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Referências Bibliográficas:
• Catálogo NEOPREX (2020)
• Cavalcante G.H.F. (2019) – Pontes em Concreto Armado (livro recente)
• IME (1985) – Projeto de Pontes em Concreto Armado -Vol.3 (Notas de aula)
• Braga W.A.(1986) - Aparelhos de Apoio das Estruturas (livro)
• Ottoni I.L.B (1988) – Infraestrutura de pontes e Tabuleiro com as transversinas
desligadas da laje. (Notas de aula Univ. Federal Juiz Fora).
• Aparelhos de Apoio
Um aparelho de apoio (Figura 1) é um elemento de ligação disposto entre uma estrutura e o seu suporte, destinado
a transmitir as reações, sem impedir as rotações. Conforme o aparelho seja “móvel” ou “fixo”, ele permite ou não os
deslocamentos lineares da estrutura em relação ao seu suporte.
“Os aparelhos de apoio são elementos destinados a vincular determinadas partes de uma estrutura, permitindo, ao
mesmo tempo, os movimentos previstos no projeto, que podem ser de rotação, translação ou ambos”.
Nas pontes, a estrutura principal deve funcionar, tanto quanto possível, de acordo com as hipóteses admitidas no
cálculo (no projeto). Para tal, empregam-se os aparelhos de apoio.
Normalmente, a existência de aparelhos de apoio implica em uma concentração de tensões no topo do pilar e tensões
trativas horizontais no pilar, que podem chegar a valores apreciáveis.
Outro tipo de apoio metálico é a placa de chumbo (Fig. 5), apoio de 2º gênero, normalmente atravessado por
um grupo de barras de armadura destinado a transmitir os esforços horizontais pela sua resistência ao corte.
Figura 4: Apoios com rolo metálico usado em: Figura 5: Apoio metálico: placa de chumbo
(a) Pontes Rodoviárias (1º gênero) Fonte: Apostila do Prof. Ottoni
(b) Pontes Ferroviárias e Arcos de 1º gênero ou de (c) 2º gênero
Fonte: Apostila do Prof. Ottoni
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
• Aplicações:
Viaduto – apoio em rolo metálico
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
• Aplicações:
Apoios de 2º gênero = Articulações Metálicas Fixas
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
“A articulação Mesnager (Figura 7) constituída por barras de aço que se cruzam ao longo de uma reta,
que constitui o eixo em torno do qual a articulação admite rotação. É também um apoio de 2º gênero”.
(Fonte: Prof. Ottoni)”
Eventualmente os pilares são dotados de duas articulações constituindo um pêndulo denominadas Articulações em
Pêndulos de Concreto (ver Figura 9).
Nos últimos anos tem-se generalizado o uso de aparelhos de apoio de borracha sintética (neoprene), outra
criação de Freyssinet, constituídos pela justaposição de placas desse material.
A cada placa de borracha são fortemente coladas por vulcanização duas chapas finas de aço, uma de cada
lado, produzindo-se nela um efeito de cintamento (ver Figura 10).
Em face do baixo módulo de elasticidade transversal da borracha, a transmissão dos esforços horizontais ocorre
com grande deformação do apoio por distorção da borracha (ver Figura 11), o que reduz bastante os esforços
suscitados nos pilares pela deformação do tabuleiro por temperatura, retração e esforço de protensão.
Essa deformabilidade da borracha e seu baixo custo, aliados à simplicidade desse aparelho de apoio e a grande
resistência à intemperes, fez dele um dos mais difundidos atualmente.
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
• Aplicações:
Ponte protendida sobre o Rio Itacutu – Brasil – Guiana
Aparelhos de neoprene com teflon
Dimensões a x b = 800 x 450 𝑚𝑚2 , espessura (73+12 = 85 mm)
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene
Grupo de Análise
Estrutural
• Análise de duas pontes com articulações entre a superestrutura (viga) e a mesoestrutura (pilares)
em apoios fixos (Ponte A) e em neoprenes (Ponte B) Fonte: Neoprex(2020)
𝐹 𝑘1
Entretanto o deslocamento na direção da 𝐹1 = 𝑘1 . 𝛿 = 𝑘1 = .𝐹
força, será maior em B devido à distorção do σ𝑘 σ𝑘
aparelho de apoio neoprene. 𝐹
𝛿= Em B σ 𝑘 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑔𝑒𝑟𝑎 𝑢𝑚 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐. 𝛿 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟
σ𝑘
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene
Grupo de Análise
Estrutural
• Análise de duas pontes com articulações entre a superestrutura (viga) e a mesoestrutura (pilares)
em apoios fixos (Ponte A) e em neoprenes (Ponte B) Fonte: Neoprex(2020)
2ª Análise: Pontes submetidas a deslocamentos impostos como:
a) variação de temperatura e retração do concreto na superestrutura
b) deformação imediata (encurtamento do concreto) devido à protensão. 1
𝑘=
ℎ𝑛 𝐿3
𝐺𝑛 . 𝐴𝑛 + 3𝐸𝐼
ℎ𝑛 𝐿3
𝛿= +
𝐺𝑛 . 𝐴𝑛 3𝐸𝐼
Graças à capacidade de deformação do neoprene, as meso e infraestruturas de B estarão solicitadas a esforços significativamente
menores do que as meso e infrestruturas de A, pois a maior parte da deformação imposta pela superestrutura em B será absorvida pela
distorção do neoprene.
Este comportamento ficará mais acentuado à medida que for aumentada a rigidez da meso e infraestrutura e for diminuída a rigidez dos
aparelhos de neoprene, ou seja, quando: (sendo que a rigidez é o inverso da flexibilidade)
> aumentam: a inércia longitudinal do pilar (𝐼) e altura total do neoprene (ℎ𝑛 ) → 𝛿 = 𝛿𝑛 ↑ + 𝛿𝑝 ↓
< diminuem: a altura do pilar e o módulo de elasticidade transversal do
neoprene (𝐺𝑛 ) e a área em planta do neoprene (𝐴𝑛 ) → 𝛿 = 𝛿𝑛 ↑ + 𝛿𝑝 ↓
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene
Grupo de Análise
Estrutural
• Análise de duas pontes com articulações entre a superestrutura (viga) e a mesoestrutura (pilares)
em apoios fixos (Ponte A) e em neoprenes (Ponte B) Fonte: Neoprex(2020)
É por esse conjunto de razões que pontes sobre pilares esbeltos podem apresentar a superestrutura
monoliticamente ligada a esses pilares, dispensando a utilização de aparelhos de apoio. Por ser esbeltos
sofrem deformações maiores, são mais flexíveis que pilares curtos.
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
Na França em 1948 adicionou-se uma malha de aço ao neoprene. Apesar dessa malha penetrar na borracha e
impedir o seu escoamento lateral, provocava rasgos na borracha, limitando a aplicação de tensões de
compressão mais elevadas.
A seguir, na década de 60 na França, surgiu a idéia de substituir a malha de aço por chapas finas de aço entre
as camadas de elastômeros, resultando em uma excelente combinação, onde ambos os materiais trabalhavam
juntos: o aço tracionado confinava o elastômero por meio da excelente capacidade de aderência obtida pela
vulcanização.
No Brasil as placas de elastômero são utilizadas desde a década de 60, inicialmente na Engenharia Ferroviária
e em seguida, na Engenharia Rodoviária e Edificações.
Dente Gerber
(consolo curto)
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
• Aplicações de Neoprene:
Apoios de vigas protendidas biapoiadas (grelha)
(Rio de Janeiro)
• Composição do Neoprene
A Figura 13 mostra um aparelho de apoio em elastômero fretado “Freyssinet” . São
utilizadas placas de borracha e chapas de aço intercaladas, vulcanizadas, formando
um bloco único.
• Vantagens
1) Mobilidade em todas as direções, em distorção e rotação, devido a deformabilidade do elastômero;
2) Durabilidade, por sua resistência excepcional à ação da luz solar, água, agentes agressivos da atmosfera,
óleos e graxas em geral;
3) Segurança de funcionamento em condições normais de serviço, mesmo sem conservação;
4) Extrema simplicidade de colocação;
5) Atendimento ao aspecto estético da obra, devido especialmente à sua pequena espessura;
6) Amortecimento de efeitos dinâmicos;
7) Economia em relação a outros tipos de aparelhos de apoio de mesmas “performances”.
• Dados do projeto
Para projetar os aparelhos de apoio, necessita-se inicialmente avaliar os deslocamentos que eles
devem permitir e os esforços solicitantes a que serão submetidos.
Com relação aos esforços solicitantes pode-se dividir as ações em permanentes ou variáveis e em
estáticas ou dinâmicas.
• Pré-dimensionamento do Neoprene:
FONTE: Prof. Braga W.A. “Aparelhos de apoio das estruturas” de 1986:
a) Dimensões em planta:
𝑁
𝐴 = 𝑎𝑥𝑏; 𝐴= ; 𝜎𝑚 = 12 𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑚
As tensões médias de compressão adotadas para os aparelhos de apoio de elastômero fretado
oscilam entre 10 e 15 MPa. Um valor razoável para o pré-dimensionamento é adotar 12 MPa.
• Dados de projeto
2) Deslocamento horizontal (𝜹𝒆𝒔𝒕 )e esforço horizontal estático (𝑯𝒈 = 𝑯𝒆𝒔𝒕 ), devidos à variação de temperatura e
retração do concreto. Obtido do cálculo dos esforços horizontais no tabuleiro da superestrutura, calculado levando-
se em conta a rigidez do conjunto pilar + neoprene. Para tal, as dimensões do neoprene devem ser estimadas no
procedimento de pré-dimensionamento, com os valores característicos das reações normais e calculando-se o
deslocamento (𝛿𝑒𝑠𝑡 ) com a rigidez somente dos pilares.
3) Deslocamento horizontal 𝜹𝒅𝒊𝒏 e esforço horizontal dinâmico (𝑯𝒒 = 𝑯𝒅𝒊𝒏 ), devidos à frenagem e aceleração.
F1 F2 F3 F4
h4
h1 h3
h2
lb l1 l2 l3 lb
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
• Dados de projeto
4) Rotações dos apoios devidos à carga permanente (𝜶𝒈 ) e cargas móveis(𝜶𝒒 ). As rotações são calculadas pelo método da
carga unitária (ou pelo Ftool). Inicialmente, calcula-se, para cada apoio, a rotação devida à carga permanente.
A seguir, calculam-se as rotações positivas e negativas devidas à carga móvel, carregando-se a viga com o trem-tipo longitudinal com
impacto nas posições que produzirem os maiores valores para as rotações (positiva e negativa) do referido apoio. A rotação final do
apoio será o somatório devida a carga permanente mais móvel.
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
• Dimensionamento do Neoprene:
No dimensionamento do aparelho de apoio neoprene deve-se:
Fontes:
✓ Determinar as dimensões em planta do aparelho (a , b)
• Catálogo NEOPREX (2020) ✓ Determinar a espessura total do aparelho (T)
• Braga W.A.(1986) - Aparelhos de Apoio ✓ Determinar o número (n) e a espessura (t) das placas de elastômero
✓ Determinar a espessura (e) das chapas de aço
✓ Verificar as diversas condições de segurança
O projeto é baseado na hipótese do elastômero ser um material elástico, cuja deflexão sob compressão é influenciada
pela forma do aparelho. As chapas de aço de fretagem devem ser quimicamente aderidas de modo a evitar o
deslocamento relativo no contato entre o aço e o elastômero.
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
Quando se aplica um esforço (força) horizontal H a um aparelho de apoio de área A e altura total de elastômero
T (incluindo-se as espessuras de recobrimento superior e inferior), o aparelho se deslocará de u na direção de H
e estará submetido a uma tensão de cisalhamento constante de:
Dureza Shore A= 60
𝑘𝑔𝑓
Módulo 𝐺 = 9,0 2 = 0,9 𝑀𝑃𝑎 (Neoprex)
𝑐𝑚
1) COMPORTAMENTO AO CISALHAMENTO:
Sob efeito das ações dinâmicas (cargas de curta duração), o elastômero apresenta uma distorção menor (mais
rígido), como se o módulo de elasticidade transversal fosse aproximadamente igual a 2G.
Na ausência de ensaios, permite-se considerar que o deslocamento para uma carga de curta duração é metade
do valor do deslocamento para a mesma carga aplicada lentamente.
2) COMPORTAMENTO À COMPRESSÃO
A distribuição de tensões normais não é uniforme quando o aparelho de elastômero é submetido a uma
compressão centrada (ver Figura 18).
As tensões são maiores na região central do aparelho pelo maior confinamento proporcionado pela massa
adjacente de elastômero. Junto ao perímetro, pela maior facilidade do elastômero ser expelido, a resistência do
elastômero diminui, diminuindo significativamente o valor das tensões de compressão.
Logo, sendo maiores as tensões de compressão na região central do aparelho, também serão maiores as forças
de atrito entre a superfície do elastômero e a estrutura. Esse atrito provoca um confinamento (estado triplo de
tensões) que é máximo para o elastômero da região central do aparelho, mas que tende a zero para a região
periférica.
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
2) COMPORTAMENTO À COMPRESSÃO
2) COMPORTAMENTO À COMPRESSÃO
➢ Tensão de cisalhamento devido à compressão:
A tensão de cisalhamento no elastômero em uma camada de elastômero fretado, provocada por uma
compressão centrada vale:
𝐹𝑔 + 𝑘𝐹𝑞 𝑢𝑎 𝑢𝑏
𝜏𝑐 = 1,5 𝐴𝑟 = 𝐴(1 − − )
𝐴𝑟 𝑆 𝑎 𝑏
2) COMPORTAMENTO À COMPRESSÃO
𝐹 𝑡𝑖 1 1
∆ℎ = 𝑣𝑖 = ( + )
𝐴 5𝐺𝑆𝑖 𝐸𝑏
𝐸𝑏 = 20.000,0 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2
3) COMPORTAMENTO À ROTAÇÃO
A rotação de um aparelho pode ter origem na rotação imposta pelas cargas atuantes nas estruturas, mas pode
também ser devida a uma falta de paralelismo inicial entre as superfícies de contato com o elastômero.
Para estruturas pré-fabricadas (aduelas de concreto armado biapoiadas em pontes) deve-se considerar no
projeto a rotação residual permanente no sentido mais desfavorável (𝛼𝑜 = 10−2 𝑟𝑎𝑑 para pré-fabricados).
Nos aparelhos laminados (fretados) a rotação total é atingida por rotações aproximadamente iguais de cada
camada a qual absorve uma fração 1/n da rotação total, onde n é o número de camadas.
O aumento do número de camadas é limitado pela segurança à instabilidade do conjunto.
➢ Projeto de Pontes em Viga Reta – Aparelho
b de Apoio: Neoprene Grupo de Análise
Estrutural
3) COMPORTAMENTO À ROTAÇÃO
➢ Tensões de cisalhamento de borda do elastômero devidas à rotação:
𝛾𝑐 + 𝛾𝐻 + 𝛾𝛼 = 5 Devido a resultados
experimentais sob fadiga
𝐺 𝐴 (𝑢𝑔 +2 𝑢𝑞 )
𝑇= Unidades em kgf e cm
6 𝐴𝑟 + 0,1𝐹
𝐹 2𝑎 𝐺 𝑆 𝑇𝑡 = 𝑡𝑖 + 2,8 𝑡𝑟𝑒𝑐𝑜𝑏
≤
𝐴𝑟 3 𝑇𝑡