament e, chegou o t empo em que as co isas
co meçara m a vir a luz. Mes mo ass im est a pesso a se recusava a
ad mit ir o s fat os, o que aca bava acont ec endo apenas d epo is de
unt a cont undent e acareação com t est emunhas.
O p ior da sit u ação , ao meu ver, não era o pecado do
ho mossexualis mo, mas a at it ude descarada de me nt ir, o que
tornou a sit uação int rat ável. Não havia como esta be le cer u m
relacio nament o de confiança, vist o que a verdade est ava
tot alme nt e aus ent e.
Est a é u ma das co isas q ue t e nho aprend ido em
aco nselha mento . Não me impo rto em ajudar pesso as co m
"pecado s cabeludo s", de sde que ela s seja m sinceras e não
mint am. Quando algu ém co meça a ment ir no aco nselha mento ,
então, prefiro não perder ma is o meu t e mp o com e st a pesso a.
Algu mas pessoas falsa s são verd adeiras devo rado ras do
nos so t empo. Est ão sempre a li t ent ando transfer ir par a nó s
sua s respo nsabilidades, fa lt ando co m a verdade. Desperd içam
o t e mpo delas e o no sso, trabalhando int ensa ment e no campo
da libert ação da igr eja. Tenho co nst at ado que u m do s
pr incipa is mot ivos p elo qu al mu it os crent es não são libert o s é
por que eles t ambém não são verd ad eiros. Soneg am o u
ment em acerc a de infor mações que det erminar ia m a eficác ia e
a pro fu nd id ade do proces so. Ass im, muit o s de les apesar de
passarem por inúmer as libert açõ es, nu nca são livres, e ne m
poder ia m ser mesmo .
A maneir a de dis farçar a repro vação é at ravés da
vanglór ia onde a pes soa passa a se aut o-afir mar em bu sc a de
reconhec iment o. A pes soa se esco nde at rás do at ivis mo , o u de
uma posição de lidera nça ou até mesmo usa sua per fo r ma nce
minist er ia l para co mp ensar fracassos mo rais e emo c io nais.
Algu ns s e co locam, por e xemplo, co mo pro fet as. Falam
em no me do Senhor, mas no fundo , t udo não passa de u ma
t entat iva per igo sa de se aut o-fir mar e m at ravés da
espir it ualidade. Est ão t ent ando manipular respeit o esp ir it ual.
O que t emos é u m sho w de car na lidade. Querem reco mpensar
o seu est ado de repro vação, t ent ando pro var uma co nd ição que
não possuem. S ão pe ssoas que não suport am a po ssib ilid ade
da reput ação ser arranhada. Paulo rec haça est a at it ude:

"Porque não é ap rovado quem a si mes mo se


louva, mas si m aquele a qu em o S enhor lou va. " (
II Co 10:18)

Dis farçar redu nda nu ma prát ica abert a da hipo crisia e


orgulho , o que caut er iza a consciência. A pessoa ac io na par a
si mesma uma queda repe nt ina de u m lugar t ant o mais alt o
qua nt o ela qu is se posicio nar pe lo o rgulho. Es câ nd alo s são
co ncebido s po r est e tipo de co mport ament o .
A maneir a de encobr ir a reprovação é at ravés do
iso lame nt o. Isto pode acont ecer de fo rmas bem sin ist ras.
A pessoa simp lesment e e vit a a co munhão para que o s
out ros não t enham conhec iment o da s it uação da qua l ela se
envergo nha e t ant o t eme que seja desco berta.
Est e é u m caminho sut il para a apostasia. To da a pe sso a
que abando na a co mu nhão, est á evide ncia ndo seu estado de
repro vaç ão.
De vez em quando enco nt ramos aqueles que
espir it ualiza m sua po sição com Deus dize ndo : Não so u de
igreja ne nhu ma! Não me submet o a ho mens, ap ena s a Deu s!
Est as pesso as, na verdade, est ão profund amente do e nt es e
carregam um le gado de reprovação ! N inguém po de ser de
Jesus e não ser do Corpo de Jesus !
Out ro s, de for ma ainda mais sinistra se afast am da
co mu nhão dizendo: Hoje não vou ao cu lt o para ver se o past o r
sent e a minha falt a! Só que, ao invés de sent ir a falta, o past o r
sent e um suave alív io e ne m percebe a ausência da pesso a! A
cena pode ir se rep et indo, e em pouco t empo a pesso a est á
tot alme nt e iso lada, apag ada, e finalme nt e apost at ada.
"Se andarmos na lu z, como ele na lu z está, temo s
comunhão uns com os out ros, e o sangu e de Je su s
seu Fi lho nos pu rifi ca de todo pe cado. " ( I Jo
1:7)

Uma co munhão abe nço ada co m as pesso as é co nseqüênc ia


de andar mos na lu z, co m sinc er idad e e t ransparência, e
t ambém e st e é o requisit o básico para que nosso s pecado s
sejam r eso lv idos e pur ificados p elo sa ngue d e J esus.
Va nglór ia e iso lament o se nt enciam um est ado de repro vação .

Capítulo 5

Respondendo as provas de Deus

Para conc luir, go st ar ia de fazer uma s ínt ese e m relação a


t udo que trat amos até aqui. A mane ira co mo respo nde mo s às
provas d ivina s det er mina o índice de desenvo lv ime nt o da
persona lidade, co mo t ambé m a índo le emo cio na l e o caráter
agregado.
Mediant e as provas, e xist em basic ame nt e t rês opçõ es que
podemos fazer, ou seja, t rês pr incíp ios que po demo s ac io nar
de acordo com as nossas própr ia s esco lhas : O pr inc íp io d a
desapro vação, o princípio da reprovaç ão ou o princ íp io da
apro vação.
I. A DE SA PROVAÇÃO

O princípio de colher o que semei a

"Não vos en ganei s; Deus não se dei xa escarn ec er;


pois tudo o que o homem se mea r i sso tamb é m
cei fa rá. Porqu e que m semeia na sua ca rne, d a
carne cei fará a corrupção; ma s quem semeia n o
Espí rito, do Espí rito cei fa rá a vida eterna. " (G l
6:7, 8)

Est e pr imeiro pr incíp io sint et iza a hist ó ria da vid a de


Jacó : o enganador que fo i e nganado. Desde o seu nascime nt o ,
qua ndo Jacó segurou no calc anhar do seu ir mão , e le já
demo nst rava u ma índo le d ifícil. Era um co mpet ido r. Est ava
pront o a conseguir o que qu er ia, ser a benço ado , sem impo rt ar
os meio s usado s para ist o .
Usa va meio s t ot alme nt e car nais e p eca mino so s para
alca nçar at é mesmo as bênçãos es pir it uais que almejava. Jacó
é aque le t ipo de g ent e "muit o espert a", que sempre t em qu e
le var vant agem em t udo e alc ançar seus objet ivo s não se
import ando em pisar nos que est ão no seu caminho . É quando
co locamos nosso s int er esses acima do propós it o e do pro cesso
divino.
Primeira ment e ele seduziu o ir mã o, le vando -o ,
verbalme nt e, a vender sua pr imogenit ura em t ro ca do sust ent o
cir cunstanc ial que t ant o precisa va. Depois o enganou co m a
ajuda d a mãe, rouba ndo a bênção que lhe cab ia co mo filho
pr imo gê nit o. Para ist o t ambém engano u o pai, qu e já est ava
cego , inco rrendo nu ma séria t ransgres são:

"Maldito aque le que fizer que o cego erre do


caminho. " (Dt 27:18).
Uma jogad a apó s a o ut ra, e, pelo meno s, aparent ement e,
co nseguiu co ncr et izar seu objet ivo. Consegu indo t udo que
quer ia at ravés de u ma co ndut a deso nest a e man ipu lado ra, ele
cr io u sér io s problema s.
Jurado de mo rt e pelo ir mão ofe ndido, ele reso lveu ist o de
uma mane ira simp les: fug indo. No seu caminho d e fuga, Deu s
o avisa: J acó, vo cê não po de ser a bençoado do seu jeit o ! Vo cê
pode fug ir de todo s, menos de mim:

"Eis que estou contigo, e t e gua rdarei po r onde


que r que fores, e te farei tornar a esta terra; poi s
não te deixarei até que haja cump rido aquilo de
que te tenho falado. " (Gn 28:15)

Seu procedimento exib ia uma grave dist orção de carát er.


Deus deixou claro que est ar ia no seu e ncalço, e que e le t er ia
que vo lt ar, mais cedo ou mais t arde, para reso lver a sit uação .
Tot alment e desaprovado, Deus o envia para a fa mo sa
"esco la do quebr anta ment o ", nada meno s que vint e ano s no
"Se minár io do Pa sto r Labão ". U ma s it uação durado ura
projet ada esp ecialme nt e par a aqueles que se ac ham es pert o s
dema is e acima dos pr inc ípio s qu e rege m o mu ndo esp ir itua l.
A ig norânc ia moral de Jacó exig ia um t rat ament o severo . Est e
seminár io é o tempo e o local onde Deus co nfro nt a no sso jeito
opo rt unist a, golp ist a, sag az e ma nipu lador de ser e ag ir.
La bão é u m do s piores mode lo s de liderança que a Bíb lia
exibe. Um pai realme nt e per verso . Prat icou a fr ia crue ldade d e
t rair a própr ia filha na no it e de núpcia s. Raqu el e spero u set e
anos para po der cas ar-se co m seu a mado no ivo e na no it e de
núpc ias su a ir mã ocupa seu lugar!
Sem ne nhum escrúpulo, Labão explorou J acó, usou e
abusou de suas filha s, lançando -as na mo rt al arena d e u m
casament o polígamo, sempr e em busca de int eresses
financeiros. Labão inco rpo ra a e xpre ssão máxima de algué m
que quer co nseguir seus o bjet ivos a qualquer preço . Po rt ant o,
diant e de Labão, a ast úcia de Jacó nem co nt ava. Se Jacó
julg ava- se um grande enganado r, La bão era PHD na art e de
enganar!
Jacó enganou o seu ir mão e ac hou que s imp les me nt e
poder ia fugir que t udo já e st ar ia reso lv ido. Deus d esapro vo u a
sua at it ude, e por prat ica ment e vinte anos, Jacó co lheu o s
frut o s daquilo que e le ha via s emeado . U m pro ces so lento e
durado uro de desapro vação. Po r todo est e tempo e le pô de ver
a s i me smo at ravés de Labão, para, e nt ão , finalment e,
sant ificar suas mot ivações e resgat ar sua ide nt idade.
A gr ande e fata l verdade é que Deus t em u m Labão para
cada Jacó ! Esta é a lei do espelho, E le sa be co mo fazer co m
que nos e nxerguemo s. Nosso maior problema não é o Labão
que est á fora de nó s, mas o que e st á dent ro ! Tudo que
precisamo s é de um "espelho"!
Deus fo i cava ndo no coração de Jacó at é ele e nt ender que
precisava vo lt ar ao pont o de part ida e reso lver o co nflito
cr iado co m seu ir mão. Não importa quant o t e mpo t enha
passado, t ere mos que vo lt ar no pont o o nde fo mo s
desapro vados por Deus e re fazer a prova.
Jacó , depo is de eng anar seu ir mão, deu u ma vo lt a d e
vint e lo ngo s a nos no desert o de Padã- Ar ã, e ent ão , preciso u
ace it ar a co rreção d ivina, vo lt ar lá t rás, encarar o ir mão ,
humilhar-se dia nt e d ele, e pelo menos, da sua part e, rest aurar
o re lacio name nt o. Só ent ão , Jacó fo i aprovado. Sua ide nt id ade
fo i rest aurada. Seu no me p as sou a ser o nome da nação gera da
por Deus: Israel, Ele perpet uo u a promessa da vinda do
Mess ias, e assim, per mit iu que a pala vra de Deus se cumpr is se
em sua vid a.
Tudo que pla nt amos vamo s co lher. Ninguém e scapa d e
co lher o que semeia ! Se s emeamos na carne, va mo s c eifar a
co rrupção co mo um at est ado de desa provação . Se semea mo s
no esp írit o, vamo s ceifar v ida e paz co mo u m at est ado de
apro vação.
É necessár io e nfr ent ar e reso lver t o da pe ndência. Não
podemos esca par da s prec isas leis que gover nam o mu ndo
espir it ual. Não impo rt a quão bem co nsegu imo s d is farçar
nos sos erros, o u para quão lo nge conseguimo s fugir, e st amo s
algemados à de sapro vação . E a me lhor o pção é reto rnar no
pont o da derrot a, onde "perdemo s o machado ", po r mais
dolo roso que isto se ja.

Cavando nos vales

Há muit o t empo at rás ouvi o Pr. José Rego do N. Júnio r


(Zez inho ), que cons idero esp ir it ua lment e co mo u m p a i,
fala ndo sobre "c avar nos vales". Ist o se e ncaixa mu it o be m
aqui. Deus vai nos le var ao profundo do nosso co ração o nde
está o po nto da cura. Aqu i apre ndemo s que ta mbém se cr esce
para ba ixo, rest aurando e edificando o s alicerces. Ist o po de
parecer u m po uco desanima do r, porém é ext remamente
nece ssár io e benéfico.

"E a mã o do Senhor estava sob re mi m ali, e e le


me di sse: Levanta-te, e sai ao vale, e ali fala rei
contigo, " (Ez 3:22)

Nos lugares baixos da vid a é o nde va mo s ent ender a vo z


de Deu s. A vo z de Deus co nfro nt a a alt ivez, a passivid ade, a
impur eza, a s equidão esp ir it ua l, a est erilidade, desnud ando
t udo que ficou e m o cu lt o:
"A voz do Senhor queb ra os ced ros; ... Ele faz o
Líbano salta r como u m beze rro . .. A vo z d o
Senhor lan ça labaredas de fogo. A voz do Senho r
faz t reme r o dese rto; o Senho r faz tremer o
dese rt o de Cad es. A voz do Senhor faz as co rça s
dar à lu z, e de snuda as flo restas .,." (Sl 29:5-9)

O vale é onde nossas t revas co meçam a ser co nfro nt adas.


Mu it as vezes est amo s nos lugares alt os da vid a, sent indo -no s
por cima, mas de repent e, Deu s nos le va ao vale, Ali seremo s
t rat ados e t udo que est á em t revas será c onfront ado. No vale
não exist e m subt er fúgio s. A únic a out ra o pção pano râmica,
além do vale, é o lhar par a cima ( Fig. 03).

O va le sig nifica aquelas sit uaçõ es onde a derrot a t ão be m


maqu iad a co meça a d epr imir a v ida. É qua ndo o no sso pecado
nos acha e t odo sucesso que conseguimo s at ravé s da
sagacidade co meça a despencar sobre a no ssa ca beça. Pedaço
a pedaço co meç a a cair sobre nós mesmo s. Tudo que não
esta va so bre a rocha da Pa lavra de Deus co meça a d esmo ro nar.
As provas de Deus co meçam a queimar t udo que é palha!
No fundo do va le, co meça mos a no s enxergar. Só que,
qua ndo pensamo s q ue já acabou, ent ão Deus no s fa la: "a go ra
co mece a cavar nest e vale "... O processo é ma is lo ngo que
imag iná vamo s (Fig. 04).
Rec la mamo s: S enho r! Aqui já est á mu it o ba ixo , não
quero descer mais que isto! Então cavamos, e Deus co meça a
mo st rar o que est ava e nt errado no nosso co ração . Fo rt es
provas e sit uações co nt rár ias vão des venda ndo a inda mais as
raízes das no ssas feridas. A revelação de Deu s co meça a vir
sobre no ssas vidas. Obvia ment e, so mo s incapazes de ver o que
está ent errado . Porém qua nt o mais Deus ca va em no ssas vidas,
mais enxergamo s!
Cava mo s mais e chega mo s na t ampa do bu eiro da no ssa
alma. Nu ma fig ura d e linguagem, co meçam a aparecer t o da
sort e de co isas repug nant es: " bar atas", " lag art ixas",
"crocodilos ", etc. T udo "e vangé lico", é claro! Co meça mo s a
nos ver co m o s olhos de D eus. E nt endemo s a nec essidade de
enfrent ar est as co is as que est avam a t a nt o t empo em nó s
mes mo s e para as qua is est áva mo s cego s.
Nova ment e Deus ordena: Ca ve a inda mais! E ntão
t enta mo s res ist ir: Se nhor! Ist o é muit a hu milhação ! E nt ão
cava mo s e mais co isas vão surgindo . Provas e sit uaçõ es ainda
mais inte nsas abalam noss as pro fundez as.
Deus co nt inua: cave ma is! Aind a não fo i o sufic ient e.
Qua ndo pensamo s que não havia mais jeit o das co isas
piorarem, ent ão surpreendent e me nt e t udo pio ra. Parece at é
co incidência. Le mbra-se das perda s de Jó? Nos se nt imo s indo
em direção ao fundo do fu ndo.
Uma forte convicção de pecado nos at inge. E ntão
finalment e, no s abr imo s tot alment e para a hu milhaç ão e
co nsent imo s: Se nhor, ca vare i e desc erei o quant o o Senho r
quiser ! Tudo que ficou mal reso lvido e dest ru ído t orna-se
clarament e evide nt e. E nt endemos onde ele e st á quere ndo no s
le var. Nos dispo mo s a vo lt ar com o Espír it o Sant o e m cad a
uma de stas s it uaçõ es, enfrent ando cad a trauma, faze ndo as
rest it u içõ es nec essár ias, reverte ndo toda cond ição em que
envergo nhamo s a Deu s ou que fo mos e nvergonhados.
Nest e mo mento perce be mos que lida mos co m a raiz d a
dor, que e xpo st a à luz do Dia se dissipa ! Uma sensação só lid a
de paz e descanso co meça inundar a a lma.
Exper iment amo s uma t ransfor mação so brenat ural no
profundo do co ração !
De repe nt e, co nt empla ndo o fundo daquele buraco no
vale, percebemo s algo se mo ve ndo. São as águas de D eu s, u m
poderoso flu ir do Espír it o Sant o que co meça a brotar. A
int ensid ad e da fo nt e vai aume nt ando, e as águ as pas sam a
encher e preenc her o que havia sido cavado, nível a nível va i
subindo at é que, não só o buraco, ma s t odo o va le t o rna-se
num grande manancia l.
Aque le imenso buraco na alma, finalme nt e, apó s at ing ir o
objet ivo de expor a ma is ínt ima raiz da fer id a, co nvert e-se
numa d ivina fo nt e de supr iment o. Uma infinidade de pes so as
passam a se aliment ar de st as água s que jo rram de u ma
persona lidade sar ada. O va le é aplainado. As ág uas de Deu s
nive lam o s caminhos t ort uo sos da alma. Cumpre-se a palavra
profét ica:

"... Voz do que c lama no de sert o: Prep a rai o


caminho d o Senhor; endi reitai as suas vereda s.
Todo va le se ench erá, e se abai xará to do monte e
outei ro; o que é tortuoso se endi rei tará, e o s
caminho s escab ros os se ap lana rão; e toda a ca rne
verá a salvação de Deus. " (Lc 3:4-6)

"O Senho r t e guia rá c ontinuamente, e te fa lta rá


até em lugares áridos, e forti ficará os teus o s sos;
será s como um ja rdim regad o, e como u m
mananci al, cujas água s nunca falham. E os que de
ti procederem edi fic arão as ruínas ant igas; e tu
le vanta rá s os funda mentos d e muita s geraçõ es; e
será s ch amado reparador da brecha, e
restau rado r de ve redas p a ra morar " (Is
58:11,12)
É quando a alma e sbura cada pela dor da derro t a se
t ransfor ma numa fo nte div ina, u m manancia l de o nde bro ta o
r io de Deus para sa ciar os sede nt os. Um dos grandes segredo s
acerca das águas do aviva ment o é que e las vêm de baixo !
Est e fo i o legado de Jacó . Desapro vado por Deus, e le
desce ao va le da vida. Sem saber, ao fugir , Jacó desce ao vale.
Pr imeira ment e, cavo u sete anos t raba lha ndo po r Raquel, ma s
não pode t ê- la. C ava mais set e anos pela mulher que aind a
ama va. D epo is de quat o rze anos, cont inu a cavando , agora,
pelo salár io, que por mais d e dez vezes fo i mu dado po r Labão .
Indo em d ireção ao fundo , Deus o leva finalment e ao Ja bo que.
Ali e le est á dispo st o a dar a vida p elo ir mão que
enganara. Se vu lnera biliza diant e de D eus. Est ava d ispo st o a
ret rat ar a sit uação co m o Esaú, ainda que ist o cust asse a
própria vida. S e dispõe a enfr ent ar o gra nde t rauma d a sua
vida, onde t udo começara. Apó s cavar tanto , at ing e o po nt o da
t ransfor mação! Na raiz d a fer ida res ide t ambé m o po nt o da
cura abso lut a.

II. A RE PRO VAÇÃO

O princípio de andar em círculos

O grande proble ma d e andar em círculo s é que apesar de


todo esforço e mpreendido, você não sai do lug ar em que se
enco nt ra. Se você est á num d esert o, ist o sig nifica u ma
sit uação ainda mais d esconfort ável.
Co mo vimo s no exemp lo de Jacó, a desapr o vação alé m d e
nos levar a co lher o que semeamo s, e la po de no s co nduz ir a
uma sit ua ção ainda pior e mort al: a reprovação crô nica!

O ca minho do deserto

Um do s pr inc ipais o bjet ivos do de sert o é que brar o


co ndicio nament o impost o por ment alid ades de escrav idão . O
desert o é um ca minho espir it ual, que invar ia velme nt e, est á na
rot a da t erra da promessa.
Depo is de 43 0 anos de escrav idão no Eg it o sendo
sober ba me nt e t rat ados po r Faraó , Israel t orna-se, fina lment e,
um po vo livre. Est e t empo de d es erto é a t ipo lo g ia do
processo pós- libert ação. Muit os ignoram que é depo is de u ma
grande libe rt ação que vem a p art e ma is difícil. Depo is do
Eg it o se mpre vêm o desert o.
Por mais que a pessoa est á livr e, a perso nalid ad e
co nt inua defo r mada. É indis pensá vel su bmeter-se a u m
processo de ed ucação e reedu cação da ment e ro mp endo o
co ndicio nament o impo st o durant e todo o per íodo do cat iveiro ,
mant endo o t erritório conquistado. É nest e pont o que a
maio r ia fra cassa!
Na verdade, t irar o po vo do Egito não foi o mais d ifíc il.
O desa fio de Deus era co nst ruir no coração de Israe l u m
carát er de obediênc ia vo lunt ár ia a e le. A vo lu nt ar iedad e é a
alma da liberdade. O ser viço, a renúncia, a su bmis são quando
não est ão condicio nados a u ma reco mpe nsa det er mina m a
liber dade do co ração .
Ass im se ndo, o desert o é o lugar espir it ual de d eixar mo s
Deus mu dar nossa ment alidade, quebrar o s parad ig ma s
impost o s por Sat anás, pe lo pecado, pelas reje içõ es, p elo s
espír it os terr it oriais , et c. Quant o maio r o t empo e m que a
pessoa ficou condicio nada a ment alid ades e co mpo rt amento s
co ntrár io s à verdade e à vo nt ade de Deus, mais r igo ro so é o
definha me nt o espir it ual.

O princípio da fisioterapia: uma si mple s analogia

I magine a lguém qu e ficou co m sua per na e nges sada por


t rês meses devido a u ma fr at ura. Nat uralment e, cad a mo ment o
dest e t empo de engessament o va i inib indo toda perspect iva d e
liber dade e mo bilização. Vai- se acost uma ndo e t o ma ndo a
fo r ma da sit uação at é que confo r mamo s t ot almente co m a quele
co ndicio nament o impost o pelo gesso.
Qua ndo a pessoa t ira o ges so, a sensação é mu it o
agradáve l. Isto reflet e o poder de u ma libert ação . Porém,
apes ar da per na já est ar co ncert ada, a est rut ura ó ssea est á
enfraque cida, a muscu lat ura definhada e o po der de
mo viment ação ainda consideravelment e inibido .
Será nece ssár io uma fisiot erap ia, um processo gradat ivo
de exercício s para recuperar os mo vimento s e o co nt ro le
mo t or. Este processo além de ser demo rado , exig e d iscip lina.
Aq u i apre ndemo s a paciê ncia de ser um pacient e. A d isciplina
é um do s mais import ant es pr incíp io s da cruz, o qu a l,
infeliz me nt e, a maior ia dos crent es recu sam.
É int eressa nt e, que mesmo depo is q ue a recuperação
fís ica já acont eceu, alguns ainda cont inuam manc ando . Est ão
co m o gesso na ment e ou aind a co m a dura lembr a nça do
t rauma so fr ido na fr at ura. Est e cacoete da alma é sina l de u ma
sever a seqüela que ainda d eve ser eliminada.
É necess ár io s uperar a sit uação est ando no va me nt e
dispost o a co rrer riscos e se expor diant e dos no vo s d esafio s
da vida. A t endênc ia de um osso que brado é se t o rnar a ind a
mais fort e devido à calc ific ação.

A restauração da al ma

Qua ndo pensa mos e m t er mos de uma perso nalid ade qu e


fico u engessada em t raumas, abusos, in just iças e
co mport amentos ou ment alidades pec amino sas, o pro cesso
pode ser ainda mais e st reito de superar. É aqui q ue mu it os qu e
so freram libert ações t remenda s na vida começam a fracassar,
e fracassar, e fra cassar... até perecere m no deserto .
E m cont rapart ida, e nt ender e st e t empo de desert o co m u m
co ração respo nsívo po de no s levar bre ve ment e à no ssa herança
em Cana ã, onde va mo s pis ar nossos inimigos e desfr ut ar do
melhor de Deus.
Qua ndo ent ende mos a nec es sida de de st a "fis io t erapia na
alma ", e co meça mo s a exercit ar dilige nt eme nt e no ssas
esco lha s na direção de const ruir um carát er de o bed iê ncia e m
áreas que t ivemos u m hist ór ico de derr ot a, revert emo s est e
quadro mais rá pida e fac ilment e qu e imaginá vamo s.
Ponha-s e no lugar d e um daqu eles israelit as que passo u
sua vida int eira sendo t ratado co mo escravo.
Cada part e da a lma est ava enge ssada po r to do s aspect o s
impost o s pela injusta vida de escravid ão . Eram hu milha do s,
sobrecarregados, abu sado s, forçados, e t udo ist o se m ne nhu m
t ipo de ince nt ivo ou reco mpensa.
Não fazia m mais que a o br igação! O grit o de rebelião er a
sempre su fo cado pelo chico t e do s exat ores e po r imp iedo sas e
r ígidas pu niçõ es !
Nest a p lat afor ma de rejeição está a raiz da re be lião , qu e
man ifest a-se através de uma ins at isfação ca lad a e falada. A
perspect iva do líder co mo u m exat or, que impunha o
cu mpr ime nt o per fecc io nist a do t rabalho na pont a do chico t e,
defo r ma o co nceit o de lei e aut o ridade. Liderança passa a ser
sinô nimo de ameaça e inju st iça.
Est e fo i o grande dra ma que Mo isé s t eve que e nfrent ar ao
lid erar t odo aque le povo. Amargur a e mur muração jorram da
visão defor mada do pr inc íp io de aut o rid ade.
É import ant e mencio nar que os mesmo s 4 0 a no s qu e D eu s
preciso u par a t ransfo r mar Mo isés no deserto, no "Se minár io
do Pr. Jet ro", ele t ambém demo ro u para t ransfor mar o povo de
Israel. A t rans for mação do povo est á dir et ament e vincu lad a à
t ransfor mação do líder !
O maior desa fio não fo i t ir ar o povo da escravid ão do
Eg it o, ma s t irar o Egit o e a escr avidão do po vo. Deus prec isou
de dez milagre s para t irar o povo de Israel do Eg it o e de vint e
milagres no desert o , o dobro, para t irar o Egit o do po vo de
Israel.
Co nt inu ava m s er vindo a Deus co m a me nt alid ade qu e
ser viam a Far aó. A ment e havia sido fo rt ement e t at uada co m
um refer encia l de lid erança escravag ist a imposto por Faraó .
Subst it uir e st e conceit o de liderança eg ípc io pelo conceit o da
paternidade div ina cust o u quarent a ano s de desert o . Na
verdade, apenas a out ra geração co meço u a assimilar ist o .

Andando e m círculo no deserto:

A mortal reprovação crônica

Qua ndo Deus t irou o povo do cat iveiro do Egit o e da


rot ina da escravidão, o camin ho a s er t oma do fo i o desert o .
Mu it as provas e mila gres aco nt eceram. Ao mesmo t empo em
que Deu s mo st rava sua d isc iplina at ravés d e pro vas, ele
t ambém re vela va sua graça at ravés de mila gres jamais vist o s.
Porém, apesar de t o do cuidado de Deus co m o po vo , po r
diversas vezes eles fo ram des apro vado s e repro vado s. Você
pode confer ir ist o est udando o livro de Nú mero s. Mesmo
assim prosseguia m em direç ão à t erra promet ida.
Ve m, ent ão, um t est e final, qua ndo precisara m sondar a
t erra de Cana ã. Foram e sco lhidos doze ho mens, que eram
pr íncipe s e líd eres de cada uma das t r ibos de Israel. D iant e
das c idades fortific ad as e da belicos idade dos canane us, dez
daquele s espias vo lt a m co m o coração tot alment e desfale cido
e vencido pela incredu lidade. Foram co nquist ado s
int er ior ment e pe lo medo dos mo ra dores da t erra a ser
co nquist ad a.
Ao enfre nt ar a prova mais import ant e de suas vid as, ele s
fracassara m. Cont aminaram o povo co m a repo rt agem que
deram, derret e ndo o coração de todo s. Imed iat ame nt e, a o rdem
divina fo i ret o rnar ao de sert o, onde o ins ucesso esp ir itu al
co meçara.
"Quanto a vós, po ré m, vi rar-vos, e parti pa ra o
dese rt o, pelo caminho do Mar Vermelho. " (Dt
1:40)

Não t inha m aind a apre nd ido o suficient e. O caráter ainda


não est ava suficient ement e fir me p ara supo rt ar est a no va et apa
da vida que e nvo lver ia co nquist as bem ma io res na terra d e
Cana ã.
Se não po diam vencer seus pró pr io s medos e desejo s,
co mo ir ia m derrot ar cidade s fortificadas e exércit os fero zes ?
Se ainda e st ava m luta ndo co m a própr ia carne, co mo po deria m
derrubar as ho st es e spir it ua is da mald ade e os poderes dest e
mu ndo t enebro so ?
Precisaram vo lt ar lá at rás, naq ue les pont o s, o nde vinha m
sendo derrot ados, vez após vez. Deus, ent ão, o s levo u para
onde o proble ma co meçou: o desert o, que eles t ant o não
quer iam.
Toda aquela geração, excet o Josué e C ale be, t iver am u m
"fim t rágico". E les andaram e m cír culo , de repro vação e m
repro vaç ão, at é morrerem. Est a é a co nt undent e lei do deserto :
Ou você sai apro vado , o u você não sai !
O desert o é o cemit ér io dos que não e nt ram na t erra
promet ida. Se consu lt ar mos um mapa sobre a jo r nada do po vo
de Israe l no desert o, vere mo s que ele s fiz era m e xat ament e u m
cír culo qu e t angencio u o Mar V er melho e a Terra Pro met ida.
Ficaram no desert o at é que toda aquela geração fo i destru ída!
Est a t em sido a rot ina na vida de mu it os crentes.
Ora avist a m a t erra pro met ida, e se a nimam. Ora est ão
beir ando o Eg it o! Nunc a passa m nas prova s do de sert o .
Acaba m fracass ando nest e conflit o que Pau lo ass im descreve:
"Pois não faço o be m que que ro, mas o ma l que
não quero, esse p rati co .. . M iserável homem qu e
sou ! Quem me livra rá do corpo desta morte ?"
(Rm 7:19,24)

Espero que Deus possa cont ar co m vo cê nest a geração e


não t enha que es perar a próxima !

III. A AP ROVA ÇÃO

O princípio da submissão ao trata ment o de Deus

Apro vaç ão é mais qu e ve ncer a s prova çõ es, é vencer as


desapro vações e reprova ções, o que normalment e é ma is
difícil. Precis amos ter mina r bem, cumpr ir o t empo de Deus,
deixando co m que a correção d iv ina cumpra em nó s t odos o s
seus desíg nio s.
A dinâ mic a da vont ade de Deus requer a mo t ivação cert a,
o lugar cert o , o t empo cert o, atravé s do s pr inc íp io s cert o s e
debaixo da lid erança cert a. Resu mindo , so b mu it o s det a lhes e
cir cunstânc ias, é nece ssár io t omar uma d ecis ão a finada co m o
co ração de Deus.

A aprovação de Jacó:

Princípios de tomada de deci são

1. I mpelido pela pa lavr a de Deus: Apro vado no seminár io


de Labão .
Qua ndo nos enco nt ramos nu m t e mpo e lo cal de
t rat ame nt o divino, nu nca de vemo s forçar u ma sa ída ráp id a e
fácil buscando co m ist o at ender a nos sa co mo d id ade. N a
verdade, ist o ser ia u ma for ma de fuga, que apena s no s
enquadr a no rol dos reprovados. D iant e das pro vas, o
imed iat ismo é s empre uma fort e t ent ação .
Para lidar co m situ ações de repro vação t emo s que
aprender a co nviver co m a lgu ns incô mo dos t empo rár io s. É
nece ssár io de scart ar todo t ipo de subt er fúg io o nde
espir it ualiza mo s no ssas barreiras, usando at é me smo , a
palavra e o no me de Deus em vão , o que cert ament e só
acarret a p iores conse qüênc ias so bre as nossas v idas. É vit al
que a pa lavra d e D eus venha genuina ment e, co nfir mando e
assinala ndo clar ame nt e a mudança a ser fe it a:

"Disse o Senho r então, a Jacó: V olta para a t erra


de teus pa is e para a tua pa rentela; e eu serei
contigo. " (Gn 31:3)

Jacó saiu de Padã- Arã imp elido pe la Palavra de Deus.


E le esp erou vint e anos sendo o pr imido pelo seu sogro .
Ap esar do s q uat orze anos sem salár io e depo is, po r mais seis
anos, so frer vár io s go lpes que t raz iam d esva nt agens
financeiras, Jacó to rno u-se ma is r ico qu e Labão . Est ava acima
de Labão , acima do dinheiro, ac ima d as r ejeiçõ es e in just iças!
Era, agora, um ho mem livr e, que apr endeu a respe it ar e
perdoar as pessoas. Um ho mem amadur ecido e aprovado na
esco la do quebr ant ament o! Co m um coração cert o, t endo o
selo da grat idão e m sua vid a, mesmo t endo passado po r tudo
aquilo, est ava pront o a cont inuar co m Labão!
Jacó não est ava chat eado ou resse nt ido com Labão , mu it o
pelo co nt rár io , na verdade, era Labão e seus filho s que
esta vam cont rar iado s co m Jacó:

"Jacó, ent retanto, ouviu as palavra s dos fi lhos de


Labão, que diziam: Jac ó tem levado t udo o que
era de nosso pai, e do que era de nosso pai
adquiriu ele todas e stas riqueza s. " (Gn 31:1)

Qua ndo La bão não t e inco moda ma is, s ignifica que a ho ra


de Deus para a mud a nça se aproxima! E st a é a e vid ência qu e o
La bão que exist ia d e nt ro de nó s fo i arrancado e vencemo s a
et apa do deserto .

2. Aut oriz ado pe las aut or idades em quest ão

A bê nção de Maanaim: A prova de suje it ar-se à liderança


de um líd er injust o.
Apesar de Deus falar clar ament e para J acó reto rnar para a
t erra de seus pa is, e le não t eve coragem de co mu nic ar su a
part ida. Não acredit o u que a palavr a de Deus ser ia po dero sa
para quebrar qu alquer relut ância d a part e de Labão .
Rea lment e, Labão já se sent ia o dono de Jacó . Era u m
líd er do minador e injust o. Manipu lo u Jacó todo aque le t empo
usa ndo as pró pr ias filhas e depo is o fez oferecendo salár io , o
que não deixou de ser uma for ma de co mprá- lo .
Aparent ement e, t udo indica va que La bão ir ia imped ir de
alguma fo r ma que J acó "sa ísse do seu minist ér io ", o nde faz ia
o t rabalho mais pesado . Acred it o que todo ho mem de Deu s
precisa passar pelo cr ivo dest a prova: a prova de su bmet er-se
à lideranç a de u m líd er inju st o.
Da vi passou pela mesma sit uação, sendo durame nt e
persegu ido por Saul, dur ant e apro ximadament e do ze a no s, u m
rei enc iu mado que t ento u mat á- lo por vár ias veze s e d e
diversas fo r ma s.
Você já te ve um líd er ass im? Qu e t e persegue, que não
gost a qua ndo o seu minist ér io despont a, que t ent a impedir s eu
cresc iment o , que a bert amente usa sua vida par a obt er
vantage ns pesso ais, que quer co nt ro lar t udo, que se sent e no
direit o de viver a sua vid a e age co mo se fo sse o seu do no ,
usa ndo irresponsavelmente de a meaças e até mesmo pa la vras
de mald ição, que est á obc ecado no que você po de co nt r ibu ir
para os seus int ere sses pes soais e não int eressado na vo nt ade
de Deus se cumpr ir na sua vida?
Se você já passo u o u est á passando por u ma sit u ação
co mo est a, provave lment e, est á no caminho cert o ! Digo
provave lme nt e, porque você est á enfr e nt ando u ma d as pro vas
mais impo rt ant es da sua vid a. Ist o pode fazer a d iferença ent re
você ser u m Da vi o u um Saul na sua lider ança, u m Jacó ou um
La bão co m seus liderados.
Jacó aca ba fazendo uma dec isão inco rret a, e ap es ar d e ter
a palavr a d e Deus, ma is uma vez, ele fo ge. So rrat eirament e,
ele ajunt o u suas esposas, filho s, rebanhos, be ns e fo i- se
embora se m que ninguém pudesse perc eber.
Depo is de t rês dias, La bão sent e sua ausência e se
enfur ece ao des cobr ir que Jacó o aba ndonara. De cid iu, ent ão ,
persegu i- lo co mo alg uém que vai à cat a de algo que lhe
pert ence. Havia uma t err íve l decisão no coração de La bão de
mat ar Ja có . Se Jacó não fic asse co m e le, t ambém não ficar ia
co m ninguém!
Porém, no caminho da sua imp iedo sa per segu ição a Jacó ,
que via java lent ame nt e devido ao grande re banho que
co nduzia, Deu s se ma nife st a a La bão e o repreend e dura ment e:
"... Guarda-te, que não fales a Jacó nem be m n e m
mal. " (Gn 31:29)

La bão a lc anç a Ja có e depo is de reso lverem a sit uação ,


eles fazem um pact o de sal:

"Respond eu-lh e Labão: Estas fi lhas são minha s


fi lha s, e este s fi lhos são meus fi lh os, e est e
rebanho é meu rebanho, e tudo o que vê s é meu; e
que farei hoje a esta s minhas fi lh as, ou aos fi lho s
que elas tivera m ? Ago ra pois vem, e façamos u m
pacto, eu e tu; e si rva ele de testemu nha ent re
mi m e ti. Então tomou Jacó u ma ped ra, e a erigi u
como coluna ... Disse, pois, Labão: Este montão é
hoje testemunha ent re mi m e ti. Por i sso fo i
chamad o Galeed e. " (Gn 31:43 -45, 48)

Jacó est ava apr endendo de u ma vez po r to das u ma co isa


fundament al para ser apro vado : "nunca fugir ".
Na verdade, o próprio Labão reconhec ia que o Senho r o
abençoara por causa de Jacó:

"... pois tenho percebido que o Senho r me


abençoou por amo r de ti. " (Gn 30:27)

Depo is dist o , leg it imament e liberado po r Labão ,


co nt inuando sua jo rnada, Jacó chega nu m lugar cha ma do
Maa naim, onde t em uma exp er iênc ia t remenda co m Deu s.
Percebeu que est ava amparado p elo acamp ame nt o de a njo s.
Deus est ava confir mando, que ago ra, as co isas est avam
nova ment e em segurança:
"Jacó també m seguiu o seu caminho; e
encont raram-no os anjos de Deus. " (Gn 32:1)

A B íblia nos confro nt a dizendo que devemo s su b met er e


prest ar cont as não apenas diant e do s líderes bo ns e ju st o s,
co mo t a mbém dos maus e in ju sto s. Se mpre quando passamo s
nest a est reit a prova, va mo s estar amparado s
sobrenaturalme nt e pelo s a njo s de Deus.
Porém, quando prec ipit a mo s e agimo s sem o t emo r do
Senhor, ac abamo s p erdendo o rumo. Nos sent imo s o fend ido s e
ofendemo s. Ao invés de enco nt rar os anjo s de D eus, so mo s
achados po r legiõ es de demô nio s. Dest a fo r ma po demo s
abort ar t udo que Deus já vinha faz endo até aquele po nt o.
É int eressant e not ar como Deus não per mit iu que Jacó
co met esse o mesmo erro que havia co met ido co m Esaú. Jacó
saiu fugido de Labão , mas não conse guiu ir mu it o lo ng e. Só
depo is de t er feit o um pact o com seu sogro, é que ele
realment e est ava liber ado por Deus.

3. Coragem para o bedecer: vo lt ando no pont o do t rauma

"Dissera m- lhe os discípu los: Rabi, ainda ago ra o s


judeus p rocu ravam aped rejar-te, e torn as pa ra lá
? Jesu s respondeu: Não há do ze horas n o dia ? Se
algu ém anda r de dia, não t ropeça, po rq ue vê a lu z
deste mundo. " (Jo 11:8-9)

Mu it as ve zes será necessár io vo lt ar em lu gare s o nd e


alguém, lit eralmente, t ento u nos dest ruir. Lóg ico , que é
nece ssár io fazer ist o, sempre, em virt ude de u m
disc er niment o , que só a palavr a revelada de Deus po de no s
dar.
Jesus nu nca fugia de nad a. E le sabia enfre nt ar t o das est as
sit uações a meaçadoras, co nfro nt ando t o da int imidação
demo nía ca. Po dia d iscer nir quando o mundo espir it ua l e stava
abert o o u fechado, mo vendo -se na vo nt ade do Pai.

"Le mb ra-te, pois, donde caí ste, e arrepende-te, e


prati ca as p ri mei ras ob ras; e senão, breve ment e
vi rei a ti, e removerei do seu luga r o te u
candeei ro, se não te a rrepende res. " (Ap 2:5)

Depo is de t ant o t empo, Deus est ava le mbrando Ja có do


seu problema co m o ir mão, quando havia sido jurado d e
mo rt e. Est e t errível impasse, que o le var a a abando nar a casa
dos pais aind a era u m esp inho na su a consciência. Precisava
vo lt ar naque le pont o .
Vint e ano s se m fa lar co m o ir mão não é u ma co isa
simples de se re so lver. A Bíblia, sabia ment e, exp lica que : " O
irmão ofendido é mai s dif ícil de conquistar do que uma cidade
f orte. " (Pv 18:19)
A inimizade t em sido um dos ma iores at aques de S at anás
co ntra a igreja e pr inc ipalment e co nt ra os past o res. Exist e u m
alto percent ua l de p ast ores que não se fala m, me smo mor ando
na mesma cidade.
De vido a desa venças e defraudações não reso lvid a s,
líd eres p assam a s ust ent ar uma inimizade no co ração que é
enco bert a sut ilment e, mas por ba ixo de st a casca a fer ida est á
viva.
Est e t ipo de situa ção muit as vezes perdur a po r ano s e até
por gerações, co nst ruindo as mais t erríveis barreiras
deno mina cio na is, sust ent ando um clima maligno de d iv is ão e
cr ít icas que subt rai a aut o rid ade t err it orial e co rpo rat iva d a
igreja. Ma is cedo ou mais t arde, t erá que aco nt ec er u ma
reconcilia ção , ou est as p esso as serão vít imas da le i do
desert o.

Aprovado no Vale de Jaboque

Jacó se posic io no u dia nt e do t erríve l medo e


co nst rangiment o que barro u seu relacio name nt o co m Esaú.
Ent endeu que aquela t err ível pre venç ão espir it u al era o
maio r inimigo . Mes mo correndo r isco de vida, po is recebeu a
not ícia que seu ir mão vinha cont ra ele aco mpanhado de
quatrocent os ho mens, ele decid iu vo lt ar no pont o da derrot a!
Decid iu que nu nca ma is ser ia um fugit ivo . Est ava pro nt o
a ret rat ar aquela sit uação que t ant o ofend era seu ir mão .
Depo is d e env iar a lguns present es par a Esaú, at ravés do s
familiares, que for a m na fr e nt e, divididos em do is gru po s, e le
desceu so zinho ao Vale de Ja boque. Est es são aqueles
mo ment o s que não adiant a ped ir oração para ning ué m, é
apenas vo cê e Deus:

"Jacó, porém, fi cou só; e lutava com ele u m


homem até o romper do dia. " (Gn 32:24)

Nest e vale, de po is de t anto cavar, é que ele e nco nt rar ia o


pont o das águas, o flu ir t ransfor mado r de Deus.
Não só Jacó ser ia t ransfor mado, mas ali t ambém est ava a
chave da t ransfo r ma ção do coração de Esaú.
Jacó co meçou a lut ar com o anjo do Senho r. Mas, na
realidade, o inimigo a ser venc ido est ava de nt ro de le mesmo .
Precisava morrer de u ma vez po r t odas para a sua ident idad e
de enganador.
Ali, na verdade, fo i o calvár io de Jacó , o nde fo i
fat alme nt e fer ido na sua car nalidade. A esp ada d e Deu s
aleijou de uma vez por to das suas te ndências car nais e as
mo t ivaçõ es co rrompidas. As fer idas de Deus sempre são
cirúrgicas. De fat o, ali, a a lma de Jacó so freu u ma pro fund a
cirurgia, u m t ranspla nt e de ident idade.
Fo i dest a for ma que ele viu Deus face a face. Vo cê ainda
quer um e ncont ro face a face co m Deus ?
Mes mo Jacó est ando fer ido e sem forças, aquele a njo co m
que m lut ara est ranhame nt e explica qu e ele luto u e fo i o
vencedo r da lut a. Mas, co mo ele poder ia t er ve ncido , se est a va
vis ivelme nt e at ingido pe la espada do anjo e pro fu nd ame nt e
fer ido pe lo bist ur i d ivino ? Aqui ent endemo s qu e só ve ncemo s
qua ndo so mo s t ot alment e venc idos pelo E sp ír it o Sa nt o . É
nest e paradoxo que res ide o pont o da t rans fo rmação ! Fo i nest e
inst ant e, que finalment e, ele deixou d e ser Jacó, e passo u a ser
Israel:

"Não te chama rás mai s Jacó, mas I srael; po rqu e


tens lutado co m Deu s e com os homens e ten s
prevalecido. " (Gn 32:28)

S incera me nt e, espero que você po ssa t erminar est a


le itura, tot alment e derrot ado pela cruz e vencido pelo E sp ír it o
Sant o. Enquanto for mos "inimigos da cruz" no ssa índo le
co nt inuar á no s pr iva ndo da nossa genu ína ident ida de e m Deu s.
Não é difíc il conclu ir que a raiz dos pro ble mas que ma is
at orment aram Jacó não est ava em Esaú e mu it o meno s e m
La bão, po rém, nele me smo. I nvar iavelment e, enfre nt amo s
mu it as res ist ê ncias qu e são merament e um efeit o co lat era l de
um est ado pessoal de reprovação.
O problema não são a s pe ssoas o u as c ir cu nst ânc ias qu e
ins ist em e m sere m desfavo ráveis. Co meçamos a o rar para qu e
estas pessoas possa m mud ar o seu posicio nament o . Oramo s
por milagres que alt erem a ordem nat ural das cir cu nst âncias
que no s afligem.
Mu it os est ão lut ando em oração dize ndo : Senho r, Não
agüent o mais o meu mar ido ..., não suporto mais as co bra nças
da minha e spo sa ..., nem a rebe lião do me u filho ..., aquele
je ito do meu past or me inco moda ..., não at uro ma is a a varez a
do meu pat rão ..., a imatur idade do meu líder de cé lu la ...
Muda ele s Senhor!
Porém, o que pr ime ir ame nt e precisa ser mudado , é a
nos sa oração: "Deus, que eu seja o milagre e não as p esso as!
Que eu seja o milagre e não as c ir cunst âncias ! Muda a mim !"
De repente, ist o começa a s urt ir u m po deroso efe it o .
Dest e quebr a nt ament o int er ior, um fort e mo ver do
Esp ír it o Sant o começa a jorrar. Nossa religios id ade é ro mp id a.
Um ambie nt e de paz e revelação nos e nvo lve.
Qua ndo a nossa índo le é t ra nsfor mada, as pesso as muda m
e as c ircu nst ânc ias se t rans for ma m ao nosso redo r.
Deus t ransfor mo u a Jacó quando ele reso lveu não mais
fugir de E saú, nem de Labão , nem da mort e. S imples mente
abraçou a cruz, e, fina lme nt e, fo i aprovado po r Deus. E le
alca nçou um lugar de paz e vit ór ia em t o do s os seus
relacio nament os. Jacó, de enga nador, pass ou a ser cha mado de
Israel, Pr íncipe de Deus.
Qua ndo a índo le de Jacó fo i t ransfo r ma da, a at it ude de
Esaú mudou:

"Então Esaú correu- lhe a o encont ro, abraçou-o,


lan çou-se- lh e ao pe scoço, e o beijou; e e les
cho raram. " (Gn 33:4)
Ant es de Es aú ser t rans for mado, Jacó precisou ser
t ransfor mado. Nós precisamo s ser o mila gre, e não o s out ro s,
ou as circu nst ânc ias. Quando so mo s transfo r mado s pe la
apro vação d iv ina, est a vit ó r ia per meia co m u m po der
t ransfor mador e so brenat ural a s pessoas e circu nst âncias ao
nos so redo r.
Est a é a mate mát ica de Deus, uma equação simp les,
poré m po derosa:

FIM

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