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É notório dizer que no texto de George Simmel, ele explicita que as grandes cidades
sempre foram o lugar da economia monetária, da vida estressante, da desconfiança, da
apatia, da ausência de solidariedade e das mudanças rápidas, contrariando a vida do
campo em que ele considerava uma vida psíquica diferente, predominando o ritmo
lento, a emotividade e o sentimento. George Simmel também diz que a sociedade
significa que os indivíduos estão constantemente ligados uns aos outros, influenciando e
sendo influenciados, sendo possível comparar com a sociedade hodierna, a era dos
influenciadores digitais, ainda fortemente influenciada, dez vezes mais por conta das
redes sociais, onde tudo que fazemos, lemos, falamos e escrevemos é controlado por um
algoritmo uma vez que apenas uma notícia falsa for compartilhada, possa comprometer
um extenso grupo de pessoas, talvez prejudicando toda a sociedade na qual o indivíduo
é inserido, como atualmente acontece com as chamadas “Fake News”.
Nas grandes cidades, ainda se pode dizer que é um lugar estressante, ausente de
solidariedade, de grandes mudanças repentinas e dos afastamentos. É indubitável dizer
que na sociedade do século XXI o ser humano necessita trabalhar para não morrer de
fome e estudar ao mesmo tempo para que um dia sequer tenha uma vida digna, onde
apenas o ensino superior não é suficiente, onde as pessoas não possuem tempo para o
lazer e sim para uma eterna exploração laboral, uma eterna busca de um avanço em sua
classe social. No trecho “O decisivo é que a vida citadina metamorfoseou a luta com a
natureza por obtenção de alimento em uma luta entre os homens, de sorte que o ganho
que se disputa não é concedido pela natureza, mas sim pelos homens” pode ser
comparada com a sociedade atual onde há disputas por empregos para ganhar até
mesmo menos do que um salário mínimo, por quem tem mais capital, disputa por uma
vaga nas altas classes sociais, em suma, a sociedade atual é uma eterna disputa entre si.
Simmel também explicita em seu texto a relação do dinheiro, com sua ausência de cor e
indiferença, ele se torna o mais terrível nivelador, ele corrói irremediavelmente o núcleo
das coisas, sua peculiaridade, seu valor específico, sua incomparabilidade, onde a
cidade grande de 1903, alimenta-se quase que completamente da produção para o
mercado, isto é, para fregueses completamente desconhecidos, que nunca se encontrarão
cara a cara com os verdadeiros produtores, onde no mundo hodierno há as lojas de Fast
Fashion assim nominadas como Zara, Farm e Shein, fabricadas e descartadas
rapidamente nas cidades grandes onde crianças e pessoas em situações extremamente
precárias fabricam roupas por setenta centavos, que mais tarde são vendidas por
trezentos reais, fazendo alusão à que George disse em seu texto que as cidades grandes,
todavia, são um constante devir.