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INTRODUÇÃO
O ambiente é um recurso natural que proporciona aos agentes que dele dependem
um fluxo abundante de insumos. No entanto, quando esse ambiente é corrompido pela ação
antrópica, através da poluição atmosférica, dos resíduos sólidos que ele recebe diariamente
e pelo desmatamento, entre outras formas de devastação, desencadeiam as fontes limitantes
de renovação e disponibilidade deste recurso nos seus diversos ecossistemas.
As comunidades pesqueiras do Canal de Santa Cruz, situado no litoral norte de
Pernambuco, sofrem com esta ação antrópica devastadora, a qual influi na própria
disponibilidade de pescado da região, comprometendo assim, a qualidade de vida daquela
população.
A importância econômica da pesca artesanal nesta região se traduz, principalmente,
na obtenção de alimentos e na geração de emprego e renda para as famílias envolvidas na
produção, beneficiamento (FIGURA) e comercialização de pescados.
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Estudante de graduação do curso de Ciências Econômicas (Econ. Rural)
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Doutora em Recursos Naturais, professora do Dep. de Economia da UFPE
é de grande relevância para o desenvolvimento econômico e sócio-cultural do Estado. A
área em questão é considerada uma das áreas de maior potencial turístico do litoral
nordestino. Neste trabalho, o litoral norte está representado pelos municípios de Itapissuma
e Igarassu.
O município de Igarassu possui vastas áreas de manguezais que, em conjunto com o
Rio Igarassu, importante tributário do Canal de Santa Cruz, dão suporte a uma intensa
atividade de coleta de mariscos, a qual é feita, principalmente, por marisquieros
provenientes de outras áreas. O município de Itapissuma fica situado na margem do Canal
de Santa Cruz, e a maior parte dos seus habitantes é dependente da atividade pesqueira.
Possui, este ultimo município, o mais importante pólo de distribuição dos recursos
estuarinos do litoral norte pernambucano (o mercado de Itapissuma).
A diversidade característica do ambiente estuarino, com um conjunto de habitats de
espécies pesqueiras de relevante importância comercial, como peixes (Tainha, Carapebas,
Camurins, Manjubas, etc), crustáceos (camarões, siris, caranguejos, guaimum) e moluscos
(ostras, sururus, unhas de velho, marisco, etc), é diretamente influenciada por fatores
alógenos. A urbanização, por exemplo, através do crescimento desordenado dos
municípios, tem ocupado de forma indiscriminada o espaço, promovendo aterros
imobiliários em larga escala e despejos orgânicos e inorgânicos nos mangues. Este processo
de urbanização reflete as elevadas taxas de crescimento populacional verificadas nos
municípios em estudo, sendo esta taxa de 3,2% ao ano para Itapissuma e 4,2% ao ano para
Igarassu. Juntamente com os outros municípios banhados pelo Canal de Santa Cruz, estas
taxas são consideradas umas das maiores taxas de crescimento da Região Metropolitana do
Recife no período de 1991-1996 (DIAGONAL URBANA, 1997). O turismo e o
incremento das atividades industriais são também exemplos da interferência antrópica na
região.
O aspecto vulnerável dessas áreas se dá pelo fato delas disponibilizarem os recursos
naturais de forma livre e que necessitam de baixos investimentos técnicos para serem
explorados. Para se utilizar à linguagem econômica padrão, estes são recursos que
apresentam características de bem público, que é todo tipo de bem que apresenta não
rivalidade e não excludência no seu consumo (PINDIKCK e RUBINFELD, 1999). São
estas características, em que há ausência de regras bem definidas de direitos de
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propriedade, que favorecem a que os recursos sejam sobreutilzados (HALL e HALL,
1984). Sendo assim, torna-se relevante o desenvolvimento de sistemas de exploração auto-
sustentáveis para estes ecossistemas, a fim de se preservar este "berçário marinho" e
permitir que se harmonize sua relação com as populações locais. Estes princípios são
importantes para garantia da equidade intergeracional, uma vez que nós não herdamos a
natureza dos nossos antecedentes, mas sim a tomamos emprestada dos nossos descendentes
(COMISSÃO DO MEIO AMBIENTE DAS NAÇÕES UNIDAS, 1989).
OBJETIVOS:
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
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econômicos das áreas estuarinas.
• Chamar a atenção para a importância da tomada de consciência de
cada cidadão, evitando que se torne um agente destruidor do
ambiente natural e incentivando que assuma o papel de cidadão
fiscal.
METODOLOGIA
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a importância que cada um possui em fiscalizar e denunciar, aos órgãos competentes, as
práticas de pesca predatória, de desmatamento de manguezais por retirada de madeira ou
através de aterros, da poluição por esgotos domésticos, a ocorrência de lixo, o derrame de
cloro, de calda de usinas e de outros e das formas mais comuns de degradação e poluição
ocorrentes naquela região.
A partir de todo esse processo, pretende-se formar cidadãos conscientes e
participantes da sociedade como um todo.
RESULTADOS DO TRABALHO
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do pescado e bancos. Os mesmos foram ainda capazes de identificar e discriminar os
recursos naturais mais utilizados de forma direta e indireta. De forma direta, foram citados,
o caranguejo, a ostra, o sururu, a unha de velho, o marisco e a madeira e, de uma maneira
indireta foram citados o oxigênio, os dejetos do caranguejo que servem de alimento para
outros seres vivos e até a maneira como o mangue contem a maré.
Os jovens foram levados a perceber e relatar a diversidade de suas ações individuais
e a relação que cada um deles possui com a preservação do meio ambiente e dos recursos
naturais. Neste sentido, buscaram reprimir, através de uma profunda rejeição, o
desmatamento do mangue e o ato de jogar lixo nos estuários, rios e nos locais públicos.
Revelaram que, assim, estariam contribuindo para a manutenção de todo o ecossistema
envoltório.
A partir do momento que reconheceram e revelaram a significância que
cada um possui, em todo o processo de tentar amenizar o problema da
devastação dos manguezais, os jovens lembraram que esta era uma questão que
já vinha preocupando os pescadores das comunidades. Devido ao grau de
dependência que possuem dos recursos naturais estuarinos para sua
sobrevivência, eles são os principais agentes afetados pela escassez e
degradação dos recursos naturais.
Os jovens mostraram relativo interesse em cooperar com a conservação dos
manguezais, sendo observado uma vontade expressa em ajudar as famílias que dependem
dos recursos naturais do estuário. Salientaram os mesmos a importância de mobilizar a
sociedade sobre os efeitos e ações dos agentes que administram o turismo local. Neste
aspecto, e especificamente com relação à Itapissuma, revelou-se uma grande preocupação
em torno do interesse da administração do município em drenar o canal de Santa Cruz, para
permitir a entrada de lanchas de grande porte, estimulando o turismo local a curto prazo. Os
jovens acreditam que esta drenagem poderia causar danos irreversíveis ao meio ambiente e
às atividades locais, através da retirada da matéria orgânica depositada no fundo do canal.
O meio ambiente tem, assim, grande representatividade para os jovens,
que foi descrito como sendo algo que exerce grande influência no dia-a-dia deles
e que provoca efeitos no campo social, profissional e físico.
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No momento em que foi pedido aos participantes sugestões que
permitissem a manutenção e conservação do manguezal, eles citaram a educação
e conscientização ambiental por parte de todos os agentes da comunidade. Neste
momento, relembraram as principais práticas antiecológicas (o desmatamento, a
pesca predatória e os aterros indiscriminados) e a necessidade de se acabar com
elas. Lembraram, ainda, ser esta uma necessidade premente nas suas vidas, pois
os recursos naturais estuarinos são importantes, para manutenção da renda de
suas famílias e de suas raízes culturais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS