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Projecto Fonseca Manuel1
Projecto Fonseca Manuel1
Fonseca Manuel
Projecto de pesquisa
Universidade Rovuma
Nacala
2021
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Fonseca Manuel
1
Curso de Licenciatura em Ensino Básico
Universidade Rovuma
Nacala
2021
Índice
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1.Introdução..................................................................................................................................4
2. Contextualização e problematização........................................................................................5
3.Justificativa_____________________________________________________________5
4.Objetivos______________________________________________________________6
Hipótese__________________________________________________________________7
Posicionamento_________________________________________________________8
Fundamentação teórica...............................................................................................................9
Causas de desistência______________________________________________________10
Causas sociais_____________________________________________________________11
Bibliografia_________________________________________________________________12
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Capítulo Iː Introdução
1.Introdução
As desistências das raparigas são uma realidade no país em geral e na EP1 de Nametho em
particular, constituindo uma grande preocupação para as estruturas educacionais, pais e
encarregados de educação.
As desistências têm comprometido o processo de ensino_aprendizagem e o rendimento escolar
dos alunos, principalmente da rapariga o que acaba atingindo o seu futuro. E isso levou-me a
questionar as reais causas por detrás deste fenómeno dentro das escolas moçambicanas. A
UNESCO, como madrinha das escolas moçambicanas,refere que 67 milhões de crianças
estavam fora da escola em 2008, e das quais mais de um terço viviam em países de renda baixa
como é o caso de Moçambique. (UNESCO, 2011:40)
A Constituição da República de Moçambique, no artigo 122, afirma que “o Estado promove,
apoia e valoriza o desenvolvimento da mulher e incentiva o seu papel na sociedade, em todas as
esferas da actividade política, económica, social e cultural”, mas que está mulher não valoriza a
si mesma estando com uma percentagem ínfima na escola, pois estou de acordo que uma
população educada é fundamental para o desenvolvimento nacional, e que a educação é um
factor chave na promoção do bem-estar social e na redução da pobreza.
O presente trabalho tem como tema: Desistência escolar da rapariga nas escolas do ensino
básico: estudo de caso Escola Primária do 1º grau de Nametho, que vai abordar nesta primeira
fase os aspectos pré _liminares, como: a problematização, justificativa, objectivos, hipóteses.
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1.Contextualização e problematização
Ao estabelecer_se o ensino gratuito nas escolas primárias era de priorizar no campo ( zona
rural), a educação, nesse sentido o governo moçambicano comprometeu-se a garantir a
igualdade de acesso a escola para rapazes e raparigas, mas em contrapartida a realidade
escolar ainda é muito hóstil e perigosa para a rapariga.
Segundo o Relatório de avaliação do Plano Estratégico de Educação e Cultura (2006-2010/11), a
rede escolar tem sofrido uma expansão desde a assinatura dos acordos de paz em 1992 e a
taxa de admissão no EP1, quase atingiu proporções universais, durante esse período, a taxa
bruta de admissão na 1ª classe aumentou 59% para 123% , enquanto a taxa bruta de
escolarização aumentou de 60% para 112,7% e o número de escolas aumentou de 2800 para
mais de 8000, só que com este número de escolas no país, a rapariga ocupa uma posição
menor em termos da escolarização.No sistema educacional, pois se consegue ter o acesso a
educação encontra dificuldades para continuar na escola, daí que surge a questão:
1.3 Justificativa
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educação em Moçambique, através da Política Nacional de Educação e Estratégias de
Implementação sempre teve como enfoque o acesso a educação da rapariga, e desde sempre a
importância da escolarização da mulher, para que seja útil na sociedade, mas também uma boa
gestora da família.
Ao nível académico, torna-se útil estudar sobre a desistência escolar, na visão de sensibilizar a
comunidade escolar sobre as reais causas da desistência escolar e como a escola de uma forma
directa ou indirecta contribui para que isso aconteça e também sobre os efeitos negativos que
isso trás para a nossa sociedade.
1.4 Objectivos
1.4.3. Hipóteses
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O campesinato como única forma de sobrevivência
Etimologicamente, a palavra desistência vem do latim, o que significa “malogro, mau êxito, falta
de sucesso que se desejava” ou ainda desastre fracasso. O termo desistência ou fracasso é
habitualmente referenciado por analogia ao termo abandono que advêm do latim, o qual assume,
entre outros, os seguintes significados “ o mau êxito, perda, malogro”. Portanto, no decorrer do
trabalho apresentar-se-à desistência, abandono ou fracassos são considerados similares.
Benavente (1976), a partir de diversos estudos, reuniu para esta designação vários termos
nomeadamente, abandono, desperdício, desadaptação, desinteresse, desmotivação fracasso.
Face a esta terminologia pode-se afirmar que o termo desistência escolar refere-se ao abandono
da escola pelos alunos sem atingirem a meta desejada, pois a desistência leva as reprovações,
repetências e mau rendimento escolar, originando o insucesso escolar.
É importante não esquecer que a função do professor não se resume a simples transmissão de
conhecimentos baseando-se no intelectual. O professor deve também construir situações que
desenvolvam as atitudes e comportamentos dos alunos, deve tentar a todo custo ligar o ensino
com as possíveis situações do dia-a-dia. (Avanzini,1967).
Quando colocada esta questão tivemos duas respostas diferentes da parte dos professores, dos
quais 8 correspondente a 80% dos professores que afirmaram que os familiares dos alunos não
dão importância a esse facto, enquanto 2 correspondente a 20%afirmaram que os familiares
preocupam-se e tentam integrar os seus educandos a escola novamente, mas sem sucesso por
parte destes.
Fundamentação teórica
Educação
Cotrim e Parisi (1985), consideram educação como um processo de adquirir experiências que
actuam sobre a mente e o seu físico. Essas experiências influenciam o comportamento em
termos de ideias ou acções, enquanto outros poderão ser rejeitados e não assimilados.
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E desta forma, o papel da educação consiste em integrar a pessoa no meio social onde ela vive,
convive, trabalha e se diverte, por meio da educação a pessoa socializa-se, adquire
conhecimentos que poderão ser úteis no presente e no futuro.
Benavente (1976), a partir de diversos estudos, reuniu para esta designação vários termos
nomeadamente, abandono, desperdício, desadaptação, desinteresse, desmotivação fracasso.
Face a esta terminologia pode-se afirmar que o termo desistência escolar refere-se ao abandono
da escola pelos alunos sem atingirem a meta desejada, pois a desistência leva as reprovações,
repetências e mau rendimento escolar, originando o insucesso escolar.
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Neves (2012), na sua dissertação, resume o ponto de inicio das causas de
desistência escolar, onde recorre ao indivíduo, família, escola e meio envolvente, defendendo
que as causas da desistência escolar tem origem nas interacções desses quatro sistemas, e que
esta correlação pode ditar o abandono escolar, primeiro pelos aspectos sócio culturais exigidas
pela escola e ainda pelo perfil do aluno que esta escola necessita, obviamente quem não se
adequar ao padrão, terá incidência de afastar desse meio.
Causas Sócio-Culturais
Rumberguer e Lima (2008) discutindo sobre a desistência escolar na análise de 203 estudos,
constataram o seguinte:
Que o processo para abandonocomeça-se a fazer sentir com o rendimento baixo por
parte dos alunos;
Comportamentos dos alunos no ambiente interno e externo da escola, que incide-se
mais com actos de faltas, actos delinquentes e abuso de substâncias ilegais.
Os autores referem ainda que os dois aspectos, acima citados, tendem a diminuir quando o
ambiente familiar é estável e acesso a recursos sociais e financeiros influenciam de forma
significativa para o aluno permanecer no sistema escolar.
Brandão (1983), na sua pesquisa sobre a desistência e a repetência no ensino do 1º grau do
Brasil aponta a família como sendo determinante do fracasso escolar da criança, seja, por não
acompanhar as actividades escolares da criança ou pelas condições de vida que a família
oferece a criança. Destacam ainda que o factor importante para compreender os determinantes
do rendimento escolar é a família do aluno, sendo que quanto mais elevado o nível de
escolaridade da mãe, a criança permanecerá mais tempo na escola e o seu rendimento será
maior.
Fukui (1983) e Cunha (1997), afirmam que a responsabilidade da desistência recai sobre a
criança e seu fracasso, mas que de facto a responsabilidade é da escola.
Fukui (1983), acrescenta ainda que os fenómenos desistência e repetência estão longe de ser
em fruto de características individuais dos alunos e suas famílias, mas reflictamos como a escola
recebe e exerce acção sobre os membros destes diferentes segmentos da sociedade.
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Referências bibliográficas
Arroyo, M. G.(1993). Educação eexclusão da cidadania In: BUFFA, Ester. Educação e cidadania:
quem educa o cidadão.4ª edição. São Paulo: Cortez
Avanzini, G. (1967). O insucesso escolar. Lisboa: editorial pórtico.
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Barcelos, D.F.(2006). Professores eficientes: SL Bastin, G. (1976), hecatombe escolar. Edições
livros horizontes
Benevante, A. (1976). A escola na sociedade de classes: Lisboa, livros horizontes
Bertocelo, E. R. (2009). As classes na teoria sociológica contemporânea. São Paulo
Bobbio, N. (1992). A era dos direitos. Rio de Janeiro. cambus
Bourdieu, P.(1998).A Escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à
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